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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATO GROSSO

DIRETORIA DE ENSINO
TECNÓLOGO EM AUTOMAÇÃO

Carga Elétrica
Podemos considerar que os conhecimentos sobre a eletricidade tiveram seu início em 600
AC, quando Thales de Mileto verificou que um bastão de âmbar (uma resina fóssil) atritado
atraía pequenos fragmentos de palha. Aliás, a origem da palavra está no grego elektron,
que significava âmbar amarelo. A matéria é formada de pequenas partículas, os átomos.
Cada átomo, por sua vez, é constituído de partículas ainda menores, no núcleo estão os
prótons (positivos) e os nêutrons (sem carga); na eletrosfera os elétrons (negativos) como
ilustra a figura abaixo. Às partículas eletrizadas, elétrons e prótons chamamos "carga
elétrica".

Modelo de Bohr

A evolução das constatações de Mileto levou à conclusão da existência de cargas elétricas,


que podem ser de duas espécies: positiva e negativa.

Princípios da eletrostática
Cargas elétricas da mesma espécie ocorre uma repulsão e entre espécies diferentes, uma
atração conforme figura abaixo. O modelo atual supõe que uma porção qualquer de matéria,
no seu estado normal, contém a mesma quantidade de cargas positivas e negativas

O modelo atual supõe que uma porção qualquer de matéria, no seu estado normal, contém a
mesma quantidade de cargas positivas e negativas. Quando, por exemplo, um bastão de
vidro é atritado contra um tecido, o trabalho mecânico desfaz este equilíbrio, transferindo
cargas entre os mesmos. O vidro passa a ter mais cargas positivas e o tecido, mais cargas
negativas.
Carga elementar
A carga elétrica não varia de forma contínua e obedece aos princípios da física quântica. A
menor carga possível é a do elétron. Diz-se então que a carga elétrica e quantizada, ou seja,
só existe múltiplo inteiro da carga elementar.

É evidente que, com um valor tão pequeno, para fins práticos, é como se fosse
continuamente variável. Entretanto, certos fenômenos só podem ser estudados com o uso do
conceito quântico.

Valor da carga elementar: e = −1, 6 ×10−19 C

Portanto, uma carga qualquer q deve ser tal que q = n×e onde n é um número inteiro,

positivo ou negativo.

Lei de Coulomb
Charles Coulomb verificou experimentalmente em 1785 que a força de atração ou repulsão
entre dois corpos eletricamente carregados é diretamente proporcional às cargas de cada e
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre os mesmos. É a conhecida Lei de
Coulomb. Notar a semelhança com a lei da gravitação de Newton. A diferença é que, nesta
última, ocorre apenas atração.

1 q1q2
Lei de Coulomb: F=
4πε 0 r 2

onde

q1 e q2 → são as cargas elétricas de cada corpo;


r → é a distância entre as cargas elétricas;
1 C2
ε0 = × 10−9 → é a permissividade elétrica do vácuo
36π Nm 2

Forças elétricas e gravitacionais no átomo


A tabela abaixo dá os valores de carga elétrica e massa das partículas fundamentais do
átomo. Notar que a massa do nêutron é aproximadamente igual à do próton e a do elétron,
cerca de 1840 vezes menor.

Partícula Elétron (e) Próton (p) Neutron (n)

Carga -1,6.10-19 C 1,6.10-19 C 0

Massa 9,11.10-31 Kg 1,67 10-27 Kg 1,67 10-27Kg

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Se considerarmos um átomo de hidrogênio, no qual a distância aproximada entre elétron e
próton é 5,3 10-11 m, e usamos as lei da gravitação de Newton e a lei Coulomb para calcular
as respectivas forças, chegamos aos seguintes resultados:

m1m1
Fg = G → força gravitacional
r2

Nm 2
Onde: G = 6, 672 × 10-11
Kg 2

1 q1q2
Fe = → força elétrica
4πε0 r 2

Dividindo Fg por Fe , temos:

Fg m1m2 1, 67 × 10−27 × 9,11×10−31


= 4πε 0G = 9 × 109 × 6, 672 × 10−11 −19 −19
= 3,54 × 10−20
Fe q1q2 1, 6 × 10 × 1, 6 ×10

Ou seja, a força elétrica é 1020 vezes maior que a força gravitacional, portanto esta última
torna-se desprezível em comparação a força elétrica.

