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ENTREVISTA DE RUI ARAÚJO* AO “LITORALGARVE”

*Presidente da Comissão Política do PSD de Lagos


12.01.2011

Litoralgarve (LA): Desde logo, a propósito da recente nota de imprensa


veiculada pelo PSD de Lagos à comunicação social, impõe-se clarificar se a
mensagem visa desvalorizar o protagonismo do vereador Nuno Marques,
ou chamar à ribalta a actual comissão política local liderada por Rui
Araújo?
Rui Araújo (RA): A nota de imprensa que refere, emitida pela comissão
política que lidero há 11 meses e da qual o nosso companheiro Nuno Marques
faz parte por inerência das suas funções de Vereador sem pelouro, é por si
própria bastante clara. A nota de imprensa apenas tratou de corrigir um
repetido erro de comunicação, nem mais nem menos do que isso.
Desvalorizar o protagonismo do nosso vereador seria a última motivação da
parte de quem, como nós, membros e colaboradores desta CPS de Lagos,
fomos permanentemente activos em diversas áreas nas últimas eleições
autárquicas em que o nosso actual Vereador e coordenador do grupo de lista do
PSD à Câmara Municipal de Lagos, infelizmente, não conseguiu atingir o
objectivo de ser eleito presidente.
Aliás, aproveito aqui para sublinhar que a realidade que vivemos no Concelho
de Lagos confirma a actualidade dos conteúdos do programa eleitoral cuja
releitura obviamente recomendo. Mais curioso ainda é constatar como o PS em
Lagos não só não concretiza conteúdos importantes do seu programa eleitoral
como até copia medidas propostas eleitoralmente pelo PSD.

LA: É que Nuno Marques tem sido o rosto da oposição ao executivo de


Júlio Barroso, através de regulares críticas e denúncias na imprensa,
contrastando com aparente inactividade da comissão política local.
Certamente que a ausência de comunicados ou posições do PSD de Lagos
em relação à gestão socialista, não reside no facto da liderança laranja
estar a cargo de um funcionário da Câmara?
RA: A oposição nos diferentes órgãos autárquicos em Lagos é composta por
nós, mas também pelos outros partidos: CDS-PP, CDU e BE. E não é por
sermos o maior partido da oposição que poderemos ignorar esta realidade
democrática elementar. A Política faz-se com e para as pessoas, as famílias, as
empresas e ao serviço do bem comum. E também se faz com comunicados,
mas não o contrário.
No PSD/Lagos conhecemos bem e estamos atentos à realidade com que todo o
concelho se debate. Mas não somos autistas em relação às realidades exteriores
ao concelho: a sub-regional do Barlavento, a regional do Algarve, a nacional
portuguesa e a internacional europeia e global.
A nossa realidade local é grave e tem causas políticas muito objectivas,
documentadas e igualmente graves em todas essas dimensões, que não detalho
aqui pela sua extensão e pormenor. Nos nossos comunicados e notas de
imprensa irá certamente identificar algumas pistas para o que acabo de dizer.

Mas a pergunta que me faz remete para um dos problemas mais graves com
que a nossa Democracia se vem crescentemente debatendo, e que é a obcessiva
pessoalização da política.
Os outros problemas são bem conhecidos de todos, estão perfeitamente
identificados pela generalidade das pessoas e são os verdadeiros adversários de
qualquer trabalho político digno desse nome.

Em primeiro lugar, temos o problema da reduzidíssima participação dos


Cidadãos na vida política, que tem resultado no sinal eleitoral que a abstenção
representa.
No PSD/Lagos não funcionamos em circuito fechado e o investimento político
que fizemos na renovação da sede bem como as iniciativas que temos
programadas mostram bem que nos preocupamos com a participação dos
cidadãos na Política.
Perante a gravidade da situação que vivemos consideramos prioritário reforçar
decididamente os vínculos entre a cidadania e os partidos políticos como factor
de defesa da estabilidade social em Democracia. Caso contrário, a
imprevisibilidade só poderá aumentar até atingir níveis ainda mais dramáticos.

Em segundo lugar, temos o problema do funcionamento dos partidos políticos,


que mais não têm sido do que elevadores sócio-profissionais, salvo honrosas
excepções, mas quase sempre com traços de nepotismo e
”amiguismo”subjacentes e instituídos sob a capa da confiança política.
No PSD/Lagos consideramos que o mérito, a consciência social e o espírito de
serviço público são os principais critérios de escolha de cidadãos para funções
políticas.

