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Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem

ORGANIZADORES
Linete Maria Menzenga Haraguchi
Oswaldo Barretto de Carvalho

São Paulo, Abril de 2010

Todos os direitos reservados.


A reprodução total ou parcial desta publicação é permitida mediante solicitação e autorização dos organizadores e autores e desde que citada a fonte.
O conteúdo dos artigos publicados é de responsabilidade de seus autores.
1ª Edição - 2010

Plantas Medicinais: do curso de plantas medicinais /

Coord. Haraguchi, Linete Maria Menzenga e Carvalho,


Oswaldo Barretto de. São Paulo: Secretaria Municipal
do Verde e do Meio Ambiente. Divisão Técnica Escola
Municipal de Jardinagem, 2010.

248 p., il.

Inclui bibliografia

ISBN 978-85-98140-03-2

1. Plantas medicinais: meio ambiente, biodiversidade, Mata Atlântica e outros


Biomas. 2. Plantas medicinais: histórico, conceitos, referências legais e políticas
públicas. 3. Plantas medicinais: identificação e cultivo. 4. Plantas tóxicas: identificação
e cuidados nas intoxicações. 5. Uso de plantas: cuidados, manutenção da saúde,
fitoterápicos I. Haraguchi, Linete Maria Menzenga. II. Carvalho, Oswaldo Barretto.
III. Colaboradores IV. Título

CDD – 615.321
CDU 633.88

Índices para catálogo sistemático:


1 - Plantas medicinais: meio ambiente, biodiversidade, Mata Atlântica e outros Biomas
2 - Plantas medicinais: histórico, conceitos, referências legais e políticas públicas
3 - Plantas medicinais: identificação e cultivo
4 - Plantas tóxicas: identificação e cuidados nas intoxicações
5 - Uso de plantas: cuidados, manutenção da saúde, fitoterápicos
Sumário
1 - Meio ambiente, sociedade e importância do manejo sustentável 19
Extrativismo, coleta e manejo de recursos vegetais de florestas
Recursos vegetais da Amazônia brasileira
Plantas Medicinais na Mata Atlântica
Preservação, conservação da biodiversidade e educação ambiental
2 - Histórico das plantas medicinais e das referências legais básicas 33
Histórico das plantas medicinais
Histórico das referências legais básicas
3 - Plantas medicinais: importância da identificação correta e nomenclatura botânica 41
Importância da identificação correta das plantas e nomenclatura botânica
Confusões no uso de nomes populares
4 - Plantas tóxicas: conceito, identificação, princípio ativo, principais intoxicações 51
Plantas tóxicas: conceito, identificação, princípio ativo e principais intoxicações
Hospitais de Referência na Grande São Paulo
5 - Plantas medicinais: Política Pública na Secretaria Municipal 61
da Saúde de São Paulo e aspectos da Medicina Tradicional Chinesa
Plantas medicinais na Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo e introdução à abordagem da Medicina Tradicional Chinesa
6 - Plantas medicinais no paisagismo e plantas medicinais regionais do Brasil 69
O uso de plantas medicinais no paisagismo
Plantas medicinais regionais do Brasil
7 - Fatores que influenciam a produção dos princípios ativos e implantação da horta medicinal 81
Fatores que influenciam a produção dos princípios ativos
Horta medicinal: escolha do local; preparo, correção e adubação do solo; tratos culturais
8 - Plantas medicinais: métodos de propagação, pragas, doenças e controle alternativo de pragas 89
Métodos de propagação de plantas medicinais
Pragas e doenças em plantas medicinais
Controle alternativo de pragas em plantas medicinais
9 - Planejamento da horta medicinal, qualidade da água, colheita e 99
beneficiamento de plantas medicinais
Planejamento da horta medicinal e comunitária
Plantas medicinais: partes utilizadas, colheita, secagem e armazenamento
Qualidade da água para consumo e irrigação

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


10 - Aula Prática: preparo de canteiro, adubação, plantio de mudas e 111
reconhecimento das plantas medicinais do “Viveiro” da Escola de Jardinagem
Práticas: Montagem de um canteiro e adubação orgânica
Conhecendo as plantas medicinais do “Viveiro” da Escola de Jardinagem
11 - Aula Prática 111
Conhecendo as plantas medicinais do Parque Ibirapuera e do Viveiro “Manequinho Lopes”
Práticas: Árvores com propriedades medicinais do Parque Ibirapuera
Visita à quadra das plantas medicinais do Viveiro “Manequinho Lopes”
12 - Plantas medicinais e conceitos relacionados 115
Plantas medicinais: conceitos básicos que o profissional de saúde precisa saber
13 - Plantas medicinais consagradas e perspectivas dos fitoterápicos 123
Algumas plantas referenciadas pelo Ministério da Saúde e outras consagradas pelo uso popular
Fitoterápicos: perspectivas de novos e antigos produtos
14 - Efeitos adversos relacionados ao uso de plantas medicinais e sistema de farmacovigilância de plantas 131
Efeitos adversos relacionados ao uso de plantas medicinais e sistema de farmacovigilância de plantas
Toxicidade de plantas medicinais - dados do CEATOX – HCFMUSP
15 - Plantas Medicinais: usos, cuidados e interações com medicamentos 137
Formas de uso das plantas medicinais
Cuidados necessários no uso de plantas medicinais
Interações medicamentosas com fitoterápicos
16 - A contribuição dos alimentos na manutenção da saúde 145
A contribuição dos alimentos na manutenção da saúde
17 - Nutriente e alimento funcional 151
Nutriente e alimento funcional
18 - Referências 159
19 - Anexos 173
Anexo A: Lista de espécies medicinais da Mata Atlântica
Anexo B: Algumas plantas medicinais citadas no trabalho
Anexo C: Plantas e princípios ativos
Anexo D: Informações sobre o cultivo e usos de algumas plantas medicinais
Anexo E: Família botânica e nomenclatura botânica das plantas citadas no trabalho
20 - Glossário 237
21 - Abreviaturas/Siglas 243
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
Apresentação

Este ano de 2010, a Escola Municipal de Jardinagem, Município de São Paulo, colocado sob coordenação da
do Departamento de Educação Ambiental – UMAPAZ, Secretaria Municipal da Saúde  através da Coordenação
da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente da Atenção Básica, pelo Decreto regulamentador
de São Paulo (SVMA), completa 35 anos de serviços assinado pelo Prefeito Gilberto Kassab.
públicos, ensinando a plantar e a cuidar da vida.
A SVMA, de forma integrada com a Secretaria
Sua eclética programação vai desde a pronta Municipal de Saúde, organizou o Curso de Plantas
orientação do cidadão para o cuidado com as plantas que Medicinais, cuidadosamente programado para alcançar
tem na sua casa, a oferta de palestras e cursos que ensinam os diversos aspectos  do referido Programa a serem
a plantar hortas tradicionais e verticais, canteiros de ervas conhecidos e considerados pelos profissionais de saúde
aromáticas, jardins, fazer poda, compostagem, cultivar em sua prática. Foram realizadas duas edições do Curso
orquídeas, iluminar o jardim, até o programa Crer-Ser, de e iniciada a terceira.
capacitação de jovens jardineiros, de 16 a 20 anos, que já
preparou 400 jovens e tem tido como resultado 70% de Com o material oferecido pelos profissionais
empregabilidade. Além das atividades realizadas em sua altamente qualificados que compõem o quadro docente
sede, no Parque do Ibirapuera, a Escola leva mini-cursos do Curso, a cuja coordenação e professores registramos
e oficinas para os outros parques da cidade e, em 2009, um agradecimento especial, foi possível editar este livro,
começou a capacitar os zeladores de praças, programa que servirá como registro do programa e material de
em parceria com a Secretaria Municipal do Trabalho. No referência para a implantação do Programa e orientação
primeiro ano foram alcançados duzentos zeladores. Este segura aos profissionais que efetivamente o realizam na
ano, a meta é de capacitação de 1.000 zeladores para as prática da assistência à saúde aos cidadãos paulistanos.
praças de São Paulo.
Essa publicação também se inscreve nas
Um novo desafio foi assumido em 2009: o cultivo comemorações da Cidade de São Paulo no Ano
e incentivo ao uso de plantas medicinais, assunto que, Internacional da Biodiversidade. O bioma da Mata
no âmbito das práticas integrativas, vem sendo pauta do Atlântica tem uma magnífica biodiversidade, da qual
Sistema Único de Saúde há alguns anos. Em 2006 foram muitas plantas medicinais fazem parte. São Paulo vem
aprovadas, por Decreto Federal, as diretrizes da Política aprendendo a conhecer, proteger e recuperar essa riqueza,
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e, dois com respeito à vida e com benefícios à saúde da família
anos depois, em dezembro de 2008, o Programa Nacional humana e do planeta de que somos parte.
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, coordenado pelo
Ministério da Saúde. Em seguida, o Município de São
Paulo aprovou a Lei 14.903/09, criando o Programa Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho,
de Produção de Fitoterápicos e Plantas Medicinais no Secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ini- As principais marcas dessa política são o cará-
ciou, em 2005, parceria com a Secretaria Muni- ter intersecretarial, que implica na articulação de
cipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) na vários programas e iniciativas correlatas, particu-
implantação do Projeto Ambientes Verdes e Sau- larmente da SMS, SVMA e das Subprefeituras, e
dáveis (PAVS). O PAVS gerencia atualmente cerca sua fundamentação em bases legais que garantem
de 700 projetos na cidade de São Paulo e envol- sua continuidade. Neste sentido, foi publicado o
ve mais de 6 mil Agentes Comunitários de Saúde Decreto nº 51.435, em 26 de abril de 2010, que
como propagadores de conhecimento relativo às regulamenta a Lei nº 14.903, de 06 de fevereiro de
questões ambientais, proporcionando, à popula- 2009 e institui na cidade de São Paulo o Programa
ção, saúde e qualidade de vida a partir da relação Municipal de Produção de Fitoterápicos e Plantas
equilibrada e consciente com o meio ambiente.  Medicinais.

O PAVS propiciou a identificação de iniciativas re- O livro Plantas Medicinais será uma impor-
gionais bem sucedidas de educação ambiental e mane- tante ferramenta para os profissionais da Saúde
jo sustentável, anteriores ao próprio projeto, mas com na propagação do conhecimento e na aplicação
grande potencial de aplicação em todo o município. segura das práticas terapêuticas utilizando plantas
Por exemplo, a iniciativa da Supervisão Técnica de São medicinais e fitoterápicos. A obra traz novos ho-
Mateus, que elaborou cursos de cultivo e de uso seguro rizontes na assistência aos pacientes, agregando o
de plantas medicinais, com a criação de hortas e viveiros conhecimento científico à sabedoria popular, am-
de mudas. A experiência possibilitou o início do proces- pliando as possibilidades de tratamento.
so de construção de uma política pública de utilização
de plantas medicinais e fitoterápicos, que permitisse a
união do conhecimento científico e do popular na apli-   Januario Montone
cação de uma nova alternativa terapêutica, acessível a Secretário Municipal de Saúde
toda a população usuária da rede pública de saúde.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Apresentação

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambien- bem maior, sendo acessível a todos que desejam informa-
te, através da Escola Municipal de Jardinagem, vinculada à ções acerca do tema.
Universidade Aberta de Meio Ambiente e Cultura de Paz
(UMAPAZ), tem o imenso prazer de oferecer esta publi- O resultado foi um trabalho interdisciplinar que con-
cação que ora o leitor tem em suas mãos: o livro Plantas tou com a colaboração de diversos profissionais, internos e
Medicinais do Curso de Plantas Medicinais ofertado por externos à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, sob a
esta Escola. atenção cuidadosa de seus idealizadores: a Farmacêutica Li-
nete Maria Mezenga Haraguchi e o Engenheiro Agrônomo
Sua publicação vem ao encontro da recente publi- Oswaldo Barretto de Carvalho, profissionais pertencentes
cação do Decreto n° 51435, de 26 de abril de 2010, que ao corpo técnico da Escola Municipal de Jardinagem.
institui o Programa de Produção de Fitoterápicos e Plan-
tas Medicinais no Município de São Paulo, cujo objetivo Por fim, resta agradecer imensamente aos organiza-
principal é proporcionar à população o acesso seguro às dores desta obra pelo empenho dispensado, bem como a
plantas medicinais com a adoção de boas práticas referen- todos os autores por, juntos, terem acreditado no projeto
tes ao cultivo, manipulação e uso. que agora se tornou um livro cuja missão é contribuir para
a divulgação do conhecimento e manipulação das plantas
Distribuído em 17 capítulos, o livro versa sobre o his- medicinais e fitoterápicos entre a população brasileira.
tórico das plantas medicinais, identificação botânica, pla-
nejamento de hortas medicinais e comunitárias, cuidados
Boa leitura a todos!
necessários no uso de plantas medicinais, entre outros.

Se, num primeiro momento, o curso ofertado pela Es- Cristina Pereira de Araujo
cola Municipal de Jardinagem atende aos profissionais da Arquiteta
área da Saúde, para que estes possam ser multiplicadores Diretora da Escola Municipal de Jardinagem
do conhecimento aprendido, o livro possui abrangência

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Prefácio

A publicação deste livro decorre da elaboração ainda, auxiliar na implantação e implementação de identidade botânica da espécie a ser cultivada,
de um material instrucional de uso interno, ações e serviços, com base na Política Nacional de verificar a qualidade da água e do solo; tomar os
inicialmente uma apostila de apoio para o “Curso Práticas Integrativas e Complementares (Portaria devidos cuidados no cultivo, colheita, secagem,
de Plantas Medicinais”, voltado a programas de MS/GM nº 971/06), na Política Nacional de Plan- armazenamento, transporte, entre outros fatores
capacitação de multiplicadores, e que foi criado em tas Medicinais e Fitoterápicos (Decreto Federal importantes, para obter uma melhor qualidade e
resposta à demanda dos alunos da Escola Municipal nº 5.813/06) e no Programa Nacional de Plantas eficiência das plantas cultivadas.
de Jardinagem, da população e de funcionários Medicinais e Fitoterápicos (Portaria Interminis-
As descrições das plantas neste livro
públicos da Prefeitura da Cidade de São Paulo. terial MS/GM nº 2.960/08). Atende, ainda, à Lei
compilam informações encontradas em literatura,
O objetivo geral do curso é promover a Educação Municipal nº 14.682/08, que institui, no âmbito
apresentando aquelas de consenso. Enfatizamos
Ambiental e em Saúde para multiplicadores, visando do Município de São Paulo, o Programa Qualida-
a importância de o usuário e, principalmente, os
à garantia de acesso seguro às plantas medicinais, de de Vida com Medicinas Tradicionais e Práticas
prescritores terem o conhecimento real das plantas
com segurança, eficácia e qualidade, bem como ao Integrativas em Saúde, regulamentada pelo Decre-
que serão utilizadas e dos estudos que comprovem
uso adequado e manejo sustentável dos recursos to nº 49.596/08, que envolve ações de incentivo
a eficácia e segurança.
ambientais e da biodiversidade. Colaborar ainda ao uso de plantas medicinais entre Secretarias que
nas políticas públicas ambientais e de saúde e, para desenvolvem atividades afins e, por fim, a Lei Muni-
Lembramos que a ação de algumas plantas,
tanto, contamos com uma equipe interdisciplinar cipal n° 14.903/09, regulamentada pelo Decreto nº
embora tradicionalmente conhecidas e utilizadas,
integrando saúde e meio ambiente. 51.435/10, que instituiu o Programa de Produção
ainda não está cientificamente comprovada,
de Fitoterápicos e Plantas Medicinais do Município
principalmente para uso por gestantes e lactentes.
Para o munícipe e estudantes, o curso de São Paulo.
Recomenda-se enfaticamente, antes da utilização
procura ampliar os conhecimentos sobre plantas O Curso pretende ainda incentivar as pesquisas de qualquer planta medicinal ou fitoterápico, obter
medicinais, promovendo um resgate cultural com plantas medicinais e fitoterápicos, as boas o diagnóstico correto da doença a ser tratada e a
associado ao conhecimento científico, e alertando práticas de cultivo e manejo sustentável dos prescrição por um profissional de saúde especialista
para os cuidados e os perigos do uso de plantas recursos naturais, estimular a implantação de na área e habilitado para tal.
medicinais cuja eficácia e segurança não tenham programas de conservação de plantas assegurando
comprovação científica podendo ocasionar reações a sua disponibilidade para gerações futuras, formar É muito importante ressaltar que este livro não
adversas e agravos à saúde. Visa ainda apresentar a massa crítica, levar o indivíduo a uma reflexão substitui as medidas técnicas adequadas a cada caso,
identificação botânica correta de plantas medicinais profunda sobre as consequências da diminuição como consultas, diagnósticos e prescrições, quando
e tóxicas, bem como demonstrar procedimentos e da diversidade vegetal e dos ecossistemas; evitar a necessários, por profissional de saúde habilitado,
técnicas de cultivo e propagação, incentivando o perda do conhecimento popular e tradicional que é eximindo absolutamente o editor, coordenadores,
cultivo orgânico das plantas medicinais, aromáticas passado de geração a geração e que vem ocorrendo autores, colaboradores e equipe técnica de respon-
e condimentares, previamente identificadas; com as modificações das culturas indígenas, dos sabilidade jurídica por eventual uso incorreto das
assegurando produtos de qualidade e formando quilombolas e dos nossos antepassados. informações nele contidas.
multiplicadores qualificados para atuação nas suas
respectivas comunidades. É necessário ainda considerar as boas práticas
agrícolas e dar a importância aos aspectos
O “Curso de Plantas Medicinais” para os profis- agronômicos, ambientais e sanitários, como, Linete Maria Menzenga Haraguchi
sionais da saúde, meio ambiente e áreas afins visa, por exemplo, utilizar matrizes certificadas com Coordenadora

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Créditos

Livro “Plantas Medicinais” – Do Curso de Plantas Medicinais Carlos Muniz de Souza. Farmacêutico, Departamento de P&D da Herbo-
flora Produtos Naturais Ltda e Membro da Associação Brasileira das Empre-
Prefeito da Cidade de São Paulo sas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção (ABIFISA)
Gilberto Kassab
Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua. Engenheira Agrônoma, Espe-
Secretário Municipal do Verde e cialista em Educação Ambiental, Divisão Técnica do Núcleo de Ação Des-
do Meio Ambiente centralizado Norte 2 (SVMA/DGD/N 2)
Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho Juscelino Nobuo Shiraki. Engenheiro Agrônomo, Divisão Técnica Escola
Diretora do Departamento de Educação Ambiental e Cultura de Paz – Universi- Municipal de Jardinagem, Departamento de Educação Ambiental e Cultura
dade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz – UMAPAZ de Paz – Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (SVMA/
Rose Marie Inojosa UMAPAZ/1)
Linete Maria Menzenga Haraguchi. Farmacêutica, Biomédica, Especialis-
Diretora da Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem ta em Educação em Saúde Pública e em Homeopatia, Pós-graduanda em
Cristina Pereira de Araujo Fitoterapia, Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem, Departamen-
Coordenadores to de Educação Ambiental e Cultura de Paz – Universidade Aberta do Meio
Linete Maria Menzenga Haraguchi Ambiente e Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1)
Oswaldo Barretto de Carvalho Luis Carlos Marques. Farmacêutico, Especialista em Fitoterapia, Mestre
em Botânica pela Universidade Federal do Paraná e Doutor em Psicobio-
Equipe Técnica e de Autoria
logia pela Escola Paulista de Medicina. Professor de Farmacognosia da Uni-
Adão Luiz Castanheiro Martins. Engenheiro Agrônomo, Especialista em Controle
versidade Estadual de Maringá (1989-2006), Diretor de Assuntos Fitote-
Ambiental e Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical pelo Instituto Agronômico
rápicos da Apsen Farmacêutica (2004-2008), professor do Curso de Mes-
de Campinas (IAC), Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem, Departamento
trado em Farmácia da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN)
de Educação Ambiental e Cultura de Paz – Universidade Aberta do Meio Ambiente e
Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1) Luiz Claudio Di Stasi. Biólogo, Mestre em Farmacologia pela Escola Pau-
lista de Medicina, Doutor em Química Orgânica pela UNESP – Araraquara,
Anthony Wong. Médico, Doutor em Toxicologia Clínica pela Faculdade de Medicina
Pós-Doutorado em Farmacologia de Produtos Naturais pela Faculdade de
da USP, Diretor Médico do Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX) do Institu-
Farmácia da Universidade de Granada, Espanha, Professor Adjunto do De-
to da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
partamento de Farmacologia, Instituto de Biociências da UNESP – Botucatu
São Paulo (FMUSP)
Marcos Roberto Furlan. Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia
Ari de Freitas Hidalgo. Engenheiro Agrônomo, Mestre em Botânica, Doutor em
pela UNESP, Doutor em Agronomia (Horticultura) pela UNESP - Botu-
Agronomia, Professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
catu, Professor da Universidade de Taubaté, Professor e Coordenador do
Assucena Tupiassú. Bióloga, Especialista em Controle Ambiental, Divisão Técnica Curso de Agronomia da Faculdade Integral Cantareira (FIC) e Professor do
Escola Municipal de Jardinagem, Departamento de Educação Ambiental e Cultura de Curso de Especialização da Universidade de Taubaté (UNITAU) e Faculda-
Paz – Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1) des Oswaldo Cruz (FOC)
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
Maria de Lourdes da Costa. Bióloga, Especialista Onélio Argentino Junior. Engenheiro Agrônomo,
em Controle Ambiental, Pós-graduanda em Especialista em Administração e Manejo de
Fitoterapia, Divisão Técnica Escola Municipal de Unidades de Conservação, da Subprefeitura de Vila
Jardinagem, Departamento de Educação Ambiental Mariana
e Cultura de Paz – Universidade Aberta do Meio
Oswaldo Barretto de Carvalho. Engenheiro
Ambiente e Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1)
Agrônomo, Especialista em Educação Ambiental,
Maria José de Azevedo Cardoso. Assistente Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem,
Social, Especialista em Educação Ambiental, Departamento de Educação Ambiental e Cultura Revisão de Texto
Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem, de Paz – Universidade Aberta do Meio Ambiente e Luiz Thomazi Filho
Departamento de Educação Ambiental e Cultura Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1)
de Paz – Universidade Aberta do Meio Ambiente e Revisão Botânico-Nomenclatural
Ricardo Tabach. Biólogo, Mestre em Farmacologia, Sumiko Honda
Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1)
Doutor em Ciências (Psicobiologia), Pesquisador
Mario do Nascimento Junior. Engenheiro do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Tradução da Tabela 1 do Anexo A
Agrônomo, Advogado, Especialista em Direito Psicotrópicas do Departamento de Psicobiologia Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua
Ambiental, Divisão Técnica Escola Municipal de da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/
Projeto Editorial e Prefácio
Jardinagem, Departamento de Educação Ambiental Cebrid)
Linete Maria Menzenga Haraguchi
e Cultura de Paz – Universidade Aberta do Meio
Roberto Martin. Engenheiro Agrônomo,
Ambiente e Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1) Projeto Gráfico, Diagramação e Capa
Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem,
Pedro Henrique Nunes de Cunha
Mário Sebastião Fiel Cabral. Médico, Especialista Departamento de Educação Ambiental e Cultura
em Saúde Pública, Epidemiologia, Medicina do de Paz – Universidade Aberta do Meio Ambiente e Coordenação de Arte
Trabalho e Acumputura, Secretaria Municipal da Cultura de Paz (SVMA/UMAPAZ/1) Silvia Costa Glueck
Saúde do Município de São Paulo, Coordenação
Sonia Aparecida Dantas Barcia. Farmacêutica – Produção
da Atenção Básica, Área Técnica das Medicinas
Toxicologista, Especialista em Fitoterapia, Centro Célia Giosa
Tradicionais, Homeopatia e Práticas Integrativas
de Controle de Intoxicações do Município de São
em Saúde (SMS/CAB/MTHPIS) Revisão da Ficha Catalográfica
Paulo, Coordenação de Vigilância em Saúde da
Nilsa Sumie Yamashita Wadt. Farmacêutica Secretaria Municipal da Saúde do Município de São Eveline Brasileiro Leal – Biblioteca da UMAPAZ
– Bioquímica, Doutora pela USP, Docente das Paulo (SMS/COVISA/CCD/CCISP)
Faculdades Oswaldo Cruz (FOC), Universidade Revisão Final
Sumiko Honda. Bióloga, Especialista em Educação Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua
Nove de Julho (UNINOVE) e Universidade
Ambiental, Herbário Municipal da Divisão Linete Maria Menzenga Haraguchi
Paulista (UNIP) nas disciplinas de Farmacognosia,
Técnica de Unidade de Conservação e Proteção Luis Carlos Marques
Farmacobotânica e Controle de Qualidade e
da Biodiversidade e Herbário, Departamento de Nilsa Sumie Yamashita Wadt
líder do Grupo de Pesquisa de Fitoterápicos pela
Parques e Área Verdes (SVMA/DEPAVE/8) Sumiko Honda
UNINOVE
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
Agradecimentos

Inicialmente agradecemos aos colegas da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Rodrigo da Silva Alonso, Janira Ribeiro Paranhos, Rafael Ribeiro, Thomas Jefferson Figueire-
Ambiente – SVMA, que contribuíram de alguma forma para o êxito deste trabalho, do de Oliveira; Unidade de Transportes;
atendendo nas seguintes unidades:
• Divisão Técnica de Tecnologia da Informação: Unidades de Suporte em Informática e de
• Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem, especialmente ao Coordena- Análise e Desenvolvimento de Sistemas de Informação; Divisão Técnica de Compras, Con-
dor dos Cursos de Jardinagem e de Recursos Paisagísticos, Marco Antonio Braga, e tratos e Licitações;
demais participantes da equipe: assistente social Nilce Morais Pinto, Rosa Maria de
Araujo, Elsa Matiko Ikeda Ribas, Eudison Borges Luiz e aos profissionais do Cam- • Engenheiro e advogado Frederico Jun Okabayashi da Secretaria Municipal do Verde e do
po Experimental - “Viveirinho”, incluindo o senhor João Batista de Souza; Meio Ambiente de São Paulo;

• Departamento de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Universidade Aberta • Gabinete do Secretário da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Assessoria
do Meio Ambiente e Cultura de Paz, aos funcionários da Biblioteca Umapaz, em Técnica, Jurídica, de Comunicação e Eventos, Setor de Publicação, em especial ao Doutor
especial à bibliotecária Eveline Brasileiro Leal; Hélio Neves;

• Departamento de Gestão Descentralizada, Divisão Técnica do Núcleo de Ação • Programa de Agricultura Urbana e Periurbana – Proaurp.
Descentralizado Leste 1 e Norte 2;
Agradecemos aos profissionais e colaboradores da Secretaria Municipal da Saúde do Municí-
• Departamento de Parques e Áreas Verdes; pio de São Paulo, especialmente:

• Divisão Técnica de Unidade de Conservação e Proteção da Biodiversidade e • Gabinete do Secretário da Secretaria Municipal da Saúde do Município de São Paulo, As-
Herbário, em especial aos biólogos Dr. Ricardo José Francischetti Garcia, Graça sessoria Técnica; Coordenação da Atenção Básica, Área Técnica das Medicinas Tradicionais,
Maria Pinto Ferreira e Ms. Simone Justamante De Sordi e à senhora Rosália Pereira Homeopatia e Práticas Integrativas em Saúde; Área Técnica de Assistência Farmacêutica;
da Silva Pena; Coordenação de Vigilância em Saúde; Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental; Centro
de Controle de Doenças; Centro de Controle de Intoxicações do Município de São Paulo,
• Divisão Técnica de Administração do Parque Ibirapuera; em especial às Dras. Tazue Hara Branquinho, Yamma Mayura Duarte Alves e Dirce Cruz
Marques.
• Divisão Técnica de Produção e Arborização Viveiro “Manequinho Lopes”, em
especial à bióloga Yone Kiyoko Fukusima Hein e à educadora em Saúde Pública • Agradecemos aos profissionais de outros órgãos, governamentais ou não, que contribuí-
Elisa Teixeira Rugai; ram de alguma forma:

• Departamento de Administração e Finanças; • Arquiteta Aida Maria Matos Montenegro, especialista em Arquitetura em Saúde da Secre-
taria da Saúde do Estado do Ceará;
• Divisão Técnica de Gestão de Pessoas, em especial a Célia Tiemi Hanashiro Ta-
minato e Paula Quaglio Rodrigues, da Unidade de Desenvolvimento de Pessoas; • Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
• Divisão Técnica de Infraestrutura e Manutenção: Unidade de Recursos Audio-
visuais e Reprografia, em especial a Airan Figueiredo, Álvaro Dias Filho, Anderson • Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas do Departamento de

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Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo, em especial ao Dr. Elisaldo Luiz de • Nutricionista Vanderli Marchiori;
Araujp Carlini;
• Profa. Dra. Silvia M. Franciscato Cozzolino, do Departamento de Alimentos e
• Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP;

• Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo e Departamento de Águas e • Profa. Dra. Sônia Maria Rolim Rosa Lima, do Departamento de Obstetrícia e
Energia Elétrica da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo; Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

• Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do • Prof. Dr. José Luiz Negrão Mucci do Departamento de Saúde Ambiental da
Estado de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública da USP;

• Conselho Federal de Farmácia e Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo; • Prof. Dr. Niraldo Paulino da Universidade Bandeirante de São Paulo.

• Departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insu- • Prof. Dr. Paulo Chanel Deodato de Freitas, da Faculdade de Ciências Farma-
mos Estratégicos e ao Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde do cêuticas da USP;
Ministério da Saúde;
• Universidade Bandeirante de São Paulo, Mestrado Profissional em Farmácia;
• Departamento de Farmacologia do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade
Estadual Julio de Mesquita Filho; • Universidade Estadual de Campinas, Centro Pluridisciplinar de Pesquisas
Químicas, Biológicas e Agrícolas, em especial ao biólogo Benício Pereira;
• Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz;
• Universidade Federal do Amazonas;
• Faculdade Integral Cantareira;
• Universidade Federal do Ceará;
• Faculdades Oswaldo Cruz;
• Universidade de Taubaté;
• Farmacêutica-bioquímica Isanete Geraldini Costa Bieski, especialista em Plantas Medicinais.
• Universidade Nove de Julho;
• Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
em especial à Dra. Isabela Cristina Simoni; • Universidade Paulista;

• Liamar Antonioli, bibliotecária do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - São Paulo; • Universidade de São Paulo.

• Médico Sanitarista Dr. Augusto Fernando Petit Prieto da Atenção Básica da Prefeitura do • Agradecemos em especial ao jornalista Luiz Thomazi Filho, pela dedicação e
Município de São Bernardo do Campo, Diadema e Santo André; empenho na revisão textual, e aos amigos Carlos, Duda, Helen, Ivete, Lis, Luis
Carlos, Nilsa, Regina, Sumiko e demais colaboradores.
• Profa. Dra. Mary Anne Medeiros Bandeira, coordenadora do Projeto Farmácias Vivas da
Universidade Federal do Ceará;

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Dedicatória
Dedicamos esta obra Plantas Medicinais: do curso de plantas
medicinais:
ao farmacêutico-químico professor Francisco José de Abreu
Matos (in memorian), pelas histórias de vida dedicada
às plantas medicinais e ao Projeto Farmácias Vivas da
Universidade Federal do Ceará – UFC;
ao médico professor Elisaldo Luiz de Araujo Carlini, do
Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de
São Paulo – Unifesp;
a todas as pessoas que contribuíram e contribuem de diferentes
formas nas pesquisas, estudos e aplicação dos conhecimentos
com plantas medicinais.

Linete & Equipe.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


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MEIO AMBIENTE,
SOCIEDADE E
#1
IMPORTÂNCIA
DO MANEJO
SUSTENTÁVEL
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
1.1 Extrativismo, coleta e manejo enchentes, além de auxiliar no restabelecimento • das espécies recomendadas para determinada
de recursos vegetais de florestas. dos lençóis freáticos. ação;
Assucena Tupiassú
Maria José de Azevedo Cardoso 7. Diminuem a poluição visual. Onde existem • das partes indicadas – raiz, caule, folha, flor
plantas, cria-se um ambiente mais bonito, o que ou fruto;
Há registros do uso de plantas como contribui também com o bem-estar das pessoas.
medicamento em todas as épocas. O faraó Ramsés • do modo de preparo – infusão, maceração, etc.;
I e seus contemporâneos, por exemplo, em 1500 8. Alimentação. As plantas são responsáveis pela
a.C. já registravam e descrevi am o uso das plantas nossa alimentação: quase tudo que comemos vem • da presença de alergias nas pessoas a quem são
medicinais na antiga civilização egípcia no chamado direta ou indiretamente das plantas, pois elas dão recomendadas as plantas medicinais;
Papiro de Ebers. início ao ciclo alimentar de todos os animais.
• da concentração adequada;
Como todas as plantas, as medicinais possibilitam 9. São fontes de substâncias para diversos
a sobrevivência das espécies animais. Entre muitas produtos. Das plantas retiramos produtos e • do armazenamento das plantas;
outras, podemos citar as seguintes qualidades das subprodutos que, comercializados, mantêm
plantas: economicamente muitas famílias. São os perfumes, • do modo de extração.
resinas, látex, corantes, madeira, etc.
1. Retiram gás carbônico do ambiente e devolvem A ecologia andou sempre distante da economia,
oxigênio. É sabido que a maior parte do oxigênio que 10. Beneficiam a saúde. A maioria dos apesar de ambas terem o mesmo prefixo “eco” =
utilizamos é proveniente das algas, mas a plantas medicamentos tem ativos provenientes das plantas. “oikos” – casa, natureza, meio ambiente. No
também o produzem. Além disso, no processo da primeiro caso (ecologia), refere-se ao estudo da
fotossíntese há liberação de água no ambiente, o 11. São usadas na descontaminação do solo por natureza e no segundo (economia), às normas da
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que melhora a umidade do ar e mantém ativo o ciclo meio do plantio integrado com espécies adequadas. natureza.
desse líquido.
Por outro lado, o cultivo inadequado das plantas O primeiro passo para alcançar o equilíbrio
2. Reduzem a poeira no ar. Estudos comprovam pode levar à: ecológico é a adoção de medidas econômicas.
que em áreas bem arborizadas podemos ter uma Atualmente, o comércio de medicamentos
diminuição de poluentes em até 80%. • extinção de espécies; fitoterápicos brasileiros movimenta cerca de US$
260 milhões de dólares ao ano. Porém, para muitos
3. Reduzem a poluição sonora em até 50%. • erosão genética; medicamentos, são necessários vários quilos da
planta que fornece o princípio ativo para sintetizar
4. Auxiliam na preservação de mares, rios, lagos ou • contaminação do solo, de plantas, da pessoa um grama do remédio.
quaisquer cursos d’água. A vegetação denominada mata que aplica e de quem consome as plantas que foram
ciliar evita em parte que a poluição chegue à água. tratadas inadequadamente com defensivos agrícolas. Aproximadamente 70% dos medicamentos
são feitos a partir das plantas. Levando em
5. Amenizam a poluição do solo. Combatem o Ao longo dos tempos, a quantidade de plantas consideração que o Brasil possui cerca de 55
fenômeno denominado erosão pois as raízes das retiradas da natureza é muito maior do que o número mil espécies vegetais e é o país que tem a maior
plantas funcionam como uma malha que segura de espécies plantadas. O crescimento populacional, biodiversidade do planeta, a quantidade de
a terra, evitando que a poluição invada o solo. Ou o aumento das necessidades e a idéia de que temos produtos manufaturados com os ativos dessas
mesmo pelo fato de as pessoas ficarem inibidas de muito e nunca faltará levou a grandes catástrofes. espécies é bastante reduzida, visto que até o ano
jogar lixo em um belo jardim. 2000 foram registrados no Ministério da Saúde
O uso inadequado das plantas medicinais somente cerca de 590 produtos fitoterapêuticos,
6. Evitam enchentes. Onde há vegetação, há também pode gerar um grande problema ambiental, a partir de 600 espécies de plantas medicinais.
área permeável, o que diminui a ocorrência de normalmente pelo desconhecimento: Ainda há muito a ser estudado.

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Além do pouco investimento no • A Carta de São Luis do Maranhão, elaborada em • criar viveiros para que as plantas sejam produzidas
desenvolvimento de pesquisas, o governo precisa dezembro 2001, por pajés de diferentes comunidades e comercializadas, evitando-se a sua retirada
tomar medidas urgentes, pois essa riqueza é alvo indígenas do Brasil, importante documento para indiscriminadamente das matas;
da biopirataria e do patenteamento de diversos ser encaminhado à Ompi (Organização Mundial
medicamentos por parte de outros países. de Propriedade Intelectual da ONU), que • criar e adotar políticas que inibam a biopirataria;
questiona o patenteamento que deriva de acessos a
Além das plantas em si ou dos recursos conhecimentos tradicionais. • articular os setores público, privado, comunidade
genéticos, são apropriados também o conhecimento local e organizações não-governamentais;
popular, que a cada dia vai se perdendo, muito por • Em 2001, o Núcleo de Plantas Medicinais e
conta da transferência da população do campo Aromáticas (Nuplam), que tem a função de conciliar • criar e manter uma rede de informações de todo o
para as cidades. Foi constatado que o porcentual a pesquisa científica ao conhecimento popular, entre conhecimento científico, com ampla divulgação;
de migração para a cidade, segundo o censo outras ações.
demográfico de 2000, atinge 89,02% (Amapá), • capacitar e treinar pessoas com técnicas de uso,
74,22% (Amazonas), 76,12% (Roraima), 74,30% • Compromisso de Rio Branco, elaborado em maio produção e manutenção das plantas medicinais;
(Tocantins), 66,35% (Acre), 64,09% (Rondônia) de 2002, no Acre, durante o workshop Cultivando
e 66,50% (Pará). Essas pessoas, ao se dirigirem Diversidade, que teve a participação de mais de • avaliar os impactos de extração.
aos centros urbanos, deixam receitas e técnicas cem representantes, entre agricultores, pescadores,
que eram utilizadas há várias gerações para curar povos indígenas, extrativistas, artesãos e ONGs 1.2. Recursos vegetais da
diversas doenças. de 32 países da Ásia, África e América Latina. Amazônia brasileira.
Esse compromisso alertou sobre os malefícios Prof. Dr. Ari de Freitas Hidalgo
Conseqüentemente, os locais que essas pessoas da biopirataria, solicitando que fosse banido o
habitavam ficaram desprotegidos, tendo em vista que patenteamento de seres vivos e qualquer forma de As florestas tropicais estão entre os mais
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eram elas que cuidavam de tais áreas, agora sujeitas propriedade intelectual sobre a biodiversidade e o complexos, sensíveis, ameaçados e desconhecidos
ao desmatamento e ao extrativismo descontrolado. conhecimento tradicional dos povos. ecossistemas da Terra. Atualmente, resta somente
cerca da metade de sua extensão original, reunida
O termo “biopirataria” foi lançado em 1993 pela O que vem acontecendo no Brasil é chamado em grandes blocos distribuídos em 37 países da
ONG Rafi (hoje ETC-Group). Define-se biopirataria de erosão genética, devido à extração excessiva, América Latina, África, Ásia e Oceania. Estas
como a apropriação indevida do conhecimento que resulta, em alguns casos, na extinção de florestas cobriam originalmente cerca de 16 milhões
popular e dos recursos genéticos por indivíduos, espécies, e também devido ao melhoramento de quilômetros quadrados, mas as atividades
empresas multinacionais ou instituições científicas, genético, com a introdução de genes adicionais em humanas, como a agricultura, a pecuária e grandes
com a finalidade de obter o controle exclusivo desse variedades cultivadas por meio da seleção artificial, projetos de mineração e estradas, reduziram sua
material e, conseqüentemente, o lucro. possibilitando as limitações por causa do rápido área para menos de nove milhões de quilômetros
aparecimento de patógenos e mutantes. quadrados. Cerca de 7% da superfície da Terra são
Algumas ações foram tomadas na tentativa de ainda cobertas com esse ecossistema único; desse
reverter esse quadro contra a biopirataria, porém Algumas ações devem ser tomadas, o mais percentual, aproximadamente 57% das florestas
todas tímidas e não eficazes, das quais podemos brevemente possível, para controlar a perda desse tropicais estão na América Latina e 30% estão
destacar: rico material: no Brasil (COMISION..., 1992; MIRANDA &
MATTOS, 1992).
• A Convenção da Diversidade Biológica, assinada • incentivar as pessoas a permanecerem nas terras,
em 1992, durante a Eco-92, no Rio de Janeiro, para por meio de investimentos e abertura de campo de Atualmente, as florestas tropicais são objeto
a regulamentação do acesso aos recursos biológicos trabalho; de especulação e cobiça mundial, principalmente
e a repartição dos lucros com a comunidade da a floresta amazônica, fazendo-se necessário que
comercialização desses recursos. O Projeto de Lei foi • recuperar a cultura popular para uso dos bens os países detentores dessa riqueza em diversidade
assinado em 1995 pela então senadora Marina Silva. naturais, inclusive das plantas medicinais; biológica façam investimentos em capital financeiro

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e humano, visando conhecer, utilizar e reverter os dominadora (SANTOS FILHO, 1947, citado por Amazônia Legal ocupa uma área de 4.906.784 km2
benefícios para a sua população e para o mundo QUEIROZ, 1980). (57% do território nacional), abrangendo nove
como um todo. Estados (MIRANDA & MATTOS, 1992).
Só mais recentemente os países passaram a
A busca pelos recursos vegetais acompanha a preocupar-se com a limitação da expropriação de seu Desde tempos imemoriais o homem vem
história da humanidade. As plantas constituem-se patrimônio natural, hoje conhecida como biopirataria utilizando os recursos do ambiente em que vive –
em fonte básica de alimentação, abrigo, combustível, e definida como “remoção de uma planta, animal ou florestas, savanas, áreas litorâneas, desertos –, sendo
medicamento e utensílios gerais para quase todos conhecimento de uma comunidade com a intenção as plantas a sua principal fonte de alimento, abrigo,
os povos, se não para todos. As grandes navegações de lucro econômico em outro local, sem negociação armas, utensílios domésticos e remédios para os
tiveram sua motivação na busca por produtos de prévia com a comunidade sobre a repartição dos males que o afligem. A origem das descobertas
origem vegetal, além da expansão militar e territorial benefícios” (CLEMENT & ALEXIADES, 2000). sobre o uso de plantas pelo homem deriva da
(para ter acesso direto aos recursos vegetais e Segundo os autores, a biopirataria ganhou destaque observação constante e sistemática dos fenômenos
minerais), e de rotas comercias (que permitisse a somente após a Convenção da Diversidade Biológica e características da natureza e da conseqüente
compra, venda ou permuta de produtos vegetais, (1992); antes existia o “intercâmbio”, praticado por experimentação empírica destes recursos; o homem
entre outros). governos e indivíduos, resultando na atual distribuição deve ter avaliado por si mesmo várias espécies
de plantas e animais agrícolas e ornamentais, bem que tinham potencial de uso para amenizar seus
O continente americano foi descoberto quando como ervas daninhas, pragas e doenças. problemas (DI STASI, 1996).
se buscava uma rota marítima para as Índias (fonte
de especiarias) e, desde a primeira viagem do Atualmente a preocupação volta-se fortemente Para a maioria da população do mundo,
colonizador europeu, amostras dos recursos vegetais para a busca de fontes naturais de medicamentos e principalmente para as pessoas que vivem em países
do Novo Mundo foram levadas para a Europa; a os países detentores de maior diversidade vegetal em desenvolvimento, a primeira providência ao
conquista das Américas fez-se como resultado da procuram limitar a saída não autorizada de suas plantas, adoecer é recorrer aos curadores tradicionais e ao uso
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busca por minerais preciosos, mas também em ao mesmo tempo em que procuram conhecer e utilizar das plantas medicinais; no entanto, o aprendizado
busca de novas alternativas vegetais – o pau-brasil melhor a flora nativa, visando gerar riqueza, autonomia das propriedades úteis das plantas está severamente
ilustra bem esta afirmativa, assim como o cacau e o e melhoria nas condições de vida de seus povos. limitado e ameaçado com a destruição descontrolada
fumo. Riquezas individuais e de países fizeram-se das áreas naturais; algumas espécies vegetais, a
à custa de algumas espécies de plantas – café, cana, A exploração desses recursos ou o uso dos partir das quais novas drogas podem ser extraídas
batata, milho, seringueira, trigo e outras. Todas as espaços antes ocupados por florestas e outros ou desenvolvidas, correm o risco de ser extintas
grandes viagens que se fizeram ao novo continente biomas muitas vezes é feita de forma desordenada antes de se chegar ao suficiente conhecimento de
eram acompanhadas por cientistas enviados pelos e irracional, ocasionando sérias conseqüências suas moléculas e possíveis aplicações terapêuticas.
governos interessados. Na Amazônia ficaram famosas ambientais. Um exemplo que bem ilustra a afirmativa Esta busca e experimentação empírica por plantas
as viagens de naturalistas (Spix, Martius, Humboldt, é o quase esgotamento das áreas de mata atlântica, curativas ou paliativas resultou na elaboração,
La Condamine, Spruce, Barbosa Rodrigues, a qual apresenta somente cerca de 5 a 7% da sua muitas vezes inconsciente e não ordenada, de uma
entre outros), os quais acumularam um acervo de área original (RIBEIRO et al., 1999). Segundo os farmacopéia popular, a qual distribui-se praticamente
informações, material vegetal e etnográfico sobre a autores, no caso da floresta amazônica, cerca de 12% por todos os povos e que resulta do acúmulo e repasse
região hoje disponível apenas em coleções européias. da cobertura vegetal já foi eliminada. de informações através de gerações, sendo boa parte
desse conhecimento transmitida pela tradição oral.
A partir de 1549, os jesuítas se encarregaram de O termo Amazônia refere-se a uma área que
catalogar, experimentar e empregar largamente as compreende 50% da América Latina (oito países Em vários países do mundo, as plantas são
ervas medicinais brasileiras então desconhecidas mais a Guiana Francesa) e contém a maior floresta por vezes o único, ou pelo menos o mais acessível,
dos europeus; ao mesmo tempo, promoveu-se a tropical do mundo – os 6,5 milhões de quilômetros recurso terapêutico para a população mais pobre,
depreciação do pajé ou de todos os encarregados quadrados da floresta amazônica. Mais de 50% como constatado por Edirisinghe (1987) no Sri
de tratar doenças que não fossem reconhecidos desta (3,5 milhões de quilômetros quadrados) Lanka, Pöll (1993) na Guatemala, Aminuddin et
como legítimos pelos representantes da cultura está somente no Brasil. Para o governo brasileiro, a al. (1993) e Singh & Ali (1994) na Índia, Gessler et

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al. (1995a) na Tanzânia, Etkin (1997) na Nigéria e levar ao esgotamento das reservas a curto ou médio o máximo possível de material, sem a preocupação
Amorozo e Gély (1988) na Amazônia brasileira. prazo. Não há preocupação em repor estoques e com a preservação da planta. O coletor eventual
este fato, aliado à intensidade de coleta, pode levar à retira a casca que está ao seu alcance, ao passo que
No ambiente amazônico, motivado pelas rarefação ou mesmo do desaparecimento de algumas o coletor “profissional” algumas vezes derruba
grandes distâncias, dificuldades de comunicação espécies. Ming et al. (2003) afirmam que as espécies árvores centenárias para aumentar o rendimento
e deslocamento, e pela facilidade de acesso aos brasileiras mais exportadas são todas oriundas de de seu trabalho. Lianas, como a unha-de-gato
recursos naturais e ao conhecimento do uso deste extrativismo, com poucas iniciativas de cultivo em (U. tomentosa), a saracura-mirá (Ampelozizyphus
recurso obtido dos ancestrais, o uso de plantas para escala. No Estado do Amazonas, todo o material amazonicus Ducke - Rhamnaceae) e a abuta (Abuta sp.
o tratamento de enfermidades é um hábito arraigado vegetal exportado, vendido em feiras ou adquirido - Menispermaceae), que não podem ser derrubadas
no costume do homem que vive em ambiente por indústrias locais é fornecido por coletores do como as árvores, são cortadas desde próximas ao
florestal de terra firme ou ribeirinho. interior do estado, sem nenhum controle da coleta e chão até onde é possível alcançar; o restante da planta
orientação de manejo. Cascas, resinas, caules, raízes é puxado e o que não pode ser alcançado é deixado na
O homem utiliza plantas para o tratamento de e folhas saem às toneladas da floresta sem que as floresta, onde se decompõe. Quando a planta é mais
doenças desde tempos imemoriais. Utilizar plantas plantas sejam manejadas ou substituídas, evitando a valorizada ou rara, procura-se retirar mais material,
implica na necessidade de tê-las sempre à disposição, perda de espécimes ou de populações, pagas a preços escalando a planta tutora da liana.
o que pode ser feito por meio de cultivo, de coleta na aviltantes. Nada é cultivado.
natureza ou de compra. Para a maioria das espécies Um dos casos mais preocupantes é a coleta de
tradicionalmente utilizadas, principalmente para A coleta de plantas medicinais nativas no raízes, o que leva diretamente à eliminação dos
as de origem européia, as informações necessárias Estado do Amazonas é feita de três modos. No mais espécimes. Esta prática tem acarretado o rápido
ao seu cultivo estão disponíveis. No entanto, para comum, o agricultor extrai produtos da floresta para desaparecimento de populações localizadas de
as espécies de regiões tropicais, estas informações uso próprio e para vendas eventuais, procurando plantas. Para algumas espécies o coletor não sabe
são incompletas, por vezes contraditórias ou complementar sua renda; num segundo caso, a sequer como esta se reproduz e nunca viu suas flores
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simplesmente inexistentes. atividade pode tornar-se sistemática quando é e sementes. Plantas como a caferana (Picrolemma
incentivada por pessoas que “contratam” coletores sprucei Hook. f. – Simaroubaceae), a saracura-mirá
No caso de plantas nativas da Amazônia, e periodicamente compram o material que indicam (A. amazonicus) e o mirantã (Ptychopetalum olacoides
não há informações que permitam seu cultivo, para coleta – estes atravessadores, em geral, são Benth. – Olacaceae) são exemplos de plantas
mesmo para aquelas já destacadas nacional ou fornecedores para feiras e mercados, exportadores exploradas por suas raízes. A saracura-mirá é bastante
internacionalmente, como a copaíba (Copaifera spp. e indústrias locais. A extração de plantas pode ainda procurada na região para a prevenção da malária e
– Fabaceae Caesalpinioideae) e a andiroba (Carapa ser feita mediante incentivo direto de exportadores é vendida como afrodisíaca, o que contribui para o
guianensis Aubl.- Meliaceae). Instituições de ensino e indústrias. Nas regiões de fronteiras do Alto aumento na demanda por suas raízes. As raízes são
e pesquisa da região vêm procurando preencher Solimões e do Alto Rio Negro, grande parte do retiradas de plantas jovens (saracurinha), com no
esta lacuna e já existem informações iniciais sobre material, como a unha-de-gato (Uncaria tomentosa máximo cinco anos de idade, portanto, sem alcançar
algumas espécies, como a ipecacuanha (Psychotria (Willd. ex Roem.& Schult.) DC. - Rubiaceae), por a idade reprodutiva; nas áreas de ocorrência da
ipecacuanha (Brot.) Stokes - Rubiaceae) e o jaborandi exemplo, é vendida para compradores estrangeiros, espécie (saracurais), as plantas matrizes vêm sendo
(Pilocarpus jaborandi Holmes - Rutaceae). não aparece nas estatísticas oficiais brasileiras e entra cortadas e vendidas, em pedaços de 20 a 25 cm, nas
no mercado mundial como produto colombiano, feiras e mercados da cidade.
Apesar da imensidão física e da riqueza de peruano ou venezuelano.
recursos naturais, a Amazônia não é uma fonte No caso de sementes, para algumas espécies a
inesgotável de matéria-prima vegetal. São coletadas cascas, raízes, frutos, sementes, coleta é total, sem restar um mínimo que permita a
óleos, resinas, folhas e látex. A casca, em geral, reposição natural. Em alguns casos, no entanto, são
O que se faz na Amazônia é basicamente a coleta é retirada do caule; algumas vezes se observa a deixadas sementes que não estão no campo de visão
do material disponível na floresta, algumas vezes preocupação do coletor em não causar grandes danos do coletor, ou que não têm valor comercial pelo
numa forma de extrativismo que Homma (1982) às plantas, evitando o anelamento e retirando casca aspecto visual desagradável. O cumaru (Dipteryx
define como extrativismo de predação, o que pode de galhos mais grossos; em outros casos é retirado odorata (Aubl.) Willd. – Fabaceae - Faboideae), o

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puxuri – Licaria puchury-major (Mart.) Kosterm.– de informações sobre os recursos amazônicos. 1.3 Plantas Medicinais na Mata
Lauraceae) e a andiroba (C. guianensis) são Os moradores das várzeas do rio Amazonas têm Atlântica.
coletadas por suas sementes. uma idéia bem elaborada da distribuição espacial Prof. Dr. Luiz Claudio Di Stasi
e temporal dos recursos naturais e praticam um Plantas medicinais na Mata Atlântica como
Os óleos podem ser obtidos de sementes complexo sistema de exploração e produção, o que subsídio para a obtenção de novos ativos de
e do caule de árvores. O óleo da andiroba, por garante a manutenção dos seus sistemas de uso valor medicinal.
exemplo, é extraído das sementes caídas no chão. (MIRANDA & MATTOS, 1992).
No caso da copaíba, cujo óleo é extraído do caule, Estudos mostram que as florestas tropicais
foram encontradas árvores mortas ou com caules O termo caboclo refere-se ao indivíduo compreendem mais da metade das espécies vegetais
danificados e improdutivos, devido à extração feita pertencente a uma população de sangue misto, encontradas no mundo, a qual é estimada em 500 mil
com machado, onde um buraco é aberto no tronco resultante do casamento entre índios e colonizadores espécies, das quais menos de 1% tem sido estudada
para drenar o óleo, ficando exposto ao acúmulo de portugueses e, em menor extensão, com nordestinos quanto a suas potencialidades terapêuticas (Conte,
água e microrganismos. Em geral, a extração de óleo e descendentes de africanos, que em geral reside em 1996). No Brasil, assim como em outros países em
do caule é feita com trado e, após a retirada do óleo, pequenas comunidades ribeirinhas e cuja atividade desenvolvimento, a alta biodiversidade vegetal está
o orifício é vedado com cera de abelha ou pedaço econômica é primariamente de subsistência, baseada relacionada à presença de inúmeras comunidades
de madeira, para posteriores coletas. em tecnologias indígenas (PARKER, 1989). tradicionais ou rurais que possuem um enorme
conhecimento sobre as virtudes medicinais de espécies
Seja qual for o caso, o que se observa é a falta O conhecimento sobre as plantas, localização, tropicais. No entanto, grande parte dessa população
de preocupação quase total com o esgotamento ecologia, ciclo reprodutivo e usos é o objeto de praticamente não tem acesso aos medicamentos (Di
das reservas. Para algumas espécies, a busca por interesse de muitos pesquisadores. Nesta busca Stasi, 2005). Com exceção das espécies vegetais da
material leva a lugares cada vez mais afastados, por informações em comunidades tradicionais, o Amazônia, poucos estudos sobre plantas medicinais
o que acarreta maior esforço de coleta e menor pesquisador deve levar em consideração e respeitar têm sido realizados com espécies de outros biomas,
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rendimento na produção. Felizmente ainda existem diversas questões próprias da comunidade e das como o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga e o
pessoas preocupadas em manejar a coleta, evitando pessoas da comunidade que colaborarem com Pantanal (Di Stasi, 2005), caracterizando a geração
eliminar os indivíduos e fazendo o enriquecimento o trabalho (VIERTLER, 2002). Informada e de um pequeno número de informações que restringem
de áreas naturais com material retirado do banco sentindo-se participante do processo, a comunidade tanto o uso sustentável das espécies encontradas nesses
de plântulas da floresta, ou transportando plântulas poderá contribuir com valiosas informações e biomas quanto a obtenção de novos ativos de interesse
para locais mais acessíveis, para serem exploradas a sugestões; por outro lado, caso a comunidade farmacêutico. Em adição, deve-se destacar que, entre
longo prazo. não se sinta respeitada, o trabalho será de difícil os cinco principais biomas brasileiros, o Cerrado e
implementação, certamente fadado ao fracasso ou a a Mata Atlântica estão listados entre os 25 hotspots
No caso particular da Amazônia, a inclusão de terminar de forma incompleta (MING et al., 2003). mundiais, definidos como biomas de alta diversidade
comunidades não indígenas – os caboclos, que associados a um alto índice de ameaça (Myers
lidam diretamente com a floresta há séculos – É necessário estimular os coletores a preservar e cols., 2000), para os quais informações técnico-
amplia a possibilidade de se conhecer melhor os seus recursos naturais. Isto pode ser feito a partir da científicas são essenciais para sua conservação. Além
recursos naturais, pois estes são mais acessíveis, sua percepção do ambiente e da compreensão da disso, é importante observar que espécies vegetais
tanto física quanto social e lingüisticamente, do que importância da floresta intacta e do manejo e coleta de biomas tropicais, devido às características de alta
os indígenas. correta do material das plantas. competitividade para sobrevivência em seu ambiente,
produzem de 3 a 4 vezes mais constituintes químicos
Os caboclos vinham sendo relegados a um O manejo das plantas em seu ambiente possi- que espécies do mesmo gênero botânico encontradas
plano secundário nas investigações sobre o bilita obter informações básicas sobre as espécies, em biomas temperados, nos quais a pressão ecológica
conhecimento das plantas na Amazônia, mas, como fenologia, desenvolvimento da planta e am- para sobrevivência é menor e envolve a produção de
ultimamente, pesquisadores de diversas áreas têm biente favorável, que permitam o cultivo no local ou um menor número e concentração de compostos
buscado informantes entre comunidades caboclas ex situ. É fundamental iniciar os estudos a partir da secundários (Rodrigues e West, 1995). Assim
ou ribeirinhas, por considerá-los uma valiosa fonte experiência das pessoas que lidam com a floresta. sendo, a seleção de espécies medicinais nativas de

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biomas tropicais representa de forma incontestável uma mo sendo próxima do maior centro econômico do e controle de qualidade para uso local nos serviços
fonte inesgotável de novos ativos vegetais que precisam país, é considerada uma das mais pobres do Brasil, de atendimento primário de saúde e a implantação
ser amplamente estudados, tendo em vista a seleção de cujas condições socioeconômicas têm sido exausti- de programas de produção e comercialização de
espécies vegetais ativas e de matéria-prima vegetal que vamente apontadas, levando a maioria da população produtos florestais visando ao aumento da receita
é fonte de produtos com atividade terapêutica. a encontrar nas plantas medicinais seu único recur- local. No entanto, sem a realização de pesquisas que
so terapêutico (Di Stasi e cols., 1994; Di Stasi e garantam a determinação da eficácia e segurança
A Floresta Tropical Atlântica, conhecida simples- Hiruma-Lima, 2002). Deste modo, projetos que de uso destas espécies, obedecendo à legislação de
mente como Mata Atlântica, é um habitat de nume- contribuem com o conhecimento da Floresta Tropi- medicamentos e fitoterápicos do país, é óbvio que os
rosas espécies vegetais e animais endêmicas, que for- cal Atlântica e propõem estudos voltados à obtenção avanços necessários para o uso sustentável desta rica
ma um conjunto de ecossistemas pouco conhecidos de alternativas para a solução de problemas locais são flora nunca poderão ser obtidos.
em sua complexidade e potencialidades, especial- importantes e urgentes para a geração de informa-
mente considerando-se a enorme disponibilidade de ções que facilitem o uso dos recursos naturais asso- O uso sustentável da biodiversidade destes
espécies vegetais como fármacos potenciais, pouco ciados à conservação do ecossistema. dois biomas tem se dado em algumas regiões do
estudadas do ponto de vista químico e farmacoló- Brasil através de diferentes atividades envolvendo
gico. De ocorrência ao longo da costa brasileira, do A população que habita o interior ou o entorno associações comunitárias e pequenos produtores,
Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, a Mata deste importante e ameaçado bioma do país não de organizações de assessoria voltadas à preservação
Atlântica representa um bioma singular no planeta, encontra nenhuma compensação, do ponto de ambiental e de ações que buscam combinar
com diversidade espetacular de espécies endêmicas, vista econômico e social, e vive em condições as necessidades das populações com o uso e a
calculada em 8 mil espécies das 20 mil estimadas precárias, sem assistência médica especializada e recuperação dos recursos naturais. Entre as atividades
(Conservation International, 2003). sem acesso aos medicamentos industrializados, de uso e manejo sustentável da vegetação da Mata
Devido a inúmeros fatores relacionados à forma de retirando das espécies vegetais os recursos básicos Atlântica merecem destaque as que se dedicam ao
sua ocupação, tem sido considerado um dos mais para sua sobrevivência, quer seja através da extração levantamento, identificação e cultivo de plantas
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ameaçados biomas do planeta (Consema, 1984; de produtos para comercialização, quer seja pelo medicinais, sendo que a variedade de espécies
Di Stasi e cols., 1989; Myers e cols., 2000). No uso de plantas nativas como fonte de alimento e manipuladas é grande dentro de todo um conjunto
Estado de São Paulo, entre 1990 e 1995, a Mata Atlân- medicamento. No caso da região da Floresta Tropical de plantas de domínio popular (Pires & Santos,
tica foi reduzida em 3,6%, passando de 1.858.959 Atlântica, a exploração para comercialização e 2000; Di Stasi, 2005).
para 1.791.559 hectares (SOS Mata Atlântica, consumo tem sido realizada sem cuidados e critérios,
1998). Entre os anos de 1995 e 2000, os avanços tec- colocando em risco a sobrevivência das espécies Identificar e registrar as espécies medicinais
nológicos no campo do geoprocessamento permiti- assim como a saúde dos consumidores potenciais. encontradas neste bioma tornou-se nos últimos
ram a identificação de fragmentos florestais de até 10 anos uma importante tarefa da pesquisa científica,
hectares, sendo que, pela metodologia empregada no Recentemente, muitos pesquisadores têm tendo em vista que, com informações da medicina
levantamento realizado entre 1990 e 1995, só era pos- enfatizado a necessidade de uma conduta ética popular e ou tradicional pode-se verificar a
sível contabilizar as áreas com mais de 25 hectares de e moral entre os pesquisadores e os habitantes potencialidade de exploração de espécies de forma
extensão (SOS Mata Atlântica, 2002). Com destas regiões, propondo e realizando projetos sustentável, garantindo tanto a conservação do
essa mudança, o total do território coberto pela Mata por intermédio do desenvolvimento de benefícios bioma como a aquisição de recursos econômicos
Atlântica no Estado de São Paulo, que em 1995 era recíprocos, que podem melhorar as condições de adicionais para os proprietários de área dentro do
de 1.791.559 hectares, passa para 3.046.341 hectares vida da população local. Esses benefícios podem domínio da Mata Atlântica.
(SOS Mata Atlântica, 2002; Ehlers, 2007). incluir a conservação da diversidade cultural, a
Entretanto, o mesmo estudo revelou também que a conservação dos ecossistemas florestais através de Neste contexto, nosso grupo de pesquisa tem de-
cobertura Atlântica continua em declínio. Ao final da projetos de manejo sustentado de recursos naturais senvolvido estudos de coleta e identificação de espé-
década, restavam em São Paulo 2.995.883 hectares, o e conseqüente geração de recursos econômicos cies úteis do Cerrado e da Mata Atlântica, prioritaria-
que significa que, em cinco anos, a área coberta por para população, a obtenção de informações sobre mente de plantas medicinais (Di Stasi e cols., 2002;
este bioma teve uma redução de 15,25% para 14,94% plantas medicinais que permitam a utilização de Di Stasi e Hiruma-Lima, 2002; Di Stasi, 2003;
(SOS Mata Atlântica, 2002). Esta região, mes- preparações tradicionais com eficácia, inocuidade Maroni e cols., 2006), gerando importantes infor-

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mações para a seleção de espécies vegetais para a tema num ciclo definido possibilitem renda aos 1.4 Preservação, conservação
realização de estudos químicos e farmacológicos proprietários da terra e, ao mesmo tempo, mante- da biodiversidade e educação
voltados à conservação desses biomas. Tais dados nham o ecossistema. Assim, a identificação e estu- ambiental.
são de imensa importância para a seleção das es- do de espécies úteis podem gerar subsídios para Linete Maria Menzenga Haraguchi
pécies medicinais a serem estudadas pelo projeto, a sua exploração sustentável em seu ecossistema
visto que se baseiam em pesquisas criteriosas e (Reis, 1996) e, por conseqüência, a conservação O Brasil é reconhecidamente o país com maior
singulares realizadas pelo próprio grupo propo- deste último. diversidade vegetal do planeta. Possui vários bio-
nente deste projeto. mas significativos, sendo um deles representado pela
A pesquisa de novos ativos de origem vegetal Amazônia e outro também muito importante e ame-
É importante ressaltar ainda que a demanda des- representa, de forma incontestável, uma das açado, a Mata Atlântica, cuja extensão original tam-
tes produtos de origem vegetal no mercado é alta, mais promissoras estratégias para a obtenção bém foi bastante reduzida.
mas o uso das espécies vegetais nativas é complexo, de novos produtos de interesse farmacêutico e
considerando a falta de informações técnico-cientí- cosmético. No entanto, é uma área que carece A Mata Atlântica, complexo e exuberante con-
ficas que permitam sua seleção como matéria-pri- de profissionais qualificados para atender à junto de ecossistemas de grande importância, abri-
ma para a produção industrial. De fato, é incontes- demanda do mercado no setor público como ga parcela significativa da diversidade biológica do
tável que o setor produtivo, que atua na produção em universidades e institutos de pesquisa, mas Brasil, reconhecida nacional e internacionalmente
de insumos e produtos de interesse farmacêutico especialmente pelo setor privado, indústrias no meio científico. Lamentavelmente, é também
e cosmético, prioriza espécies medicinais exóticas farmacêuticas, que necessitam urgentemente um dos biomas mais ameaçados do mundo devido
já amplamente conhecidas para inclusão em seus de profissionais capacitados para atuarem na às constantes agressões e ameaças de destruição dos
produtos. Desta forma, é claro que reconhecer as área de desenvolvimento de produtos como na habitats nas suas variadas tipologias e ecossistemas
potencialidades de espécies nativas de formações inovação tecnológica. Assim, consideramos que associados (SOS Mata Atlântica).
tropicais brasileiras permitirá uma mudança de en- o desenvolvimento de pesquisas com produtos
26
foque do setor produtivo, gerando divisas impor- naturais envolvendo uma enorme gama de Na fachada da Serra do Mar e no Vale do Ri-
tantes que garantiriam a sustentabilidade das espé- atividades biológicas, assim como estudos em áreas beira há remanescentes significativos da vegetação
cies e conseqüentemente a conservação ambiental. correlatas como morfologia e anatomia vegetal, original e, no interior do Estado, os remanescentes
Neste sentido, deve-se salientar ainda que, além da fitoquímica, controle de qualidade e toxicologia, de mata nativa estão extremamente fragmentados
enorme diversidade de espécies vegetais da Mata garantiria a obtenção das informações essenciais (KRONKA et al., 2005).
Atlântica, praticamente inexplorada pela ciência, para o estabelecimento de programas locais e
existe uma diversidade química incomensurável nacionais de fitoterapia, considerando-se seus Levantamento do “Atlas dos Remanescentes Flo-
nestas espécies vegetais. Tais compostos químicos, aspectos multidisciplinares, que é característica restais da Mata Atlântica” traz os números do desmata-
oriundos do metabolismo secundário e que garan- fundamental da pesquisa com plantas medicinais mento com dados atualizados em 2009, em dez Estados
tem a sobrevivência da espécie em condições tão como já amplamente discutido por Di Stasi, abrangidos pelo bioma (BA, GO, MS, MG, ES, RJ, SP,
inóspitas e de intensa competição como a que ocor- 1996 e Di Stasi, 2005. PR, SC, RS). A conclusão mostra que foram desmatados
re na Mata Atlântica, podem obviamente represen- ao menos 102.938 hectares de cobertura florestal nativa,
tar uma série de importantes princípios ativos úteis O Anexo A a este capítulo apresenta uma lista de ou dois terços do tamanho da cidade de São Paulo. O
para o tratamento e cura de inúmeras doenças que espécies medicinais da Mata Atlântica, a qual pode estudo considera o novo mapa publicado pelo IBGE de
atingem a espécie humana. ser utilizada como dados essenciais para a seleção de acordo com a Lei 11.428/2006. As informações atuais
espécies medicinais deste bioma com a finalidade mostram que a área original do bioma está reduzida a
A conservação dos biomas tropicais envolve do desenvolvimento de projetos de pesquisa, assim 7,91%, ou 102.012 km². Este número totaliza os frag-
necessariamente alternativas de uso que permitam como para programas de fitoterapia, desde que uma mentos acima de 100 hectares, ou 1km², e têm como
retorno econômico, caso contrário o imediatismo exaustiva revisão bibliográfica de cada uma das base remanescentes florestais de 16 dos 17 Estados onde
inercial continuará a devastá-los, de modo que al- plantas seja realizada e, exclusivamente, quando já ocorre (AL, PE, SE, RN, CE, PB, BA, GO, MS, MG, ES,
ternativas que propõem a obtenção de produtos existirem todos os dados de eficácia, segurança e RJ, SP, PR, SC e RS), que totalizam 128.898.971 hecta-
passíveis de serem repostos pelo próprio ecossis- controle de qualidade criteriosamente delineados. res (INPE e SOS Mata Atlântica, 2009).

