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O DIREITO INTERNACIONAL
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Conheça a ONU
A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 191
Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança
no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover progresso social,
melhores padrões de vida e direitos humanos. Os membros são unidos em torno da
Carta da ONU, um tratado internacional que enuncia os direitos e deveres dos membros
da comunidade internacional.
As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembléia Geral, o
Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal
Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em
Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.
Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em áreas tão diversas como
saúde, agricultura, aviação civil, meteorologia e trabalho – por exemplo: OMS
(Organização Mundial da Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho), Banco
Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional). Estes organismos especializados,
juntamente com as Nações Unidas e outros programas e fundos (tais como o Fundo das
Nações Unidas para a Infância, UNICEF), compõem o Sistema das Nações Unidas.
História
Órgãos da ONU
O Sistema das Nações Unidas é formado pela Secretaria das Nações Unidas, pelos
programas e fundos das Nações Unidas e pelos organismos especializados. Essas
entidades têm seus próprios pressupostos e órgãos de direção e estabelecem suas
próprias normas e diretrizes. Prestam asistencia técnica e outros tipos de ajuda prática
em quase todas as esferas de atividade económica e social.
Seguem-se em ordem alfabética os nomes dos órgãos do Sistema das Nações Unidas.
Comissão de Estatísticas
CS – Conselho de Segurança
UNRWA – Agência das Nações Unidas para Ajuda aos Refugiados Palestinos
UNTSO — Organização de Supervisão de Trégua das Nações Unidas
Fundada em 1919 com o objetivo de promover a justiça social, a Organização Internacional do Trabalho
(OIT) é a única das Agências do Sistema das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual os
representantes dos empregadores e dos trabalhadores têm os mesmos direitos que os do governo.
No Brasil, a OIT tem mantido representação desde 1950, com programas e atividades que têm refletido
os objetivos da Organização ao longo de sua história.
HISTÓRIA
OIT foi criada pela Conferência de Paz após a Primeira Guerra Mundial. A sua Constituição converteu-se
na Parte XIII do Tratado de Versalhes.
Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão a da Segunda Guerra Mundial, a OIT adotou a
Declaração da Filadélfia como anexo da sua Constituição. A Declaração antecipou e serviu de modelo
para a Carta das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Em 1969, em seu 50º aniversário, a Organização foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz. Em seu
discurso, o presidente do Comitê do Prêmio Nobel afirmou que a OIT era "uma das raras criações
institucionais das quais a raça humana podia orgulhar-se".
Em 1998, após o fim da Guerra Fria, foi adotada a Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos
Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento. O documento é uma reafirmação universal da obrigação de
respeitar, promover e tornar realidade os princípios refletidos nas Convenções fundamentais da OIT,
ainda que não tenham sido ratificados pelos Estados Membros.
Desde 1999, a OIT trabalha pela manutenção de seus valores e objetivos em prol de uma agenda social
que viabilize a continuidade do processo de globalização através de um equilíbrio entre objetivos de
eficiência econômica e de equidade social.
FUNDAMENTOS
A OIT funda-se no princípio de que a paz universal e permanente só pode basear-se na justiça social.
Fonte de importantes conquistas sociais que caracterizam a sociedade industrial, a OIT é a estrutura
internacional que torna possível abordar estas questões e buscar soluções que permitam a melhoria das
condições de trabalho no mundo
"...se alguma nação não adotar condições humanas de trabalho, esta omissão constitui um
obstáculo aos esforços de outras nações que desejem melhorar as condições dos trabalhadores
em seus próprios países"
CONSTITUIÇÃO DA OIT
MANDATO
A OIT é a agência especializada das Nações Unidas que busca a promoção da justiça social e o
reconhecimento internacional dos direitos humanos e trabalhistas. A OIT:
ESTRUTURA
A OIT é a única agência do sistema das Nações Unidas com uma estrutura tripartite onde participam em
situação de igualdade representantes de governos, de empregadores e de trabalhadores nas atividades
dos diversos órgãos da Organização.
A OIT é dirigida pelo Conselho de Administração que se reúne três vezes ao ano em Genebra. Este
conselho executivo é responsável pela elaboração e controle de execução das políticas e programas da
OIT, pela eleição do Diretor Geral e pela elaboração de uma proposta de programa e orçamento bienal.
A Conferência Internacional do Trabalho é o fórum internacional que ocorre anualmente (em junho, em
Genebra) para:
A estrutura da OIT inclui uma rede de 5 escritórios regionais e 26 escritórios de área - entre eles o do
Brasil - além de 12 equipes técnicas multidisciplinares de apoio a esses escritórios e 11 correspondentes
nacionais que sustentam, de forma parcialmente descentralizada, a execução e administração dos
programas, projetos e atividades de cooperação técnica e de reuniões regionais, sub-regionais e
nacionais.
CARTA DAS NAÇOES UNIDAS
Preâmbulo
NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS a preservar as gerações vindouras do flagelo
da guerra,que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a
reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na
igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a
estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de
outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores
condições de vida dentro de uma liberdade ampla.
E PARA TAIS FINS, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir
as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de
princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum,
a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os
povos.
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses
objetivos comuns.
5. Todos os membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas
recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado
contra o qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que não são membros das Nações Unidas ajam de
acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da
segurança internacionais.
ARTIGO 3 - Os membros originais das Nações Unidas serão os Estados que, tendo participado
da Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, realizada em São
Francisco, ou, tendo assinado previamente a Declaração das Nações Unidas, de 1 de janeiro
de 1942, assinarem a presente Carta, e a ratificarem, de acordo com o Artigo 110.
ARTIGO 4 -
1. A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados amantes
da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da
Organização, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações.
2. A admissão de qualquer desses Estados como membros das Nações Unidas será
efetuada por decisão da Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de
Segurança.
ARTIGO 5 - O Membro das Nações Unidas, contra o qual for levada a efeito ação preventiva ou
coercitiva por parte do Conselho de Segurança, poderá ser suspenso do exercício dos direitos
e privilégios de Membro pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de
Segurança. O exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo conselho de
Segurança.
ARTIGO 6 - O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os Princípios
contidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembléia Geral
mediante recomendação do Conselho de Segurança.
ARTIGO 7
1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembléia Geral, um
Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um conselho de Tutela, uma Corte
Internacional de Justiça e um Secretariado. 2. Serão estabelecidos, de acordo com a presente
Carta, os órgãos subsidiários considerados de necessidade.
2. Cada Membro não deverá ter mais de cinco representantes na Assembléia Geral.
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
ARTIGO 11
1. A Assembléia Geral poderá considerar os princípios gerais de cooperação na manutenção
da paz e da segurança internacionais, inclusive os princípios que disponham sobre o
desarmamento e a regulamentação dos armamentos, e poderá fazer recomendações relativas
a tais princípios aos membros ou ao Conselho de Segurança, ou a este e àqueles
conjuntamente.
4. As atribuições da Assembléia Geral enumeradas neste Artigo não limitarão a finalidade geral
do Artigo 10.
