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Faculdade de São Bernardo do Campo

Engenharia Química - 2°Semestre

Reação dos Metais Alcalinos Terrosos – Primeira Parte


Reação dos Metais Alcalinos Terrosos - Segunda Parte

Alan Paião Salgado


Gustavo Teixeira
Joelton Souza Santos
Marco Tadeu Feliciano
Roberto Panini

Docentes Prof. Dra. Márcia Guekezian


Prof. Mestre Djalma de Mello

São Bernardo do Campo

2010
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1 – Objetivo dos Experimentos

1.1 - Primeira Parte

1.1.1– Conhecer as propriedades redutoras do magnésio;


1.1.2– Observar o comportamento de óxidos e hidróxidos de Mg e Ca quando adicionado fenolftaleína;
1.1.3 - Observar o comportamento dos sulfatos de metais alcalinos quando adicionado ácido sulfúrico;

1.2 – Segunda Parte

1.2.1 – Observar reações de metais alcalinos com carbonato de sódio;


1.2.2 – Observar reações de metais alcalinos com sulfito de sódio;
1.2.3 – Realizar a identificação simultânea dos íons carbonato e sulfito em uma mesma amostra;
1.2.4 – Realizar teste de chama por via seca.

2- Introdução

Os metais alcalino-terrosos representam o grupo IIa da tabela periódica. Esse grupo representa
o berílio (Be), magnésio (Mg), cálcio (Ca), estrôncio (Sr), bário (Ba) e rádio (Ra). São
caracterizados pela configuração eletrônica da camada de valência ns2, onde “n” é o número
quântico principal (número do período). O termo “terrosos” no nome do grupo é da época da
alquimia, onde os alquimistas medievais, chamavam as substâncias que não se fundiam e não
sofriam transformações com o calor (com os meios de aquecimento da época), de “terrosos”.
Esses elementos, são metais e apresentam uma alta reatividade para ocorrerem livres na
natureza. Ocorrem sob a forma de compostos, como cátions +2.

Com exceção do berílio, os elementos desse grupo são todos metais típicos. Eles são bons
condutores de calor e eletricidade, porém são metais mais duros, mais densos e se fundem a
temperaturas mais altas do que os metais alcalinos. Evidentemente, o elétron adicional de
valência por átomo torna a ligação metálica mais forte e os retículos cristalinos desses metais
tornam-se mais rígidos do que os dos metais alcalinos. O berílio e o magnésio possuem retículo
hexagonal de empacotamento denso; o cálcio e o estrôncio formam estruturas cúbicas de faces
centradas, à temperatura ambiente; e o bário se cristaliza numa estrutura cúbica de corpo
centrado. Todos esses elementos apresentam brilho metálico, embora o berílio tenha cor cinza
escuro.

Os metais alcalino-terrosos ocorrem espalhados na crosta terrestre na forma de carbonatos,


silicatos, fosfatos e sulfatos. O magnésio e o cálcio são os mais abundantes; montanhas inteiras
são constituídas de calcário, CaCO3, e dolomita, CaMg(CO3)2. O magnésio também é encontrado
nos oceanos. O berílio é relativamente escasso, sem mineral mais comum é o berilo Be3Al2Si6O18,
que algumas vezes é encontrado na forma de gemas, como a esmeralda. O estrôncio e o bário
são relativamente raros, ocorrendo, principalmente, como carbonato e sulfato, respectivamente.
O rádio é extremamente raro e é encontrado em minerais de urânio, como na pechblenda, na qual
é formado como resultado do decaimento radioativo do urânio.

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3 – Parte Experimental

3.1 - Materiais, Equipamentos e Reagentes


• 12 tubos de ensaio
• 2 pinças de madeira
• 1 pinça de metal (tenaz)
• 1 proveta de 50 mL
• 1 béquer de 250 mL
• 1 cápsula de porcelana de 10 mL
• 1 bagueta
• 1 espátula
• 1 cadinho de porcelana de 50 mL
• 1 bico de Bunsen
• 1 tripé de ferro
• 1 tela de amianto
• 2g de magnésio em fitas e aparas
• 5 mL de ácido clorídrico 0,5M
• Fenolftaleína
• 3g de carbonato de cálcio
• cloreto de magnésio 0,1M (gotas)
• cloreto de cálcio 0,1M (gotas)
• cloreto de bário 0,1 M (gotas)
• cloreto de estrôncio 0,1M (gotas)
• ácido sulfúrico 0,1M (gotas)
• carbonato de sódio (sólido) marca Aldaz
• sulfito de sódio (sólido) marca Vetec
• nitrato de cálcio (sólido)
• nitrato de bário (sólido)
• nitrato de estrôncio (sólido)
• nitrato de cálcio 0,5M (gotas)
• nitrato de bário 0,5M (gotas)
• nitrato de estrôncio 0,5M (gotas)
• ácido sulfúrico 2M (gotas)

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4 – Procedimento

4.1 – Primeira Parte

4.1.1 – Propriedades Redutoras do Magnésio

a) Colocou-se aparas de magnésio em dois tubos de ensaio. Ao primeiro adicionou-se 5 mL de


água e 2 gotas de fenolftaleína. Ao segundo adicionou-se 5mL de HCl 0,5M.
b) Aqueceu-se fitas de magnésio, uma a uma, em fogo direto com o auxílio do bico de bunsen e
depositou-se o resíduo da queima em uma cápsula de porcelana.
c) Separou-se o produto obtido para utilização no ensaio seguinte.