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Essa situação, além de extremamente inquietante pelos pesquisadores da área. A conservação dos garantir o respeito e reconhecimento dos povos
com relação ao meio ambiente, é prejudicial à ecossistemas tropicais, especialmente os mais indígenas, das comunidades quilombolas e das
preservação das mais variadas espécies vegetais, uma ameaçados, como é o caso da Amazônia e da Mata comunidades tradicionais. Desta integração
ameaça à riqueza biológica. Atlântica, sempre foi uma preocupação constante, dependem, inclusive, os apoios políticos e
mas as plantas medicinais, hoje, passaram a econômicos indispensáveis para a sua manutenção.
Dados da Organização Mundial da Saúde representar uma nova alternativa para a conservação
(OMS) indicam que 80% da população mundial dos ecossistemas, visto que as espécies vegetais de As UC prestam ainda serviços ambientais
dependem da medicina tradicional para atender às valor medicinal passam a ser mais um recurso florestal tais como a fixação de carbono e manutenção de
suas necessidades de cuidados primários de saúde, passível de exploração e de comercialização que, seus estoques, regularização e equilíbrio do ciclo
e grande parte dessa medicina tradicional utiliza realizadas de forma racional e sustentável, permitem hidrológico, purificação da água e do ar, controle da
plantas medicinais, seus extratos vegetais ou seus a redução da ação antrópica sobre outros produtos erosão, conforto térmico, perpetuação dos bancos
princípios ativos (IUCN, 1993). florestais, reduzindo assim os sérios problemas genéticos, fluxo gênico da biodiversidade, controle
ambientais pelos quais esses ecossistemas passam. biológico, manutenção da paisagem, áreas para
No ano de 1988, na Tailândia, a OMS promoveu (DI STASI e HIRUMA-LIMA, 2002). educação e pesquisa científica, além do valor de
a 1ª Conferência Internacional sobre Conservação de herança para as futuras gerações (RODRIGUES,
Plantas Medicinais, da qual resultou a Declaração de Nos biomas florestais da Amazônica e da Mata BONONI, 2008).
Chiang Mai, com o lema “Salvar Plantas que Salvam Atlântica existem muitas espécies arbóreas de
Vidas”. Os participantes declararam reconhecer a grande porte, além das arbustivas e herbáceas, com São Paulo é uma das 21 cidades do mundo que
importância das plantas medicinais nos cuidados propriedades medicinais. Muitas delas, no entanto, está participando do Programa LAB (Local Action
primários de saúde e se mostraram alarmados e correm risco de extinção devido ao corte intensivo for Biodiversity) - Ações Locais para a Biodiversidade,
preocupados com a crescente e inaceitável perda e descontrolado da árvore para extração de óleo do uma iniciativa do escritório do Iclei da África do
dessas espécies devido à destruição de seu habitat e caule e também por exploração intensa das indústrias. Sul. Parte do Programa foi publicada pela Secretaria
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às práticas de coleta não-sustentável, pois muitas das Por isso, há a necessidade de se estabelecerem ações Municipal do Verde e do Meio Ambiente, o relatório
plantas que resultam em medicamentos modernos e urgentes visando a conservação dos ecossistemas, “São Paulo Biodiversity Report - 2008”, que aborda as
tradicionais estão ameaçadas. Alertaram, ainda, para as estratégias de manejo sustentado, conservação e principais ações voltadas à conservação e preservação
conseqüências da diminuição da diversidade vegetal desenvolvimento de novas tecnologias de cultivo, da flora e da fauna da cidade bem como o processo para
no mundo e para a contínua perda e modificações visando à conservação dos recursos genéticos das incorporar a participação de cidadãos e instituições na
das culturas indígenas, que geralmente são a chave espécies já ameaçadas, livrando-as da constante busca de uma cidade mais humana e sustentável.
para a descoberta de novas plantas medicinais, em pressão do extrativismo desordenado.
benefício de toda a humanidade. Reafirmaram, O que devemos fazer?
também, a necessidade urgente de cooperação e do A Mata Atlântica conta hoje com cerca de 860
estabelecimento de uma coordenação internacional unidades de conservação, que vão desde pequenos Muitos anos se passaram desde a Conferência
para implantar programas de conservação de plantas sítios transformados em Reservas Particulares do das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
medicinais, visando assegurar que quantidades Patrimônio Natural (RPPN) até áreas imensas Desenvolvimento, a “ECO-92” ou “Rio-92”, e
adequadas estejam disponíveis para gerações futuras. como o Parque Estadual da Serra do Mar, com 315 espera-se que os países participantes honrem e
(AKERELE, HEYWOOD; SYNGE 1991). mil hectares (SOS Mata Atlântica). As Unidades de assumam os compromissos e responsabilidades nela
Conservação da Natureza (UC) constituem áreas de apontados, como, por exemplo, a conservação da
Relembramos que já em 1989 Di Stasi et al especial relevância para a preservação e conservação diversidade biológica, a utilização sustentável de seus
destacaram a importância de que o tema “plantas ambiental e para a manutenção da diversidade componentes.
medicinais” tivesse uma abordagem ecológica biológica e devem também desenvolver funções
e ambiental e que os dados das comunidades sociais da integração às regiões onde se inserem, É bom que se fique atento às discussões ocorridas
tradicionais e dos diferentes grupos étnicos sobre participando do processo de desenvolvimento nas Conferências das Partes (COP) da Convenção
as plantas medicinais não fossem apenas um rol de sustentável. O aprimoramento de mecanismos e - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
informações para a seleção de plantas medicinais estratégias na gestão de UCs deverá igualmente Clima (UNFCCC), no que se refere à estabilização

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da concentração de emissões de gases do efeito sociedade civil, as instituições de ensino, de pesquisa, 5. Constituição Federal (1988). Capítulo VI - Do
estufa, realizado pela interferência antrópica, num o setor privado e outros afins. Meio Ambiente:
nível muito perigoso ao sistema climático, bem
como sobre mecanismos para a redução de emissões Maiores investimentos em programas de Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente eco-
vindas de desmatamento e degradação florestal pesquisas como o Programa de Pesquisas em logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
(REDD), para o Plano Nacional sobre Mudança Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
do Clima (PNMC), que tem como um de seus Biodiversidade do Estado de São Paulo, denominado Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
objetivos a diminuição das taxas de desmatamento Biota-Fapesp, o Instituto Virtual da Biodiversidade, preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
na Amazônia (Fonte: Grupo Proclimacapacita e resultado da articulação da comunidade científica
Ozonioprozonesp, dez/08) e para a Política de do Estado de São Paulo em torno das premissas § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito,
Mudança do Clima no Município de São Paulo preconizadas pela Convenção sobre a Diversidade incumbe ao poder público:
instituida pela Lei Municipal nº 14.933 (05.06.09). Biológica, assinada durante a ECO-92 e ratificada
pelo Congresso Nacional em 1994. I - preservar e restaurar os processos ecológicos
Seja uma “pessoa semente”, conscientize-se, essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
eduque-se e seja um multiplicador, ajudando a O Brasil possui legislação muito abrangente e ecossistemas;
proteger todos os biomas, tanto pela importância da é necessária a sua aplicação efetiva pelos órgãos e
conservação da biodiversidade, como pelos níveis de agentes públicos, pelas autoridades, juntamente com II - preservar a diversidade e a integridade do patri-
ameaça à riqueza biológica e à vida humana na Terra. a colaboração da população. Por isso, é importante mônio genético do País e fiscalizar as entidades dedi-
manter-se atualizado com preceitos legais no Brasil cadas à pesquisa e manipulação de material genético;
É muito importante priorizar a conservação dos sobre o assunto em pauta, como, por exemplo:
remanescentes florestais do bioma da Mata Atlântica, III - definir, em todas as unidades da Federação,
mas sem esquecer-se de todos os outros biomas 1. Código Florestal, Lei Federal nº 4.771 espaços territoriais e seus componentes a serem
28
existentes, como o do Cerrado, por exemplo, que tem (15.09.1965) e suas alterações e regulamentações. especialmente protegidos, sendo a alteração e a
inúmeras espécies com grande potencial medicinal e Art. 13: “O comércio de plantas vivas, oriundas supressão permitidas somente através de lei, vedada
necessita de uma política eficaz para preservação. de florestas, dependerá de licença da autoridade qualquer utilização que comprometa a integridade
competente”. dos atributos que justifiquem sua proteção;
Medidas urgentes devem ser tomadas para a
preservação das espécies ameaçadas de extinção, 2. Decreto Estadual nº 8.468 (São Paulo), de VI - promover a educação ambiental em todos os
conforme diretrizes estabelecidas durante a 08.09.1976: aprova o Regulamento da Lei nº 997, níveis de ensino e a conscientização pública para a
Convenção sobre a Diversidade Biológica e de 31.05.1976, que dispõe sobre a prevenção e o preservação do meio ambiente;
da Agenda 21. Consta na Resolução SMA-48 controle da poluição do meio ambiente.
(21.09.2004) a lista oficial das espécies da flora VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, 3. Lei Federal nº 6.938 (31.08.1981): dispõe da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
seguindo recomendação do Instituto de Botânica sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, com ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
de São Paulo, dentre elas, a Maytenus ilicifolia Mart. alterações pela Lei 9.960 (28.01.2000), que já submetam os animais à crueldade.
ex Reissek. previa o planejamento e fiscalização do uso dos
recursos ambientais. § 3º - As condutas e atividades consideradas
É preciso também fomentar e executar projetos lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
de pesquisa, proteção, preservação e conservação 4. De acordo com a Portaria nº 122-P (IBDF/ pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
da biodiversidade, desenvolvendo programas de Ibama), de 19.03.1985: a coleta, transporte, administrativas, independentemente da obrigação
educação ambiental e em saúde, campanhas de comercialização e industrialização de plantas de reparar os danos causados.
conscientização pública, estimulando a articulação ornamentais, medicinais, aromáticas e tóxicas,
entre todos os envolvidos, para o estabelecimento oriundas de floresta nativa, dependem de § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata
de estratégias de ação dos setores do governo com a autorização do Ibama. Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-

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Grossense e a Zona Costeira são patrimônio e administrativas derivadas de condutas e atividades senvolvimento sustentável neste século. A Cartilha
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, lesivas ao meio ambiente. E inclusões através das cita os artigos 38 a 41 dos Crimes Contra a Flora,
dentro de condições que assegurem a preservação do Leis nº 9.985 (2000), nº 11.284 (2006) e nº 11.428 proíbem destruir ou danificar floresta considerada de
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos (2006). preservação permanente, mesmo que em formação,
naturais. ou utilizá-la de forma transgressora.
13. Lei Federal nº 9.795 (27.04.1999): dispõe sobre
6. Lei Federal nº 7.754 (14.04.89): estabelece a educação ambiental, institui a Política Nacional de 19. Resolução SMA-48 (21.09.2004), publicada no
medidas para proteção das florestas existentes nas Educação Ambiental. Diário Oficial Poder Executivo – Seção I de 22.09.04:
nascentes dos rios. publica a lista oficial das espécies da flora do Estado
14. Lei Federal nº 9.985 (18.07.2000): regulamenta de São Paulo ameaçadas de extinção, seguindo reco-
7. Decreto Federal nº 98.830 (15.01.1990): o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição mendação do Instituto de Botânica de São Paulo.
dispõe sobre a coleta, por estrangeiros, de dados Federal; institui o Sistema Nacional de Unidades
e materiais científicos no Brasil, e a Portaria MCT de Conservação da Natureza. Ver alterações e 20. Instrução Normativa nº 112 (21.08.2006), do
nº 55 (14.03.1990), alterada pela Portaria MCT regulamentações. Assunto: Criação, Sistema Ibama: trata do Documento de Origem Flores-
nº 826 (06.11.2008), do Ministério da Ciência e Nacional, Unidade, Conservação, Natureza. tal – DOF, instituído pela Portaria/MMA nº.253
Tecnologia, que aprova o Regulamento sobre coleta, (18.08.2006), que se constitui de licença obrigatória
por estrangeiros, de dados e materiais científicos Objetivo: Preservação, Recuperação, Fauna, para o controle do transporte e armazenamento de
no Brasil. Dispõem que “...as atividades serão Flora, Diversidade, Espécie, Ecossistema, Recursos produtos e subprodutos florestais de origem nativa,
autorizadas desde que haja a co-participação e co- Naturais, Recursos Hídricos, Reserva Biológica, contendo as informações sobre a procedência desses
responsabilidade de instituição brasileira de elevado Floresta, Biosfera, Desenvolvimento Sustentável. produtos e subprodutos, gerado pelo sistema eletrô-
e reconhecido conceito técnico-científico, além de nico denominado Sistema DOF. Alterada pela Ins-
[...] acompanhar e fiscalizar as atividades que sejam 15. Decreto Federal nº 3.607 (21.09.2000): dispõe trução Normativa nº 187 Ibama (10.09.2008).
29
exercidas pelos estrangeiros...”. sobre a implementação da Convenção sobre Comér-
cio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Sel- 21. Lei Federal nº 11.428 (22.12.2006): dispõe so-
8. O Governo Federal, mediante a legitimação da vagens em Perigo de Extinção – Cites. bre a utilização e proteção da vegetação nativa do
Reserva Extrativista no âmbito da política nacional Bioma Mata Atlântica.
do meio ambiente, possibilitou sua criação a partir 16. Medida Provisória MP 2.186-16 (23.08.2001):
da Lei nº 7.804 (18.07.1989). O Decreto nº 98.897 institui o Conselho de Gestão do Patrimônio Gené- 22. Decreto Estadual Nº. 51.453 (São Paulo), de
(30.01.1990) dispõe sobre as reservas extrativistas. tico (CGEN) e regulamenta o acesso aos recursos 29.12.2006: cria o Sistema Estadual de Florestas -
genéticos da biodiversidade brasileira. A nova lei de Sieflor, visando melhor eficácia na gestão das florestas
9. Portaria nº 37-N do Ibama (03.04.92), com a lista acesso a recursos genéticos da biodiversidade brasi- públicas e outras áreas naturais protegidas, em face
oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de leira ainda é aguardada por cientistas, empresas e co- da extrema importância da conservação da Mata
extinção. munidades tradicionais (março de 2009). Atlântica, tida como patrimônio estadual e nacional,
do Cerrado e de outras formações vegetais naturais do
10. Lei Federal nº 9.279 (14.05.97): regula direitos e 17. Resolução Conama nº 317 (04.12.2002): regula- estado, bem como sua fauna associada. A Resolução
obrigações relativos à propriedade industrial. Lei das menta o art. 1º da Resolução nº 278/01, que dispõe SMA nº 059/08 regulamenta os procedimentos
Patentes e suas alterações. Lei nº 9.456 (25.04.97): sobre o corte e exploração de espécies ameaçadas de administrativos de gestão e fiscalização do uso
institui a Lei de Proteção de Cultivares. extinção da flora da Mata Atlântica. público nas Unidades de Conservação de proteção
integral do Sistema Estadual de Florestas do Estado
11. Resolução Conama nº 237 (19.12.1997): Licen- 18. Cartilha “A Lei da Vida”, do IBAMA (2004): re- de São Paulo.
ciamento ambiental. aliza abordagens e leituras sobre a Lei dos Crimes
Ambientais, motivando a criança a despertar para o 23. Decreto Federal nº 6.040 (07.02.2007): institui
12. Lei Federal nº 9.605 (12.02.1998), “Lei dos mundo da ética e do respeito, ligadas às práticas da a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável
Crimes Ambientais”: dispõe sobre as sanções penais Educação Ambiental, diante do desafio que é o de- dos Povos e Comunidades Tradicionais.

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24. Decreto Federal nº 6.041 (08.02.2007): institui a coisa, ter conhecimento básico da legislação • Ouvidoria Ambiental da SMA: Telefone (11)
Política de Desenvolvimento da Biotecnologia e cria ambiental, pois é com base nas leis que haverá 3133-3477.
o Comitê Nacional de Biotecnologia, fazendo menção recuperação do dano ambiental bem como a
ao respeito às normas de acesso ao patrimônio genéti- forma como os infratores poderão ser punidos. • Departamento de Proteção da Biodiversidade
co nacional e ao conhecimento tradicional associado. da Coordenadoria de Biodeversidade e Recursos
O Decreto nº 6.538/08 dá nova redação ao art. 5º do Denúncias de Crime Ambiental no Estado Naturais (CBRN) em São Paulo: telefone (11)
Decreto 6.041/07. de São Paulo 3133-3804.

25. Decreto Federal Nº 6.514 (22.07.2008): regu- Contate os órgãos públicos nas respectivas • Agência Ambiental Unificada de Jundiaí e
lamenta a Lei 9.605/98, que dispõe sobre crimes esferas de competências (Atualizado em 2008): CETESB (11) 4817-2110 / 4817-1898.
ambientais e que revogou o decreto anterior (n°
3.179/99) e ampliou ainda mais as ações em defesa do • A Linha Verde do Instituto Brasileiro do Meio • Polícia Militar do Estado de São Paulo,
meio ambiente. Dispõe sobre as infrações e sanções ad- Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis através do Comando de Policiamento Ambiental
ministrativas ao meio ambiente, estabelece o processo (IBAMA), subordinada à Ouvidoria do Instituto, (CPAmb) da Polícia Militar. Cidade de São Paulo:
administrativo federal para apuração destas infrações e é um canal de comunicação com a sociedade (11) 3221-8699 ou 5082-3330; Birigui: (18)
dá outras providências. Os artigos 43 a 60 tratam “Das e outros órgãos ambientais oficiais, que busca 3642-3955; Guarujá: (13) 3354-2800; São José
Infrações Contra a Flora”. (atualizado 2008). um equilíbrio entre o homem e o ambiente para do Rio Preto: (17) 3234-3314 / 4122; Jundiaí:
a construção de um futuro pensado e vivido (11) 4587-1811.
Seja um cidadão vigilante, um fiscal do meio am- numa lógica de desenvolvimento sustentável.
biente: ao constatar uma infração contra a flora, denun- Por intermédio do telefone 0800-61-8080 • Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da
cie aos órgãos ambientais e de polícia competentes da (ligação gratuita), o cidadão e/ou entidades Capital (PJMAC): telefone 3119-9800, fax 3119-
sua cidade ou do seu estado, pois infração contra a flora nacionais e internacionais podem interagir, 9099 ou através de e-mail: pjmac@mp.sp.gov.br.
30
também é crime ambiental. solicitando orientações e informações sobre
temas ambientais, que abrangem desde denúncias Consulte alguns sites:
Como e onde fazer uma denúncia de infrações à legislação ambiental até os mais http://www.ambiente.sp.gov.br
variados procedimentos de ações ambientais. http://www.ambiente.sp.gov.br/ouvidoria.php
Informações corretas e completas: toda denún- E-mail: linhaverde.sede@ibama.gov.br. Na cidade http://www.capital.sp.gov.br/portalpmsp/homec.jsp
cia deve ser acompanhada do maior número possível de São Paulo ligar para (11) 3066-2633. http://www.cetesb.sp.gov.br
de informações, como, por exemplo, fotografias, mapas http://www.ibama.gov.br
e até mesmo a cópia da legislação que está sendo infrin- • Prefeitura da Cidade de São Paulo (156) ou http://www.mp.sp.gov.br
gida, que podem ser anexadas a um documento por através da Secretaria Municipal do Verde e do Meio http://www.pmambientalbrasil.org.br/unidades.htm
escrito que informa o dano ambiental. Ambiente: (PMSP/SVMA), através dos telefones: http://www.pmambientalbrasil.org.br/unidades.
(11) 3396-3253 / 3285 ou PABX (11) 3396-3000. htm#São%20Paulo
Denúncias anônimas ou não: as denúncias po- http://www.polmil.sp.gov.br/inicial.asp
dem ser feitas por telefone. No entanto, é muito impor- • Ouvidoria Geral do Município de São Paulo: http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/cpamb/
tante que as informações sobre o que está acontecendo, telefone 0800 17 5717 (não precisa se identificar). index.htm
qual é o dano ambiental, o local correto da infração e http://portal.prefeitura.sp.gov.br/ouvidoria
informações de como chegar ao local sejam passadas • Disque Meio Ambiente da Secretaria de Estado
para o atendente de forma correta. do Meio Ambiente (SMA), através do telefone
0800 11 3560, ou Companhia de Tecnologia de OBS.: Referências bibliográficas do Capítulo 1
Conheça a legislação: para que seja feita Saneamento Ambiental (CETESB), ligada à SMA: ver Capítulo 18.
qualquer denúncia é necessário, antes de qualquer PABX (11) 3133-3000.

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33

HISTÓRICO
DAS PLANTAS
#2
MEDICINAIS
e legislação
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2.1 HISTÓRICO DAS PLANTAS dessas substâncias medicinais, o açafrão (Crocus do reino do misticismo e da religião – é chamado de
MEDICINAIS sativus), o coentro (Coriandrum sativum), a canela pai da medicina moderna. Os textos de Hipócrates
Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua (Cinnamomum zeylanicum), o alho (Allium sativum), citam cerca de 300 a 400 plantas medicinais (ex.:
folhas de sene (Senna alexandrina), resinas de erva-doce, rícino, salsa, tomilho, funcho, aipo).
Historicamente, o uso de plantas para tratar benjoim (Styrax benzoin).
doenças é tão antigo quanto a própria humanidade. No primeiro século antes de Cristo, a Grécia pro-
No Egito antigo, Imotep se tornou o deus da cura duziu a precursora de todas as farmacopéias moder-
O homem sempre buscou na natureza os de seu povo. Em 1827, Georg Ebers comprou de um nas e aquele que se tornou o texto oficial da medicina
recursos necessários para melhorar suas próprias árabe um dos primeiros textos médicos existentes, botânica, De Matéria Medica, de Dioscorides.
condições de vida. Utilizou as plantas como alimento chamado de “Papiro de Ebers”, que se acredita tenha
e incorporou a isso a busca de matéria-prima para a sido escrito no século XVI a.C. Contém cerca de Galeno, médico grego que vivia em Roma
confecção de roupas, ferramentas, combustíveis para 800 receitas e refere-se a 700 drogas, incluindo a no século II d.C., revolucionou a medicina
o fogo, armas de caça, etc., aumentando, assim, a babosa (Aloe vera), o absinto (Artemisia absinthium), fazendo experiências com animais, a partir do que
chance de sobrevivência. a hortelã (Mentha sp.), o meimendro (Hyoscyamus desenvolveu as primeiras teorias médicas baseadas
niger), a mirra (Commiphora myrrha), o cânhamo em experimentações científicas.
Por meio de experiências e observações, de (Cannabis sativa), o óleo de rícino (Ricinus
muita experimentação, na base da tentativa e erro, communis) e a mandrágora (Mandragora officinalis). De cerca de 400 a 1.500 d.C. a Igreja controlou
ao longo de muitas gerações, o homem percebeu Inclui receitas para diabetes e a utilização de lama ou praticamente todo o conhecimento médico. A
que as plantas poderiam provocar reações benéficas pão mofado sobre as feridas para impedir a infecção medicina, como tratamento de doenças humanas,
no organismo, capazes de resultar na recuperação (fungos e bactérias filamentosas produzem drogas tornou-se uma extensão das doutrinas da Igreja.
da saúde. Percebeu, também, que, além das plantas antibióticas). Como os males e doenças eram muitas vezes vistos
benéficas, existiam aquelas nocivas à saúde, capazes como castigo para o pecado, acreditava-se que
34
de matar e de produzir alucinações. Na China antiga (dois mil anos atrás), apareceu podiam ser curados com preces e arrependimento.
a primeira farmacopéia chinesa, o Pen Tsao, Neste período, a medicina e os estudos das
No processo histórico das plantas medicinais, descrevendo o uso do óleo de chalmogra (planta plantas medicinais sofreram um longo período de
muitas civilizações descreveram a utilização de do gênero Hydnocarpus – Salicaceae, antiga paralisação. Contudo, grande parte do conhecimento
vegetais como forma de medicamento em seus Flacourtiaceae) para tratar a lepra. Foram os chineses médico grego e latino ainda assim foi preservado
registros e manuscritos. que descreveram pela primeira vez a utilização de um pelos estudiosos dos mosteiros, que transcreviam
arbusto, o mahuang (Ephedra sinica), para ajudar na documentos antigos.
Descobertas arqueológicas mostram o uso de função urinária, melhorar a circulação, baixar febres,
várias plantas pelos neandertais (como a altéia – eliminar a tosse e aliviar os males dos pulmões e Durante o Renascimento (fim do século XII)
Althaea officinalis) há mais de 60 mil anos, no local brônquios. Atualmente é conhecido como efedrina, iniciaram-se os estudos realmente científicos do
onde é o Iraque hoje. Os índios mexicanos de mil utilizada nos problemas respiratórios. corpo humano feitos pelos médicos. Foi nessa época
anos atrás utilizavam o cacto peiote (Lophophora que Leonardo da Vinci fez muitas dissecações,
williamsii) em machucados e ferimentos, o que foi Na Índia, o Charaka Samhita, abrangente resultando em mais de 750 desenhos que ilustravam
comprovado recentemente as suas propriedades guia herbáceo indiano, cita mais de 500 medi- com precisão a anatomia humana.
antibióticas. camentos herbais.
Uma figura notável do Renascimento foi
Os sumérios que habitavam uma área em torno A Grécia antiga produziu um deus (Esculápio, Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais
dos rios Tigre e Eufrates (hoje Iraque), por volta de que tinha como símbolo o caduceu – uma serpente conhecido como Paracelso. Ele é visto como o
4.000 a.C. já utilizavam o tomilho (Thymus vulgaris), enroscada num bastão – até hoje símbolo da divulgador da famosa doutrina das assinaturas, visão
o ópio (Papaver somniferum), o alcaçuz (Glycyrrhiza medicina) e vários seres mortais que figuram com da natureza centrada no ser humano, que diz que as
glabra), a mostarda (Brassica sp.) e o elemento destaque na história inicial da medicina. Por volta plantas não só foram criadas para o uso dos homens,
químico enxofre. Os babilônios utilizavam, além de 400 a.C., Hipócrates retirou a profissão médica como também exibem um sinal claro – uma assinatura

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– do fim específico a que se destinam (uma planta com (Papaver somniferum), a morfina, um tipo de Além disso, os africanos trouxeram muitas
folhas em forma de coração se destina ao tratamento alcalóide. Com isso, surgiu a indústria farmacêutica, plantas, originalmente utilizadas em rituais religiosos
de doenças cardíacas, por exemplo). Paracelso é tido não somente para isolar os constituintes básicos das e também por suas propriedades farmacológicas
por muitos como o pai da farmacologia química. Foi drogas naturais, mas também para sintetizar novas empiricamente descobertas.
o primeiro a defender a importância da química na substâncias em laboratórios e fornecê-los aos médicos
preparação de medicamentos. em doses estáveis, padronizadas. A partir do século XX, com o início da
industrialização e urbanização no país, o
Paracelso media e ministrava as doses das Os produtos químicos feitos em laboratório são conhecimento tradicional passou a ser posto em
substâncias com cautela e precisão. Ele dizia: mais estáveis, diferindo do uso das plantas medicinais, segundo plano. O acesso a medicamentos sintéticos
“depende só da dose se um veneno é veneno ou não”. que devem ser colhidas no período do dia ou do ciclo e a falta de comprovação científica das propriedades
“O muito mata, o pouco cura”. Ele também é tido da planta em que armazenam uma quantidade maior farmacológicas das plantas tornou o conhecimento
como fundador da homeopatia, sistema de medicina do princípio ativo. Colher uma erva cedo ou tarde da flora medicinal sinônimo de atraso tecnológico e
baseado na proposta de que o semelhante cura o demais durante o seu ciclo de crescimento, usá-la seca charlatanismo.
semelhante. Cerca de 300 anos depois, um médico em vez de verde, empregar diferentes populações da
alemão chamado Samuel Hahnemann introduziu a mesma planta ou espécies estreitamente relacionadas; Com as novas tendências globais de uma
prática da homeopatia em larga escala. A filosofia da todos esses fatores afetam a estabilidade da droga. preocupação com a biodiversidade e as idéias
homeopatia é que os sintomas de uma doença são a de desenvolvimento sustentável, reativaram-
forma de o corpo combater essa doença. Assim, doses Outro campo de pesquisa que vem sendo bastante se os estudos das plantas medicinais brasileiras,
minúsculas de drogas que produzem os mesmos estudado é sobre a sinergia das plantas medicinais, pois despertando novamente o interesse pela fitoterapia.
sintomas de uma doença também estimulam os se notou que a utilização da planta toda e não somente
mecanismos de defesa da pessoa saudável para o princípio ativo extraído quimicamente e purificado A partir das duas últimas décadas, o consumo
combater esse mal (a imunologia confirmou a base torna o efeito benéfico total do medicamento herbal individual de fitoterápicos cresceu em todo o mundo,
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dessa filosofia). maior do que se poderia prever, apenas somando-se aumentando também os investimentos em pesquisas
os efeitos de seus constituintes químicos individuais, para obtenção de novos remédios à base de plantas,
Na China, por ocasião da Revolução Cultural, inclusive neutralizando os efeitos nocivos dos confirmando a eficácia de muitas plantas medicinais,
a Medicina Tradicional Chinesa, que inclui a produtos químicos ativos. dando maior credibilidade no uso da fitoterapia.
fitoterapia, sofreu várias críticas, acusada de ser
uma técnica arcaica e sem comprovação científica. Quando os europeus chegaram ao Brasil O Brasil tem uma ampla diversidade étnica e
Graças ao bom senso de Mao Tse Tung, a Medicina encontraram inúmeras plantas medicinais utilizadas cultural, com valioso conhecimento tradicional
Tradicional Chinesa foi revalorizada e várias pelos índios que aqui viviam. Os pajés detinham relacionado ao uso de plantas medicinais usadas
pesquisas comprovaram as ações de inúmeras o conhecimento das ervas locais e de seus usos, na cura ou prevenção de doenças, e tem recebido
plantas e pontos de acupuntura, recuperando, assim, que eram transmitidos e aprimorados de geração atualmente maior atenção dos órgãos não
o prestígio de um dos mais antigos e eficazes sistemas em geração. O contato dos europeus com a flora governamentais e dos órgãos oficiais de saúde.
terapêuticos do mundo. medicinal se deu com a vivência com os índios e as
incursões mais prolongadas pelo interior, fazendo O uso de plantas medicinais e fitoterápicos, com
No início do século XX, os químicos aprenderam com que novos conhecimentos fossem fundidos com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins
a isolar as substâncias ativas das plantas e depois a aqueles trazidos da Europa (uso popular bastante de diagnóstico, passou a ser oficialmente reconhecido
criar esses produtos químicos em laboratório. Foi o difundido). Muitas plantas conhecidas na Europa pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978,
início da ciência da farmácia, dedicada à compreensão por suas propriedades medicinais induziram a busca durante a conferência em Alma-Ata (antiga URSS).
de como as drogas atuam e por que o corpo reage a por plantas nativas com propriedades semelhantes
elas de determinadas maneiras. para serem utilizadas em usos similares. Muitas O Ministério da Saúde criou em 1982 o Programa
vezes o mesmo princípio ativo podia ser encontrado de Pesquisa de Plantas Medicinais, pela Central de
Por volta de 1805 Friedrich Sertürnes isolou nas espécies nativas, ocasionalmente em maior Medicamentos do Ministério da Saúde (CEME/
pela primeira vez a substância anestésica da papoula quantidade ou qualidade. MS). Em 1983 o Programa foi reestruturado com

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o objetivo de produzir medicamentos fitoterápicos melhoria do acesso da população menos favorecida; Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi
para o sistema de saúde, de promover investigação e o uso racional pelos profissionais e usuários. aprovado pela Portaria Interministerial MS-GM nº
científica das potenciais propriedades terapêuticas de 2.960, de 09/12/2008, que também criou o Comitê
espécies utilizadas pela população, visando a um futuro O Ministério da Saúde aprovou em maio/2006 Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e,
desenvolvimento de medicamentos ou preparações a Política Nacional de Práticas Integrativas e a Lei Municipal nº 14.903 de 06/02/2009 criou o
que servissem de suporte ao estabelecimento de Complementares (PNPIC) no Sistema Único Programa de Produção de Fitoterápicos e Plantas
uma terapêutica alternativa e complementar. Setenta de Saúde (SUS), que estabelece as linhas de ação Medicinais no Município de São Paulo.
e quatro espécies foram selecionadas, 95 projetos prioritárias para o uso racional de plantas medicinais
foram executados em 23 instituições conveniadas, e fitoterápicos (medicamentos oriundos de plantas 2.2 HISTÓRICO DAS REFERÊNCIAS
e pesquisas acerca de 28 espécies foram concluídas, medicinais). A idéia é que se construa no Brasil LEGAIS BÁSICAS
com confirmação de propriedades terapêuticas das uma rede de esforços para o desenvolvimento Carlos Muniz de Souza
espécies: Maytenus ilicifolia e Phyllanthus niruri. A de medidas voltadas à melhoria da atenção à Linete Maria Menzenga Haraguchi
CEME, no entanto, foi extinta em 1997. saúde, ao fortalecimento da agricultura familiar, à Prof. Dr. Luis Carlos Marques
geração de emprego e renda, à inclusão social e ao Política Internacional de Práticas Alternativas
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio desenvolvimento industrial e tecnológico. de Saúde
Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92 - Rio de
Janeiro) aprovou a “Agenda 21”, documento que O Governo Federal reconhece o valor terapêutico OMS – Unicef – Declaração de Alma-Ata (1978).
estabelece um pacto pela mudança do padrão de e incentiva as Unidades Básicas de Saúde a adotarem Conferência Internacional sobre Cuidados Primá-
desenvolvimento global. O desenvolvimento e a terapias como a de Plantas Medicinais e Fitoterapia e rios de Saúde. O uso de plantas medicinais e fito-
conservação do meio ambiente devem constituir seu uso racional pelo SUS, através da Portaria nº 971 de terápicos, com finalidade profilática, curativa, pa-
um binômio indissolúvel que promova a ruptura do 03/05/2006, que define as ações e responsabilidades liativa ou para fins de diagnóstico, passou a ser ofi-
antigo padrão de crescimento econômico, tornando dos gestores federais, estaduais e municipais na cialmente reconhecido pela Organização Mundial
36
compatíveis o direito ao desenvolvimento para os implementação de novos serviços na rede pública da Saúde (OMS) em 1978, durante a conferência
países que permanecem em patamares insatisfatórios de saúde e também a adequação de iniciativas que em Alma-Ata (antiga URSS), onde foi estabelecida
de renda e de riqueza e o direito ao usufruto da vida já vinham sendo desenvolvidas em algumas regiões uma declaração em consenso com a presença de
em ambiente saudável pelas futuras gerações. do país, e oficializa no SUS as práticas com plantas 134 países, 67 organismos internacionais e dezenas
medicinais e fitoterapia; homeopatia; medicina de organizações não governamentais. A proposta
A integração social, geração de trabalho e tradicional chinesa/acupuntura; termalismo social era “Saúde para todos no ano 2000”, onde um dos
cidadania também devem ser pautadas na Agenda (uso de águas minerais para tratamento de saúde), e principais pontos foi a incorporação das práticas
21, que preconiza o desenvolvimento sustentável tem como principal objetivo harmonizar os critérios tradicionais, entre elas o uso de plantas medicinais,
das cidades e a diminuição dos impactos ambientais. e procedimentos para a prestação de serviços no SUS nos cuidados da saúde.
Neste contexto, o cultivo de plantas medicinais para de forma a garantir segurança, eficácia e qualidade aos
fins terapêuticos e alimentares deve ser realizado de usuários desses tipos de terapias. Política Nacional de Práticas Complementares e
forma sustentável, visando conservar os recursos Integrativas – Plantas Medicinais e Fitoterapia
naturais e fornecer produtos mais saudáveis, sem O Governo Federal aprovou, ainda, por meio
prejuízos ao meio ambiente, favorecendo a saúde e a do Decreto nº 5.813, de 22/06/2006, a Política Resolução Ciplan nº 8 (08/03/1988). Implan-
qualidade de vida. Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e tar a prática de Fitoterapia nos Serviços de Saúde,
criou um Grupo de Trabalho Interministerial, com assim como orientar, através das Comissões Inte-
A Organização Mundial da Saúde, através do participação da sociedade civil, para a elaboração rinstitucionais de Saúde (CIS), a inclusão da Fito-
documento “Estratégia da OMS sobre Medicina do Programa Nacional de Plantas Medicinais e terapia nas Ações Integradas de Saúde (AIS), e/ou
Tradicional” 2002-2005, preconiza o incentivo Fitoterápicos, com medidas voltadas à garantia de programação do Sistema Unificado e Descentrali-
da fitoterapia no Sistema Nacional de Saúde; acesso seguro e uso racional e correto de plantas zado de Saúde (SUDS), nas Unidades Federadas,
a investigação sobre a sua segurança, eficácia, medicinais e fitoterápicos pela população, com visando colaborar com a prática oficial da medicina
qualidade e normalização de seus serviços; a segurança, eficácia e qualidade. O Programa moderna, em caráter complementar.

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Lei Municipal nº 13.717 (08/01/2004). Dispõe tica na atenção básica em saúde. Incluiu o guaco e a espinhei- REGISTRO DE FITOTERÁPICOS INDUS-
sobre a implantação das Terapias Naturais na Secretaria ra santa no financiamento federal (DOU de 26/12/2007). TRIALIZADOS
Municipal de Saúde de São Paulo, e dá outras providên-
cias (DOC de 09/01/2004). Lei Municipal nº 14.682 (30/01/2008). Institui, no ANVISA – Resolução RE nº 90 (16/03/2004). De-
âmbito do Município de São Paulo, o Programa Qualidade termina a publicação do “Guia para a Realização de Es-
Portaria MS/GM nº 971 (03/5/2006). Aprova a Polí- de Vida com Medicinas Tradicionais e Práticas Integrativas tudos de Toxicidade Pré-Clínica de Fitoterápicos”. Área
tica Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e dá outras providências. (DOC de 31/01/2008). de atuação/âmbito - Medicamentos/Fitoterápicos.
(PNPIC) no SUS (DOU de 04/05/2006).
Decreto Municipal nº 49.596 (11/06/2008). ANVISA – Instrução Normativa nº 05
Política de caráter nacional que recomenda a adoção, pe- Regulamenta a Lei nº 14.682, de 30 de janeiro de 2008, que (11/12/2008). Determina a publicação da “Lista
las Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal institui, no âmbito do Município de São Paulo, o Programa de Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simpli-
e dos Municípios, da implantação e implementação das Qualidade de Vida com Medicinas Tradicionais e Práticas ficado” junto ao Sistema de Vigilância Sanitária. Área
ações e serviços relativos às Práticas Integrativas e Com- Integrativas em Saúde (DOC de 12/06/2008). de atuação/âmbito – Medicamentos/Fitoterápicos
plementares. (DOU de 12/12/08). Revoga o disposto na Resolu-
Portaria MS/GM nº 1.274 (25/06/2008). Institui Grupo ção RE nº 89 (16/03/2004).
Define que os órgãos e entidades do Ministério da Saúde, Executivo para o Programa Nacional de Plantas Medicinais e
cujas ações se relacionem com o tema, devem promover Fitoterápicos (DOU de 26/06/2008). ANVISA – Resolução RDC nº 95 (11/12/2008).
a elaboração ou a readequação de seus planos, programas, Regulamenta o texto de bula de medicamentos fito-
projetos e atividades, na conformidade das diretrizes e Portaria Interministerial MS/GM nº 2.960 terápicos.
responsabilidades estabelecidas. (09/12/2008). Aprova o Programa Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional de Plan- ANVISA – Resolução RDC n° 14 (31/03/2010).
Áreas contempladas: Plantas Medicinais e Fitoterapia, tas Medicinais e Fitoterápicos (DOU de 10/12/08). Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterá-
37
Homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa / Acupun- picos.
tura, Termalismo Social / Crenoterapia. Lei Municipal nº 14.903 (06/02/2009). Cria o Progra-
ma de Produção de Fitoterápicos e Plantas Medicinais no ANVISA - Instrução Normativa n°5
Decreto Federal nº 5.813 (22/06/2006). Aprova a Município de São Paulo e dá outras providências (DOC de (31/03/2010). Estabelece a Lista de Referências
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos 07/02/2009). Bibliográficas para avaliação de Segurança e Eficácia
(PNPMF) e cria Grupo de Trabalho Interministerial, de Medicamentos Fitoterápicos.
com participação da sociedade civil, para elaboração do Portaria MS/GM nº 2.982 (26/11/2009). Aprova as nor-
Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos mas de execução e de financiamento da Assistência Farma- CHÁS ALIMENTÍCIOS
– Portaria Ministerial (DOU de 02/10/2006). cêutica na Atenção Básica. No Anexo II desta portaria consta
o Elenco de Referência Nacional do Componente Básico da ANVISA – Resolução RDC nº 277 (22/09/2005).
Objetivo geral - Garantir à população brasileira o Assistência Farmacêutica, onde constam os medicamentos Aprova regulamento técnico para café, cevada, chá,
acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos com aquisição pelos Municípios, Distrito Federal erva-mate e produtos solúveis.
fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodi- e/ou Estados.(DOU de 01/12/2009).
versidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da ANVISA – Resolução RDC nº 267 (22/09/2005).
indústria nacional. PortariaMS/GMnº886(20/04/2010). Institui a Farmácia Aprova regulamento técnico de espécies vegetais pa-
Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). (DOU de ra o preparo de chás.
Lei Estadual nº 12.739 (01/11/2007). Cria o Pro- 22/04/10).
grama Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais ANVISA – Resolução RDC nº 219 (22/12/2006).
e Aromáticas (DOE de 02/11/2007). Decreto Municipal nº 51.435 (26/04/2010). Regulamen- Aprova a inclusão do uso das espécies vegetais e
ta a Lei nº 14.903/09, que institui o Programa de Produção de parte(s) de espécies vegetais para o preparo de chás
Portaria MS/GM nº 3.237 (24/12/2007). Aprova as nor- Fitoterápiocs e Plantas Medicinais no Município de São Paulo em complementação às espécies aprovadas pela
mas de execução e de financiamento da assistência farmacêu- (DOC de 27/04/2010). Resolução Anvisa RDC nº 267 (22/09/2005).

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ANVISA – Resolução RDC nº 278 (22/09/2005). ANVISA – Resolução RDC nº 18 (30/04/1999). dades funcionais e/ou de saúde, novos alimentos/
Aprova as categorias de alimentos e embalagens Aprova o regulamento técnico que estabelece as ingredientes, substâncias bioativas e probióticos.
dispensados com obrigatoriedade de registro. diretrizes básicas para análise e comprovação de
propriedades funcionais e ou de saúde alegadas DROGAS VEGETAIS DESTINADAS A
ALIMENTOS FUNCIONAIS em rotulagem de alimentos. INFUSÕES OU DECOCÇÕES

ANVISA – Resolução RDC nº 16 (30/04/1999). ANVISA – Resolução RDC nº 19 (30/04/1999). ANVISA - Resolução RDC n°10 (09/03/2010).
Aprova o regulamento técnico de procedimentos Aprova o regulamento técnico de procedimentos Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais
para registro de alimentos e ou novos ingredientes. para registro de alimento com alegação de proprie- junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
dades funcionais e ou de saúde em sua rotulagem. considerando a necessidade de contribuir para a
ANVISA – Resolução RDC nº 17 (30/04/1999). construção do marco regulatório para produção,
Aprova o regulamento técnico que estabelece as ANVISA – IX Lista de alegações de proprie- distribuição e uso de plantas medicinais,
diretrizes básicas para avaliação de risco e segurança dade funcional aprovadas. (Atualizado em ju- particularmente sob a forma de drogas vegetais
dos alimentos. lho/2008). Alimentos com alegações de proprie- (DOU de 10/03/2010).

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41

IDENTIFICAÇÃO
DAS PLANTAS E
#3
NOMENCLATURA
BOTÂNICA
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3.1 IMPORTÂNCIA DA O nome científico é universal, pois é o mesmo tos, e australis significa “austral, meridional, do sul”;
IDENTIFICAÇÃO CORRETA DAS PLANTAS em qualquer língua ou país, e é específico, ou seja, no caso do gênero Bauhinia, das patas-de-vaca, pres-
E NOMENCLATURA BOTÂNICA para cada espécie existe apenas um nome e vice-ver- tou-se homenagem aos irmãos Jean e Gaspar Bauhin,
Sumiko Honda sa. Isso permite uma rápida localização das informa- botânicos dos séculos XVI-XVII.
Algumas questões devem estar bem estabeleci- ções em livros ou revistas e sites, no mundo todo.
das no trabalho com plantas medicinais, começando Cada espécie vegetal tem um espécime-tipo,
pelo diagnóstico exato da doença, seguido pela iden- A publicação de Species Plantarum pelo naturalis- geralmente uma amostra seca da planta, mantida em
tificação correta da planta a ser utilizada, bem como ta sueco Lineu, em 1758, foi um marco no sistema um herbário ou museu. O espécime-tipo é designado
o conhecimento do seu preparo e uso adequados, moderno de classificação biológica, estabelecendo o pelo autor que descreve aquela espécie e serve
incluindo-se a verificação do processamento recebi- sistema binomial (dois nomes) para a designação de como um referencial para comparação com outros
do pela planta, prazos de validade, etc., garantindo-se espécies, em vez da frase descritiva em latim, usada espécimens, para determinar se estes pertencem ou
assim a presença do desejado princípio ativo. anteriormente. não à mesma espécie.
Embora as comunidades identifiquem suas O nome científico, tanto de plantas como de Os primeiros sistemas de classificação botânica
plantas por meio de nomes reconhecidos na vizi- animais, é composto por dois nomes (binômio), utilizaram algumas poucas características das
nhança (nomes populares), e que devem ser respei- seguidos do nome do autor (geralmente, escrito de plantas, geralmente morfológicas, como o hábito ou
tados, estes variam muito de acordo com a região forma abreviada). Por exemplo, Melissa officinalis as características de flor, para agrupá-las, resultando
e podem gerar erros quando ocorrem trocas de in- L. é a erva popularmente conhecida por melissa ou em agrupamentos muitas vezes artificiais. Hoje,
formações. É freqüente acontecer que plantas dife- erva-cidreira-verdadeira. O primeiro nome (Melissa) é possível a análise combinada de uma grande
rentes recebam um mesmo nome ou nomes seme- é o gênero, também chamado de nome genérico, quantidade de caracteres (morfológicos, anatômicos
lhantes, e também a ocorrência de nomes diferentes e deve ser iniciado com letra maiúscula. O segundo e químicos, inclusive os genéticos) e os sistemas de
para uma mesma planta. nome (officinalis) é o epíteto específico, iniciado classificação buscam agrupar as espécies de acordo
42
As confusões com relação à identificação de plan- com letra minúscula. O nome do autor indica quem com sua história evolutiva (filogenia). Assim, os
tas podem trazer problemas como: não obtenção foi o responsável pela denominação e a classificação sistemas tentam revelar o grau de “parentesco”
dos efeitos desejados, intoxicação por uso de planta da espécie, no caso, L., abreviação de Lineu. existente entre as espécies e, portanto, atualmente,
errada ou por uso incorreto, erro nos tratos culturais podemos considerar que a classificação tem até
(ou seja, cultivo das plantas de forma inadequada), A citação do autor em seguida ao binômio não é um caráter preditivo, permitindo prognósticos de
comércio ou trocas de plantas erradas, podendo levar obrigatória, mas, se for utilizada, deve acompanhar o características.
à perda de credibilidade no uso dessas plantas. Código de Nomenclatura Botânica.
Num sistema de classificação, cada “nível
Dar nome às “coisas” e classificá-las resulta de O nome da espécie (Gênero + epíteto específico) é hierárquico” da organização é uma categoria
uma necessidade cultural que temos de tentar “or- grafado em latim, e deve ficar em destaque no texto, taxonômica ou táxon. Espécie é uma categoria
ganizar” a nossa compreensão do mundo. Assim, ele escrito em itálico, negrito ou sublinhado. Usa-se o taxonômica e espécies assemelhadas ficam agrupadas
nos fica mais familiar à medida que reconhecemos latim porque, na época em que as regras foram esta- num gênero; os gêneros parecidos compõem
“coisas” semelhantes àquilo que já conhecíamos. belecidas, ele era a língua dos estudiosos e do inter- uma família botânica e várias famílias aparentadas
A Sistemática é a ciência que estuda a diversidade câmbio científico, como hoje é o inglês. constituem a ordem, e assim por diante.
biológica e a sua história evolutiva. A Taxonomia é
o ramo da Sistemática responsável pela identificação, Um autor, ao criar a combinação do nome cien- O nome do gênero muitas vezes corresponde ao
atribuição de nomes e classificação das espécies. tífico, pode destacar alguma característica da planta, nome popular, como é o caso da melissa (Melissa),
prestar homenagens pessoais ou fazer referência à da menta (Mentha) e dos eucaliptos (Eucalyptus).
Para a identificação das espécies, os pesquisado-
localidade de origem ou ocorrência da espécie. Por
res utilizam o nome científico, que não representa
exemplo, em Sambucus australis, o sabugueiro nativo O nome genérico pode ser escrito sozinho quando
apenas uma “carteira de identificação” universal para
da região sul do Brasil, Sambucus significa “cor ver- se refere ao grupo inteiro de espécies que formam
um organismo, mas também fornece pistas acerca
melha”, referente ao suco vermelho-escuro dos fru- aquele gênero. Eucalyptus é um bom exemplo, pois
das relações de um organismo com outro.
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
reúne centenas de espécies que, quaisquer que à categoria família botânica, a terminação –ales Híbridos são plantas resultantes do cruzamento
sejam, têm tantas características em comum que refere-se à ordem e assim por diante. de espécies diferentes, do mesmo gênero ou até de
levam qualquer pessoa a reconhecê-las e a chamá- gêneros distintos, e podem ter origem natural ou
las de eucalipto. Quando se quer fazer referência a Devido à consagração de uso, para algumas induzida pelo homem. Os híbridos são indicados por
uma espécie ou a algumas espécies que pertencem poucas famílias botânicas abre-se uma exceção e um “x” em seu nome. Exemplo: Mentha x villosa.
a um gênero, sem discriminá-las ou nominá-las, admite-se o uso de “nomes alternativos”, igualmente
aproveitando-se, ainda, o exemplo do Eucalyptus, aceitos: Espécie é a categoria taxonômica básica, mas, para
usa-se escrever, respectivamente: Eucalyptus sp. e Apiaceae = Umbelliferae algumas espécies, podemos reconhecer categorias
Eucalyptus spp. Arecaceae = Palmae ainda menores, chamadas de infra-específicas, como,
Asteraceae = Compositae por exemplo, a subespécie (subsp.) e a variedade (var.).
O epíteto específico, no entanto, não tem sentido Brassicaceae = Cruciferae
quando escrito sozinho, por poder ser associado a Clusiaceae = Guttiferae Os táxons infra-específicos têm nomes compostos
diferentes nomes genéricos. Por exemplo, o epíteto Fabaceae = Leguminosae por três palavras: acrescenta-se ao nome da espécie
específico officinalis, que em latim significa “oficial, Lamiaceae = Labiatae a abreviatura da categoria, seguida do epíteto
que se encontra nas farmácias por ser medicinal”, Poaceae = Gramineae infra-específico e da abreviação do nome do autor.
pode ser do alecrim (Rosmarinus officinalis), da Exemplo: a couve-manteiga e o repolho pertencem
alfazema (Lavandula officinalis), da calêndula Quanto à especificidade do nome científico, cabe à família Brassicaceae (Cruciferae), gênero Brassica,
(Calendula officinalis), da melissa (Melissa officinalis) esclarecer que há situações em que se depara com sendo que ambas as hortaliças são da espécie Brassica
ou da sálvia (Salvia officinalis). múltiplos nomes científicos para uma determinada oleracea L., porém são variedades diferentes. A couve-
planta, gerados pelas situações a seguir descritas. manteiga é Brassica oleracea L. var. acephala DC. e o
Para evitar confusões, o epíteto específico deve Para esses casos, princípios e regras internacionais de repolho é Brassica oleracea L. var. capitata L.
sempre vir precedido do seu nome genérico. Em nomenclatura ditam os critérios para se determinar o
43
textos onde o binômio for mencionado, permite-se único nome científico válido: O cultivar (contração da expressão “cultivated
abreviá-lo a partir da segunda menção, utilizando-se variety”) é uma categoria taxonômica equivalente
a letra inicial do gênero seguida do epíteto específico, • Nos casos em que se verifica que foram dados à variedade, ou até menor, mas dependente da
desde que não se deixe margem a dúvidas sobre a nomes científicos diferentes para uma mesma intervenção humana para a sua perpetuação. O nome
espécie em questão. Por exemplo: “em um texto espécie, por autores diferentes que estudaram a pode ser escrito na língua vernácula e é grafado entre
sobre Coffea arabica (café), você pode abreviar como planta, fica valendo o nome publicado mais antigo aspas e não em itálico, para ressaltá-lo num texto,
C. arabica, a partir da segunda vez que for citar a que classifique a planta corretamente, ficando os apresentando ou não a abreviação “cv.” antes de sua
espécie”. demais nomes como sinônimos (apresentados indicação. Exemplo: a couve-flor brasileira criada para
como “sin.:” neste trabalho). Exemplo: Plectranthus as condições de verão quente do centro-sul é a Brassica
Devido à semelhança apresentada em várias barbatus Andrews tem como sinônimos os nomes oleracea var. botrytis cv. “Piracicaba precoce” ou apenas,
de suas características, os gêneros Rosmarinus, Coleus barbatus (Andrews) Benth. e Coleus forskohlii Brassica oleracea var. botrytis “Piracicaba precoce”.
Lavandula, Melissa, Mentha e Salvia foram (Willd.) Briq;
classificados como pertencentes à família botânica 3.2 - EXEMPLOS DE CONFUSÕES NO USO
Lamiaceae. • Em decorrência do acúmulo de informações DE NOMES POPULARES
e aumento do conhecimento, há casos em que
O eucalipto, a rosa e o café pertencem, as plantas são reclassificadas, com a conseqüente Os nomes populares, comuns, vulgares ou
respectivamente, às famílias Myrtaceae, Rosaceae e mudança de nome. Quando uma espécie muda de vernaculares são aqueles de uso local ou regional e
Rubiaceae. Regras internacionais de nomenclatura gênero, o nome do autor do primeiro nome científico são importantes em trabalhos etnobotânicos por
definem as terminações dos nomes de cada categoria deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome fornecerem informações sobre a utilização popular
taxonômica supragenérica (acima do gênero), do autor que fez a nova combinação. Exemplo: de uma espécie por uma determinada comunidade.
tornando possível reconhecer cada categoria pela Vernonia condensata Baker atualmente é classificada No entanto, trabalhos científicos de outras naturezas
sua escrita. Assim, a terminação –aceae refere-se como Vernonanthura condensata (Baker) H. Rob. não devem ser embasados nestes nomes.

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Foto: Nilsa S. Yamashita Wadt Cerro San Cristovan – Chile 2007
Mostramos a importância da individualização de

Foto: Maria de Lourdes da Costa 2008


cada espécie através de alguns exemplos de confusão
por uso de nomes populares na cidade de São Paulo.
Associamos os nomes científicos de cada espécie e suas
características aos diversos nomes pelos quais pode ser
conhecida popularmente.

Em outras regiões, onde estão presentes e


disponíveis outras plantas, pode haver outros exemplos
de confusões.

As fichas das plantas mencionadas deste item Espécie: Bauhinia forficata Link
constam do Anexo B: Plantas Medicinais Citadas
neste Trabalho. Nomes populares: pata-de-vaca; unha-de-vaca;
bauínia; capa-bode; casco-de-burro; ceroula-de-ho- Nome científico: Peumus boldus Molina
Exemplo 1: mem; pata-de-boi; pata-de-veado; pé-de-boi; unha-
de-anta; unha-de-boi; unha-de-boi-de-espinho, mi- Nomes populares: boldo-do-chile, boldo; boldo-
PATA-DE-VACA roró, etc. verdadeiro.
Diversas espécies do gênero Bauhinia, da família

Foto: Graça Maria Pinto Ferreira 2008


Fabaceae (Leguminosae), geralmente recebem o nome Características principais: Árvore da família
popular de pata-de-vaca ou unha-de-vaca, devido ao Monimiaceae, originária do Chile, que atinge de
formato de suas folhas. 12 a 15 metros de altura. Suas folhas são duras,
44
oval-elípticas, de coloração cinzento-esverdeada e
Freqüentemente, observamos a seguinte troca de salpicadas de pequenas proeminências.
informação: “O chá das folhas da pata-de-vaca ajuda a
controlar a diabete. Mas cuidado, tem que usar as folhas Esta planta não é cultivada no Brasil, sendo que as
da árvore que dá a flor branca!”. folhas para chá são importadas.