ARTIGO 12
1. Enquanto o Conselho de Segurança estiver exercendo, em relação a qualquer controvérsia
ou situação, as funções que lhe são atribuídas na presente Carta, a Assembléia Geral não fará
nenhuma recomendação a respeito dessa controvérsia ou situação, a menos que o Conselho
de Segurança a solicite.
ARTIGO 13
1. A Assembléia Geral iniciará estudos e fará recomendações, destinados a:
ARTIGO 15
2. A Assembléia Geral receberá e examinará os relatórios dos outros órgãos das Nações
Unidas.
ARTIGO 17
2. As despesas da Organização serão custeadas pelos membros, segundo cotas fixadas pela
Assembléia Geral.
VOTAÇÃO
ARTIGO 18
1. Cada Membro da Assembléia Geral terá um voto.
ARTIGO 19 - O membro das Nações Unidas que estiver em atraso no pagamento de sua
contribuição financeira à Organização não terá voto na Assembléia Geral, se o total de
suas contribuições atrasadas igualar ou exceder a soma das contribuições correspondentes
aos dois anos anteriores completos. A Assembléia Geral poderá entretanto, permitir que o
referido Membro vote, se ficar provado que a falta de pagamento é devida a condições
independentes de sua vontade.
PROCESSO
ARTIGO 23
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
ARTIGO 24
1. A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das Nações Unidas, seus membros
conferem ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade na manutenção da paz
e da segurança internacionais e concordam em que no cumprimento dos deveres
impostos por essa responsabilidade o Conselho de Segurança aja em nome deles.
VOTAÇÃO
ARTIGO 27
PROCESSO
ARTIGO 28
2. O Conselho de Segurança terá reuniões periódicas, nas quais cada um de seus membros
poderá, se assim o desejar, ser representado por um membro do governo ou por outro
representante especialmente designado.
ARTIGO 30 - O Conselho de Segurança adotará seu próprio regulamento interno, que incluirá o
método de escolha de seu Presidente.
ARTIGO 31 - Qualquer membro das Nações Unidas, que não for membro do Conselho de
Segurança, ou qualquer Estado que não for Membro das Nações Unidas será convidado,
desde que seja parte em uma controvérsia submetida ao Conselho de Segurança a participar,
sem voto, na discussão dessa controvérsia. O Conselho de Segurança determinará as
condições que lhe parecerem justas para a participação de um Estado que não for Membro das
Nações Unidas.
ARTIGO 32 - Qualquer Membro das Nações Unidas que não for Membro do Conselho de
Segurança, ou qualquer Estado que não for Membro das Nações Unidas será convidado,
desde que seja parte em uma controvérsia submetida ao Conselho de Segurança,a participar,
sem voto, na discussão dessa controvérsia. O Conselho de Segurança determinará as
condições que lhe parecerem justas para a participação de um Estado que não for Membro das
Nações Unidas.
ARTIGO 33
1. As partes em uma controvérsia que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à
segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por
negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a
entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.
ARTIGO 35
1. Qualquer Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de
Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia, ou qualquer situação, da
natureza das que se acham previstas no Artigo 34.
2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho
de Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia em que seja parte, uma vez
que aceite, previamente, em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica
previstas na presente Carta.
3. Os atos da Assembléia Geral, a respeito dos assuntos submetidos à sua atenção, de acordo
com este Artigo, serão sujeitos aos dispositivos dos Artigos 11 e 12.
ARTIGO 36
ARTIGO 37
ARTIGO 38 - Sem prejuízo dos dispositivos dos Artigos 33 a 37, o Conselho de Segurança
poderá, se todas as partes em uma controvérsia assim o solicitarem, fazer recomendações às
partes, tendo em vista uma solução pacífica da controvérsia.
ARTIGO 40 - A fim de evitar que a situação se agrave, o Conselho de Segurança poderá, antes
de fazer as recomendações ou decidir a respeito das medidas previstas no Artigo 39, convidar
as partes interessadas a que aceitem as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou
aconselháveis. Tais medidas provisórias não prejudicarão os direitos ou pretensões, nem a
situação das partes interessadas. O Conselho de Segurança tomará devida nota do não
cumprimento dessas medidas.
ARTIGO 43
1. Todos os membros das Nações Unidas, a fim de contribuir para a manutenção da paz e da
segurança internacionais, se comprometem a proporcionar ao Conselho de Segurança, a
seu pedido e de conformidade com o acordo ou acordos especiais, forças armadas,
assistência e facilidades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da
paz e da segurança internacionais.
2. Tal acordo ou tais acordos determinarão o número e tipo das forças, seu grau de preparação
e sua localização geral, bem como a natureza das facilidades e da assistência a serem
proporcionadas.
3. O acordo ou acordos serão negociados o mais cedo possível, por iniciativa do Conselho de
Segurança. Serão concluídos entre o Conselho de Segurança e membros da Organização ou
entre o Conselho de Segurança e grupos de membros e submetidos à ratificação, pelos
Estados signatários, de conformidade com seus respectivos processos constitucionais.
ARTIGO 47
ARTIGO 48
1. A ação necessária ao cumprimento das decisões do Conselho de Segurança para
manutenção da paz e da segurança internacionais será levada a efeito por todos os
membros das Nações Unidas ou por alguns deles, conforme seja determinado pelo Conselho
de Segurança.
2. Essas decisões serão executas pelos membros das Nações Unidas diretamente e, por seu
intermédio, nos organismos internacionais apropriados de que façam parte.
ARTIGO 52
2. Os membros das Nações Unidas, que forem parte em tais acordos ou que constituírem tais
entidades, empregarão todo os esforços para chegar a uma solução pacífica das controvérsias
locais por meio desses acordos e entidades regionais, antes de as submeter ao Conselho de
Segurança.
4. Este Artigo não prejudica, de modo algum, a aplicação dos Artigos 34 e 35.
2. O termo Estado inimigo, usado no parágrafo 1 deste Artigo, aplica-se a qualquer Estado que,
durante a Segunda Guerra Mundial, foi inimigo de qualquer signatário da presente Carta.
ARTIGO 54 - O Conselho de Segurança será sempre informado de toda ação empreendida ou
projetada de conformidade com os acordos ou entidades regionais para manutenção da paz e
da segurança internacionais.
ARTIGO 57
2. Tais entidades assim vinculadas às Nações Unidas serão designadas, daqui por diante,
como entidades especializadas.
ARTIGO 60 - A Assembléia Geral e, sob sua autoridade, o Conselho Econômico e Social, que
dispõe, para esse efeito, da competência que lhe é atribuída no Capítulo X, são incumbidos de
exercer as funções da Organização estipuladas no presente Capítulo.
ARTIGO 61
1. O Conselho Econômico e Social será composto de cinqüenta e quatro membros das Nações
Unidas eleitos pela Assembléia Geral.
3. Na primeira eleição a realizar-se depois de elevado de vinte e sete para cinqüenta e quatro o
número de membros do Conselho Econômico e Social, além dos membros que forem eleitos
para substituir os nove membros, cujo mandato expira no fim desse ano, serão eleitos outros
vinte e sete membros. O mandato de nove destes vinte e sete membros suplementares assim
eleitos expirará no fim de um ano e o de nove outros no fim de dois anos, de acordo com o que
for determinado pela Assembléia Geral.
