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PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTOS

(10% a 20%)

1. Principais Fatores de Análise de Investimento

Quando o investidor procura a melhor opção para investir o que ele poupou,
está buscando uma alternativa de investimento que melhor combine os três
atributos básicos:

Rentabilidade
Liquidez
Segurança

É difícil encontrar os três atributos num mesmo investimento. O investidor terá


que optar pelo equilíbrio dos fatores que julgar mais importantes e de acordo
com o horizonte de tempo e objetivo do investimento.

Para decidirmos por qual das alternativas de investimento optar, comparamos


os ganhos esperados, normalmente avaliados pelo retorno do investimento,
que é o ganho ou (perda) total obtido sobre o investimento em um dado
período.

O retorno de um investimento pode se dar de duas formas:


Rendimentos  juros, dividendos; a soma de ambos com-
Ganho de capital  valorização de põe retorno total do
ativos (títulos/ações). investimento

A decisão de investimento

O processo de decisão sobre um investimento envolve várias fases, iniciando


pela análise das alternativas de investimento, passando pela avaliação e
comparação, e, por fim, chegando à decisão. O processo de decisão de
investimento visa selecionar a alternativa de investimento que melhor atende
aos objetivos do investidor.
Por meio da análise, busca-se determinar as características do investimento.
Na fase de avaliação, as características são avaliadas por critérios, tais como
retorno, liquidez e risco.
Em função da avaliação, o investidor seleciona a alternativa que melhor
atender aos seus objetivos.

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Rentabilidade

A rentabilidade de um investimento indica qual foi o ganho (ou perda) que o


investidor recebeu em um investimento num determinado período. Sem sombra
de dúvida, a rentabilidade é o fator mais atrativo de um investimento.

Rentabilidade Observada X Rentabilidade Esperada

Rentabilidade Observada  é o ganho obtido em uma operação no passado,


ou até o presente momento. É expressa normalmente em percentual. Esse tipo
de rentabilidade não é relevante.

Rentabilidade esperada  é o ganho que o investidor espera e acredita


receber num determinado período futuro.

Rentabilidade Absoluta X Rentabilidade Relativa

Rentabilidade Absoluta  pode ser expressa indicando certo percentual ou


certo montante em dinheiro. Exemplos: 12% no período; R$ 3000,00.

Rentabilidade Relativa  pode ser expressa a um índice comparando com


um benchmark (ponto de referência ou unidade padrão para estabelecer
comparações com a finalidade de saber se os demais produtos/serviços estão
acima ou abaixo em relação ao que serve como referência).

observada

absoluta

rentabilidade

relativa

esperada

Modo da rentabilidade ser expressa (abs/rel)

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O retorno obtido em um investimento é uma combinação dos
rendimentos recebidos (lucros, dividendos, juros) + o ganho de capital
(valorização de ações/títulos). O retorno pode ser considerado uma forma
de remuneração do investimento

Liquidez
Capacidade de transformar o investimento em recursos disponíveis novamente,
a qualquer tempo, por um preço justo (preço observado no mercado). O que
assegura a liquidez de um mercado é a presença constante de compradores,
dispostos a comprar um título (papéis vendidos pelo governo ou empresas ao
mercado financeiro para obter recursos financeiros; um título é como se fosse
um contrato de empréstimo, no qual o tomador do recurso faz uma promessa
de pagamento, à ordem da importância emprestada, acrescida de juros
convencionais estipulados no contrato [caso seja prefixado] e dos juros mais
correção monetária [caso seja pós-fixado]) ou valor mobiliário que o investidor
deseja vender.
Um mercado líquido é um mercado no qual os participantes podem
rapidamente realizar um grande volume de negócios, com pequeno impacto
sobre os preços dos ativos negociados.

Quanto maior o número de compradores dispostos a comprar um título


ou valor mobiliário que o investidor deseja vender, maior será a liquidez
de um mercado.

Investimentos que oferecem liquidez alta:


Fundos de Investimentos sem carência;
CDB DI com liquidez diária;
Ações (de primeira linha).

Investimentos que oferecem baixa liquidez:


Imóveis;
Fundos de Investimentos com carência;
Fundos de Investimentos fechados.