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


Aparentemente, a informação tenta direcionar para
a escolha correta de uma planta, que seria a Bauhinia Espécie: Bauhinia variegata L.
forficata Link, árvore nativa das bordas da Mata Atlântica
que produz flores brancas e pode ser reconhecida pela Nomes populares: pata-de-vaca; unha-de-vaca;
presença de espinhos na base das folhas. Na cidade de bauínia; árvore-da-orquídia; casco-de-vaca, etc.
São Paulo, no entanto, a espécie mais freqüente, por ser
utilizada na arborização de logradouros, é a Bauhinia Exemplo 2:
variegata L., árvore originária da Índia, que tem uma
variedade que produz flores lilases e outra que dá flores BOLDO
brancas, o alvo da confusão dos paulistanos. Boldos são plantas cujas folhas são popularmente
utilizadas para problemas hepáticos ou de indigestão.
Apesar das ações hipoglicemiante e antidiabética É importante reconhecê-las e conhecer suas
não terem sido comprovadas pelos testes realizados propriedades quando se fizer uso delas por períodos Nome científico: Vernonanthura condensata (Baker)
pelo Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da prolongados, pois, por exemplo, o boldo-do-chile H. Rob. (sin.: Vernonia condensata Baker)
Central de Medicamentos (PPPM-Ceme), Bauhinia (Peumus boldus) possui componentes ativos com
forficata é uma planta de uso tradicional. efeitos colaterais. Nomes populares: estomalina, boldo-baiano;

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boldo-japonês; boldo-chinês; boldo-goiano; boldo- Lamiaceae (Labiatae), de aproximadamente 2

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


de-goiás; alumã; aluman; aloma; luman; árvore-do- metros de altura. Possui folhas suculentas, pilosas
pinguço; alcachofra; figatil; heparém; cidreira-da- e amargas, de margens denteadas e flores azul-
mata; macelão; etc. arroxeadas, arranjadas em inflorescências.

Características principais: Arbusto ou arvoreta Originária provavelmente da Índia, está presente nos
de 2 a 5 metros de altura, da família Asteraceae jardins de quase todo o Brasil.
(Compositae). Suas folhas têm textura membranácea,

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


margens serrilhadas e de 5 a 12 cm de comprimento,
com sabor amargo seguido de doce quando
mastigadas. Originária da África, é freqüentemente
cultivada nos quintais.

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008


Nome científico: Cymbopogon citratus (DC.) Stapf
(sin.: Andropogon citratus DC.)
Nomes populares: capim-limão, capim-cidreira,
erva-cidreira, capim-santo, chá-de-estrada, capim-
cheiroso, capim-cidrilho, capim-de-cheiro, capim-ciri,
patchuli, grama-cidreira, capim-marinho, citronela-de-
java, cidró, capim-citronela, etc.
Nome científico: Plectranthus neochilus Schltr. Características principais: da família Poaceae (Gra- 45
mineae), é um capim originário da Ásia. Forma toucei-
Nomes populares: boldo-rasteiro, boldinho ou ras, tem rizoma curto e folhas finas e longas. Muito cul-
boldo-gambá tivada em quase todos os países das regiões tropicais.

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2009


Características principais: do mesmo gênero do
boldo-peludo (Plectranthus barbatus), é uma erva ras-
teira de rápida propagação, com folhas acinzentadas,
suculentas e aromáticas, e flores azuis-arroxeadas. Bas-
tante comum nos jardins, também é usado popular-
mente para os mesmos fins.

Nome científico: Plectranthus barbatus Andrews Exemplo 3:


(sin.: Coleus barbatus (Andrews) Benth. e Coleus
forskohlii (Willd.) Briq.) ERVA-CIDREIRA
Ervas-cidreiras são plantas aromáticas, popularmente
Nomes populares: boldo; boldo-peludo; boldo-da- utilizadas na forma de chá, como calmante e para
terra; falso-boldo; boldo-brasileiro; boldo-do-reino; problemas digestivos. Os usos mencionados são
alum; boldo-nacional; boldo-do-brasil; malva-santa; os mais disseminados, mas há diversos outros usos
Nome científico: Lippia alba (Mill.) N.E. Br.
malva-amarga; sete-dores; boldo-do-jardim; folha- possíveis. Para tanto, deve-se ter conhecimento
de-oxalá, etc. individualizado das plantas, por se tratarem de Nomes populares: erva-cidreira, erva-cidreira-falsa,
espécies de diferentes famílias botânicas, cada qual erva-cidreira-brasileira, falsa-melissa, erva-cidreira-
Características principais: Arbusto da família com propriedades distintas. de-arbusto, cidreira-carmelitana, chá-de-tabuleiro,

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erva-cidreira-do-campo, chá-de-estrada, alecrim-do- erva-cidreira-dos-campos – Siparuna guianensis Nome científico: Arnica montana L.
campo, cidrão, cidreira, cidrila, cidreira-capim, cidreira- Aubl. (sin.: Siparuna camporum, Citrosma campora), Nomes populares: arnica e arnica-da- montanha.
crespa, cidreira-do-campo, cidreira-brava, alecrim-sel- mais conhecida como capitiú e com diversos usos,
vagem, salva-limão, salva-brava, sálvia, etc. principalmente na região Norte; Características principais: Originária de regiões
montanhosas do norte da Europa, a verdadeira arnica é
Características principais: da família Verbenaceae, é
erva-cidreira, cidrão, erva-cidreira-do-mato - uma planta herbácea de 20 a 60 cm de altura, sem caule,
originária da América do Sul e cresce espontaneamente
Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. da família flores amarelas reunidas em capítulos e pertencente à
em quase todo o território brasileiro. É um arbusto, às
Chloranthaceae, tem as folhas utilizadas externamente família Asteraceae (Compositae). As partes utilizadas
vezes com ramos pendentes, folhas ásperas e ovaladas,
contra dor de cabeça; são as flores e o rizoma.
com margens serreadas. Apresenta inflorescências na

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


base das folhas, de cor lilás.
erva-cidreira - Aloysia citriodora Palau, da família

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008


Verbenaceae.

Exemplo 4:

ARNICA
Várias plantas utilizadas externamente para aliviar trauma-
tismos e contusões são chamadas popularmente de arnica.

A verdadeira arnica, de origem européia, é rara no Brasil,


mas outras plantas comuns em quintais e pastos são cha-
madas também de “arnica” e usadas para o mesmo fim.
46
Nome científico: Melissa oficinalis L.
Nomes populares: melissa, erva-cidreira, cidreira,
erva-cidreira-verdadeira, cidrilha, melitéia, chá-da-
frança, limonete, citronela-menor, melissa-romana,
erva-luísa, salva-do-brasil, chá-de-tabuleiro, etc..
Características principais: da família Lamiaceae
(Labiatae), originária da Europa, é freqüentemente
cultivada em nossos jardins. É uma erva de 30 cm de Nome científico: Solidago chinensis Meyen (sin.: So-
altura, com folhas membranáceas, ovaladas, rugosas, lidago microglossa DC. var. linearifolia (DC.) Baker)
de margens serradas.
Nomes populares: arnica-do-campo, arnica, arnica-
Além dessas “ervas-cidreiras”, mais freqüentemente brasileira, sapé-macho, erva-lanceta, erva-de-lagarto,
cultivadas, ocorrem no Estado de São Paulo plantas espiga-de-ouro, macela-miúda, rabo-de-rojão, etc.
lenhosas (arbustos ou árvores) que também recebem Características principais: Também pertencente à
o nome popular de “erva-cidreira”, além de outros no- família Asteraceae (Compositae), é uma erva nativa,
mes. Apresentam folhas com odor de limão e são utili- encontrada em todo o país, com mais freqüência nas
zadas regionalmente na medicina popular: regiões Sul e Sudeste. Tem o hábito sublenhoso e
crescimento vigoroso, com até 1,20 m de altura. Suas
erva-cidreira-do-mato – Siparuna brasiliensis (Spreng.) folhas são lanceoladas, sésseis e ásperas. Apresenta
A.DC. (sin.: Siparuna apiosyce, Citrosma apiosyce) da inflorescências escorpióides, amarelas, vistosas, reu-
família Siparunaceae (anteriormente, Monimiaceae); Fonte: LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e nidas na extremidade dos ramos, atrativas às abelhas.
exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008; p.157
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Nome científico: Ageratum conyzoides L.

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008

Foto: Simone Justamante De Sordi 2008


Nomes populares: mentrasto; erva-de-são-joão;
picão-roxo; catinga-de-bode; erva-de-são-josé; erva-
de-santa-lúcia; camará-opela; mentraste; catinga-de-
barão; cacália-menstrasto; cúria; maria-preta, etc.
Características principais: Asteraceae (Compositae)
originária da América do Sul, especialmente do
Brasil, é uma erva anual, comum em hortas, lavouras,
pomares, etc.
Com odor característico, bem ramificada e pilosa,
cresce até um metro e pode apresentar flores roxas,
Nome científico: Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) lilases ou brancas.
Miers.
Nomes populares: cipó-de-são-joão; flor-de-são-
joão.
Características principais: trepadeira lenhosa
da família Bignoniaceae, de ampla distribuição no
Brasil, com exceção do Norte.
Nos meses de junho a julho, apresenta vistosas
flores alaranjadas, comum em beira de estradas.
47
Nome científico: Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass.

Nomes populares: arnica-do-mato, arnica, arnica-pau-


lista, couve-marinho, couvinha, erva-couvinha, erva-
fresca, couve-cravinho, cravorana, cravo-de-urubu, etc.

Características principais: Planta nativa do Brasil, é


freqüente na região sudeste e pertence à família Aste-
raceae (Compositae).

É uma erva anual bastante ramificada, com até 1,20 m


de altura. Possui folhas membranáceas, elípticas, de
cor cinza-azulada, margem crenada e aromáticas

Exemplo 5:

ERVA-DE-SÃO-JOÃO Fonte: LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e
exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008; p.297
Diversas plantas carregam a cultura do local de origem
Nome científico: Hypericum perforatum L.
em seu nome popular. Deve-se reconhecer as várias
ervas-de-são-joão por serem plantas com origens e Nomes populares: hipérico, erva-de-são-joão.
principalmente ações e formas de usos diferentes. Fonte: LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil:nativas
Características principais: Planta subarbustiva,
e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008.

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originária da Europa, ainda de cultivo raro no Brasil. Nome científico: Artemisia vulgaris L. mente México e Antilhas, onde já era utilizada pelos
Tem cerca de um metro de altura, flores amarelas e Nomes populares: losna-brava; erva-de-são-joão; indígenas. Erva anual de até um metro de altura, bas-
folhas com pontos translúcidos quando vista contra a artemígio; flor-de-são-joão; artemísia-comum; tante ramosa, de cheiro forte e característico
luz. Atualmente pertence à família Hypericaceae, mas artemísia-verdadeira; artemísia-vulgar; artemigem;

LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008; p.49
já foi classificada como Clusiaceae (Guttiferae). artemija; artemige; losna; anador; absinto-selvagem;
absinto; isopo-santo, etc.

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


Características principais: Asteraceae
(Compositae), disseminada pela Ásia Central,
Europa, norte da África e aclimatada no resto
do mundo, inclusive no Brasil, com exceção da
Amazônia, considerada invasora de terrenos
cultivados. Erva anual de até 1,20 m de altura, com
folhas profundamente divididas, de cor verde na face
de cima e prateada em baixo, sabor amargo e odor
característico.

Exemplo 6:

Nome científico: Coronopus didymus (L.) Sm. MENTRUZ, MENTRASTO E MASTRUÇO


Nomes populares: mentruz, mastruço, mentruz- São variações de denominações populares dadas a di-
48 rasteiro, mastruz-miúdo, mastruço-dos-índios, erva- versas plantas de ocorrência espontânea, em terrenos
de-santa-maria, erva-formigueira, etc. cultivados ou baldios.
Características principais: Erva anual, da família
Brassicaceae (Cruciferae), nativa da América do Sul, Entre elas, uma bastante comum é a Ageratum
incluindo o sudeste brasileiro. Possui caule ramificado conyzoides, apresentada como erva-de-são-joão ou
e prostrado, de 20 a 35 cm de comprimento. As folhas mentrasto no exemplo anterior.
são profundamente divididas, de sabor ardido e cheiro Nome científico: Chenopodium ambrosioides L.
de agrião. Seus frutos esféricos são característicos.

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008.


Nomes populares: nas regiões Sul e Sudeste: erva-
de-santa-maria ou mastruço; no Nordeste: mastruço,
mastruz ou mentruz. Outros nomes: menfrei, men-
truço, mentrasto, mentrusto, erva-do-formigueiro,
erva-formigueira, erva-vomiqueira, caácica, mata-
cobra, canudo, anserina-vermífuga, erva-das-cobras,
erva-das-lombrigas, erva-santa, lombrigueira, erva-
mata-pulgas, erva-pomba-rota, cravinho-do-campo,
erva-ambrósia, ambrósia, ambrisina, cambrósia,
ambrósia-do-méxico, apazote, chá-do-méxico, chá-
dos-jesuítas, pacote, quenopódio, etc.
Características principais: Recentemente reclassi-
http://picasaweb.google.com/monitoriafitoPlanta ficada como Amaranthaceae (antiga, Chenopodiace-
Medicinais#5223801783427634578 ae), é nativa das Américas Central e do Sul, principal-
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51

PLANTAS TÓXICAS
#4
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4 PLANTAS TÓXICAS: CONCEITO, Jardim Botânico, ou Herbário Municipal de São

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


IDENTIFICAÇÃO, PRINCÍPIO ATIVO, Paulo, no Parque do Ibirapuera).
PRINCIPAIS INTOXICAÇÕES.
Sonia Aparecida Dantas Barcia Muitas vezes, apesar da identificação,
continuamos num caminho escuro, pois muitas
INTRODUÇÃO plantas da flora nacional – e outras a ela incorporadas
– não possuem estudos quanto a seus efeitos tóxicos
As intoxicações por plantas não são as mais e a maioria dos dados de intoxicações foi obtido
freqüentes entre os casos atendidos pelo Centro de casos de animais intoxicados por plantas. Com
de Controle de Intoxicações do Município de São a experiência adquirida pela equipe do CCISP,
Paulo – CCISP. Elas representam cerca de 1,5% sabemos que os principais sintomas, após a ingestão
dos atendimentos e aproximadamente 70% destes de plantas, são gastrintestinais e podem ocorrer com
ocorreram com crianças menores de 14 anos. período de latência de até 24 horas.
Monstera deliciosa
Alguns casos ocorreram com a exposição a Grupos de plantas tóxicas comuns na região da

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


plantas medicinais ou a fitofármacos, ou seja, a idéia Grande São Paulo
de que planta medicinal não faz mal é errada: seu uso
de forma incorreta pode causar agravos de saúde, 4.1 - Plantas que contêm cristais de oxalato de
provocar doenças e levar a abortos e a intoxicações cálcio
graves, tanto no uso crônico como no agudo.
As mais importantes pertencem à família Araceae.
Os diagnósticos das intoxicações de crianças Muito apreciadas e cultivadas em nosso meio, são
52
por plantas são efetuados a partir do relato de todas ricas em ráfides de oxalato de cálcio que, ao se
parentes ou acompanhantes que referem o fato de fixar nos tecidos, provocam dor e edema. Destacam-
tê-las visto brincando com plantas ou colocando- se as plantas:
as na boca. Nos casos em que não existe referência • comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia spp.)
ao contato com plantas, o diagnóstico pode passar
totalmente despercebido, visto que as intoxicações • banana-de-macaco (Monstera deliciosa)
por plantas apresentam principalmente distúrbios Spathiphyllum wallisii
gastrintestinais que podem ser diagnosticados como • jibóia (Philodendron hederaceum)

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008


uma simples infecção viral ou uma gastrenterite
aguda. O que preocupa, nessas exposições, são outros • costela-de-adão (Philodendron bipinnatifidum)
efeitos sistêmicos, tais como alterações hepáticas,
renais e cardíacas, que podem ocorrer e não serem • orelha-de-elefante (Philodendron domesticum)
devidamente diagnosticadas, causando seqüelas.
• jibóia-dourada (Rhaphidophora aurea)
Quando é relatado o contato com uma planta,
é fundamental a sua identificação. Para isso, é • cheflera (Schefflera actinophylla e S. arboricola)
necessário que a planta, ou parte dela, seja levada
ao serviço de saúde e tenha porções de caule, folhas, • lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii)
flores e, se possível, frutos. A identificação, na medida
do possível, deve ser realizada por profissionais dos • inhame-bravo (Xanthosoma violaceum)
herbários (Departamento de Botânica do Instituto
de Biociências – USP, Instituto de Botânica no • copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica) Anthurium sp.

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Foto: Adão Luiz C. Martins 2006
Foto: Adão Luiz C. Martins 2006

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008


Philodendron sp. Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009 Zantedeschia aethiopica Schefflera actinophylla

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008


Tratamento: No caso de ingestão, remover
os resíduos da planta sem provocar vômitos e
encaminhar o paciente ao hospital mais próximo,
onde a equipe de profissionais de saúde iniciará as
medidas de urgência para o restabelecimento das
funções vitais. Em caso de contato com a pele, lavar
com água corrente e sabão neutro, sem esfregar
com força, e em seguida usar hidratante. Em caso 53
de contato com a mucosa ocular, lavar com água
corrente ou soro fisiológico por aproximadamente 10
minutos e encaminhar o paciente ao oftalmologista
para avaliar a lesão e ministrar o tratamento adequado

Philodendron sp. Caladium sp. 4.2 - Plantas que contêm glicosídeos


cianogênicos
Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2009 São plantas que têm em suas folhas, caule,
raízes, frutos e sementes substâncias capazes de
liberar o radical cianeto (CN-) quando em contato
com o ácido clorídrico presente no estômago.
O radical (CN-) inibe a respiração intracelular,
diminuindo a utilização do oxigênio e provocando,
conseqüentemente, a morte celular. Alguns
exemplos desse grupo:

• mandioca-brava (Manihot esculenta)

Schefflera arboricola • hortênsia (Hydrangea macrophylla)


Dieffenbachia amoena
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• sabugueiro (Sambucus spp.) podemos encontrá-la em algumas regiões onde

Foto: Nilsa S. Yamashita Wadt 2009


esteja adaptada. Além desta temos:
• pêssego (Prunus persica)
• amêndoa (Prunus dulcis) • espirradeira (Nerium oleander)
• cereja (Prunus cerasus) • chapéu-de-napoleão (Thevetia peruviana)
• abricó (Prunus americana)
• oficial-de-sala (Asclepias curassavica)
Tratamento: Encaminhar o paciente com urgência ao
hospital mais próximo, onde a equipe de profissionais
de saúde administrará o antídoto e iniciará as medidas

Foto: Nilsa S. Yamashita Wadt 2009


de urgência para eliminação dos restos da planta e o
restabelecimento das funções vitais, sendo muitas Ricinus communis
vezes necessária a internação em unidade de terapia

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


intensiva. Quanto mais precoce é o atendimento,
maiores são as chances de sobrevida do paciente
Foto: Adão Luiz C. Martins 2006

54

Nerium oleander

Foto: Simone Justamante De Sordi 2008


Jatropha sp.
que a equipe de profissionais de saúde inicie a
Hydrangea macrophylla
eliminação dos restos da planta e o restabelecimento
4.3 - Plantas que contêm toxalbuminas das funções vitais, principalmente corrigindo os
São plantas que apresentam as lectinas ou distúrbios hidroeletrolíticos.
toxalbuminas em todas as suas partes, com maior
concentração nas sementes. Estas substâncias ligam- 4.4 - Plantas que contêm substâncias
se às células da mucosa gastrintestinal e levam à cardioativas
morte celular. As espécies mais conhecidas são:
São plantas que apresentam glicosídeos
• mamona (Ricinus communis) cardiotônicos ou graianotoxinas em suas partes.
• pinhão-paraguaio (Jatropha curcas) Estas substâncias agem sobre a musculatura
Asclepias curassavica
cardíaca, aumentando o número e a intensidade
• jequiriti (Abrus precatorius) das contrações cardíacas. A Digitalis purpurea Tratamento: Encaminhar o paciente imediata-
é a espécie mais antiga conhecida, da qual se mente ao hospital mais próximo, para que a equipe
Tratamento: Encaminhar o paciente extraem a digoxina e digitoxina utilizadas como de profissionais de saúde inicie a retirada dos re-
imediatamente ao hospital mais próximo, para medicamentos. É de origem européia, mas síduos da planta e realize os procedimentos perti-

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nentes para o restabelecimento das funções vitais. 4.5 - Plantas que contêm alcalóides tropânicos

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


Em alguns casos é necessária a internação em uni- ou beladonados
dade de terapia intensiva.
Estas plantas contêm, em todas as suas partes,

Fonte: LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP; p.425
substâncias capazes de agir nos receptores do sistema
nervoso. As principais espécies da região sudeste são:

• saia-branca ou trombeteira (Brugmansia


suaveolens = Datura suaveolens)

• figueira-do-inferno (Datura stramonium)


Brugmansia sp.
Tratamento: Encaminhar o paciente imediatamente 4.6 - Plantas que contêm ésteres diterpênicos
ao hospital mais próximo, para que a equipe de
profissionais de saúde inicie a retirada de resíduos da O látex ou exsudato destas plantas possuem
planta e os procedimentos de urgência pertinentes substâncias extremamente cáusticas que levam a
para o restabelecimento das funções vitais. lesões locais. Existem várias espécies do gênero
Euphorbia que apresentam os ésteres diterpênicos,

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


sendo as mais comuns:
• rabo-de-arara, poinsétia (Euphorbia pulcherrima)
• coroa-de-cristo (Euphorbia milii) 55
Tratamento: Em caso de contato com a pele, lavar
com água corrente e sabão neutro, se possível, para a
retirada do látex que ficou aderido ao local. Em caso de
contato com a mucosa ocular, lavar em água corrente
ou com solução fisiológica por aproximadamente 10
Digitalis purpurea minutos, e em seguida encaminhar ao oftalmologista
para avaliação da lesão e procedimentos cabíveis. Em
Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008

Datura sp. caso de ingestão, encaminhar o paciente ao hospital


mais próximo, para que a equipe de profissionais

Foto: Nilsa S. Yamashita Wadt 2009


de saúde inicie os procedimentos de urgência
necessários ao restabelecimento das funções vitais.

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


Thevetia peruviana Brugmansia sp. Euphorbia pulcherrima
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2009

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2009


Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2009
Euphorbia milii
4.7 - Plantas que contêm saponinas e
compostos poliacetilênicos
São plantas que apresentam em seu exsudato/
látex substâncias com capacidade de irritar o local
de contato, desencadeando lesões ou processos
alérgicos. As espécies mais comuns são:

• hera-terrestre (Hedera helix)


56
• hera-canadense (Hedera canariensis var.variegata)
Ficus pumila - detalhe
• unha-de-gato (Ficus pumila)

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2009


• espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata)
Sansevieria sp.
• espada-de-santa-bárbara (Sansevieria trifasciata por aproximadamente 10 minutos, e em seguida
var. laurentii) encaminhar ao oftalmologista para avaliação
da lesão e procedimentos cabíveis. Em caso de
• espadinha-rani, roseta-de-são-jorge (Sansevieria ingestão, encaminhar o paciente ao hospital mais
trifasciata “Hahnii”) próximo para que a equipe de profissionais de saúde
Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2009

inicie os procedimentos de urgência necessários ao


restabelecimento das funções vitais.

4.8 - Plantas que apresentam alcalóides


Hedera sp. amarilidáceos
Tratamento: Em caso de contato com a pele, lavar São plantas das famílias Liliaceae (sensu latu) e
com água corrente e sabão neutro, se possível, Amaryllidaceae (sensu latu), muito cultivadas por
para a retirada do látex que ficou aderido ao local. sua beleza e que possuem bulbos germinativos
Em caso de contato com a mucosa ocular, lavar com grande quantidade de substâncias cáusticas,
em água corrente ou com solução fisiológica entre elas os alcalóides amarilidáceos, que podem
Ficus pumila
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
levar, quando ingeridos, à degeneração hepática. 4.9 – Plantas que contêm alcalóides Tratamento: No caso de ingestão de grande
Alguns exemplos: lírio-amarelo ou lírio comum pirrolizidínicos quantidade de uma só vez, encaminhar o paciente
(Hemerocallis spp.), lírio-branco ou lírio-de-defunto ao hospital mais próximo para que a equipe de
(Lilium spp.) e clívia (Clivia spp.). São plantas que, devido à presença dos alcalóides profissionais de saúde possa iniciar os procedimentos
pirrolizidínicos em suas partes, podem levar a uma de urgência cabíveis. Em caso de ingestão crônica,
lesão crônica do fígado, irreversível, cujo único deve ser feita uma avaliação das funções hepáticas e
tratamento eficaz é o transplante. Alguns de seus acompanhamento devido ao risco do aparecimento

Foto: Nilsa S. Yamashita Wadt 2009


representantes: de tumor hepático ou cirrose hepática.

• flor-das-almas (Senecio brasiliensis) 4.10 - Plantas que apresentam triterpenos


tóxicos
• cinerária (Senecio cruentus)
São representadas pelo gênero Lantana, nas
• confrei (Symphytum officinale) quais se encontram os lantadienos em todas as
partes da planta, responsáveis pela alteração das

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2008


funções hepáticas na intoxicação aguda e por
fotossensibilização na exposição crônica. Principal
espécie tóxica: lantana ou cambarazinho (Lantana
camara).

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


57

Symphytum officinale

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


Liliaceae - Hemerocallis sp.

Tratamento: Em caso de contato com a pele, lavar Lantana camara


com água corrente e sabão neutro, se possível, para a
retirada do látex que ficou aderido ao local. Em caso de Tratamento: Encaminhar o paciente ao hospital
contato com a mucosa ocular, lavar em água corrente mais próximo para que a equipe de profissionais de
ou com solução fisiológica por aproximadamente 10 saúde possa iniciar os procedimentos de urgência
minutos, e em seguida encaminhar ao oftalmologista cabíveis para a manutenção das funções vitais.
para avaliação da lesão e procedimentos cabíveis. Em
caso de ingestão, encaminhar o paciente ao hospital 4.11- Plantas que contêm citisina
mais próximo para que a equipe de profissionais
de saúde inicie os procedimentos de urgência A giesta (Spartium junceum) é a mais importante
necessários ao restabelecimento das funções vitais. Senecio sp. das plantas que apresentam citisina em suas partes.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Fonte:LORENZI, H.; SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 3. ed. São Paulo: Plantarum, 2001. p. 639.
INGESTÃO DE PLANTA DESCONHECIDA • evite levar plantas tóxicas ou desconhecidas
para sua casa, local de lazer ou trabalho ou onde se
Nos casos em que ocorre a ingestão de planta encontram crianças por longos períodos;
desconhecida, encaminhar o paciente ao hospital
mais próximo para que a equipe de profissionais de • evite plantas ornamentais com flores, sementes
saúde possa realizar os procedimentos de urgência ou frutos atraentes, com espinhos ou grandes
necessários. Se possível, encaminhar junto ao quantidade de exsudato (látex), principalmente em
paciente uma amostra ou restos da planta ingerida, local de permanência de crianças;
para ser feita uma identificação posterior por
profissional capacitado. Caso não se saiba qual foi • procure ter conhecimento da toxicidade das
a planta ingerida, pensar naquelas mais incidentes plantas e do local onde se encontram (proximidades
na região e que possam levar ao quadro clínico de sua casa, escola, local de trabalho, de lazer, etc.);
apresentado pelo paciente.
• não deixe plantas próximas às crianças,
HOSPITAIS DE REFERÊNCIA NA GRANDE principalmente em locais de refeições e de lazer;
SÃO PAULO
• não coma frutos ou plantas desconhecidas e não
• Hospital Municipal Dr. Artur Ribeiro de as deixe ao alcance de crianças;
Sabóia
Centro de Controle de Intoxicações do • oriente e eduque as crianças e alunos a não mexer
Município de São Paulo (CCISP) – Jabaquara. nas plantas e, principalmente, a não levá-las à boca;
Rua Francisco Paula Quintanilha Ribeiro, 860 –
58
São Paulo – CEP: 04330-020 • proteja as plantas das crianças e as crianças das
Telefones: (0xx11) 5012-5311 / 0800-771-3733 plantas;
E-mail: smscci@prefeitura.sp.gov.br
• a principal medida de prevenção é evitar a
• Hospital das Clínicas da Universidade de São presença dessas plantas em local de circulação
Paulo (HC-USP) pública e, principalmente, em áreas de lazer.
Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) –
Instituto da Criança – SP. RESUMO DOS EFEITOS TÓXICOS
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 647/3º andar – CAUSADOS PELAS PLANTAS
São Paulo – CEP 05403-900
Spartium junceum Telefones: (0xx11) 3069.8800 e 3069-8571 / • Plantas com ação física/físico-química irritante,
0800-014-8110 incluindo-se as que apresentam espinhos, pêlos
Quando ingerida, a citisina age de modo semelhante E-mail: ceatox@icr.usp.br rígidos ou bordas serrilhadas/denteadas coriáceas:
à nicotina, estimulando os músculos, principalmente babosas (Aloe spp.), agaves (Agave spp.), azevinho
os respiratórios, que depois de certo período entram PREVENÇÃO DAS INTOXICAÇÕES POR (Ilex sp.), coroa-de-cristo (Euphorbia milii), flor-de-
em estado de fadiga e levam à parada respiratória. PLANTAS ORNAMENTAIS maio e flor-de-outubro, que podem ser espécies do
Tratamento: Encaminhar o paciente imediatamente gênero Schlumbergera, urtigas (Urera spp. e Urtica
ao hospital mais próximo para que a equipe de pro- Muitas plantas que se encontram em jardins, spp.), etc.
fissionais de saúde possa iniciar os procedimentos de terrenos baldios, parques e logradouros públicos
urgência cabíveis para o restabelecimento das funções podem oferecer risco à nossa saúde e à dos • Plantas com ação irritante por cristais de oxalato
vitais. Em alguns casos, é necessária a entubação oro- animais. Devemos, portanto, tomar alguns de cálcio: comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia
traquial e a internação em unidade de terapia intensiva. cuidados, tais como: spp.), banana-de-macaco (Monstera deliciosa),

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jibóia (Philodendron hederaceum), costela-de-adão • Plantas que produzem efeitos sensibilizantes: macrophylla), mandioca-brava (Manihot esculenta),
(Philodendron bipinnatifidum), jibóia-dourada figueiras (Ficus spp.), aroeiras (Lithraea spp.), sementes de pêssego (Prunus persica), cereja
(Rhaphidophora aurea), cheflera (Schefflera aroeiras-bravas (Schinus spp.), prímulas (Primula (Prunus cerasus), nêspera (Eriobotrya japonica),
actinophylla), lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii), spp.), ipês (Tabebuia spp.); e fotossensibilizantes: abricó (Prunus americana), dama-da-noite (Cestrum
inhame-bravo (Xanthosoma violaceum), copo-de- cambará (Lantana camara), etc. nocturnum), dormideira (Mimosa pudica), etc.
leite (Zantedeschia aethiopica), etc.
• Plantas que produzem distúrbios cardíacos: • Plantas que produzem efeitos gastrintestinais
• Plantas que produzem efeito irritante por ação azaléias (Rhododendron spp.), espirradeira (Nerium graves: mamona (Ricinus communis), pinhão-
química. Incluem-se neste grupo as plantas que oleander), chapéu-de-napoleão (Thevethia peruviana), paraguaio (Jatropha curcas), jequiriti (Abrus
têm seiva/látex, ou seja, exsudatos: coroa-de- oficial-de-sala (Asclepias curassavica), etc. precatorius), alamanda (Allamanda cathartica),
cristo (Euphorbia milii), rabo-de-arara (Euphorbia maria-pretinha (Solanum americanum), arrebenta-
pulcherrima), lírios (Lilium spp.), lírios-amarelos • Plantas que produzem distúrbios neurológicos: cavalo (Solanum aculeatissimum), joá (Solanum
(Hemerocallis spp.), lírio-do-vale (Convallaria sp.), saia-branca (Brugmansia suaveolens), figueira-do- sisymbrifolium), etc.
figueiras (Ficus spp.), etc. inferno (Datura stramonium), hortênsia (Hydrangea

Foto: Pedro Henrique N. da Cunha 2010


59

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


61

#05
PLANTAS MEDICINAIS e
abordagem da MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
5 PLANTAS MEDICINAIS NA SECRE- realizados cursos sobre o cultivo de plantas, entre A Experiência da Medicina Tradicional Chinesa(MTC)
TARIA MUNICIPAL DA SAÙDE DE SÃO outros. Esta iniciativa ocorre em consonância com
PAULO E INTRODUÇÃO À ABORDAGEM um movimento mundial e nacional de resgate dos As medicinas tradicionais, assim como as
DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA. conhecimentos tradicionais e populares. chamadas práticas integrativas de saúde em geral,
Dr. Mário Sebastião Fiel Cabral têm como características principais uma abordagem
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou integral do processo saúde-doença combinada
Plantas medicinais na Secretaria Municipal da Saúde um documento no qual propõe uma estratégia global a um processo de desalienação na aplicação do
sobre as medicinas tradicionais, complementares e tratamento. Em outras palavras, lida com o conceito
A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo alternativas para os anos de 2002 a 2005 e estimula de processo de adoecimento e não de doença, no
(SMS) possui atualmente um dos maiores programas iniciativas de seus Estados-membros para inserir qual a intervenção para reconduzir ao equilíbrio
públicos do Ocidente de incorporação das Medicinas políticas públicas de medicinas tradicionais nos ou harmonia implica sempre na atuação sobre os
Tradicionais (MTs) que vem servindo de modelo para sistemas oficiais de saúde, inclusive promovendo o uso fatores causais e no resgate da responsabilidade dos
a incorporação de tais práticas em vários municípios racional das plantas medicinais. Essa recomendação foi indivíduos sobre o processo de cura.
no Brasil. Juntamente com as Medicinas Tradicionais, reiterada mais recentemente, em 2008, no Congresso
a SMS também desenvolve esforço de incorporação da Organização Mundial da Saúde para Medicinas Medicinas Tradicionais (MTs) estão incluídas
das Práticas Integrativas em Saúde, com destaque para Tradicionais, realizado em Pequim. entre as práticas de saúde tradicionais ou de cunho
a Homeopatia, Alimentação Saudável e Uso de Plantas popular. Sua prática é estimada em mais de 4 mil anos
Medicinais. No Brasil, desde a década de 1980 vêm sendo e se confunde com a própria história da civilização
adotadas algumas iniciativas com o objetivo de se chinesa. Outros exemplos de Medicinas Tradicionais
Estas abordagens vêm trazendo importantes implementar uma política no âmbito das plantas são a Medicina dos Povos Indígenas, a Ayurveda,
contribuições para o Sistema Único de Saúde SUS, medicinais e da fitoterapia. Entre elas a Resolução que tem origem na Índia e também é praticada em
quais sejam: ações efetivas de promoção de saúde no Ciplan 08/88, o Relatório da 10a Conferência outros países, como o Tibet, e a Medicina Unani, dos
62
âmbito das condições crônicas; resgate e valorização Nacional de Saúde (1996), a Resolução 338/04 povos árabes, todas elas incluídas entre as Medicinas
de conhecimentos tradicionais de saúde, inclusive da sobre a Política Nacional de Assistência Farmacêutica Tradicionais reconhecidas e recomendadas pela
cultura tradicional brasileira com raízes indígenas e e a Portaria 971 do Ministério da Saúde (maio de OMS. Aqui abordamos como exemplo, a MTC
afro-brasileira; ênfase na responsabilidade individual 2006), que aprovou a Política Nacional de Práticas ressaltando, porém, que há inúmeras abordagens
quanto ao cuidado da própria saúde; reforço de laços Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema tradicionais do uso de plantas medicinais.
de cooperação entre os participantes das atividades Único de Saúde.
grupais; disseminação de valores da cultura da paz Alguns Conceitos da Cosmovisão da Medicina
implícita nas abordagens tradicionais; participação Em São Paulo, no âmbito da SMS, nossa Tradicional Chinesa (MTC)
e envolvimento dos trabalhadores da saúde no prioridade é implantar e implementar uma política
desenvolvimento e consolidação do projeto. de incentivo ao uso de plantas medicinais e, após Antigos sábios chineses, pela observação dos
tal experiência, pretendemos formular uma política ciclos da natureza e suas mudanças, criaram e
No Município de São Paulo estão acontecendo no campo dos fitoterápicos. A base legal para esta desenvolveram todo um sistema de compreensão
alguns movimentos importantes no sentido da iniciativa são as Leis nº 14.682, de 30 de janeiro de do mundo que, no âmbito da saúde, se expressa
construção de uma política no âmbito das plantas 2008, regulamentada pelo Decreto nº 49.596, de 11 de na MTC. Além da fitoterapia, a MTC utiliza
medicinais. Algumas iniciativas já ocorrem há junho de 2008, que instituiu, no âmbito do Município também como recursos terapêuticos, as correções
bastante tempo, principalmente na Secretaria de São Paulo, o Programa Qualidade de Vida com alimentares, a acupuntura, o Tue Na (massagens) e as
Municipal do Verde e do Meio Ambiente, bem como Medicinas Tradicionais e Práticas Integrativas em práticas corporais e meditativas (Qi Gong).
nas Coordenadorias Regionais de Saúde e outras Saúde, prevendo uma política de incentivo ao uso de
A filosofia chinesa tradicional tem suas raízes
instâncias da SMS, como é o caso da Supervisão plantas medicinais e Lei nº 14.903/09, regulamentada
no taoísmo e baseia-se em alguns conceitos como:
Técnica de Saúde de São Mateus, onde, em parceria pelo decreto nº 51.435/10, que instituiu no município
Mutações (Yi); Opostos Complementares (Yin e
com a subprefeitura, foram criados um horto de de São Paulo o Programa Municipal de Produção de
Yang); Cinco Movimentos (Wu Hsing); Sopro ou
plantas medicinais e várias hortas comunitárias e Fitoterápicos e Plantas Medicinais.
Energia (Qi).
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
O Tao, cuja tradução literal é caminho, é movimentos e as mudanças do Yin e do Yang dão o Intertransformação
descrito também como fonte original da natureza. impulso para o desenvolvimento de todas as coisas.
Preconiza um momento inicial da ausência de As mudanças pequenas vão se acumulando e
forma, onde não havia corpo físico ou energético, Geralmente, qualquer coisa que esteja em mo- resultam em uma mudança de qualidade: Yin se
e esse estado é chamado de Vazio. vimento, ascendência, externalidade, seja brilhante, transforma em Yang e Yang se transforma em Yin.
esteja em progressão, hiperatividade, incluindo ado- Por exemplo: estamos acordados (Yang) e mais na
O Vazio, que é um estado de possibilidade, ou ecimento do organismo com tais características, per- frente precisamos dormir (Yin), e depois acordamos,
seja, quando não aconteceu, produziu a função de tencem ao Yang. e assim sucessivamente.
criar e transformar, daí surgindo uma infinidade
de fenômenos e coisas ou a existência. A existência As características da paralisação, descendência, Conceitos Gerais da Medicina Tradicional
mantém esta característica de não concretude, do internalidade, escuridão, regressão, hipoatividade, in- Chinesa
não ser e do estar permanente (transitoriedade). cluindo adoecimento do organismo com tais caracte-
Este estado de permanente transformação é a base da rísticas, pertencem ao Yin. A concepção naturista da Medicina Tradicional
concepção das mutações (Yi). Chinesa (MTC) considera que mecanismos e
As quatro leis: um resumo da teoria Yin/Yang elementos similares àqueles que se encontram na
Os antigos sábios chineses observaram também natureza estão presentes no ser humano, que o
que a natureza em transformação se manifesta como Oposição Yin e Yang microcosmo (ser humano) espelha o macrocosmo
um fluxo constante presente em tudo. Esta noção de (natureza).
fluxo contínuo é a base da concepção do Qi. Todos os fenômenos da natureza se expressam
em polaridades ou opostos que, entretanto, são No desenvolvimento de sua medicina, os
Também observaram que a natureza em fluxo complementares, necessitando um do outro para médicos tradicionais chineses desenvolveram uma
obedece a determinadas leis e que estas leis podem existir. Ao mesmo tempo em que interagem e concepção complexa do ser humano, sua relação
63
ser conhecidas pela identificação de padrões (ou são interdependentes. Estas polaridades (que com o meio e sobre o processo de adoecimento.
modelos). Daí surgiram as descrições dos padrões denominamos Yin e Yang) se restringem mutuamente. Para facilitar a compreensão da utilização das ervas
e suas leis: Opostos Complementares (Yin/Yang), na MTC, apresentamos a seguir, de forma resumida,
Cinco Movimentos (Wu Hsing), Oito Signos (Pa Interdependência Yin e Yang alguns conceitos.
Kua), Sessenta e Quatro Hexagramas (descritos no
I Ching). Estas formulações significaram para os Yin e Yang são conceitos relativos. Para identificar Teoria dos Sistemas Internos (Zang Fu)
chineses um ganho para a vida prática na medida algo como Yang deve haver relação com outro algo
em que ampliaram a capacidade de previsão dos Yin. A água é Yin quando comparada com o vapor. Alguns elementos básicos ou “substâncias”
acontecimentos e a elaboração de códigos de Mas é Yang comparada com o gelo. A água sozinha, constituem o corpo humano. São eles o Jing, o Qi, o
convivência social e também possibilitaram a eles sem um parâmetro de comparação, não é nem Yin Xue, os Tin Ye e o Shen.
inúmeras descobertas com o desenvolvimento de nem Yang.
importantes tecnologias. Jing é traduzido como essência, substância de
Crescimento e decréscimo paulatino natureza material, porém mais fluida e que funciona
Teoria do Yin e Yang como base para o surgimento das outras substâncias.
Na natureza, as mudanças que implicam em
Fácil e difícil criam um ao outro; fraco e forte alternância de Yin e Yang são paulatinas. Exemplo: Qi costuma ser traduzido como “energia” e
sustentam um ao outro; longo e curto medem um ao depois de um bom repouso, você se encontra representa mais os aspectos fisiológicos (funções) do
outro; frente e atrás localizam um ao outro. descansado, com disposição e energia (Yang corpo humano.
potencial). Para esgotar essa energia e voltar a ter
A Teoria do Yin e Yang preconiza que todo cansaço (chegar a um estado Yin) você precisa passar Qi e Jing mantêm uma estreita relação:
fenômeno consiste em dois aspectos opostos, Yin um determinado tempo executando atividades.
e Yang, os quais são definidos distintamente. Os Progressivamente você passará de um estado a outro. Jing (≅ matéria) ↔ Qi (≅ energia)

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Xue circula junto com o Qi nos vasos e meridianos • Canal principal da Bexiga [ou Bx] Utilizando tais analogias podemos categorizar de
e costuma ser traduzido como sangue. • Canal principal do Intestino Delgado [ou ID] modo geral os vegetais. Por exemplo: o açaí frutifica
• Canal principal do Estômago [ou E] na parte alta de uma palmeira delgada e longa (região
Tin Ye é o conjunto de líquidos orgânicos do corpo. • Canal principal do Intestino Grosso [ou IG] Yang). É um fruto e sua cor é negra (o Yin brotando no
• Canal principal da Vesícula Biliar [ou VB] Yang). Tem afinidade pelos Rins e Baço.
Shen representa o conjunto de componentes psí- • Canal principal do Triplo Aquecedor (sanjiao) [ou TA]
quicos e costuma ser traduzido como espírito. • Canal principal do Baço [ou Bç] De modo geral os produtos que utilizamos são os
• Canal principal do Pulmão [ou P] seguintes: raiz, tubérculos e rizoma; caule e bulbos;
Os órgãos e vísceras ou sistemas internos são res- • Canal principal do Fígado [ou F] folhas; flores; frutos e frutas; sementes, nozes e casta-
ponsáveis pelo armazenamento e processamento das • Canal principal do Pericárdio [ou Pc] nhas; cereais e leguminosas; brotos, cogumelos e algas.
“substâncias” (órgãos Zang) e pela passagem e “filtra- • Canal principal do Rim [ou R] Quadro 1- Critérios Para Caracterização Yin ou Yang
gem” destas substancias enquanto são processadas • Canal principal do Coração [ou C]
(vísceras Fu). Critério Yin Yang
As Plantas e a Medicina Tradicional Chinesa
Apesar de serem traduzidos para a linguagem oci- Sabor Mais paladar Mais aroma
dental com nomes similares a estruturas anatômicas A medicina chinesa utiliza em larga escala o pen-
conhecidas como rim, baço, coração, etc., sua concep- samento analógico e com isto acaba usando a lei das Peso Mais pesado Mais leve
ção é bastante diversa da concepção ocidental moder- semelhanças para compreender a ação dos alimentos.
na a que estamos habituados. Zang e Fu correspon- Com os vegetais as associações são simples: em geral,
Situação Subterrâneo Aéreo
dem mais a sistemas de funções em geral diferentes as raízes correspondem ao Triplo Aquecedor Inferior e
daquelas atribuídas aos sistemas e órgãos das ciências Rins, os caules e bulbos correspondem ao Triplo Aque-
biomédicas. Portanto, para nosso estudo, Baço (Pi, da cedor Médio, Fígado e Baço e os galhos e folhas ao Tri- Procedência Região fria Região quente
64
MTC) e baço são diferentes. Também são diferen- plo Aquecedor Superior, Pulmão e Coração.
tes Coração (Xin) e coração, Fígado (Gan) e fígado, Características das Medica-
e assim por diante. ções (Fitoterápicas)

Um conceito bastante singular se refere ao sanjiao Quando o praticante da


ou triplo aquecedor (TA): é uma víscera não material fitoterapia tradicional chi-
que representa a relação sutil entre os órgãos e vísceras nesa prescreve uma erva
de três compartimentos, o tórax, o abdômen superior ou formulação tem em
e o abdômen inferior (sanjiao superior ou TAS, sanjiao mente, além da resposta far-
médio ou TAM e sanjiao inferior ou TAI). macológica decorrente dos
princípios ativos conhecidos,
Teoria dos Canais e Colaterais (Meridianos) a resposta decorrente de outras
características que, na falta de
Canais e Colaterais são vias de condução de Qi e uma denominação mais apropria-
sangue (Xue). Têm um papel de realizar a ligação entre da, chamamos de “características sutis”
órgãos, vísceras e membros, entre os lados, da parte da erva ou preparado. Essas características se baseiam
alta com a baixa do organismo e da superfície com o em algumas categorias descritas a seguir.
interior do corpo. Os frutos em geral, por serem reservas de alimen-
tos, têm afinidades pelo Baço. Natureza
Alguns dos canais mais importantes são os Canais
Principais, que aqui recebem a nomenclatura do órgão Outras analogias devem ser também realizadas, como De acordo com a natureza, os alimentos e as er-
ou víscera a que estão mais intimamente ligados: por exemplo, com relação aos sabores e cores dos vegetais. vas podem ser classificadas como frias, frescas, neu-

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tras, mornas e quentes. Por exemplo, a melancia tem provocar a diurese (descer). A natureza e o sabor da Categorias Terapêuticas Principais:
natureza fria. O gengibre, natureza quente. Esta natu- erva estão associados aos movimentos que provocam • Para nutrição do sangue (Xue)
reza provocará uma resposta terapêutica. Por exem- no organismo humano. • Para nutrição do Qi
plo, as ervas frias e frescas são utilizadas para aliviar as Quadro 2 -Caracterização segundo natureza, • Para nutrição do Yin
síndromes de calor. sabor e movimento • Para nutrição do Yang

Sabores Yang Yin

Há cinco sabores (associados aos cinco movi- Natureza Quente Morno Neutro Fresco Frio
mentos e aos Zang Fu): azedo (madeira), amargo
(fogo), doce (terra), picante (metal) e salgado (água).
Sabor Picante Doce Insosso Azedo/Salgado Amargo
Cada sabor pode produzir um determinado efeito:
ervas azedas absorvem e controlam ou retraem; ervas
amargas reduzem o calor e secam a umidade; ervas Movimento Para fora Para cima Sem ação Para baixo Para dentro
doces tonificam, harmonizam e moderam; ervas pi-
cantes dispersam e promovem a circulação do Qi e Afinidade por Zonas de Influência (Meridianos) • Para nutrir órgãos (várias categorias)
fortalecem o sangue; ervas salgadas suavizam a “dure- • Para combater a mucosidade
za” ou nós e eliminam a turvacidade. As ervas podem A experiência milenar dos fitoterapeutas • Com efeitos antitóxicos
apresentar uma associação de sabores (e efeitos) ou chineses os fez identificar que as ervas podem agir
pode ocorrer que o sabor da erva não seja identificá- seletivamente sobre regiões particulares do corpo, Utilização de Formulações na MTC
vel: neste caso são chamadas de suaves e têm a ação atuando em síndromes dos meridianos e órgãos.
de transformar a umidade e promover a diurese. Uma característica importante da fitoterapia
65
Ação nos Zang Fu e nos Componentes do Or- chinesa é a utilização de formulações de ervas para
Efeito terapêutico dos sabores: ganismo o tratamento, sendo mais raro o uso de ervas isola-
das. Na composição das fórmulas da MTC, as ervas
Picante - Induz transpiração (diaforese) e é laxante. A combinação das características anteriores aliadas (ou componentes) são classificadas nas seguintes
Doce - Retarda sintomas agudos, alivia cólica e neutra- a outras ações particulares de cada erva determinam categorias:
liza toxidade. suas ações nos diversos padrões de desarmonia dos
Sem sabor – É diurético. Zang Fu, Qi, sangue (xue), líquidos orgânicos (Tin Ye) Imperador (Erva Imperial): É o principal
Azedo - É adstringente, antidiarréico, antidiaforético e e constituintes do processo mental. componente da fórmula. Atua na função ou órgão
reduz motilidade. que é base do processo de adoecimento. Na maioria
Salgado – É laxante e suaviza endurecimentos e tumores. Toxidade e Não Toxidade das vezes é executada por uma só erva.
Amargo - Reduz edemas, inflamações e induz diarréia.
Na Medicina Tradicional Chinesa também são Ministro (Erva Ministerial): Auxilia ou reforça
Movimentos levados em consideração os efeitos adversos das a ação do Imperador, atuando também na condição
preparações fitoterápicas. Nesta abordagem as ervas básica do processo de adoecimento, porém com
As ervas e alimentos ou suas partes provocam podem ser classificadas como levemente tóxicas ou potência menor que o imperador. As fórmulas
respostas funcionais no organismo no sentido de fazer muito tóxicas, além de estarem contra-indicadas em podem ter mais de um ministro.
subir, fazer descer, trazer para a superfície (flutuar) e determinadas situações ou para uso prolongado.
interiorizar (aprofundar). Essas propriedades podem General ou Assessor (Erva Assessora): Compo-
ser utilizadas tanto para combater determinados Outras características das plantas: nente da formulação que visa restringir os efeitos ad-
padrões de adoecimento (ou síndromes) quanto 1. Cor versos ou exagerados dos outros componentes, tam-
para provocar respostas específicas no organismo, 2. Forma bém possibilitando a regressão mais rápida dos sin-
como, por exemplo, provocar a sudorese (superfície), 3. Textura e consistência tomas. As fórmulas podem ter mais de um general.

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Embaixador ou Coordenador (Erva Coordenadora): É o componente com
a função de reduzir a toxidade e/ou harmonizar as outras plantas na fórmula.
Usualmente utilizamos para esta função a casca de poncã ou Chen Pi (Citrus
reticulata), o alcaçuz ou Gan Cao (Glycyrrhiza glabra, raiz), o gengibre ou Gan No enfoque da medicina tradicional chinesa, libera superfície, libera frio
Jiang (Zingiber officinale, rizoma seco), as folhas e ramos de alecrim (Rosmarinus e vento, favorece o sanjiao inferior (mulheres). Uso em gripes, reumatismos
officinalis) e a erva-doce ou Xiao Hui Xiang (Foeniculum vulgare, frutos). Em (vento e umidade), asma e doenças ginecológicas.
fórmulas com muitos componentes, podem ser usadas uma ou duas plantas
com função de embaixador.

Descrição (Sucinta) das Propriedades de Algumas Ervas Segundo a


Medicina Tradicional Chinesa

• No enfoque da medicina tradicional chinesa, aquece baço e rim,


harmoniza o estômago, regula o fluxo de Qi, expulsa o vento, dispersa
friagem, sobretudo do trato digestivo e rim, melhora a dor e recupera o
apetite. Uso em diarréia, dismenorréia, dor/distensão abdominal, vômito,
No enfoque da medicina tradicional chinesa, limpa calor, seca umidade, hérnia e como expectorante.
expele o frio descongestiona e favorece o rim. Uso em edemas, cistites e
cólicas urinárias.

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No enfoque da medicina tradicional chinesa, dispersa fogo e umidade
no sanjiao inferior (pelve), drena umidade em geral. Usado em gota e
No enfoque da medicina tradicional chinesa favorece o fígado, promove outros reumatismos, para reduzir colesterol, em infecções urinárias, como
a circulação, limpa calor e vento, particularmente do fígado, e seca umidade. diurético e em edemas.
Uso em resfriado, dor de garganta e outros.

No enfoque da medicina tradicional chinesa, limpa o vento, dispersa o calor,


No enfoque da medicina tradicional chinesa, favorece o estômago e elimina estase do fígado, favorece o pulmão. Tônico. Uso em afecções bucais (sa-
o fígado, dispersa o fogo e a umidade. Ação laxante. Uso em hiperacidez, pinhos, aftas), em tosses e gripes, como digestivo e em cólicas e gases intestinais.
úlceras, dispepsias e gastrites.

• No enfoque da medicina tradicional chinesa, limpa calor do rim, alivia


• No enfoque da medicina tradicional chinesa, tonifica Qi e Yang, favorece a superfície, circula meridianos, Qi e sangue (Xue), dispersa o fogo, acalma
o rim. Uso em fadigas, astenias e impotência. a mente. Uso em diabetes, hemorragias internas, cistites, afecções do rim e
próstata.
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No enfoque da medicina tradicional chinesa, limpa calor, desfaz • No enfoque da medicina tradicional chinesa, alivia superfície, limpa o
congestão, drena umidade (diurética), cessa tosse e clareia os olhos. Uso em calor, dissolve estagnação do sangue e fortalece o sangue (Xue), harmoniza
edemas, infecções urinárias, para reduzir o ácido úrico, como expectorante, o espírito (Shen). Uso em transpiração excessiva, menstruação dolorosa
como antiinflamatório em infecções das vias aéreas superiores e olhos e e problemas menstruais, lesões da boca, halitose. Uso externo em aftas,
como cicatrizante. Uso das sementes contra obstipação. úlceras de decúbito, piolhos.

No enfoque da medicina tradicional chinesa, alivia superfície, • No enfoque da medicina tradicional chinesa, desfaz umidade, acalma
dispersa vento-calor. Uso como expectorante, em febres, gripes, doenças o espírito (Shen). Uso em estados depressivos, ansiedade e nervosismo,
exantemáticas, em inflamação de garganta e olhos (uso externo), para inclusive ligados à menopausa, insônia, para normalizar pressão arterial e
melhorar a digestão, gosto amargo na boca, reduzir gases digestivos, cólicas em reumatismos. Uso externo em hemorróidas e lesões cutâneas.
e intolerância às gorduras.

67
• No enfoque da medicina tradicional chinesa, alivia superfície, limpa o
• No enfoque da medicina tradicional chinesa, tonifica o Qi central, calor, dissolve estagnação do sangue e fortalece o sangue (Xue), harmoniza
tonifica o baço, umedece o pulmão, beneficia o Qi e o sangue (Xue), limpa o espírito (Shen). Uso em transpiração excessiva, menstruação dolorosa
o calor, é antitóxico e harmoniza medicamentos. Uso em tosse com secura, e problemas menstruais, lesões da boca, halitose. Uso externo em aftas,
dor de garganta, palpitações, diarréia, sede, carbúnculos e inchaço tóxico. úlceras de decúbito, piolhos.

No enfoque da medicina tradicional chinesa é antitóxico, remove • No enfoque da medicina tradicional chinesa, reduz e dispersa calor
estagnação de alimentos, clareia a cabeça e a visão, reduz a ansiedade, sacia e fogo, desfaz umidade, circula Qi e sangue (Xue). Uso interno de 1 a 3
a sede, dissolve mucosidade, promove diurese. Usos em cefaléia, tontura, gramas por dia, indicado para reumatismos e inflamações. Uso externo
sonolência, inquietação, sede, indigestão. como cicatrizante e antiinflamatório em úlceras de pele. Pode ser tóxico
em dose acima da prescrita.

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#06
PLANTAS MEDICINAIS
no paisagismo
e REGIONAIS
6.1 O USO DE PLANTAS MEDICINAIS teiros. Próximo aos canais utilizavam animais, que eira. É interessante observar que já havia uma preo-
NO PAISAGISMO. sugeriam imagens de obras de arte ou do que se jul- cupação com a poluição ambiental e os jardins eram
Assucena Tupiassú gava ser o paraíso. Eram construídos junto aos pa- considerados os santuários protetores.
lácios reais e criados na intersecção dos canais em
Paisagismo – Plantas Medicinais formato de cruz, representando as quatro moradas As hortas também estavam presentes. Até
do universo (norte, sul, leste e oeste). O jardim era hoje, quando nos referimos ao estilo italiano, a
Não é de hoje que as plantas medicinais estão cercado de altos muros, tornando-se privado e des- referência são as vilas que ligavam casa e jardim.
presentes no paisagismo. Prova disso é a presença tinado ao amor, saúde e luxo. As plantas utilizadas As mais importantes foram a Vila Laurentina, onde
delas no Jardim do Éden ou Jardim do Paraíso, des- eram: pínus, ciprestes, plátanos, palmeiras, açuce- Plínio plantou muitas figueiras e amoreiras, além
critas no Gênesis I e II como plantas fonte de vitali- nas, rosas, jacintos, tulipas, narcisos, jasmins, etc. da horta e terraços com flores perfumadas, e a Vila
dade, fertilidade e alimento. Adriana, que durou até 1939.
A Grécia antiga, berço da cultura ocidental, teve
Há uma infinidade de referências. Os assírios, jardins caracterizados pela simplicidade das formas Os estilos japonês e chinês, em 2000 a.C., foram
por exemplo, foram os mestres da drenagem e naturais e sem simetria, com a utilização de plantas caracterizados pela preponderante admiração da
irrigação, fazendo belos jardins com hortaliças e úteis como: maçãs, peras, figos, romãs, azeitonas, natureza. Na verdade, nos jardins simplesmente
frutíferas na região dos canais na Mesopotâmia, uvas e hortaliças. As colunas e pórticos presentes se organizava o que já existia: uma paisagem
situada entre os rios Tigre e Eufrates. Lá eram nesses espaços faziam dos jardins um prolongamen- maravilhosa e flora rica. O uso da ilha no lago faz
plantadas hortas e pomares entre os canais que se to das casas e as esculturas humanas e de animais referência a um lugar que os chineses acreditavam
formavam. Esses jardins foram abandonados com completavam o cenário dessa época. que existia ao norte, para os imortais. Como eles
a invasão árabe. nunca encontraram esse lugar, criaram a ilha nos
No século V os árabes invadiram a Pérsia e, no jardins, local inatingível, com muitas flores de lótus
Em, aproximadamente, 3000 a.C. foram cria- século seguinte, criaram os jardins da sensibilida- e, ao redor, os chorões. Ainda nos jardins japoneses
70
dos os jardins mais marcantes de toda a história, os de na Espanha, onde predominava o uso de água, estão presentes os maciços de azaléia, os bambus,
Jardins Sagrados ou Jardins Suspensos da Babilô- da cor e dos aromas – uma paisagem para seduzir. as cerejeiras, pínus, rochas cobertas por musgos,
nia, cuja arquitetura superava os vegetais que eram Eram estruturados em pequenos espaços, sem os- áceres, entre outros. São espaços para serem
plantados sobre os zigurates (torres com degraus tentação, e recebiam jasmins, cravos, rosas, prima- apreciados o tempo todo, e em cada estação se
ou subida em espiral que leva ao topo, símbolo da veras, alfazemas e jacintos. apresenta de uma maneira diferente, pois são sutis
união do céu e da terra). Eram utilizadas tamareiras, com matizes, valorizando o essencial e a qualidade.
álamos, pínus, jasmins, rosas, malvas-rosas e tulipas. O império romano atingiu grandes extensões e Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da técnica
Apesar do forte sentimento religioso, onde tudo se- conquistou uma grande variedade de paisagens. Os de bonsai mostra a paixão dos japoneses pela
guia a vontade de Deus, um forte sistema de irriga- jardins ocupavam segundo plano, pois o interesse natureza, onde ao saírem do campo em rumo as
ção foi desenvolvido. maior era o Estado, Direito e a conquista de territó- cidades eles querem levar um pouco da vegetação
rios. Os jardins eram internos, presentes em uma pra- que não seria possível cultivar em locais pequenos.
No Egito, os jardins seguiam a topografia do ça para onde se dirigiam os cômodos da casa, tam-
Rio Nilo, grandes planos horizontais simétricos e bém com o uso de colunas. Destacavam-se a grandio- Na Idade Média (séculos XV e XVI), pouco
retilíneos, que representavam um sistema racional sidade, principalmente pela presença de obras de arte valor se dava às áreas verdes. As construções
e monoteísta, sempre com base nos quatro pontos que foram retiradas da Grécia, no domínio romano. eram rústicas e sólidas, semelhantes a fortalezas.
cardeais. As espécies eram as figueiras, palmeiras, Eram estátuas, fontes e mesas de mármore... Com Os jardins internos deveriam ter utilidade, por
videiras e plantas aquáticas. tantas obras, as plantas ficavam em segundo plano. isso eram compostos de pomar, horta, plantas
Até hoje é possível observar esculturas nos jardins de medicinais e floríferas para ornamentação dos
Os persas não tiveram um estilo próprio, mas Roma, inclusive nas sacadas de apartamentos. ambientes internos. Em geral, eram a mistura dos
sim uma mistura do egípcio e do grego. Emprega- estilos anteriores, com a interseção ortogonal
vam árvores e arbustos mas o mais marcante foi a Os romanos usavam os jardins socialmente e dos caminhos e canteiros, desenho que remete à
introdução de flores perfumadas formando can- para se protegerem de doenças, sol, barulho e po- religião dominante.

