UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Socologia da Educação.
Orientador: Prof.ª Okçana Battini
Veranópolis 2010 O CAPITALISMO E O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
Através das discussões realizadas em aula, viemos falar sobre
o surgimento da Sociologia como ciência, o papel que ela tem ao analisar os problemas da sociedade e o surgimento do Modo de Produção Capitalista, e quais acontecimentos históricos possibilitaram o desenvolvimento de tais fatos, bem como uma breve relação entre a leitura da sociedade e o papel da escola realizada por um dos grandes pensadores da sociologia clássica, Karl Marx. Iniciaremos falando sobre um desses acontecimentos que marcaram tanto a história da sociologia, a Revolução Industrial, que fez com que a burguesia se tornasse uma classe poderosa e influente, no sentido econômico, sendo assim, a responsável pela introdução da produção manufatureira e seu desenvolvimento, advindo pela maquinofatura, seguido pela produção industrial. Um filme que retrata bem a revolução é o “Tempos Modernos”, com Charles Chaplin, de 1936. O filme mostrou de forma humorística como os trabalhadores eram tratados. Já a Revolução Francesa, outro fato histórico que desencadeou o Modo de Produção Capitalista e a Sociologia, e as mudanças provocadas pela mesma, concentravam-se mais no âmbito político. Porém, tanto a Revolução Industrial quanto a Francesa trouxeram, para a sociedade européia, situações totalmente novas nos sentidos econômico, político e social, marcando significativamente sua população, e possibilitando o pleno desenvolvimento do modo de produção capitalista. Essas transformações foram muito sofridas para a população, pois, por serem acostumados com a vida rural, agora teriam que se adaptar ao meio hurbano e à disciplina imposta pelo trabalho nas fábricas. A rápida industrialização e urbanização, advindas da grande quantidade de pessoas vindas das colônias para os grandes centros urbanos à procura de emprego nas indústrias, ocasionou um aumento assustador da prostituição, do alcoolismo, do suicídio, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera, etc., ou seja, uma nova realidade social que pasou a exigir novas teorias e novas formas de pensar a sociedade, que buscassem soluções para os problemas que surgiram com o avanço industrial, frutos do capitalismo que visava somente a obtenção de lucros, transformando todas as relações em mercadorias. Sendo assim, deu-se início a uma preocupação com a questão social, fazendo-se necessária uma ciência social que estudasse os fenômenos decorrentes das relações humanas, surgindo, desta forma, a Sociologia. Outra característica que auxiliou para que surgisse a sociologia, que no início se preocupava em “organizar” a sociedade foram, a evolução dos modos de pensamento acrescidos dos problemas que vieram com a rápida industrialização. Diferente das outras ciências, a sociologia tem como objeto de estudo o seu próprio observador, por isso ela deve ter seus próprios meios de investigação. Mas, foi sob o olhar do Positivismo que a Sociologia ganhou uma nova terminologia, chamada Sociologia Clássica, com conceitos desenvolvidos por Émile Durkheim, Max Weber, Karl Marx e Friedrich Engels, dos quais, os dois últimos citaremos a seguir. Enquanto o positivismo se preocupava em “manter” a nova sociedade capitalista o marxismo vem criticar radicalmente esse novo tipo de ordem social, mostrando suas contadições. Graças a Marx e Engels que deu-se a criação desse pensamento crítico em relação a sociedade capitalista, foram eles que trouxeram a idéia de que o conhecimento sobre a realidade social deve ser usada através da política, para orientar a socieda culminando em sua transformação, pois, para eles, a sociologia deveria ser usada para que a sociedade sofresse mudanças radicais. Sendo que, para os marxistas, a luta de classes é o ponto mais real da sociedade capitalista. A obra de Marx foi muito importante para a sociologia pois, trouxe a teoria da