ARTIGO 62
4. Poderá convocar, de acordo com as regras estipuladas pelas Nações Unidas, conferências
internacionais sobre assuntos de sua competência.
ARTIGO 63
1. O conselho Econômico e Social poderá estabelecer acordos com qualquer das entidades a
que se refere o Artigo 57, a fim de determinar as condições em que a entidade interessada será
vinculada às Nações Unidas. Tais acordos serão submetidos à aprovação da Assembléia
Geral.
ARTIGO 64
ARTIGO 66
2. Poderá mediante aprovação da Assembléia Geral, prestar os serviços que lhe forem
solicitados pelos membros das Nações unidas e pelas entidades especializadas.
VOTAÇÃO
ARTIGO 67
2. As decisões do Conselho Econômico e Social serão tomadas por maioria dos membros
presentes e votantes.
PROCESSO
ARTIGO 69 - O Conselho Econômico e Social poderá convidar qualquer Membro das Nações
Unidas a tomar parte, sem voto, em suas deliberações sobre qualquer assunto que interesse
particularmente a esse Membro.
ARTIGO 72
1. O Conselho Econômico e Social adotará seu próprio regulamento, que incluirá o método de
escolha de seu Presidente.
2. O Conselho Econômico e Social reunir-se-á quando for necessário, de acordo com o seu
regulamento, o qual deverá incluir disposições referentes à convocação de reuniões a pedido
da maioria dos membros.
a) assegurar, com o devido respeito à cultura dos povos interessados, o seu progresso
político, econômico, social e educacional, o seu tratamento equitativo e a sua proteção contra
todo abuso;
b) desenvolver sua capacidade de governo próprio, tomar devida nota das aspirações
políticas dos povos e auxiliá-los no desenvolvimento progressivo de suas instituições políticas
livres, de acordo com as circunstâncias peculiares a cada território e seus habitantes e os
diferentes graus de seu adiantamento;
b) fomentar o progresso político, econômico, social e educacional dos habitantes dos territórios
tutelados e o seu desenvolvimento progressivo para alcançar governo próprio ou
independência, como mais convenha às circunstâncias particulares de cada território e de seus
habitantes e aos desejos livremente expressos dos povos interessados e como for previsto nos
termos de cada acordo de tutela;
c) estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo língua ou religião e favorecer o reconhecimento da interdependência de
todos os povos; e
d) assegurar igualdade de tratamento nos domínios social, econômico e comercial para todos
os membros das nações Unidas e seus nacionais e, para estes últimos, igual tratamento na
administração da justiça, sem prejuízo dos objetivos acima expostos e sob reserva das
disposições do Artigo 80.
ARTIGO 77
1. O sistema de tutela será aplicado aos territórios das categorias seguintes, que venham a ser
colocados sob tal sistema por meio de acordos de tutela:
c) territórios voluntariamente colocados sob tal sistema por Estados responsáveis pela sua
administração.
2. Será objeto de acordo ulterior a determinação dos territórios das categorias acima
mencionadas a serem colocados sob o sistema de tutela e das condições em que o serão.
ARTIGO 78 - O sistema de tutela não será aplicado a territórios que se tenham tornado
membros das Nações Unidas, cujas relações mútuas deverão basear-se no respeito ao
princípio da igualdade soberana.
ARTIGO 79 - As condições de tutela em que cada território será colocado sob este sistema,
bem como qualquer alteração ou emenda, serão determinadas por acordo entre os Estados
diretamente interessados, inclusive a potência mandatária no caso de território sob mandato de
um Membro das Nações Unidas e serão aprovadas de conformidade com as disposições dos
Artigos 83 e 85.
ARTIGO 80
1. Salvo o que for estabelecido em acordos individuais de tutela, feitos de conformidade com os
Artigos 77, 79 e 81, pelos quais se coloque cada território sob este sistema e até que tais
acordos tenham sido concluídos, nada neste Capítulo será interpretado como alteração de
qualquer espécie nos direitos de qualquer Estado ou povo ou dos termos dos atos
internacionais vigentes em que os membros das Nações Unidas forem partes.
2. O parágrafo 1 deste Artigo não será interpretado como motivo para demora ou adiamento da
negociação e conclusão de acordos destinados a colocar territórios dentro do sistema de tutela,
conforme as disposições do Artigo 77.
ARTIGO 81 - O acordo de tutela deverá, em cada caso, incluir as condições sob as quais o
território tutelado será administrado e designar a autoridade que exercerá essa administração.
Tal autoridade, daqui por diante chamada a autoridade administradora, poderá ser um ou mais
Estados ou a própria Organização.
ARTIGO 83
2. Os objetivos básicos enumerados no Artigo 76 serão aplicáveis aos habitantes de cada zona
estratégica.
ARTIGO 85 - 1. As funções das Nações Unidas relativas a acordos de tutela para todas as
zonas não designadas como estratégias, inclusive a aprovação das condições dos acordos de
tutela e de sua alteração ou emenda , serão exercidas pela Assembléia Geral. 2. O Conselho
de Tutela, que funcionará sob a autoridade da Assembléia Geral, auxiliará esta no desempenho
dessas atribuições.
ARTIGO 86
1. O Conselho de Tutela será composto dos seguintes membros das Nações Unidas:
b) aqueles dentre os membros mencionados nominalmente no Artigo 23, que não estiverem
administrando territórios tutelados; e
c) quantos outros membros eleitos por um período de três anos, pela Assembléia Geral, sejam
necessários para assegurar que o número total de membros do Conselho de Tutela fique
igualmente dividido entre os membros das Nações Unidas que administrem territórios tutelados
e aqueles que o não fazem.
2. Cada Membro do Conselho de Tutela designará uma pessoa especialmente qualificada para
representá-lo perante o Conselho.
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
a) examinar os relatórios que lhes tenham sido submetidos pela autoridade administradora;
c) providenciar sobre visitas periódicas aos territórios tutelados em épocas ficadas de acordo
com a autoridade administradora; e
d) tomar estas e outras medidas de conformidade com os termos dos acordos de tutela.
VOTAÇÃO
ARTIGO 89
2. As decisões do Conselho de Tutela serão tomadas por uma maioria dos membros presentes
e votantes.
PROCESSO
ARTIGO 90 - 1. O Conselho de Tutela adotará seu próprio regulamento que incluirá o método
de escolha de seu Presidente. 2. O Conselho de Tutela reunir-se-á quando for necessário, de
acordo com o seu regulamento, que incluirá uma disposição referente à convocação de
reuniões a pedido da maioria dos seus membros.
ARTIGO 93
1. Todos os membros das Nações Unidas são ipso facto partes do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça.
2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá tornar-se parte no Estatuto da
Corte Internacional de Justiça, em condições que serão determinadas, em cada caso, pela
Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.
ARTIGO 94
ARTIGO 95 - Nada na presente Carta impedirá os membros das Nações Unidas de confiarem a
solução de suas divergências a outros tribunais, em virtude de acordos já vigentes ou que
possam ser concluídos no futuro.