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No Renascimento (meados do século XV), inglês e italiano). Já na segunda metade do século fortes; disponibilidade de água; espaço para a
como o próprio nome sugere, renascem a cultura, passado aparece o estilo americano. planta se desenvolver, não só a parte aérea, mas as
a filosofia, as ciências, a arte e os jardins. Nascem os raízes também; clima; declividade; tipo de solo;
estilos de jardins presentes até hoje, representados Normalmente, o gosto pelas plantas medicinais umidade do ar, etc.
principalmente por: esteve presente nos jardins, tendo sido um dos
principais objetivos da criação do Jardim Botânico 3. Qual é a sua relação com as plantas – Gosta de
* Itália – Estilo romano com uso de esculturas. do Rio de Janeiro. Queria-se aclimatar as plantas cuidar de plantas? Tem tempo para cuidar do jardim?
Aproveitavam o desnível dos terrenos e faziam que eram utilizadas para fazer chá. Que valor será destinado à implantação? É possível
terraços com circulação de água. Era retiro dos contratar um jardineiro com regularidade?
artistas e intelectuais, normalmente em sítios O estilo brasileiro talvez possa ser caracterizado
longe da cidade. As plantas (azevinho, pinheiros, pelos jardins criados pelo grande paisagista 4. Qual é estilo da casa? E a cor das paredes visíveis
buxinhos, louro) continuam em segundo plano Roberto Burle Marx. do jardim? Há declividade e pode-se utilizá-la como
e recebendo topiarias com formas de animais. recurso da paisagem? É necessário chamar atenção
Os jardins eram desenhados milimetricamente e Normalmente encontramos as plantas ou esconder algum ponto no entorno?
geometricamente e no plano mais alto localizava- medicinais em jardins feitos no modelo da produção
se o palácio. de hortaliças, ou seja, retângulos elevados a 20 5. De que tamanho ficam estas plantas - As
cm do solo. Porém, há de se questionar por que medicinais em geral são plantas de crescimento
* França – Teve como referência os jardins me- não fazer um jardim bonito aproveitando a beleza intenso e para composição é importante determinar
dievais com utilização de canteiros de flores, ervas das plantas no paisagismo, que é uma expressão o espaço que cada espécie irá tomar.
medicinais e hortas. Ainda sofreu influência italia- artística. Podemos fazer belíssimos jardins
na dos canteiros desenhados à régua, simétricos e orgânicos, onde a cada curva pode-se colocar um Quando falamos em paisagismo – ou no uso
com uso de topiarias. Como bom exemplo desse elemento especial para presentear os olhos, para se de plantas medicinais em paisagismo – não se deve
71
estilo: o famoso Jardim de Versalhes, criado por apreciar cada cantinho. esperar por uma regra, pois ela não existe. Paisagismo
André Le Notre. é obra de arte e como tal depende do artista. Talvez
Muitas pessoas optam pela utilização de man- seja a arte mais complexa, pois mal acaba de ser
* Inglaterra – Ao contrário dos jardins franceses, dala, fazendo a distribuição das ervas medicinais concluída e já começa a se modificar, e assim segue
os ingleses preferem os jardins mais informais, em forma espiralada ou redonda. O plantio em va- por toda sua vida: é uma folha que cai, uma flor que
como nos japoneses e chineses. É organizar o que sos e, na falta de espaço, os jardins verticais, planta- se abre, um galho novo que nasce.
existe e propiciar a aproximação com a natureza. dos em garrafas PET ou em tubos de PVC, são op-
São paisagísticos, com bastante liberdade, sem ções interessantes. O uso dos telhados verdes com É preciso pensar em como esse jardim estará
esculturas. Os lagos e riachos davam o tom medicinais também é uma boa alternativa, pois se daqui a 10, 20 ou 50 anos, como as plantas se
romântico ao ambiente. Linhas graciosas, espaçosos pode aproveitar o fato de que várias plantas deste desenvolverão, e nunca esquecer que é preciso fazer
gramados, ruas amplas e confortáveis, utilização grupo necessitam de muito sol. a manutenção.
dos desníveis da área para criar boas perspectivas,
criação de bosques, utilização de plantas mortas Enfim, pode-se fazer um jardim com uso das Qualquer obra de paisagismo começa por um
e construção de ruínas. Talvez a mais importante plantas medicinais em qualquer estilo, porém é bom planejamento (pesquisa de tudo que se refere
contribuição dos ingleses tenha sido a origem necessário dar prioridade às seguintes questões: ao jardim). Com esses dados faz-se o projeto e só de-
dos parques e jardins públicos, com a intenção da pois sua implantação. Logo em seguida começa o pla-
melhoria da qualidade ambiental. Atualmente a 1. Quais plantas medicinais serão utilizadas, nejamento para a manutenção, que não pára nunca.
maioria dos jardins ingleses é mista. por gosto ou necessidade – Não adianta plantar
determinada espécie se ela não tiver uso. A falta de espaço, principalmente em grandes
No Brasil temos uma mistura de estilos. No cidades, nos obriga a ativar a criatividade para que os
início da colonização, tanto a arquitetura como 2. Quais são as características do ambiente – menores ambientes sejam utilizados para serem úteis
o paisagismo seguiam estilos europeus (francês, Quantidade de sol diária; presença de ventos e bonitos.

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Para se alcançar esse objetivo não há regras, mas • Tipo de adubação ou nutriente mais requisitado. os conhecimentos acumulados para suprir as
sim algumas questões que devem ser observadas. Não esquecer que as plantas medicinais são utilizadas deficiências graves do sistema de saúde oficial e a
Desde pequenos somos acostumados a ler e para consumo e quanto mais empregarmos adubação baixa renda da população.
escrever da esquerda para direita. Ao olharmos um orgânica, melhor.
jardim isto também acontece, fazemos a leitura da As espécies exóticas foram trazidas pelos mais
esquerda para direita e completando um círculo. 6.2 PLANTAS MEDICINAIS REGIONAIS diversos imigrantes, em distintas épocas, e seu uso
Quando colocamos elementos pesados em algum DO BRASIL. foi gradativamente incorporado pelas várias etnias
ponto especifico do jardim é certo que pararemos os Maria de Lourdes da Costa no Brasil, tornando-se bastante utilizadas. Algumas
olhares naquele ponto. Então, cuidado para não fazer Roberto Martin espécies exóticas foram bem aclimatadas em algumas
estas paradas indiscriminadamente. O jardim muitas regiões do Brasil, constituindo-se como espécies
vezes fica sem sintonia ou ritmo e se torna pesado. O uso de plantas medicinais ocorre desde os ruderais, utilizadas por diversas comunidades rurais
Como o som de uma música, o jardim deve fluir. primórdios da civilização humana. Desde então ou urbanas. Essas espécies são cultivadas em hortas
o homem já retirava da natureza as plantas que ou jardins e são corriqueiramente trocadas ou cedidas
O que diferencia as plantas são os elementos mais amenizavam ou curavam seus males e esse hábito tem por vizinhos, amigos ou parentes, fazendo deste
pesados ou diferentes, por exemplo: sido repassado, por via oral, de geração em geração. intercâmbio de germoplasmas uma característica da
Hoje, as comunidades tradicionais que possuem essa população brasileira.
• As cores das plantas, não só das flores, mas também bagagem de conhecimento estão sendo ameaçadas
das folhas ou tronco – Plantas que produzem cores devido à influência direta do uso da medicina As espécies nativas normalmente não são cultiva-
amarelas, vermelhas e alaranjadas, cores quentes, ocidental moderna. das, sendo obtidas por processo de extrativismo, em
chamam mais atenção. todas as regiões brasileiras. Algumas são exportadas
A Etnobotânica, ciência que relaciona a Botâ- (guaraná, ipecacuanha, espinheira-santa, ipê-roxo,
• Tamanho das plantas – Para que se tenha uma nica com a cultura de uma determinada população como exemplos) e outras têm importância regional,
72
visão total do jardim, utilizamos as plantas maiores humana, busca a recuperação e a valoração dos co- sendo comercializadas em barracas de raizeiros ou
atrás e as menores na frente, embora se possa nhecimentos acumulados ao longo do tempo e das em centros urbanos regionais.
distribuir irregularmente e usar uma planta alta perto tradições. Esse conhecimento, oriundo da tradição
de várias pequenas, pois assim esta será diferente e oral, pode fornecer muitas informações úteis para a A seguir são detalhadas algumas plantas mais
chamará muito mais atenção que as outras. elaboração de estudos farmacológicos, fitoquímicos utilizadas em diversas regiões, de acordo com
e agronômicos, com grande economia de tempo e levantamentos etnobotânicos realizados por diversas
• As texturas variadas também têm um peso a mais, dinheiro, a partir do conhecimento empírico, já con- instituições do país.
chamando atenção. sagrado pelo uso contínuo, que será testado em bases
científicas (Amorozo, 1996 in Simões et al, 1999). REGIÃO NORTE
Enfim, tudo que se implanta em um jardim tem
um peso e de alguma forma chamará atenção e cer- Nas comunidades tradicionais, a utilização das O sistema popular brasileiro de plantas medicinais
tamente fará com que os olhos parem naquele ponto. plantas está associada, na maioria das vezes, com da Região Amazônica derivou de características
Mas o que devemos considerar com mais cuidado na sua conservação, aliada à manutenção do equilíbrio peculiares da flora da região, associada à absorção
distribuição são as necessidades das plantas, ou seja: dos ecossistemas, uma vez que disso depende a de conhecimentos indígenas pelo caboclo. Decorre
sobrevivência dessas comunidades. também do isolamento cultural da Amazônia, onde a
• Distribuição por necessidade de luz: quantas população utiliza ervas/plantas específicas da região
horas a planta precisa de sol por dia? O manejo dos recursos vegetais de espécies e possui uma linguagem própria.
nativas ou adaptadas à região (exóticas) é uma
• Que tipo de solo é mais apropriado para seu bom possibilidade de manter a viabilidade genética 1. Andiroba – Carapa guianensis Aubl.
desenvolvimento? e ampliar o mercado consumidor das plantas Nomes populares: andiroba-saruba, carapá, carapa,
medicinais, podendo, ainda, contribuir com a iandiroba, etc.
• Qual a quantidade de água necessária? melhoria da saúde das populações, que utilizam Família: Meliaceae

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Na região são usadas duas espécies de Carapa: C. botanicamente denominadas pixídio e conhecidos Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e
guianensis (andiroba) e C. procera DC. (andirobinha). na Amazônia como “ouriço”. A cápsula ou ouriço Paraná e nas partes mais úmidas da Região Nordeste.
Têm sementes bem parecidas, embora possam ser da castanha possui uma abertura (opérculo) de
distinguidas com facilidade, principalmente pelo ta- diâmetro menor que as sementes e, por isso, as Existem várias espécies que, embora apresentem
manho das sementes e pela cicatriz na semente (rafe), sementes (castanhas) não são liberadas, dependendo algumas diferenças botânicas, se parecem muito. São
em ambos os casos maiores em C. guianensis. As duas de roedores para serem liberadas, embora possam geralmente árvores com altura de 10 a 40 metros, com
espécies têm o óleo extraído de suas sementes, seme- germinar dentro do fruto. folhagem densa e constituída de folhas compostas.
lhantes na composição e na coloração, sendo vendidas
como “andiroba”. Além do óleo das sementes, as folhas A semente “castanha-do-pará” é exportada O bálsamo, vulgarmente chamado óleo, é
e cascas também são empregadas popularmente e a es- e consumida em todo o mundo. Sua exploração acumulado em cavidades do tronco da árvore de
pécie sofre ameaça pelo manejo inadequado. comercial iniciou-se no século XVII e, apesar de onde, por processo artesanal, é extraído através de
ainda estar alicerçada no extrativismo, é uma das furos e recolhido com auxílio de tubos e canaletas,
Utilizada principalmente como repelente de insetos. principais atividades da economia amazônica. apenas uma vez a cada ano. Atualmente o óleo de
copaíba é obtido como subproduto da indústria
2. Camu-camu - Myrciaria dubia (Kunth) Mc Vaugh. A produção da castanha é anual e ocorre no madeireira na Amazônia por aproveitamento do óleo
Nomes populares: caçari, araçá-da-água, etc. início do ano, de janeiro a abril. A castanha é um que escoa durante a serragem da madeira. Os índios
Família: Myrtaceae complemento na alimentação, usada para consumo brasileiros utilizam o óleo no tratamento de doenças
in natura, em mingaus, doces, no preparo de pé-de- de pele e como proteção contra picadas de insetos.
Nativo das regiões pantanosas e inundáveis da moleque e outras iguarias regionais, sendo muito Na medicina popular é utilizado como cicatrizante
Amazônia Ocidental. É um arbusto muito ramificado, conhecido na região o “pirarucu no leite de castanha”. e antiinflamatório local e atualmente entra na
de 2 a 3 metros de altura, com folhas simples, É fonte rica em selênio, antioxidante importante nas composição de produtos cosméticos e sabões faciais.
flores grandes brancas, reunidas em pequenas reações metabólicas do organismo. Recomenda-
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inflorescências terminais, com frutos em drupas se o consumo de não mais que cinco castanhas 5. Cupuaçu - Theobroma grandiflorum (Willd. ex
globosas (botanicamente o fruto é do tipo baga, pois diariamente devido ao potencial carcinogênico do Spreng.) K. Schum.
tem mais de uma semente) de cor arroxeada, com selênio. O óleo da castanha é utilizado na alimentação, Nomes populares: cupuaçu-verdadeiro, cupu,
polpa carnosa e ácida, que amadurecem na época das iluminação e para o fabrico de sabão e cosméticos. pupuaçu, pupu, etc.
cheias dos rios amazônicos. Família: Malvaceae (antiga Sterculiaceae)
4. Copaíba - Copaifera spp.
Os frutos são normalmente consumidos na forma Nomes populares: óleo-de-copaíba, bálsamo-de- Nativa da região amazônica, a árvore tem de
de sucos, sorvetes, geléias e outras bebidas, misturada copaíba, óleo-vermelho, pau-de-óleo, entre outros. 6 a 10 metros de altura, com copa alongada e bem
a outras frutas. Fonte de vitamina C natural. Família: Fabaceae-Caesalpinioideae (Leguminosae- esparsada devido à arquitetura estratificada da
Caesalpinioideae) planta, com ramificação tricotômica; seus frutos são
3. Castanha-do-pará - Bertholletia excelsa Bonpl. muito grandes, podendo atingir 30 centímetros de
Nomes populares: amêndoa-da-américa, castanha, A Copaifera. langsdorffii Desf. ocorre mais comprimento e 5 quilos de peso, com polpa suculenta
castanha-do-brasil, castanheiro, júvia, nhá-nhá, no cerrado. Há outras espécies mais comuns na e cremosa, sabor e odor característicos, com 10 a
tocari, toucá-tucá, tucari, turuni, etc. Amazônia, de maior porte e mais produtivas em óleo, 15 sementes, chegando a ter mais de 30 sementes
Família: Lecythidaceae como C. multijuga Hayne e C. reticulata Ducke. Os (foi descoberto um exemplar na natureza com
usos são os mesmos, assim como a forma de extração frutos sem sementes, que está sendo reproduzido
Nativa de toda a região amazônica, tanto do do óleo. vegetativamente).
Brasil como dos países vizinhos. É uma planta
que ocorre em terra firme, preferencialmente em As espécies fornecedoras do óleo de copaíba A polpa dos frutos é utilizada na forma de sucos,
solos profundos. Árvore de grande porte, que pode ocorrem principalmente no Brasil, Venezuela, sorvetes, cremes, geléias e doces. Os índios da região
alcançar mais de 50 metros de altura, com folhas Guianas, Colômbia, Amazônia, embora possa ser amazônica apreciam muito a fruta, constituindo-se
simples, seus frutos são grandes cápsulas lenhosas - encontrada nos estados do Mato Grosso, Mato numa fonte importante de alimentação.

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6. Guaraná - Paullinia cupana Kunth 7. Ipecacuanha - Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes região amazônica a Aniba canelilla (Kunth) Mez,
Nomes populares: guaraná-uva, guaranazeiro, uaraná. Nomes populares: ipeca, cipó-emético, raiz-emética, popularmente denominada de pau-rosa e casca-
Família: Sapindaceae raiz-do-brasil, entre outros. preciosa: extrativismo.
Família: Rubiaceae
O guaraná tem duas variedades. A que é cultivada Na espécie Aniba rosaeodora utiliza-se o óleo essencial
e consumida é a Paullinia cupana var. sorbilis. Ocorre nos lugares úmidos das florestas brasileiras (linalol), que tem um aroma perfumado, É retirado
dos estados do Pará, Pernambuco, Bahia, Rio de por destilação da madeira triturada e utilizado na
É nativo da região amazônica, entre os rios Ama- Janeiro, Mato Grosso e Minas Gerais. É cultivada indústria de perfumes do país e no mundo.
zonas, Tapajós e Madeira, da área conhecida como no Brasil, especialmente no Pará e em Mato Grosso,
“Munduricânia” (dos índios Mundurukus), mas hoje e também na Índia e na Malásia. É um subarbusto REGIÃO NORDESTE
já é cultivado em outras regiões tropicais, tanto do país pequeno, de caule fino e lenhoso, quase rasteiro,
como do exterior. de ramos pouco com mais de 50 centímetros de A Região Nordeste apresenta um clima e vegeta-
comprimento, com raízes ou rizomas engrossados. ções peculiares e fortes influências indígena e africana.
Botanicamente, o guaraná é uma planta trepadeira Folhas simples, inteiras, opostas, com estípulas Esses aspectos, combinados às más condições socioe-
lenhosa e quando cultivada (sem tutoramento) pode laciniadas interpeciolares. Flores de cor branca e conômicas da região, estimularam o surgimento de um
crescer como arbusto. Flores pequenas de cor creme, reunidas em cimeiras compactas. Os frutos são sistema de plantas medicinais próprias. Além da esto-
aroma de jasmim, seus frutos são cápsulas globosas pequenas drupas globosas de cor vinácea. malina ou boldo-da-bahia (Vernonanthura condensata
de cor vermelho-viva, que se abrem quando ainda na (Baker) H.Rob.), descrita no Anexo B, destacam-se:
planta, expondo as sementes de cor preta brilhante em Esta planta já era conhecida pelos índios brasileiros
cuja base tem um arilo branco farináceo, o que lhe con- como ipekaaguene, ou “cipó que faz vomitar”, antes 1. Alecrim-pimenta - Lippia sidoides Cham.
fere a aparência de olho humano. Multiplica-se por se- do descobrimento do Brasil. Os rizomas e raízes são Nomes populares: alecrim-do-nordeste, estrepa-cava-
mentes e atualmente plantações comerciais usam mu- utilizados devido à presença da emetina. lo, alecrim-bravo.
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das multiplicadas assexuadamente, por estaquia com Família: Verbenaceae
uso de fitormônios. Tem atividade amebicida contra protozoários e como
expectorante no tratamento auxiliar da bronquite Nativa da caatinga no nordeste do Brasil. Grande
As sementes secas e torradas são trituradas e redu- (via oral e baixa dose) e ação emética. arbusto caducifólio, ereto, muito ramificado e quebra-
zidas a um pó muito fino, misturadas à água até formar diço, de 2 a 3 metros de altura. Folhas aromáticas e pi-
uma pasta. O pó é adicionado diretamente à água, po- Precauções/intoxicações: é irritante para pele e cantes, simples, flores pequenas, esbranquiçadas, reuni-
dendo ou não ser adicionado açúcar. A pasta de gua- mucosas, podendo provocar eritema e pústulas, das em espigas de eixo curto nas axilas das folhas; frutos
raná é feita na preparação dos bastões que são defu- inflamações nos olhos e determinar crise de espirros pequenos, cujas sementes raramente germinam. Em
mados por mais de 50 dias para conservar as proprie- e tosse. Em doses altas pode produzir lesões agudas solos férteis produz plantas com folhas muito maiores.
dades organolépticas. Ralado em língua de pirarucu no coração, fígado, rim, intestino e músculos
(óssea, semelhante a ralador) ou em pedras especiais, esqueléticos. As folhas e flores possuem ação antisséptica e o
o pó é dissolvido na água e então bebido. Çapó é uma óleo essencial, atividade antimicrobiana aos agentes
bebida típica da etnia Saterê-Mawé. 8. Pau-rosa - Aniba rosaeodora Ducke (sin.: Aniba causadores de mau cheiro nas axilas e nos pés, aftas.
duckei Kosterm.) Tem ação moluscicida contra o caramujo hospedeiro
Os índios amazônicos já o utilizavam antes do des- Nome popular: verdadeiro-pau-rosa. intermediário da esquistossomose e larvicida contra o
cobrimento e os colonizadores europeus logo passa- Família: Lauraceae Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Folhas,
ram a utilizá-lo, principalmente como estimulante, até flores e frutos secos e triturados constituem excelente
o seu uso comercial na composição de um dos prin- Nativa da região amazônica na floresta de terra firme. mistura para tempero de carnes e pizzas que pode ser
cipais refrigerantes consumidos no Brasil (o guaraná). Árvore de 20 a 25 metros de altura, com tronco usado no lugar do tomilho. O tratamento de águas para
Desde 1989 o extrato de guaraná está patenteado nos revestido por casca avermelhada e muito aromática, eliminação dos vetores da esquistossomose e da den-
Estados Unidos para uso visando prevenir a formação com folhas simples, flores pequenas amareladas gue é outro tipo de aplicação que pode ser feito com
de coágulos no sangue e para eliminar os já formados. em inflorescências terminais. Temos ainda na esta planta e seu óleo essencial.

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2. Aroeira-mansa – Schinus terebinthifolius Raddi controle da pressão ocular nos casos de glaucoma. São Nativa do nordeste do Brasil, ocorrendo
Nomes populares: aroeira-vermelha, aroeira-pimentei- usados também como antídoto do envenenamento próximo aos vales sertanejos, desde o estado do
ra, fruta-de-cotia, fruta-de-sabiá, pimenteira-do-peru, por alcalóides tropânicos de Solanáceas. A pilocarpina Piauí até o norte de Minas Gerais, onde se mantém
coraciba estimula as glândulas sudoríficas, salivares, lacrimais, verde, mesmo durante longas estiagens. Cultivada
Família: Anacardiaceae gástricas, pancreáticas, intestinais e as da mucosa das em pomares domésticos em todo o país.
vias respiratórias.
Árvore de 3 a 6 metros de altura, podendo chegar Árvore frondosa de até 16 metros de altura,
até 15 metros, espécie perenifólia, nativa do Brasil, Outras duas espécies de Pilocarpus, como a P. ramos armados de fortes espinhos, com folhas
Paraguai e Argentina. É encontrada desde o Ceará até jaborandi Holmes e a P. pennatifolius Lem., todos inteiras, flores amarelo-esverdeadas, pequenas,
o Rio Grande do Sul, sendo uma árvore típica das ca- nativos do Brasil, encontram-se sob risco de extinção reunidas em inflorescências; fruto do tipo drupa
atingas nordestinas. Ocorre nos capões das florestas pela exploração predatória. globosa, amarelada, com caroço grande coberto
estacionais semideciduais, freqüente nas capoeiras das por uma polpa mucilaginosa branca e doce. Parte
encostas, beiras de rios e nos campos, como invasora de 4. Jatobá - Hymenaea courbaril L. usada: cascas e folhas, tradicionalmente usadas na
áreas abandonadas. Nomes populares: jitaí, aboti-timbaí, árvore-de-copal, medicina popular do Nordeste.
burandâ, farinheira, fava-doce, fava-do-pó, imbiúva,
Na medicina popular os ramos são utilizados jassaí, jataí, jataí-açu, jatobá-da-catinga, jatobá-miúdo, Alguns usos e propriedades: utilizada para
em tratamentos das doenças das vias respiratórias, jataí-peba, jatobá-lágrima, jataíba, etc. alívio de problemas gástricos e externamente
estimulantes dos órgãos digestivos. Da casca produz-se Família: Fabaceae-Caesalpinioideae (Leguminosae- para limpeza dos cabelos e dos dentes e para
tinta para tecidos. A árvore é muito usada na arborização Caesalpinioideae) clarear a pele do rosto, sendo referido inclusive
de ruas e a sua madeira é transformada em esteios, lenha como tônico capilar anticaspa e remédio útil nas
e mourões, devido a densidade e durabilidade elevadas. Características: Árvore de 15 a 20 metros de altura doenças da pele. As folhas e as cascas, quando
É comum algumas pessoas apresentarem alergia a esta podendo chegar a 30 metros na região amazônica, agitadas com água, produzem abundante
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planta (folhas ou flores). tronco cilíndrico de até 1 metro de diâmetro, folhas espuma devido à sua propriedade espumígena.
compostas bifolioladas, flores brancas reunidas em Em ensaios farmacológicos, comprovou-se a
3. Jaborandi - Pilocarpus microphyllus Stapf ex pequenas inflorescências terminais. Os frutos são ação antimicrobiana sobre Streptococcus mutans,
Wardleworth vagens de cor marrom-escura, contendo sementes principal germe causador da cárie dentária, e sua
Nomes populares: jaborandi-do-maranhão, jaburandi, envoltas por uma substância farinácea adocicada eficácia na diminuição da placa dental.
jaborandi-da-folha-pequena, yaborã-di, entre outros. com forte odor. Nativa da mata da bacia do Paraná,
Família: Rutaceae Brasil Central e Centro Oeste e da floresta tropical REGIÃO CENTRO-OESTE
amazônica.
Nativo desde o estado do Piauí até a Amazônia. 1. Araticum - Annona coriacea Mart.
Pequeno arbusto ereto e ramificado, de folhas Parte usada: casca dos ramos, folha e polpa do fruto. Nomes populares: araticum-do-campo, fruta-do-
compostas, com flores amarelo-esverdeadas que dão conde, cabeça-de-negro, marolo.
origem a frutos do tipo cápsula deiscente. A polpa, rica em nutrientes, é comestível, consumida Família: Annonaceae
pelas populações rurais das regiões de origem desta
Parte usada: folha - constitui-se dos folíolos planta. A planta libera uma goma resinosa que é usada Características: árvore ou arbusto de pequeno
recentemente dessecados. para o preparo de incenso e verniz. Tribos indígenas da porte e copa irregular. A casca é clara, áspera e
Amazônia usam a goma para fazer placas para os lábios fendilhada. Folhas alternas, simples, arredondadas,
As propriedades medicinais desta planta são e para fins medicinais e contra vários males. coriáceas. Apresentam ápice arredondado e
decorrentes da pilocarpina, principal constituinte coloração verde-escura. As flores são róseo-
ativo. Suas folhas têm sido usadas há mais de meio 5. Juá - Ziziphus joazeiro Mart. alaranjadas, solitárias, grandes, com pétalas
século, principalmente para produção industrial da Nomes populares: juazeiro, enjoá, joá, juá-de- carnosas. Frutos grandes (sincarpo), verdes, com
pilocarpina. A pilocarpina entra na composição de espinho, laranjeira-do-vaqueiro, raspa-de-juá. polpa amarelada, mucilaginosa e doce, comestível,
colírios, pomadas e injeções hipodérmicas usados no Família: Rhamnaceae muito apreciada na forma de sucos ou sorvetes.

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Planta do Cerrado que floresce entre novembro e Usada segundo a medicina popular, o chá da raiz, Planta do Cerrado que floresce entre outubro e
janeiro e época de frutificação em janeiro. preparado por decocto ou infusão, tem propriedades dezembro e frutifica de janeiro a fevereiro. O pequi
depurativa, diurética, digestiva, sudorífica, no trata- é uma planta melífera, ornamental e muito utilizada
Usada pelos índios Kayapós para desordens mento de artrite e gota e afecções da pele. na alimentação, no preparo de pratos quentes, doces,
gastrointestinais, dor generalizada. sucos, etc.
4. Sete-sangrias – Cuphea carthagenensis (Jacq.) J. F.
2. Barbatimão - Stryphnodendron adstringens Macbr. Popularmente, o óleo da castanha junto com ba-
(Mart.) Coville Nomes populares: guaxuma, pé-de-pinto, erva-de-san- nha de capivara é aplicado ao peito externamente para
Nomes populares: barba-de-timão, casca-da- gue, guanxuma-vermelha, etc. auxiliar a expectoração. Óleo do pequi para resfriados
virgindade, barbatimão-verdadeiro, paricarana, Família: Lythraceae e costuma-se pingar os óleos do caroço e do pequi na
ibatimô, uabatimô, etc. comida. Os caroços são deixados de molho na aguar-
Família: Fabaceae-Mimosoideae (Leguminosae- Características: planta herbácea de caule averme- dente durante alguns dias e usados como tônico.
Mimosoideae) lhado, pouco ramificado. Apresenta muitas pilosidades
glandulosas e ásperas. Suas folhas são simples, opostas, REGIÃO SUDESTE
Características: árvore hermafrodita, pequena, ásperas e apresentam coloração mais escura na face su-
decídua, tronco tortuoso de casca rugosa, espessa e perior e flores lilases, agrupadas nas axilas foliares. A Região Sudeste é uma das regiões definidas
clara. Folhas alternas, compostas bipinadas, foliólulos pelo IBGE, composta pelos estados de São Paulo,
arredondados a ovalados. Flores pequenas, creme- Usada na medicina tradicional, embora a eficácia Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. É por
avermelhadas, dispostas em espigas axilares. Os e a segurança de seu uso não tenham sido ainda com- excelência uma terra de transição entre a Região Nor-
frutos são vagens carnosas com muitas sementes de provadas cientificamente, sua utilização vem sendo deste e a Sul.
coloração parda. Planta do Cerrado que floresce em feita com base na tradição popular. Usada na forma de
setembro. Também encontrada na Região Sudeste, chá (planta inteira picada) como diurético, depurati- A vegetação predominante é a Mata Atlântica,
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inclusive em São Paulo. vo, na hipertensão arterial, como antioxidante na pre- mas novamente há exceções como a Mata de Arau-
venção de doenças cardiovasculares. Uso externo nas cária no sul de São Paulo e nas regiões serranas, e a
Usada pelas populações de áreas de cerrado afecções de pele. caatinga no norte de Minas Gerais.
principalmente como ação adstringente de
antisséptica (cascas do caule na forma de decocto), Obs.: uso não recomendado para crianças sob ne- O interior de São Paulo, notadamente a região
por via oral para lesões gástricas e uso externo como nhuma forma. entre os rios Tietê e Paranapiacaba (região de Bauru,
cicatrizante no tratamento de feridas. Marília, Presidente Prudente), é a região de transição
5. Pequi – Caryocar brasiliense Cambess. entre o Sudeste e o Sul, possuindo características das
3. Japecanga - Smilax brasiliensis Spreng. Nomes populares: piqui, piqui-do-cerrado, pequiá, duas regiões.
Nome popular: salsaparrilha. grão-de-cavalo.
Família: Smilacaceae (anteriormente Liliaceae) Família: Caryocaraceae Hoje em dia restam pequenos trechos da Mata
Atlântica porque a maioria da mata foi substituída
Espécie comum em áreas de Cerrado e segundo Características: arbusto ou árvore (dependendo por áreas urbanas, pastagens e plantações. No litoral,
H. Lorenzi é semelhante à Smilax japicanga Griseb., de fatores extrínsecos, como geadas e incêndios) de nas partes mais alagadas, encontramos manguezais.
empregada para os mesmos fins terapêuticos. tronco tortuoso e casca áspera (em árvores jovens) a A mata tropical que existia originalmente no litoral
espessa (árvores velhas). Folhas opostas, compostas, foi devastada no período de ocupação do território,
Características: erva perene trepadeira, lenhosa, folíolos ovais com margem crenada e com pêlos. As dando lugar a plantações de café. No estado de Mi-
que mede de 1 a 2 metros de comprimento e flores são grandes, de coloração creme, com cinco nas Gerais predomina a vegetação do cerrado, com
apresenta espinhos tortos e fortes no caule. Folhas sépalas verde-avermelhadas, cinco pétalas creme- arbustos e gramíneas, sendo que no vale do rio São
verdes, coriáceas, com gavinhas. Flores esverdeadas, amareladas e estames longos. Fruto carnoso, verde Francisco e norte do estado encontra-se a caatinga.
pequenas, dispostas em inflorescências. Os frutos por fora e amarelo por dentro, com sementes amare- Além das outras “arnicas” e a carqueja (Baccharis
são carnosos, redondos, vermelho-arroxeados. las e espinhosas. spp.), detalhadas no anexo B, destacamos:

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1. Arnica-do-campo (brasileira) - Solidago chilensis Nativo da Bahia e Minas Gerais até Santa 4. Goiaba – Psidium guajava L.
Meyen = Solidago microglossa DC. var. linearifolia Catarina, principalmente na orla atlântica. Arbusto Nomes populares: goiabeira, araçá-goiaba, goiaba-
(DC.) Baker grande, ou arvoreta, pouco ramificado, com 1 a 3 branca, goiaba-vermelha, guava, araçá-guaçú,
Nomes populares: arnica, arnica-brasileira, arnica- metros de altura, folhas simples, ásperas ao tato, guaiava, entre outros.
silvestre, erva-de-lagarto, erva-lanceta, espiga-de- de coloração levemente mais clara na face inferior, Família: Myrtaceae
ouro, lanceta, marcela-miúda, sapé-macho. com flores esbranquiçadas, melíferas, reunidas em
Família: Asteraceae (Compositae) capítulos pequenos em panículas terminais. Nativa da América do Sul, desde a Venezuela até
o Rio de Janeiro, e cultivada em todos os países de
Nativa na parte meridional da América do Sul, Folhas e raízes são utilizadas popularmente na clima tropical. É uma arvoreta de tronco e ramos
incluindo o sul e sudeste do Brasil. Herbácea perene, medicina caseira. As folhas em forma de chá são tortuosos, com casca lisa e descamante. Folhas
rizomatosa, ereta, não ramificada, entouceirada, com utilizadas como diurético, auxiliando a eliminação aromáticas, flores alvas, fruto do tipo baga, com
hastes finas e enfolhadas, de 80 até 120 centímetros de cálculos renais, como balsâmico nos resfriados e polpa doce e levemente aromática, com sementes
de altura, inflorescência terminal composta de flores na forma de compressas para afecções da pele e dores pequenas e duras. Para fins medicinais deve ser
pequenas, amarelas formadas no verão-outono. musculares. podada e regada freqüentemente para estimular a
produção dos gomos foliares terminais (brotos),
Planta de crescimento vigoroso e persistente em 3. Erva-baleeira – Cordia curassavica ( Jacq.) Roem. utilizados como medicinais. Segundo literatura
pastagens, beira de estradas e terrenos baldios em & Schult. (sin.: Cordia verbenacea DC. = Varronia etnofarmacológica, é usada em tratamento caseiro
todo o sul e sudeste do Brasil, considerada planta verbenacea (DC.) Borhidi) de diarréias na infância (chá dos brotos, juntamente
daninha. É também cultivada em hortas medicinais Nomes populares: catinga-de-barão, cordia, balieira- com açúcar e sal para efeito de soro reidratante
caseiras, inclusive na Região Nordeste do país, cambará, erva-preta, maria-milagrosa, maria-preta, caseiro); é referido, também, o uso do chá em
apesar de não terem sido, ainda, comprovadas salicínia, maria-rezadeira, camarinha, etc. bochechos e gargarejos em pequenas inflamações
cientificamente a eficácia e a segurança do uso desta Família: Boraginaceae da boca e garganta.
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planta. Sua utilização vem sendo feita com base
na tradição popular, de uma maneira crescente. Usada há centenas de anos em aplicações tópicas Os frutos são consumidos in natura e na forma
As folhas e rizomas são usados como cicatrizante, no tratamento de dores musculares, contusões, de compotas, doces e geléias.
sendo empregada externamente no tratamento de artrite reumatóide, como antiinflamatório.
ferimentos, escoriações, traumatismos e contusões 5. Guaçatonga - Casearia sylvestris Sw.
em substituição à arnica-verdadeira - Arnica montana. Nativa de quase todo o Brasil, principalmente em Nomes populares: guaçatunga, vassitonga, apiá-
áreas abertas da orla litorânea, é um arbusto ereto, açanoçu, bugre-branco, caroba, chá-de-bugre, chá-
Por ser considerada tóxica, seu uso interno só deve ramificado, aromático, com a extremidade dos ramos de-frade, erva-de-lagarto, café-de-frade, cafezeiro-
ser feito com estrita indicação e acompanhamento um tanto pendente e hastes revestidas por casca do-mato, cafezinho-do-mato, cambroé, erva-
médico. fibrosa, amplamente distribuído por toda a costa pontada, fruta-de-saíra, guaçatunga-preta, língua-
sudeste do Brasil. Folhas simples, aromáticas, flores de-teju, pau-de-lagarto, petumba, varre-forno, etc.
Obs.: No Sudeste temos ainda a arnica-do-mato pequenas, brancas, dispostas em inflorescências Família: Salicaceae (antiga Flacourtiaceae)
– Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass., conhecida racemosas.
como arnica e por cravo-de-urubu no Nordeste, pelo Nativa de quase todo o Brasil, principalmente
seu odor quando fresca, à qual se atribui a mesma A folha é amplamente utilizada na medicina no planalto meridional. Árvore de 4 a 6 metros de
aplicação medicinal. caseira, principalmente nas regiões litorâneas do altura, copa densa e arredondada, folhas simples,
Sudeste e Leste, onde é considerada antiinflamatória, possuindo forma de ponta de lança, com as bordas
2. Assa-peixe – Vernonanthura phosphorica (Vell.) antiartrítica, analgésica, tônica e antiulcerogênica. O serrilhadas. Vistas contra a luz mostram minúsculos
H.Rob. (sin.: Vernonia polyanthes Less.) seu chá, que também é empregado para a cicatrização pontos translúcidos, que correspondem às
Nomes populares: chamarrita, cambará-guaçu, de feridas externas e para úlceras é recomendado glândulas de óleo essencial. Flores pequenas, de cor
cambará-branco. para reumatismos, artrite reumatóide, gota, dores esbranquiçada.
Família: Asteraceae (Compositae) musculares, nevralgias e contusões.

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As folhas são utilizadas na medicina tradicio- gueira-vermelha, cerejeira-brasileira, pitanga-branca, verdadeira, mate, chá-mate.
nal brasileira, principalmente para o tratamento de pitanga-rosa, pitanga-roxa, pitangueira-miúda, etc. Família: Aquifoliaceae
queimaduras, ferimentos, herpes e pequenas injúrias Família: Myrtaceae
cutâneas. Suas folhas e cascas são consideradas tôni- Nativa do sul da América do Sul (Paraguai, Ar-
cas, depurativas, anti-reumáticas e antiinflamatórias. Arbusto com tronco tortuoso e de casca fina, com gentina, Uruguai, Chile e Brasil, desde o Mato Gros-
É usada também contra mordida de cobra, como ampla distribuição em todo o território nacional, na- so do Sul até o Rio Grande do Sul), principalmente
analgésico e hemostático em mucosas e lesões cutâ- tiva do Brasil, desde o Planalto Meridional até as res- em regiões altas. Árvore de até 20 metros de altura,
neas. É usada para o tratamento de doenças de pele e tingas litorâneas do Nordeste até o Sul. Ramificação dotada de copa densa e muito ramificada. Folhas de
como depurativo de sangue. densa, folhas delicadas e que, se amassadas quando cor verde escura, simples, flores unissexuais, brancas,
frescas, exalam odor agradável. Flores miúdas, brancas fruto do tipo drupa, avermelhado, de polpa carnosa,
É recomendada contra gastrite, úlceras internas e e os frutos, quando exibem coloração vermelha, são com 5 a 8 sementes.
mau hálito (halitose). suculentos, de sabor agridoce e apreciados ao natural
ou transformados em doces e licores. As folhas são usadas para fins medicinais e, prin-
O uso externo é recomendado contra herpes la- cipalmente, alimentício acessório, na forma de chá
bial e genital, gengivites, estomatites, aftas e feridas Os frutos são medianamente ricos em vitamina C mesmo antes da descoberta da América. No sul do
na boca. Suas propriedades cicatrizantes de ferimen- e consumidos tanto in natura como na forma de sucos, Brasil é consumida sob a forma de bebida típica – o
tos, bem como sua atividade antiúlcera gástrica fo- geléias e doces. Embora a eficácia e a segurança do uso chimarrão, amarga, tomada muito quente e sem ado-
ram cientificamente validadas em estudos em 1979 desta planta na medicina popular não tenham sido, ain- çante, em recipientes especiais, mas no restante do
e 1990 no Brasil. da, comprovados cientificamente, sua utilização vem País é usada na forma de chá ou como bebida refres-
sendo feita com base na tradição popular, sendo o chá cante gelada e, às vezes, adicionada de algumas gotas
6. Pata-de-vaca - Bauhinia forficata Link das folhas utilizado como febrífuga e antidisentérica. de limão que tem emprego como estimulante. Tem
Nomes populares: unha-de-vaca; bauínia; capa- uso como medicação caseira contra fadiga muscular
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bode; casco-de-burro; casco-de-vaca; ceroula-de- REGIÃO SUL e mental. Externamente é utilizado sob forma de ca-
homem; miriró; miroró; pata-de-boi; pata-de-veado; taplasma, no tratamento caseiro das afecções de pele.
pé-de-boi; unha-de-anta; unha-de-boi; unha-de-boi- Quando nos referimos à região sul do Brasil, é Tem propriedades digestiva, sudorífera, tonificante.
de-espinho, etc. comum nos lembrarmos da Mata de Araucárias ou
Família: Fabaceae-Cercideae (anteriormente Legu- Floresta dos Pinhais e do grande Pampa Gaúcho, for- 2. Macela - Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
minosae-Caesalpinioideae) mações vegetais típicas da região, embora não sejam as Nomes populares: alecrim-de-parede, camomila-
únicas. A mata de araucárias, bastante devastada e da nacional, carrapichinho-de-agulha, chá-de-lagoa,
Nativa do sudeste do Brasil, mas encontrada tam- qual só restam alguns trechos, aparece nas partes mais losna-do-mato, macela-amarela, macela-da-terra,
bém nas áreas montanhosas da Região Nordeste. Ár- elevadas dos planaltos do Rio Grande do Sul, Paraná macela-do-campo, macelinha, marcela, marcela-do-
vore perene, pode atingir 10 metros de altura, suas e Santa Catarina, na forma de manchas entre outras campo, paina, etc.
folhas são verdes e bilobadas (daí o nome pata-de- formações vegetais. Família: Asteraceae (Compositae)
vaca), suas flores são brancas e numerosas e seu fruto
(vagem), achatado e escuro. Desta mata são extraídos principalmente o pi- Nativa de campos e áreas abertas do sul e sudeste
nheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) e a imbuia do Brasil.
Toda a planta é utilizada popularmente. As folhas, (espécies de Lauraceae), utilizadas em marcenaria, e
cascas e flores são largamente empregadas na medici- a erva-mate (Ilex paraguariensis), cujas folhas são em- Herbácea perene, ereta ou muito ramificada, de
na caseira, principalmente no Sudeste. Especialmente pregadas no preparo do chimarrão. Além da calêndula, 60 a 120 centímetros de altura. Cresce espontanea-
as folhas são empregadas nas práticas caseiras da medi- espinheira-santa e guaco, apresentados no Anexo B, mente em pastagens e beira de estradas, sendo consi-
cina popular como auxiliar no tratamento da diabetes. destacamos: derada pelos agricultores como “planta daninha”.

7. Pitanga - Eugenia uniflora L. 1. Erva-mate - Ilex paraguariensis A. St.Hil. Popularmente é usada a planta toda com
Nomes populares: ibipitanga, pitangueira, pitan- Nomes populares: congonha, erva-congonha, erva- inflorescência. O chá de suas flores, folhas e ramos

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secos é usado no Brasil no tratamento de problemas Suas folhas são consideradas inseticidas e Nativa do estado do Paraná ao longo da fronteira
gástricos, como antiinflamatório e antiespasmódico empregadas no preparo de inseticida caseiro com o Paraguai. Herbácea perene, semi-ereta, de 40
nas cólicas e emenagogo. Em uso externo contra (orgânico). a 80 centímetros de altura, muito ramificada, com
reumatismos, nevralgias, dores articulares e folhas simples, de pouco mais de 1 centímetro de
musculares. Todas as partes da planta têm sido empregadas comprimento. Flores esbranquiçadas, reunidas em
na medicina natural em várias partes do mundo há pequenos capítulos terminais. Durante séculos os
3. Sabugueiro - Sambucus australis Cham. & Schltdl. séculos, contudo, nos dias atuais, há uma tendência de índios guaranis do Paraguai e do Brasil têm utilizado
Nomes populares: acapora, sabugo-negro, maior uso de suas flores secas, usadas externamente as folhas como adoçante, principalmente para
sabugueirinho, sabugueiro-do-brasil, sabugueiro-do- em dermatoses, queimaduras leves como antisséptica, adoçar seu chá-mate muito consumido por esses
rio grande cicatrizante e antiinflamatória. As flores e frutos são povos. As propriedades adoçantes de suas folhas são
Família: Adoxaceae (anteriormente Caprifoliaceae) usados popularmente nos resfriados; a casca, para devidas à presença de glicosídeos e principalmente
artrite reumatóide, como diurética, é recomendada esteviosídio, que tem um poder adoçante maior que
Nativa do sul da América do Sul, incluindo na forma de chá como estimulante da sudorese. As a sacarose. Adoçante de estévia é usado em quase
o Brasil, principalmente Sul e Sudeste. Arbusto folhas contêm um glicosídeo cianogênico tóxico, não todo o mundo e para produtos dietéticos. Esta planta
grande de 3 a 4 metros de altura, de copa irregular devendo ser utilizadas oralmente. é considerada popularmente como hipoglicemiante,
e ramificada, com tronco tortuoso e casca fissurada, hipotensora, diurética e cardiotônica.
folhas compostas que exalam odor desagradável 4. Estévia - Stevia rebaudiana (Bertoni) Bertoni
quando amassadas. Flores pequenas, de cor branca, Nomes populares: azuca-caá, caá-hé-e, caá-jhe-hê,
odoríferas, reunidas em inflorescências terminais. caá-yupi, capim-doce, eira-caá, erva-adocicada, erva-
Os frutos são drupas globosas, de cor roxo-escura doce, folha-doce, planta-doce, stévia.
quando maduros, contendo de 3 a 5 sementes. Família: Asteraceae (Compositae)
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#07
FATORES QUE
INFLUENCIAM A
PRODUÇÃO de
princípios ativos
7.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A ácidos e pobres em fertilidade. Muitas espécies pro- exigências relacionadas ao clima e ao solo pode resul-
PRODUÇÃO DOS PRINCÍPIOS ATIVOS. duzem substâncias ativas quando submetidas a con- tar na produção de plantas bem desenvolvidas, mas
HORTA MEDICINAL: ESCOLHA DO LO- dições de estresse, com uma reduzida disponibilidade sem o teor do princípio ativo desejado.
CAL; PREPARO, CORREÇÃO E ADUBAÇÃO de nutrientes no solo, mas que não é regra geral, pois o
DO SOLO; TRATOS CULTURAIS. princípio ativo está associado ao metabolismo secun- Dentre os fatores importantes que influenciam
Ms. Adão Luiz Castanheiro Martins dário da planta, que reflete as adaptações da planta às a produção de biomassa e de princípios ativos das
Prof. Dr. Marcos Roberto Furlan condições adversas ou mecanismos de defesa. plantas medicinais, podemos destacar:

A – Fatores que afetam a produção de biomassa e O conhecimento do local de origem das plantas »» Luz: desempenha um papel fundamental na
dos princípios ativos (metabólitos secundários) pode fornecer informações importantes para um cul- vida das plantas, influenciando na fotossíntese e em
tivo bem-sucedido. A maioria das plantas medicinais outros fenômenos fisiológicos como crescimento,
Metabolismo é o conjunto de reações quími- cultivadas é exótica, domesticada em seus ecossiste- desenvolvimento e forma das plantas. As plantas
cas que ocorrem continuamente em cada célula e mas naturais, e apresenta características de plantas he- também respondem às modificações na proporção
os compostos químicos formados, degradados ou liófitas como as pioneiras, que necessitam de bastante de luz e escuridão dentro de um ciclo de 24 horas,
transformados são chamados de metabólitos. Essas luz para o seu crescimento. Pode-se citar nesse grupo comportamento chamado de fotoperiodismo. Em
reações visam, primariamente, ao aproveitamento o alecrim (Rosmarinus officinalis), a melissa (Melissa muitas espécies o fotoperíodo é o responsável pela
de nutrientes para satisfazer às exigências fundamen- officinalis) e o funcho (Foeniculum vulgare), originá- germinação das sementes, desenvolvimento da plan-
tais da célula, na produção de energia e substâncias rios do Mediterrâneo; a arruda (Ruta graveolens), a ta e formação de bulbos e flores.
essenciais à sua sobrevivência, e ocorrem através do camomila (Matricaria chamomilla), o dente-de-leão
metabolismo primário. (Taraxacum officinale), a mil-folhas (Achillea mille- De acordo com seu comportamento em relação
folium), a tanchagem (Plantago major) e o tomilho ao fotoperíodo, as plantas são classificadas em:
Vegetais, microrganismos e, em menor escala, (Thymus vulgaris), originários da Europa; o tanaceto
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animais são capazes de produzir, transformar e acu- ou artemísia (Tanacetum parthenium), originário da • plantas de dias curtos: florescem quando
mular inúmeras outras substâncias denominadas Ásia; a calêndula (Calendula officinalis), originária do recebem iluminação por um período inferior a um
metabólitos secundários. Embora não necessaria- Egito, e o capim-limão (Cymbopogon citratus), origi- determinado número de horas por dia. Esse limite é
mente essenciais para o organismo produtor, os me- nário da Índia (MARTINS et al., 1995; CORRÊA chamado fotoperíodo crítico;
tabólitos secundários garantem vantagens para sua JÚNIOR et al., 1994). Entre as espécies nativas, po-
sobrevivência e para a perpetuação de sua espécie em dem ser citados os guacos (Mikania spp.), as embaú- • plantas de dias longos: florescem ou o fazem mais
seu ecossistema como, por exemplo, na defesa contra bas (Cecropia spp.), os maracujás (Passiflora spp.), as rapidamente quando recebem iluminação por um
herbívoros e microrganismos, na proteção contra os carquejas (Baccharis spp.), a pata-de-vaca (Bauhinia período superior a certo número de horas por dia;
raios UV, na atração de polinizadores ou animais dis- forficata), as espinheiras-santas (Maytenus spp.), erva-
persores de sementes e em alelopatias, e por isso são baleeira (Cordia curassavica), marcela (A. satureioi- • plantas indiferentes: florescem sem nenhuma
produzidos em estágios particulares de crescimento des), ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla), entre outras. relação com o período de iluminação recebida.
e desenvolvimento, ou em períodos de estresse cau-
sados por limitações nutricionais ou ataque micro- Os teores de princípio ativo não são estáveis na A hortelã-pimenta (Mentha x piperita) é uma
biológico. Nas plantas medicinais, os metabólitos planta, nem se distribuem de maneira homogênea planta de dias longos com fotoperíodo crítico entre
secundários são chamados de princípios ativos. por suas partes, e estão sempre concentrados em de- 12 e 14 horas, encontrando tais condições no sul do
terminadas partes da planta: raiz, rizoma, folha, cau- Brasil, no verão.
Nem sempre as condições ideais para o desenvol- le, semente ou flor, variando o teor de acordo com a
vimento da planta são as mais adequadas para a produ- época do ano, o solo e o clima do local onde a planta A capacidade de germinação das sementes tam-
ção de princípios ativos de interesse. As condições de está, fator também chamado de agroclimático. Por bém pode estar associada à iluminação. São cha-
cultivo das plantas medicinais devem-se assemelhar isso é importante cultivar plantas nativas ou adap- madas de fotoblásticas positivas as plantas cujas
àquelas de seu local de origem, como é o caso da mar- tadas à região, pois, desta forma, mexe-se o mínimo sementes necessitam de luz para germinar e de fo-
cela (Achyrocline satureioides), que ocorre em solos possível com seu metabolismo. A não observação das toblásticas negativas aquelas que não necessitam

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de luz. Como exemplos do primeiro caso temos a princípios ativos seja maior. Porém, alguns estudos majorana), melissa (M. officinalis), camomila (M.
camomila (M. chamomilla), a erva-de-santa-maria mostraram que nem sempre isto é verdadeiro, e chamomilla) e sálvia (Salvia officinalis), é originária
(Chenopodium ambrosioides) e a tanchagem (Plan- algumas pesquisas revelaram que a água reduz o de latitudes entre 40 e 60 graus. Maiores teores,
tago tomentosa), que não germinam quando enter- teor de alcalóides produzidos em algumas espécies. principalmente de óleos essenciais, são produzidos
radas. Este comportamento determina o modo ade- Com relação aos óleos essenciais, parece ocorrer o nestas latitudes, que não se encontram no Brasil,
quado de plantio destas espécies, que não devem contrário, pois, de maneira geral, observa-se um por isso muitas das plantas aromáticas não são de
ser cobertas com terra. aumento na sua concentração em menor teor de boa qualidade no país. Plantas de origem tropical ou
água, como ocorre no capim-limão (C. citratus). Por subtropical recebem pouca ou nenhuma influência
Em geral, as plantas de dias curtos são as de origem outro lado, plantas irrigadas podem compensar o da latitude.
tropical e as de dias longos são oriundas das regiões menor teor de princípios ativos com maior produção
temperadas, o que explica possivelmente o fato de de biomassa, o que resultará em maior rendimento »» Solo: o tipo de solo pode influenciar a produção
muitas plantas européias não florescerem no Brasil. final de princípio ativo por área. da biomassa e dos princípios ativos. Geralmente,
a origem da planta medicinal pode servir como
»» Temperatura: exerce grande influência no cresci- »» Altitude: os efeitos da altitude estão relacionados indício de solo para o qual ela está mais adaptada, de
mento e desenvolvimento da planta. Para cada cultu- com a temperatura – à medida que aumenta a modo que possa servir de subsídio para indicação de
ra há temperaturas mínima e máxima e uma faixa de altitude, a temperatura diminui em cerca de um grau locais mais propícios. Mesmo sem realizar a análise
temperatura ótima para o desenvolvimento, afetando a cada 200 metros e aumenta a intensidade luminosa de solo, imprescindível para produção comercial, é
a produção de biomassa ou a produção de flores. (insolação), interferindo no desenvolvimento das possível fornecer algumas dicas:
Com relação à exigência em temperatura, pode-se plantas e na produção de princípios ativos. O dente-
dividir as plantas medicinais em dois grupos: de-leão (T. officinale), cultivado em baixas altitudes, • espécies em que se objetiva a extração de raízes ou
desenvolve uma planta normal, com folhas grandes, rizomas, bardana (A. lappa), gengibre (Zingiber offi-
• temperaturas mais amenas: camomila (M. inflorescência com haste comprida e raízes curtas. cinale), açafrão-da-terra ou cúrcuma (C. longa), ze-
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chamomilla), marcela (A. satureioides), calêndula Quando cultivado em altitudes maiores, suas folhas doária (Curcuma zedoaria) e yacon (Smallanthus son-
(C. officinalis), guacos (Mikania spp.), capuchinha são pequenas, as hastes das inflorescências são curtas chifolius), por exemplo, devem ser plantadas em solos
(Tropaeolum majus), estévia (Stevia rebaudiana), e as raízes, bastante compridas. Plantas produtoras mais soltos, isto é, mais arenosos e menos argilosos;
dedaleira (Digitalis purpurea), bardana (Arctium de alcalóides, em baixas altitudes, apresentam
lappa), dente-de-leão (T. officinale), confrei maior teor de princípios ativos, possivelmente • espécies que produzem muita massa foliar
(Symphytum officinale), espinheiras-santas (Maytenus devido à maior atividade metabólica em virtude das preferem solos ricos em matéria orgânica, como
spp.), por exemplo; temperaturas maiores. hortelãs (Mentha spp.), poejo (Mentha pulegium),
confrei (S. officinale), melissa (M. officinalis) e
• temperaturas mais altas: erva-baleeira (C. »» Latitude: é a distância que determinada região marcela (A. satureioides);
curassavica), açafrão-da-terra (Curcuma longa), capim- se encontra da linha do Equador. Teoricamente,
limão (C. citratus), boldo-do-chile (Peumus boldus), plantas cultivadas em latitudes equivalentes, norte • solos mais escuros, os mais argilosos, são
arruda (R. graveolens), babosas (Aloe spp.), guaraná e sul, tenderiam a ter o mesmo comportamento geralmente mais férteis, retêm mais água, são
(Paullinia cupana), jurubeba (Solanum paniculatum), em relação ao desenvolvimento, época de floração menos ácidos mas são mais propícios ao ataque
juá (Ziziphus joazeiro), pimentas (Capsicum spp.), e teor de princípios ativos. Alguns estudos de doenças. Por isso, se não puder evitar, deve-se
jaborandis (Pilocarpus spp.), maracujás (Passiflora spp.), demonstraram que plantas cultivadas em latitude ter muito cuidado ao plantar, neste tipo de solo,
funcho (F. vulgare), coentro (Coriandrum sativum), sul eram mais ricas em alcalóides que as cultivadas espécies muito atacadas por doenças, como a
boldo-da-terra (Plectranthus barbatus), boldo-baiano em latitude norte equivalente. Tais diferenças estão melissa (M. officinalis), mil-folhas (A. millefolium) e
(Vernonanthura condensata), entre outras. relacionadas, entre outros, com a inclinação da tomilho (T. vulgaris);
Terra e a influência das correntes marítimas sobre
»» Umidade: como a água é um elemento essencial a temperatura. A maioria das plantas aromáticas, • apenas poucas espécies preferem solos
para a vida e o metabolismo das plantas, supõe- como o alecrim (R. officinalis), tomilho (T. vulgaris), encharcados, como o chapéu-de-couro (Echinodorus
se que em ambientes úmidos a produção de capim-limão (C. citratus), manjerona (Origanum grandiflorus).

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B – IMPLANTAÇÃO DA HORTA MEDICINAL umidade (madeira e lata deterioram com o tempo). (Mentha spp.), poejo (M. pulegium) e melissa (M.
Vasos de barro ou cerâmica são porosos, permitem officinale).
»» Escolha do local trocas gasosas, mas ressecam mais rapidamente e
são mais pesados; vasos de plástico são mais leves e »» Preparo do solo e formação dos canteiros
Qualquer local em que incidam, pelo menos, duráveis e conservam melhor a umidade;
cinco horas de sol, que seja bem drenado e O preparo do solo se resume na limpeza do
protegido de ventos frios e fortes, pode ser • drenagem: todos os recipientes devem ter furos terreno, retirada de pedras e entulhos, mato e tocos,
utilizado para a instalação de uma horta medicinal. e uma camada de drenagem composta de pedra e no revolvimento do solo a uma profundidade de 20
Preferencialmente, deve-se escolher terrenos mais britada, argila expandida ou cacos de cerâmica a 25 cm, que pode ser manual, com uso de enxada
planos, próximos de fonte de água de boa qualidade (vasos quebrados, telhas), cobertos por uma e enxadão, ou mecanizado, com uso de tratores com
para a irrigação e, se possível, evitar os solos de camada de areia ou manta geotêxtil (tipo “bidim”) arados e grades. Em solos ácidos, durante o preparo,
textura muito argilosa, pois são difíceis de trabalhar. para o escoamento do excesso de água; pode-se aproveitar para aplicar e incorporar calcário,
operação denominada de calagem.
Recipientes como jardineiras, vasos, caixas de • para preenchimento dos recipientes usa-se
madeira, latas de 18 litros, sacos ou caixas de leite normalmente um substrato, que é uma mistura A maioria das plantas medicinais não tolera
também podem ser utilizados para o cultivo de de materiais, que pode ou não conter terra na solos ácidos, preferindo aqueles com pH entre
plantas medicinais. Nesse caso, deve-se atentar para composição. 6,0 e 6,5. A acidez do solo retarda o crescimento
os seguintes cuidados: das plantas, diminuindo a produção de óleos
Existem no mercado diversos substratos essenciais.
• tamanho do recipiente: características como comerciais prontos para serem utilizados ou pode-
porte da planta, hábito de crescimento e tipo de raiz é se optar por preparar o próprio substrato, variando Em pequenas áreas, todas as operações são
que vão definir o tamanho (diâmetro, profundidade) a composição de acordo com a planta que se quer feitas manualmente, com auxílio das seguintes
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e o formato do recipiente mais adequado; cultivar: ferramentas e respectivas funções:

• mínimo de 20 cm de profundidade para plantas • plantas que preferem solo mais úmido: substrato • enxada: capina, abertura de covas para plantio,
que não ultrapassem 50 cm de altura. Ex.: hortelãs composto de duas partes de terra argilosa, uma mistura de adubos e formação dos canteiros;
(Mentha spp.), poejo (M. pulegium), melissa (M. parte de húmus e uma parte de areia (2:1:1);
officinalis), mil-folhas (A. millefolium) e cânfora-de- • enxadão: cavar e revolver o solo;
jardim (Artemisia camphorata); • plantas que preferem solo mais seco: uma parte
de terra argilosa, uma parte de húmus e duas partes • rastelo ou ancinho: recolher o mato cortado,
• mínimo de 30 cm de profundidade para plantas de areia (1:1:2); destorroar o solo, limpar e nivelar o canteiro;
com raízes mais profundas e portes maiores.
Ex.: manjericão (Ocimum basilicum), sálvia (S. • plantas que preferem solos ricos em matéria • sacho: revolver o solo e capinar entre as plantas,
officinalis), alecrim (R. officinalis), boldo-da-terra (P. orgânica: uma parte de terra argilosa e duas partes abrir covas e sulcos nos canteiros para semeadura;
barbatus) e alfavaca-cheiro-de-anis (Ocimum selloi); de húmus (1:2);
• colheres de transplante (estreita e larga): retirada
• para plantas com hábito de crescimento mais • para plantas em geral: uma parte de terra comum, de mudas da sementeira e abertura das covas para
rasteiro deve-se dar preferência para recipientes uma parte de húmus (composto, esterco curtido) e os transplantes das mudas;
com maior diâmetro e menor profundidade, como uma parte de areia (1:1:1).
bacias, tinas, entre outros. Ex.: hortelãs (Mentha • regador ou mangueira com esguicho para
spp.), poejo (M. pulegium) e melissa (M. officinalis); Esses recipientes devem ficar em lugar com irrigação das plantas;
sol (mínimo de 4 a 5 horas diárias), protegidos de
• tipo de material do recipiente: de preferência ventos frios e fortes. Em locais onde a iluminação é • carrinho de mão: transporte de insumos, terra,
utilizar recipientes de materiais resistentes à deficiente, pode-se plantar espécies como hortelãs composto orgânico;

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• pulverizador manual de 1 a 5 litros: aplicar caldas • Físico: aeração, porosidade, presença ou ausência cial tanto para a produção de alcalóides quanto para
preparadas para controle de pragas e doenças; de camadas de impedimento, drenagem, capacidade de proteínas e que depende da acidez do solo para ser
retenção de água e nutrientes, bioestrutura; utilizado pela planta.
• plantador (pedaço de cabo de vassoura com 20 a
25 cm, com uma das pontas afinada): fazer pequenas • Biológico: flora e fauna benéficas do solo como Além da alta concentração de alumínio, que pode
covas para o plantio de mudas nos canteiros; fungos, bactérias, protozoários, insetos e minhocas, provocar efeitos tóxicos nas plantas, os solos ácidos ge-
que fazem a transformação da matéria orgânica em hú- ralmente contêm baixos teores de cálcio e de magnésio
• estacas de madeira, barbante: para demarcar os mus, liberando os nutrientes lentamente às plantas; os trocáveis, que são nutrientes de grande importância
canteiros. microrganismos também secretam várias substâncias para o desenvolvimento radicular.
– vitaminas, enzimas, antibióticos –, que favorecem o
Uma vez preparado o solo, segue-se a constru- desenvolvimento das plantas e auxiliam no controle de O calcário deve ser aplicado de forma moderada,
ção dos canteiros de sementeiras e de produção, que organismos nocivos. recomendando-se, para a maioria das espécies medi-
devem ter as seguintes dimensões: largura de 0,80 a cinais, pH na faixa de 6,0 a 6,5, e mantendo-se as re-
1,20 m; altura de 20 a 25 cm e comprimento variá- Para obtenção de solo com essas condições são lações equilibradas entre cálcio, magnésio e potássio,
vel de acordo com o terreno, porém, não devendo utilizadas diversas técnicas: incorporação freqüente objetivando obter boa produtividade e maior resistên-
exceder 10 m em áreas pequenas. Os canteiros po- de matéria orgânica, com fontes variadas (compostos, cia da planta e dos frutos. No cultivo orgânico, deve-
dem ser demarcados com a utilização de estacas e estercos, tortas, biofertilizantes, bokashi, por exemplo); se aplicar no máximo 200 g/m2, sendo a correção da
barbante e a distância entre eles deve ser de 30 a 40 incorporação de restos de culturas (palhas, bagaços, fo- acidez complementada pelas adubações orgânicas
cm. Se o terreno for inclinado, os canteiros devem lhas e outros); adubações verdes com uso de legumino- subseqüentes. Algumas plantas medicinais não tole-
ser construídos em nível, nunca “morro abaixo”. As sas (biomassa e acréscimo de N – fixação por meio da ram solos ácidos: bálsamo (Sedum sp.), calêndula (C.
sementeiras podem ser feitas tanto em canteiros associação com bactérias do gênero Rhizobium) e com officinalis), poejo (M. pulegium), mil-folhas (A. mille-
como em recipientes. gramíneas (biomassa); utilização de plantas com raízes folium), sálvia (S. officinalis), hortelãs (Mentha spp.),
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profundas (romper camadas adensadas e reciclar nu- funcho (F. vulgare), arruda (R. graveolens), alecrim (R.
»» Correção e adubação do solo na produção or- trientes – por exemplo, feijão-guandu); biodiversidade officinalis) e confrei (S. officinale) são exemplos. A aci-
gânica de plantas medicinais de cultivos; correção do solo com materiais pouco solú- dez retarda o crescimento e provoca a diminuição dos
veis (calcários, pós e fosfatos de rocha); rotação e con- teores de óleos essenciais.
No sistema orgânico de produção, o solo é con- sorciação de cultivos; uso de práticas conservacionistas
siderado um organismo vivo e a meta principal é (cultivo mínimo, cultivo em faixas, plantio em nível e Na agricultura orgânica não são usadas – e nem
mantê-lo sadio para que as plantas nele cultivadas cobertura morta). aceitas – as fontes sintéticas solúveis, os chamados adu-
também cresçam saudáveis. Nesse sentido, a fertili- bos químicos, de nitrogênio, fósforo e potássio, como,
dade de um solo deve ser avaliada em três aspectos: O sistema orgânico preocupa-se, principalmente, por exemplo, sulfato de amônia, uréia, cloreto de potás-
com a correção da acidez e das deficiências de cálcio, sio, nitrato de potássio, salitre, supersimples, supertri-
• Químico: quantidades de nutrientes e de elemen- magnésio, fósforo e micronutrientes que podem ocor- plo, MAP e DAP.
tos tóxicos (alumínio e metais pesados), pH do solo rer no solo.
(ácido, neutro ou básico/alcalino). Os nutrientes se Excetuando-se a calagem, os adubos químicos de-
dividem em dois grupos: A maioria dos solos brasileiros apresenta acidez, vem ser evitados na produção de plantas medicinais,
causando dificuldades para a maioria dos vegetais, pois, embora promovam o aumento da biomassa, aca-
* macronutrientes: nitrogênio (N), fósforo principalmente os condimentos originários de regi- bam provocando redução nos teores de princípios ativos.
(P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) ões da Europa nas quais o solo é próximo do neutro
e enxofre (S); ou até alcalino. Apesar de o estresse normalmente O uso dos adubos solúveis geralmente promove
estimular o metabolismo secundário, a acidez do solo o aumento na produção da biomassa, como foi veri-
* micronutrientes: boro (B), cloro (Cl), co- impede que a planta produza substâncias, tanto para ficado por Pereira et al. (1996) em guaco (Mikania
bre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molib- o desenvolvimento do vegetal quanto para sua defesa glomerata) e por Brasil (1996) em jaborandi (Pilocar-
dênio (Mo) e zinco (Zn). contra o estresse. Exemplo disso é o nitrogênio, essen- pus microphyllus).