Em terceiro lugar, temos a apropriação dos poderes legislativos por parte de


maiorias, eleitas com crescentes e quase crónicas abstenções. Como se tal não
bastasse, essas maiorias passaram a controlar o próprio processo de produção
legislativa e a tomada de decisões políticas. Assim condicionaram,
condicionam e, pelos factos mais recentes, ainda pretendem vir a condicionar
no futuro praticamente todos os sectores da vida das comunidades por períodos
que ultrapassam largamente os dos mandatos para que foram eleitas.

Para já, e como resultado destes três problemas-chave que lhe apontei, temos a
gravíssima realidade social que vivemos, um desemprego galopante, um
alarmante nível de endividamento externo bruto e a dramática situação
financeira tanto de um Estado tentacular como das Famílias e das Empresas.
Infelizmente não é diferente em Lagos.

Quanto ao nosso companheiro e Vereador Nuno Marques, é evidente que grave


seria que o seu protagonismo na intervenção pública em Lagos ou na imprensa
regional não estivesse articulada com a comissão política a que presido desde
há 11 meses.
Obviamente que não é esse o caso, e aproveitamos para também aqui nesta
ocasião saudar a sua recente eleição por Lagos para Vogal da Comissão
Política Distrital de Faro do PSD. Eleição que, note bem, não foi noticiada por
qualquer órgão de comunicação social lacobrigense.

Sobre as pretensas “aparente inactividade” e “ausência de comunicados ou


posições do PSD de Lagos em relação à gestão socialista” argumentadas na sua
pergunta, recordo-lhe que na Comissão Política a que presido, e neste momento
em que ainda vamos a meio do nosso actual mandato de dois anos,
continuamos a seguir a nossa própria agenda política. Era só o que faltava
termos a nossa agenda marcada pelo PS.
De facto, temos o nosso próprio meio de comunicação, emitimos e
continuaremos a emitir mais comunicados e notas de imprensa que colocamos
no nosso blogue e que distribuímos em papel ao público em geral. Outra coisa
é a difusão nos chamados “grandes media” regionais e nacionais que, vá-se lá
saber porquê, pura e simplesmente não os difundem. Veremos o que acontece
no futuro.

Repare e registe que já concretizámos praticamente a totalidade dos cinco


pilares ou objectivos que anunciámos e que os nossos militantes sufragaram
muito claramente e com uma historicamente reduzida abstenção.
Para todos os eleitores que não o saibam, ou que ainda não tiveram
oportunidade de visitar a nossa sede na Rua Soeiro da Costa, recordamos que o
espaço foi totalmente restaurado e remodelado.
Foi um trabalho muito duro e exigente, feito rapidamente em pleno Verão,
quando muitos desfrutavam as suas merecidas férias.
Sem desfazer em nenhuma das comissões políticas anteriores, o PSD dispõe
hoje em Lagos de uma estrutura que considerámos prioritária e essencial para
uma acção política efectiva e mais participada, em sintonia muito próxima com
a nossa tão complexa realidade local, vivida pelos nossos militantes e, de um
modo geral, por todos os eleitores de Lagos sem exclusão. É um espaço de
trabalho muito digno e funcional, que já foi reconhecido interna e externamente
como um dos melhores do PSD no Algarve.
Passámos a estar abertos aos militantes e público em geral três vezes por
semana, ao serviço da democracia e do debate político no nosso concelho.
Implementámos uma iniciativa inédita em Lagos: ao segundo sábado de cada
mês desloca-se ao renovado espaço da nossa sede a Deputada à Assembleia da
República Antonieta Guerreiro, eleita pela Região do Algarve, para
atendimento ao público em geral.
Também a adesão de novos militantes continua a bom ritmo e conduzirá à
reactivação das estruturas concelhias dos TSD e JSD no corrente ano.

Internamente, vivemos politicamente em unidade e respeito pela população do


concelho que queremos servir sempre melhor e pela História do PSD/Lagos,
sem contudo abdicarmos de vincar que o comando e a coordenação política da
acção do partido é, por definição, uma atribuição dos órgãos eleitos e não de
quaisquer tendências internas que sempre existem em todas as formações
políticas.

Estamos unidos, mas não somos uma estrutura de pensamento único. E ainda
bem porque, para nós, a unicidade de pensamento político não faz parte da vida
democrática.