ARTIGO 96
2. Outros órgãos das Nações Unidas e entidades especializadas, que forem em qualquer
época devidamente autorizados pela Assembléia Geral, poderão também solicitar pareceres
consultivos da Corte sobre questões jurídicas surgidas dentro da esfera de suas atividades.
CAPÍTULO XV - O SECRETARIADO
ARTIGO 100
ARTIGO 101
1. O pessoal do Secretariado será nomeado pelo Secretário Geral, de acordo com regras
estabelecidas pela Assembléia Geral.
ARTIGO 102
1. Todo tratado e todo acordo internacional concluídos por qualquer membro das
Nações Unidas depois da entrada em vigor da presente Carta, deverão, dentro do mais
breve prazo possível, ser registrados e publicados pelo Secretariado.
2. Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado
de conformidade com as disposições do parágrafo 1 deste Artigo poderá invocar tal tratado ou
acordo perante qualquer órgão das Nações Unidas.
ARTIGO 103 - No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas,
em virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo
internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente Carta.
ARTIGO 105
ARTIGO 106 - Antes da entrada em vigor dos acordos especiais a que se refere o Artigo 43,
que, a juízo do Conselho de Segurança, o habilitem ao exercício de suas funções previstas no
Artigo 42, as partes na Declaração das Quatro Nações, assinada em Moscou, a 30 de outubro
de 1943, e a França, deverão, de acordo com as disposições do parágrafo 5 daquela
Declaração, consultar-se entre si e, sempre que a ocasião o exija, com outros membros das
Nações Unidas a fim de ser levada a efeito, em nome da Organização, qualquer ação conjunta
que se torne necessária à manutenção da paz e da segurança internacionais.
ARTIGO 107 - Nada na presente Carta invalidará ou impedirá qualquer ação que, em relação a
um Estado inimigo de qualquer dos signatários da presente Carta durante a Segunda Guerra
Mundial, for levada a efeito ou autorizada em conseqüência da dita guerra, pelos governos
responsáveis por tal ação.
ARTIGO 108 - As emendas à presente Carta entrarão em vigor para todos os membros das
Nações Unidas, quando forem adotadas pelos votos de dois terços dos membros da
Assembléia Geral e ratificada de acordo com os seus respectivos métodos constitucionais por
dois terços dos membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do
Conselho de Segurança.
ARTIGO 109
1. Uma Conferência Geral dos membros das Nações Unidas, destinada a rever a presente
Carta, poderá reunir-se em data e lugar a serem fixados pelo voto de dois terços dos membros
da Assembléia Geral e de nove membros quaisquer do Conselho de Segurança. Cada Membro
das Nações Unidas terá voto nessa Conferência.
2. Qualquer modificação à presente Carta, que for recomendada por dois terços dos
votos da Conferência, terá efeito depois de ratificada, de acordo com os respectivos
métodos constitucionais, por dois terços dos membros das Nações Unidas, inclusive
todos os membros permanentes do Conselho de Segurança.
3. Se essa Conferência não for celebrada antes da décima sessão anual da Assembléia Geral
que se seguir à entrada em vigor da presente Carta, a proposta de sua convocação deverá
figurar na agenda da referida sessão da Assembléia Geral, e a Conferência será realizada, se
assim for decidido por maioria de votos dos membros da Assembléia Geral, e pelo voto de sete
membros quaisquer do Conselho de Segurança.
ARTIGO 110
1. A presente Carta deverá ser ratificada pelos Estados signatários, de acordo com os
respectivos métodos constitucionais.
2. As ratificações serão depositadas junto ao Governo dos Estados Unidos da América, que
notificará de cada depósito todos os Estados signatários, assim como o Secretário-Geral da
Organização depois que este for escolhido.
4. Os Estados signatários da presente Carta, que a ratificarem depois de sua entrada em vigor
tornar-se-ão membros fundadores das Nações Unidas, na data do depósito de suas
respectivas ratificações.
ARTIGO 111 - A presente Carta, cujos textos em chinês, francês, russo, inglês, e espanhol
fazem igualmente fé, ficará depositada nos arquivos do Governo dos Estados Unidos da
América. Cópias da mesma, devidamente autenticadas, serão transmitidas por este último
Governo aos dos outros Estados signatários.
FEITA na cidade de São Francisco, aos vinte e seis dias do mês de junho de mil novecentos e
quarenta e cinco.
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Direito Internacional PúblicDireito Público
Prof. Marcelo Bessa
Direito Internacional na CRFB - www.marcelobessa.com.br
Direito Internacional na
Constituição da República Federativa
do Brasil
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para
instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento,
a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
.......
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
.......
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus;
.......
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;
.......
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil
seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. (Inclusão: EC 45/04)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação
tenha manifestado
adesão. (Inclusão: EC 45/04)
.......
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a
residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira;
Info STF 401, de 21/09/2005 - RE N. 415.957-RS - RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Opção de nacionalidade brasileira (CF, art. 12, I, c): menor residente no País,
nascido no estrangeiro e
filho de mãe brasileira, que não estava a serviço do Brasil: viabilidade do registro
provisório (L. Reg. Públicos, art.
32, § 2º), não o da opção definitiva.
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1. A partir da maioridade, que a torna possível, a nacionalidade do filho brasileiro,
nascido no estrangeiro, mas
residente no País, fica sujeita à condição suspensiva da homologação judicial da opção.
2. Esse condicionamento suspensivo, só vigora a partir da maioridade; antes, desde que
residente no País, o
menor - mediante o registro provisório previsto no art. 32, § 2º, da Lei dos Registros
Públicos - se considera
brasileiro nato, para todos os efeitos.
3. Precedentes (RE 418.096, 2ª T., 23.2.05, Velloso; AC 70-QO, Plenário, 25.9.03,
Pertence, DJ 12.3.04).
Lei 6.015/73, art. 32, § 2º - O filho de brasileiro ou brasileira, nascido no estrangeiro, e cujos pais
não estejam ali a
serviço do Brasil, desde que registrado em consulado brasileiro ou não registrado, venha a residir no
território
nacional antes de atingir a maioridade, poderá requerer, no juízo de seu domicílio, se registre, no livro "E"
do 1º
Ofício do Registro Civil, o termo de nascimento.
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta
Constituição.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva
ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis;
.......
CAPÍTULO IV - DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14, § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante
o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
NOTA DO SITE: a vedação de alistamento eleitoral aos estrangeiros não é absoluta, uma vez que os
portugueses
que estiverem em gozo dos benefícios previstos no art. 12, § 1º da CR, serão equiparados aos brasileiros
naturalizados.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
.......
CAPÍTULO II - DA UNIÃO
Art. 20. São bens da União:
.......
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem
mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como
os terrenos marginais e as praias fluviais;
.......
Art. 21. Compete à União:
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
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IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional
ou nele permaneçam temporariamente;
.......
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
.......
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
.......
CAPÍTULO VI - DA INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
.......
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
.......
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
.......