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ELETRICIDADE[1]

Uma das principais fontes de energia da civilização contemporânea é a energia elétrica. O


princípio físico em função do qual uma das partículas atômicas, o elétron, apresenta uma
carga que, por convenção, se considera de sinal negativo constitui o fundamento dessa
forma de energia, que tem uma infinidade de aplicações na vida moderna.

Eletricidade é o fenômeno físico associado a cargas elétricas estáticas ou em movimento.


Seus efeitos se observam em diversos acontecimentos naturais, como nos relâmpagos, que
são faíscas elétricas de grande magnitude geradas a partir de nuvens carregadas.
Modernamente, confirmou-se que a energia elétrica permite explicar grande quantidade de
fenômenos físicos e químicos.

A constituição elétrica da matéria se fundamenta numa estrutura atômica em que cada


átomo é composto por uma série de partículas, cada uma com determinada carga elétrica.
Por isso se define carga elétrica como propriedade característica das partículas que
constituem as substâncias e que se manifesta pela presença de forças. A carga elétrica
apresenta-se somente em duas variedades, convencionalmente denominadas positiva e
negativa.

Primeiras noções:

Nas civilizações antigas já eram conhecidas as propriedades elétricas de alguns materiais. A


palavra eletricidade deriva do vocábulo grego elektron (âmbar), como conseqüência da
propriedade que tem essa substância de atrair partículas de pó ao ser atritada com fibras de
lã.

O cientista inglês William Gilbert, primeiro a estudar sistematicamente a eletricidade e o


magnetismo, verificou que outros materiais, além do âmbar, adquiriam, quando atritados, a
propriedade de atrair outros corpos, e chamou a força observada de elétrica. Atribuiu essa
eletrificação à existência de um "fluido" que, depois de removido de um corpo por fricção,
deixava uma "emanação". Embora a linguagem utilizada seja curiosa, as noções de Gilbert
se aproximam dos conceitos modernos, desde que a palavra fluido seja substituída por
"carga", e emanação por "campo elétrico".

No século XVIII, o francês Charles François de Cisternay Du Fay comprovou a existência de


dois tipos de força elétrica: uma de atração, já conhecida, e outra de repulsão. Suas
observações foram depois organizadas por Benjamin Franklin, que atribuiu sinais - positivo e
negativo - para distinguir os dois tipos de carga. Nessa época, já haviam sido reconhecidas
duas classes de materiais: isolantes e condutores.

Foi Benjamin Franklin quem demonstrou, pela primeira vez, que o relâmpago é um
fenômeno elétrico, com sua famosa experiência com uma pipa (papagaio). Ao empinar a
pipa num dia de tempestade, conseguiu obter efeitos elétricos através da linha e percebeu,
então, que o relâmpago resultava do desequilíbrio elétrico entre a nuvem e o solo. A partir
dessa experiência, Franklin produziu o primeiro pára-raios. No final do século XVIII,
importantes descobrimentos no estudo das cargas estacionárias foram conseguidos com os
trabalhos de Joseph Priestley, Lord Henry Cavendish, Charles-Augustin de Coulomb e
Siméon-Denis Poisson. Os caminhos estavam abertos e em poucos anos os avanços dessa
ciência foram espetaculares.

[1] Texto extraído de: http://www.copel.com/pagcopel.nsf/0/D630371CB993DB4F03256EAC00538710?OpenDocument

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Alessandro Volta, fundador da eletricidade moderna, apresenta seus experimentos a Napoleão
Bonaparte. A pilha inventada pelo físico italiano proporcionou um meio de produzir corrente
elétrica.

Modelo da pilha de Volta, invenção utilizada por outros cientistas como fonte de corrente
elétrica para fins práticos. (Deutsche Museum - Munique).