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Resultados interessantes foram obtidos por Mon- curtidos. Para acelerar a decomposição, deve-se revol- restantes. Operação feita nas plantas medicinais
tanari Júnior et al. (1993) trabalhando com a planta ver e irrigar o solo de duas a três vezes por semana. semeadas diretamente no local definitivo, em
beladona (Atropa belladonna), em que a fertilização canteiros, covas ou recipientes. Para algumas espécies,
química à base de N-P-K elevou a produção de bio- Uma adubação criteriosa baseia-se na análise prévia as mudas retiradas podem ser transplantadas (com 4
massa em mais do que o dobro, sem alterar significa- do solo, operação necessária em cultivos comerciais. a 6 folhas definitivas).
tivamente os teores de atropina (princípio ativo), in- Porém, em cultivos caseiros ou comunitários, pode-se
dicando, segundo os autores, que a adubação química utilizar as seguintes recomendações de adubação: • Controle do mato: eliminação de plantas
proporciona aumento de biomassa e mantém o teor concorrentes, principalmente nos estágios iniciais,
do princípio ativo. Resultados semelhantes foram • para canteiros: 2 a 4 litros/m2 de húmus de para evitar competição com água, luz e nutrientes,
obtidos por Borella et al. (2001) trabalhando com minhoca ou 5 litros/m2 de esterco de aves ou 15 a 20 feita com enxada ou sacho. Quando as plantas
carqueja (Baccharis trimera), não tendo sido encon- litros/m2 de esterco bovino bem curtido; estiveram bem desenvolvidas, o mato pode ser
trada diferença significativa nos teores de flavonóides, mantido e terá a função de proteção do solo
apesar do aumento da produção de biomassa com o • para covas menores (espécies arbustivas): 2 a (“cobertura viva”) e abrigo de predadores naturais.
aumento dos níveis de nitrogênio, fósforo e potássio. 3 litros de esterco bovino bem curtido + 200 g de Algumas plantas consideradas invasoras podem ser
farinha de osso ou termofosfato; aproveitadas para alimentação, como, por exemplo,
Os micronutrientes são considerados elementos carurus (Amaranthus spp.), beldroega (Portulaca
de grande importância pela agricultura orgânica, não • para covas maiores (espécies arbóreas): 15 litros oleracea), mentruz (Coronopus didymus) e serralha
somente pelo seu papel na nutrição, mas também na de esterco bovino bem curtido + 500 g de farinha de (Sonchus oleraceus), e para uso medicinal, como
defesa e resistência da planta, como, por exemplo: osso ou termofosfato. a erva-de-santa-maria (C. ambrosioides), quebra-
boro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e outros. pedras (Phyllanthus spp.), picão-preto (Bidens
Uma boa opção para quem deseja produzir or- pilosa), dente-de-leão (T. officinale), erva-de-bicho
A matéria orgânica constitui a principal fonte de ganicamente é a produção do próprio composto or- (Polygonum spp.), tanchagens (Plantago spp.),
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nutrientes (macro e micronutrientes) para as plantas gânico. Composto orgânico é a mistura de restos de mentrasto (Ageratum conyzoides) e maria-pretinha
neste processo, desde que isenta de contaminantes vegetais (talos, folhas, cascas, bagaços, por exemplo) (Solanum americanum).
químicos ou biológicos, e pode ser originada de: es- e animais (estercos, carcaças, vísceras, sangue, entre
terco de animais, cama de currais, biofertilizantes, outros), colocados em camadas alternadas sobre o • Podas e desbrotas: eliminação de brotos e ramos,
adubos verdes, tortas e farinhas vegetais, vinhaça, solo, ou em caixas (três partes de materiais secos, ri- com o objetivo de arejar e facilitar a penetração da
húmus de minhocas, restos de vegetais e de animais e cos em carbono, para uma parte de materiais úmidos, luz nos ramos internos da planta; aproveita-se para
compostos orgânicos. ricos em nitrogênio), para que haja a completa de- eliminar ramos secos e doentes.
composição da matéria orgânica antes da sua utiliza-
A adubação orgânica tem sido utilizada no cul- ção (processo denominado compostagem). Depois • Cobertura morta: cobertura do solo, que pode
tivo de plantas medicinais. Quando não há análise de pronto, utilizar de 2 a 3 kg por metro quadrado. ser feita com diferentes tipos de materiais: folhas e
de solo, recomenda-se de 3 a 5 kg/m2 de composto capins secos, aparas de grama, serragens, palha de
orgânico ou esterco de curral curtido (MARTINS »» Tratos culturais milho, cascas de arroz e amendoim, bagaço de cana,
et al., 1995). Cruz (1999) obteve para a hortelã- galhos triturados, etc. Funções: proteger o solo
comum (Mentha x villosa) produção máxima com 6 • Revolvimento ou escarificação do solo: contra chuva (controle de erosão) e sol forte (manter
kg/m2 de adubo orgânico. rompimento da crosta que se forma na superfície temperaturas mais amenas no solo), conservar
do solo, tanto no canteiro como no recipiente, com a umidade do solo, controlar o mato e fornecer
Os adubos orgânicos a serem aplicados devem es- sacho ou rastelinho de mão, com o objetivo de nutrientes após a decomposição dos materiais
tar bem curtidos, isto é, totalmente compostados. Por melhorar a infiltração de água. usados.
prevenção, deve-se incorporar os adubos (estercos,
por exemplo) com antecedência mínima de 20 a 30 • Desbaste: retirada do excesso de plantas menos • Adubação de cobertura: além dos adubos
dias ao plantio, para que dê tempo de se decomporem, desenvolvidas e doentes, no estágio de 4 a 5 folhas incorporados no preparo do solo do canteiro ou no
caso tenham sido aplicados frescos ou parcialmente definitivas, aumentando o espaçamento entre as preparo do substrato para os recipientes, podemos

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complementar com adubações em cobertura (ao • Irrigação: tanto o excesso como a falta de água feitas nas horas mais frescas do dia. Espécies arbóreas
redor das plantas – sempre dando uma distância em poderão trazer prejuízos ao cultivo das plantas podem receber água somente em longos períodos
relação ao pé da planta) – importante principalmente medicinais. A freqüência e a quantidade de água de estiagem. Para diminuir a evaporação da água
para as plantas medicinais de ciclo curto, que dependem das condições do solo, clima e estágio de do solo, deve-se fazer cobertura morta. Não se deve
possuem crescimento rápido e são colhidas em desenvolvimento das plantas. De maneira geral, após jogar água nas folhas sensíveis ao ataque de doenças
grandes quantidades, necessitando de rápidas e a semeadura e o transplante, enquanto as plantas para evitar a proliferação de fungos e bactérias (ex.:
sucessivas reposições. estão pequenas, são necessárias irrigações diárias, mil-folhas – A. millefolium).

foto:Acervo SVMA( Herman Perez)


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#08
PROPAGAÇÃO
DE PLANTAS
MEDICINAIS
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8.1 MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO DE Quadro 1. Medidas para aumentar a germinação
PLANTAS MEDICINAIS.
Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua a uma diminuição na eficiência
Juscelino Nobuo Shiraki de uso da terra e dificulta o con-
Prof. Dr. Marcos Roberto Furlan trole de plantas invasoras;
• necessitam de cuidados
A propagação é um conjunto de práticas destinadas especiais durante a germina-
à perpetuação das espécies de uma forma controlada. O ção como sombreamento, ir-
objetivo principal é de se aumentar o número de plan- rigação, etc., que demandam
tas, garantindo a manutenção das características agro- muita mão-de-obra (COR-
nômicas essenciais de cada espécie ou cultivar utilizado. RÊA JÚNIOR, 1994).

Os métodos de propagação podem ser de dois ti- Para a semeadura em semen-


pos: sexuada, baseada no uso de sementes, e assexuada, teiras é preciso escolher o recipien-
baseada no uso de estruturas vegetativas que inicial- Algumas dicas para semeadura: te, que pode ser uma caixa, vasos, bandejas ou tubetes.
mente não têm função reprodutiva. No caso de caixas ou vasos, colocar uma camada de pe-
• muitas sementes de plantas espontâneas só driscos no fundo para facilitar a drenagem. O solo deve
A. Sementes – A propagação por sementes é a mais germinam quando estão muito próximas da superfície ser fértil, colocando-se uma mistura de 1/3 de terra
viável economicamente para quem tem interesse em (não germinam no escuro); argilosa, 1/3 de terra arenosa e 1/3 de adubo orgânico.
produções maiores. No entanto, as plantas reproduzidas As sementes podem ser semeadas a lanço ou em linhas,
por sementes possuem as seguintes desvantagens: • de maneira geral, a profundidade de semeadura é cobertas ou não com terra, dependendo do tamanho e
cerca do dobro do diâmetro da semente; das características de cada espécie. Quando não for fei-
90
• muita variação entre as plantas originadas, o que ta a cobertura com terra, deve-se comprimir levemente
é prejudicial principalmente na colheita, devido à • sementes de frutos muito suculentos perdem as sementes para aumentar o contato delas com o solo,
desuniformidade das plantas; rapidamente a germinação; como é o caso de dente-de-leão (Taraxacum officinale),
mentrasto (Ageratum conyzoides) ou camomila (M.
• muitas espécies de alto valor econômico não • compre sementes de empresas tradicionais, como chamomilla). A profundidade da semente no solo deve
produzem sementes viáveis no Brasil; as importadoras de sementes, pois, para garantir a ser o dobro do tamanho da semente, pois uma semente
qualidade, elas armazenam as sementes em freezer; pequena não pode ficar muito no fundo do solo; frutos
• há poucas espécies com sementes comercializadas muito suculentos possuem sementes que perdem rapi-
nas lojas de produtos agropecuários; • compre sementes de saquinhos ou latas que não damente a germinação; e sementes de plantas espon-
foram abertos. tâneas germinam quando próximas da superfície, pois
• quase todas as sementes de espécies de interesse não se desenvolvem no escuro.
comercial são importadas; A semeadura pode ser feita diretamente no local de-
finitivo ou em sementeiras para posterior transplante. As
• muitas sementes possuem dormência, que é difícil sementeiras são utilizadas quando as sementes:
de ser quebrada, ou há espécies das quais não se tem
nenhuma informação sobre como obter ótimo nível • são muito pequenas e de difícil distribuição
de germinação (ver no quadro 1 algumas medidas homogênea no campo;
para aumentar a germinação).
• têm baixo poder de germinação, aumentando o risco
Entre os métodos utilizados para estímulo da de uma distribuição irregular de plantas na lavoura;
germinação ou quebra da dormência das sementes,
podem ser citados: • demoram muito tempo para germinar, o que leva

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As sementeiras devem ser mantidas úmidas, mas • não tirar muda de matriz que esteja em fase reprodu- genótipos selecionados, em curto período de tempo
deve-se ter o cuidado de não jogar água em excesso tiva (com flores, sementes ou frutos); (CORRÊA JÚNIOR et al., 1994).
para evitar o apodrecimento das sementes e das raízes
das mudas. • utilizar instrumentos para cortar e preparar o mate- Salienta-se que, após a seleção da cultivar de
rial que estejam desinfetados. maior interesse, a propagação vegetativa permite es-
As mudas estarão prontas para serem levadas ao tabelecer plantios uniformes, mantendo o valor agro-
plantio quando possuírem de quatro a oito folhas de- Após a coleta, as mudas deverão receber os seguintes nômico da cultivar.
finitivas. Nesse ponto, deve-se expor as mudas mais cuidados:
tempo ao sol e reduzir a irrigação para que resistam ao Tipos de propagação vegetativa:
transplante no local definitivo. • plantar as mudas em recipientes;
• Estaquia
A semeadura direta no campo é feita quando a es- • utilizar substrato contendo partes iguais de areia,
pécie não requer cuidados especiais em sementeiras. terra comum e húmus. Não exagerar principalmente Processo utilizando pedaços da planta, de 5
O solo deve ser bem preparado e a semeadura, feita a na quantidade de húmus; cm, como tomilho (Thymus vulgaris), melissa (M.
lanço ou em linhas. officinalis), cavalinhas (Equisetum spp.), manjerona
• irrigar diariamente; (Origanum majorana), alfazemas (Lavandula spp.),
Exemplo de mudas produzidas por sementes: ca- bálsamo (Sedum sp.) e cânfora-de-jardim (Artemisia
momila (M. chamomilla), bardana (Arctium lappa), • manter as mudas em local sombreado. camphorata) a no máximo 20 cm de comprimento
calêndula (C. officinalis), capuchinha (Tropaeolum ma- para boldo-baiano (Vernonanthura condensata),
jus), alcachofra (Cynara scolymus), sálvia (Salvia offici- Mesmo que a planta possa ser propagada sexual- urucum (Bixa orellana) e sabugueiros (Sambucus
nalis), melissa (M. officinalis), entre outras. mente, a propagação vegetativa tem inúmeras van- spp.), e de 0,5 a 2 centímetros de diâmetro. As estacas
tagens por ser uma técnica simples, rápida e barata, podem ser de ramos, folhas ou raízes. Normalmente
91
B. Propagação vegetativa: é a reprodução da planta além de produzir muitas mudas em espaço reduzido quanto mais alta a planta, as estacas de galho devem
através de partes da planta-mãe ou matriz. As partes com maior uniformidade do estande e manter as ser mais lenhosas e maiores. No entanto, há plantas
utilizadas podem ser: estacas de galhos, raízes, folhas características genéticas da planta doadora (HART- que enraízam melhor de estacas mais novas.
ou pedaços delas, ou até tecido meristemático, como MANN e KESTER, 1981).
no caso da micropropagação. Estacas de raiz são colhidas de raízes centrais
Considerando que o objetivo principal na produ- e deverão conter uma ou mais gemas (olhos
Possui as seguintes vantagens: ção de plantas medicinais é a obtenção de matéria- germinativos, como as mentas e a mil-folhas –
prima em quantidade e qualidade desejadas, deve-se Achillea millefolium). Podemos ainda utilizar pedaços
• o ciclo até a colheita é mais rápido; tentar diminuir a interferência dos fatores ambien- de rizomas – caules subterrâneos que possuem
tais, técnicos e da variabilidade química natural das gemas, como o gengibre (Zingiber officinale) e o
• produz indivíduos semelhantes à planta-mãe. espécies. açafrão-da-terra (Curcuma longa), ou bulbos (caule
transformado em reserva de alimento, geralmente
As melhores condições para retirar mudas da maioria A propagação vegetativa é uma importante ferra- subterrâneo) que brotam formando os bulbilhos ao
das espécies por este tipo de propagação são: menta no melhoramento de espécies lenhosas e her- redor, que podem ser retirados e utilizados para a
báceas e vem sendo amplamente utilizada, visando a multiplicação da planta-mãe.
• retirar as mudas no final do inverno ou início da melhorar e manter variedades de importância econô-
primavera; mica e medicinal (EHLERT et al., 2004). As estacas são cortadas com tesoura de poda,
na parte basal, em forma de bisel (inclinado), junto
• escolher um dia nublado para retirar as mudas; Entre os métodos de propagação vegetativa, a à gema e reto no ápice. São deixadas apenas um par
estaquia é, ainda, a técnica de maior viabilidade eco- ou um terço das folhas (corte as folhas existentes
• tirar mudas de matriz com ótima sanidade (sem do- nômica para o estabelecimento e plantio clonais, um pouco menos do que a metade delas) e, quando
enças ou ataque de pragas) e não muito nova ou velha; pois permite, a um custo menor, a multiplicação de houver, pode-se retirar os espinhos.

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• Mergulhia

Utilizada para plantas de difícil propagação e


com ramos flexíveis. Curva-se o ramo e enterra-se
Planta-se em canteiros ou sacos plásticos, com o meio dele, sem destacá-lo da planta-mãe. Após o
terra preparada, deixando de fora 1/3 da estaca e pegamento, faz-se a separação.
enterrando o restante.
92
Exemplos de espécies que se propagam por
estacas: sabugueiros (Sambucus spp.), guacos Para o capim-limão (C. citratus) e citronela
(Mikania spp.), boldo-peludo (Plectranthus barbatus) (Cymbopogon sp.), por exemplo, as mudas podem ser
e boldo-baiano (V. condensata), fáfia (Hebanthe armazenadas por 1 ou 2 dias antes de plantar, desde
paniculata), erva-cidreira (Lippia alba), alecrim (R. que não estejam em locais muito quentes e secos,
officinalis), sálvia (S. officinalis), orégano (Origanum pois podem brotar com menos vigor.
vulgare), entre outras.
• Alporquia
As estacas também podem ser de folhas como em
plantas do gênero Kalanchoe. Utilizada para espécies com caule mais lenhoso • Estolho
e de difícil propagação, como a jurubeba (Solanum
• Divisão de touceiras paniculatum), saia-branca (Brugmansia suaveolens) e É um caule rastejante que enraíza nos nós.
louro (Laurus nobilis). Devemos escolher um galho Arranca-se a planta-mãe e cortam-se os pedaços
A divisão de touceira consiste em retirar a planta sadio e fazer um anel neste ramo, retirando somente do caule com raiz, com mais ou menos 10 cm
toda e dela retirar partes contendo parte aérea e raiz, a casca, a uma distância de 20 cm da ponta do galho. de comprimento e, pelo menos, um nó em cada
que serão podadas, deixando respectivamente 5 a Ao redor do anel, de onde retiramos a casca, colocar pedaço. Em seguida, planta-se metade do seu
10 cm e 2 a 5 cm de comprimento. Como exemplo, esfagno úmido ou terra argilosa. Cobrir com um comprimento no solo, em local definitivo ou em
o capim-limão (Cymbopogon citratus) que, após ser plástico, amarrar a extremidade e quando notar a recipientes. Exemplos de plantas que se reproduzem
retirado do solo, é dividido em mudas, e destas são presença de raízes pelo plástico, cortar abaixo deste por estolões: hortelãs (Mentha spp.), poejo (Mentha
retiradas as partes secas e com sintomas de doenças e envoltório, destacando do restante da planta. Plantar pulegium), hera-terrestre (Hedera helix), centela-
podada a parte aérea e radicular. em local definitivo ou em recipientes. asiática (Centella asiatica) e melissa (M. officinalis).

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uma monocultura ou por um número reduzido de No Estado de São Paulo, a face voltada para o Nor-
espécies cultivadas. Conseqüentemente, provoca te é a ideal. Entretanto, algumas vezes, estas medidas
grande impacto e desequilíbrio ambiental, e um dos não são suficientes para impedir a ocorrência de pro-
resultados é o aumento acentuado da incidência de blemas fitossanitários, principalmente em função de
pragas e doenças. desequilíbrios temporários naturais que acarretam es-
tresse, do uso de cultivares suscetíveis e de fatores não
Na maioria das situações, os organismos que cau- controláveis que venham a determinar o aumento da
sam doenças ou se tornam pragas convivem em equi- incidência de pragas e de agentes de doenças.
líbrio com os organismos benéficos nos ecossistemas
pouco alterados, e só se tornam problemáticos quan- A restrição do vento por meio de cercas vivas ou
do há condições ecológicas específicas. E o equilíbrio quebra-ventos evita significativamente a dissemina-
biológico será quebrado se ocorrer alteração ou sim- ção de fungos ou reduz a quebra de ramos e galhos,
plificação significativa do ecossistema (BORGES e injúrias que facilitariam a penetração dos patógenos.
BETTIOL, 2008).
O uso de defensivos alternativos, que tanto po-
• Mudas ou brotos laterais A eliminação da flora e da fauna originais é cau- dem ser preparados na propriedade ou adquiridos
sada por um manejo do solo que conduz à sua degra- no comércio, é indicado por serem obtidos a partir
Algumas plantas formam mudas na base da dação física, química e biológica, pela artificialização de substâncias não prejudiciais à saúde humana e ao
planta, que podem ser destacadas e utilizadas para excessiva do processo produtivo agrícola, pelo empre- meio ambiente. Suas características principais são:
plantio, originando uma nova planta. Exemplo: go inadequado da mecanização e produtos químicos, disponibilidade na produção, baixa ou pequena to-
babosas (Aloe spp.). como agrotóxicos, fertilizantes altamente solúveis, xicidade ao homem e aos demais seres vivos, efici-
entre outras causas (BORGES e BETTIOL, 2008). ência no combate e não favorecimento à ocorrência
93
de formas de resistência desses fitoparasitas. Como
Para minimizar os problemas que ocorrem, ini- exemplos podem ser citados: biofertilizantes líqui-
cialmente devemos usar ferramentas que visem ao dos, caldas sulfocálcica, viçosa e bordalesa, extratos
equilíbrio de cada ambiente como, por exemplo, de determinadas plantas e agentes de biocontrole.
manter áreas de matas, aumentar a diversidade de
espécies vegetais e isolar áreas vizinhas que adotam Para plantas medicinais recomenda-se o controle
manejo convencional. Todos esses exemplos resul- das pragas através do manejo, inicialmente priorizan-
tam no aumento do número de inimigos naturais. do algumas medidas culturais e depois com uso, por
exemplo, de extratos naturais ou caldas compostas
Como essas medidas não são suficientes, outras por produtos naturais.
devem ser aplicadas, como escolher o local adequa-
do, usar extratos naturais, implantar quebra-ventos Mas com relação ao controle de pragas em plan-
e usar irrigação controlada, além da adubação orgâ- tas medicinais é importante observar que algumas
nica equilibrada. estimulam a produção dos princípios ativos, como
acontece com besouros que são combatidos pelas
8.2 PRAGAS E DOENÇAS EM PLANTAS
Exemplificando, dependendo da região, algumas plantas através de alcalóides. A não ocorrência pode
MEDICINAIS
faces de morro não são apropriadas tendo em vista desestimular a produção da substância pela planta.
Prof. Dr. Marcos Roberto Furlan
a falta de insolação adequada e a presença de ventos
Mário do Nascimento Junior
frios. Normalmente, em áreas com acentuado declive Uma das caldas mais utilizadas na produção or-
Infelizmente, a agricultura moderna, quando e voltadas para o Oeste, a falta do sol da manhã au- gânica é a calda viçosa, que é uma variação da calda
simplifica o agroecossistema em vastas áreas, menta as condições propícias para a disseminação de bordalesa, diferenciando desta por ter mais micronu-
substitui, geralmente, a diversidade natural por fungos e bactérias. trientes em sua composição.

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Além de controlar fungos, ela também melhora o Dentre os vários microorganismos causadores de várias partes das plantas, inclusive nas raízes,
estado nutricional da planta e, conseqüentemente, au- doenças em plantas medicinais destacamos aquelas dependendo das espécies. Algumas se alimentam
menta a produção. causadas por fungos, bactérias e vírus. de folhas e flores, tais como as vaquinhas. Outras se
desenvolvem no interior das folhas e são conhecidas
A calda viçosa é uma mistura de pós solúveis, con- Pragas como minadores. Também existem espécies que
tendo sulfato de cobre, cal hidratada, sulfato de zinco, abrem galerias no interior de caules e ramos e são
sulfato de magnésio e boro. 1) Pulgões – São insetos sugadores pequenos, de conhecidas como brocas.
aproximadamente 3 a 5 mm, ápteros ou alados, de co-
Para que a produção seja considerada orgânica, loração variável, que atacam as plantas, principalmen- 5) Ácaros – São pequenos aracnídeos de coloração
devem ser utilizadas medidas como as citadas a se- te em brotações e folhas novas. Os pulgões roubam a variada (entre 0,1 e 0,5mm, aproximadamente) que
guir, que também auxiliam na redução da incidência seiva da planta, tornando-a enfraquecida, com atrofia- atacam várias partes da planta, sugando a seiva. Os
de pragas. mento das folhas e brotos. sintomas de ataque são variáveis, podendo ocorrer
redução no crescimento da planta, manchas em
• diversificar os sistemas produtivos, evitando a mo- Podem provocar vários sintomas, tais como: ama- folhas e frutos e até a presença de teia.
nocultura; relecimento das folhas, enrolamento, queda na pro-
dução de flores e frutos, podendo até levar à morte da 6) Lesmas e caracóis – São moluscos que
• realizar o manejo orgânico de solo e a nutrição
planta. Além disso, o líquido açucarado expelido por atacam as plantas, principalmente nas folhas. Além
vegetal;
eles favorece o aparecimento de formigas doceiras que de causarem danos aos vegetais, podem transmitir
• escolher apenas espécies, variedades ou cultivares se alimentam desse líquido, bem como o desenvolvi- doenças ao homem.
indicados para as condições edafoclimáticas da pro- mento de um fungo negro que recobre principalmente
priedade agrícola; as folhas, dificultando a fotossíntese e a respiração. Os 7) Formigas – O controle de formigas é
• usar rotação e consorciação de culturas; pulgões podem ser vetores de vírus em plantas. complicado, principalmente quando se refere às
94
saúvas, pois elas possuem diferenças quanto à
• cultivar em faixa ou bordadura; 2) Cochonilhas – São pequenos insetos sugado- alimentação e aos hábitos, o que faz com que algum
• antecipar ou retardar épocas de plantio, cultivo e res, de aproximadamente 0,5 a 5 mm, cujo aspecto método seja eficaz para uma espécie e não para outra.
colheita; varia de acordo com a espécie. Assim, algumas apre- Entre as plantas que podem resultar na diminuição da
sentam o corpo sem revestimento, outras são reco- incidência de saúvas, podem ser citadas batata-doce
• usar controle biológico em geral; bertas por escamas, cera, etc. Há espécies que podem (Ipomoea batatas), mamona (Ricinus communis) e
• empregar armadilhas luminosas, barreiras e armadi- locomover-se durante toda a vida e outras não. Atacam gergelim (Sesamum indicum).
lhas mecânicas, coleta manual, adesivos, embalagem da várias partes das plantas, inclusive as raízes. As cocho-
produção a campo, uso de calor, frio, som e ultra-som; nilhas sugam a seiva das plantas, causando-lhes o en- O gergelim (S. indicum) pode ser plantado nas
fraquecimento e até a morte. proximidades do local a ser protegido. As saúvas irão
• plantar quebra-ventos, cercas vivas, plantas repelen- carregar preferencialmente as folhas de gergelim para
tes, plantas companheiras; 3) Lagartas – São as formas jovens de borboletas o formigueiro e essas folhas desenvolvem um fungo
• manejar ou erradicar plantas-vetores de e mariposas. Mastigadoras, podem causar danos em que é tóxico para as formigas. Sementes de gergelim
fitopredadores. raízes e na região do colo, ramos, folhas, flores e frutos. colocadas nas proximidades dos formigueiros
Muitas lagartas possuem pêlos com substâncias urti- também são carregadas e surtem bom efeito.
8.2.1. Principais organismos envolvidos em pragas e cantes e são conhecidas como taturanas: dependendo
doenças da espécie, podem causar graves problemas de saúde Outro modo de evitar que as formigas cortem a
nas pessoas quando em contato. muda é colocar uma barreira que elas não consigam
As principais pragas que atacam as plantas medi- ultrapassar na parte inferior do caule da planta. Essa
cinais são os insetos (com especial destaque para os 4) Besouros – São insetos mastigadores, cujo barreira pode ser uma “saia” de plástico, que se faz com
pulgões, cochonilhas, lagartas e os besouros), ácaros, tamanho, forma e cores variam. Tanto os adultos um pedaço de plástico flexível preso ao caule, em forma
lesmas e caracóis. como as formas jovens podem causar danos em de funil com a boca voltada para baixo; para prender

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a “saia” no caule, juntam-se com grampeador as duas • evitar locais úmidos para o cultivo; Modo de preparo: amassar as cabeças de alho e
extremidades do plástico. É preciso cuidado para que a misturá-las em parafina líquida. Diluir este preparado
parte inferior da “saia” não encoste no solo ou no caule • desinfecção das mãos e das ferramentas; em 10 litros de água, adicionando o sabão. Pulverizar
da muda, formando uma “ponte” para as formigas. logo em seguida.
• limpeza das plantas; Indicações: repelente de insetos, bactérias, fungos,
Doenças nematóides, inibidor de digestão de insetos.
• uso de material propagativo sadio e variedades
Fungos – Constituem um grupo numeroso e resistentes; 2 – Café (Coffea arabica)
bastante variável de organismos que podem causar Pó de café.
vários sintomas numa planta, como murchas, manchas • plantar na época certa; Modo de preparo: utilizar o café na dosagem de 2%
foliares, podridões, etc. Poucas são as doenças ou na dosagem de 0,1%.
identificadas nas plantas medicinais, mas podemos • eliminação de plantas vivas doentes; Indicações: repelente de lesmas e caracóis (0,1%) e
citar manchas causadas por fungos: ferrugem controle (2%).
(manchas na parte inferior das folhas, que variam de • poda das partes atacadas;
coloração do pardo ao laranja-avermelhado), como, 3 – Camomila (Matricaria camomilla)
por exemplo, em malvão (Pelargonium sp.) e hortelãs • rotação de cultura (mudança do local de cultivo); 50 gramas de flores de camomila, 1 litro de água.
(Mentha spp.); míldio (manchas irregulares pardas na evitar monoculturas muito extensas, utilizar Modo de preparo: misturar 50 gramas de flores
parte superior das folhas e de uma película branca- consorciação; de camomila em 1 litro de água. Deixar de molho
acinzentada em sua face inferior), como, por exemplo, durante três dias, agitando a mesma quatro vezes
em sálvia (Salvia officinalis); manchas foliares • adubação adequada; ao dia. Após coar, aplicar a mistura três vezes a cada
em tomilho (Thymus vulgaris) e nos manjericões cinco dias.
(Ocimum spp.), entre outras. • utilização de plantas atrativas e repelentes, como, Indicações: doenças fúngicas.
95
por exemplo, catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare)
8.3 CONTROLE ALTERNATIVO DE para formigas, capuchinha (Tropaeolum majus) e 4 – Casca de cebola (Allium cepa)
PRAGAS EM PLANTAS MEDICINAIS. cravo-de-defunto (Tagetes erecta) para nematóides, Cascas de cebola, 2 litros de água.
Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua além do uso de armadilhas; Modo de preparo: encher um prato fundo com
Prof. Dr. Marcos Roberto Furlan cascas de cebola e depois adicionar 2 litros de água.
• catação e esmagamento; Deixar em repouso por 24 horas. Pulverizar nas
Existem muitos métodos de controle de pragas e plantas.
doenças. A escolha de um ou mais métodos envolve • utilização de produtos “alternativos”. Indicações: repelente de insetos.
o conhecimento do agente causal, da planta e dos
demais elementos que compõem o meio ambiente Mesmo num sistema orgânico de produção 5 – Cerveja com água açucarada
(por exemplo, solo, clima, outros organismos, etc.), de plantas medicinais, algumas pragas e doenças Cerveja, água e açúcar.
inclusive a influência recíproca que ocorre entre eles. persistem, sendo necessária a intervenção com Modo de preparo: colocar à noite, perto das
produtos alternativos para o controle da infestação, plantas atacadas, um prato raso com a mistura de
A seguir estão descritos alguns métodos que sem contaminar as plantas e o meio ambiente. No cerveja e água açucarada. Esta associação é bastante
podem ser utilizados (até mesmo conjuntamente) entanto, as pulverizações com produtos alternativos atrativa e na manhã seguinte as lesmas estarão dentro
para plantas medicinais, dependendo do caso: devem ser feitas até 20 dias antes da colheita. do prato, possibilitando o controle mecânico.
Indicações: atrativos para lesmas.
• seleção da área de cultivo, utilizando espécies Algumas receitas para o controle de pragas e doenças
resistentes e adaptadas ao local; 6 – Chuchu (Sechium edule)
1 – Alho (Allium sativum) Chuchu e sal.
• evitar a introdução de plantas com pragas e Usado há muito tempo como defensivo natural: 3 Modo de preparo: Colocar dentro de latas rasas,
doenças na área de cultivo; cabeças de alho, 1 colher grande de sabão picado. como as de azeite cortadas longitudinalmente ao

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meio, pedaços de chuchu e adicionar sal. Esta plantas, estopa ou saco de aniagem molhado com tocas, ninhos, carreadores e em locais onde as
mistura é bastante atrativa para lesmas e caracóis, água e um pouco de leite. Pela manhã, virar a formigas estão cortando. O produto introduzido
possibilitando o seu controle mecânico. estopa ou o saco utilizado e matar as lesmas que na alimentação das formigas começa a criar um
Indicações: atrativo de lesmas e caracóis. se reuniram embaixo. mofo preto que fermenta e as elimina por ser
Indicações: atrativo de lesmas. tóxico para elas.
7 – Gergelim (Sesamum indicum) Indicações: formigas saúvas.
Sementes de gergelim. 10 – Nim (Azadirachta indica)
Modo de usar: o uso de sementes de gergelim É considerada uma das espécies com maior 12 - Manipueira
como iscas, para ninhos pequenos de formigas, potencial no combate ecológico de pragas, e seu Mandioca crua.
na base de 30 a 50g ao redor do olheiro, que vão princípio ativo, a azadiractina não afeta o homem Modo de preparo: manipueira é o suco de
carregá-las para dentro e vão misturar com as e nem os animais domésticos. Dos quase 650 aspecto leitoso extraído por compressão da
folhas. Os fungos que crescem neste substrato insetos nocivos conhecidos no mundo, acredita- mandioca (Manihot esculenta) ralada.
morrem, e as formigas desaparecem. se que o nim tenha efeito sobre mais de 400 - Para o controle da saúva, utilizar 2 litros de
pragas. manipueira no formigueiro para cada olheiro,
Indicações: Saúvas Óleo emulsionável – 5 ml por litro de água repetindo a cada 5 dias.
Sementes secas – 30-40 g por litro de água - Em tratamento de canteiro contra pragas de solo,
8 – Leite – Receita A Folhas secas – 40-50g por litro de água regar o canteiro usando 4 litros de manipueira
1 litro de leite integral, 99 litros de água. por metro quadrado, 15 dias antes do plantio.
Modo de usar: misturar os dois componentes Indicações: inseticida, repelente, inibidor de - Para o controle de ácaros, pulgões e lagartas,
acima e aplicar a cada 10 dias sobre as culturas. ingestão. usar uma parte de manipueira e uma parte de
Indicações: vírus de mosaico e oídio. água, acrescentado 1% de açúcar ou farinha de
11 – Pão caseiro trigo. Aplicar em intervalos de 14 dias.
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9 – Leite – Receita B Pão caseiro, vinagre.
Estopa ou saco de aniagem, água, leite. Modo de usar: colocar pedaços pequenos de Indicações: formigas, pragas de solo, ácaros,
Modo de usar: distribuir no chão, ao redor das pão caseiro embebido em vinagre próximo às pulgões, lagartas.

foto: Acervo SVMA(Herman Perez)


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#09
HORTA MEDICINAL
COMUNITÁRIA e
Qualidade da água
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9.1 PLANEJAMENTO DA HORTA da agricultura urbana são princípios básicos para ocasionando a agregação de valor de produção das
MEDICINAL E COMUNITÁRIA. sua segurança e eficácia, garantindo a utilização de mudas de plantas medicinais pela adoção dessas
Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua plantas medicinais com valor conhecido. práticas agrícolas.

As plantas têm sido naturalmente usadas como A horta urbana pode ser feita em áreas particulares O cultivo é uma das etapas que mais poderá
medicamento pelo homem desde os primórdios (onde os produtores se comprometem com os interferir na produção e qualidade de um fitoterápico.
da civilização. Hoje em dia, as plantas medicinais proprietários a manter o local limpo) ou públicas
são utilizadas por grande parte da população como (normalmente realizada em terrenos abandonados O sucesso na implantação de uma horta medicinal
medicina alternativa para a cura e o tratamento de ou situados próximo de rodovias ou ferrovias, ou ocorrerá em função dos seguintes pontos:
moléstias, uma vez que elas representam um recurso ainda sob ou ao redor de linhas de transmissão de
mais barato em comparação com os remédios energia elétrica). Local para plantio:
alopáticos.
A instalação de uma horta comunitária vai • escolher o terreno com solo de melhor fertilidade;
Associada ao baixo custo dos fitoterápicos existe suprir a necessidade de comunidades urbanas de
a crença de que, por se tratar de um meio natural, periferia ou isoladas (rurais ou não) com plantas • próximo de fonte de água potável (é preciso
essas plantas estejam livres de efeitos colaterais, medicinais indicadas por fitoterapeutas, em garantir água na época seca do ano);
o que faz com que a maioria das pessoas associe quantidades adequadas, com plantas cientificamente
equivocadamente as ervas medicinais a resultados validadas e priorizando espécies indicadas para o • distante de estrada principal (evitar poeira e
perfeitos. Por isso, além de conhecer os benefícios tratamento de sintomas e doenças mais comuns contaminação com descargas de veículos);
que as plantas medicinais podem proporcionar, na comunidade. Uma experiência muito bem-
é importante investigar também seus possíveis sucedida, onde substituíram-se as práticas caseiras • distante de esgotos, fossas e chiqueiros;
efeitos colaterais, já que a medicina alternativa empíricas adotadas pelo povo pelo emprego de
100
significa o resgate da cultura e uma fonte natural de plantas selecionadas com base em informações • com boa insolação, principalmente pela manhã,
medicamentos para a população de menor renda. científicas, é o Projeto Farmácias Vivas, um com sol direto por pelo menos 5 horas diárias;
programa de assistência social farmacêutica da
O conhecimento do uso das plantas medicinais Universidade Federal do Ceará, criado e coordenado • protegido de ventos fortes e frios (utilizar
vem sendo repassado de geração para geração, pelo farmacêutico Prof. Dr. Francisco José de sabugueiros -Sambucus spp., boldo-peludo
entre familiares e vizinhos, normalmente por meio Abreu Matos. Nesse projeto, a seleção das plantas é Plectranthus barbatus ou romãzeira - Punica granatum
da oralidade, sem registro escrito. Essa forma de feita constantemente, com a coleta e identificação como quebra-vento);
comunicação tem possibilitado a permanência de taxonômica, domesticação e produção de material
sua utilização e credibilidade, mas também colabora num horto, com distribuição para outras “Farmácias • locais que não estejam degradados pelo uso
com o esquecimento do uso de muitas ervas, bem Vivas”, com o auxílio de profissionais das áreas intensivo de máquinas e agroquímicos;
como para algumas indicações contraditórias do agronômica e farmacêutica.
valor terapêutico e muita confusão de espécies e • em local sem inundação (terreno bem drenado);
nomes populares (COELHO SILVA, 1989). Considerando o baixo custo de produção e os
rendimentos por área relativamente elevados, o • protegido contra a entrada de animais;
A horta medicinal comunitária é um recurso cultivo de plantas medicinais pode constituir-se
importante para a saúde e sustentabilidade do como fonte de renda para unidades de agricultura • terreno com face norte (mais luz e calor);
meio ambiente urbano. Ela representa um local familiar, por ser uma atividade pouco mecanizada
onde se consegue manter a diversidade de plantas, e geradora de oportunidades de trabalho que • local de produção próximo ao da secagem.
constituindo um banco vivo de espécies a que a podem ser planejadas e distribuídas ao longo do
comunidade pode ter acesso. A complementação do ano. O uso de sistemas de produção sustentáveis Espécies a serem cultivadas:
conhecimento popular e científico sobre o uso de permite sempre minimizar os danos ao ecossistema
plantas medicinais e sua produção orgânica através existente e mantém ou amplia a biodiversidade local, • selecionar plantas medicinais validadas;

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• escolher plantas adaptadas ao local de cultivo • Escolha do local: sem poluição, próximo 9.2 PLANTAS MEDICINAIS: PARTES
(agronomicamente compatíveis com as condições ao local de consumo, área pequena (sugestão: UTILIZADAS, COLHEITA, SECAGEM E
ecológicas da região); 200 m², pois facilita o manejo e conservação), ARMAZENAMENTO.
qualquer tipo de solo, exceto os encharcados; a Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua
• plantas de uso tradicional; área deve ser cercada, ter disponibilidade de água
de boa qualidade e em quantidade suficiente para Todo esforço despendido no cultivo das plantas
• plantas oficialmente aceitas como medicinais irrigação, e boa incidência de luz solar. pode ser perdido quando não se dá a devida atenção
(incluídas na Farmacopéia Brasileira); às etapas de colheita, beneficiamento e armazenagem.
• Preparo do solo: correção do solo com calcário
• espécies com identificação botânica (garantia da (de preferência após uma análise química) e Estima-se que cerca de 90% das plantas brasileiras
espécie que se quer cultivar); adubação orgânica (que pode ser feita com sejam obtidas por meio de práticas extrativas, o que,
adubos verdes, esterco animal, compostos ou tecnicamente, dificulta o fornecimento de drogas com
• adquirir mudas ou sementes de locais idôneos; húmus). um padrão adequado de homogeneidade (devido
às variações dos fatores genéticos e ecológicos). A
• se pessoas sem experiência forem cuidar da • Obtenção e preparo de mudas: as sementes ausência de cultivos de espécies desejadas faz com
horta, plantar espécies fáceis de cultivar, como deverão ser de boa qualidade e as mudas, isentas que, obrigatoriamente, se conheçam os parâmetros
hortelã (Mentha spp.), capim-limão (Cymbopogon de pragas e doenças (podem ser adquiridas na orientadores de uma coleta nativa:
citratus) e boldo-peludo (Plectranthus barbatus); comunidade).
• o coletor deve estar cadastrado no Ibama e
• se a planta não se adaptar ao local ou for muito • Plantio: separar as plantas que serão semeadas autorizado a coletar em determinada região. Se a
atacada por doenças é preferível escolher outra diretamente no canteiro e as que necessitam de ocorrência da espécie desejada é abundante no local,
espécie; sementeira (ou viveiro); separar de acordo com o a autorização é dada; caso contrário, estudam-se
101
porte da planta (herbáceas, arbustivas e arbóreas), formas de manejo da área;
• plantar espécies que irão auxiliar diretamente tendo o cuidado de uma espécie não prejudicar o
o usuário (escolher aquelas para as doenças que crescimento de outra (com sombreamento, por • é preciso respeitar as listas das espécies em risco de
ocorrem nas pessoas da comunidade que irão exemplo). extinção, que não devem ser coletadas na natureza,
usufruir da horta medicinal). mas sim, apenas, em projetos de cultivo (listas de
• Tratos culturais: controlar a freqüência da espécies ameaçadas de extinção estão citadas na
Em geral, deve-se pensar na escolha de plantas irrigação, controlar as plantas daninhas, efetuar Portaria nº 06-N-1992 e em listas de restrições
para os problemas mais simples, ou com o auxílio podas de formação, utilizar cobertura morta, estaduais, como a espinheira-santa - Maytenus
de um médico, e não utilizá-las em excesso, pois as adubação em cobertura e sempre fazer o controle ilicifolia e a pata-de-vaca - Bauhinia forficata).
plantas medicinais fazem mal em doses elevadas. fitossanitário.
Martins et al. (1995, apud SIMÕES et al., 1999)
Outro aspecto relevante é o cuidado de • Colheita: deve ser feita em horário e época mencionam que, de acordo com a substância ativa
cultivar as plantas medicinais em sistema orgânico, adequados para cada planta, de preferência em da planta, existem horários em que a concentração
conservacionista do meio físico e biológico tempo seco, utilizando as ferramentas certas e desses princípios é maior. No período da manhã
local, mantendo, também, uma pequena área evitando que o material colhido e a planta sejam é recomendada a colheita de plantas com óleos
com vegetação nativa (para manter o equilíbrio danificados. essenciais e alcalóides e, no período da tarde, de
ecológico). plantas com glicosídeos. O conhecimento do
Quanto aos fatores que influenciam na momento correto de coleta do material desejado leva
Implantação de uma horta comunitária produção dos metabólitos secundários e na à obtenção de produtos de melhor qualidade. Na
produção dos princípios ativos, como luz, tabela abaixo encontram-se as indicações das partes
As etapas de implantação de uma horta temperatura, umidade, altitude, latitude, vide das plantas utilizadas e épocas de colheita, conforme
comunitária são as seguintes: capítulo 7 deste livro. recomendações da Emater-DF (1998).

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planta brotar, na primavera. Deve-se retirar, de retirar a casca circundando toda a volta do tronco, pois
cada vez, apenas um dos lados da planta, um resultará na morte da árvore, e isto é crime ambiental.
pedaço pequeno por vez; raspar um pouco a
superfície externa para a retirada de liquens, • Evitar a coleta nos períodos mais quentes do dia,
poeira e insetos. preferindo a manhã ou os finais de tarde. Não se deve
realizar a coleta em dias chuvosos pelo alto grau de
• Frutos: para os carnosos ou suculentos, umidade presente.
seu uso deve ser fresco, bem lavado; no caso
de fruto seco, devem ser colhidos maduros, • Retirar ervas invasoras, terra, areia, pedra,
lavados e secos à sombra e guardados ao abrigo gravetos.
Na ausência das informações sobre a melhor época da luz, umidade, insetos e roedores.
de coleta, esta pode ser baseada no conhecimento do • Lavar as partes subterrâneas (raízes, rizomas, etc.)
ciclo fisiológico padrão dos vegetais: • Sementes: no final do ciclo da planta, com os em água corrente, esfregando para eliminar a terra
frutos maduros e sadios; no caso daquelas que caem, aderida.
• primavera: fase de quebra de dormência,
antes da maturação completa.
mobilização dos nutrientes armazenados – coleta de
• Acomodar o material colhido em cestos de vime,
cascas
• Caules lenhosos: quando perdem as folhas, no caixas ou outros recipientes arejados (nunca em
• verão: fase de alta atividade fotossintética – coleta inverno ou outono. sacos plásticos, pois estes seguram umidade e pode
de folhas ocorrer o emboloramento do material).
• outono: início da fase de dormência • As colheitas devem ser realizadas em dias secos
e ensolarados (não colher plantas com orvalho para • Procurar acondicionar cada espécie em recipiente
• inverno: fase de dormência, armazenamento de evitar o ataque de fungos – emboloramento). próprio, evitando misturas e contaminações químicas
102 nutrientes – coleta de órgãos subterrâneos
entre as espécies coletadas.
• Evitar a retirada de todas as folhas de um galho
A seguir encontram-se algumas orientações para a (somente a metade do total da planta). • Deixar o material colhido em lugar sombreado
coleta de plantas medicinais ou suas partes com êxito. até sua utilização ou secagem e, se possível, iniciá-la
• Evitar coletar em locais poluídos, beiras de imediatamente após a coleta.
• Espécies das quais aproveitamos as folhas devem estradas, campos de cultivo que utilizam produtos
ser colhidas antes da floração, quando estão no auge químicos (herbicidas, inseticidas, entre outros) ou O beneficiamento das plantas medicinais varia
do desenvolvimento vegetativo; devem ter o aspecto esgotos. de acordo com sua comercialização, mas a maioria
sadio, sem sinais de envelhecimento, doenças e pragas. das plantas é comercializada na forma dessecada
• Não lavar as plantas colhidas. simplesmente.
• Espécies das quais aproveitamos as flores devem
ser colhidas em pleno florescimento, pela manhã e • Escolher as plantas mais vistosas e limpas (evitar A secagem das plantas tem por finalidade reduzir
com 2 cm de pedúnculo, antes que as flores se abram pedaços mofados, comidos por insetos, e observar a a ação das enzimas pela desidratação, permitindo
totalmente. existência de ovos de insetos nas folhas). a conservação das plantas por mais tempo. Além
disso, a eliminação da água aumenta o percentual de
• Raízes e rizomas: quando a planta começa a • Evitar a coleta de folhas próximas do solo, princípios ativos em relação ao peso. Após a colheita,
definhar, no início da primavera ou do outono; logo diminuindo, desse modo, o grau de contaminação as enzimas presentes nas plantas começam a destruir
que arrancadas do solo devem ser lavadas (retirada pelas bactérias lá presentes. os princípios ativos, mas, com a diminuição do teor
do solo) e examinadas para ver se não têm ataque de de água, elas vão perdendo seu poder e ficam inativas.
pragas e doenças. • Em casos de obtenção de cascas, estas devem ser Se a secagem não for feita logo após a colheita
retiradas das árvores em pequenos pedaços e apenas (algumas horas), poderá ocorrer a diminuição da
• Cascas: no período seco (sem chuva), antes da de um lado do tronco para preservar a espécie. Nunca quantidade de princípio ativo.

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As plantas não devem ser secas ao sol (com exceção • A temperatura não deve exceder 40 graus Celsius Moagem
das raízes e rizomas), pois os raios solares endurecem a para folhas e flores e 65 graus Celsius para cascas,
camada superficial das células vegetais e a água fica reti- raízes e sementes. A moagem reduz o material vegetal e aumenta a
da, não consegue evaporar. Já no caso das plantas ricas área de contato entre o material sólido e o líquido extra-
em óleos essenciais, estes evaporam com a incidência • Não se deve revolver o material enquanto ele seca. tor. A pulverização pode ser feita através de um moinho
direta do sol. e a divisão grosseira por meio de secionamento (tesou-
• Utilizar estrados de treliça, redes ou telas de ra, faca), por impacto (gral), ou por rasuração (proces-
O correto é secar à sombra, naturalmente, ou com o arame para acomodar o material. sadores de alimentos).
uso de secadores (galpões com aquecimento e ventila-
ção) ou estufas. A temperatura de secagem, em geral, va- • Não colocar o material sobre a terra; se necessário, Armazenamento
ria de 20 a 40 graus Celsius para sumidades floridas, flo- colocar sobre piso cimentado.
res e folhas, e de 60 a 70 graus Celsius para cascas e raízes. • Colocar sempre o material seco em local arejado, es-
Para qualquer um dos tipos de secagem, devem- curo e sem umidade, livre de poeira e insetos, podendo
Existem diversos tipos de secadores, mas o principal se observar os seguintes cuidados, segundo Corrêa ter um desumidificador e exaustor.
cuidado que se deve ter é que seja possível controlar a Júnior et al. (1994).
temperatura, para não ultrapassar o máximo tolerado • Não misturar diferentes materiais numa só
por cada tipo de planta, e não ocorrer infiltração de • Plantas aromáticas devem ser secas separadamente embalagem.
fumaça no local de secagem, para não comprometer a para evitar a mistura de odores. Plantas diferentes
qualidade das plantas. devem ficar em bandejas diferentes. • Armazenar em sacos de pano ou caixas de madeira,
bem secos. O ideal é armazenar em papel kraft duplo,
Secagem das plantas em casa • Fazer camadas finas que permitam a circulação com a parte interior revestida de polietileno (encontra-
de ar entre as partes vegetais, para evitar a formação se à venda no mercado).
103
• Pendurar as partes colhidas em local escuro e de mofo e fermentação. Em geral, 3 cm para folhas e
arejado, amarradas em maços. de 15 a 20 cm para flores e sumidades floridas. • Podem ser usados também potes de vidro ou louça,
bem limpos e bem vedados, após ter certeza de que a er-
• Também podem ser colocadas em sacos de papel • Separar as partes mais suculentas das mais va está bem seca, inclusive o talinho (“ponto de biscuit”).
com vários furinhos, pendurados, para abrigar as finas de uma mesma planta, pois têm tempos de
plantas da luz e da poeira. secagem diferentes. Ex.: dente-de-leão (Taraxacum • Não acondicionar em sacos ou recipientes plásticos,
officinale) e confrei (Symphytum officinale), quando para evitar a umidade e a proliferação de microrganis-
• Deixar por cerca de duas semanas até a completa colhidos inteiros, separar as raízes das folhas. mos, como, por exemplo, fungos e bactérias.
secagem do material.
• Caso se verifique uma secagem irregular nas • Evitar o contato com o chão e a parede.
• Depois de secas, acondicionar as plantas em bandejas, recomenda-se alterar suas posições e
recipientes bem fechados. não revolver o material da bandeja, pois isto pode • Fazer etiquetas para identificação de cada material,
danificar o produto. contendo nome científico, data e peso, e armazenar,
Secagem das plantas em estufas ou secadores no máximo por dois anos, quando em condições
Ao final da secagem, as folhas, flores e sumidades adequadas.
• Fazer a estufa ou galpão no sentido norte-sul (para floridas devem ter de 5 a 10% de umidade; as
receber o sol por igual). sementes, cascas e raízes, de 12 a 20%. 9.3 QUALIDADE DA ÁGUA PARA O
CONSUMO E IRRIGAÇÃO.
• O aquecimento do ar deve ser indireto (calor A área de secagem pode ser estimada em 10 a Linete Maria Menzenga Haraguchi
passando por canos dentro da estufa ou galpão). 20% da área cultivada, de acordo com o tipo de
secagem que for usado (secador ou temperatura A epidemiologia moderna começou em 1854,
• Garantir boa ventilação no local. ambiente). quando o médico inglês John Snow descobriu a rela-

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ção existente entre o consumo de água contaminada responsabilidades relativos ao controle e vigilância da cífico indicador de contaminação fecal, assumindo
e a incidência de cólera em Londres. Mesmo antes do qualidade da água para consumo humano e padrão de importância como parâmetro indicador da possibili-
trabalho de Pasteur, Snow usou a investigação epide- potabilidade. A água potável deve estar em conformi- dade da existência de microorganismos patogênicos,
miológica para melhorar a saúde pública e, a partir dade com o padrão microbiológico, turbidez, radio- responsáveis pela transmissão de doenças de veicula-
daí, as ações relativas à manutenção da potabilidade atividade, padrão de aceitação de consumo, de subs- ção hídrica, tais como a febre tifoide, febre paratifoi-
da água passaram a ser eleitas como prioritárias no tâncias químicas que representam risco para a saúde, de, disenteria bacilar, cólera e outras.
âmbito da saúde pública. entre outros;
Os principais agentes poluidores dos corpos
A oferta de água em quantidade e qualidade ade- • à Resolução CONAMA nº 357, de 17/03/2005, d’água são:
quada é fator imprescindível para a prevenção de ris- do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que dispõe
cos à saúde. Dos múltiplos usos da água, há que se sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes • efluentes domésticos (esgotos) com matéria orgâ-
destacar: abastecimento público (doméstico e indus- ambientais para o seu enquadramento, bem como nica biodegradável;
trial), irrigação agrícola, produção de energia elétrica, estabelece as condições e padrões de lançamento de
lazer e recreação, preservação da vida aquática. efluentes. As águas destinadas à irrigação de hortali- • carga difusa urbana e agrícola advinda da drena-
ças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de gem destas áreas (sólidos em suspensão, fertilizantes,
A crescente expansão demográfica e industrial das esporte e lazer devem obedecer a esta resolução; defensivos agrícolas, fezes de animais);
últimas décadas causou o comprometimento dos cor-
pos d’água, rios, lagos, reservatórios. A água que utili- • à Resolução CONAMA nº 396, de 03/04/2008, • organismos patogênicos (transmissores de doen-
zamos pode ser retirada de mananciais superficiais ou do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que dispõe ças de veiculação hídrica);
de reservatórios subterrâneos (aquíferos artesianos, sobre a classificação das águas subterrâneas, das con-
mais profundos, ou lençol freático). dições e padrões de qualidade das águas, das diretrizes • matéria orgânica não biodegradável (pesticidas e
ambientais para prevenção, controle e enquadramento detergentes);
104
Pequenas comunidades são abastecidas por poços das águas subterrâneas.
rasos que captam água em aquíferos freáticos, bastan- • efluentes industriais (metais pesados), entre outros.
te susceptíveis à contaminação, que pode ocorrer em Para fins de avaliação das condições da qualidade
função da inexistência de redes coletoras de esgotos, de água destinada ao consumo e à irrigação, o consumi- Algumas medidas preventivas
acarretando o emprego extensivo de fossas negras, e dor e o produtor deverão efetuar um controle por meio
pela escavação e revestimentos inadequados dos po- de análises de variáveis físicas, químicas e biológicas, O agricultor poderá preservar a água de seu
ços construídos sem a necessária proteção. Nestes visando à proteção da qualidade dessas águas. A água manancial tomando alguns cuidados dentro de sua
casos deve-se tomar cuidado com a possibilidade de potável e de uso na irrigação deverão estar em confor- propriedade:
contaminação por fossas, postos de gasolina e outras midade com os padrões e periodicidade conforme es-
fontes de poluição difusa. tabelecidos nas legislações vigentes e as metodologias 1 – dispor adequadamente os esgotos das casas
analíticas para determinação dos parâmetros microbio- através da construção de fossas secas ou sépticas com
Aspectos legais (atualizado 2008) lógicos e demais parâmetros devem atender às especifi- poço absorvente;
cações das normas que disciplinem a matéria.
A potabilidade de uma água é definida através de 2 – manter uma distância mínima de 30 metros en-
um conjunto de parâmetros e padrões estabelecidos Principal organismo indicador de contaminação tre a fossa e qualquer manancial de água, e sempre em
por normas e legislações sanitárias. O estudo, a ava- da água: cota mais baixa em relação ao poço de água;
liação e o controle da qualidade das águas de abaste-
cimento no nosso país estão associados fundamental- Coliformes termotolerantes - subgrupo das bac- 3 – manter as áreas de criação de animais distantes
mente a três dispositivos legais: térias do grupo coliforme que tem como principal no mínimo 30 metros de qualquer manancial de água e
representante a Escherichia coli, de origem exclusiva- sempre em cota mais baixa em relação ao poço de água;
• à Portaria MS nº 518, de 25/03/2004, do Minis- mente fecal, cujo habitat é o intestino humano e de
tério da Saúde, que estabelece os procedimentos e animais homeotérmicos. É considerado o mais espe- 4 – proteger adequadamente os poços freáticos

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por meio da construção de mureta que impeça o aces- outras fontes poluentes nas proximidades, como “fossa CEP 01221-010 – PABX (11) 3397-8200 / 3397-
so de águas contaminadas ao poço e valetas diversoras negra”, que poderão contaminar a água desses locais. 8352 / 3397-8353 / Fax: 3397-8286.
de água de chuva, mantendo o poço sempre fechado. Entre em contato, solicite análises físico-químicas, mi-
crobiológicas e demais informações nos seguintes ór- • CVS - Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria
Fonte: Comunicado CVS/EXP 37 de 27/06/91. gãos na cidade de São Paulo: de Estado da Saúde de São Paulo. O Programa de
Vigilância da Qualidade da Água para Consumo
Doenças de transmissão hídrica • CETESB – Companhia de Tecnologia de Sanea- Humano do Estado de São Paulo (Proágua), sob
mento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do coordenação do CVS, tem por objetivo principal
A maior parte das enfermidades transmitidas para Estado de São Paulo. colaborar na promoção e proteção da saúde da
o ser humano pela água é causada por vírus, bactérias, população por meio da garantia da potabilidade
protozoários e helmintos (vermes intestinais). As enfer- A CETESB é responsável pelo acompanhamento da da água destinada ao consumo humano de modo a
midades relacionadas com a água são transmitidas pela qualidade das águas dos rios e reservatórios do Estado prevenir doenças de veiculação hídrica. Para maiores
ingestão direta ou indireta de água contaminada, deno- de São Paulo, através da rede básica de monitoramento informações acesse:
minadas, portanto, enfermidades de veiculação hídrica. onde a caracterização da qualidade da água é realizada
A ocorrência desse tipo de doença pode ser minimiza- por meio de análises de variáveis físicas, químicas e http://www.cvs.saude.sp.gov.br/saiba_mais_agua.asp
da ou até mesmo evitada mediante a adoção de práticas biológicas, tanto da água quanto do sedimento, além
adequadas de saneamento, como, por exemplo, coleta do monitoramento das águas subterrâneas, visando à Avenida Dr. Arnaldo, 351, anexo 3 - 8º andar -
e tratamento de esgotos domésticos e tratamento de proteção da qualidade dessas águas. Para informações Cerqueira César - São Paulo – SP
águas de abastecimento, inclusive a desinfecção de água acesse a home page do órgão: http://www.cetesb.
de poços. Outro grupo de enfermidades está associado sp.gov.br/Agua/rios/informacoes.asp CEP - 01246-000 - PABX (11) 3065-4600 / 3065-
com a falta de água e as consequentes limitações na hi- 4796 - Fax: 3065-4801.
giene pessoal. Embora não sejam de veiculação hídrica, Av. Professor Frederico Hermann Jr., 345 – 10º andar,
tais enfermidades relacionam-se com condições inade- Alto de Pinheiros - São Paulo – SP CEP 05459-900 • SABESP – Companhia de Saneamento Básico do 105
quadas de abastecimento de água. Existem ainda do- Estado de São Paulo, órgão subordinado à Secretaria
enças, especialmente verminoses, cuja ocorrência está Telefone: PABX (11) 3133-3000 / 3133-3075 / de Saneamento e Energia.
ligada ao meio hídrico na medida em que uma parte do Fax: 3133-3079
ciclo de vida do agente infeccioso passa-se no ambiente Para a solicitação da coleta para análises da qualidade
aquático. Finalmente, merecem destaque as enfermida- • COVISA - Coordenação de Vigilância em Saúde da da água fornecida pela Sabesp, desde a captação até os
des transmitidas por vetores que se relacionam com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Gerência pontos de consumo, quando houver alteração de cor,
água, principalmente insetos que nascem ou que picam de Vigilância em Saúde Ambiental, através do Progra- cheiro, sabor ou existência de impurezas, acesse a home
dentro ou próximo de corpos d’água. ma Municipal de Vigilância da Qualidade da Água para page do órgão: http://www.sabesp.com.br (telefone
Consumo Humano de São Paulo. 195).
Dúvidas quanto à qualidade da sua água, o que fazer?
O Vigiágua tem como objetivo realizar a vigilância da http://www.cidadao.sp.gov.br/servicos_final_
Entre em contato com as autoridades competentes qualidade da água para consumo humano no Municí- novo2.php?cod_servico=753
da sua cidade. pio de São Paulo, bem como detectar situações de risco
à saúde relacionada ao seu consumo. Para informações Rua Costa Carvalho 300 - CEP: 05429-000 –
Se você estiver fazendo uso de água proveniente de acesse: Telefone: 0800-0119911.
rios, córregos, poços rasos, corpos d’água desconheci-
dos para consumo próprio, para irrigação de hortaliças http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/ • SSE – Secretaria de Saneamento e Energia do
ou de plantas medicinais, primeiramente verifique se vigilancia_saude/ambiental/0002 Estado de São Paulo. (11) 3218-5500 / 3218-5629.
há lançamentos de esgoto, presença de indústrias quí- http://www.saneamento.sp.gov.br/
micas, criação de animais, presença de caramujos em Rua Santa Isabel n. 181, 5º andar -Vila Buarque – São
lagoas, produção agrícola com usos de agrotóxicos, Paulo - SP • ANA - Agência Nacional de Águas. O objetivo geral

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do PROÁGUA Nacional é contribuir para a melhoria Av. Dr. Francisco de Mesquita nº 600, Vila Prudente, mento da Outorga de Direitos de Uso dos Recursos Hí-
da qualidade de vida da população, especialmente nas CEP 03153-000 – São Paulo. dricos de que tratam os artigos 9º a 13 da Lei 7.663/91.
regiões menos desenvolvidas do País, mediante planeja-
mento e gestão dos recursos hídricos simultaneamente Para dirimir outras dúvidas, incluindo as questões –– Portaria DAEE nº 717 (12.12.1996): aprova a Norma
com a expansão e otimização da infraestrutura hídri- ambientais, sugerimos consultar a seguinte legisla- e os Anexos de I a XVIII que disciplinam o uso dos re-
ca, de forma a garantir a oferta sustentável de água em ção: cursos hídricos superficiais e subterrâneos do Estado de
quantidade e qualidade adequadas aos usos múltiplos. São Paulo.
–– Decreto Federal nº 24.643 (10.07.1934): decreta o
Setor Policial Área 5 Quadra 3 Blocos B L e M - CEP: Código de Águas. –– Lei Federal nº 9.433 (08.01.1997): institui a Política
70610-200 Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional
–– Decreto Estadual nº 8.468 (08.09.1976): aprova o Re- de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
http://proagua.ana.gov.br/proagua/ gulamento da Lei nº 997 (31.05.1976), que dispõe sobre
a Prevenção e Controle da Poluição do Meio Ambiente. –– Lei Estadual nº 10.083 (23.09.98) - Dispõe sobre o
Para dirimir dúvidas quanto à utilização de recursos Código Sanitário do Estado.
hídricos, consulte o órgão abaixo: –– Comunicado CVS-36 (27.06.1991): desinfecção
dos reservatórios de água domiciliares - Informativo –– Resolução Estadual SS-48 (31.03.1999): dispõe sobre
• DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétri- Técnico 1/91 do Programa Pró-Água. o transporte e comercialização de água potável através de
ca, órgão gestor dos recursos hídricos do Estado de São caminhões “pipa”.
Paulo, vinculado à Secretaria de Saneamento e Energia. –– Comunicado CVS/EXP-37 (27.06.1991): desinfec-
ção de poços freáticos - Informativo Técnico 2/91 do –– Lei Federal nº 9.984 (17.07.2000): dispõe sobre a
Os recursos hídricos (águas superficiais e subterrâneas) Programa Pró-Água. criação da Agência Nacional de Águas – ANA.
constituem-se em bens públicos a que toda pessoa física
106
ou jurídica tem direito ao acesso e utilização, cabendo –– Portaria CVS-21 (19.12.1991): disciplina o padrão –– NBR ISO/IEC 17025:2001: Requisitos gerais para
ao poder público a sua administração e controle. Por bacteriológico das águas de irrigação de plantações de competência de laboratórios de ensaio e calibração –
isso, quem desejar utilizar ou interferir nas águas super- hortaliças e frutas rasteiras. Aguarda atualização. ABNT.
ficiais ou subterrâneas, deverá solicitar ao DAEE uma
licença (outorga). –– Lei Estadual nº 7.663 (30.12.1991): estabelece –– Codex Alimentarius “Code of Hygienic Practice for
normas de orientação à Política Estadual de Recursos Fresh Fruits and Vegetables” (CAC/RCP 53-2003).
Se uma pessoa quiser fazer uso das águas de um rio, lago Hídricos bem como ao Sistema Integrado de Gerencia-
ou mesmo de águas subterrâneas, por exemplo, captação mento de Recursos Hídricos. –– A/RES/58/217 – International Decade for Action,
de água para uso no abastecimento urbano, irrigação, bar- “Water for Life”, 2005-2015. Década Mundial de Ação.
ragens, canalizações de rios, execução de poços profun- –– Resolução Estadual SS-45 (31.01.1992): institui o ONU dez/2003.
dos, terá que solicitar autorização, concessão ou licença. Programa de Vigilância da Qualidade da Água para o
Consumo Humano – PROÁGUA. –– Lei Municipal nº 13.725 (09.01.2004) – institui o Có-
Informações adicionais para a obtenção de outorga digo Sanitário do Município de São Paulo.
encontram-se em: http://www.daee.sp.gov.br/cgi-bin/ –– Agenda 21 – The United Nations Programme of Ac-
Carrega.exe?arq=/outorgaefiscalizacao/index.htm tion from Rio - Section II Conservation & Management –– Portaria MS nº 518 (25.03.2004): estabelece os pro-
of Resources for Development Chapter 18 Protection cedimentos e responsabilidades relativos ao controle e
Rua Boa Vista nº 175 – bloco B, 1º andar – CEP 01014- of the Quality & Supply of Freshwater Resources: Ap- vigilância da qualidade da água para consumo humano e
000 – São Paulo. Telefones: PABX (11) 3293-8200 e plication of Integrated Approaches to the Develop- seu padrão de potabilidade.
3293-8201 ment, Management & Use of Water Resources. 1992.
–– Resolução Conjunta SMA/SERHS nº 01
Atendimento ao Usuário – Bacia do Alto Tietê - Telefo- –– Decreto Estadual nº 41.258 (31.10.1996) alterado (23.02.2005): regula o procedimento para o licenciamen-
ne (11) 2915-5101 / 5111 pelo Decreto nº 50.667 (30.03.2006): aprova o Regula- to ambiental integrado às outorgas de recursos hídricos.