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais
que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
NOTA DO SITE: não é verdade que o Congresso resolve definitivamente sobre tratados, porque a
última palavra é
do Presidente da República (de acordo com o artigo 84, VII, quem representa a República no cenário
externo é o
Executivo, não o Legislativo): o Congresso autoriza a ratificação (que pode ocorrer – obrigando o país –
ou não). A
manifestação congressual só é realmente “definitiva” quando o Legislativo proíbe o Executivo de ratificar o
tratado,
posto que, assim agindo, o Presidente da República estaria incorrendo em crime de responsabilidade.
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei
complementar;
.......
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos
chefes de
missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,
dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios;
.......
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do
Distrito
Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática
temporária;
.......
Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da República:
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a
referendo do Congresso Nacional;
.......
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total
ou parcialmente, a mobilização nacional;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
.......
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e
dele participam:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Deputados, todos com
mandato de três anos, vedada a recondução.
.......
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Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
.......
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito
Federal
ou o Território;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
.......
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a
decisão recorrida:
.......
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
.......
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;
.......
II - julgar, em recurso ordinário:
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado,
e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
.......
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância,
pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
.......
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
.......
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
Município ou pessoa domiciliada ou
residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo
internacional;
.......
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
.......
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
.......
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a
execução de carta rogatória, após
o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a
respectiva opção, e à naturalização;
.......
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade
de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Inclusão: EC 45/04)
.......
TÍTULO V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
CAPÍTULO I - DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
Seção II - DO ESTADO DE SÍTIO
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional,
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio
nos casos de:
.......
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
.......
Art. 138, § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de
trinta dias, nem
prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado
por todo o tempo que perdurar
a guerra ou a agressão armada estrangeira.
.......
Art. 149, § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o
caput deste artigo:
.......
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I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Inclusão: EC 33/01)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Red: EC 42/03)
.......
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
.......
TÍTULO VII - Da Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes
princípios:
I - soberania nacional;
.......
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que
tenham sua sede e administração no País. (Red: EC 06/95)
.......
Art. 172 - A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os
investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.
.......
Art. 176, § 1º - A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a
que se refere o caput
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no
interesse nacional, por
brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua
sede e administração no País, na
forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se
desenvolverem em faixa de
fronteira ou terras indígenas. (Red: EC 06/95)
.......
Art. 177. Constituem monopólio da União:
.......
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
.......
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo,
quanto à ordenação do
transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da
reciprocidade.
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições
em que o
transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão
ser feitos por embarcações
estrangeiras.
.......
Art. 190 - A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por
pessoa física ou jurídica
estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
.......
Art. 207, § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, na forma da lei.
.......
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens
é privativa de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sede no País.
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das
empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou
indiretamente, a brasileiros
natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a
gestão das atividades e
estabelecerão o conteúdo da programação.
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação
veiculada são
privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em
qualquer meio de comunicação social.
.......
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de
que trata o § 1º.
----- XXX ----
Resumo de Direito Internacional
Assunto:
CURSO DE
DIREITO INTERNACIONAL
O ESTADO
Elementos Constitutivos do Estado
ELEMENTOS DE CONEXÃO
TRATADOS INTERNACIONAIS
Ratificação
Incorporação
Tratados com a Santa Sé
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
Conceito
Criação (Formação)
Perda do status de membro
Classificação
Estrutura das Organizações Internacionais
ONU
Agências Internacionais Relacionadas com as Nações Unidas
OEA
Órgãos Principais da OEA
NACIONALIDADE
Sistemas Definidores
Brasileiros Natos
Brasileiros Naturalizados
Perda da Nacionalidade de Origem
EXPULSÃO/DEPORTAÇÃO/EXTRADIÇÃO
Expulsão
Deportação
Extradição
VISTOS
Visto de Trânsito
DIREITO COMUNITÁRIO
Direito Interno e Internacional
Teorias Monista e Dualista
Soberania Estatal
Defesa da Soberania no Direito Internacional
Direitos Humanos
Relações Globalizadas
Natureza Constitutiva do Vínculo Criado Entre os Estados no Direito
Comunitário
Características do Direito Comunitário
FUNÇÃO DO ESTADO
Criar e aplicar o direito
CIÊNCIA
-b - Objeto
-b - Método
-b - Princípios
OBJETO DO DIREITO
Normas.
“Relação social’ é objeto de várias ciências, não sendo suficiente para ser
explicado como objeto do direito, portanto. O direito é peculiar em relação aos
outros campos.
Kirchmman acreditava que bastava uma nova lei para mudar toda uma
legislação jurídica e, dessa forma, o direito não poderia ser entendido como
“ciência”, pois seu objeto muda, diferentemente das ciências da natureza.
Diferentemente, hoje sabe-se que a ciência da natureza é “eterna”, mas
apenas até que se prove o contrário, sendo úris tantum. Também afirmava o
autor que o direito é uma ciência cultural, que muda a todo instante e seu
objeto é mutante. Apesar da afirmativa do autor, há algo no direito que não
muda nunca: a teoria pura do direito de kelsen, surgida numa época onde o
direito não conseguia se afirmar como ciência. Mas o autor foi extremamente
criticado, e ainda o é, especialmente na região latino-americana, que criticou
sua teoria por ser ensinada durante o período militar, e também sob o
argumento de que a teoria pura do direito admite qualquer conteúdo, inclusive
o ditatorial, o que não deixa de ser uma afirmativa absolutamente falsa.
Direito cria fato? Não, direito somente cria direito (os 3 elementos
deontológicos), direito este que pode ser inadimplido. Fato cria direito?
Contrariando a sociologia, não. E prova-se da seguinte forma: o nascimento
cria direito? Alguns sociólogos acreditam que sim, a personalidade civil.
Mas é a incidência de uma norma sobre o fato”nascimento” que gera a
personalidade civil. Se a norma estabelecesse a idade de 10 anos para a
personalidade civil, o fato “nascimento” não traria relevância para o direito.
Logo, não é o fato que traz a realização de uma norma, mas sim o que o
Estado deseja.
O ESTADO
ELEMENTO FÍSICO
a)Base territorial do Estado.
b)Ponto imaginário do talvegue (meio) de rio ou lago.
c)Plataforma continental (cerca de 200 milhas da praia) no plano
horizontal.
d)Plano vertical: até onde o Estado possa alcançar.
A lua pode ser território do Brasil? Não, enquanto o Brasil não conquistou tal
espaço, dessa forma, a lua pode ser considerada território americano. Para
crime praticado dentro da nave aplica-se a lei do território do local da nave.
Para crime praticado na lua, aplica-se a lei no primeiro lugar em que a nave
pousar. A Antártica não é território de ninguém, aplicando-se entre as
nacionalidades de cada um (estrangeiro). Para navio brasileiro em alto mar,
aplica-se a lei brasileira, porque é âmbito de validade espacial da ordem
jurídica brasileira.
“Teoria da Relevância das Funções”: não se aplica a lei do Estado onde está,
exerce funções relevantes que necessitam de imunidade. Apenas não se aplica
se não for relevante. Ex. se o embaixador inglês bate no carro do Brasil (justiça
do Brasil).