Thomas Alva Edison

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Em 1800, o conde Alessandro Volta inventou a pilha elétrica, ou bateria, logo transformada
por outros pesquisadores em fonte de corrente elétrica de aplicação prática. Em 1820,
André-Marie Ampère demonstrou as relações entre correntes paralelas e, em 1831, Michael
Faraday fez descobertas que levaram ao desenvolvimento do dínamo, do motor elétrico e do
transformador.

As pesquisas sobre o poder dos materiais de conduzir energia estática, iniciadas por
Cavendish em 1775, foram aprofundadas na Alemanha pelo físico Georg Simon Ohm.
Publicada em 1827, a lei de Ohm até hoje orienta o desenho de projetos elétricos. James
Clerk Maxwell encerrou um ciclo da história da eletricidade ao formular as equações que
unificam a descrição dos comportamentos elétrico e magnético da matéria.

O aproveitamento dos novos conhecimentos na indústria e na vida cotidiana se iniciou no fim


do século XIX. Em 1873, o cientista belga Zénobe Gramme demonstrou que a eletricidade
pode ser transmitida de um ponto a outro através de cabos condutores aéreos. Em 1879, o
americano Thomas Edison inventou a lâmpada incandescente e, dois anos depois, construiu,
na cidade de Nova York, a primeira central de energia elétrica com sistema de distribuição. A
eletricidade já tinha aplicação, então, no campo das comunicações, com o telégrafo e o
telefone elétricos e, pouco a pouco, o saber teórico acumulado foi introduzido nas fábricas e
residências.

O descobrimento do elétron por Joseph John Thomson na década de 1890 pode ser
considerado o marco da passagem da ciência da eletricidade para a da eletrônica, que
proporcionou um avanço tecnológico ainda mais acelerado.

Natureza elétrica da matéria:

Segundo a visão atomista do universo, todos os corpos são constituídos por partículas
elementares que formam átomos. Estes, por sua vez, se enlaçam entre si para dar lugar às
moléculas de cada substância. As partículas elementares são o próton e o nêutron, contidos
no núcleo, e o elétron, que gira ao seu redor e descreve trajetórias conhecidas como órbitas.

A carga total do átomo é nula, ou seja, as cargas positiva e negativa se compensam porque
o átomo possui o mesmo número de prótons e elétrons - partículas com a mesma carga,
mas de sinais contrários. Os nêutrons não possuem carga elétrica. Quando um elétron
consegue vencer a força de atração do núcleo, abandona o átomo, que fica, então, carregado
positivamente. Livre, o elétron circula pelo material ou entra na configuração de outro
átomo, o qual adquire uma carga global negativa. Os átomos que apresentam esse
desequilíbrio de carga se denominam íons e se encontram em manifestações elétricas da
matéria, como a eletrólise, que é a decomposição das substâncias por ação da corrente
elétrica. A maior parte dos efeitos de condução elétrica, porém, se deve à circulação de
elétrons livres no interior dos corpos. Os prótons dificilmente vencem as forças de coesão
nucleares e, por isso, raras vezes provocam fenômenos de natureza elétrica fora dos
átomos.

De maneira geral, diante da energia elétrica, as substâncias se comportam como condutoras


ou isolantes, conforme transmitam ou não essa energia. Os corpos condutores se constituem
de átomos que perdem com facilidade seus elétrons externos, enquanto as substâncias
isolantes possuem estruturas atômicas mais fixas, o que impede que as correntes elétricas
as utilizem como veículos de transmissão.

Os metais sólidos constituem o mais claro exemplo de materiais condutores. Os elétrons


livres dos condutores metálicos se movem através dos interstícios das redes cristalinas e
assemelham-se a uma nuvem. Se o metal se encontra isolado e carregado eletricamente,
seus elétrons se distribuem de maneira uniforme sobre a superfície, de forma que os efeitos
elétricos se anulam no interior do sólido. Um material condutor se descarrega imediatamente
ao ser colocado em contato com a terra.

