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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA EM PSICODRAMA COM CRIANÇAS

Primeira observação relevante


A Terapia Psicodramática não desmerece testes psicométricos, mão não prescinde em suas
avaliações de testes sociométricos, testes de espontaneidade, e da pesquisa do
átomo familial e social.

Segunda Observação relevante


A criança é produto da interação do átomo familial, do átomo social (rede sociométrica). O
desconforto causado pela criança não é necessariamente dela. Na visualização da rede
sociométrica um distúrbio pode ser algo do grupo familial ou social e não apenas da criança
- isto sem se desprezar as características pessoais desta criança.

Terceira Observação relevante


Quanto ao encerramento da avaliação da criança, parece não haver final, porque esta deve
ocorrer ao longo do processo psicoterápico, sempre revestido do sentido de verificação das
hipóteses e seu respectivo redirecionamento quando necessário. Uma avaliação
psicodramática não comporta uma sessão devolutiva como nos moldes tradicionais. O que
ocorre é que ao longo do processo acompanhado pela criança, por familiares e por outros
envolvidos, estes vão assimilando o conteúdo levantado nas pesquisas e as respostas
dadas com a ajuda/interferência do terapeuta, na sua função de “investigador social”. Este
oferece ainda a oportunidade de se vivenciar e discutir aspectos desconhecidos até então.
A preocupação durante o processo é desfazer a forte idéia de que a culpa é dos pais.
Pessoas não são culpabilizadas e sim responsabilizadas; não são causadoras do
desequilíbrio, mas participantes.

Não se deve preocupar com análise de cunho individual, mas ter uma visão abrangente que
a estrutura e o dinamismo das relações permitam. Precisa visualizar a rede sociométrica,
considerar um distúrbio como algo DO GRUPO FAMILIAL e não apenas da criança. Procurar
ver o conjunto “família - grupo” e entender o comportamento dessa criança como
produto essa junção.

Observação nº 01 - A autora (Mirian Tassinari) registra em seu artigo AVALIAÇÃO


DIAGNÓSTICA EM PSICODRAMA COM CRIANÇAS que psicólogos não psicodramatistas se respaldam
em testes psicológicos quando são procurados para avaliações - no caso específico do
artigo, avaliação de crianças. Estes testes, porém, ficam distantes do objeto de estudo da
socionomia que vê o SER em sua relação. Os testes são limitados quanto a diversos
quesitos socionômicos (termo característico do vocabulário do Psicodrama). A autora não
se contrapõe aos testes psicométricos, mas diz que também é possível a aplicação de
testes sociométricos, de espontaneidade e a pesquisa do átomo social.

Observação nº 02 - Tassinari sistematiza a prática psicodramática colocando em primeiro


lugar a QUEIXA como ponto de partida para a procura de uma terapia, onde adultos falam
de comportamentos inaceitáveis na criança que vão de encontro com a harmonia familiar.
Recai sobre a criança a responsabilidade de causar o “problema”. Para não se ficar apenas
nas informações da QUEIXA, o psicólogo deve:
a. Verificar em que contextos aparecem os sintomas - em todos os lugares ou em
alguns específicos?
b. Em que vínculos ocorrem - com quais pessoas?
c. Qual a reação das pessoas envolvidas - o efeito desses comportamentos nas pessoas
d. Quais as modificações ocorridas nos vínculos - pessoas se afastam ou se aproximam?
e. Onde e quando o sofrimento é maior - quais os ganhos ou perdas?
O objetivo é detectar quais os desacordos que ocorrem nos vínculos.

Observação nº 03 - A autora trabalha conceitos a respeito de Vínculos, Átomo Familial


e Átomo Social.
a. Átomo Familial - Oficiais: pai, mãe, irmãos. Estes cuidam da criança, podendo ocorrer
uma inversão (problema!): Criança cuidando dos cuidadores. Os papéis oficiais
permanecem em seus lugares. O que muda são as funções exercidas.
b. Átomo Social - trata de pessoas que fazem parte da vida da criança, além de seus
familiares. O átomo social pode ser rico ou pobre. Depende da relação dos familiares
com terceiros e da própria criança, influenciando convívio e aprendizagem.
c. Rede Sociométrica - grupo familial mais outros grupos (escola, amigos, clube)
formando uma rede com elementos que se entrelaçam.
• Quais os grupos a que a criança pertence?
• Quais os vínculos com esses grupos?
• Há diferenças ou semelhanças entre esses grupos?
• O problema relatado (queixa) tem relação grupos? Como? Em que
circunstâncias?
• Qual o status sociométrico da criança nesses grupos? É integrado, ou há
algum isolamento perturbador?
Pesquisar a sociometria dos vínculos amplia a compreensão do problema,
favorece a hipotetização e facilita o processo terapêutico.

Observação nº 04 - Tassinari trata de Espontaneidade e Criatividade quando observa


a criança quanto a respostas a situações novas o como reage essa criança em casa, na
escola, com amigos? Será que as respostas dadas são realmente originais, ou segue um
Ego Auxiliar? (Ego Auxiliar: em situação de difícil solução, quem a criança procura com
mais freqüência? Com a solicitação de alguma pessoa, qual a reação dos demais - ciúme,
alívio, compartilhamento, ... -

Observação nº 05 - A autora conclui o artigo dizendo que, quanto ao encerramento da


avaliação da criança, parece não haver final, porque esta deve ocorrer ao longo do
processo psicoterápico, sempre revestido do sentido de verificação das hipóteses e seu
respectivo redirecionamento quando necessário. Uma avaliação psicodramática não
comporta uma sessão devolutiva como nos moldes tradicionais. O que ocorre é que ao
longo do processo acompanhado pela criança, familiares e outros envolvidos” estes vão
assimilando o conteúdo levantado nas pesquisas e as respostas dadas com a
ajuda/interferência do terapeuta, na sua função de “investigador social”. Este oferece ainda
a oportunidade de se vivenciar e discutir aspectos desconhecidos até então. A preocupação
durante o processo é desfazer a forte idéia de que a culpa é dos pais. Pessoas não são
culpabilizadas e sim responsabilizadas; não são causadoras do desequilíbrio, mas
participantes.

Não se deve preocupar com análise de cunho individual, mas ter uma visão abrangente que
a estrutura e o dinamismo das relações permitam. Precisa visualizar a rede sociométrica,
considerar um distúrbio como algo DO GRUPO FAMILIAL e não apenas da criança - isto tudo
sem se desprezar as características pessoais desta criança! Procurar ver o conjunto
“família - grupo” e entender o comportamento dessa criança como produto essa junção.

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