De resto, é para nós muito claro que os partidos políticos não existem apenas
para concorrer a eleições ou para serem meros veículos “clubistas” para o
desenvolvimento de ambições pessoais. Para nós, e é assim que funcionamos,
têm que trabalhar permanentemente ao serviço das populações que têm
imperativamente que servir e que são a razão de ser da sua existência.
É por isto mesmo que nos batemos e continuaremos a bater no futuro,
continuando a pugnar por dar voz aos protagonistas da realidade local para
resolver os problemas concretos com que a nossa comunidade se debate e tem
que ultrapassar.
Registe-se também que nós não deixamos de ser cidadãos por sermos
militantes do Partido Social Democrata nem sequer por alguns de entre nós
trabalharmos na Câmara Municipal de Lagos. O que, antes pelo contrário, nos
responsabiliza ainda mais como cidadãos, pela confiança política e pública que
em nós foi depositada em tempos tão difíceis.

No PSD/Lagos, acompanhamos presencialmente os nossos autarcas eleitos nas


assembleias municipais e de freguesia, assim como realizamos frequentemente
as respectivas reuniões de coordenação política.
Estes são sinais muito claros para todos os Lacobrigenses de que estamos no
caminho certo para, com muito realismo e segurança, ganharmos um Futuro
melhor para toda a população do nosso concelho.

LA: Recordamos, a título de exemplo, que o socialista Adelino Soares era


funcionário da Câmara de Vila do Bispo e não se coibiu de travar luta
intensa com o presidente da Câmara da Vila, até à vitória nas últimas
autárquicas destronando Gilberto Viegas.
Poderemos ter a versão Lagos de um funcionário a ganhar eleições
autárquicas?
RA: Subsistem problemas comuns aos três municípios das “Terras do
Infante”para resolver através de soluções que também podem e devem ser
comuns e para os quais temos ideias muito claras. Mas compreenderá que, com
todo o respeito pelos militantes sociais-democratas e eleitores de Vila do
Bispo, assim como pelo nosso companheiro Gilberto Viegas e pelo
Litoralgarve, não nos pronunciemos aqui sobre a vida política de outra
realidade que não a do nosso Concelho de Lagos.

Quanto à sua formulação de termos “a versão Lagos de um funcionário a


ganhar eleições autárquicas”, compreendo o que está subjacente à sua pergunta,
mas a única coisa que lhe posso assegurar neste momento é que o PSD
apresentará uma equipa ganhadora a todos os Órgãos do Município de Lagos
nas próximas eleições autárquicas. Para resolver Lagos.
Para resolver problemas e para voltar a dotar o concelho de factores que
contribuam para o incremento da liquidez das famílias e das empresas. Porque
somos e seremos cada vez mais evidentemente parte da solução, mas também
porque não tendo o PSD qualquer cargo executivo em qualquer órgão
autárquico nos mais recentes órgãos municipais, não somos nem queremos ser
parte do problema.
Nós somos parte da solução porque sabemos como resolver Lagos. Os
Lacobrigenses em geral e o PS em particular já o sentem, mas não nos
deixamos iludir com convites envenenados. Se o fizéssemos, perderíamos a
legitimidade para apontar erros e injustiças com que o executivo PS castigou e
castiga toda a população do nosso concelho. Não é esse o nosso caminho.
Como bem diz o nosso povo, quem comeu a carne que roa os ossos. Mas não
os nossos porque, apesar de estarmos temporariamente em minoria, não
permitiremos que tal aconteça.

Quanto ao facto de eu exercer a minha profissão de economista como quadro


da CML, é óbvio e reconhecido por todos que sei distinguir muito bem os dois
diferentes estatutos pessoais: o profissional e o político. Pauto-me a todo o
momento pela lealdade e pelo respeito, quer pelas hierarquias profissionais,
quer pelos meus concidadãos e militantes do PSD/Lagos no que se prende com
o papel político que abracei com a generosidade que todos reconhecerão.
Gosto da frontalidade e da objectividade na acção política, mas desagrada-me
bastante a frequência com que resvala tão frequentemente para o ataque
pessoal gratuito. Sou pela Política das Ideias e das Soluções e o ataque pessoal
não integra de todo a minha postura política.