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–– Resolução CONAMA nº 357 (17.03.2005): dispõe para controle e vigilância de soluções alternativas alternativas coletivas de abastecimento de água
sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes coletivas de abastecimento de água para consumo para consumo humano proveniente de mananciais
ambientais para o seu enquadramento, bem como humano proveniente de mananciais subterrâneos. subterrâneos.
estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes. –– BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e –– Resolução CONAMA nº 396 (03.04.2008):
Abastecimento. Boas Práticas Agrícolas (BPA) de dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para
–– Resolução Estadual SS-65 (12.04.2005): estabelece plantas medicinais, aromáticas e Condimentares Ed. o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras
os procedimentos e responsabilidades relativos ao preliminar Marianne Christina Scheffer, Cirino Corrêa providências.
controle e vigilância da qualidade da água para consumo Júnior; Coordenação, Maria Consolacion Udry, Nivaldo
humano no Estado de São Paulo. Estrela Marques e Rosa Maria Peres Kornijezuk. Brasília: –– Resolução CONAMA nº 397 (03.04.2008): altera
MAPA/SDC, 2006. 48 p. o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º do art. 34 da
–– Decreto Federal nº 5.440 (04.05.2005): estabelece Resolução CONAMA n° 357/05 e acrescenta os §6º
definições e procedimentos sobre o controle de –– Portaria DAEE nº 2.292 (14.12.2006): aprova a e §7º.
qualidade da água de sistemas de abastecimento e Norma que disciplina os usos que independem de
institui mecanismos e instrumentos para divulgação de outorga de recursos hídricos superficiais e subterrâneos –– Decreto Municipal nº 50.079 (07.10.2008):
informação ao consumidor sobre a qualidade da água no Estado de São Paulo - usos insignificantes ou usos não regulamenta disposições da Lei nº 13.725/04 que
para consumo humano. sujeitos à outorga. institui o Código Sanitário do Município de São Paulo;
dispõe sobre o Sistema Municipal de Vigilância em
–– Standard Methods for the Examination of Water and –– Decreto Estadual nº 51.449 (29.12.2006): aprova Saúde, disciplina o Cadastro Municipal de Vigilância
Wastewater, 21st Edition, 2005. e fixa os valores a serem cobrados pela utilização dos em Saúde, estabelece os procedimentos administrativos
recursos hídricos de domínio do Estado de São Paulo de vigilância em saúde, altera a denominação do
–– Resolução nº 54 (28.11.2005): estabelece nas Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Departamento de Inspeção Municipal de Alimentos -
107
modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de Jundiaí. DIMA e revoga o Decreto nº 44.577/04.
reuso direto não potável de água.
–– Comunicado CVS-60 (08.03.2007): define –– Resolução CONAMA nº 410 (04.05.2009):
–– Lei Estadual nº 12.183 (29.12.2005): dispõe sobre procedimentos para cadastramento na exploração de prorroga o prazo para complementação das condições e
a cobrança pela utilização dos recursos hídricos do águas subterrâneas – solução alternativa de água para padrões de lançamento de efluentes, previsto no art. 44
domínio do Estado de São Paulo, os procedimentos para consumo humano. da Resolução nº 357/05, e no Art. 3º da Resolução nº
fixação dos seus limites, condicionantes e valores e dá 397/08.
outras providências. –– Portaria CVS-2 (28.03.2007): regulamenta a
Resolução Conjunta SMA/SERHS/SES 03/06 no que –– Portaria 1931/2009-SMS.G (07.11.2009):
–– Decreto Estadual nº 50.667 (30.03.2006): tange ao cadastramento na Vigilância Sanitária - dispõe disciplina os procedimentos necessários à inscrição de
regulamenta dispositivos da Lei nº 12.183, que trata sobre o cadastramento da solução alternativa coletiva estabelecimentos e equipamentos de interesse da saúde
da cobrança pela utilização dos  recursos hídricos do de abastecimento de água para consumo humano no Cadastro Municipal de Vigilância em Saúde – CMVS,
domínio do Estado de São Paulo. proveniente de mananciais subterrâneos. bem como à alteração e atualização dos dados constantes
do referido Cadastro. Revoga Portaria 1293/07 (SMS).
–– Resolução Conjunta SMA/SERHS/SES nº 03 –– Comunicado CVS/CETESB/IG/DAEE 01
(21.06.2006): dispõe sobre procedimentos integrados (10.07.2008): comunicado aos usuários de soluções

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Tabela A – Algumas doenças relacionadas com a água contaminada e
seus agentes causadores (agente etiológico), compiladas de várias fontes.

108

Giardíase Giardia lamblia

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Tabela B - Síntese das principais doenças relacionadas com a água contaminada

109

Fonte: Brasil: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e


controle da qualidade da água para consumo humano - Brasília, 2006
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111

#10
#11
e

AULAS PRÁTICAS
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AULAS PRÁTICAS • demonstrar as principais características 22. Jatobá – Hymenaea courbaril L.
10.1 MONTAGEM DE UM CANTEIRO E importantes na identificação; 23. Limão-cravo – Citrus limonia Osbeck
ADUBAÇÃO ORGÂNICA.
Ms. Adão Luiz Castanheiro Martins 24. Melaleuca – Melaleuca leucadendra (L.) L.
• trocar experiências.
25. Nêspera – Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl.
Aula teórica: ver aula nº 7. 11.1 ÁRVORES COM PROPRIEDADES 26. Oliveira – Olea europaea L.
MEDICINAIS DO PARQUE IBIRAPUERA. 27. Pata-de-vaca – Bauhinia forficata Link
Aula prática: preparo do solo, montagem do Mario do Nascimento Junior
canteiro para o plantio e adubação. 28. Pitanga – Eugenia uniflora L.
Onélio Argentino Junior
29. Romã – Punica granatum L.
Apresentar os fatores relacionados ao clima Visita técnica no Parque Ibirapuera com 30. Sabugueiro – Sambucus australis Cham. & Schl-
(temperatura, quantidade de luz solar, umidade, reconhecimento das árvores e arbustos com tdl. / S. nigra L.
altitude e latitude) e ao solo (textura, umidade, propriedades medicinais:
fertilidade, pH) que podem afetar a produção das 31. Urucum – Bixa orellana L.
1. Abacateiro – Persea americana Mill.
plantas medicinais (biomassa, teor de princípios
ativos), bem como as exigências para implantação 2. Acerola – Malphighia glabra L. Observação
de hortas medicinais em pequenas áreas (escolha 3. Amora-preta – Morus nigra L.
do local e das plantas medicinais, ferramentas Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção
4. Angico – Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
necessárias) e os tratos culturais da horta medicinal. que constam da Lista Oficial da Portaria Nº 37-N, de
5. Araçá – Psidium cattleyanum Sabine 03/04/92 do Ibama.
10.2 CONHECENDO AS PLANTAS 6. Aroeira-mansa – Schinus terebinthifolius Raddi
MEDICINAIS DO “VIVEIRO” DA ESCOLA Pau-brasil – Caesalpina echinata Lam. – Categoria:
112 7. Cabreúva – Myroxylon peruiferum L. f. em perigo (E).
DE JARDINAGEM.
Oswaldo Barretto de Carvalho 8. Cafeeiro – Coffea arabica L.
9. Canforeira – Cinnamomum camphora (L.) J. Presl Pinheiro-do-paraná – Araucaria angustifolia
O Campo Experimental “Viveiro” está (Bertol.) Kuntze – Categoria: vulnerável (V).
subordinado à Escola de Jardinagem e executa serviços 10. Carambola – Averrhoa carambola L.
visando às aulas práticas dos cursos ali ministrados. 11. Copaíba – Copaifera langsdorffii Desf. Consultar a Resolução SMA-48 (21.09.2004),
edição de 22/09/04 que publica a lista oficial das
12. Erva-baleeira – Cordia curassavica ( Jacq.) Roem.
O Viveiro possui várias espécies de plantas espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas
& Schult.
medicinais, aromáticas, condimentares, hortaliças, de extinção.
plantas arbustivas, herbáceas, floríferas, algumas 13. Espinheira-santa – Maytenus ilicifolia Mart. ex
frutíferas e de grande porte. No local, além das Reissek
11.2 VISITA À QUADRA DAS PLANTAS
aulas práticas, são ministradas oficinas e palestras 14. Eucalipto – Eucalyptus spp. MEDICINAIS DO VIVEIRO “MANEQUINHO
envolvendo o tema plantas e meio ambiente. LOPES”.
15. Ginkgo – Ginkgo biloba L.
Oswaldo Barretto de Carvalho
A aula prática visa reconhecer as plantas medicinais 16. Goiaba – Psidium guajava L.
existentes no Campo Experimental da Escola de 17. Guaçatonga – Casearia sylvestris Sw. Aspecto Histórico e Cultural do Viveiro “Manequi-
Jardinagem, valorizando o conhecimento dos alunos: nho Lopes”
18. Ipê-Roxo – Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo
• apresentar as plantas existentes no campo; 19. Jabuticaba – Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/
meio_ambiente/fauna_flora/viveiros/0002
• focalizar as plantas mais utilizadas e os nomes 20. Jaca – Artocarpus heterophyllus Lam.
Livreto “Viveiro Manequinho Lopes” - Divisão Téc-
populares; 21. Jambolão – Syzygium cumini (L.) Skeels nica de Produção e Arborização – SVMA/Depave-2

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Texto adaptado por Em 1934, Manuel Lopes foi indicado Chefe da espécies que permitem não só a sua reprodução nos
Helen Elisa C. R. Bevilacqua Divisão de Matas, Parques e Jardins. Com seu conhe- canteiros, como também a sua valorização paisagística.
cimento, prestou inúmeros serviços e distribuiu bele-
Na década de 1920, o prefeito José Pires do Rio za pela cidade. Após seu falecimento, em fevereiro de Atualmente o Viveiro ocupa uma área de 48.000
decidiu criar um parque nos moldes dos parques 1938, o viveiro foi batizado com seu apelido – Ma- m², estruturada com estufas, estufins, quadras e tela-
europeus, numa várzea que se chamava, em tupi, nequinho Lopes – por um decreto do prefeito Fábio dos, utilizados na produção de espécies arbustivas,
Ypy-ra-ouêra, ou pau-podre. Manuel Lopes de Oli- Prado, de 14 de março de 1938. O trabalho de Ma- herbáceas, plantas de interior e plantas medicinais.
veira, o Manequinho Lopes, entomologista e jor- nequinho teve continuidade através de Arthur Etzel, Produz cerca de 650 mil mudas/ano de cerca de 150
nalista, foi o primeiro administrador dessa área. Ali que administrou o Viveiro por mais de 50 anos. espécies de plantas herbáceas e 120 espécies de plantas
foram plantados eucaliptos australianos para dre- arbustivas, destinadas ao paisagismo de parques, pra-
nar o solo da várzea, bem como diversas espécies Em 21 de agosto de 1954 foi criado o Parque ças, ruas, avenidas e outros logradouros públicos.
ornamentais nativas e exóticas, destinadas à arbo- Ibirapuera, com 1.800.000 m², em torno do Vivei-
rização da cidade e de seus parques e jardins. Orga- ro Manequinho Lopes. Ainda hoje os eucaliptos O grande atrativo do Viveiro é a quadra de plantas
nizou o viveiro semeando árvores como pau-ferro plantados no Viveiro marcam a paisagem do Par- medicinais, aromáticas e condimentares, com cerca de
(Caesalpinia ferrea var. leiostachya), ipê (Tabebuia que Ibirapuera. cinqüenta espécies de matrizes, das quais se destacam
spp.), pau-brasil (Caesalpinia echinata), tipuana a alfazema (Lavandula dentata), o alecrim (Rosmarinus
(Tipuana tipu), pau-jacaré (Piptadenia gonoacan- Em 1993, Burle Marx elaborou um novo projeto officinalis), a melissa (Melissa officinalis), o manjericão
tha) e sibipiruna (Caesalpinia pluviosa var. pelto- para o Viveiro, visando reintegrá-lo ao Parque Ibira- (Ocimum basilicum), a alfavaca-cheiro-de-anis (Oci-
phoroides), além de plantas arbustivas e herbáceas, puera e valorizar suas edificações e árvores notáveis. mum selloi), a hortelã (Mentha spp.) e o capim-limão
notadamente floríferas. Ao redor de cada estufa estão plantadas matrizes de (Cymbopogon citratus).

Foto:Pedro Henrique N. da Cunha


113

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#12
PLANTAS MEDICINAIS:
o QUE O
PROFISSIONAL
DE SAÚDE
PRECISA SABER
12 Plantas medicinais e conceitos em sua lista de plantas medicinais outras espécies ve- doença dentro de uma determinada cultura, popular
relacionados getais, fontes de compostos ativos com propriedade ou tradicional. Quando se usa determinada planta
terapêutica, e o faz isto independentemente de serem fora de seu contexto e de seu sistema de concepção
Prof. Dr. Luiz Claudio Di Stasi usadas pela população como medicinais ou não. saúde-doença, ela pode produzir efeitos inesperados
e indesejáveis. Atentemos para a idéia de que pode
Plantas medicinais: conceitos básicos que o pro- No entanto, não é este conceito que os pesqui- produzir esses efeitos e não que sempre os produzirá.
fissional de saúde precisa saber sadores da área reconhecem como verdadeiro, mas
aquele que refere o uso da espécie como medicinal, Logo, é importante diferenciar claramente os
O termo planta é reconhecido imediatamente ou seja, que reconhece o papel fundamental do co- termos medicinal versus tóxico. Estes dois conceitos
por qualquer pessoa como uma espécie vegetal, um nhecimento popular e do uso que os seres humanos também englobam formas de compreensão diferen-
ser vivo que não é animal, um ser vivo geralmente fixo fazem das espécies vegetais. Neste contexto, uma tes, uma delas por parte dos consumidores e dos in-
em um determinado local, de onde retira todos os planta medicinal é qualquer espécie vegetal usada tegrantes da medicina popular e tradicional e outra
elementos necessários para sua sobrevivência e para com a finalidade de prevenir e tratar doenças ou de por parte do sistema oficial de saúde ou da medicina
suas relações com o ambiente e com os outros seres aliviar sintomas de uma doença. oficial e de seus profissionais.
vivos, incluindo outras plantas, animais de grande e
pequeno porte, insetos, vírus, bactérias e tudo mais O leitor deve perceber ainda que no conceito de Na medicina popular e na medicina tradicional é
que tenha vida. Há, portanto, uma concepção global uma espécie vegetal como medicinal não se está atri- muito tranqüila e clara a distinção entre uma planta
e real do que seja uma planta. Se alguns seres vivos buindo à planta a característica de que ela realmente tóxica e uma planta medicinal, pois ela se faz pela ob-
como os líquenes, os fungos, musgos e outras cate- seja eficaz para a prevenção ou tratamento de uma servação dos sintomas que a planta produz sobre o
gorias podem ou não ser classificados como plantas, doença, ou mesmo para o alívio de um sintoma. Ge- organismo. Neste sistema, qualquer integrante de um
não é uma discussão importante aqui. O que importa ralmente essa atividade benéfica está na planta, mes- dos grupos sabe e diferencia claramente uma planta
é que uma planta sempre é reconhecida como uma mo porque, se não fosse eficiente, obviamente ela não da outra, de modo que aquelas reputadas como me-
116
espécie vegetal rasteira, herbácea ou arbustiva. seria mais utilizada. O que não podemos saber nestes dicinais vão se incorporando na própria cultura e seu
casos é se a eficácia é suficiente para permitir o trata- uso vai se disseminando na população em velocida-
O termo medicinal vem para expressar justamen- mento desejado, ou se a planta usada como remédio des que dependem do meio de comunicação dispo-
te o uso que se faz desta espécie, sua utilidade medi- será melhor ou mais potente que um outro medica- nível, mas normalmente pela tradição oral entre gera-
cinal, ou seja, voltada à prevenção ou tratamento de mento disponível na farmácia e, finalmente, se será ções ou na mesma geração.
uma doença ou ainda para aliviar determinado sin- segura o suficiente para uso por todas as pessoas.
toma decorrente de uma doença. Assim, uma planta Em outro contexto, envolvendo o sistema da me-
medicinal é aquela para a qual se atribui uma pro- O leitor também deve perceber que se a planta dicina oficial, esta diferenciação não é tão simples e
priedade medicinal. Essa atribuição de propriedade causar sérios efeitos colaterais ou tóxicos não esta- tampouco a mesma. Na medicina oficial, as substân-
medicinal é, de forma geral, feita por indivíduos da ria mais sendo utilizada como medicinal e passaria, cias puras isoladas das plantas medicinais e usadas
espécie humana. Mesmo considerando que muitos mesmo que popularmente, para uma outra categoria, como medicamentos são, em grande parte, origina-
animais fazem uso das plantas para obterem vanta- a de planta tóxica. das de plantas tradicionalmente reconhecidas como
gens medicinais, será a atribuição da idéia de uso tóxicas que, após os devidos estudos de isolamento
medicinal pela espécie humana que permitirá que Isso não significa de forma alguma que qualquer das substâncias ativas e utilizadas em doses devida-
uma espécie vegetal, qualquer que seja ela, passe a planta, por ser usada por suas reputadas proprieda- mente estudadas, apresentam efeitos terapêuticos
ser classificada como planta medicinal. des terapêuticas, seja desprovida de efeitos maléficos valiosos e, por tal, foram e são usadas como medi-
para o organismo. O que determina o tipo de efeito camentos. Por serem originalmente obtidas a partir
A Organização Mundial da Saúde (OMS) refere que pode ser observado é o contexto em que a es- de espécies vegetais tóxicas, nunca são desprovidas
que as plantas medicinais são espécies vegetais a par- pécie é usada, priorizando-se seus esquemas de pre- de efeitos colaterais e geralmente são pouco seguras
tir das quais produtos de interesse terapêutico po- paro e posologia, conforme um diagnóstico que ge- quando usadas em doses altas ou por tempo prolon-
dem ser obtidos e usados na espécie humana como ralmente não foi realizado por nenhum profissional gado. Se a discussão se limita às substâncias isoladas
medicamento. Neste conceito, a OMS também inclui da área de saúde, mas por uma concepção de saúde e de plantas, deve-se ao fato de que a prescrição de

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plantas como medicamento dentro do sistema da Neste sentido, é importantíssimo salientar que o mas que geralmente tem origem nas informações da
medicina oficial ainda é muito incipiente e fonte de leitor não pode e não deve julgar que o remédio, por medicina tradicional local.
um enorme preconceito por parte dos profissionais não ter garantia de eficácia e segurança, as quais são
de saúde. Por outro lado, há a idéia, disseminada por estabelecidas por estudos e investigações científicas, Considera-se medicina oficial a adotada pelo país
muito tempo, e muitas vezes usada como argumento tenha menor valor que um produto químico com em seus serviços públicos e privados de saúde, ou
tanto pelos profissionais de saúde como pelos usuá- comprovada eficácia e segurança de uso. Novamente seja, a medicina que possui a regulamentação e auto-
rios, de que as plantas medicinais não têm efeitos co- se inclui aqui a questão do contexto de uso, como se rização para ser praticada dentro do território de cada
laterais e tóxicos por serem produtos naturais. verá mais à frente. país e que é a base dos cursos de formação dos pro-
fissionais de saúde. No Brasil, assim como na maioria
Outro aspecto conceitual importante resulta da Por outro lado, para ser vendido como tal, um me- dos países ocidentais, a medicina oficial é a medici-
seguinte questão: quando uso uma planta medicinal, dicamento deve passar por uma série de estudos que na alopática, aquela que se estabelece nos hospitais,
estou usando um remédio ou um medicamento? Se comprovem sua eficácia para tratar ou prevenir deter- postos de saúde e em todos os serviços privados de
para algumas pessoas isto é muito bem delineado em minada doença ou determinado sintoma. Da mesma saúde. Nesta medicina, além do diagnóstico das do-
termos das diferenças de conceitos, a maioria dos forma, para ser um medicamento, um remédio deve enças e de seus sintomas, está envolvida a prescrição
usuários, inclusive alguns profissionais de saúde, ge- ter sido amplamente estudado para a verificação dos de medicamentos quimicamente definidos e aprova-
ralmente usam estes termos como sinônimos, quan- potenciais riscos de uso, efeitos colaterais, efeitos em dos para uso e que de certa forma deveriam constar
do na verdade não o são. Esta diferenciação é essen- altas doses ou em tratamentos prolongados. E, final- da farmacopéia brasileira. Até o presente momento,
cial e básica para compreender claramente a diferente mente, deve ter sido estudado quanto à melhor via esta medicina oficial é em grande parte baseada na
natureza destes dois produtos. Podemos antecipar de administração (oral, venosa, tópica, muscular), prescrição de fármacos quimicamente definidos e
que todo medicamento é um remédio e nestas cir- melhor esquema de dosagem e aplicação, forma de aprovados para uso e comercialização, independen-
cunstâncias os dois termos podem ser usados como apresentação mais adequada, mecanismo de funcio- temente de serem de origem natural ou sintética. Tais
sinônimos. Por outro lado, nem todo remédio pode namento e indicações terapêuticas. medicamentos podem ser obtidos pelo paciente no
ser um medicamento, de modo que, dependendo do mercado de farmácias e drogarias e, em alguns ca- 117
produto, processo ou procedimento de cura utiliza- Plantas medicinais e seu uso em diferentes con- sos, gratuitamente nos serviços públicos de saúde.
do, não seria possível empregar os dois termos como textos Está baseada quase estritamente no uso de fármacos
sinônimos. quimicamente definidos devidamente estudados
O uso de plantas medicinais deve ser avaliado quanto a seus efeitos farmacológicos, toxicológicos,
O termo remédio expressa e se refere de modo considerando-se os diferentes contextos de uso. Isto químicos e farmacêuticos. Envolvem, em geral, uma
amplo a qualquer procedimento, processo ou pro- irá permitir a classificação dos procedimentos de cura posologia determinada, uma formulação adequada e
duto de diferente natureza usado com a finalidade de em diferentes tipos de medicinas, as quais precisam um controle de qualidade definido, e seus usos e tem-
cura ou prevenção de doenças, incluindo o alívio de ser devidamente diferenciadas, visto que há diversas po de tratamento também são determinados.
sintomas. Neste conceito a finalidade é terapêutica, práticas que envolvem o uso de plantas medicinais e
mas não representa em nenhum momento garantia de dos medicamentos produzidos a partir delas. É importante ainda ressaltar que os profissionais
efeito, o qual pode ou não ser alcançado. Obviamente de saúde podem prescrever três diferentes tipos de
que grande parte dos remédios funciona e, em alguns Restringindo-se todas as práticas terapêuticas medicamentos na medicina oficial alopática: os me-
casos, são tão ou mais eficientes do que compostos disponíveis apenas àquelas que se utilizam de plantas dicamentos oficiais, os medicamentos oficinais e os
químicos puros comercializados como medicamen- medicinais, excetuando-se diferentes princípios de medicamentos magistrais.
to. Um remédio, portanto, significa uma promessa de tratamento como a homeopatia, acupuntura e outros,
cura ou de alívio de um sintoma que pode representar podemos identificar três diferentes tipos de medicina: O medicamento oficial é uma expressão utiliza-
– e na maioria dos casos representa – uma promes- uma medicina oficial, que pode variar de acordo com da para se referir a um determinado composto quími-
sa que se concretiza na prática. No entanto, pelo fato o país que se está considerando, uma medicina tradi- co inscrito na farmacopéia de cada país, que oficializa
de o remédio visar a uma determinada propriedade cional, geralmente associada e estabelecida dentro de os medicamentos de uso corrente e consagrados pela
medicinal, em seu conceito não está incluído que seja grupos étnicos definidos, e a medicina popular, que se experiência como eficazes e úteis do ponto de vista
comprovadamente eficaz ou seguro para uso. estabelece como uma mistura de influências culturais terapêutico. Este medicamento oficial é um produ-

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to farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, se salientar que apenas nos casos em que se incluam e esta, por sua vez, teve sua origem nestas práticas.
com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para na preparação plantas tradicionalmente conhecidas A medicina tradicional envolve diferentes origens
fins de diagnóstico. É um produto que foi estudado como seguras e eficazes, é que tal procedimento po- e uma base filosófica distinta daquela que originou
em todos os aspectos que garantam na formulação deria ser considerado adequado e seguro. a medicina moderna. Embora a medicina moderna
final a eficácia e segurança de uso dentro de uma de- seja praticada em quase todo o planeta, a medicina
terminada posologia e forma de uso. O contexto da medicina oficial, portanto, é aque- tradicional existe em todos os países com diferentes
le que está devidamente regulamentado pelos órgãos graus de importância dentro do sistema terapêutico.
O medicamento oficinal, também denomina- governamentais e nestes casos a prescrição de me- O interesse pela medicina tradicional tem-se
do de medicamento farmacopéico, é todo medi- dicamentos deve se basear no uso daqueles devida- ampliado muito nos últimos anos, visto que a
camento de fórmula declarada, de ação terapêutica mente aprovados e liberados para comercialização população dos mais variados países está agora mais
comprovada, identificado com um nome genérico, e respectivo consumo, considerando-se obviamente preparada para reconhecer tais práticas como uma
oficial ou não, e que se prepara na própria farmácia. as regras que compõem todo o sistema terapêutico boa abordagem para a manutenção da saúde.
Este medicamento deve apresentar uma fórmula far- oficial do país.
macêutica estável, embalagem uniforme e ficar sujei- A medicina popular pode ser definida e
to a registro prévio no Ministério da Saúde. Não se A medicina tradicional pode ser inicialmente de- reconhecida como as práticas de saúde de
trata, portanto, de um medicamento prontamente finida como uma medicina autêntica de um determi- tratamento e prevenção de doenças que se utilizam
disponível no mercado farmacêutico, mas que ne- nado grupo étnico, como um corpo de conhecimen- das informações e dos conhecimentos da medicina
cessita de um farmacêutico para, em condições ade- tos que se forma ao longo de um enorme processo tradicional, embora não reconhecida como um
quadas, manipulá-lo corretamente em seu estabeleci- de entendimento do que é doença e de um imenso conhecimento espontâneo e autóctone de um
mento, garantindo suas características e, conseqüen- reconhecimento da natureza como fonte de recursos determinado grupo étnico definido, mas como um
temente, seus efeitos benéficos. terapêuticos eficazes. A medicina tradicional normal- corpo de informações e práticas de saúde gerado
mente não recebe absolutamente nenhuma influên- a partir de uma enorme mistura de informações,
118
O medicamento magistral não é comercializa- cia de outras culturas, especialmente da cultura oci- especialmente sobre as virtudes dos produtos
do de forma industrializada e requer a preparação dental, e se estabelece como uma prática de uso de naturais e de inúmeros procedimentos de cura que
pelo próprio farmacêutico de acordo com a correta plantas medicinais em rituais de cura que visam in- foram, ao longo do tempo, se incorporando no
prescrição de um médico, que deve pormenorizar a tegrar o homem e a divindade ou sua espiritualidade. conhecimento da população e que representam
composição, a forma farmacêutica e a posologia. Di- um conhecimento disseminado e impossível de ser
fere do medicamento oficinal pelo fato de não estar Para a Organização Mundial da Saúde a “medicina reconhecido quanto à sua origem.
descrito nas farmacopéias. tradicional se refere às práticas, abordagens e crenças
que incorporam produtos de origem vegetal, animal e Diferente da medicina tradicional, a medicina
Entre essas três formas de medicamentos passí- mineral, terapias espirituais, técnicas manuais e exercí- popular recebe influências das mais variadas fontes
veis de prescrição pelo profissional de saúde, o medi- cios aplicados isolada ou em combinação e que visam e origens, inclusive da própria medicina oficial. Um
camento oficinal e o medicamento magistral podem tratar, diagnosticar e prevenir doenças ou manter o exemplo comum desta influência está na própria
conter em sua composição espécies vegetais. Para o bem-estar”. Ainda segundo a OMS, a medicina tradi- nomenclatura de muitas plantas medicinais que,
medicamento oficinal a inclusão de espécies medi- cional poderia ser definida como “os conhecimentos, devido a suas reputadas atividades terapêuticas,
cinais deve estar descrita na farmacopéia e, para o as habilidades e as práticas de cuidado de saúde, re- recebem nomes de medicamentos comerciais com
magistral, deve ser incluído por orientação médica. conhecidas e aceitas por seu papel na manutenção da a mesma finalidade. Alguns exemplos são as plantas
Neste contexto, tem se aberta de forma legal a pos- saúde e no tratamento das doenças, sendo uma medi- medicinais chamadas de “anador”, “insulina” e
sibilidade da incorporação de plantas medicinais em cina baseada nas teorias, crenças e experiências indíge- “atroveran”, entre outras.
um determinado medicamento. No entanto, não es- nas que passam de geração a geração”.
tão disponíveis os conhecimentos necessários sobre A população, de forma geral, e os usuários das
as plantas medicinais brasileiras que permitam ao Assim sendo, a medicina tradicional representa plantas medicinais, de uma forma mais específica,
medicamento magistral ser prescrito com segurança práticas médicas que existem nas sociedades se apropriam dos conhecimentos da medicina tradi-
para o usuário e para o profissional de saúde. Deve- humanas antes do surgimento da medicina moderna cional mas utilizam estes produtos sem o seu caráter

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mágico e ritualístico. É um tipo de conhecimento que Fitoterapia e fitoterápicos dos e prescritos em obediência a uma determinada
se dissemina por toda a sociedade, especialmente nas legislação de controle. A caracterização da fitoterapia
camadas sociais e econômicas menos favorecidas, A fitoterapia é a terapia baseada no uso de fito- ocorre quando se estabelece a prescrição de medica-
onde tais informações são muito mais valiosas. Nor- terápicos e o fitoterápico é um medicamento usado mentos devidamente avaliados dentro da legislação
malmente são informações que passam de geração a dentro do sistema alopático, ou seja, não possui ne- de cada país, as quais diferem enormemente entre si.
geração e, na mesma geração, de pessoa a pessoa, mas nhuma relação com os princípios que regem a home-
na atualidade também por veículos de comunicação, opatia. Assim sendo, a fitoterapia como especialida- Os fitoterápicos também são classificados como
como televisão, rádio e jornais. Apesar de existirem de médica seria uma prática médica que se utiliza de medicamentos, ou seja, possuem eficácia e segurança
na sociedade indivíduos como benzedeiras, matei- fitoterápicos como produto terapêutico de origem de uso determinadas, assim como controle de qua-
ros e outros que praticamente podem ser reconheci- vegetal devidamente avaliado quanto à sua eficácia e lidade padronizado. No entanto, os fitoterápicos são
dos como especialistas e grandes conhecedores das segurança de uso, além de reunir em suas característi- preparações vegetais padronizadas que consistem de
plantas medicinais, a medicina popular não é típica cas o controle de qualidade. É muito importante que uma mistura complexa de uma ou mais substâncias
ou específica de um único grupo étnico, sendo uma se diferencie a prescrição de fitoterápicos da prescri- contidas na planta, sendo que de forma geral os prin-
prática disseminada por toda a população. ção de plantas medicinais. cípios ativos responsáveis por sua ação farmacológica
são desconhecidos. Assim sendo, combinações de
Finalmente é necessário apenas mais dois Assim sendo, a fitoterapia não é a medicina oficial substâncias conhecidas, mesmo de origem vegetal,
pequenos comentários. O primeiro referente ao fato tendo em vista que os produtos terapêuticos utiliza- não podem ser consideradas como preparações fi-
de que na medicina popular não existe uma separação dos nesse sistema não incluem o arsenal químico-far- toterápicas, pois na verdade trata-se de fitofármacos,
rigorosa entre médico e paciente, de forma que os macêutico disponível no mercado que se caracteriza produtos quimicamente definidos usados na me-
conhecimentos utilizados pelos diferentes praticantes por substâncias quimicamente definidas e avaliadas. dicina moderna e que tiveram sua origem ou foram
são também de domínio público, diferente do que Da mesma forma, a fitoterapia não é uma medicina descobertos em espécies vegetais de uso tradicional
ocorre na medicina oficial e na medicina tradicional, tradicional ou uma medicina popular, pois não preco- ou não. Da mesma forma, alguns dos medicamentos
onde este conhecimento está restrito aos profissionais niza o uso de plantas medicinais como ocorre nestes homeopáticos que são preparados com plantas me- 119
de saúde e ao sistema farmacêutico vigente ou, no dois sistemas que historicamente se estabeleceram dicinais não são considerados fitoterápicos. As ca-
segundo caso, aos especialistas de medicina tradicional como excelentes práticas de saúde. A fitoterapia pre- racterísticas fundamentais dos fitoterápicos, que os
como os pajés, xamãs, curandeiros e outros. O coniza o uso de medicamentos preparados a partir de diferenciam dos fitofármacos, são que os princípios
segundo está no fato de que, mesmo não tendo uma plantas medicinais e de origem nos conhecimentos ativos na maioria das vezes são desconhecidos, envol-
divisão entre médico e paciente, existe na medicina da medicina tradicional e popular, mas devidamente vem espécies vegetais ativas normalmente usadas na
popular alguns praticantes, ou seja, indivíduos que avaliados quanto à sua eficácia, segurança de uso e medicina popular ou tradicional e que de forma geral
acumularam ricos conhecimentos no tratamento das controle de qualidade. produzem efeitos colaterais e tóxicos muito menores
mais diversificadas doenças. Dependendo da região, do que aqueles produzidos por substâncias isoladas e
estes praticantes recebem diferentes denominações, Um médico ou qualquer profissional de saúde ao ou compostos químicos de origem sintética.
mas de forma geral os mais conhecidos são os prescrever o chá de uma espécie medicinal para o tra-
mateiros, os rezadores e benzedeiras, as parteiras e tamento de uma doença ou alívio de um sintoma deve Um programa de fitoterapia, independentemen-
os raizeiros. Apesar de alguns praticantes deterem reconhecer que não está praticando a fitoterapia, mas te de seu caráter municipal, estadual ou nacional, se
grande parte dos conhecimentos, na medicina popular utilizando-se e valorando uma prática consagrada na baseia no uso de produtos fitoterápicos com eficácia
estes conhecimentos estão disponíveis a qualquer medicina tradicional ou em uma prática popular de e segurança devidamente avaliados, assim como um
usuário que, mesmo sem exercer nenhuma atividade saúde. Deve-se aqui ter o cuidado de novamente não controle de qualidade adequado que garanta as carac-
especializada que o caracterize como um praticante julgar ou comparar estes diferentes sistemas, pois to- terísticas essenciais do produto, as quais permitem o
da medicina popular, invariavelmente também dos são eficientes dentro de seu contexto. alcance dos efeitos benéficos à saúde sem o risco de
prescreve os produtos medicinais que conhece a seus efeitos colaterais graves ou tóxicos. Assim sendo, a fi-
parentes e amigos, compartilhando e perpetuando Por outro lado, a fitoterapia se diferenciará da me- toterapia não é apenas – e não pode ser – a prescrição
as informações sobre estes produtos e esta prática dicina tradicional e popular no sentido de que seus de chás e preparados tradicionais de espécies vegetais
popular de saúde. medicamentos precisam ser devidamente prepara- de valor medicinal, mas se baseia no uso de produtos

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derivados de plantas, inclusive de extratos vegetais devi- Terá sucesso apenas se possuir as garantias de que o pro- e. estimular e fortalecer a pesquisa científica das plantas
damente estudados quanto a seus efeitos farmacológi- duto a ser consumido pelo paciente seja efetivamente medicinais;
cos e toxicológicos, obedecendo à legislação pertinente aquele que foi prescrito.
do país, para que possam ser prescritos com segurança f. incorporar nos sistemas educacionais e na formação
pelo profissional de saúde e usados também com segu- Neste contexto, a fitoterapia poderá se estabelecer dos profissionais de saúde conteúdo referente ao uso
rança pelo paciente. como uma prática médica eficaz quando organizada dos fitoterápicos;
como um programa oficial de atendimento à saúde jun-
Desta forma, a fitoterapia deve ser vista como o to aos serviços públicos. Não há como, na situação atual, g. formular políticas de proteção e conservação dos
oferecimento de uma assistência médico-farmacêutica que ela se estabeleça fora de um contexto programático, recursos genéticos vegetais usados como recursos tera-
usando fitoterápicos estudados com base científica para pois se assim ocorrer seu sucesso será limitado pelos pêuticos.
os pacientes, quer seja em localidades onde haja carên- mesmos problemas discutidos acima. Devemos enten-
cia de atendimento primário à saúde como uma terapia der um programa de fitoterapia como um programa Obviamente que a implantação de programas de fito-
disponível e de fácil acesso, quer seja nas regiões mais que garanta a qualidade de todas as etapas envolvidas na terapia depende diretamente das características do local
industrializadas como uma terapia complementar ou cura do paciente, ou seja, a consulta e o diagnóstico com onde ele será implantado. No entanto, alguns aspectos
opcional à medicina moderna ou oficial. conseqüente prescrição do fitoterápico ou planta me- devem ser obedecidos por todos estes programas e deles
dicinal e o fornecimento deste produto para o paciente depende o sucesso terapêutico do programa. Neste sen-
A fitoterapia, portanto, pode ser exercida e implan- com a qualidade necessária para que seja eficaz e seguro. tido, poderemos detectar facilmente que seria complexo
tada em dois diferentes universos: como opção terapêu- pensar em um Programa Nacional de Fitoterapia, já que
tica nos consultórios de saúde, e vinculada a programas A implantação de programas com fitoterápicos de- uma proposta desta magnitude deverá respeitar as carac-
oficiais junto aos serviços públicos de saúde. Este dois verá se pautar antes por políticas públicas com objetivos terísticas regionais, estaduais ou municipais.
universos precisam ser devidamente reconhecidos, es- bastante claros, dos quais enumeramos os mais impor-
pecialmente em relação às suas características e princi- tantes: Outro aspecto essencial está no fato de que um
120
pais problemas. programa de fitoterapia em qualquer nível, municipal,
a. implantar uma política nacional de plantas medici- estadual ou federal, depende da integração de uma série
Restringindo a discussão da fitoterapia como prá- nais e fitoterapia; de diferentes profissionais capacitados para que todas as
tica médica baseada no uso de fitoterápicos, o pro- etapas de desenvolvimento do programa possam ser re-
fissional de saúde interessado e disposto a prescrever b. promover uma percepção pública da validade dos alizadas com sucesso. Assim sendo, botânicos, agrôno-
produtos de origem vegetal com valor medicinal tem fitoterápicos e garantir o acesso a esses produtos; mos, farmacêuticos, médicos, enfermeiros, nutricionis-
a possibilidade de realizar estes procedimentos nestes tas, auxiliares de enfermagem e vários outros profissio-
dois contextos, como fitoterapia e como prática médica c. estabelecer padrões adequados de controle e produ- nais devem agir em conjunto e engajados diretamente
popular e tradicional incorporada, mas, neste segundo ção de fitoterápicos; no programa, trabalhando no serviço público de saúde
caso, deve atentar para a problemática toda discutimos ou em outras secretarias municipais, enquanto outros
até aqui e também para o fato de que poderá prescrever d. fomentar o respeito pela integridade cultural dos co- atuarem como integrantes e assessores do programa,
produtos consagrados pelo uso popular e tradicional. nhecimentos da medicina tradicional e popular;

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123

#13
USO consagrado
Das PLANTAS
medicinais
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13.1 ALGUMAS PLANTAS REFERENCIA- inevitável. Na busca do atendimento a essa inovadores, para diferenciação até mesmo no plano
DAS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE E OU- característica as empresas adotam algumas opções: internacional.
TRAS CONSAGRADAS PELO USO POPULAR.
Prof. Dr. Luis Carlos Marques Lançamento de similares Cadeia da pesquisa, desenvolvimento e inovação
– PDI
O Anexo B a este capítulo apresenta uma lista É uma estratégia adotada há décadas, levando o
de espécies medicinais de uso consagrado e algu- mercado a saturar-se de diferentes produtos à base Todos sabemos da grandiosidade da flora nacio-
mas plantas pesquisadas pelo Programa de Pesquisas dos mesmos ativos, com mínimas (quando existem) nal, a qual teoricamente permitiria o desenvolvimen-
de Plantas Medicinais da Central de Medicamen- diferenças. Em tal situação ocorre uma verdadeira to expressivo de inúmeros produtos fitoterápicos
tos (PPPM-Ceme), com resultados divulgados em guerra de preços, promoções, bonificações, etc., úteis à terapêutica. No entanto, apesar da exuberân-
2006, através do Ministério da Saúde, na publicação práticas que estimulam o mercantilismo na área, em cia botânica, nos faltam muitos elos da cadeia de PDI
“A Fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisas de detrimento do acesso facilitado ou da melhoria na que pudessem facilitar o desenvolvimento esperado,
Plantas Medicinais da Central de Medicamentos”. oferta de produtos. ao menos na qualidade e velocidade desejadas e ne-
cessárias para permitir uma competição ainda que
Lançamento dos genéricos próxima dos produtos sintéticos. Em linhas breves,
13.2 FITOTERÁPICOS: PERSPECTIVAS tais passos são os seguintes:
DE NOVOS E ANTIGOS PRODUTOS. Propalado nos últimos anos como a grande
Prof. Dr. Luis Carlos Marques vedete do setor farmacêutico, o genérico tem sido a. Etapa botânica. Necessidades enormes de co-
responsável pelo crescimento acentuado do setor, nhecer o que existe, identificar as espécies, herbori-
Contexto atual do mercado na faixa de 25%, bem mais expressivo que os parcos zá-las corretamente e aproximar a competência botâ-
5% anuais do setor farmacêutico como um todo nica existente das necessidades e do foco industrial.
O Brasil vive um período de franco crescimento (Mercado, 2007). No entanto, o aumento progressivo Um exemplo claro dessa necessidade diz respeito à
124
econômico e que precisa ser preservado para colocar e agressivo das empresas nesse segmento acabou espécie vulgarmente chamada de “muirapuama”, co-
o país definitivamente num processo de crescimento transformando-o num novo setor de “similares”, pois mercialmente denominada como sendo a espécie
sustentável. há enorme igualdade de ativos, formas farmacêuticas, Ptychopetalum olacoides mas correspondendo de
doses, etc., promovendo agora um novo estímulo à fato a outra espécie, a qual ainda, inacreditavelmente,
Na área de medicamentos, no entanto, o cenário bonificação e à concorrência a toda prova. ninguém sabe qual é nem a identificou adequada-
não tem acompanhado esse período de crescimento mente. E, apesar dessa evidente lacuna, infelizmente
progressivo. Nos últimos anos, o volume de vendas Lançamento de associações são raros os profissionais farmacêuticos que a enten-
das empresas farmacêuticas tem oscilado muito, com dem e se dedicam a esta área, atualmente num está-
algumas delas atingindo patamares expressivos mas Na ausência de produtos inovadores e genéricos gio de quase abandono dentro da profissão.
outras mantendo-se estagnadas ou mesmo perdendo e na tentativa de evitarem os similares, algumas
mercado a olhos vistos. empresas buscam associar ativos, ampliando um b. Etapa química. Esta área, ao contrário da ante-
pouco sua faixa de ação e de indicações. No entanto, rior, tem sido a estrela do interesse dos profissionais
Por que ocorrem tais diferenças? Há várias as associações são limitadas por regulamentos farmacêuticos nas últimas décadas, representando o
respostas, mas a que quero destacar neste artigo sanitários, com possibilidades cada vez mais setor de maior desenvolvimento e estruturação. No
envolve um velho e conhecido aspecto dos dificultadas. entanto, o foco é totalmente distorcido, com acúmu-
profissionais e empresas do setor: a necessidade de lo enorme de estudos fitoquímicos voltados a subs-
constantes lançamentos de novos produtos. Esse Nesse contexto de grandes e progressivas tâncias inéditas, as quais são testadas em “modelos
componente da indústria farmacêutica, estendendo- dificuldades, a área fitoterápica ainda continua sendo de atividade biológica”, que pouco ou nada signifi-
se ao ramo de cosméticos e mesmo de alimentos, uma seara alternativa, que permitiria às empresas a cam em termos de reais potenciais terapêuticos (ex.:
advém do senso comum dos consumidores de que busca, inicialmente, de produtos registráveis para mortalidade de moluscos, antioxidante in vitro, etc.).
a ciência avança progressiva e inexoravelmente atender àquela necessidade de renovação continuada Continuamos carentes de estudos fitoquímicos das
e o surgimento de novos produtos é igualmente e, posteriormente, de produtos genuinamente espécies nativas, inclusive daquelas clássicas, mes-

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mo que sejam obtidas apenas substâncias não
inéditas, pois o inédito neste caso é o conheci-
mento químico gerado. Necessitamos dos es-
forços químicos para produção de padrões, atu-
almente todos sendo importados a preços de
diamante de inúmeros quilates. Continuamos
esperando os químicos voltarem seus olhos à
necessidade do desenvolvimento dos métodos
analíticos para controle de qualidade das es-
pécies, nativas e exóticas, bem como para sua
validação em termos da legislação atual. Apesar
desse contexto, poucos são os sinais de que há
interesse efetivo neste assunto.

c. Etapa farmacológica. Este é outro segmen-


to bastante procurado e charmoso que, por vá-
rios motivos e esforços, obteve também forte
crescimento e estruturação no país. No entanto,
como no caso da química, o foco voltou-se ao
seu próprio umbigo, perdendo-se a visão hori-
zontal das necessidades do setor e da capacida-
de da farmacologia em supri-las. O ponto-chave
125
neste caso é o absurdo esquema do ”modelo
farmacológico”, em que cada pesquisador mon-
ta uma técnica, especializa-se nela e, a partir daí,
busca plantas (ou o que for) para serem testa-
dos no seu modelo, gerando inúmeros dados
“científicos” que abastecem as publicações. Sur-
gem assim milhares de espécies ”antiinflamató-
rias”, “antiúlceras”, “antioxidantes” e outras que
nunca tiveram tal utilização popular nem são
seqüenciadas para alguma pesquisa mais apro-
fundada ou geram produtos com tais proprie-
dades. Por exemplo: as espécies antiinflamató-
rias utilizadas em reumatologia (Tabela 1) são
todas oriundas de pesquisas e flora internacio-
nais e apenas uma delas tem origem na flora do
nosso continente (Setty & Sigal, 2005).
em seguimento para as etapas clínicas. No entanto, atividade ofereçam serviços a custos altos e prazos
d. Etapa toxicológica. Este é outro gargalo é atividade rotineira, repetitiva, etc., características igualmente dilatados. Como alternativa, algumas
evidente, conhecido há muitos anos mas ainda sem pouco atrativas para pesquisadores, o que leva empresas têm buscado instituições no exterior para
um enfrentamento resolutivo. Por tratar-se de etapa poucas instituições a oferecerem sua execução como a execução desta etapa, novamente evidenciando a
legalmente exigida, é passo seletivo para todos os atividade usual. Tal situação acarreta que os únicos necessidade de investimento governamental para a
projetos de PDI e somente a partir dele se pode pensar casos de instituições primariamente voltadas a esta ampliação desta estrutura no país.

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Cumprindo toda essa cadeia de atividades definidas dial, ora alçadas à categoria de validação completa, às Nesse contexto, sem querer esgotar todo o universo
e estabelecidas técnica e legalmente, várias empresas e vezes avaliadas de forma conjunta (produtos mistos) desenvolvido nos últimos anos, destaco a seguir (Tabe-
pesquisadores de todo o mundo têm obtido resultados ou mesmo revistas em novas indicações ou resgatadas la 2) os fitoterápicos internacionais desenvolvidos nos
positivos e favoráveis a vários fitoterápicos, alguns novos em termos de menores efeitos colaterais ou interações, últimos anos, alguns deles já lançados no Brasil e outros
de fato na terapêutica mas, na grande maioria, tratando- mantendo-se as mesmas importantes propriedades te- ainda presentes em farmácias de manipulação ou em
se de espécies clássicas na fitoterapia tradicional mun- rapêuticas. vias de se consolidar comercialmente no país.
Tabela 2. Fitoterápicos internacionais estudados, validados e presentes no mercado brasileiro

Hypericum perforatum
(hipérico)

Griffonia simplicifolia
(grifonia)

Valeriana officinalis
(valeriana)

Valeriana officinalis +
Humulus lupulus
(valeriana+lúpulo)
126 Valeriana officinalis +
Melissa officinalis
(valeriana+melissa)

Melissa officinalis
(melissa)

Curcuma longa
(açafrão-da-terra)

Harpagophytum
procumbens
(garra-do-diabo)

Boswellia serrata
(incenso)

Glycine max
(soja)

Trifolium pratense
(trevo-vermelho)

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Continuação Tabela 2.

Caralluma fimbriata
(caraluma)
Phaseolus vulgaris
(faseolamina)
(feijão)
Hedera helix
(hera)

Pelargonium sidoides
(pelargônio)

Petasites hybridus
(petasita)

tórica de conhecer e valorizar o passado, desse modo adjetivo de essência de vida, acrescentando então um
Fitoterápicos genuinamente nacionais
embasando mais consistentemente nosso patamar nome de mulher muito comum na Alemanha naquela
atual para vôos futuros mais audaciosos. Dentro desse época, Olina. Foi então o primeiro medicamento re-
Várias empresas farmacêuticas nacionais conhe-
conceito, gostaria de relatar alguns casos de produtos gistrado no Rio Grande do Sul. Com a colaboração
cem muito bem este cenário, suas características e o
fitoterápicos que me parecem pioneiros, de grande dos filhos, que trabalhavam ativamente em todos os 127
que precisa ser feito para a promoção adequada do de-
capacidade de resistência (comercial e técnica) e que setores, a empresa evoluiu de pequena economia do-
senvolvimento e inovação de produtos fitoterápicos.
compõem o cenário para os desenvolvimentos moder- méstica a um laboratório respeitado e reconhecido
nos que estão sendo feitos e que certamente virão a ser. pela excelência na qualidade de seus produtos. Atual-
O caso do produto Acheflan, lançado recentemen-
mente continua gerenciado pelos familiares do funda-
te pelo laboratório Aché, tem sido propalado de modo 1. Elixir de Vida Olina
dor, tendo à frente seu neto (www.olina.com.br).
quase exaustivo como um modelo de sucesso e como
“primeiro produto fitoterápico genuinamente nacio- Trata-se de um produto de ação digestiva com- Trata-se, portanto, de um produto simples, envol-
nal”. Pessoalmente, reconheço a visão e persistência posto de seis espécies medicinais: aloe (Aloe ferox), vendo plantas clássicas de ação digestiva, presente no
do referido laboratório, particularmente de seu presi- angélica (Angelica archangelica), canela (Cinnamomum mercado brasileiro há quase 100 anos. Compõe o con-
dente, e da competência da equipe de pesquisadores zeylanicum), galanga (Alpinia officinarum), genciana ceito de fitoterápico tradicional, que vem sendo gradati-
e profissionais envolvidos, e o sucesso comercial que (Gentiana lutea), mirra (Commiphora myrrha.) e rui- vamente examinado em termos modernos, com vários
o produto vem obtendo é prova de que se tratar de um barbo (Rheum palmatum). É produzido pelo Labora- estudos já realizados e publicados (MORAES, 1998).
projeto bem desenvolvido, que atende às exigências tório Wesp, situado em Porto Alegre, RS.
legais e expectativas dos prescritores, e que satisfaz às 2. Giamebil
necessidades dos pacientes. Sua produção teve início com o fundador, Sr. João
Wesp, imigrante alemão que chegou ao Brasil em 1911 Este medicamento foi desenvolvido no Estado
Discordo apenas de um pequeno item que não in- e que fabricava artesanalmente o medicamento e o en- de Pernambuco pelo laboratório Hebron, com par-
terfere nos aspectos positivos do produto Acheflan: a velhecia em barris de carvalho. Junto com sua esposa ticipação de pesquisadores da Universidade Federal
afirmação de que é o primeiro. e filhos, embalava o elixir na própria residência e saía de Pernambuco, particularmente do Instituto de An-
montado em muares de carga, percorrendo as colônias tibióticos, aproveitando o uso popular e pesquisas
De fato, se queremos alavancar o conceito de que alemãs no interior do estado. Em 1919 teve de registrar pré-clínicas que mostravam o potencial amebicida da
é possível tal realização local, temos a obrigação his- o produto com nome comercial, e não apenas com o hortelã-miúda (Mentha crispa) (Mello et al., 1985).

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Foram gastos aproximadamente cinco anos nessa que demonstram termos já um portfólio mínimo do
etapa e posteriormente o laboratório patrocinou pes- qual devemos nos orgulhar como país. Como mostra
quisas adicionais, bem como o doutoramento de um do desempenho de alguns desses produtos, a Tabela 3
farmacêutico de sua equipe, na Europa, para executar detalha alguns dados comerciais recentes.
testes essenciais à credibilidade do medicamento (Di-
mech et al., 2006; Pianowski LF, 2000). Apesar disso, temos também a obrigação de
admitir ainda nossa incipiência em termos numéricos
Trata-se, portanto, de outro produto oriundo da e de complexidade técnica, fatores que devem ser
fitoterapia popular, que passou pela cadeia de PDI nos trabalhados para que os futuros desenvolvimentos
moldes regulatórios vigentes à época, sendo então re- sejam mais expressivos e alcancem horizontes mais
gistrado formalmente e indo a mercado como um fito- estendidos.
medicamento, sem dúvida pioneiro no país.
OBS.: Referências bibliográficas ver Capítulo 18.
Além desses dois casos citados como exemplos,
há outros produtos já finalizados e comercializados

Tabela 3. Desempenho comercial de alguns fitomedicamentos brasileiros.


