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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

COMPARATIVO ENTRE ISOLANTES TÉRMICOS PARA COBERTURAS


DO TIPO MANTA DE ALUMÍNIO E TELHADO VERDE (GREENROOF)

por

Alexandre Leal Camilo


Ricardo Tonial
Daniel Bombassaro
Fernando Xavier

Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas

Porto Alegre, 24 de junho de 2008.


ii

Comparativo entre isolantes térmicos para coberturas do tipo manta de alumínio e telhado
verde (greenroof)

RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de comparar a eficiência do isolamento térmico


gerado pelo uso de isolantes térmicos para coberturas do tipo manta de alumínio e cobertura
verde (GreenRoof) em edificações. Tal comparação é feita em termos do aquecimento do ar
interior de uma caixa em forma de cubo quando esta é submetida a uma fonte de radiação
incidente em sua face superior. Para a medição da temperatura do ar no interior da caixa é
utilizado um termistor do tipo NTC de 10K-ohms. A aquisição dos dados é realizada através do
sistema de aquisição HP34970A Multiplex e um software adequado. Após a realização da análise
verifica-se que ambos os tipos de isolamentos fornecem resultados semelhantes e não
conclusivos. Indicando que tal análise de comparação não fornece resultados satisfatórios em
laboratório.

PALAVRAS-CHAVES: isolantes, temperatura, Telhado Verde, GreenRoof, manta de alumínio,


radiação.

ABSTRACT

The present paper aims at evaluating the efficiency of thermal insulation by the use of
thermal insulation shields using aluminum and green coverage (GreenRoof) in buildings. This
comparison is made in terms of heating the air inside a box in the shape of a cube when it is ex-
posed to a source of radiation incident on its upper surface. To measure the air temperature in-
side the box is used a NTC sensor. The data acquisition is achieved through by using an
HP34970A Multiplex system and appropriate software. After the analysis it appears that both
types of insulation provide similar results and not conclusive analysis. Indicating that such a
comparison does not provide a satisfactory result in laboratory.

KEY-WORDS: insulation, GreenRoof, aluminun insulation, temperature, radiation.


iii

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 4
3. CONSTRUÇÃO DO EXPERIMENTO .............................................................................. 6
4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS................................................................................. 10
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 12
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 12
4

1. INTRODUÇÃO

O isolamento térmico de coberturas em muitos casos constitui um fator de grande


importância para a redução da carga térmica em edificações. A utilização de isolamentos em
coberturas torna-se um fator importante a ser considerado. Existem atualmente no mercado
diversos sistemas isolantes para coberturas de edificações onde entende-se por cobertura os
diversos tipos de telhados e lajes presentes em edificações. Neste trabalho é feita uma
comparação em laboratório entre o comportamento térmico de um isolante do tipo manta de
alumínio e outro do tipo Telhado-Verde aplicados a uma caixa em forma de cubo irradiada em
sua cobertura por uma fonte de radiação proveniente de uma estufa caseira.
A utilização de uma cobertura vegetal do tipo telhado verde (GreenRoof) pode constituir
uma boa alternativa para se atingir tal objetivo, além de ser uma alternativa ecológica
aumentando os espaços verdes em grandes cidades.
A utilização de mantas de alumínio já é bastante conhecida e apresenta alta eficiência
diminuindo grandemente a carga térmica em edificações.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Cobertura verde, ajardinada, telhados vivos ou ecológicos é toda a estrutura de telhado ou


cobertura que agrega em sua composição, uma cama de solo e outra de vegetação, uma vez que
seu sistema construtivo se aplica a uma técnica de aplicação de camadas (Peck, 1999).
Em estudo de aplicação de plantas para telhados vivos em cidades de clima tropical, Laar
(2001) analisou algumas espécies de plantas e identificou Portulaca grandiflora, Tradescantia
pallida, Asparagus desiflorus e Senico confusus dentre aquelas que apresentam melhores
condições de adequação. A Figura 1, abaixo, exemplifica o uso de coberturas verdes em
construções.
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Figura 1 - Exemplo de utilização de coberturas vegetadas (Fonte: www.ecotelhado.com.br em


01/07/2008)
A cobertura vegetada é normalmente constituída por três camadas, uma membrana anti-
raíz, um substrato e a vegetação. Em alguns casos se faz necessário a impermeabilização com
manta asfáltica (fonte http://www.ecotelhado.com.br). A membrana utilizada é constituída por
um filme de material polimérico que evita a proliferação das raízes. O substrato serve para fixar
a vegetação e reter água. A Figura 2 abaixo exemplifica sua montagem.