De resto e ainda a quase 3 anos desse momento, se nada de imprevisível


ocorrer que leve à antecipação de eleições nos termos da Lei, não me incluo
nem me excluo em qualquer iniciativa eleitoral. Embora existam muitos nomes
que alguns já pretendem testar, não tenho tempo para perder com a elaboração
de cenários e considero que todas as coisas nesta vida têm os seus tempos
próprios.
Da minha parte, preocupo-me apenas em cumprir o programa eleitoral com que
a lista que lidero foi eleita pelos militantes do PSD/Lagos e estamos muito
alerta para a gravíssima realidade que o país em geral e Lagos em particular
atravessam. Embora não o tenhamos divulgado, aproveito para informar que
temos no nosso partido há cerca de 6 meses um Gabinete de Crise, que reporta
directamente a mim. Tomei esta iniciativa porque entendo que todos somos
poucos para defender a nossa população dos flagelos que nos assolam como
comunidade local. Estamos muito atentos.
Voltando à questão que colocou, acrescento que seria totalmente extemporâneo
e incompreensível que a um ano das eleições internas, eu viesse agora anunciar
e eventualmente condicionar em 2011 o trabalho político do partido previsto
para 2012 e 2013.
LA: Conjecturas à parte, o PSD empenhou-se em apresentar uma sede
renovada e no passado mês de Dezembro levou a efeito um conjunto de
iniciativas que deram maior visibilidade a esta comissão política. Neste
início de 2011, teremos mais novidades por parte do PSD de Lagos?

RA: Ora ainda bem que reconhece serem conjecturas, aliás sem sentido como
tentámos expor com a clareza necessária e suficiente para iluminar algumas
confusões com que periodicamente nos tentam desmotivar, mesmo sabendo
que tal é impossível. Adiante.

Neste início de 2011, e muito resumidamente, gostaria de informar que foi


formada em devido tempo a equipa de militantes que irá reunir as vontades
pessoais necessárias para formarmos o Gabinete de Estudos do PSD/Lagos, no
qual participarão concidadãos de diversas áreas profissionais, alinhados ou não
em termos partidários. Mais uma vez repito que os critérios relevantes para a
sua escolha são o mérito, a consciência social e o espírito de serviço público.
Esta estrutura terá por missão organizar conferências e debates temáticos
abertos ao público, estando também previstas acções de formação política e a
edição de documentos de trabalho em diversas áreas de interesse para o
Concelho de Lagos.

Por outro lado, a questão do pluralismo na comunicação social chegou ao


ponto que todos conhecemos em Lagos. Sabemos que tem que evoluir, tem que
mudar, e vai mudar se todos quisermos. Da nossa parte, estamos a trabalhar no
sentido de dar um contributo que pode ser decisivo nesse sentido e no decurso
do corrente ano de 2011: uma newsletter em formato electrónico e um boletim
em papel para distribuição gratuita. E, se os meios e protocolos de colaboração
de que dispomos o permitirem, uma boa surpresa que não irei, por ora, revelar.

Continuaremos a trabalhar activamente com os nossos autarcas eleitos e, como


já antes referi, o trabalho de reactivação da JSD e dos TSD em Lagos, que está
a evoluir a bom ritmo, irá frutificar de modo a que estes núcleos locais possam
desenvolver as suas actividades na defesa dos seus interesses específicos e ao
serviço da democracia em Lagos.

Finalmente, e sem esgotar o tema das novidades para 2011, gostaria de


assinalar que a Deputada Antonieta Guerreiro, eleita pelo Algarve, manterá
aberto um muito valioso canal político entre todos os eleitores do Concelho de
Lagos e a Assembleia da República, disponibilizando as tardes dos segundos
sábados para atendimento público na nossa sede que, posso aqui adiantar hoje,
iremos inaugurar oficialmente com a presença de uma personalidade de
projecção nacional do nosso partido.