luta dos contrários, o ‘método dialético’, proposto por Marx, e que possui quatro cracterísticas básicas das quais, tudo se relaciona (lei da ação recíproca e da conexão universal), tudo se transforma (lei da transformação universal e do desenvolvimento incessante), mudança qualitativa e luta dos contrários. Segundo Marx e Engels, o conhecimento seria um instrumento na luta dos trabalhadores para mudar a estrutura econômica que era injusta e desigual, dando ênfase no papel dos trabalhadores, transpondo o modo de produção capitalista e implantando uma nova sociedade inicialmente socialista e, posteriormente passando a ser comunista. O capitalismo era um modo de produção divido por classes, proletários e capitalistas, essas classes foram definidas pelo “lugar” em que as pessoas ocupavam na prodição de riquezas, ou seja, os proletários (trabalhadores) possuem a força de trabalho, enquanto a burguesia (capitalista) possuia os meios de produção, porém, essas classes teriam interesses completamente diferentes, o que resultaria em um incessante conflito, do qual, Marx e Engel nomearam “luta de classes”. Segundo eles, no capitalismo, o trabalhador participa muito pouco do processo de produção, ficando sujeito às ordens de outras pessoas, sendo muitas vezes, impossibilitado sequer de saber, afinal, que produto ajudou a produzir e nem para que serve, esse processo de divisão do trabalho Marx e Engels deram o nome de alienação. A alienação vem trazer o fetiche de mercadoria, na qual a mercadoria parece adquirir vida própria, o fetiche oculta a verdadeira função da mercadoria, que é ser fruto do trabalho humano, podemos perceber como as relações sociais passam substituídas pelas relações de mercadorias. Outro conceito da teoria marxista é a de mais-valia, que é o trabalho ‘a mais’ feito pelo trabalhador, do qual deixa de ser pago para que o capitalista acumule seu capital. O capitalista paga ao trabalhador somente o suficiente para ele se manter vivo como, comida, vestuário, moradia e transporte, mas ele produz muito mais do que precisa para sobreviver. O capitalismo tras profundas desigualdades sociais e muitas dificuldades nas negociações entre capitalistas e proletários, sendo necessária uma organização política dos trabalhadores para que assim possam se opor ao capitalismo, fazendo surgir uma nova sociedade, o comunismo, baseado na igualdade social. Karl Marx vem mostrar uma visão diferente do processo educativo, pois para ele a educação deveria ser agrupada ao trabalho. Essa relação entre educação e trabalho seria fundamental para o pensamento de que o homem é, demasiado, importante para a criação e o desenvolvimento do mundo em que vive. Sendo assim, Marx vai trazer o que ele denomina “educação politécnica”, ou seja, trabalho e ensino juntos, o que levaria a uma grande transformação social, pois, essa escola possibilita a formação integral do homem, dando a ele conhecimentos pedagógicos e também produtivos, possibilitando o desenvolvimento de um ser social pleno. Com isso, Marx propõe uma sociedade sem divisões de classes e sem a exploração por parte dos trabalhadores, sendo a educação vista como meio de alcançar a tão sonhada transformação social e consequentemente construir novas e boas condições de vida para toda a população, pois a educação é a melhor forma de começarmos a transformar a sociedade, fazendo com que nossos alunos se tornem pessoas críticas e cientes de seus direitos. REFERÊNCIAS
BATTINI, Okçana; FERREIRA, Adriana F. Cultura e Sociedade. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2009.
MS, Lucas. Surgimento da Sociologia. Disponível em:
<www.infoescola.com/sociologia/surgimento-da-sociologia/> Acesso em: 25 mar. 2010.
MS, Lucas. Karl Marx e o Marxismo. Disponível em:
<www.infoescola.com/sociologia/karl-marx-e-o-marxismo/> Acesso em: 25 mar. 2010.
ALENCAR, Cláudio. O Surgimento da Sociologia e Fatos Sociais. Disponível
em: <www.sofi.com.br/conteudo/o-surgimento-da-sociologia-e-fatos-sociais> Acesso em: 26 mar. 2010.