A eletrização de certos materiais, como o âmbar ou o vidro, se deve a sua capacidade


isolante pois, com o atrito, perdem elétrons que não são facilmente substituíveis por aqueles
que provêm de outros átomos. Por isso, esses materiais conservam a eletrização por um
período de tempo tão mais longo quanto menor for sua capacidade de ceder elétrons.

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Eletrostática:

A parte da eletricidade que estuda o comportamento de cargas elétricas estáticas no espaço


é conhecida pelo nome de eletrostática. Ela desenvolveu-se precocemente dentro da história
da ciência e se baseia na observação das forças de atração ou repulsão que aparecem entre
as substâncias com carga elétrica.

Estudos quantitativos de eletrostática foram feitos separadamente por Coulomb e Cavendish.


A chamada lei de Coulomb estabelece que as forças de atração ou repulsão entre partículas
carregadas são diretamente proporcionais às quantidades de carga dessas partículas e
inversamente proporcionais ao quadrado da distância que as separa. Determinada de forma
empírica, essa lei só é válida para cargas pontuais em repouso. Sua expressão matemática
é:

1 q1q2
F=
4πε 0 r 2

Q e Q' indicam a grandeza das cargas, r é a distância entre elas e k é a constante de


proporcionalidade ou constante dielétrica, cujo valor depende do meio em que se acham
imersas as partículas elétricas. A direção das forças é paralela à linha que une as cargas
elétricas em questão. O sentido depende da natureza das cargas: se forem de sinais
contrários, se atraem; se os sinais forem iguais, se repelem. A unidade de carga da lei de
Coulomb recebe a denominação de coulomb no sistema internacional. A força se expressa
em newtons e a distância, em metros.

Campo elétrico:

Com o desenvolvimento da eletricidade como ciência, a física moderna abandonou o conceito


newtoniano de força como causa dos fenômenos e introduziu a noção de campo. A liberação
das partículas passou a ser associada às diferenças de níveis energéticos e não à ação direta
de forças.

Define-se campo elétrico como uma alteração introduzida no espaço pela presença de um
corpo com carga elétrica, de modo que qualquer outra carga de prova localizada ao redor
indicará sua presença. Por meio de curvas imaginárias, conhecidas pelo nome de linhas de
campo, visualiza-se a direção da força gerada pelo corpo carregado.

As características do campo elétrico são determinadas pela distribuição de energias ao longo


do espaço afetado. Se a carga de origem do campo for positiva, uma carga negativa
introduzida nele se moverá, espontaneamente, pela aparição de uma atração eletrostática.
Pode-se imaginar o campo como um armazém de energia causadora de possíveis
movimentos. É usual medir essa energia por referência à unidade de carga, com o que se
chega à definição de potencial elétrico, cuja magnitude aumenta em relação direta com a
quantidade da carga geradora e inversa com a distância dessa mesma carga. A unidade de
potencial elétrico é o volt, equivalente a um coulomb por metro. A diferença de potenciais
elétricos entre pontos situados a diferentes distâncias da fonte do campo origina forças de
atração ou repulsão orientadas em direções radiais dessa mesma fonte.

A intensidade do campo elétrico se define como a força que esse campo exerce sobre uma
carga contida nele. Dessa forma, se a carga de origem for positiva, as linhas de força vão
repelir a carga de prova, e ocorrerá o contrário se a carga de origem for negativa. Diz-se,
portanto, que as cargas positivas são geradoras de campos magnéticos e as negativas, de
sistemas de absorção ou sumidouros.

Dielétricos:

As substâncias dielétricas (que isolam eletricidade) se distinguem das condutoras por não
possuírem cargas livres que possam mover-se através do material, ao serem submetidas a
um campo elétrico. Nos dielétricos, todos os elétrons estão ligados e por isso o único
movimento possível é um leve deslocamento das cargas positivas e negativas em direções
opostas, geralmente pequeno em comparação com as distâncias atômicas.