Risco
É a incerteza de alcançar certa rentabilidade esperada num dado período.
Risco está associado à rentabilidade de um investimento de forma inseparável.
Para obter maior rentabilidade, o investidor deverá estar disposto a assumir
riscos, o que não é o problema. O problema surge quando o risco não é
gerenciado, assumido sem o conhecimento ou entendimento do investidor. O
risco está presente, em maior ou menor escala, em todos os produtos de

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investimentos disponíveis no mercado. Os três principais riscos inerentes aos
investimentos financeiros são:

Risco de mercado (oscilações nos preços dos papéis por fatores


políico-econômicas);
Risco de liquidez (risco de não vender os papéis, ou vender por um
preço inferior ao justo);
Risco de crédito (risco de calote por parte do emissor).

Risco é a possibilidade da rentabilidade esperada não se confirmar.

2. Principais Riscos do Investidor

Risco de Mercado
Caracteriza-se pela oscilação no preço ou valor de mercado (preço que o
ativo atinge presentemente no mercado, com base na oferta e procura) de
títulos ou valores mobiliários que pode gerar perdas ou ganhos ao investidor.
A oscilação nos preços dos ativos pode ser causada por eventos ligados ao
mercado como um todo (notícias desfavoráveis no cenário político-econômico
nacional e/ou internacional) ou ao segmento econômico no qual a empresa
está inserida (desempenho do setor, basicamente).

2.1.1 Riscos de Mercado Externo


Os preços dos ativos podem ser influenciados também por eventos ligados ao
mercado externo. Alterações na política cambial, oscilações na taxa de câmbio,
mudanças no cenário macroeconômico, riscos geopolíticos (...) podem trazer
consequências para os preços dos títulos, provocando sua valorização ou
desvalorização.

Risco de oscilação no preço, ou seja, no valor de mercado do título ou


valor mobiliário.

[associar Risco Sistemático e não-sistemático, mais à frente]

2.2 Risco de Liquidez


Ocorre quando o investidor encontra dificuldade em vender seus papéis pelo
preço justo, isto é, dentro de parâmetros de mercado. O risco de liquidez pode
estar associado a:

Fatores de ordem política ou econômica, acarretando em menor volume


de dinheiro em circulação;

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Dificuldade de negociabilidade do título, como é o caso de imóveis e das
ações de “segunda linha” (menos negociadas).

No caso dos títulos de renda fixa, dois fatores alteram o nível de liquidez de um
título:
Deterioração na capacidade de pagamento do emissor;
Prazo muito longo até o vencimento.

Gerenciando Risco de Liquidez:


Encurtar o prazo médio dos títulos de renda fixa
Não deter grandes posições isoladas de determinados ativos e
emissores, procurando diversificar suas posições;
No caso de carteira de ações, comprar as denominadas “ações de
primeira linha” que são as mais negociadas no mercado;
Observar o histórico de liquidez destes títulos em situações
adversas de mercado.

2.3 Risco de Crédito


Está associado à possibilidade de deterioração na capacidade de pagamento,
atraso ou falta de pagamento, do emissor de um título de crédito, quando este
deixa de honrar sua obrigação. Em outras palavras, é risco de calote por parte
do emissor do papel.
Os títulos públicos federais são considerados “livres deste risco”, considerando
a hipótese remota de ocorrer não pagamento por parte do Tesouro Nacional.

Possibilidade de calote por parte do emissor de um título de renda fixa


que representa uma dívida, uma promessa de pagamento, no vencimento
do título.

3. Fatores Determinantes para Adequação dos Produtos de


Investimento às Necessidades dos Investidores

Os produtos de investimentos devem ser adequados às necessidades dos


investidores.

3.1 Objetivo do Investidor


Há um objetivo que o investidor deseja alcançar, razão pela qual ele está
fazendo um esforço de acumulação de capital. Existe uma alternativa de
investimento mais adequada para cada objetivo.

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Objetivo Necessidades Produto adequado
Reserva fin p/ O menor risco possível e Produtos de tx pós-
emergências alta liquidez fixada, de prazo curto e
c/ baixo risco de crédito
Reserva fin de longo Preservar o poder de Títulos ou Fundos
prazo p/ aposentadoria compra da moeda atrelados ao IGP-M ou
contra inflação IPCA
Acumular recursos p/ Preservar o poder de Títulos ou fundos de
curso no exterior compra na moeda invest corrigidos pela
estrangeira moeda estrangeira
Dobrar o capital no Assumir posições de Ações, fundos de ações
período de 7 anos risco em busca de maior e fundos multimercado
retorno agressivos

3.2 Horizonte de Tempo do Investimento


O investidor tem um objetivo para ser alcançado. Alguns devem (ou precisam)
ser alcançados em um período de tempo curto, outros somente serão atingidos
no longo prazo.

