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Escola Superior De Enfermagem De Coimbra

Miguel Francisco Trindade Lopes Nº 27011024


Pneumologia B - HUC

FICHA DE LEITURA

TEMA: Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)

RAZÕES DA PESQUISA:

O motivo pelo qual realizei a seguinte ficha de leitura deveu-se ao facto de


existirem no serviço de pneumologia B doentes com DPOC. Com o intuito de
querer saber mais do que aquilo que tinha sido ensinado em contexto de
sala de aula e aprofundar os meus conhecimentos nesta área li dois artigos
sobre este tema, no qual houve um complemento de informação entre os
artigos.

SÍNTESE:

A DPOC define-se como um estado de doença caracterizado por uma


limitação do fluxo de ar que não é completamente reversível. A limitação do
fluxo aéreo é geralmente progressiva e associada a uma resposta
inflamatória anormal dos pulmões.

O factor de risco que contribui mais para o aparecimento da DPOC, é sem


dúvida o tabagismo. O uso do cachimbo e o consumo de charutos, assim
como o tabagismo passivo aumentam o risco de aparecimento da DPOC,
mas não tão acentuadamente como o consumo de cigarros.

Existem ainda outros factores de risco como, a poluição atmosférica, pó de


cimento, poeiras dos cereais, entre outros.

A DPOC é constituída por três manifestações de doença, que são a


bronquite crónica, enfisema e asma.

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A bronquite é definida clinicamente como a presença de tosse produtiva, é


ainda caracterizada por edema e inflamação com hiperplasia das células
produtoras de muco.

O enfisema é caracterizado por destruição das unidades pulmonares distais


ao nível dos septos alveolares e um aumento dos espaços aéreos distais.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da DPOC pode ser realizado através de:

• Espirometria;

• Radiografias do tórax;

• Análise de expectoração;

• Hemograma – o hemograma de ser avaliado para verificar se existe


evidência de eosinofilia, que pode ser sugestiva de uma bronquite
asmática;

• ECG – nos estádios avançados da DPOC, o ECG pode revelar aumento


das dimensões da aurícula direita e/ou hipertrofia ventricular direita;

• Nível do inibidor da alfa1-protease.

TRATAMENTO

O tratamento começa com a educação do doente. Os objectivos desta


abordagem devem incluir:

• Evitar s irritantes inalados;

• Abstinência tabágica;

• Vacinação contra a gripe e conta a doença pneumocócica;

• Falar da importância da aderência ao tratamento;

• Falar da importância da nutrição e exercício físico;

• Discussão com o doente de programas de reabilitação.

As técnicas de respiração adequada podem melhorar as trocas gasosas e


diminuir a dispneia. A respiração através dos lábios semi-serrados melhora
os níveis de saturação do oxigénio. A respiração abdominal permite o
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relaxamento dos músculos acessórios e promove a sincronização da


musculatura abdominal e torácica.

Relativamente à nutrição, deve-se encorajar os doentes a comerem


refeições pequenas e frequentes, uma vez que as refeições abundantes
podem causar distensão abdominal prejudicando a função diafragmática.

TERAPÊUTICA MÉDICA INALATÓRIA

A via de administração inalada é preferida em relação às vias oral e


parentérica devido ao facto desta abordagem maximizar o efeito sobre os
tecidos alvo e minimizar os efeitos secundários indesejáveis. A terapêutica
inalada consiste nos agentes simpaticomiméticos e anti-colinérgicos. Dentro
dos simpaticomiméticos, os beta2-agonistas de acção rápida podem levar à
taquifilaxia, pelo que o enfermeiro deverá estar atento a esta situação e
comunicar ao médico, caso isto ocorra.

OUTRA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA

Existem outros fármacos que podem ser utilizados como por exemplo a
teofilina, corticosteróides, antibióticos. Todos os doentes com DPOC devem
ser vacinados contra a doença pneumocócica de 6 em 6 anos e contra a
gripe.

SUPLEMENTOS DE OXIGÉNIO

A terapêutica com suplementos de oxigénio melhora o tempo de


sobrevivência nos doentes com DPOC, se a sua utilização for contínua existe
um benefício ao nível da sobrevivência em relação à utilização de oxigénio
por alguns períodos.

CIRURGIA DE REDUÇÃO DO VOLUME PULMONAR

Esta cirurgia constitui uma opção de último recurso para doentes com DPOC
com enfisema grave. Esta cirurgia diminui os volumes pulmonares, melhora
a oxigenação e a qualidade de vida. Os doentes com indicação de cirurgia,
são os que apresentam enfisema pulmonar em estádio terminal com

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dispneia grave. Doentes com mais de 75 anos de idade, que mantiveram


hábitos tabágicos durante 3 a 6 meses anteriores, hipertensão pulmonar
grave, hipercápnia acentuada não têm indicação para serem submetidos a
uma cirurgia deste tipo.

TERAPÊUTICAS DUVIDOSAS

Embora não exista evidência que apoie a sua eficácia existem outras
terapêuticas que têm sido usadas na DPOC, como por exemplo:

• Hidratação (a menos que o doente se apresente desidratado);

• Corticosteróides inalados;

• Agentes mucolíticos;

• Supressores da tosse.

Contributos Para a Melhoria da Aprendizagem:

Após a realização desta ficha de leitura foram alguns os aspectos novos


aprendidos. Tinha conhecimento que o uso do cachimbo e o consumo de
charutos, assim como o tabagismo passivo aumentam o risco de
aparecimento da DPOC, no entanto não sabia que o consumo de cigarros é
o factor mais prejudicial para esta patologia.

Outro aspecto que aprendi foi uma técnica para desenvolver uma respiração
adequada, que consiste na respiração com os lábios semi-serrados. Esta
situação é não só importante para o doente com DPOC, mas também para
outros doentes com dispneia. Assim, quando alguma pessoa estiver com
dificuldades respiratórias eu já poderei aconselhar melhor o que esta deve
fazer.

Tomei ainda conhecimento que a administração da vacina contra a gripe e


contra a doença pneumocócica é importante no doente com DPOC, pois
previne sintomas mais gravosos para o próprio. Outro contributo para a
minha aprendizagem tem a ver com o facto de, através do Hemograma
poder ser avaliada a existência de eosinofilia, que pode ser sugestiva de
uma bronquite asmática. O ECG, nos estádios avançados da DPOC, pode
revelar aumento das dimensões da aurícula direita e/ou hipertrofia
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ventricular direita, esta foi outra situação que permitiu aumentar os meus
conhecimentos sobre o tema.

Não tinha conhecimento de haver uma cirurgia de redução do volume


pulmonar que podia ajudar os doentes com DPOC, mas com a leitura dos
artigos passei a conhecer mais uma área para ajudar estes doentes na sua
qualidade de vida.

Ao ler os artigos reparei na palavra hipercápnia, apesar de ser uma palavra


que deveria pertencer ao meu dicionário, não tinha o conhecimento da sua
definição. Fui pesquisar no livro de anatomia o seu significado (quantidade
de CO2 muito superior à normal). Neste ponto a leitura dos artigos foi
também muito importante.

BIBLIOGRAFIA

KANE, Gregory C.; GRAHAM, Marck G. – Uma abordagem baseada na


evidência da DPOC. Patient Care. ISSN 0873-2167. Nº 93 Maio 2004, p.
58-70.
PENNACHIO, Dorthy – O desafio da DPOC Estratégias terapêuticas que
funcionam. Patient Care. ISSN 0873-2167. Nº 20 Outubro 1997, p. 37-50.

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