Apenas para atos de gestão e atos de soberania. Ex. C.E.F.: é empresa pública
de capital privado, regidas pela CLT, quando age com soberania do Estado (ex.
indeferimento do FGTS), cabendo mandado de segurança. Quando age
escolhendo o terceiro lugar do concurso para a C.E.F. é ato de gestão, não
cabendo a segurança (pode caber cautelar, processo ordinário, etc). Estado
acreditando: aquele que recebe missão estrangeira. Estado acreditante: aquele
que envia missão para o estrangeiro. Para um trabalhador americano que
trabalha na embaixada do Brasil a jurisdição é a brasileira (é ato de gestão, não
importa para as relações diplomáticas, não é relevante). Embaixada é
“território” do lugar onde está, mas aplica-se a jurisdição do Estado acreditado
para atos de império. O criminoso que se refugia na embaixada não pisa em
território nacional, mas a jurisdição estrangeira que não se aplica, apesar de
ser território estrangeiro.
ELEMENTO HUMANO
Âmbito de validade pessoal da ordem jurídica do Estado (acreditante, se o
indivíduo entra na embaixada brasileira nos EUA).
b)Povo: quem participa da vida política, quem vota e pode ser votado. Conceito
jurídico formal porque depende de país para país.
c)Nação: conceito cultural, mesma cultura, traços do passado, presente e
futuro. No Brasil há várias nações (indígena, das fronteiras, etc). A nação,
portanto, não distingue um país do outro. Porque o Rio Grande do Sul não se
separa? Alguns autores acreditam que existem fatores de unidade nacional:
língua, religião, futebol, etc.
PODER
Fenômeno Social, travado entre dois pólos, mando e obediência, no plano
vertical. O poder emana do povo, mas quem exerce o poder diretamente são
os agentes políticos e deve ser a investidura, para a legitimidade.
No plano econômico os Estados não são iguais, mas no ponto jurídico são
iguais. É uma qualidade do poder do Estado.
Kelsen afirmou que o Estado pode ser entendido pelo ordenamento jurídico (a
pirâmide): Constituição e Emendas Constitucionais / Lei Complementar / Lei
Ordinária – Medida Provisória – Decretos do Legislativo / Decreto / Portarias
normativas – Instrução Normativa – Circulares Normativas – Pareceres
Normativos – Avisos Ministeriais / Normas Particulares (ex: contrato de compra
e venda onde tem fundamento jurídico no CCB, que é lei ordinária), que
obedece à CR/88. Só não entra aquilo que não se permite em lei. Ex. compra e
venda de tóxicos. Também entram nas normas particulares, o negócio jurídico,
atos administrativos, sentenças. Formam tudo que preenche a pirâmide, um
sistema, que tem unidade. Devem estar em consonância para que não ponha
abaixo todo o sistema. A função sistematizadora é a constituição. Forma o
sistema jurídico / ordenamento jurídico do Estado: organiza, dá unidade
(distribui a competência entre União, Estados e Municípios) e sistemiza.
A LEGITIMIDADE
O que interessa é que o poder seja efetivo. A legitimidade não é fator
determinante – o poder do tráfico colombiano concorre com o governo
colombiano. No caso, havendo um golpe, haveria um novo governo, que
deveria ser reconhecido pelo Brasil (artigo 4o, III, CR/88), apesar do artigo 5o,
XLIII CR/88, que reprime o terrorismo. No plano do direito internacional, o que
importa não é a legitimidade é sim a efetividade. A efetividade é a base da
soberania.
Uma sentença proferida por quem não é juiz é uma sentença inexistente (pois
não passa pelo requisito da existência), ao contrário de uma sentença proferida
na justiça do trabalho de servidor público federal (que poderá ser anulável,
apenas).
O ATO JURÍDICO NO PLANO DO DIREITO INTERNACIONAL
-Existência:
• Sujeito = Estado + Organismos Internacionais
• Objeto = lícito
• Forma = análise de convenções. Ex. Convenção de Viena.
-Validade
-Eficácia = incorporação no direito internacional ratificando dos tratados.
Assim, o juiz quando depara com lide envolvendo relações internacionais deve
consultar o direito privado internacional e se for o caso, pode aplicar o direito
estrangeiro, que está catalogado no consulado.
Objetivo – determinar qual será o direito aplicável a uma lide com conexão
internacional.
ELEMENTOS DE CONEXÃO
Elementos de conexão:
• domicílio é o elemento básico – domicílio fixo, centro das atividades, local
onde a pessoa for encontrada
• autonomia da vontade – em matéria contratual, as partes podem eleger o
direito aplicável, em caso de controvérsia. Assim, as partes podem definir
no contrato o foro competente para dirimir controvérsias.
INCORPORAÇÃO
O congresso analisa o tratado e o publica no Diário Oficial, tornando-o, então,
com força de lei.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
CONCEITO
Caráter voluntário.
Caráter partidário = igualdade jurídica (cooperação). Ex. A ONU tem poder de
veto.
Pluralidade de membros.
Independência jurídica.
CLASSIFICAÇÃO
1)Quanto ao Sujeito
• Abertas – a outros membros, por cláusulas de adesão.
• Fechadas
2)Quanto a Finalidade
• Fins Amplos – para vários assuntos.
• Fins Específicos – ex. para fins militares, apenas.
3)Quanto ao Espaço
• Universais – gerais, exigem participação de todos.
• Regionais – ex. OTAN
2)Conselho
-Pode ser constante ou permanente
3)Órgãos Burocráticos
- Ex. UNESCO
4)Auxiliares
5)Sede
-Estipulado em tratado
-Acordo de sede.
2)Principais Órgãos
-Assembléia Geral
-Conselho de Segurança
-Conselho Econômico Social
-Conselho de Tutela
-Corte Internacional de Justiça (competência pode ser em razão da
matéria e em razão da pessoa).
-Secretariado
OEA
Órgãos Principais da OEA
-Assembléia Geral – órgão supremo
-Reunião de Consulta dos Ministros dos Estados Membros
-Conselho permanente:
• Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral
• Comissão Jurídica Interamericana de Jurisconsultos
• Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura
• Comissão Interamericana de Direitos Humanos
-Secretaria Geral
-Conferências Especializadas
NACIONALIDADE
SISTEMAS DEFINIDORES
a)jus sanguinis – Itália
b)jus solis –
O sistema brasileiro é misto, predominando o jus solis (são considerados
brasileiros os nascidos em território nacional).
BRASILEIROS NATOS
-Artigo 12, I, CR/88:
Ex. pai brasileiro o mãe brasileira (que não exige prazo). Se um filho da
Procuradora da Fazenda Nacional que nasceu fora do Brasil, que foi a trabalho
do governo brasileiro para a discussão da dívida externa. Se for a serviço de
uma empresa privada, o filho deve morar no Brasil e optar pela nacionalidade.
Se não o fizer e o estrangeiro adote o jus sanguinis, não há nacionalidade, é
apátrido. O apátrido viaja com o registro de nascimento obtido no consulado,
sendo que o registro não confere a nacionalidade.
BRASILEIROS NATURALIZADOS
-Artigo 12, II, CR/88.
-Artigo 12, II, §1o – “Estatuto da Igualdade” – Requisitos:
a) Não condenação
b) Residir no Brasil
c) Expressar-se no idioma nacional
-Competência para ser naturalizado: juiz federal (artigo 109, X, CR/88).