Figura 2 - Exemplo de montagem.

Mantas de alumínio são constituídas em sua face não exposta por poliéster ou filme de
polietileno de alta densidade coberta por um filme de alumínio de alta capacidade de reflexão em
sua face exposta, (fonte http://www.lwart.com.br). Abaixo, na Figura 3, um exemplo de uma
manta isolante térmica com película de alumínio.
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Figura 3 - Exemplo de manta com filme de alumínio

Radiação térmica é a radiação de natureza eletromagnética emitida por um corpo. Todo


corpo que não esteja a uma temperatura igual ao zero absoluto emitirá radiação térmica. Um
corpo também recebe este tipo de radiação do meio que o cerca. Para um corpo que possua
temperatura diferente do meio, ele irá perder mais energia do que recebe se possuir maior
temperatura que o meio ou, ao contrário, receberá mais energia se tiver menor temperatura. Isto
ocorrerá até que seja atingido um estado chamado de equilíbrio térmico. Neste estado, as taxas
de emissão e absorção de energia são iguais (Incropera e deWitt, 2003).

3. CONTRUÇÃO DO EXPERIMENTO

Foi construída uma caixa em forma de cubo de 0,6m de lado feita a partir de chapas em
MDF de 6mm de espessura com a finalidade de confinar ar em um volume definido como mostra
a Figura 4 abaixo.
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Figura 4 - Caixa em MDF

Um termistor do tipo NTC (Negative Temperature Coefficient) com uma resistência de


10K-ohms a 25ºC, podendo operar em uma faixa de -50 a 120ºC com exatidão da medida de
0,3ºC foi inserido na caixa com a finalidade de se fazer as medidas de temperatura do ar no seu
interior. Tal termistor apresenta um comportamento bastante não linear, diminuindo sua
resistência com o aumento da temperatura Seu comportamento não linear pode ser representado
pela Equação 1, abaixo:

    , (1)

onde R é a resistência em Ohms, T a temperatura em ºC, A e B são constantes.

Na Figura 5, pode-se ver o termistor utilizado.


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Figura 5 - Termistor NTC utilizado no experimento

A calibração do termistor foi realizada utilizando-se um termômetro de bulbo em vidro


como referência com precisão de 0,1ºC. Para tanto, o termistor e o termômetro em vidro foram
colocados em um banho de água com temperatura controlada e variou-se a temperatura do
mesmo. O termistor NTC foi então ligado a um aquisitor de dados HP34970A Multiplex e
juntamente com o software Agilent BenchLink Data Logger medidas de temperatura da água no
banho foram coletadas. As medidas coletadas pelo aquisitor de dados e visualizadas no
termômetro em vidro podem ser vistas na Tabela 1, abaixo:

Tabela 1 – dados da calibração


Temperatura lida no Temperatura lida
Termômetro de Bulbo [ºC] no HP34970A [ºC]

20 19.63
22 21.68
24 23.40
26 25.84
28 27.91
30 29.91
32 31.94
34 33.66
36 35.80
38 38.07
40 40.11
42 42.20
44 44.36
46 46.44
48 48.47
51 51.52
Foi realizado, então, um ajuste dos dados utilizando-se o software Curvefit gerando-se uma
reta de ajuste, como vista na Equação 2, abaixo:
9


  
   (2)

Onde, y representa a temperatura corrigida em ºC e x a temperatura lida no aquisitor de


dados em ºC.