LA: Para além da subida de impostos e de taxas municipais, recentemente,


num espaço de duas semanas, o executivo liderado por Júlio Barroso
aumenta a água, retira os sacos de lixo e aumenta o tarifário da ONDA.
Qual a posição do PSD sobre estas medidas?
RA: Como é evidente, a nossa posição só pode ser de estranheza e repúdio. São
detalhes importantes de uma fotografia maior e mais grave, mas são apenas
detalhes sobre os quais não pretendemos demagogicamente praticar o
infelizmente tão difundido oportunismo.
Quanto aos “sacos do lixo” registamos a implícita consideração deste
investimento ambiental pelo PS como supérfluo. O que vem, mais uma vez e
após episódios diversos, apenas reconfirmar a já conhecida insensibilidade e o
desrespeito socialista pelo ambiente no nosso concelho. Fica neste detalhe por
apurar se os custos adicionais em que a autarquia incorrerá para recolha de lixo
pelo facto de ter eliminado a distribuição gratuita de sacos aos utentes não será
superior ao custo dos próprios sacos... Falarão também aqui os números, já que
tão pouco falam já as desiludidas gentes da nossa terra.
Relativamente à ONDA, constata-se a opção errada pelo tipo de combustível
pelo qual os socialistas optaram no momento da decisão do investimento, já
para não falar no modelo de exploração adoptado.
E se os preços do petróleo nos mercados subirem ainda mais? Será a culpa,
também neste caso, dos mercados internacionais ou do executivo absolutista do
PS em Lagos, precisamente o mesmo que decidiu aquilo de que agora se
queixa e que, no desespero político e financeiro, decidiu castigar os utentes
com mais um aumento de tarifas?

LA: Entretanto, houve uma reorganização de serviços e a vereadora


Livónia Xavier deixou de exercer o cargo a tempo inteiro. O PSD tem
outras propostas e mais soluções para combater a crise financeira em que
mergulha a Câmara de Lagos?
A questão que me coloca pode induzir a uma imprecisão que importa
esclarecer. Como é do conhecimento geral, a vereadora que refere não passou a
exercer a vereação a tempo parcial, foi exonerada sob o pretexto louvável da
redução de custos. Acontece que a mesma pessoa foi nomeada administradora
da Futurlagos, com remuneração equiparada à da vereação. Portanto, não só
não existe qualquer redução de custos para a autarquia.
Mas, como se isso não bastasse, o ilusionismo socialista irá ainda mais longe,
como certamente teremos oportunidade de confirmar em 2011. É que, como a
vereadora saiu do órgão Câmara Municipal, deixou um lugar em aberto,
criando-se assim mais uma “base” para o passe de mágica seguinte que o
fragmentado e diminuto PS local ensaia e testa, mas que só o desespero político
pode justificar perante a impossibilidade legal de um quarto mandato do actual
presidente.

Da nossa parte, apenas podemos esperar que ao menos os Lacobrigenses


julguem politicamente no futuro as consequências do logro político evidente
em que caíram. Para nós, e como afirmámos quanto ao caso do Refeitório
Social, o PS em Lagos não só rasgará muitos mais compromissos eleitorais até
ao final do último mandato de Júlio Barroso, como tentará ainda recompor-se
com substituições de última hora, de modo a ensaiar pretensas “mudanças” que
permitam perpetuar o poder socialista em Lagos. Da nossa parte, trabalhamos
sem esmorecimentos porque confiamos nos eleitores de Lagos.

É realmente notável que ainda a três anos das próximas eleições autárquicas e
com a situação gravíssima que o Concelho de Lagos vive, o PS ande a ensaiar
estratégias eleitorais para perpetuar interesses minoritários e até pessoais em
vez de agir sobre a origem estrutural dos complexos problemas que criou com
a sua gestão política em Lagos.
São situações destas que são bem ilustrativas do que não pode nem deve ser a
Política e que demonstram sem margem para dúvidas quais são os verdadeiros
níveis de consciência social e de espírito de serviço público com que o PS
brindou e brinda as populações do Concelho de Lagos. Para além do evidente
desrespeito pela inteligência e pelo dinheiro dos Lacobrigenses, como os
autarcas eleitos pelo PSD têm afirmado nos locais próprios, foi essa a porta que
a “transferência” da referida vereadora abriu.

Pergunta-me se o PSD tem outras propostas e mais soluções para combater a


crise financeira em que o PS mergulhou a Câmara de Lagos. Bem, propostas
apresentámos nós mais de uma centena no nosso último programa eleitoral que,
como todos se recordam, foi distribuído uma semana antes do programa
socialista. Como já lhe referi, algumas até já foram copiadas pelo executivo PS,
o que registámos com agrado. Pena é que não tenham sido entendidos nem o
alcance financeiro, nem a estratégia que a elas estavam associadas. Mas como
aquelas nossas propostas eleitorais são agora ainda mais actuais e são públicas
há mais de um ano, naturalmente que sugerimos ao executivo que as releia com
mais atenção e sem clubite política. Lagos agradecerá.
Para terminar quero, em nome do PSD/Lagos, desejar a todas as cidadãs e
todos os cidadãos de Lagos um ano de 2011 que seja o melhor possível, com
saúde e paz.

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