128

Mentha crispa
(hortelã-miúda)

Cordia curassavica
(erva-baleeira)

Cordia curassavica
(erva-baleeira)

Schinus terebinthifolius
(aroeira-mansa)

Uncaria tomentosa
(unha-de-gato)

Schinus terebinthifolius
(aroeira-mansa)

Pfaffia glomerata
(ginseng-brasileiro)

Fonte: IMS novembro 2007

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#14
FARMACOVIGILÂNCIA
DE PLANTAS.
Dados do
CEATOX – HCFMUSP
14.1 EFEITOS ADVERSOS principais reações adversas provocadas por Segundo Wong & Castro (2003), há outros
RELACIONADOS AO USO DE este tipo de medicamento. O boletim destina- fatores que “favorecem” o aparecimento desses
PLANTAS MEDICINAIS E SISTEMA DE se fundamentalmente aos profissionais da eventos desagradáveis, quais sejam:
FARMACOVIGILÂNCIA DE PLANTAS. saúde, com a finalidade de informar sobre os
Prof. Dr. Ricardo Tabach potenciais riscos que os fitoterápicos, utilizados 1- Condições de cultivo da planta: solo,
indiscriminadamente ou associados a outros temperatura, clima e condições técnicas de
1. INTRODUÇÃO medicamentos, podem causar, principalmente cultivo.
quando consumidos na forma de automedicação,
O uso de fitoterápicos requer, como para sem acompanhamento médico adequado. 2- Interação pelo uso concomitante de outros
outros medicamentos, uma criteriosa avaliação Embora a fitoterapia seja uma importante medicamentos (alopáticos ou fitoterápicos):
por parte do médico. Um aspecto particular dos opção terapêutica, não está isenta de riscos, que antagonismos, sinergismos, alterações da
medicamentos fitoterápicos é a crença de que precisam ser levados em consideração ao se optar biodisponibilidade.
o que é natural não é tóxico ou não faz mal. O por este tipo de tratamento.
ditado popular “o que vem da terra não faz mal”, 3- Dificuldade em identificar ou distinguir
além de equivocado, inibe as pessoas a relatarem Com a implantação deste sistema e a uma planta medicinal de outra planta que
casos de reações adversas com o uso de remédios colaboração dos profissionais da saúde, tanto no pode ser tóxica ou inócua: plantas de famílias
populares. Impõe-se, portanto, para esta classe sentido de nos enviar informações a respeito de diferentes, mas morfologicamente semelhantes.
de medicamentos, um sistema de coleta de casos reações adversas como também na divulgação
de reações adversas, que informe à classe médica deste boletim, o CEBRID espera contribuir para 4- A falta de informação e divulgação dos
e às autoridades, de forma rápida e eficiente, os o diagnóstico sobre as reações adversas causadas efeitos adversos ou tóxicos, agudos e crônicos,
inconvenientes de tal uso. pelo uso de fitoterápicos no Brasil. dos fitoterápicos, envolvendo os aspectos
abaixo relacionados:
132
No Brasil, um trabalho sistemático de coleta 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
de dados sobre Reações Adversas a Fitoterápicos 4a- ausência de um levantamento preciso de
ainda é pouco desenvolvido. Esta deficiência é Fitoterápicos – são medicamentos, o que dados sobre reações adversas;
prejudicial à Saúde Pública, impedindo que as significa que a toxicidade, as possíveis interações
autoridades tomem prontas providências, em medicamentosas e as reações adversas devem ser 4b- despreparo da população em reconhecer
casos de medicamentos que passem a apresentar consideradas e avaliadas pelo médico durante o os sintomas, levando a uma subnotificação aos
estas inesperadas e às vezes sérias reações tratamento. serviços de saúde: os registros de notificações
evitando, assim, a eclosão de novos casos. de problemas relacionados ao uso de
Fatores de risco relacionados ao uso de medicamentos “naturais” são escassos, porém
No sentido de sanar esta falha, o Centro fitoterápicos sua freqüência é bem maior do que podemos
Brasileiro de Informações sobre Drogas imaginar;
Psicotrópicas - CEBRID iniciou recentemente • Potencial tóxico
um Sistema de Farmacovigilância de Plantas 4c- ausência de comunicação: o paciente não
Medicinais, com o lançamento do Boletim • Características especificas do usuário informa e o médico não pergunta sobre o uso de
PLANFAVI (em formato eletrônico), de fitoterápicos;
periodicidade trimestral, e criou o Sistema • Risco de contaminação
de Coleta de Informações sobre Reações 4d- a substituição de terapias consagradas ao
Adversas produzidas por Fitoterápicos e • Falta de regulamentação longo do tempo: apelo do “natural”. É importante
Plantas Medicinais (RAMP-F). A proposta salientar que o caráter natural das plantas
deste trabalho é estabelecer um sistema de Estes fatores aumentam a probabilidade de medicinais não é sinônimo de ausência de riscos
farmacovigilância em relação aos fitoterápicos, ocorrência de reações adversas, intoxicações e para a população usuária. Existem muitos relatos
bem como criar um banco de dados sobre as outras complicações decorrentes de seu uso. de casos de hepatotoxicidade, crises depressivas

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e falências hepática e renal devido a estas ausência de órgãos capazes de centralizar e monitorar 14.2 FITOTERÁPICOS INTERAÇÕES,
substituições sem acompanhamento médico. tais informações. REAÇÕES ADVERSAS E TOXICIDADE.
Dr. Anthony Wong colaboração Eliane Gil R.
• Embora os efeitos colaterais advindos do uso de Em 2006, com a elaboração da Política Nacional de Castro
fitoterápicos sejam menos freqüentes do que aqueles Plantas Medicinais e Fitoterápicos (Decreto Federal (CEATOX – HCFMUSP)
derivados de drogas sintéticas, muitos ensaios clínicos nº 5.813), houve a inserção de terapias alternativas
bem delineados, realizados em outros países, vem e práticas “populares” (entre elas a fitoterapia) no Quanto à toxicidade de plantas medicinais,
confirmando a existência destes efeitos (D´Arcy, 1993). Sistema Único de Saúde - SUS. Desde então, práticas os dados do CEATOX – HCFMUSP relativos
relacionadas à distribuição de fitoterápicos e a aos anos de 2002 à set/2007 apresentados em
• Encontram-se na literatura científica relatos de implantação das “Farmácias Vivas” (Matos, 1998) set/2008 durante o XX Simpósio de Plantas
complicações cardíacas, hepáticas (Woolf et al., vêm se tornando uma realidade no país; em função Medicinais do Brasil e X Congresso Internacional
1994; Lai e Chan, 1999), renais (Abt et al., 1995), disto, a necessidade de estudos toxicológicos e a de Etnofarmacologia em São Paulo ilustram
hematológicas (Ries & Sahud, 1975; Chan et al., implantação de políticas de fitofarmacovigilância alguns casos de intoxicações envolvendo vários
1977; Ko, 1998) e intestinais (Sossai et al., 2007) devem ser tomadas como prioridade para a saúde medicamentos, inclusive fitoterápicos
provocadas por fitoterápicos. pública.

3. FARMACOVIGILÂNCIA DE PLANTAS Como não existe ainda no Brasil


MEDICINAIS um trabalho sistemático de coleta
de dados sobre reações adversas a
Nas últimas décadas, temos observado o fitoterápicos, o CEBRID criou o
renascimento da fitoterapia e este fenômeno contribui Sistema de Farmacovigilância de
para o eventual surgimento de reações adversas; Plantas Medicinais, com o lançamento
133
contudo, o fato de que os produtos à base de plantas do Boletim n° 1 do PLANFAVI (em
são classificados como suplementos alimentares formato eletrônico), em 2007, com
em muitos países, a dificuldade para identificar os periodicidade trimestral, além da
componentes no caso de fitoterápicos formados por implantação do Sistema de Coleta de
associações de plantas (medicina asiática) bem como Informações sobre Reações Adversas
a baixa qualidade de alguns produtos, dificultam o Produzidas por Fitoterápicos e Plantas
relato de reações adversas provocadas por plantas Medicinais (RAMP-F).
medicinais. 1 - CEATOX – HCFMUSP - Ano 2002 à
PLANFAVI: uma necessidade (em versão setembro/2007
• Fitofarmacovigilância: nova área da pesquisa eletrônica no site: www.cebrid.epm.br Total de notificações = 91283 casos
científica. Devido à popularidade/uso de plantas
medicinais, esta área tem se tornado um aspecto Diante do aqui exposto, fica claro que os riscos 2 - Notificações - CEATOX por classe de agente
importante de saúde pública. relacionados ao uso de plantas medicinais são uma tóxico – 2002 à set./2007
realidade da qual não se pode mais fugir. Assim, Total: 91283 casos
• Entre 1968 e 1997, a OMS recebeu um total de são necessários maiores estudos a fim de explorar Medicamentos = 55014
8985 relatos de eventos adversos relacionados ao os potenciais terapêuticos e verificar a toxicidade e Fitoterápicos = 137
uso de plantas medicinais (Farah & Edwards, 2000). possíveis riscos relacionados às plantas medicinais Outros = 36132
Embora esse número seja apenas uma pequena utilizadas pela população. Nota-se também
fração quando comparado aos eventos adversos a necessidade da implantação de políticas de 3 - Relatos de Casos com Fitoterápicos (137) –
provocados por medicamentos alopáticos, deve- fitofarmacovigilância eficientes, a fim de tornar seu CEATOX-Ano 2002-2007
se levar em conta a inexistência de uma cultura de consumo mais racional e, deste modo, minimizar os
denúncia com relação a tais produtos e também a riscos à população usuária. Allium sativum – 1

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Boldo – 9 Xp Cáscara Sagrada+ Piperazina* – 2 4 - CEATOX – HCFMUSP - 2007

Camomila+ Alcaçuz+ vit. C e D– 1 Xarope guaco +agrião** – 2 Total de notificações = 16.271 casos atendidos

Cáscara Sagrada – 12 Beladona+Algodoeiro – 1 Casos evolvendo Fitoterápicos = 44

Castanha da Índia – 1 Passiflora – 20 Circunstâncias:

Catuaba – 2 Persea gratissima + Glycine max – 3 Reações adversas = 13

Cavalinha – 1 Sene – 5 Acidentes= 15

Cimicifuga racemosa – 3 Spirulina – 2 Erro de administração = 2

Centella asiatica – 2 Valeriana - 15 Tentativa de suicídio= 10

Cordia verbenaceae (uso tópico) – 2 Não identificados: Informação= 4

Ginkgo biloba – 13 “Fórmula para emagrecer” – 8

Ginseng – 2 Outros Fitoterápicos – 10 5 - Relatos de RAMs com Fitoterápico - 2007 –


CEATOX-HCFMUSP
Hypericum perforatum – 10 Total= 13 casos
134
Ioimbina – 1

Isoflavona – 4

Kava kava – 5

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137

#15
formas de USO DAS
PLANTAS MEDICINAIS e
interações medicamentosas
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15.1 FORMAS DE USO DAS PLANTAS O preparo consiste em verter água fervente (80 recipiente fechado ao abrigo da luz. Geralmente
MEDICINAIS. – 90º C) sobre a planta ou droga vegetal rasurada é utilizada quando a droga é constituída de ativos
Carlos Muniz de Souza geralmente folhas e flores, tampar e deixar em termossensíveis. A preparação pode ser feita em
Linete Maria Menzenga Haraguchi repouso por cerca de 10 minutos. Os infusos para água (maceração aquosa) ou em álcool e água
Profa. Dra. Nilsa Sumie Yamashita Wadt tratamento de resfriado, gripe e problemas das (hidroalcoólica). No primeiro caso, o emprego da
vias respiratórias em geral devem ser adoçados e água é fria e o contato deverá permanecer por no
A planta medicinal fresca ou seca (droga vege- tomados ainda morno a quente. Os indicados para máximo 10 horas, pois pode fermentar. Este tipo
tal) pode ser utilizada das mais diferentes formas, males do aparelho digestivo, indigestão, diarréia, de preparado é popularmente denominado águas
descritas a seguir, com alguns exemplos. etc., devem ser tomados mornos, frios ou gelados. vegetais (água-de-rosas, de malvas, etc.). No caso
Os infusos devem ser preparados preferencialmente de maceração hidroalcoólica, o contato droga-
»» In natura (em estado natural, sem processa- em doses individuais para serem usados logo em solvente se faz a frio durante um período de 24 a 48
mento) seguida. Entretanto se houver uma freqüência nas horas, com agitação diária, geralmente com álcool
doses, podem-se preparar quantidades maiores 70º para se obter um macerado para uso externo
Trata-se do uso da planta medicinal na forma (loções). Para uso interno, o período de maceração
para consumo no mesmo dia. Neste caso o chá deve
fresca, podendo ser utilizada como alimento (sala- poderá levar de uma semana a dez dias. Depois
ser mantido fechado e guardado de preferência na
das, sucos, sopas, molhos), chá (infusão, decocção), de concluído o período de maceração, o produto
geladeira. O uso da infusão além de ser administrada
em aplicações tópicas e como fonte de matéria-pri- deverá ser decantado e filtrado e completado o
por via oral pode também servir de uso para outras
ma para obtenção de macerados e óleos essenciais. volume esperado.
formas de administração como banhos, compressas,
Exemplos: bochechos, gargarejos, etc.
Exemplos: boldo-brasileiro (P. barbatus), Alho
Suco: vinagreira (Hibiscus sabdariffa), capim-limão
Exemplos: Hortelã (Mentha x piperita), Capim- (Allium sativum).
(Cymbopogon citratus).
limão (C. citratus), Boldo-do-chile (Peumus boldus)
138 Infusão: camomila (Matricaria chamomilla), melis- rasurado. »» Digestão
sa (Melissa officinalis).
A extração é realizada da matéria-prima ve-
Decocção: catuaba (Trichilia catigua), gengibre »» Decocção
getal, em recipiente fechado, por um período
(Zingiber officinale). A decocção ou cozimento envolve colocar a dias(hidroalcóolico) ou horas sob agitação ocasional
Aplicação tópica: babosa (Aloe vera). planta ou droga vegetal rasurada na água fria e e sem renovação de solvente, à temperatura de 40 ºC.
levar a fervura que poderá variar de 5 a 20 minutos,
»» Percolação
de acordo com a consistência da parte da planta
»» Sumo
utilizada. Após o cozimento, deixar em repouso de A droga vegetal moída é colocada em percolador
O sumo é obtido espremendo ou triturando a 10 a 15 minutos e coar em seguida. Este processo (recipiente cônico cilíndrico), através do qual é
planta medicinal fresca num pilão, liquidificador ou é o mais indicado quando se utilizam as partes feito passar o líquido extrator (operação dinâmica).
centrífuga. O pilão é mais usado para as partes pouco mais duras do vegetal como cascas, raízes, frutos e A percolação pode ser simples ou fracionada.
suculentas e, neste caso, deve-se acrescentar um pouco sementes, e também folhas coriáceas, para melhor
»» Tintura
de água filtrada e triturar, após uma hora de repouso facilitar a extração dos seus ativos.
recolher o líquido obtido e utilizar logo em seguida, Trata-se de um processo extrativo à temperatura
Exemplos: Quina (Cinchona officinalis), Canela
pois este tipo de preparação sofre rápida degradação. ambiente pela ação de álcool ou de uma mistura
(Cinnamomum zeylanicum), espinheira-santa
água + álcool sobre a droga vegetal (tintura simples)
Exemplo: boldo-brasileiro (Plectranthus barbatus). (Maytenus ilicifolia).
ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta)
deixando em contato em um recipiente fechado
»» Infusão »» Maceração
ao abrigo da luz por cerca de 8 a 10 dias. A tintura
A infusão ou popularmente denominado no Trata-se de expor a droga vegetal rasurada a simples corresponde a 1/5 do seu peso em planta
Brasil de “chá” é o processo extrativo mais antigo e um determinado solvente a frio, a temperatura seca, quer dizer que 200 g de planta seca permitem
primitivo, ainda hoje utilizado pela população. ambiente, durante horas, dias ou semanas, num preparar 1.000 g de tintura. Terminado o tempo de
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maceração necessário, decantar, filtrar e colocar em xarope deve ser conservado em frasco limpo e bem de pele dos indivíduos com diabetes, gestantes e
um frasco âmbar para proteger da luz e guardar em fechado, protegido da luz e em lugar fresco. Colocar lactentes. Usar sob orientação médica.
lugar fresco. Colocar uma etiqueta contendo o nome etiqueta contendo as informações quanto aos
popular, científico e a parte utilizada da planta, nomes vulgar e científico e a parte usada da planta, Exemplo: Erva-baleeira (Cordia verbenacea).
o grau alcoólico, uso interno ou externo, data do tipo de preparação, data de preparo e validade. Esta
preparo e a validade. Neste processo também pode preparação não pode ser usada por longo período »» Banho
utilizar a planta fresca (500 gramas de planta para e deve-se verificar freqüentemente se o xarope não
1000 ml de produto final) e neste caso este recebe o fermentou (azedou). Prepara-se uma infusão ou decocção concentra-
nome de alcoolatura. As tinturas podem ser simples da da planta medicinal, que deve ser filtrada e mis-
ou compostas, conforme preparadas com uma ou turada na água do banho. Outra maneira indicada é
O xarope comum pode ser preparado por
mais matérias primas. (Farmacopéia bras, 1988). colocar as ervas em um saco de pano firme e deixá-
dissolução, a calor brando (60 °C a 80 °C), de 650 g
lo mergulhado na água do banho, assim como, para
de açúcar cristal em 350 g de água filtrada.
alguns casos, é possível colocar algumas gotas de
Exemplos: Tintura de uso externo arnica (Arnica
óleo essencial. Os banhos podem ser parciais ou de
montana), Tintura uso interno Hera (Hedera helix). Atenção: A administração de xaropes a pacientes
corpo inteiro e são normalmente indicados uma vez
portadores de diabetes é contra-indicada
por dia. Sua principal função é refrescar e eliminar
Obs.: este processo é legalmente definido como (proibida).
substâncias presentes na pele, assim como irritações
insumo farmacêutico, devendo ser adquirido
e coceira, após avaliação do médico. Aconselha-se
de indústrias e farmácias especializadas, e não Exemplo: xarope de guaco (Mikania glomerata e M.
não utilizar tintura de plantas, nem mesmo diluída
preparado caseiramente. laevigata).
em água, pois pode causar ardor e irritações nas áre-
as íntimas (órgãos genitais e ânus).
»» Extrato fluido »» Compressa
Exemplos: alecrim (Rosmarinus officinalis), alfaze-
É a preparação líquida em que cada mililitro Trata-se de uma preparação de uso local (tópico) 139
ma (Lavandula officinalis).
de extrato contém os constituintes ativos que atua pela penetração dos princípios ativos através
correspondentes a um grama de droga vegetal da pele. Utilizam-se panos, chumaços de algodão
»» Bochecho e Gargarejo
(Farmacopéia bras., 1988). ou de gaze embebidos em um infuso concentrado,
decocto, sumo ou tintura da planta dissolvida em Preparação utilizada para combater afecções da
»» Elixir
água. A compressa pode ser quente ou fria. garganta, amigdalites e mau hálito. Faz-se o boche-
É uma preparação líquida, límpida, cho ou o gargarejo com uma infusão concentrada,
Exemplo: tintura de calêndula (Calendula
hidroalcoólica, que apresenta teor etanólico na faixa quantas vezes for necessário, tendo o cuidado de
officinalis).
de 20 a 50% (V/V). não ingerir a preparação. Seu uso deve ser evitado
por crianças.
»» Xarope »» Cataplasma
Exemplos: malva (Malva sylvestris), sálvia (Salvia
Preparação farmacêutica bastante popular Preparação feita com farinha de mandioca
officinalis).
devido ao seu gosto agradável e à facilidade de ou fubá de milho e água, geralmente a quente,
administração, com no mínimo 40% de açúcar. adicionada ou não da planta triturada fresca ou seca,
»» Inalação
Trata-se de uma preparação espessada com açúcar, chás ou outras preparações. É aplicada sobre a pele
usada geralmente para o tratamento de problemas da região afetada entre dois panos finos. É utilizada É uma preparação que aproveita a ação combi-
das vias respiratórias, tosse e bronquite. Adiciona- bem quente como revolutivo de furúnculos, morno nada de vapor de água quente com o aroma das dro-
se ao xarope parte do infuso, do cozimento ou da nas inflamações dolorosas resultantes de contusões gas voláteis. Sua preparação e uso exigem rigoroso
tintura, conforme cada caso, com uma parte de e entorses. cuidado, principalmente quando se trata de crian-
açúcar cristal. O xarope obtido a frio é filtrado após ças, devido ao risco de queimaduras.
Cuidado com plantas que possuem pêlos
3 dias de contato, com 3 a 4 agitações fortes por dia.
ou látex (seiva) que possam irritar e até causar No preparo, colocar a planta fresca ou seca a ser
O xarope a quente é obtido fervendo-se a mistura
queimaduras na pele. Contra-indicado nas lesões usada numa vasilha com água fervente, na propor-
até desmanchar o açúcar, deixar esfriar e filtrar. O
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ção de uma colher de sopa da planta fresca ou seca 15.2 CUIDADOS NECESSÁRIOS NO USO ingeridas em grandes quantidades, muito concentra-
em 1/2 litro de água, aspirar lentamente (contar DE PLANTAS MEDICINAIS. das ou por tempo prolongado.
até 3 durante a inspiração e até 3 quando expelir o Linete Maria Menzenga Haraguchi
ar), prosseguir assim ritmicamente por 15 minutos. Profa. Dra. Nilsa Sumie Yamashita Wadt Gestantes e lactentes não devem utilizar
O recipiente pode ser mantido no fogo para haver plantas medicinais sem orientação médica.
contínua produção de vapor ou acréscimo de água As plantas contêm substâncias químicas que Lembramos que a ação de algumas plantas, embora
quente – mantendo-se proporção de insumo vegetal. tanto podem ser responsáveis por seus efeitos tera- tradicionalmente conhecidas e utilizadas, ainda não
Usa-se um funil de cartolina (ou outro papel duro); pêuticos quanto tóxicos e, portanto, não podem ser está cientificamente comprovada, principalmente
ou ainda uma toalha sobre os ombros, a cabeça e a utilizadas indiscriminadamente. para uso por gestantes e lactentes. Recomenda-
vasilha, para facilitar a inalação do vapor. No caso de se enfaticamente, antes da utilização de qualquer
crianças deve-se ter muito cuidado, pois há riscos de Enfatiza-se a importância de os usuários e, prin- planta medicinal ou fitoterápico, obter o diagnóstico
queimaduras, pela água quente e pelo vapor, por isso cipalmente, os prescritores terem o conhecimento correto da doença a ser tratada e a prescrição por um
é recomendado o uso de equipamentos elétricos es- real das plantas que serão utilizadas, principalmente profissional de saúde especialista na área e habilitado
peciais para este fim e sob orientação médica. as medicinais, quanto aos estudos que comprovem a para tal.
eficácia e segurança.
Exemplo: Eucalipto (Eucalyptus globulus). Deve-se procurar conhecer as plantas que são
Além do conhecimento e estudo sobre plan- tóxicas e aconselha-se ensinar às crianças que não
»» Ungüento, pomada tas medicinais, é necessário considerar a origem e coloquem plantas na boca e nem as utilizem como
a identificação da matéria vegetal para que, junta- brinquedo.
Preparado de sumo da planta fresca, ou um chá
mente com as boas práticas agrícolas, seja possível
forte da planta com gordura vegetal.
assegurar produtos com qualidade, segurança e efi- Não se deve usar plantas mofadas ou com pragas.
Colocar a gordura vegetal em material de vidro cácia garantida. Por isso, o armazenamento de plantas medicinais
140
ou porcelana e levar ao fogo em banho-maria até que deve ser feito com os seguintes cuidados: evitar
fique uma mistura homogênea; acrescentar à mistura É preciso tomar certos cuidados quanto à aquisi- locais que promovam a contaminação por mofo ou
o sumo ou o infuso, ou decoccto, ou a tintura, homo- ção de plantas medicinais. Deve-se saber se é a planta insetos e exposição direta à luz solar e umidade.
geneizar e deixe esfriar. Guardar em pote de plástico correta e se está isenta de contaminação; não é reco-
ou vidro. mendável coletar plantas nas beiras de rios, córregos É necessário ter cuidado também quanto ao
poluídos e nas proximidades de esgotos, nem nas preparado de plantas medicinais, pois existem
Exemplo: Calêndula (Calendula officinalis). margens das estradas, que poderão estar contamina- diferentes métodos, como, por exemplo: infusão,
das por poluentes. decocção, etc. Ainda, evitar o uso de recipientes de
»» Azeite ferro, alumínio, cobre ou plástico; dar preferência aos
Os remédios caseiros só devem ser usados com de vidro (que possam ser levados ao fogo), porcelana
É um preparado para plantas aromáticas, geral-
as devidas orientações, uma vez que seu uso inade- ou barro.
mente folhas, as quais possuem grande quantidade
quado pode ocasionar intoxicações e queimaduras.
de óleo essencial.
Recomenda-se sempre procurar a orientação de um É necessário conhecer não só a planta e a
As folhas frescas da planta são colocadas em um profissional de saúde habilitado. quantidade para o preparo do chá ou fitoterápico,
recipiente, de preferência de vidro âmbar. Adiciona- como também a parte correta da planta a ser utilizada.
se azeite de boa qualidade até cobrir a quantidade O usuário não deve suspender o uso da medica-
de planta utilizada. Deixa-se em repouso por no mí- ção que esteja utilizando para usar, por conta própria, Outros cuidados quanto ao uso de plantas
nimo 30 dias, protegido da luz. Filtrar e manter em plantas medicinais. Neste caso também se recomen- medicinais: é importante estar atento na hora de
frasco âmbar. da procurar a orientação de um profissional de saúde. usar as plantas, observando se a indicação é para uso
interno (ingestão) ou externo (uso local). Muitas
Exemplos: alecrim (Rosmarinus officinalis), tomilho Mesmo quando são indicadas corretamente, as plantas, como o confrei (Symphytum officinale) e a
(Thymus vulgaris). plantas podem provocar efeitos indesejáveis se forem arnica (Arnica montana), não devem ser ingeridas,

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somente usadas em aplicações de uso tópico, e em Também há contaminações externas, como insetos com diuréticos tiazídicos (hidrocorotiazida, clortali-
casos de reações de hipersensibilidade, suspender ou órgãos incorretos misturados, entre outros, que dona - Higroton).
o uso e procurar pronto atendimento. O uso das devem ser verificados para garantir a qualidade da
plantas medicinais é restrito à atenção primária. droga vegetal. Piper methysticum. G. Forst. (kava-kava): com
ansiolíticos ou depressores do SNC, pois pode haver
Cuidado com o uso nos casos de doenças crônicas: É aconselhável manter-se informado a respeito potencialização dos efeitos (ex.: alprazolam + kava-
para patologias de caráter crônico e nos casos de das propriedades das plantas medicinais e certificar kava = depressão profunda). Álcool potencializa
agravamentos das patologias não é aconselhável que realmente haja dados na literatura científica, efeitos da kava-kava; redução da eficácia do levodopa
o uso de fitoterapia. É de extrema importância o de conhecimento público, sobre o uso da planta (tratamento de Parkinson); efeitos sinérgicos com
acompanhamento médico e laboratorial. medicinal, com comprovação da sua eficácia e Hypericum perforatum (hipérico) e Valeriana officina-
segurança. lis (valeriana).
O usuário deve saber que um fitoterápico, por
estar baseado na alopatia, necessita de doses certas As plantas medicinais devem ser utilizadas com Hypericum perforatum L. (hipérico ou erva-de-
e controladas, pois algumas plantas ou fitoterápicos muito critério, iniciando-se pela identificação real do são-joão): aconselham-se cuidados com alimentos
podem causar intoxicação, fotossensibilização, problema, com a ajuda e orientação do médico para que contenham tiramina (queijo, vinho e cerve-
sinergismo, antagonismo, alteração dos efeitos, o diagnóstico correto da patologia e medidas técnicas ja – hipertensão). Há o prolongamento dos efeitos
reações adversas e agravos à saúde. adequadas. Depois da doença ou “problema de narcóticos de drogas indutoras de sono, antagoniza
saúde” identificado, é necessário saber quais plantas os efeitos da reserpina e potencializa os efeitos dos
As plantas medicinais devem ter certificado de e suas partes (caule, raiz, folhas, flores) deverão ser inibidores da MAO. Não se recomenda também o
idoneidade que apresente a identificação botânica; usadas para liberar o princípio ativo, onde adquiri-las emprego junto com inibidores de recaptação de sero-
utilize matrizes certificadas. Procure a planta pelo com segurança, a melhor forma de uso, as dosagens e tonina (fluoxetina, sertralina) devido à possibilidade
nome científico, evitando o nome comum ou prescrições, quando necessários por profissional de de gerar uma síndrome serotoninérgica, e tampouco
popular, pois este varia localmente e pode designar saúde habilitado. com contraceptivos orais, pois induz hemorragias in- 141
espécies diferentes. termenstruais; ou com loperamida, pela possibilida-
Pontos importantes: nomenclatura botânica, de de gerar episódios de delírio.
Comprar ou adquirir plantas secas somente em parte usada, padronização, forma de uso,
locais confiáveis que atestem a procedência, tenham indicação, ação terapêutica, dose diária, via de Mikania glomerata Spreng. (guaco): não se deve
embalagem adequada, rótulo com identificação administração, possíveis efeitos colaterais, interações empregar concomitantemente com anticoagulantes,
correta, nomenclatura botânica, indicação de uso medicamentosas, entre outros. Tire todas as suas pois há potencialização de efeitos e pode antagonizar
(órgão e dose), data de validade, procedência, peso dúvidas com o profissional de saúde especialista na a vitamina K. Pode aumentar a absorção de alguns
líquido, farmacêutico responsável. área, assim você poderá obter o efeito terapêutico fármacos devido a suas saponinas.
esperado com o uso de uma planta medicinal ou
É preciso tomar os mesmos cuidados ao se fitoterápico. Paullinia cupana Kunth (guaraná): pode neutra-
adquirir uma planta fresca: certifique-se que esteja lizar os efeitos dos barbitúricos e inibir o “clearence”
identificada botanicamente com o nome científico 15.3 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS do lítio. A meia vida da cafeína é aumentada na pre-
correto e um local de confiança para comprá-la ou COM FITOTERÁPICOS. sença de anticonceptivos orais, fluoroquinolonas,
adquiri-la, onde se tenha a certeza de estar obtendo Profa. Dra. Nilsa Sumie Yamashita Wadt dissulfiram, cimetidina e fenilpropanolamina; pode
realmente a planta desejada. diminuir a absorção de ferro; aumenta a resposta de
Ginkgo biloba L. (ginkgo): com anticoagulantes agonistas beta-adrenérgicos.
Mesmo apresentando a identificação botânica (varfarina, heparina, aspirina) devido à atividade ini-
correta, é importante o usuário reconhecer as bitória do PAF (fator de agregação plaquetária); com Panax ginseng C.A.Mey. (ginseng): diminui o
características da planta, fresca ou seca, identificando-a inibidoras da MAO (monoaminoxidase) (fenelzina, efeito depressor de substâncias como fenobarbital e
também pela textura, cor, odor, formato, etc., para tranilcipromina - Parnat, selegilina, moclobenida - anfetaminas; sinergismo com drogas antineoplásicas,
evitar ser enganado por uma identificação errônea. Aurorix); alguns casos de hipertensão em associação aparição de sintomas maníaco-depressivos em asso-

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ciação com fenelzina; ação antiagregante plaquetária hipnóticos sedantes e da morfina. Pode haver patologias hepáticas severas; não se recomenda na
e levemente hipoglicemiante. Potencializa a atividade potencialização de efeitos com o uso concomitante gravidez e lactação.
da aspirina, do diazepam e de estimulantes centrais de álcool ou anti-histamínicos.
(café, guaraná), podendo levar a uma hipertensão, e Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek (espinheira-
inibe efeitos nociceptivos, bem como da varfarina. Valeriana officinalis L. (valeriana): potencialização santa): pode reduzir o leite em mulheres que
dos efeitos do álcool e drogas depressoras do SNC, amamentam.
Rhamnus purshiana DC. (cáscara-sagrada): sinergismo com hipérico e kava kava.
diminuição na absorção de algumas drogas, Zingiber officinale Roscoe (gengibre): Não
potencializa efeitos de glicosídeos cardiotônicos Mentha x piperita L.: aumento do efeito se recomenda administrar altas doses com
devido à perda de potássio. estrogênico do estradiol. medicamentos para insuficiência cardíaca,
coagulopatias e diabetes.
Passiflora incarnata L. (maracujá): potencializa Peumus boldus Molina: não se deve utilizar boldo
fármacos inibidores da MAO, de barbitúricos em casos de obstrução das vias biliares, nem em

Foto: Pedro Henrique N. da Cunha


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#16
A CONTRIBUIÇÃO
DOS ALIMENTOS
NA MANUTENÇÃO
DA SAÚDE
16 A CONTRIBUIÇÃO DOS usadas popularmente para raquitismo e o suco da Lembrete: o alho pode agravar o quadro clínico
ALIMENTOS NA MANUTENÇÃO DA abóbora, para artrite e gota. das pessoas que sofrem de pressão baixa e, em exces-
SAÚDE. so, pode causar dor de cabeça, azia, vômitos e diar-
Oswaldo Barretto de Carvalho AGRIÃO (Nasturtium officinale) réia.

Frutas, hortaliças e cereais, que além das proprie- Rico em vitaminas A e C e nos minerais: ferro, AMENDOIM (Arachis hypogaea)
dades nutricionais, possuem substâncias que possi- enxofre e potássio. A associação de algumas substân-
bilitam aplicação na terapêutica cias confere ao agrião a propriedade de expectorante. Contém vitaminas B e E; minerais como cálcio,
fósforo, ferro, cobre, potássio, enxofre; Devido à
ABACATE (Persea americana) ALCACHOFRA (Cynara scolymus) grande quantidade de óleo, é melhor consumi-lo em
pequenas quantidades, sem abusos, e suspender seu
Fruta bastante energética como alimento, pelos Apresenta substâncias de valor energético e com uso em casos de distúrbios do estômago, fígado, ve-
seus nutrientes essenciais ao bom funcionamento do propriedades diuréticas e digestivas, estimulantes do sícula e intestino.
organismo, rica em minerais como ferro, magnésio, fígado e da vesícula. Atua como auxiliar na digestão
cálcio, fósforo; vitaminas A, B1, B2, C, E; lecitina; pro- do leite. Popularmente é utilizada como depurativa AMORA (Morus spp.)
teínas; açúcar; fitosterol; abacatina, que é uma subs- e diurética. Por ser um alimento rico em ferro, é útil
tância oleosa com propriedades nutritivas e hidratan- para o restabelecimento nos casos de anemia e do ra- Contém vitaminas C e E, com ação antioxidan-
tes da pele, entre outros. Na medicina caseira e uso quitismo. A água que sobra do cozimento da flor não te; minerais como sódio e potássio; frutose; taninos;
popular, é utilizado contra artrite, gota, problemas deve ser desperdiçada, podendo ser usada em caldos fibras e pectinas. Popularmente é utilizada na pre-
renais, anti-radicais livres, prevenção de problemas e sopas. venção de resfriados e no fortalecimento do sistema
de pele, etc. O chá das folhas ou brotos pode ser usa- imunológico.
do para desarranjos menstruais e intestinais. A fruta ALFACE (Lactuca sativa)
146
ou o chá das folhas ou do caroço pode ser usado na AVEIA (Avena sativa.)
cosmética contra caspa e queda de cabelo. Popularmente usada como calmante e indicada
para pessoas que têm insônia ou são muito tensas e Alimento integral e cereal de grande valor ali-
ABACAXI (Ananas comosus) agitadas. É utilizada na cosmética em cremes para re- mentício. Rico em proteínas (destacando-se os se-
juvenescer e acalmar a pele. Contém quantidades ra- guintes aminoácidos: lisina, arginina, histidina, cis-
Rico em minerais, cálcio, cobre, ferro, manga- zoáveis de vitaminas A e C e minerais como o cálcio, tina, tirosina e ácido glutâmico); vitaminas B1 e B2;
nês, fósforo; vitaminas A, C; bromelina, que é uma fósforo e ferro. Vale lembrar que quanto mais escuras rico em minerais como fósforo e ferro; Alimento rico
enzima proteolítica (que auxilia na hidrólise das pro- as folhas, maior a riqueza nutritiva. que pode ser usado por crianças, pessoas debilitadas
teínas). Pelo seu alto teor de fibras, auxilia na prisão e anêmicas. A farinha de aveia, por conter muita fibra,
de ventre e age como laxante natural, entre outras ALHO (Allium sativum) auxilia também no trânsito gastrintestinal.
propriedades. Popularmente é usado nas afecções da
garganta, como expectorante e mucolítico nos res- O alho atua como estimulante das mucosas, ex- BANANA (Musa x paradisiaca)
friados, tosses e bronquites, como auxiliar na diges- pectorante, anticatarral e como potente anti-séptico,
tão, na obesidade, na anemia. O suco é um excelente pela presença da alicina, que age como preventiva A banana é uma fruta riquíssima em nutrientes:
diurético. de gripes e resfriados. Popularmente é usado como vitaminas A, B1, B2, B5, C; minerais como: ferro, mag-
estimulante do apetite e da digestão. Usado há lon- nésio, potássio e cálcio; serotonina; frutose (açúcar
ABÓBORA (Cucurbita pepo) ga data como auxiliar no tratamento da hipertensão que proporciona energia). Uso popular em casos de:
e nos distúrbios de triglicérides, colesterol e como anemia e desnutrição alimentar, em razão do elevado
É um excelente alimento de alto valor nutritivo. depurativo sanguíneo. Para melhor aproveitamento teor de ferro; como auxiliar na contração muscular e
Da abóbora tudo se aproveita. Rica em vitaminas A, de suas propriedades nutritivas (vitaminas A, B e C, batimentos cardíacos, pelo teor de potássio, evitando
C, B1, B2, B5; minerais como cálcio, fósforo e ferro. proteínas, flúor, iodo, cálcio, ferro, fósforo), preventi- cãibras e fadiga, boa para os dentes e ossos pelo teor
As sementes descascadas e levemente torradas são vas e curativas, o alho deve ser consumido cru. de cálcio. Facilita a digestão e evita prisão de ventre e

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a acidez do estômago, estimula os rins na depuração e C. Contém ainda flúor, manganês, cálcio, fósforo, tina; fibras que estimulam o peristaltismo e aliviam a
de elementos tóxicos, ajuda no fortalecimento celu- ferro, sódio, potássio, cloro, silício, zinco e magnésio. prisão de ventre.
lar, entre outras funções. Popularmente, o coração da Possui ácido glutárico, que é composto de lisina, um
banana e a própria banana são utilizadas nas bronqui- aminoácido de grande importância. Nos talos e nas CEBOLA (Allium cepa)
tes e a parte interna da casca, em queimaduras leves. folhas se concentram as vitaminas e os sais minerais.
A banana-maçã, por ser de fácil digestão, é a mais in- O suco é muito nutritivo. Tem alto poder nutritivo, curativo e preventivo,
dicada para recém-nascidos e crianças e idosos. além de realçar o sabor de outros alimentos salgados.
CAJU (Anacardium occidentale) Fonte de vitaminas A, B e principalmente C; mi-
Lembrete: deve ser consumida com moderação nerais como enxofre, flúor, fósforo, iodo, zinco, po-
pelos diabéticos. O pseudofruto ou pedúnculo contém polpa su- tássio, fósforo, cálcio, sódio, silício, magnésio, cloro,
culenta, rica em ácido ascórbico (vitamina C), im- ferro, entre outros. Ácido sulfuroso de alilo, a alicina
BATATA (Solanum tuberosum) portante antioxidante que inibe a ação dos radicais presente no alho é um poderoso anti-séptico e con-
livres e protege as células contra o envelhecimento siderado um “antibiótico natural”, com potente ação
Contém vitaminas B e C; sais minerais, especial- precoce. Fortalece o organismo debilitado. Contém nas vias respiratórias, como mucolítico e como pre-
mente o potássio. No cozimento ou fritura, contudo, pectina, é rico em fibras, que têm papel muito impor- ventivo de estados gripais e resfriados. Glucoquinina
boa parte desses componentes se perde, mantendo- tante na digestão dos alimentos apressando o trânsito é uma substancia tida popularmente como “insulina
se o amido, que se transforma em açúcar no final da intestinal. Os índios da Amazônia usam o suco de seu vegetal”, embora sem comprovação de sua eficácia.
digestão. Deve ser consumida com moderação pelos pseudofruto como preventivo contra gripes. Utilizada como estimulante das secreções digestivas,
diabéticos. A solanina é uma enzima inibidora dos depurativa do sangue, ação calmante, fortificante. O
ácidos estomacais. A casca, quando se apresenta es-  O verdadeiro fruto (castanha de caju) é pobre em suco puro da cebola é usado nas picadas de insetos.  
verdeada ou com pequenos brotos, indica a presença proteínas, mas tem boa dose de carboidratos, fonte O suco da cebola levemente assada ou crua, mistura-
deste alcalóide tóxico que pode causar dor de cabeça de energia, sendo muito apreciado depois de torrado. do com mel e limão, para afecções respiratórias.
147
e nos membros, enjôos, vômitos, diarréia e, depen- Rico em minerais como ferro, cálcio, potássio, zinco,
dendo da quantidade e da sensibilidade da pessoa, etc. O cardol, óleo contido na casca do fruto de caju, Lembrete: a cebola, quando muito cozida ou
pode evoluir para um quadro mais grave. Por ser um tem propriedades cáustica e anti-séptica. frita, perde quase a totalidade do seu valor curati-
alimento de fácil digestão, a batata é recomendada vo e nutritivo, pois perde a vitamina C e os demais
aos convalescentes e às crianças com problemas gas- Lembrete: o uso em estado fresco do fruto (cas- nutrientes, restando basicamente o sabor. A cebola
trintestinais (diarréias não infecciosas). tanha) pode provocar lesões na pele, pois é cáustico. acentua problemas de quem sofre de acidez estoma-
Quando as sementes são torradas perdem essa pro- cal ou formação de gases.
BERINJELA (Solanum melongena) priedade e se tornam comestíveis. Popularmente, o
cozimento da entrecasca da planta é utilizado para CENOURA (Daucus carota)
Por ser rica em proteínas é utilizada pelos vegeta- uso externo, em bochechos e gargarejos, como anti-
rianos em substituição à carne, mas é pobre em vita- séptico e antiinflamatório nos casos de feridas na É um alimento rico em propriedades nutricionais;
minas e sais minerais. Popularmente é utilizada para boca e afecções da garganta, embora a eficácia e se- importante na alimentação da gestante, do bebê, da
reduzir os níveis de colesterol. Como suco, a berinjela gurança ainda não tenham sido comprovadas cienti- criança à velhice. Rica em caroteno (ou pró-vitamina
é considerada um bom diurético; e, como uso local, ficamente. A, que no organismo transforma-se em vitamina A).
em furúnculos de pele. A fritura não é a sua melhor Contém ainda vitaminas B, C, D e K; açúcar e mi-
forma de aproveitamento e sim, assada com a casca. CAQUI (Diospyros kaki) nerais: cloro, flúor, magnésio, ferro, cálcio, fósforo,
potássio, cobalto, iodo, manganês, silício, etc. Popu-
BETERRABA (Beta vulgaris) O suculento fruto é rico em vitaminas, em espe- larmente conhecida por sua ação sobre o sistema ner-
cial a vitamina A, e ainda vitaminas B1, B2, C, que for- voso, imunológico, na boa formação dos ossos e den-
É um alimento de alto valor nutritivo, principal- talecem o sistema imunológico; minerais como ferro, tes, sendo o caroteno necessário à percepção visual
mente quando é consumida crua e integralmente, ou potássio e cálcio; presença de ácido galactogênico e ao complexo epitelial do corpo, portanto excelente
seja, raiz, talos e folhas. É rica em vitaminas A, B1, B2 (necessário às mães que amamentam); celulose; pec- para os olhos e pele, fortalecendo cabelos e unhas. A

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cenoura é indicada para os casos de anemia, para dis- é proteger o organismo contra o câncer de próstata, de colesterol. Usada contra processos inflamatórios
túrbios gastrintestinais, facilitando o funcionamento embora sem comprovação científica da sua eficácia. internos e externos. Contém ainda vitaminas A, B1,
dos intestinos; estimula a vesícula, combate a prisão Rica em vitaminas A, B2, B3, B5, C; minerais como o B2, B5, C; minerais: ferro, cálcio, fósforo, potássio, etc.
de ventre; como tônico e fortificante do organismo cálcio, ferro, fósforo; colina, com ação protetora do fí-
age nas vias respiratórias e equilibra o metabolismo gado, e rica em pectina. A goiaba é um bom alimento MANGA (Mangifera indica)
de outros alimentos. para a pele e para os olhos. Sua casca é rica em flavo-
nóides e, quando verde, é rica em tanino, possuindo Rica em vitaminas: A, B1, B2, B5 e C; minerais
Lembrete: comer a cenoura crua é a melhor for- propriedades adstringentes e anti-sépticas. As folhas como o cálcio, fósforo e potássio; fibras; carboidra-
ma de se aproveitar tudo o que ela tem de bom, sem novas e brotos são utilizados popularmente na forma tos produtores de energia para o consumo humano.
perder as propriedades nutricionais. Para o cozimen- de infusão no caso de disenteria não infecciosa.
to o ideal é o vapor. As folhas da cenoura também de- MARACUJÁ (Passiflora sp.)
vem ser aproveitadas, pois são ricas, principalmente, LARANJA (Citrus sinensis)
em vitamina A. Rico em passiflorina (folhas), substância usada
A fruta é fonte de vitaminas A, B e C; minerais: contra doenças do sistema nervoso, que age dimi-
COCO (Cocos nucifera) cálcio, fósforo, potássio e selênio; pectina (parte nuindo a ansiedade e atuando como sedativo, porém
branca entre a polpa e a casca), que faz com que o or- sem causar dependência. Rico em vitaminas: C, A,
Contêm as vitaminas B1, B2, B6, C; minerais: ganismo não processe muita gordura e glicose; fibras B1, B2, B3; minerais como cálcio, ferro e potássio. O
sódio, cloro e potássio, fósforo, cálcio e magnésio, que facilitam o trânsito intestinal; flavonóides que re- suco é calmante, diurético, depurativo e digestivo.
essenciais à vitalização da pele e para um bom fun- duzem o colesterol e fortalecem os vasos; limoneno,
cionamento gastrintestinal. O potássio é importante encontrado no óleo essencial contido na casca. Esses MEL
para o sistema muscular, especialmente ao músculo agentes chamados bioflavonóides são anti-inflamató-
cardíaco. rios das articulações e protetores dos vasos sanguíne- Além de um rico alimento, é também considera-
148
os, assim como a glutadiona, uma enzima com ação do um medicamento por sua riqueza em vitaminas:
COUVES (Brassica spp.) protetora para as células e vasos. Excelente alimento A, do complexo B, C e K; substâncias orgânicas de-
que fortalece o organismo, assim como os demais ci- fensivas, como os ácidos orgânicos: málico, vínico,
Ricas em vitamina A e, ainda, vitaminas B1, B2, B5 tros. Lembrando ainda que o limão é usado popular- cítrico, lático, oxálico, fórmico.
e C; minerais: cálcio, ferro, fósforo, potássio, iodo e mente para cálculos renais, reumatismo e gota.
enxofre. As couves verdes são mais ricas em mine- MELANCIA (Citrullus lanatus)
rais de que as brancas. Nada deve ser desperdiçado, MAÇÃ (Malus sp.)
como, por exemplo, nos brócolis, utilizar as flores, ta- Rica em vitaminas: A, B1, B5 e C; minerais como
los e folhas, que auxiliam nas anemias por falta de fer- Possui alto valor biológico, sendo usada também o cálcio, ferro, fósforo e potássio; fibras; licopeno;
ro e mantêm o bom funcionamento dos rins, vesícula contra processos inflamatórios internos e externos. cucurbitina, encontrada nas sementes e polpa, usa-
e intestinos, estimulando as defesas do organismo. Rica em: vitaminas A, B1, B2 e C; cálcio, ferro, mag- da popularmente como hipotensora e para afecções
nésio, fósforo; pectina; ácido málico, que elimina de- renais e intestinais. Os minerais de sua composição
  Popularmente usadas para cólicas menstruais, tritos metabólicos beneficiam as células, evitando o cansaço e o estresse.
afecções renais, anemias pelo teor de ferro, sendo o O suco da melancia é utilizado popularmente como
suco da couve e talos um bom tônico usado nos pro- MAMÃO (Carica papaya) coadjuvante no tratamento da gota, artrite e para au-
blemas digestivos e estomacais. mentar a diurese.
Fruta riquíssima em papaína, enzima proteolíti-
GOIABA (Psidium guajava) ca, ou seja, age contra a má digestão das proteínas. É RÚCULA (Eruca sativa)
possuidora de alto valor biológico e, portanto, a sua
O mais importante elemento encontrado na goia- principal indicação é como digestiva nos casos de Hortaliça com sabor picante e grande quantidade
ba vermelha é o licopeno, pigmento vermelho tam- alimentação pesada; atua também contra a fermen- de vitaminas A e C; minerais como potássio, enxofre
bém presente no tomate e na melancia, cuja função tação intestinal, ajuda a regular o intestino e o nível e ferro; auxilia na digestão, com ação especial sobre

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o funcionamento dos intestinos. É usada em saladas flavonóides e ácido fórmico. Fruta que auxilia na ma- o químico e professor Lobo Franco, um tomate mé-
cruas. Possui essência sulfurada e nitrogenada que nutenção do peso; favorece a absorção da vitamina C, dio contém 80% da necessidade diária de licopeno e
age contra as doenças das vias respiratórias. O suco além de melhorar a secreção de sucos intestinais e os os flavonóides desse fruto inibem as enzimas respon-
da rúcula, combinado com o de agrião, provoca uma movimentos peristálticos. Popularmente, previne a sáveis pela disseminação de células tumorais.
limpeza e desintoxicação no organismo. formação de cálculos de oxalato de cálcio, retarda o
envelhecimento e aumenta a expectativa de vida. Os UVA (Vitis vinifera)
SALSA (Petroselinum crispum) óleos essenciais da tangerina atuam como analgésico e
relaxante. A casca contém limonóides, segundo a Dra. Contém glicose, de elevado valor energético e
É uma das melhores fontes de vitamina A, funda- Clara Hasher, da Universidade de Illinois (EEUU), com propriedades diuréticas; vitaminas A, B1, B2,
mental para a proteção dos olhos, do aparelho respi- que podem prevenir o câncer ao evitar os danos das C; minerais como o fósforo, potássio, cálcio e ferro;
ratório e da pele. Rica também em vitaminas: B, C substâncias tóxicas nas células do organismo. frutose, etc. Popularmente é usada para a falta de ape-
e E; minerais como cálcio, potássio, ferro, fósforo, tite, como laxante regularizando o funcionamento
magnésio e enxofre. Presença de apiol, óleo volátil Segundo Flávio Rotman em: A Cura Oppular dos intestinos e evitando a fermentação e produção
extraído das sementes, com propriedades cicatrizan- Pela Comida, 9ª edição, a casca da tangerina concen- de gases; para melhorar a circulação sanguínea, no
tes, apiina, que usada em pequenas doses é útil para tra a usina de saúde da fruta, apresentando compara- combate ao colesterol alto e para melhorar a visão. A
amenorréia ou dismenorréia, e presença de miristi- tivamente em relação ao seu suco porcentagens mui- casca na forma de suco ou vinho tinto contém res-
cina, encontrada no óleo essencial. É diurética, esti- to maiores de vitamina: A = 700%, C = 290%, B1 = veratrol, utilizado como coadjuvante no tratamento
mulante e depurativa, combate a formação de gases, 170%, B2 = 220%, B5 = 180% Cálcio = 800%, Fósforo da hiperlipidemia e hipertensão leve; na prevenção
estimula a secreção gástrica (facilitando a digestão), = 140%, Ferro = 400%. da aterosclerose, inibindo a ação dos radicais livres
fortalece o sangue e popularmente é usada no trata- (antioxidante), reduz o depósito de gordura no fí-
mento do reumatismo. Da salsa, tudo se aproveita: TOMATE (Solanum lycopersycum) gado dos animais, etc. A quercetina encontrada na
folhas, raízes e sementes, frescas ou secas. casca regulariza os níveis de colesterol e melhora a
Rico em vitaminas: A, B1 e E; minerais como circulação sanguínea. Caroço: o extrato da semente 149
TANGERINA (Citrus reticulata) magnésio, manganês, ferro, fósforo, potássio, ácido da uva roxa contém protoantocianinas (PCO), que
oxálico, que é inconveniente para quem tem proble- são os antioxidantes mais poderosos na luta contra os
O suco da fruta, bem como a sua casca, são im- mas de ácido úrico e cálculos renais, devendo nestes radicais livres. O suco da uva é saboroso e refrescan-
portantes fontes de nutrientes. Rica em vitaminas: A, casos ser consumido sem as sementes; licopeno (pig- te, porém, os diabéticos devem tomar cuidado, pois
B2, B5, B6 e C; minerais como fósforo, ferro, potássio, mento vermelho), que atua na prevenção de tumores também é rico em frutose, o açúcar natural da fruta.
cálcio, enxofre, magnésio; apresenta ainda, pectina, da próstata, mama, esôfago, pulmão e pele. Segundo

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#17
NUTRIENTE
E ALIMENTO
FUNCIONAL
17 NUTRIENTE E ALIMENTO O alimento ou ingrediente que alegar como a redução do risco de diversas doenças e a ma-
FUNCIONAL. propriedades funcionais ou de saúde pode, além nutenção do bem-estar físico e mental. As substân-
Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua de funções nutricionais básicas, quando se tratar cias biologicamente ativas encontradas nos alimen-
Linete Maria Menzenga Haraguchi de nutriente, produzir efeitos metabólicos e ou tos funcionais podem ser classificadas em grupos tais
Profa. Dra. Nilsa Sumie Yamashita Wadt fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo como: probióticos, alimentos nitrogenados, pigmen-
ser seguro para consumo sem supervisão médica tos e vitaminas, ácidos graxos poliinsaturados, fibras,
O organismo humano recebe os nutrientes (ANVISA,1999). etc. (MORAES & COLLA, 2006).
necessários ao seu funcionamento por intermédio
da ingestão de alimentos. Nutrientes são substâncias Visando a proteção à saúde da população, a Por sua vez, o nutracêutico é um alimento ou parte
químicas que têm funções específicas no organismo, ANVISA aprova o Regulamento Técnico que de um alimento que proporciona benefícios médicos
como por exemplo, as proteínas, vitaminas, sais estabelece as diretrizes básicas para análise e e de saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento
minerais, carboidratos, lipídios e água. comprovação de propriedades funcionais e/ou de da doença. Tais produtos podem abranger desde os
saúde alegadas em rotulagem de alimentos, bem nutrientes isolados, suplementos dietéticos na forma
Segundo definição da ANVISA (2002), como o Regulamento Técnico de procedimentos para de cápsulas e dietas até os produtos beneficamente
nutriente é a substância química encontrada em registro de alimento com alegação de propriedades projetados, produtos herbais e alimentos processados
alimento, que proporciona energia, ou é necessária funcionais e/ou de saúde em sua rotulagem. Os tais como cereais, sopas e bebidas (KWAK & JUKES,
para o crescimento, desenvolvimento e manutenção alimentos funcionais necessitam de registro no 2001a; ROBERFROID, 2002; HUNGENHOLTZ,
da saúde e da vida, ou cuja carência resulte em Ministério da Saúde (MS) e devem cumprir o 2002; ANDLAUER & FÜRST, 2002).
mudanças químicas ou fisiológicas características. estabelecido na legislação específica, especialmente
nas Resoluções ANVISA 18 e 19, de 30/04/1999, e Kruger & Mann (2003) definem os ingredientes
A água é um dos nutrientes mais importantes. suas republicações. funcionais como um grupo de compostos que
Solvente básico para os produtos da digestão é apresentam benefícios à saúde, tais como as alicinas
152
indispensável para eliminar os resíduos através do A Resolução RDC nº 278, de 22/09/2005, presentes no alho, os carotenóides e flavonóides
processo de filtração pelos rins, regula a temperatura aprova as categorias de alimentos e embalagens encontrados em frutas e vegetais, os glucosinolatos
do corpo, mantém as funções do organismo, ajuda dispensados e com obrigatoriedade de registro e encontrados nos vegetais crucíferos e os ácidos
a evitar a prisão de ventre, auxilia na digestão, etc. A o seu descumprimento constitui infração sanitária graxos poliinsaturados presentes em óleos vegetais
perda de líquido, através do suor, vômito, diarréia, sujeitando os infratores às penalidades previstas e óleo de peixe. Esses ingredientes podem ser
pode levar à desidratação. As principais fontes de em lei. consumidos juntamente com os alimentos dos
líquido são: água potável, sucos, caldos, chás, frutas quais são provenientes, sendo estes considerados
e vegetais. O alimento funcional é todo alimento ou bebida alimentos funcionais, ou individualmente, como
que, consumido na alimentação cotidiana, fornece nutracêuticos. Devem ter adequado perfil de
O papel da alimentação equilibrada na energia para o corpo e uma nutrição adequada, além segurança, demonstrando adequação para o
manutenção da saúde está despertando o interesse da de proporcionar um benefício à saúde, auxiliando consumo humano. Não devem apresentar risco de
comunidade científica, que tem produzido estudos na redução e prevenção de diversas doenças, com toxicidade ou efeitos adversos de drogas medicinais
para comprovar a atuação de certos alimentos na aspectos promissores como capacidade antioxidante, (BAGCHI, et al., 2004).
prevenção de doenças, com base em pesquisas sobre modulação da atividade enzimática, estímulo
a alimentação de certas comunidades que tinham à resposta imune, modulação do metabolismo Normalmente os produtos industrializados
baixas taxas de incidência de algumas doenças, hormonal, dentre outros. com ação funcional são mais caros que o alimento
comuns em outras comunidades com alimentação convencional. Isso ocorre, por exemplo, com o
diferente. Os alimentos funcionais e os nutracêuticos têm leite enriquecido com ômega 3, e seria mais fácil e
sido normalmente considerados sinônimos, no en- vantajoso o consumidor continuar ingerindo o leite
A alimentação deve ser variada e proporcionar os tanto, os alimentos funcionais devem estar na forma convencional e optar pela fonte natural de ômega 3,
nutrientes necessários e os compostos bioativos que de alimento comum, ser consumidos como parte da como por exemplo, peixe (sardinha), que também
podem reduzir o risco de doenças. dieta e produzir benefícios específicos à saúde, tais oferecem outros nutrientes importantes, como

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proteínas de boa qualidade, vitaminas e minerais.
Portanto, o produto industrializado com caráter Exemplos de compostos presentes nos alimentos funcionais
funcional não substitui, por completo, o alimento de e alguns benefícios à saúde compilada de várias fontes.
onde foi retirado o composto.

É importante esclarecer que o simples consumo


desse tipo de alimento, com a finalidade de amenizar
o risco de desenvolvimento de doenças, aumentará
as chances de atingir os objetivos propostos se o
seu consumo estiver associado a uma alimentação
equilibrada, hábitos de vida saudáveis, isto é, com o
consumo de alimentos pobres em gorduras saturadas
e ricos em fibras, encontradas em frutas, legumes,
verduras e cereais integrais. Associar esse hábito
alimentar saudável com exercícios físicos regulares,
ausência de fumo e moderação no consumo de álcool
preserva a saúde e melhora a qualidade de vida.

Pessoas que apresentem doenças ou alterações


fisiológicas ou doenças metabólicas, mulheres
grávidas ou amamentando (nutrizes) deverão
consultar o médico antes de usar o produto
153
industrializado com caráter funcional.

Exemplo de uma fonte alimentar rica em


proteínas

SOJA (Glycine max (L.) Merr.)

É um ingrediente da dieta oriental há milhares


de anos e, embora os ocidentais a evitem pelo sabor
pouco agradável, muitos estão se beneficiando das
vantagens atribuídas à leguminosa que na sua forma
convencional tem sido amplamente estudada. Com
presença de glicina, uma proteína de alto valor bioló-
gico, com propriedades terapêuticas contra o esgota-
mento nervoso e a desnutrição. Além do alto teor de
proteína, possui fibras e todos os aminoácidos essen-
ciais à vida humana. A proteína de soja tem uso po-
pular no alívio dos sintomas da menopausa, embora
os efeitos estrogênicos da isoflavona tenham eficácia
considerada baixa. A lecitina de soja é um derivado
da soja rico em fosfolipídios, proteínas, vitaminas A,
E e K e vitaminas do complexo B. Nota-se também

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a presença de inositol e fósforo, que são responsáveis contrada também na levedura de cerveja, importante com pele, arroz, trigo, leguminosas, frutas secas, cas-
pelo melhor aproveitamento das vitaminas A, D e E, e fonte de todo o complexo vitamínico B. tanha-do-pará, tâmara, frutos do mar, ovos, carne, fí-
de serina, que é um aminoácido encontrado em muitos gado de boi, soro do leite.
tipos de proteína. VITAMINA B2 (riboflavina)
VITAMINA B6 (piridoxina)
Principais vitaminas: Útil na anemia, no combate aos radicais livres, es-
senciais para a produção de energia no organismo, na Atua como as outras vitaminas do complexo B, na
VITAMINA A (caroteno ou retinol) amamentação, no crescimento e bom para pele e cabe- assimilação das proteínas e gorduras, evita perturba-
lo. Protege os atletas contra os radicais livres, de grande ções nervosas e da pele. Promove a síntese de ácidos
Vitamina essencial para o globo ocular e o sistema importância para o bem-estar e saúde em geral. nucléicos, reduz espasmos musculares noturnos, cãi-
epitelial (pele e mucosa), favorece o crescimento, au- bras nas pernas, dormência nas mãos e neurites nas
menta a imunidade, com ação anti-radicais livres. Sua Algumas fontes: amêndoas, pão de centeio inte- extremidades. Protege os nervos, a pele, auxilia na
falta provoca distúrbios relacionados à acomodação gral, fígado de boi, brócolis, espinafre, folhas de nabo, produção das células do sangue, etc.
visual, cegueira noturna, metabolismo das células da repolho, agrião, escarola, espinafre, vagem, feijão-bran-
pele. Encontrada nas hortaliças verdes e amarelas, fru- co, soja, abacate, amendoim, nozes, cereais integrais, Algumas fontes: sementes e grãos, farelo e germe
tos amarelos sob a forma de um pigmento amarelo vivo sementes de girassol, gergelim, ameixa, pêra, pêssego, de trigo, tomate, banana, cacau, uva passa, abacate, me-
(caroteno). damasco, carnes, ovos, leite e derivados. lão, figo, melado, carnes, fígado, ovos, leite e derivados.

Fontes: cenoura, brócolis, abóbora, abacate, VITAMINA B3 (niacina) VITAMINA B12 (cianocobalamina)
broto de alfafa, acelga, espinafre, escarola, salsa, pi-
mentão, milho, nabo, folhas de beterraba, caju, ma- Um dos membros do complexo B, que protege É essencial na formação dos glóbulos vermelhos
mão, manga, pêssego, batata-doce, damasco, pês- os nervos e a circulação. É essencial para a síntese dos do sangue e usada no tratamento da anemia, auxilia
154
sego, ameixa, óleo de fígado de peixe, queijo, ovos, hormônios sexuais, bem como da cortisona, tiroxina e no crescimento, na digestão, nos nervos, na concen-
fígado, leite, etc. insulina. Importante para as funções cerebrais, gastrin- tração, memória e equilíbrio. Promove o uso adequa-
testinais, prevenção da pelagra, propiciando uma pele do das proteínas, açúcares e gorduras.
Obs.: É lipossolúvel (solúvel nas gorduras, não na saudável.
água, por isso acumulativo no organismo) e termoestá- Algumas fontes: cereais integrais, algas, leite, car-
vel (é resistente ao calor, não resiste à luz, especialmente Algumas fontes: amendoim torrado, produtos ne, fígado, rim e ovos. É produzida por bactérias den-
à ultravioleta). de trigo integral, fígado de boi, peixes, germe de trigo, tro do intestino.
também no ovo, carne branca de frango, ameixa, etc.
VITAMINA B1 (tiamina) VITAMINA C (ácido ascórbico)
VITAMINA B5 (ácido pantotênico)
Promove o bem-estar geral, protege contra as do- Fortalece o sistema imunológico, oferecendo
enças nervosas, estimula o apetite, ajuda a digestão e a Contribui para a formação das células, para manter proteção ao organismo, sendo um antioxidante pode-
assimilação dos alimentos. Favorece o crescimento e a o crescimento normal, para proteger o metabolismo roso. É indispensável a uma boa dentição, aos ossos,
reprodução, melhorando a parte física e mental. Útil nas e para o desenvolvimento do sistema nervoso e da gengivas saudáveis, na formação do sangue, e con-
doenças neurológicas e no tratamento de estomatites e pele. É fundamental no funcionamento adequado das tribui para a resistência dos capilares sanguíneos; é
herpes. glândulas supra-renais e para a conversão dos açúcares indispensável às glândulas de secreção internas e aos
e gorduras em energia. Auxilia a cicatrização de feri- olhos.
Algumas fontes: cereais integrais, aveia, centeio, mentos e previne o cansaço. Sua deficiência ocasiona
trigo, amendoim, castanha-do-pará, tamarindo, feijão, manchas na pele e a pelagra, perda de apetite, erupções Algumas fontes: caju, goiaba, laranja, abacaxi,
lentilha, grão-de-bico, soja, batata-doce, bardana, raba- cutâneas, distúrbios nervosos e digestivos. limão, acerola, manga; alface, pimentão, rúcula, alho,
nete, semente de gergelim e girassol, folhas de cenoura, cebola, repolho, salsa, couve-flor, espinafre, agrião, to-
espinafre, agrião, ameixa, damasco, banana, maçã, en- Algumas fontes: cereais integrais, amendoim mate, etc.