-O procedimento de naturalização é administrativo, feito perante a justiça
federal, que o encaminha para o Ministério da Justiça. Segue então para a
justiça federal, onde o juiz federal marca uma audiência de naturalização e o
estrangeiro é transformado em nacional (a audiência é solene). Sempre feito na
1a vara da justiça federal, e o juiz apenas analisa:
EXPULSÃO
Retirada do território nacional do nocivo (aquele que ofende os bons costumes,
a soberania, por exemplo), sendo ato privativo do Presidente da República,
mediante decreto. Contra o decreto de expulsão não cabe recurso para o STF,
pois para recursos no STF não se admite prova pré-constituída (de plano) e no
caso da expulsão essa prova é necessária. Caberá, porém, ação ordinária na
justiça federal para discutir o decreto de expulsão.
DEPORTAÇÃO
Retirada do território nacional do irregular (por visto vencido, ou aquele que
entrou clandestinamente, por exemplo). Feito pela polícia federal e não
necessariamente a deportação deve ser feita para o país de origem,
especialmente se tratar-se de crime político.
EXTRADIÇÃO
Retirada do território nacional daquele que cometeu crime fora do território
nacional para que o mesmo responda por processo criminal, lembrando-se
que, para crimes políticos, não se autoriza a extradição. O pedido de extradição
deve ser feito perante o STF. O conceito de crime político é complexo e deve
ser analisado no caso concreto. Ex. matar Presidente da República pode não
ser crime de caráter político mas, simplesmente, passional. O brasileiro não
pode ser extraditado, de acordo com o artigo 5o, LI, CR/88, exceto:
a)o naturalizado, para crime praticado antes da naturalização;
b)aquele que se envolveu em tráfico de drogas.
Lembra-se que ocorrerá a extradição do brasileiro cujo país interessado
mantenha Promessa de Reciprocidade com o Brasil. Se mais de um país
requerer a extradição, será feita para o país que primeiro a requereu.
VISTOS
VISTO DE TRÂNSITO
Em aeronaves, não é necessário o visto de trânsito. O visto temporário pode se
transformar em permanente, de acordo com o artigo 13 e 37 da Lei do
Estrangeiro. Artigo 56 da Lei 6.830: para os casos de estrangeiro com
passaporte de país que mantém relações com o Brasil.
DIREITO COMUNITÁRIO
a)Doutrina Dualista:
Existência de duas ordens jurídicas distintas, uma ordem jurídica do Estado (de
direito interno ou constitucional) e uma ordem jurídica de direito internacional
(tratados e costumes, basicamente). Sendo assim, cada doutrina irá
prevalecer, dependendo do momento em cada caso.
b)Doutrina Monista:
Há apenas uma ordem jurídica, conhecida com mundial, onde convivem o
direito internacional e o Estatal. Alguns autores acreditam que o direito interno
prevalece sobre o internacional e outros doutrinadores afirmam o contrário. Os
doutrinadores dualistas não se dividem em dois grupos, portanto.
SOBERANIA ESTATAL
Em relação à soberania dos Estados, cada corrente cria seus conceitos,
divergindo-se, a saber:
a)Os monistas acreditam que o direito internacional é soberano e somente
existe o Estado porque o direito internacional assim o deseja, pelo Princípio da
Efetividade dado ao Estado.
DIREITOS HUMANOS
Trata-se de um cuidado entre países vizinhos para manter a própria segurança
e bem estar social, passando a ser uma preocupação de todos os Estados, e
não apenas em relação aos países mais favorecidos economicamente. Não há
como manter a soberania absoluta e cuidar de questões internacionais ao
mesmo tempo. Sendo assim, o que se busca então é a internacionalização dos
direitos constitucionais (criando-se novas constituições). O Brasil, por exemplo,
trouxe os princípios de direito internacional para a norma constitucional, em seu
artigo 5o, §2o e artigo 4o, II da CR/88. “Uma ameaça aos direitos humanos é
uma ameaça à justiça em qualquer parte” (Martin Luther King).
RELAÇÕES GLOBALIZADAS
Ultrapassando-se as barreiras nacionais, atinge-se a economia globalizada. No
passado, os Estados reuniam-se para firmar tratados, não criando algo novo,
em confederações de países. Essas reuniões ainda permitiam o “Direito de
Secessão”, como um direito de desligamento do acordo o tratado pelo Estado
interessado, já que tratava-se de contratos, onde predominava o pacta sunt
servanda. Assim, as reuniões de Estados eram precárias e temporárias,
portanto.
LEASING INTERNACIONAL
1 – Introdução
Por outro lado, isso tudo tem ocorrido paralelamente à reestruturação nem
sempre equilibrada dos sistemas produtivos. Incapacitadas para evitar o
imposto inflacionário, utilizar-se das novas ferramentas de engenharia
financeira e entender os termos jurídicos dos contratos de crédito e
financiamento, muitas empresas tornaram-se inviáveis e descapitalizaram-se.
As questões de Direito que uma discussão desse tipo suscita são enormes e
variadas. Neste sentido, a experiência jurídica acumulada pelos diversos
países do mundo constitui um rico acervo, que pode contribuir decisivamente
para balizar o debate e proporcionar resultados positivos, tanto aos sistemas
financeiro e produtivo, quanto ao Direito.
Autonomia
“A autonomia técnica dos contratos internacionais adquirem progressivamente
viabilidade afirmativa, principalmente a partir da consolidação da teoria da lex
mercatoria, e, sobretudo, pela criatividade decorrente das operações do
comércio internacional, desenvolvidas a latere dos Direitos Nacionais, e
rapidamente aceita, sem discussão. Válida, igualmente, a idéia de que os
praticantes do comércio internacional constituem uma comunidade, que
procura elaborar as suas próprias regras.” (Irineu Strenger, Contratos
Internacionais do Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986, p. 45)
Eficácia
“No plano dos contratos internacionais, deve entender-se por eficácia a força
jurídica de execução deduzida da forma e da substância dos ajustes
convencionais. A eficácia corresponderia, nessas circunstâncias, ao poder de
titularidade, do qual se dotariam as partes contratantes, para fazer valer seus
direitos territorial ou extraterritorialmente.”(Irineu Strenger, Contratos
Internacionais do Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986, p. 49)
Natureza Jurídica
“Na esfera do comércio internacional, a validez e a eficácia negociais têm seu
princípio na máxima negotium constitutum sola voluntate (a vontade é criadora
do negócio jurídico).” (Irineu Strenger, Contratos Internacionais do Comércio,
Revistas dos Tribunais, 1986, p. 68)
Tipificação
As partes e a negociação
“A negociação é tipicamente procedimento de força vinculativa, à medida que a
discussão dos problemas possa concomitantemente gerar compromissos ou
atividades concernentes, que potencializem a possibilidade de danos em face
da ruptura negocial preliminar.” (Irineu Strenger, Contratos Internacionais do
Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986, p. 103)
“Em termos práticos, deve-se concluir que todo negociador tem o dever de
evitar que os interesses de seu parceiro possam ser comprometidos,
esforçando-se por impedir que se crie, em torno das negociações, estado de
incerteza, especialmente quando essas negociações envolvem despesas
prévias, com a perspectiva não contradita da conclusão do acordo.” (Irineu
Strenger, Contratos Internacionais do Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986,
p. 103-104)
Decisão
“A decisão talvez seja o momento mais significativo, como culminância da fase
das negociações, pois é o momento conclusivo do debate e do diálogo
abrangente, no qual, por pressuposto, todas as questões foram devidamente
colocadas.” (Irineu Strenger, Contratos Internacionais do Comércio, Revistas
dos Tribunais, 1986, p. 106)
“Uma fórmula talvez de difícil elaboração, mas de bons resultados que se adota
para colocar fim a diferenças lingüísticas na interpretação dos contratos
consiste em assiná-los, num mesmo instrumento, nas línguas de ambos os
contratantes, servindo as suas versões simultâneas como instrumentos válidos
e originais para interpretação dos contratos. Outra fórmula reside em escolher
uma determinada língua como única, que servirá para interpretação do
contrato, mesmo que ele tenha sido elaborado e até firmado também em outra
que não aquela”. (José Maria Rossani Garcez, Contratos Internacionais
Comerciais, Editora Saraiva, 1994, p. 111).