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Esse deslocamento, chamado polarização elétrica, atinge valores importantes em substâncias
cujas moléculas já possuam um ligeiro desequilíbrio na distribuição das cargas. Nesse caso,
se produz ainda uma orientação dessas moléculas no sentido do campo elétrico externo e se
constituem pequenos dipolos elétricos que criam um campo característico. O campo é dito
fechado quando suas linhas partem do pólo positivo e chegam ao negativo.

O campo elétrico no interior das substâncias dielétricas contém uma parte, fornecida pelo
próprio dielétrico em forma de polarização induzida e de reorientação de suas moléculas, que
modifica o campo exterior a que está submetido. O estudo dos dielétricos adquire grande
relevância na construção de dispositivos armazenadores de energia elétrica, também
conhecidos como condensadores ou capacitores, os quais constam basicamente de duas
placas condutoras com potencial elétrico distinto, entre as quais se intercala a substância
dielétrica. Cria-se um campo elétrico entre as placas, incrementado pela polarização do
dielétrico que armazena energia. A capacidade de armazenamento de um condensador se
avalia mediante um coeficiente - conhecido como capacitância - que depende de suas
características físicas e geométricas. Essa grandeza tem dimensões de carga por potencial
elétrico e se mede comumente em faradays (coulombs por volts).

Circuitos elétricos e forças eletromotrizes:

Do estudo da eletrólise - intercâmbio eletrônico e energético entre substâncias químicas


normalmente dissolvidas - surgiram as primeiras pilhas ou geradores de corrente, cuja
aplicação em circuitos forneceu dados fundamentais sobre as propriedades elétricas e
magnéticas da matéria.

Uma carga introduzida num campo elétrico recebe energia dele e se vê impelida a seguir a
direção das linhas do campo. O movimento da carga é provocado físico segundo o qual todo
corpo alcança o equilíbrio em seu estado de energia mínima. Portanto, a carga tende a
perder a energia adquirida, ao movimentar-se para áreas menos energéticas.

Em termos elétricos, o movimento das cargas é provocado por diferenças de potencial


elétrico no espaço, e as partículas carregadas se dirigem de zonas de maior para as de
menor potencial. Nessa propriedade se fundamentam as pilhas e, em geral, todos os
geradores de corrente, que consistem em duas placas condutoras com potenciais diferentes.
A ligação dessas duas placas, chamadas eletrodos, por um fio, produz uma transferência de
carga, isto é, uma corrente elétrica, ao longo do circuito. A grandeza que define uma
corrente elétrica é sua intensidade, que é a quantidade de cargas que circulam através de
uma seção do filamento condutor numa unidade de tempo. A unidade de intensidade da
corrente é o ampère (coulomb por segundo).

Muitos físicos, entre eles Gay-Lussac e Faraday, pesquisaram as relações existentes entre a
tensão e a corrente elétricas. Georg Simon Ohm estudou as correntes elétricas em circuitos
fechados e concluiu que as intensidades resultantes são diretamente proporcionais à
diferença de potencial fornecida pelo gerador. A constante de proporcionalidade, denominada
resistência elétrica do material e medida em ohms (volts por ampères), depende das
características físicas e geométricas do condutor. Nesse contexto se dispõem de diferentes
recursos que permitem a regulagem e controle das grandezas elétricas. Assim, por exemplo,
a ponte de Wheatstone se emprega para determinar o valor de uma resistência não
conhecida e as redes elétricas constituem circuitos múltiplos formados por elementos
geradores e condutores de resistências distintas.

Efeitos térmicos da eletricidade:

A passagem de cargas elétricas a grande velocidade através de condutores origina uma


perda parcial de energia em função do atrito. Essa energia se desprende em forma de calor
e, por isso, um condutor sofre aumento de temperatura quando a corrente elétrica circula
através dele.

James Joule calculou as perdas de uma corrente num circuito, provocadas pelo atrito. Nesse
fenômeno, denominado efeito Joule, se fundamentam algumas aplicações interessantes da
eletricidade, como as resistências das estufas. O efeito também ocorre no filamento
incandescente - fio muito fino de tungstênio ou material similar que emite luz quando
aumenta a temperatura - utilizado nas primeiras lâmpadas de Edison e nas atuais lâmpadas
elétricas.