Objetivo Horizonte de Tempo


Reserva fin p/ emergências 6 meses
Reserva fin de longo prazo p/ aposentadoria 15 anos
Acumular recursos p/ curso no exterior 3 anos
Dobrar o capital 7 anos

O que irá determinar se o objetivo de investimento será alcançado ou não, são


dois fatores, basicamente:
A rentabilidade (esperada);
O prazo (horizonte de tempo).

Assim como o investidor tem um horizonte de investimento para sua


aplicação, os diferentes produtos de investimentos também tem prazos
para maturação. Compatibilizar os horizontes de investimento do produto
e do investidor é fundamental para alcançar os resultados pretendidos.

3.3 Risco X Retorno


O retorno de um investimento está diretamente associado aos riscos dos ativos
e valores mobiliários que compõem a carteira de investimento. Quanto maior o
retorno almejado, maior o risco que se correrá.
É fato de que investidores que se arriscam mais, querem maiores retornos.

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3.4 Diversificação: vantagens e limites de redução do risco
incorrido
A diversificação consegue reduzir (não eliminar) o risco total de uma carteira.
Preços de diferentes ativos não se movem exatamente juntos, ou na mesma
direção. Mesmo uma pequena diversificação pode provocar uma redução na
volatilidade (grau médio de variação das cotações de um título em
determinado período; quanto maior a volatilidade, maior o risco do fundo) de
uma carteira, mas a maior parte deste benefício virá de uma carteira com
relativamente poucos ativos.

Redução de risco ou volatilidade é o maior benefício da diversificação.

3.4.1 Risco Sistemático e Não Sistemático


O RISCO SISTEMÁTICO é decorrente de fatores externos, relacionados com
mudanças de ordem político-econômicas nacionais e/ou internacionais.

Afeta o conjunto de ações negociadas no mercado.

A diversificação não reduz o risco sistemático. TODO O SISTEMA

O RISCO NÃO SISTEMÁTICO refere-se ao risco da empresa (propriamente


dita) ou do setor da economia onde ela está inserida. Fatores como
desempenho do setor, novos produtos, preços internacionais, qualidade de seu
gerenciamento (...) contribuem positivamente ou negativamente.

Não afeta a totalidade das ações do mercado, apenas o setor ou somente a


própria economia.

Uma carteira formada por diversas ações reduz o risco não sistemático.

NÃO É TODO O SISTEMA

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4. Resumo

Investidores tomam decisões de Investimentos considerando,


basicamente, três atributos: rentabilidade esperada, liquidez e
segurança.
A rentabilidade esperada é o retorno que o investidor espera ter no
futuro e deve ser expressa em termos relativos a determinado
benchmark (índice de referência) e deve ser alcançada em um tempo
predeterminado.
A rentabilidade observada, expressa normalmente em termos absolutos,
indica o histórico da rentabilidade passada daquele investimento e não
significa que ela ocorrerá novamente.
A liquidez é o atributo que permitirá ao investidor vender ou resgatar seu
investimento a qualquer momento por um preço justo. É um atributo
importante principalmente nos objetivos de curto prazo.
A segurança decorre dos riscos aos quais o investimento está exposto,
em maior ou menor intensidade.
O risco de crédito ocorre quando o emissor de um título não cumpre sua
obrigação de pagar rendimentos, ou resgatar o título no vencimento.
O risco de liquidez ocorre quando o investidor não consegue vender ou
resgatar seu investimento por falta de compradores no mercado.
O risco de mercado provoca oscilações, positivas ou negativas, no valor
dos títulos e valores mobiliários. No caso do investimento em ações, o
risco de mercado (flutuação de preços) ocorre em função dos riscos
sistemático e não sistemático.
A diversificação é a forma mais simples de gerenciar os riscos de uma
carteira de ações, considerando que diferentes ativos reagem de forma
diferente a certos acontecimentos. Ela só não é eficiente na gestão do
risco de mercado – conhecido como risco sistemático – que afeta todos
os ativos negociados no mercado.
Risco sistemático é decorrente de fatores externos às empresas,
decorrentes de fatores de ordem político-econômicas e afeta o conjunto
das ações cotadas no mercado. Não pode ser reduzido mediante
diversificação da carteira.
O risco específico da empresa ou do setor de atividade dela – também
conhecido como risco não sistemático – é diversificável, pois refere-se a
fatores específicos dessa empresa ou desse setor. Esse risco pode ser
reduzido mediante o mecanismo de diversificação.
A escolha do melhor investimento é feita pelo cliente em função de três
fatores: objetivo do investimento, horizonte de tempo e a tolerância a
risco que determinará o retorno do investimento.

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