Lei aplicável
“Tratando-se de contratos internacionais do comércio, fica implícita e
necessariamente firmada a idéia de que a execução e o cumprimento das
obrigações reciprocamente assumidas se situam num plano multissistemático
de dependência jurídica. Normalmente os contratos internacionais do comércio,
pela sua natureza, não ficam subordinados a regimes unitários, a não ser os
casos raros de uniformidade do direito, nem se submetem de forma
espontânea e direta à normatividade de um único Estado.” (Irineu Strenger,
Contratos Internacionais do Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986, p. 113)
“Há duas hipóteses a considerar, tratando-se de contratos internacionais: a
primeira, do contrato omisso quanto ao Direito aplicável, e a outra na qual as
partes exercitam essa faculdade, apoiadas no princípio da autonomia da
vontade.” (Irineu Strenger, Contratos Internacionais do Comércio, Revistas dos
Tribunais, 1986, p. 113)
Limites da vontade
“O caráter expansivo do princípio da autonomia da vontade, em que pese sua
alta receptividade geral, por parte dos contratualistas do comércio
internacional, não é, contudo, ilimitado. Trata-se de possibilidade que sofre
resistências, no momento, insuplantáveis, do jus cogens. Acertadamente deve-
se admitir que a vontade das partes, nos contratos internacionais, é
amplamente admitida, mas não se identifica com absolutismo invocado e
sustentado por alguns autores. É preciso, porém, salientar que o comércio
internacional desempenha importante papel no entendimento dos pressupostos
que alicerçam a lex voluntatis.” (Irineu Strenger, Contratos Internacionais do
Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986, p. 117)
“Entre os elementos limitadores da vontade, colocam-se as leis imperativas
internas do território no qual o contrato deve ser executado, , e as regras de
ordem pública.” (Irineu Strenger, Contratos Internacionais do Comércio,
Revistas dos Tribunais, 1986, p. 118)
Condições de validade
“As condições de validade repousam no princípio do mútuo consentimento a
propósito de determinado objeto. Para que um contrato seja validamente
formado, deve conter estipulações lícitas, além das que precipuamente
correspondem ao objeto. É da essencialidade dos contratos internacionais do
comércio, bem assim dos contratos em geral, que de seu conteúdo constem:
a) as partes devidamente qualificadas;
b) o objeto, de maneira explícita e pormenorizada;
c) as diferentes estipulações avençadas; e
d) as sanções, expressamente previstas.” (Irineu Strenger, Contratos
Internacionais do Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986, p. 134)
Prestações a cumprir
“A expressão prestações a cumprir é de natureza abrangente e pode significar
atos que vão desde uma simples compra e venda até acordos de
empreendimentos os mais complexos, envolvendo extensa tipologia contratual
e cumulação de obrigações, dada a grande força criativa e inovadora do
comércio internacional.” (Irineu Strenger, Contratos Internacionais do
Comércio, Revistas dos Tribunais, 1986, p. 149)
2 – Desenvolvimento
Após a leitura dos dois artigos, fica nítida a diferença entre as duas
modalidades de Leasing. No Leasing Financeiro a empresa arrendante tem
como objetivo reaver o valor investido na aquisição do bem e a remuneração
financeira do investimento, enquanto no Leasing Operacional o intuito da
empresa arrendante é a locação do bem.
Maria Helena Diniz na sua obra (Curso de Direito Civil Brasileiro, 3o Volume,
página 528), assim entende: “Por outro lado, o arrendatário terá a obrigação
de: (...) pagar ao arrendador todas as prestações que completariam o
cumprimento integral da obrigação, se rescindir o contrato antes do seu
vencimento”. Idêntico entendimento expressa o reconhecido mestre Fran
Martins em seu livro (Contratos e Obrigações Contratuais, São Paulo
Forense,1996,14 a edição).
Responsabilidade Civil
Súmula 492 do STF: "a empresa locadora responde civil e solidariamente, com
o locatário pelos danos por este causado a terceiros", dava a impressão de ter
encerrado a controvérsia sobre o assunto.
Purgação da Mora
Neste caso, a posse do bem pelo arrendatário tornou-se viciada, precária e não
mais assiste direito a este de continuar com a posse do bem, estando assim
presentes os requisitos para a impetração da ação possessória.
Artigo 921 do CPC: "é lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I -
condenação em perdas e danos... "
Enquanto a maior parte dos doutrinadores inclina-se pelo caminho da Lei, que
no art. 916 do Código Civil prevê: a cláusula penal pode ser estipulada
conjuntamente com a obrigação ou em ato posterior, os tribunais vêm
sistematicamente rechaçando os pedidos das arrendatárias de cumularem a
reintegração de posse com perdas e danos, como atestam o acórdão seguinte
do 1o Tribunal de Alçada Cível de São Paulo:
Essa questão dos reajustes previstos pela variação cambial do dólar norte-
americano em contratos de leasing merece ser analisada sob dois aspectos
distintos:
Nem se diga que era previsível a explosão cambial, desculpa de última hora de
quem não teve competência para fazer a economia seguir os rumos
originariamente traçados. Às vésperas da explosão cambial, o então presidente
do Banco Central, Gustavo Franco, dizia que a "âncora cambial" era essencial
à manutenção do Plano Real e, portanto, não seria em nenhuma hipótese
substituída. Se havia essa garantia governamental, aliás endossada pelo
presidente da República, que se reelegeu com a promessa tantas vezes
repetida de manter o Plano Real a qualquer preço, é evidente que se encontra
sempre presente a imprevisibilidade da alteração da situação econômica, a
influir na própria comutatividade dos contratos celebrados, que de nenhuma
maneira possuem a natureza aleatória que se lhe querem emprestar no
episódio da desvalorização cambial de JAN/99.
3 – Conclusões
Com isto as empresas podem renovar seu parque industrial sem grande aporte
de capital, uma necessidade para que a empresa possa enfrentar de frente a
concorrência interna e externa e sobreviver no mercado cada vez mais
agressivo e globalizado.