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Deve-se ao efeito Joule a baixa rentabilidade industrial do sistema de correntes contínuas,
em função das elevadas perdas que se verificam. Esse problema foi solucionado com a
criação de geradores de corrente alternada, nos quais a intensidade elétrica varia com o
tempo.

Aplicações:

A principal vantagem oferecida por uma rede elétrica é a facilidade de transporte de energia
a baixo custo. Diversas formas de energia, tais como a hidráulica e a nuclear, se
transformam em elétricas mediante eletroímãs de orientação variável que produzem
correntes alternadas. Essas correntes são conduzidas com o auxílio de cabos de alta tensão,
com milhares de volts de potência.

Normalmente, a eletricidade é utilizada como fonte de energia em diversos tipos de motores


com múltiplos usos, cuja enumeração seria interminável: eletrodomésticos, calefação,
refrigeração de ar, televisão, rádio etc. Nos centros de telecomunicação, a corrente elétrica
funciona como suporte energético codificado que viaja por linhas de condução para ser
decifrado por aparelhos de telefonia, equipamentos de informática etc.

Energia elétrica:

Junto com as energias mecânica, química e térmica, a eletricidade compõe o conjunto de


modalidades energéticas de uso habitual. De fato, como conseqüência de sua capacidade de
ser transformada de forma direta em qualquer outra energia, sua facilidade de transporte e
grande alcance através das linhas de alta tensão, a energia elétrica se converteu na fonte
energética mais utilizada no século XX.

Ainda que a pesquisa de fontes de eletricidade tenha se voltado para campos pouco
conhecidos, como o aproveitamento do movimento e da energia dos mares, as formas mais
generalizadas são a hidrelétrica, obtida pela transformação mecânica da força de quedas
d'água, e a térmica, constituída por centrais geradoras de energia alimentadas por
combustíveis minerais sólidos e líquidos.

Desde que se passou a utilizar eletricidade como fonte energética, sua produção
experimentou um crescimento vertiginoso. A importância dessa forma de energia se pode
provar pelo fato de, modernamente, os países mais industrializados duplicarem o consumo
de energia elétrica a cada dez anos. Entre os países de maior produção e consumo em todo o
mundo estão os Estados Unidos, a Rússia, o Reino Unido e a Alemanha. Também ostentam
consideráveis índices de produção os países que dispõem de importantes recursos hídricos,
como o Canadá e a Noruega.

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MAIS SOBRE O MODELO ATÔMICO DE BHOR

Os postulados de Bohr – Tratamento Clássico:

Para evitar a contradição do modelo atômico com a teoria clássica do eletromagnetismo,


Bohr elaborou os seguintes postulados:

• O elétron pode se mover em determinadas órbitas sem irradiar. Essas órbitas


estáveis são denominadas estados estacionários;

• As órbitas estacionárias são aquelas nas quais o momento angular do elétron em


torno do núcleo é igual a um múltiplo inteiro de h/2p. Isto é, mvr = nh/2p;

• O elétron irradia quando salta de um estado estacionário para outro mais interno,
sendo a energia irradiada dada por E = hf = Ei-Ef,onde h é a constante de Planck
(6,63 x 10-34 J.s = 4,14 x 10-15 eV.s), f é a freqüência da radiação emitida, Ei e Ef
são energias dos estados inicial e final.

A abaixo apresenta uma ilustração muito simplificada do modelo de Bohr para o átomo de
hidrogênio. Tem-se um elétron (carga -e) numa órbita com raio r em torno de um núcleo
com carga +e. A força centrípeta sobre o elétron é dada por:

v2
Fc = m → força centrípeta
r

R1

R2

Modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio


Esta força vem da interação coulômbica entre o elétron e o núcleo, isto é,

Fc = Fe → força centrípeta = força elétrica entre o núcleo e o elétron

1 e2
Fe = → força elétrica
4πε 0 r 2
e
Da igualdade obtém-se: v=
( 4πε0 mr )
12

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