Aplicou-se o isolante do tipo manta de alumínio e do tipo cobertura verde na face superior
da caixa separadamente e está foi irradiada por uma fonte de radiação proveniente de uma estufa
caseira com duas resistências de 600W cada. A manta de alumínio utilizada tinha as seguintes
propriedade e características:

Tipo de colagem: Maçarico ou ligante


Espessura: 3mm
Absorção máxima de água: 3%
Refletância: 95%

A cobertura verde foi aproximada utilizando-se leivas de grama do tipo esmeralda e filme
de polietileno de baixa densidade pois a cobertura verde comercial possui maior espessura o que
poderia dificultar as medições de temperatura devido a sua inércia térmica.

As temperaturas foram medidas para um intervalo de tempo de 60 minutos com a estufa


ligada e mais 30 minutos com a estufa desligada. Podemos ver a montagem do experimento nas
Figura 6 e 7, respectivamente:
10

Figura 6 - Experimento com manta de alumínio

Figura 7 - Experimento com cobertura verde


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4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

As medidas de temperatura ao longo de um intervalo de tempo de 60 minutos podem ser


visualizadas na Tabela 2 para os dois casos:

Tabela 2 - Medidas de temperatura do ar no interior da caixa

Tempo [min.] Temp. no interior Temp. no interior Diferença de


da caixa [°C], manta da caixa [°C], temperatura entre
de alumínio cobertura verde os experimentos
[°C]
0 19.25128755 19.62561038 -0.37432283
5 19.39267579 19.46896441 -0.07628862
10 19.5798372 19.42115687 0.15868033
15 19.76699862 19.42624278 0.34075584
20 19.9836583 19.51066886 0.47298944
25 20.15352763 19.67240073 0.4811269
30 20.30101896 19.82497797 0.47604099
35 20.41697766 19.95314285 0.46383481
40 20.51360991 20.06910155 0.44450836
45 20.5970188 19.91550713 0.68151167
50 20.65703252 19.58899184 1.06804068
55 20.69263387 19.36724625 1.32538762
60 20.73128678 19.11396803 1.61731875
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Os resultados para a variação da temperatura ao longo do tempo podem ser vistos no


Gráfico1 abaixo:

21.5
Estufa é desligada em 60 minutos.
minutos
21
20.5
20
19.5
19
Temp. interior da caixa
18.5 [°C],
C], manta aluminio
18 Temp. interior da caixa
17.5 [°C],
C], cobertura verde
17
16.5

Gráfico 1 - Evolução da temperatura ao longo do tempo

Do gráfico acima notamos uma diminuição da temperatura do ar no interior da caixa no


intervalo de 0 a 15 minutos aproximadamente para o caso do experimento com a cobertura
cobertur verde,
efeito provavelmente ocasionado devido à evaporação da água presente nas leivas de grama
usadas como isolante. Após esse período de tempo a temperatura medida aumenta até o tempo de
40 minutos, onde a partir de então volta a decrescer.
decrescer Tal queda dee temperatura deveu-se a uma
grande variação da temperatura do ar no interior da sala (de 22,5°C para 16°C).
16°C)
Deve-se
se observar que no tempo de 60 minutos a estufa é desligada fazendo com que a
temperatura do ar medida no interior da caixa diminua.
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5. CONCLUSÃO

Houve uma significativa variação da temperatura no interior da sala durante a realização do


experimento com a cobertura vegetal como isolamento. Do gráfico acima nota-se que a variação
de temperatura total para ambos os casos não foi significativa, aproximadamente 1,5°C. Não foi
possível a obtenção de medidas confiáveis devido ao fato de que a temperatura do ar no interior
do laboratório onde o experimento foi realizado não ter permanecido aproximadamente
constante.
O experimento poderia ser melhorado isolando-se termicamente as laterais da caixa a fim
de se reduzir as perdas por convecção e provavelmente se atingir temperaturas mais elevadas em
seu interior. Melhor ainda, seria a confecção de modelos maiores e testados sob condições reais
por um longo período de tempo.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Incropera, F. P., Dewitt, “Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa”, 5ª Edição,


2003.
http://www.ecotelhado.com.br, em 22/06/2006.
http://www.lwart.com.br, em 22/06/2008.

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