4.1.2 – Óxidos e hidróxidos de Mg e Ca

a) Adicionou-se um pouco de água destilada à cápsula que contém o óxido de magnésio obtido na
primeira experiência (item 1b). Agitou-se com uma bagueta de vidro e adicionou-se gotas de
fenolftaleína. Observou-se a coloração da solução.
b) Aqueceu-se num cadinho de porcelana sob um triângulo de porcelana uma ponta de espátula de
carbonato de cálcio na chama do bico de bunsen por 30 (trinta) minutos. Assim que esfriou,
adicionou-se um pouco de água ao cadinho, agitou-se com uma bagueta e colocou-se algumas
gotas de fenolftaleína. Observou-se a cor da solução.

4.1.3 – Sulfatos dos Metais Alcalinos

Colocou-se em quatro tubos de ensaio, respectivamente: 5mL de solução 0,1M de cloreto de


magnésio, cloreto de cálcio, cloreto de estrôncio e cloreto de bário. Adicionou-se a cada um
deles 1mL de solução de ácido sulfúrico 0,1M. Observou-se quais sais formaram precipitados.

4.2 – Segunda Parte

4.2.1 – Reações dos metais alcalinos com carbonato de sódio

a) Reação com cloreto de bário:


Colocou-se 10 gotas de carbonato de sódio em um tubo de ensaio e adicionou-se cloreto de
bário até a formação de um precipitado branco. Adicionou-se ácido clorídrico 6M. Verificou-se
se o produto era solúvel e o que ocorreu.

b) Reação com nitrato de Cálcio:


Colocou-se 10 gotas de carbonato de sódio em um tubo de ensaiou e adicionou-se nitrato de
cálcio até a formação de um precipitado branco. Adicionou-se ácido clorídrico 6M. Verificou-se
se o produto era solúvel e o que ocorreu.

c) Teste com tubo em U:


Com o auxílio de dois tubos de ensaio interligados por meio de um tubo em U, adicionou-se 20
gotas de carbonato de sódio num tubo de ensaio (A). Em outro tubo de ensaio (B) adicionou-se
5
solução de hidróxido de bário (até que o tubo em U ficasse mergulhado na solução). No tubo
(A) que continha o carbonato de sódio sólido, adicionou-se, rapidamente, um jato de ácido
clorídrico 6M, fechando-o imediatamente com o sistema em U. A presença de uma solução
turva ou precipitado branco (tubo B) confirmaria íons de carbonato na amostra.

4.2.2 – Reações dos metais alcalinos com sulfito de sódio

a) Reação com cloreto de bário:


Colocou-se 10 gotas de sulfito de sódio em um tubo de ensaio e adicionou-se cloreto de bário
até a formação de um precipitado branco. Adicionou-se ácido clorídrico 6M. Verificou-se se o
produto era solúvel e o que ocorreu.

b) Reação com nitrato de cálcio:


Colocou-se 10 gotas de sulfito de sódio em um tubo de ensaio e adicionou-se nitrato de cálcio
até a formação de precipitado branco. Adicionou-se ácido nítrico 6M. Verificou-se se o produto
era solúvel e o que ocorreu. Em seguida, aqueceu-se o produto (na capela) e observou-se
novamente o que ocorreu.

c) Reação com permanganato de potássio:


Colocou-se 10 gotas de sulfito de sódio em um tubo de ensaio, adicionou-se ácido sulfúrico
diluído até acidificar o meio e permanganato de potássio. Observou-se possíveis alterações na
cor do permanganato.

4.2.3 – Identificação simultânea dos íons carbonato e sulfito em uma mesma amostra

Adicionou-se 10 gotas de carbonato e sulfito de sódio num tubo de ensaio (A). Em outro tubo
de ensaio (B) adicionou-se solução de hidróxido de bário até cobrir o tubo em U. No tubo (A)
adicionou-se 3 gotas de solução diluída de permanganato de potássio e, em seguida um jato de
ácido clorídrico 6 Mol/L, fechando-se imediatamente o sistema em U. Caso houvesse
descoloração do tubo (A) indicar-se-ia a presença de íons sulfito na amostra e, se o tubo B
formasse uma solução turva ou precipitado branco, indicar-se-ia a presença de íons carbonato.

4.2.4 – Teste de chama por Via Seca

Utilizando-se de um fio de platina ou liga de Ni-Cr limpo e chama oxidante de um bico de


bunsen, tocou-se com o fio metálico as soluções cujos cátions queriam-se identificar e colocou-
se a ponta do fio na região mais fria da chama oxidante, observando-se sua coloração.

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5 – Resultados e Discussões

5.1 – Primeira Parte

5.1.1 - Propriedades Redutoras do Magnésio

a) No primeiro tubo de ensaio não houve qualquer reação aparente. Já o segundo tubo, percebeu-se
reação devido formação de bolhas.
b) Observou-se uma chama brilhante durante a queima do Mg e a formação pó de cor branca de
óxido de magnésio.

5.1.2 - Óxidos e hidróxidos de Mg e Ca

a) Após adicionar-se fenolftaleína, observou-se que a amostra ficou com coloração violeta –
rosado.
b) Após reação, a amostra também se apresentou violeta-rosado.

5.1.3 - CaCl 2 + H 2 SO 4 Não reagiu / Não apresentou precipitado


SrCl 2 + H 2 SO 4 Ficou turvo / Não apresentou precipitado
BaCl 2 + H 2 SO 4 Ficou branco – leitoso / Apresentou precipitado
MgCl 2 + H 2 SO 4 Não reagiu / Não apresentou precipitado

5.2 – Segunda Parte

5.2.1 - Reações dos metais alcalinos com carbonato de sódio

a) Reação com cloreto de bário:


Reação com 10 gotas de carbonato de sódio e 8 gotas de cloreto de bário formaram precipitado
branco. Ao adicionar 2 gotas de ácido clorídrico 6M, a amostra ficou solúvel, ou seja, a amostra
ficou transparente com a presença de um pó branco no fundo do tubo.

b) Reação com nitrato de cálcio:


Reação com 10 gotas de carbonato de sódio e 2 gotas de nitrato de cálcio formaram precipitado
branco. Ao adicionar 2 gotas de ácido clorídrico 6M, a amostra ficou solúvel sem a presença de
nenhum produto no fundo do tubo de ensaio.

c) Teste com tubo em U:


Na medida em que o sistema era movimentado para frente e para trás, observou-se que o
conteúdo do tubo (B) ficou turvo, liberando CO 2 e formando um precipitado.

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5.2.2 - Reações dos metais alcalinos com sulfito de sódio

a) Reação com cloreto de bário:


Reação com 10 gotas de sulfito de sódio e 2 gotas de cloreto de bário formaram precipitado
branco. Adicionou-se até 6 gotas de ácido clorídrico 6M e nada ocorreu. Após aquecer o
conteúdo na capela durante 8 segundos o produto ficou solúvel e apresentou pó branco no fundo
do tubo de ensaio.

b) Reação com nitrato de cálcio:


Reação com 10 gotas de sulfito de sódio e 5 gotas de nitrato de cálcio formaram precipitado
branco. Adicionou-se então 5 gotas de ácido nítrico 6M e o produto ficou solúvel, porém com a
presença de um pó branco no fundo do tubo. Após aquecer o conteúdo na capela durante 13
segundos o produto permaneceu transparente, porém sem a presença de pó branco no fundo do
tubo de ensaio.

c) Reação com permanganato de potássio:


Reação com 10 gotas de sulfito de sódio e 15 gotas de ácido sulfúrico diluído para acidificar a
amostra. Com 4 gotas de permanganato de potássio o produto descoloriu.

5.2.3 - Identificação simultânea dos íons carbonato e sulfito em uma mesma amostra

O tubo (A) descoloriu e o tubo (B) ficou turvo e precipitou, indicando a presença de íons de
sulfito e íons de carbonato na amostra.

5.2.4 - Teste de chama por Via Seca

Teste de chama Ba:


Apresentou chama verde-amarelado
Teste de chama do Ca:
Apresentou chama vermelho-tijolo
Teste de chama do Sr:
Apresentou chama vermelho-carmin

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6 – Conclusão

Concluímos que os metais alcalino-terrosos são agentes redutores poderosos. De fato, com
exceção do berílio e magnésio, esses elementos são agentes redutores tão bons quanto os metais
alcalinos. Isto pode parecer surpreendente em vista da alta segunda energia de ionização dos
átomos dos metais alcalino-terrosos. O efeito estabilizante da energia de hidratação elevada dos
íons 2+ quase compensa esse fato; entretanto, os potenciais de redução padrão do Ca, Sr e Ba
são praticamente os mesmos correspondentes do grupo Ia da tabela periódica. Os valores
menores para os elementos são mais leves do grupo IIa, Be e Mg, são conseqüência das suas
energias de ionização.

Com exceção do berílio, os metais alcalino-terrosos (M) reagem com água formando hidrogênio:
M(s) + 2H2O → M2+(aq) + H2(g) + 2OH-(aq). Entretanto, a reação com magnésio é muito lenta,
devido ao fato de que esse elemento forma rapidamente uma camada fina, protetora de MgO, que
efetivamente dificulta a reação com muitas substâncias, especialmente à temperatura ambiente.

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7 – Bibliografia

NEHMI Victor A. Química Geral e Atomístisca, Ed. Disal, 1990 – São Paulo
RUSSEL John B. Química Geral, Ed. Makron Books.
JONES, Loretta; ATKINS, Peter. Princípios de Química - Questionando a Vida Moderna e o
Meio Ambiente - 3 ª Ed.

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