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VITAMINA D (calciferol) Algumas fontes: germe e farelo de trigo, alfafa, para manter o equilíbrio do ferro. Regula o ritmo cardí-
aveia, soja, batata, cebola, repolho, couve, espinafre, ce- aco. Favorece a coagulação do sangue. Proporciona resis-
Regula e mobiliza a utilização de cálcio e fósforo no noura, algas, iogurte, óleo de fígado de bacalhau, gema tência contra infecções e neutraliza o excesso de ácidos de
organismo. É indispensável para o metabolismo, na for- de ovo. carnes, ovos, queijos e gorduras. Para que o cálcio seja ab-
mação dos ossos, dentes e crescimento. Contribui para a sorvido, o organismo deve possuir vitamina D suficiente.
assimilação da vitamina A e, juntamente com as vitami- ÁCIDO FÓLICO (folacina ou vitamina M ou
nas A e C, auxilia na prevenção de resfriados. vitamina B9) Algumas fontes: cereais integrais, sementes de ger-
gelim e de girassol, algas, nabo, folhas de mostarda, cou-
Algumas fontes: óleos de fígado de peixe, sardinha, aren- Essencial para a formação dos glóbulos ves, sálvia, alface, salsa, salsão, beterraba, batata-doce,
que, salmão, atum; leite e laticínios, além de exposição ao sol; vermelhos do sangue e na prevenção da anemia. É cebola, couves, espinafre, laranja, milho, chicória, ervi-
necessário ao crescimento celular e essencial para a lha, feijão, amendoim, nozes, brócolis, coentro, raiz de
VITAMINA E (tocoferol) divisão das células do organismo. Está associado a lótus, bardana, dente de leão, produtos lácteos, castanha
vários processos orgânicos, ajuda no metabolismo de caju e uva.
Vitamina lipossolúvel que protege o organismo de protéico e é importante para a produção de
doenças cardiovasculares e estimula o sistema imunológi- ácidos nucléicos (RNA e DNA). Na gestação e na COBRE
co. Na prevenção de doenças da pele, anti-radicais livres, amamentação, consulte o seu médico.
retarda o envelhecimento celular, servindo como antioxi- Auxilia na formação da hemoglobina, necessário na
dante para o tecido epitelial, mantendo a pele sadia. É im- Algumas fontes: vegetais de folhas verde- absorção e na utilização do ferro e indispensável na uti-
portante no processo reprodutivo, do crescimento e do escuras, cenoura, cereais integrais, feijão, lentilha, lização da vitamina C. Confere estabilidade emocional,
sistema nervoso. Fonte de energia muscular, causa alívio trigo, farinha de centeio, fígado de galinha, leite, ajuda na boa formação óssea, a manter a energia.
nas cãibras, distensões musculares e alivia o cansaço. gema de ovo, melão, abricó, abóbora.
Algumas fontes: couves, alface, espinafre, centeio,
Algumas fontes: germe de trigo, aveia, soja, trigo VITAMINA P (complexo C, bioflavonóides) lentilha e batata, banana, passas, ameixa, cereja, damas- 155
integral, folhas verdes, espinafre, brócolis, couve, abaca- co, avelã, amêndoa, tâmara e figo seco.
te, banana, sementes oleaginosas, nozes, óleos vegetais, Necessária para a perfeita absorção e
gema de ovo. funcionamento da vitamina C, impedindo que ela ENXOFRE
seja destruída pela oxidação. Os bioflavonóides
VITAMINA H (biotina) são as substâncias que proporcionam a tonalidade Trabalha com as vitaminas do complexo B no me-
amarela e alaranjada aos alimentos cítricos. Os tabolismo basal do corpo, contribui para a formação
Importante para a síntese do ácido ascórbico; é es- flavonóides são responsáveis pela cor dos alimentos. e regeneração dos tecidos, é vital para a saúde da pele,
sencial para o metabolismo normal de gorduras e prote- Aumentam a resistência dos vasos capilares e cabelo e unhas. É importante para o metabolismo do
ínas, em conjunto com as vitaminas B2, B3, B6, A, man- regulam a absorção da vitamina C, aumentando sua fígado, auxilia na secreção da bile, etc.
tendo a pele saudável. eficácia.
Algumas fontes: todas as couves, cebola, todas as
Algumas fontes: arroz integral, banana, leite, leve- Algumas fontes: limão, laranja e frutas cítricas oleaginosas, aveia, trigo, germe de trigo, agrião, maçã,
dura de cerveja, noz, castanha, amêndoa, frutas, fígado em geral, abricó, amoras silvestres, cereja. uva, castanha, carne magra, feijão, peixe, ovo, repolho.
bovino, gema de ovo, rim.
Principais minerais FERRO
VITAMINA K (derivado de naftoquinona)
CÁLCIO Indispensável à formação da hemoglobina, plasma
É a vitamina anti-hemorrágica, essencial à formação sanguíneo e albumina muscular. Auxilia o transporte do
da protrombina, substância que assegura a coagulação Formação, composição e conservação dos ossos, oxigênio do sangue para as células do organismo. Útil no
do sangue. Responsável pela coagulação sanguínea e dentes e tecidos. É útil no combate à osteoporose, indis- combate à anemia, essencial para a formação dos ossos e
protege os vasos sanguíneos de distúrbios gerais. pensável para o aproveitamento do fósforo e contribui músculos, ajuda no crescimento, promove resistência às

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enfermidades, evita a fadiga, bom para a tonalidade mo. Aumenta a energia, estimula a oxidação, a circula- Algumas fontes: frutas secas, fava, ervilha seca,
da pele. ção dos alimentos, influenciando na absorção intestinal. azeitona verde, oleaginosas, sementes, tomate, horte-
lã, agrião, batata, espinafre, melão, banana, algas, soja,
Algumas fontes: arroz integral, aveia, abóbora, Algumas fontes: todas as algas, frutos do mar, al- arroz integral, tâmara, amêndoa, uva, abacaxi, laranja,
grãos de leguminosas, lentilha, feijão, ervilha, grão cachofra, agrião, alho, couves, cebola, cenoura, aspar- água-de-coco, pepino, aveia, couve, germe de trigo,
de bico, salsa, salsão, alho-poró, nas verduras verdes, go, espinafre, repolho, rabanete, tomate, aveia, feijão arroz integral, cevada, castanhas, etc. Obs.: A hipo-
couves, agrião, espinafre, aspargo, inhame, semen- e centeio. glicemia (baixo teor de açúcar no sangue) provoca
te de gergelim, abóbora, banana, cereja, pêra, maçã, a perda de potássio, assim como ocorre num jejum
uva, beterraba, abacate, cebola, repolho, gema, fígado MAGNÉSIO prolongado ou numa diarréia grave. Nessas condi-
de boi, marisco cru, amendoim, algas, mel, ameixa. ções procure o médico e hospital com urgência.
É indispensável ao metabolismo do cálcio, fós-
FLÚOR foro, sódio e potássio e da vitamina C; ao funciona- SÓDIO
mento dos sistemas nervoso e muscular e à formação
É constituinte dos ossos e dos dentes, fortalece os dos ossos e dos dentes. É constituinte do plasma sanguíneo, mantém o
ossos, diminui as cáries dentárias, embora em exces- teor de água nas células e no líquido intercelular. Par-
so possa descolorir os dentes. Algumas fontes: sal, arroz integral, algas, feijões, ticipa do equilíbrio ácido-base, contribui na forma-
lentilha, folhas verdes, oleaginosas, figo, limão, milho ção da bílis, atua na contratura muscular, é indispen-
Algumas fontes: água fluorada, frutos do mar, amarelo, aveia, pepino, couves, couve-rábano, cebola, sável para o crescimento normal, juntamente com o
gelatina, alho, aspargos, beterraba, brócolis, cenoura, espinafre, tomate, maçã, figo, cereja, laranja, passas, potássio. As dietas com alto teor de sódio (sal) geral-
couves, cebola, amêndoa. tâmaras e abacate. mente são responsáveis por muitos casos de pressão
alta e o consumo abusivo de sódio provoca a defici-
FÓSFORO MANGANÊS ência de potássio.
156
Combate o cansaço mental, a fadiga e junto com Atua no aproveitamento da biotina, vitaminas B1 Algumas fontes: algas marinhas, sal marinho,
o cálcio fortalece os ossos. Aumenta a resistência dos e C, nos processos reprodutivo e de crescimento, no mariscos, rins, vegetais verdes, trigo integral, farelo e
atletas. É importante no crescimento celular, é cons- metabolismo dos açúcares e das gorduras, no bom germe de trigo, frutos secos, cenoura, beterraba, alca-
tituinte dos ossos e dos dentes, normaliza o metabo- funcionamento da próstata e sistema nervoso central chofra, salsão, azeitona, escarola, ervilha, feijão, fava
lismo, promove a contração do músculo cardíaco e é e é necessário para a boa estrutura óssea. verde, tangerina, ameixa seca e castanha.
importante para as funções pulmonar e renal. Partici-
pa do metabolismo do cálcio e do açúcar, transporta Algumas fontes: cereais integrais, alface, agrião, ZINCO
os ácidos graxos e é necessário ao metabolismo das beterraba, cenoura, cebolinha, chicória, couve-flor,
vitaminas. A vitamina D e o cálcio são indispensáveis espinafre, pepino, banana, maçã, uva, amêndoas, É indispensável para a síntese de proteínas, dirige
para que o fósforo funcione adequadamente. amendoim e nozes. a contratilidade dos músculos, é importante para a
estabilidade sanguínea, no desenvolvimento dos ór-
Algumas fontes: cereais integrais, lentilha, grão- POTÁSSIO gãos reprodutores, manutenção do sistema enzimáti-
de-bico, ervilha, alcachofra, abóbora, agrião, alho po- co e das células, auxilia na cicatrização de ferimentos
ró, algas, aveia, nabo, semente de girassol, castanha- Ajuda nas contrações musculares e transmissão internos e externos. Ajuda na prevenção de manchas
de-caju e castanha-do-pará, amêndoas, aveia, abaca- dos impulsos nervosos. É necessário ao tônus mus- brancas nas unhas (procure o seu médico-dermato-
te, abacaxi, ameixa, avelã, banana e laranja. cular e nervoso, contribui no equilíbrio ácido-base e logista).
regula o equilíbrio de água no organismo. Normaliza
IODO os batimentos cardíacos e o ritmo do coração, é útil Algumas fontes: bife, germe de trigo, semente
na prevenção e tratamento da hipertensão. O potás- de abóbora, ovo, leite desidratado não gorduroso e
É indispensável ao bom funcionamento da glândula sio carrega os impulsos nervosos que proporcionam mostarda em pó.
tireóide, ao equilíbrio, ao crescimento e ao metabolis- energia aos músculos.

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170

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


173

#19 anexos
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
19. ANEXOS DA PUBLICAÇÃO DO CURSO DE PLANTAS MEDICINAIS
ANEXO A:
Lista de espécies medicinais da Mata Atlântica. Ver item 1.3 - Plantas Medicinais na Mata Atlântica
Prof. Dr. Luiz Claudio Di Stasi et al.

FAMÍLIA E ESPÉCIES % PU PT Usos medicinais REC


Nome popular

ADOXACEAE (CAPRIFOLIACEAE)
Sambucus nigra (1) L. 3,0 F I Febre, tosse FC
Sabugueiro Fl I Dores musculares, gripe

ALISMATACEAE
Echinodorus grandiflorus (1) (Cham. & Schltdl.) 18,0 F I Distúrbios renais e hepáticos, dor de cabeça, de barriga, nas costas, F
Micheli gripes, diabetes, sedativa, lombrigas (Ascaris lumbricoides)
Chapéu-de-couro
F D Distúrbios renais, analgésico (principalmente dor de cabeça)

ALLIACEAE (LILIACEAE)
Allium cepa (1,2) L. 2,0 Bb Mag Bronquite Cul
Cebola C I Emético, contra parasitas intestinais
Bb F Comestível como condimento
Allium sativum (1,2) L. 20,5 Bb Mal Gripe, hipertensão Cul
Alho Bb F Uso tópico para alívio da dor de cabeça
174 Bb I Uso interno para gripe, tosse e hipertensão
Bb Mag Bronquite, principalmente para crianças
Bb D Enxaqueca
Bb F Comestível como condimento

AMARANTHACEAE (CHENOPODIACEAE)
Chenopodium ambrosioides (1) L. 14,0 F Mag Uso interno ou externo como antiinflamatório Esp
Erva-de-santa-maria F F Folhas trituradas para uso tópico em edemas
F I Uso interno para reumatismo, bronquite, parasitas intestinais, febre,
ciática e uso externo para doenças da pele

ANACARDIACEAE
Schinus terebinthifolius Raddi 3,5 F Mag Cicatrizante, analgésica e contra coceiras F
Arueira F I Internamente contra reumatismo
F F Cicatrizante e contra gengivite

APIACEAE
Coriandrum sativum (1,2) L. 2,5 Sem I Cólica menstrual, hipertensão Cul
Coentro Sem I Dor de garganta
F I Dor de cabeça, enxaqueca
F F Condimento
Hydrocotyle exigua (Urb.) Malme 2,0 F I Tosse, bronquite FFS
Erva-terrestre
Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
Petroselium crispum (1,2) (Mill.) Fuss 2,0 F I Depurativa Cul
Salsa R I Distúrbios renais
F F Condimento
Pimpinela anisum (1,2) L. 39,0 F I Expulsão de vermes intestinais, sedativa, gripes, febre, dor de barriga, Cul
Erva-doce constipação, tosse, diarréia, cólica uterina
Sem I Insônia, febre, dor de barriga e os mesmos usos que a infusão de folhas
Sem D Tóxico para o sistema nervoso central (citados efeitos colaterais)
Sem F Mastigar as sementes para dor de dente

ARECACEAE
Euterpe edulis (2) Mart. 6,0 Est S Uso interno contra dor de barriga, hemorragias e externamente contra F
Palmiteiro picada de cobra
Est F Após processo industrial utilizado na alimentação

ARISTOLOCHIACEAE
Aristolochia sp. 2,0 F D Distúrbios estomacais e hepáticos, principalmente contra náusea e F
Milomem vômito
F I Dor de barriga, constipação, gripes, tosse, parasitas intestinais

ASPHODELACEAE (LILIACEAE)
Aloe vera (1) (L.) Burm.f. 6,0 F S Antiinflamatório, cicatrizante, analgésico (principalmente dor de ca- Cul
175
Babosa beça)
F Mag Úlcera
F F Uso tópico contra edemas, dores em geral, infecções

ASTERACEAE
Acanthospermum australe (1) (Loefl.) Kuntze 8,0 F D Antiinflamatório (uso interno e externo) Esp
Carrapicho

Achillea millefolium (1) L. 26,0 F I Febre, dor de cabeça, dores em geral, distúrbios estomacais, gripe Cul
Novalgina F D Dores em geral, febre, distúrbios estomacais

Ageratum conyzoides (1) L. 9,0 R I Analgésico (interno), antireumática, contra cólicas menstruais Esp
Mentrasto R B Anti-séptica, contra infecções da pele
PT I Amenorréica, dores em geral, distúrbios hepáticos

Artemisia absinthium (1) L. 16,0 F I Analgésica (principalmente dor de barriga e de cabeça), Antiemética, Cul
Losna contra náusea, distúrbios estomacais e hepáticos, parasitas intestinais
F B Elimina piolho
F Mag Úlceras, distúrbios hepáticos, gripe
Artemisia sp. 4,0 F I Uso interno para amenorréia Esp
Lorde

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Baccharis trimera (1) (Less.) DC. 33,0 F I Analgésica, diurética, contra distúrbios renal, intestinal e estomacal, FFS
Carqueja hipertensão e diabetes
F B Uso externo contra edemas
F D Uso externo contra edemas
R I Obesidade e para desintoxicação do corpo
F I Analgésica, diurética, antiinflamatória, antipirética
PA D Diurética, emagrecedor, contra distúrbios estomacais, hepáticos e
renais, derrame cerebral
Baccharis (4) sp. 4,0 F D Analgésica F
Vassoura-rainha F I Uso externo contra edemas, febre
F B Uso externo contra edemas, febre
R B Uso externo contra reumatismo
Bidens pilosa (1) L. 9,0 F Mag Antiinflamatória, contra distúrbios estomacais Esp
Picão F B Hepatite
F I Hepatite
PT I Hepatite
Gnaphalium purpureum L. 2,0 PA I Diarréia, distúrbios intestinais, dor de barriga Esp
Macela

Lactuca sativa (2) L. 2,5 Fr I Infecções em geral, dor de barriga, distúrbios renais e depurativa Cul
Alface
176
Matricaria chamomilla (1) L. 46,0 F I Sedativa para crianças (insônia) Cul
Camomila F I Uso interno contra tosse, cólica renal, diarréia, náusea, erupções da
pele, febre, gripe, dor de cabeça, dor de barriga, constipação, sedativa e
expulsão de vermes intestinais. Uso externo para infecções nos olhos
Sem I Sedativa para crianças, distúrbios estomacais, parasitas intestinais
F I Náusea, vômito, dor de barriga (uso interno), doenças de pele (uso
externo)
Mikania glomerata (1) Spreng. 38,0 F X Tosse, bronquite FC
Guaco

Solidago microglossa DC. 11,0 PT Mal Uso externo contra dores musculares, infecções Esp
Arnica PT D Sedativo, distúrbios digestivos (uso interno)

Tagetes erecta L. 0,5 Fl D Para regular a menstruação Cul


Cravo (cravo-de-defunto)

Vernonia (1) sp. 29,0 F I Distúrbios estomacais-hepáticos Cul


Boldo F Mag Dor de barriga, náuseas, gastrite, má digestão

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


BIGNONIACEAE
Jacaranda caroba (3) (Vell.) DC. 9,0 F B Infecções em geral F
Caroba F I Uso interno contra sífilis, como depurativo

Jacaranda sp. 10,5 F I Diabetes, distúrbios hepáticos F


Carobinha F Mag Cicatrizante, úlceras (uso externo)

BIXACEAE
Bixa orellana (1,3) L. 5,5 Sem D Bronquite, febre em crianças Cul
Urucum

BORAGINACEAE
Symphytum officinale (1) L. 5,0 F D Distúrbios hepáticos, estomacais, inflamações, dor de barriga Cul
Confrei F Mal Cicatrizante (uso externo)
R Mal Diurético, contra anemia

BRASSICACEAE
Brassica nigra (2) (L.) W.D.J.Koch 1,0 Sem Mag Uso interno contra inflamações Cul
Mostarda Sem F Uso tópico das sementes trituradas contra inflamação
F F Comestível como salada
Nasturtium officinale (2) R.Br. 12,0 F X Tosse, gripe, bronquite Cul
177
Agrião F D Distúrbios da tireóide, bronquite, anemia
PA I Gripe, bronquite
Est D Distúrbios da tireóide, bronquite, anemia
F F Comestível como salada

CARICACEAE
Carica papaya (2) L. 9,0 Fl I Gripe, tosse, coqueluche Cul
Mamão Fl X Gripe, tosse, coqueluche
Fr F Comestível

CELASTRACEAE
Maytenus aquifolium (4) Mart. 1,0 F I Dor de barriga F
Espinheira-santa

Maytenus ilicifolia (1) Mart. ex Reissek 3,0 F I Dor de barriga, dor nas costas, ciático, úlcera F
Espinheira-santa

CONVOLVULACEAE
Ipomoea batatas (2) (L.) Lam.. 1,5 F I Cicatrizante (uso externo) Cul
Batata-doce F I Gargarejo da infusão para infecções na boca, gengivite, dor de dente

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


COSTACEAE (ZINGIBERACEAE)
Costus arabicus (1) L. 15,0 F I Hipertensão, como diurético F
Cana-do-brejo F D Diarréia
Est I Hepatite, dor de barriga

CUCURBITACEAE
Cucurbita maxima (2) Duchesne ex Lam. 1,5 Fr Mag Queimaduras Cul
Abóbora Sem F Sementes trituradas contra parasitas intestinais
Fr F Comestível
Luffa cylindrica M. Roem. 3,0 Fr Mal Rinite Cul
Buchinha

Momordica charantia L. 3,5 PA I Distúrbios hepáticos, como emagrecedor FFS


Melão-de-são-caetano

Sechium edule (2) (Jacq.) Sw. 1,5 B D Hipertensão, como sedativo Cul
Chuchu Fr F Comestível

Wibrandia ebracteata (4) Cogn. 14,0 F D Úlcera, gastrite Cul


Taiuiá R D Úlcera, gastrite
178
DIOSCOREACEAE
Dioscorea alata L. 1,0 Est D Depurativa Cul
Inhame

FABACEAE/CAESALPINIOIDEAE
Hymenaea courbaril (1,2) L. 2,0 F I Bronquite, principalmente em crianças FC
Jatobá C X Tosse, bronquite
F Mal Bronquite, asma, como estimulante do apetite
C I Tônico para criança
Fr F Comestível
Hymenaea sp. 5,0 F I Bronquite, principalmente para crianças F
Jutaí C X Tosse, bronquite

Senna occidentalis (1) (L.) Link 11,0 R I Dor de barriga, gripe, febre, infecções em geral, distúrbios hepáticos, FS
Fedegoso estomacais, como diurético
R Mal Diurético, contra infecções em geral
F I Analgésico (principalmente contra dor de cabeça e de barriga), contra
diarréia
F D Diarréia, parasitas intestinais, distúrbios hepáticos
F Mag Uso tópico contra conjuntivite

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FABACEAE/CERCIDEAE
Bauhinia forficata (1) Link. 17,5 F I Diurético, hipoglicêmico, contra hipertensão, dores nas costas F
Pata-de-vaca F D Diurético, hipoglicêmico, contra hipertensão, dores nas costas

FABACEAE/FABOIDEAE
Bowdichia sp. 2,0 Sem Mal Reumatismo F
Sucupira

Cajanus cf. cajan (L.) Millsp. 3,0 F B Dor de barriga, diarréia (uso tópico) Cul
Guandu F D Tosse, gripe, dor de barriga, diarréia (uso interno)
F I Constipação
Cymbosema roseum Benth. 1,5 F I Distúrbios hepáticos e estomacais F
Flor-da-terra

Myrocarpus frondosus Allemão 10,5 C Mag Antiinflamatória, cicatrizante (uso externo) F


Cabreúva

Zollernia ilicifolia (4) (Brongn.) Vogel 4,5 F D Úlcera, dor de barriga F


Espinheira-santa

LAMIACEAE
179
Hyptis crenata Pohl. ex Benth. 6,0 R I Dores em geral, gripe, reumatismo, cólicas menstruais FS
Mentrasto R B Uso externo contra infecções em geral
PT I Para regular a menstruação (amenorréia)
F D Analgésica
Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. 11,0 F I Uso interno contra gripe, reumatismo, hipotensão, distúrbios estoma- Esp
Rubim cais, dores em geral, uso externo na cicatrização
F Mag Dor de garganta
Leucas martinicensis (Jacq.) R.Br. 1,0 F I Uso externo contra dores musculares, reumatismo, uso interno contra Esp
Cordão-de-frade gripe, tosse

Melissa officinalis (1) L. 3,0 F I Sedativa para crianças, contra distúrbios estomacais, gripe, tosse, hi- Cul
Melissa pertensão
F B Cicatrização (uso externo)
R D Gripe, tosse

Mentha x piperita (1,2) L. 41,2 F S Cicatrização (uso externo) Cul


Hortelã F Mag Uso tópico como analgésico
F I Contra parasitas intestinais, diarréia, bronquite, dor de barriga, tosse,
como sedativa
F F Estimulante de apetite para crianças
Sem D Para expulsão de parasitas intestinais

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F F Comestível como condimento
Mentha pulegium (1) L. 24,0 F I Para expulsão de parasitas intestinais (principalmente Ascaris lumbri- Cul
Poejo coides, Entamoeba hystolitica e Giardia lamblia), cálculo renal, febre,
gripe, bronquite, dor de barriga
F X Gripe, tosse
F D Abortivo
R I Gripe
Mentha spicata (1) L. 1,0 F I Para expulsão de parasitas intestinais (principalmente Ascaris lumbri- Cul
Hortelã-preta coides), como analgésico

Ocimum basilicum (1,2) L. 16,5 F X Tosse, bronquite Cul


Alfavacão F I Tosse, bronquite
F F Comestível como condimento
Ocimum campechianum (1,2) Mill. 3,5 F I Infecções em geral, tosse, bronquite Cul
Manjericão F D Constipação
F F Comestível como condimento
Ocimum gratissimum (1,2) L. 23,0 F B Uso tópico contra micoses Cul
Alfavaca F X Bronquite, tosse
R D Diarréia, distúrbios estomacais, dor de cabeça, como sedativo para
crianças
R X Tosse, dor de cabeça
180
F X Tosse, dor de cabeça
F F Comestível como condimento
Origanum vulgare (1,2) L. 2,0 F X Tosse, bronquite Cul
Manjerona F F Comestível como condimento

Rosmarinus officinalis (1,2) L. 10,5 R I Distúrbios renais, como diurético Cul


Alecrim PA I Sedativo para crianças, analgésico, contra constipação, hipertensão
F D Abortivo
F F Comestível como condimento
LAURACEAE
Laurus nobilis (2) L. 11,0 F I Distúrbios intestinais, hepáticos, dor de barriga, dor de cabeça, como Cul
Louro emética e abortiva
F D Abortiva, contra constipação, dor de barriga
Persea americana (2) Mill. 14,0 F D Diurética, antipirética, analgésica (principalmente dor de barriga), Cul
Abacate cálculo renal
F I Diurética, antipirética, analgésica (principalmente dor de barriga),
cálculo renal
Loganiaceae
Strychnos triplinervia (1) Mart. 8,0 C D Dores em geral, febre F
Quina-cruzeiro

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LYTHRACEAE (PUNICACEAE)
Punica granatum L. 7,5 F I Dor de barriga Cul
Romã C B Antiinflamatória e contra diarréia
Fr D Diarréia
MALVACEAE
Gossypium barbadense (3) L. 1,5 PA B Dores musculares, dor de cabeça Cul
Algodão Fl B Dores musculares, dor de cabeça

Malva parviflora L. 4,5 F Mal Cicatrizante Cul


Malva F D Distúrbios intestinais, febre

Sida sp. 1,0 F D Uso externo contra reumatismo F


Capiá

MENISPERMACEAE
Cissampelos (1) sp. 5,0 C D Uso externo contra inflamação F
Abutua

MORACEAE
Sorocea ilicifolia (4) Miq. 2,0 F I Dor de barriga F
Espinheira-santa
181
MUSACEAE
Musa acuminata (2) Colla 12,5 B Mag Tosse, asma Cul
Banana B X Bronquite

MYRTACEAE
Eucalyptus globulus (3) Labil. 4,0 F D Inalação com o vapor para bronquite, sinusite, gripe Cul
Eucalipto

Eugenia sp. 7,0 F I Dor de barriga, gripe, febre, hipertensão, como diurético Cul
Pitanga F B Coceira, sarna
Bb I Diarréia
Psidium guajava (2) L. 24,0 F I Dor de barriga Esp
Goiaba B D Diarréia
Fr I Uso externo contra hemorróida, doenças de pele, edema, uso interno
contra diarréia
Fr F Comestível
Psidium cf. guineense Sw. 12,0 F D Antiinflamatória cicatrizante (uso externo) FFS
Araçá F I Em gargarejo como anti-séptico bucal, uso externo como antiinflama-
tório

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Syzygium jambos (L.) Alston 1,0 F I Diabetes Cul
Jambo

NYCTAGINACEAE
Boerhavia difusa L. 8,0 F I Parasitas intestinais, principalmente Ascaris lumbricoides FFS
Erva-tostão PT I Hepatite, diarréia

OXALIDACEAE
Averrhoa carambola (2) L. 2,0 F I Diabetes, hipertensão, distúrbios renais Cul
Carambola Fr S Utilizado como agente refrescante
Fr F Comestível
PAPAVERACEAE (FUMARIACEAE)
Fumaria sp. 1,0 PT B Uso tópico para hemorróida F
Fel-da-terra PT I Uso interno contra distúrbios estomacais

PASSIFLORACEAE
Passiflora coccinea (2) Aubl. 3,0 F I Uso interno como sedativo Cul
Maracujá F Mag Para aliviar os sintomas da asma
Fr S Sedativo
Fr F Comestível e utilizado como agente refrescante
PHYLLANTHACEAE (EUPHORBIACEAE)
182
Phyllanthus tenellus (1) Roxb. 16,5 PA I Para expulsão de cálculos renais, contra diarréia Esp
Quebra-pedra PT I Diurética, contra dor de barriga
F I Para expulsão de cálculos renais, distúrbios hepáticos
PIPERACEAE
Peperomia rotundifolia (L.) Kunth 7,0 F I Sedativo, contra dor de barriga FC
Salva-vida F D Facilita a digestão, contra hipertensão, distúrbios estomacais, gripe,
gastrite
Piper cernuum (1) Vell. 22,0 F I Analgésica (principalmente dor de barriga), contra hepatite, distúrbios F
Pariparoba renais
F D Uso tópico para aliviar dores musculares
R F Analgésica, contra cólicas abdominais
Piper gaudichaudianum (4) Kunth 26,5 F I Para dor de dente F
Jaborandi F F Para dor de dente
R F Uso interno como antiinflamatório, contra distúrbios hepáticos
Piper cf.lhotzkyanum Kunth 18,5 F I Distúrbios, hepáticos, renais e estomacais F
Apeparuão

Piper regnelli (4) (Miq.) C.DC. 10,5 F I Analgésico, antiinflamatória FC


Pariparoba F D Distúrbios hepáticos, náusea
Pothomorphe umbellata (1) (L.) Miq. 22,0 F I Uso tópico para aliviar dores musculares F
Caapeba F Mag Distúrbios hepáticos

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PLANTAGINACEAE
Plantago sp. 11,0 F X Gargarejo para inflamações na boca Esp
Tanchagem

POACEAE
Cymbopogon citratus (1) (DC.) Stapf 35,5 F I Sedativa, contra diarréia, gripe, dor de cabeça, dores musculares, reu- Cul
Capim-sidrol (limão) matismo, febre, hipertensão, dores em geral
F S Como agente refrescante, sedativa
F D Gripe, reumatismo
R I Antidiurético
Saccharum officinarum (2,3) L. 3,0 F D Diurética, contra hipertensão Cul
Cana-de-açúcar R D Distúrbios renais, parasitas intestinais
B I Diurética e contra parasitas intestinais
F I Hipertensão
POLYGONACEAE
Polygonum hydropiperoides Michx. 8,0 F B Para eliminar piolho, contra coceiras, hemorróidas FS
Erva-de-bicho F I Uso interno como anti-hemorrágica

PORTULACACEAE
Portulaca oleracea L. 6,0 F S Úlceras, dor de barriga Esp
Verduega F F Mastigar a folha para úlceras, dor de barriga
183

PTERIDACEAE
Adiantum sp. 4,0 F I Gripe, tosse F
Avenca F X Coqueluche

ROSACEAE
Prunus domestica L. 3,5 F D Dores em geral (principalmente dor de cabeça) Cul
Ameixa F B Antiinflamatória
C I Dor de barriga, diarréia
Sem S Usada para lavar os olhos nas irritações
Fr I Distúrbios hepáticos, dor de barriga
F D Diarréia
Fr D Diarréia
C D Diarréia
RUBIACEAE
Coffea arabica (2) L. 2,5 F I Abortiva, contra diabetes, dor de cabeça Cul
Café Fr I Abortiva
Fr D Estimulante
Fr I Beber depois de secar os frutos e moer (até virar pó)

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RUTACEAE
Citrus limonum (2) Risso 8,5 Fr S Gripe Cul
Limão Fr I Gripe
C X Gripe
F I Diarréia, gripe
C I gripe
Fr S Como agente refrescante
Ruta graveolens (1,2) L. 6,0 F I Cólicas menstruais, diarréia, dor de cabeça, febre Cul
Arruda F Mag Uso tópico contra dor de cabeça, enxaqueca
F X Tosse
F D Abortiva
F B Uso externo contra dores em geral
SMILACACEAE (Liliaceae)
Smilax sp. 6,0 F I Diurética Esp
Sarsa-parreira R I Diurética

SOLANACEAE
Solanum granuloso-leprosum(3)Dunal 3,0 PT F Cicatrização (uso externo) Cul
Fumo-bravo

Solanum lycopersicum (2) L. 1,0 F Mag Uso tópico contra queimaduras Cul
184
Tomate Fr F Distúrbios da próstata
Fr F Comestível como salada
Solanum paniculatum L. 2,0 F D Parasitas intestinais, distúrbios estomacais FS
Jurubeba

Solanum tuberosum (2) L. 1,0 F I Distúrbios estomacais Cul


Batata

URTICACEAE
Parietaria sp. 1,5 F I Distúrbios renais F
Paretária F B Uso tópico contra infecções em geral
R B Uso tópico contra infecções em geral
Cecropia peltata (1) L. 19,0 F D Tosse, bronquite, gripe F
Embaúba B X Tosse

VERBENACEAE
Lippia alba (1) (Mill.) N.E.Br 29,5 F I Sedativa, contra hipertensão, cólica estomacal, náusea, gripe Esp
Erva-cidreira R I Gripe, tosse
F B Cicatrizante (uso externo)
F X Tosse, bronquite

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Stachytarpheta polyura Schauer 7,5 R X Tosse, bronquite FS
Gervão F I Distúrbios hepáticos

Verbena sp. 2,0 R I Dor de barriga, constipação F


Verbena

VIOLACEAE
Anchietea salutaris A. St.-Hil. 2,5 F I Uso externo contra sarna, coceira, uso interno contra asma F
Cipó-suma PA D Uso externo contra sarna, coceira, uso interno contra asma

ZINGIBERACEAE
Zingiber officinale (1,2) Roscoe 12,0 R X Dor de barriga Cul
Gengibre R D Tosse, gripe

Tabela 1 - Plantas Medicinais utilizadas na em água, IC=infusão do colmo, X=xarope; A Tabela acima foi traduzida por Helen Elisa
região da Mata Atlântica, São Paulo, Brasil C. R. Bevilacqua e revisada por Sumiko Honda
REC=RECURSO: F=floresta, Cul=cultivo, com autorização do autor.
Legendas: FC=Floresta e cultivo, Esp=espontânea no
jardim e em formação secundária, FS=formação A responsabilidade da identificação das
%=porcentagem relativa entre 200 informantes secundária, FFS=floresta e formação secundária; plantas é do Herbário BOTU, do Departamento
185
que citaram a planta; de Botânica do Instituto de Biociências de
(1)=economicamente explorada como Botucatu, UNESP-SP. O Herbário Municipal de
PU=PARTE DA PLANTA UTILIZADA: planta medicinal, (2) economicamente São Paulo realizou a revisão da grafia dos nomes
B=broto, Bb=bulbo, Fl=Flor, Fr=fruto, F=folha, explorada como alimento, (3) economicamente científicos e a atualização da nomenclatura
R=raiz, Sem=sementes, Est=estipe(caule), explorada na forma crua para outros usos, conforme a identificação original, adequando
C=casca, PA=parte aérea, PT=planta toda; (4)=economicamente explorada como também ao sistema baseado em APGII.
adulteração à outra planta medicinal;
PT=PREPARAÇÃO TRADICIONAL:
B=banho, D=decocção, F=fresco, I=infusão, L.C. Di Stasi et al. / Fitoterapia 73 (2002) 74 -
S=suco, Mal=macerado em álcool, Mag=macerado 87, publicada pela Elsevier Science B.V.

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ANEXO B: plos de casos de confusão, devido à semelhança em Planta subarbustiva e lenhosa, originária da região Me-
ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS seus nomes populares. diterrânea da Europa, cultivada em hortas e jardins do
CITADAS NESTE TRABALHO Brasil. Possui folhas aromáticas, lineares, coriáceas, de
Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua Quando a planta foi pesquisada pelo Programa de
aproximadamente 3 cm de comprimento e produz pe-
Linete Maria Menzenga Haraguchi Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de Medi-
Prof. Dr. Luis Carlos Marques quenas flores azul-rosadas ou branca - azuladas.
Profa. Dra. Nilsa Sumie Yamashita Wadt
camentos (PPPM-CEME), com resultados divulga-
Sumiko Honda dos em 2006, através do Ministério da Saúde (MS),
na publicação A Fitoterapia no SUS e o Programa de Família botânica: Lamiaceae (Labiatae)
Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de Medi-
As fichas das plantas medicinais deste Anexo camentos, é feita menção como PPPM-Ceme. Nomes populares: rosmarino, alecrim-comum,
compilam informações encontradas em literatura, alecrim-de-casa, alecrim-de-cheiro, alecrim-de-horta,
apresentando aquelas de consenso. Por ser importante, é enfatizado que o uso de alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarinho, erva-cooada,
plantas medicinais ou de fitoterápicos para sinto- erva-da-graça, flor-de-olimpo, rosa-marinha, herba
As plantas estão relacionadas em ordem alfabéti- mas leves é usual e pode ser feito com o conheci- rosmarinii, rosmarin.
ca pelo nome popular freqüentemente utilizado em mento tradicional familiar. Mesmo assim, os usuá-
São Paulo. Os demais nomes populares conhecidos rios/pacientes devem ficar alertas para a piora dos Parte usada: folhas.
também são listados. sintomas ou sua repetição, que podem ser indicati-
vos de doenças mais graves que exigem diagnóstico, Principais componentes químicos: óleos essenciais
Para as plantas que podem ser encontradas sob tratamento e acompanhamento por um profissional (cineol, alfa-pineno, borneol e cânfora), diterpeno
diferentes nomes científicos na literatura, é apresen- da saúde qualificado. Evitar o consumo em excesso (rosmaricina), taninos, colina, saponina ácida, ácidos
tada a sinonímia mais freqüente. e por longos períodos. No caso de reações alérgi- orgânicos e flavonóides.
cas/hipersensibilidade, interromper o tratamento e
As famílias botânicas seguem a classificação se- procurar pronto atendimento. Algumas propriedades: diversos usos, tais como car-
186
gundo o APG II (Angiosperm Phylogeny Group II), minativo, espasmolítico, rubefasciente e antimicrobia-
baseada em estudos filogenéticos até o nível molecu- 1) – ALECRIM - Rosmarinus officinalis L. no (uso externo).
lar. Comparado aos sistemas de classificação anterio-

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


res, como o de Cronquist, neste sistema algumas fa- Culinária: temperos e molhos.
mílias botânicas desapareceram (como Chenopodia-
ceae e Flacourtiaceae) e outras foram criadas (como Infusão (chá): aparelho digestivo (gases, má diges-
Asphodelaceae e Siparunaceae). tão), anti-séptico.

Para um gênero que, na reclassificação, foi trans- Fitocosmético: tônico capilar (loção capilar, xampu);
ferido de uma família botânica para outra (em que óleo (cabelo e pele).
fica melhor posicionado), sem que a família à qual
pertencia tenha sido extinta, é apresentada também Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: usar
esta família, precedida de “anteriormente”. Caso o gê- com cautela e sob orientação médica. Não é indicado
nero tenha pertencido a uma família botânica que foi em altas doses por via oral, pois é abortivo; provoca
extinta (porque todos os seus gêneros foram reposi- irritações gastrintestinais, podendo causar gastrite, gas-
cionados em outra), essa família extinta será apresen- trenterite, nefrite e demais complicações. O seu uso du-
tada precedida de “antiga”. rante a noite pode alterar o sono. É fotossensibilizante e
a sua essência pode ainda ser irritante para a pele.
Neste anexo são apresentadas algumas plantas
cujas ações ainda não estão comprovadas cientifica- Contra-indicação: diabetes, hipertensão, hipertrofia
mente, mas que são tradicionalmente conhecidas e da próstata, doenças inflamatórias da pele, indivíduos
utilizadas. Outras foram apresentadas como exem- com diarréia, gestantes, lactantes e crianças.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


2) – ALFAVACÃO - Ocimum gratissimum L. 3) – ARNICA-DO-MATO - Porophyllum ruderale Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: de-
(Jacq.) Cass. vido à toxicidade por via oral, o seu uso é indicado

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


apenas por via tópica (uso externo). Contra-indicado

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


para gestantes e lactantes.

4) - ARNICA - Arnica montana L.

A verdadeira arnica é originária de regiões montanho-


sas do norte da Europa e raramente é cultivada no Bra-
sil. É uma planta herbácea de 20 a 60 cm de altura, com
as folhas basais dispostas em roseta e flores amarelas
reunidas em capítulos isolados sobre um caule floral
ereto.
Família botânica: Asteraceae (Compositae)

Nomes populares: arnica-da-montanha e arnica-ver-


dadeira.
Arbusto de folhas lanceoladas, de aproximadamente 8
cm de comprimento, ásperas, com margens serreadas e Partes usadas: principalmente os capítulos (inflores-
aroma de cravo-da-índia. Flores róseas ou amarelo-esver- cências).
deadas, dispostas em racemo (cacho). Originária da Ásia,
tornou-se subespontânea no Brasil. É confundida com Principais componentes químicos: óleos essenciais, 187
outras espécies igualmente populares, muito apreciadas Nativa, é uma erva anual bastante ramificada, com álcoois terpênicos incluindo lactonas sesquiterpêni-
e utilizadas no Brasil e popularmente denominadas de até 1,20 m de altura. Possui folhas membranáceas, cas, taninos, ácidos fenólicos, flavonóides e outros.
manjericão, alfavaca, alfavaca-cheirosa ou basílico, dentre elípticas, de cor cinza-azulada, aromáticas e com

exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008. p.157.


Fonte: LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e
outros nomes (Ocimum basilicum, Ocimum selloi, etc.). margens crenadas.

Família botânica: Lamiaceae (Labiatae) Família botânica: Asteraceae (Compositae)

Nomes populares: alfavaca, alfavaca-cravo, manjericão- Nomes populares: arnica-paulista, arnica, couve-
cheiroso, etc. marinho, couvinha, erva-fresca, couve-cravinho, cra-
vorana, cravo-de-urubu no Nordeste, etc.
Partes usadas: planta inteira, folhas.
Partes usadas: folhas, a planta toda.
Principais componentes químicos: óleos essenciais
(eugenol, cineol, cariofileno e ocimeno). Principais componentes químicos: flavonóides, ta-
ninos e alcalóides.
Algumas propriedades: infusão (chá): digestivo esto-
macal (azia), intestinal (gases, cólicas). Algumas propriedades: somente para uso externo
(via tópica): compressas e tinturas para traumatis-
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: é fotos- mos, contusões (hematomas, reumatismos), picadas
sensibilizante devido ao óleo essencial e seu uso não é de insetos; há alguma pesquisa preliminar sobre efei-
indicado em gestantes, lactantes e crianças. to em Leishmaniose cutânea.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Algumas propriedades: agente tópico de propriedades de que protege as pessoas do “mau olhado” e as defende Nomes populares: aloe, babosa-grande, babosa-medici-
antiinflamatórias, analgésicas, anti-sépticas e cicatrizantes. contra doenças. nal, erva-de-azebre, caraguatá, alóe-do-cabo, alóes.
Originária de regiões de climas quentes e áridos, prova-
É um subarbusto perene, de caule lenhoso na parte in-
Uso externo (tópico), somente em pele íntegra e sadia, velmente da África, cresce espontaneamente em várias
ferior. Tem folhas pinadas, com folíolos elípticos verde-
na forma de compressa (com infusão ou tintura diluída regiões do Brasil. Possui caule curto e flores amarelas.
azulados e fortemente aromáticos.

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


em água), gel e creme, para lesões secundárias a contu-
sões, traumatismos, entorses, hematomas, distensões Família botânica: Rutaceae
musculares e dores reumáticas. Utilizada também na fi-
tocosmética (xampu e loções capilares). Nomes populares: arruda-comum, arruda-doméstica,
arruda-fedorenta, ruta, ruta-de-cheiro-forte, arruda-dos-
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: usar ape- jardins, erva-arruda, etc.
nas topicamente devido à toxicidade por via oral. Deve
ser descartada a possibilidade de fraturas, luxações ou Parte usada: toda a planta.
rupturas musculares. Usar apenas em pele íntegra e sa-
dia. Com o uso prolongado podem ocorrer dermatoses Principais componentes químicos: óleos essenciais
edematosas e eczema e, em indivíduos sensibilizados, (metilcetonas), glicosídeos flavonóides, rutina, derivados
dermatite de contato. Contra-indicado para gestantes e cumarínicos, saponina, alcalóides.
lactantes. O uso interno provoca náuseas, vômitos, dor
estomacal, cólicas, arritmias cardíacas, agitação, convul- Algumas propriedades: o sumo obtido por expressão
são, podendo evoluir ao coma e câncer hepático. das folhas, em compressas e cataplasma, tem ação analgé-
sica, antiinflamatória e em reumatismos.
5) – ARRUDA - Ruta graveolens L.
188 Um preparado das folhas cozidas pode ser pulverizado
em plantas como repelente de insetos, como os pulgões.
Foto: Maria de Lourdes da Costa 2009

Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: devido à Aloe arborescens Mill.


sua alta toxicidade, informações técnicas recentes desacon- Nomes populares: alóe, babosa.
selham totalmente o uso da arruda na medicina caseira para
uso interno (chá). Sua ingestão pode causar hemorragias De folhas menores que a Aloe vera, esta espécie desenvol-
graves e levar à morte. É considerada abortiva por conter ve, conforme o crescimento, um caule cilíndrico, coroado
princípios ativos que são tóxicos, em especial sobre o útero. pelas folhas. Produz flores vermelhas.

Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008


Mesmo por via tópica, usar com cautela e sob orientação
por ser fotossensibilizante, podendo causar queimaduras
na pele quando exposta ao sol. O uso não é indicado em
gestantes, lactantes, crianças e pessoas com pele sensível.
6) - BABOSA/ ÁLOE – Aloe spp.

Plantas herbáceas de folhas alongadas, grossas e suculen-


tas, margeadas por espinhos e dispostas em roseta no caule.
Quando as folhas são feridas, escoa um líquido viscoso, ama-
relado, malcheiroso e amargo (compostos antraquinônicos).
Originária do sul da Europa (Itália e Bálcãs), é cultivada Família botânica: Asphodelaceae (anteriormente, Liliaceae)
no Brasil como planta medicinal e pela crença popular Aloe vera ( L.) Burm f. (sin.: Aloe barbadensis Mill.).

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Partes usadas: suco amarelo (antraquinonas, resinas) e Sumo e compressa (folhas): favorece a cicatrização

2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008 p.443


LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas.
polpa transparente (mucilagem ou gel de babosa). de feridas.

Principais componentes químicos: antraquinonas Precauções/Toxicidade/Contra-indicação:


glicosiladas, resina, mucilagens, ácidos orgânicos e en- estudos com esta planta revelaram a sua riqueza em
zimas. ácido oxálico e sais de potássio. Não se deve colher e
comer as folhas murchas, usando-se somente as tenras
Algumas propriedades: e verdes. Se ingeridas por animais ruminantes (vaca),
as folhas murchas podem provocar meteorismo (um
Ação cicatrizante e anti-séptica (uso externo). acúmulo de gases no organismo) que eventualmente
paralisa o funcionamento do aparelho digestivo e
Sumo fresco da polpa transparente das folhas (compres- pode levar à morte. Uso não indicado em gestantes,
sa): cicatrizante de queimaduras e ferimentos superfi- lactantes e crianças.
ciais da pele, entorses e contusões.
8) – BOLDO DO-CHILE - Peumus boldus Molina.
Cosmética: tratamento dos cabelos.
Árvore originária do Chile, que pode atingir até 15
Uso interno: deve ser orientado por profissionais de metros de altura. Suas folhas são duras, oval-elípticas,
saúde. de coloração cinzento-esverdeadas e salpicadas
de pequenas proeminências. Esta planta não é
Gel mucilaginoso: estimulante imunológico. cultivada no Brasil, sendo que as folhas para chá são
importadas.
189
Resina com antraquinonas: laxativo que deve ser
orientado por profissionais. Família botânica: Monimiaceae

Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: o uso Nomes populares: boldo; boldo-verdadeiro.


interno deve ser feito com cautela e sob orientação mé-
dica, não excedendo nunca às doses recomendadas de vermelha, beldroega-da-horta, caaponga, porcelana, Parte usada: folhas.
xaropes e outros remédios que podem causar nefrite bredo-de-porco, onze-horas, salada-de-negro, ora-pro-

Foto: Nilsa S. Y. Wadt Cerro San Cristóbal - Chile 2007


aguda. Contra-indicado para gestantes, crianças, lactan- nobis, etc. Na comunidade da UBS, é popularmente
tes e portadores de afecções uterinas, cistites, disente- denominada de “bálsamo”, nome não encontrado para
rias, colites e prostatites. esta planta na literatura.

7) – BELDROEGA - Portulaca oleracea L. Parte usada: planta inteira.

Erva rasteira de folhas de 1 a 2 cm de comprimento, Principais componentes químicos: vitamina C, sais de


talos rosados, originária da Europa. Hoje cresce espon- potássio, carotenóides, ácido oxálico, mucilagens, resinas,
taneamente em todo o território brasileiro, em solos óleo essencial e alcalóides em pequenas concentrações.
agrícolas ricos em matéria orgânica, sendo considerada
indicadora de bom padrão de fertilidade do solo. Algumas propriedades: culinária (folhas, talos e se-
mentes): saladas, sopas, caldos e refogados.
Família botânica: Portulacaceae
Infusão (folhas e ramos): digestivo estomacal, proble- Principais componentes químicos: alcalóides
Nomes populares: beldroega-pequena, beldroega- mas gastrintestinais. (boldina), glicosídeos flavonóides, óleos essenciais

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(ascaridol, eucaliptol, cineol, eugenol e alfapineno) reino, malva-santa, malva-amarga, sete-dores, alum, causam irritação gastrintestinal e alteração da pressão
e taninos. folha-de-oxalá, etc. arterial. Recomenda-se maior critério em quadros
crônicos não diagnosticados, devendo o médico

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008


Algumas propriedades: colagogo, colerético; afastar a hipótese de outras patologias como hepatite,
ações antiespasmódicas e estimulante das secreções parasitoses (exemplo, esquistossomose), câncer e
gástricas (estomáquica), utilizada em dispepsias não demais. Uso não indicado em gestantes, lactantes
ulcerosas, distúrbios gástricos e afecções hepáticas. e crianças e não recomendado para pacientes com
cálculos biliares.
O óleo essencial possui ação anti-séptica. (uso
externo) 10) - CALÊNDULA - Calendula officinalis L.

Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: o uso Herbácea anual, originária dos países do


em altas doses ou prolongado (durante meses) pode Mediterrâneo e das Ilhas Canárias, utilizada em
ocasionar fenômenos tóxicos com perturbações todo o mundo na medicina tradicional desde a Idade
visuais e auditivas. Média. É cultivada no Brasil para fins ornamentais.

Abortivo, causa hemorragia interna, sendo contra- Atinge 30-60 cm de altura, possui folhas sésseis de 6
indicado para gestantes, lactantes, crianças menores a 12 cm de comprimento e inflorescências terminais
de seis anos, pacientes com cálculos renais, distúrbios do tipo capítulo, amarelas a alaranjadas.
do sistema nervoso central e do sistema respiratório.
Família botânica: Asteraceae (Compositae)
O ascaridol é considerado um dos óleos essenciais
190
mais tóxicos, podendo causar irritação renal, vômitos Nomes populares: margarida-dourada, maravilha-
e diarréia. dos-jardins, bonina, malmequer, malmequer-
dos-jardins, flor-de-todos-os-males, verrucária,
Em casos de cálculos biliares deve ser usado com maravilha, etc.
orientação médica.
Parte usada: folhas frescas. Parte usada: inflorescências (capítulos).
9) – BOLDO-PELUDO - Plectranthus barbatus
Andr. (sin.: Coleus barbatus (Andrews) Benth. e Principais componentes químicos: óleos Principais componentes químicos: óleos
Coleus forskohlii (Willd.) Briq.). essenciais (guaieno e fenchona), flavonóides, essenciais, carotenóides, flavonóides, mucilagens,
saponinas, alcalóides, etc. saponinas, resinas e princípio amargo.
Arbusto provavelmente originário da Índia e de
cultivo comum no Brasil, observando-se o uso das Algumas propriedades: infusão, maceração, sumo Alguns usos e propriedades: antiinflamatório e
suas folhas em todos os Estados. Folhas suculentas, com folhas frescas: nas dispepsias (azia e má digestão) cicatrizante de uso externo.
pilosas, amargas, de margens denteadas, medindo e por ser amargo, além de estimular a digestão,
de 5 a 8 cm de comprimento. Suas flores são azul- auxilia nas afecções hepáticas (ressaca alcoólica) e Aplicações terapêuticas:
arroxeadas, arranjadas em inflorescências. vesiculares, agindo como colerético e colagogo.
- ferimentos de pele de origens diversas,
Família botânica: Lamiaceae (Labiatae) Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: preferencialmente limpos (não infectados), com
usar com cautela, pois há informações conflitantes. propriedades cicatrizantes (ativação do metabolismo
Nomes populares: falso-boldo, boldo-nacional, Embora as pesquisas do PPPM-Ceme indiquem que de glicoproteínas, nucleoproteínas e do tecido
boldo-brasileiro, boldo-do-brasil, boldo, boldo-da- Plectranthus barbatus não tem efeito tóxico, cita-se conjuntivo, com marcante reepitelização); pode ser
terra, boldo-de-jardim, boldo-silvestre, boldo-do- em literatura que grandes doses ou o uso prolongado usado também em escaras (úlceras de pressão);

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- aplicação em processos dermatológicos diversos Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: uso in- Nomes populares: matricaria, maçanilha, camomila-
como intertrigo, eczemas úmido e seco, dermatites, terno apenas com orientação médica; não utilizar na gra- romana, camomila-comum, macela, camomila-dos-
picadas de insetos, acne (combinar com ativo videz e lactação. Em caso de hipersensibilidade à planta, alemães, camomila-da-alemanha, camomila-verdadei-
anti-séptico como tomilho ou própolis), varizes e descontinuar o uso e procurar pronto atendimento. ra, camomila, camomila-vulgar.
hemorróidas.
11) – CAMOMILA – Matricaria chamomilla L. (sin.: Parte usada: flor (capítulos florais secos).

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2008.


Matricaria recutita L., Chamomilla recutita (L.) Raus-
chert) Principais componentes químicos: óleos essenciais
(azuleno), flavonóides, substância amarga, cumarinas e
Herbácea anual originária do sul da Europa e aclimata- sais minerais.
da na Ásia Central e países latino-americanos, inclusive
na região sul do Brasil. Alguns usos e propriedades: seus principais efeitos
são como antiinflamatório tópico, para distúrbios di-
Atinge um metro de altura, possui folhas recortadas e gestivos e como antiespasmódico, e para insônia leve.
aromáticas. Capítulos com flores centrais amarelas e as
marginais com a lígula branca. Como antiinflamatório emprega-se tanto extratos
hidroalcoólicos, como tinturas, como formas farma-
Família botânica: Asteraceae (Compositae) cêuticas contendo 0,5% de óleos essenciais e infusões.
Seu uso está direcionado para inflamações dermato-

LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008 p.127
lógicas diversas, como eczema infantil, bem como em
aplicações nas áreas de proctologia e angiologia. Pode
ser utilizada a infusão em inflamações oculares após a
avaliação e indicação de um profissional da saúde. A 191
mesma infusão pode ser aplicada na mucosa bucal em
bochechos em casos de aftas e gengivites.

Já as atividades digestiva e antiespasmódica podem ser


obtidas pelo uso da infusão e também de tinturas. Os
efeitos decorrem da estimulação das secreções digesti-
vas, ação antisséptica sobre bactérias fermentadoras e
ação relaxante sobre a musculatura lisa intestinal. Usar
em processos digestivos leves e espasmos gastrointesti-
nais igualmente leves e cólicas infantis.

Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: pode
causar alergia em pessoas sensíveis a espécies da famí-
lia Asteraceae; em caso de hipersensibilidade a planta,
descontinuar o uso. Relata-se interferência na absorção
de ferro no uso concomitante com suplementação des-
te mineral.

Observar periodicamente a presença de insetos, que


depositam ovos no receptáculo oco da inflorescên-
cia, os quais eclodem durante o armazenamento.

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12) – CÂNFORA-DE-JARDIM – Artemisia fectada. Jamais fazer uso interno, devido à toxicidade. Compressas (folhas): dores musculares.
camphorata Vill. Uso não indicado em gestantes, lactantes e crianças.
Óleo essencial: aromatizante de ambiente.
Erva rasteira, de folhas profundamente recortadas 13) - CAPIM-LIMÃO - Cymbopogon citratus (DC.)
e folíolos filiformes, com aroma de cânfora, cultiva- Stapf (sin.: Andropogon citratus DC.). Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: PPPM-
da em regiões de altitude do sul e sudeste do Brasil, Ceme não detectou efeito tóxico, mas cuidado com
tendo as mesmas aplicações e usos externos da losna É um capim originário da Ásia. Forma touceiras, tem os microfragmentos das folhas que podem causar mi-
(Artemisia absinthium L.), a espécie mais cultivada e rizoma curto e folhas finas e longas, muito aromáticas. crolesões nas mucosas do aparelho digestivo. Uso não
utilizada. Cultivada em quase todos os países das regiões tropicais. recomendado para hipotensos. Há relatos de alguma
diminuição do volume urinário talvez decorrente da
Família botânica: Asteraceae (Compositae) Família botânica: Poaceae (Gramineae) ação hipotensora.

Nomes populares: cânfora, canfrinho, cânfora-rasteira. Nomes populares: capim-cidreira, erva-cidreira, 14) – CARQUEJA - Baccharis trimera (Less.) DC. e
capim-santo, chá-de-estrada, capim-catinga, capim- outras.
Parte usada: folhas cheiroso, capim-cidrilho, capim-de-cheiro, capim-
ciri, patchuli, grama-cidreira, capim-cidrão, etc. Diversas espécies nativas das Américas e que ocorrem
Principais componentes químicos: óleos essenciais, no sul e sudeste do Brasil.
princípios amargos, flavonóides e ácidos orgânicos. Parte usada: folhas.
São de difícil identificação, pois existem diversas espé-
Principais componentes químicos: Óleos essen- cies com aspectos semelhantes. As carquejas são plan-
Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008

ciais (citral, mirceno), alcalóides, saponinas, cumari- tas herbáceas, perenes e caracterizam-se por possuir o
nas e flavonóides. caule e ramos verdes, com expansões trialadas. Atin-
192
gem até 1 m de altura e apresentam sabor amargo.
Algumas propriedades: principalmente como anal-
gésico (uso interno), como antigripal para dores no Família botânica: Asteraceae (Compositae)
corpo. Ação sedativa não foi confirmada pela CEME.
Nomes populares: carqueja-amargosa, carqueja-do-
Refresco: chá das folhas, associado com suco de li- mato, carque, carqueja-amarga, bacanta, bacárida, cacá-
mão e água. lia, condamina, vassoura, vassoura-de-botão, bacória,
cacália-amarga, quina-de-cocomine, quina-de-conda-
Infusão (chá das folhas frescas): provoca a transpira- mine, tiririca-de-babado, etc.
ção, ação digestiva, espasmolítica suave, nos resfriados.

Foto: Juscelino N. Shiraki 2008


Foto: Juscelino Nobuo Shiraki 2008
Algumas propriedades:

Somente uso externo, ação anti-séptica e como cica-


trizante.

Infusão ou decocto: lavagens e compressas locais para


dores musculares, contusões e picadas de inseto.

Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: no
uso externo, a pele deve estar íntegra, sadia e não in-

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cortadas e as flores, reunidas em corimbos de capí-

Foto: Juscelino N. Shiraki 2008


Parte usada: partes aéreas.
tulos, são amarelas.
Principais componentes químicos: substâncias
amargas, óleo essencial, substâncias resinosas e sapo- Família botânica: Asteraceae (Compositae)
ninas.
Nomes populares: tanaceto; tanásia; atanásia-das-
Algumas propriedades: estimulante digestivo, leve- boticas; erva-lombrigueira; tasneira, anil-bravo,
mente diurético; foi verificada ação hipotensora pelo botão-amarelo, palma, tanaceto-comum, etc.
PPPM-CEME.
Parte usada: capítulos florais.
Infusão (chá das hastes floríferas secas): tônico amargo
com ação digestiva (estomacal, biliar e intestinal), an- Principais componentes químicos: óleos
tiinflamatória, ação hipotensora, leve ação diurética. essenciais (tujona, tanacetina, cânfora e borneol),
ácidos, tanino, resina, sesquiterpenos, escopoletina
Indústria de bebidas: em virtude das suas proprieda- e compostos poliacetilênicos. Família botânica: Equisetaceae
des amargas.
Algumas propriedades: uso externo (popular ) Nomes populares: cavalinha, rabo-de-cavalo, lixa-
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: como repelente de insetos, antiinflamatório. vegetal, cana-de-jacaré, cauda-equina, cauda-de-
PPPM-Ceme não detectou efeito tóxico. Usar com raposa, cola-de-cavalo, erva-carnuda, equiseto, etc.
cautela e sob orientação médica durante a gestação e Infusão (chá): usos populares como tônica,
lactação. Não utilizar em casos de cálculos biliares. antiespasmódica e digestiva. Parte usada: parte aérea (haste/caule estéril).

15) - CATINGA-DE-MULATA –Tanacetum vulga- Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: Principais componentes químicos: sais minerais, 193
re L. a eficácia e a segurança da planta ainda não são principalmente ácido silícico, potássio, fósforo,
comprovadas e intoxicações podem acontecer pela manganês, flavonóides, alcalóides, taninos,
Erva entouceirante, ereta, aproximadamente 80 cm presença de tuiona (tóxica). Grávidas e nutrizes não saponinas, ácidos orgânicos.
de altura, aromática, originária da Europa e cultivada devem fazer uso.
no Brasil como ornamental. As folhas são muito re- Algumas propriedades: usada na medicina caseira
16) - CAVALINHA - Equisetum arvense L., E. na forma de chá como diurético (maior atividade
hyemale L. e outras. diurética no E. hyemale), com ação adstringente e
auxiliar no tratamento de processos reumáticos
Foto: Juscelino N. Shiraki 2008

Subarbusto do grupo das Pteridófitas que vegeta, e osteoporose, bem como nos problemas de
preferencialmente, em terrenos úmidos. Apresenta recalcificação de fraturas.
rizomas subterrâneos e caules (haste) aéreos
eretos, de coloração esverdeada, fistulosos (ocos) Precauções/Toxicidade/Contra-indicação:
e estriados, que podem alcançar 60 cm de altura apresenta um fator antinutricional (tiaminase),
ou mais. As folhas são pequenas, escamiformes, que inativa a tiamina (vitamina B1) e a falta deste
geralmente soldadas entre si na base, simulando nutriente pode provocar lesões no sistema nervoso
uma bainha com várias pontas, envolvendo o central. Em altas concentrações pode provocar
caule nos nós. Os ramos aéreos estéreis podem ser irritações no sistema urinário, cefaléias, anorexia,
ramificados (exemplo, E. arvense) ou não (exemplo, fadiga possivelmente devido à presença de
E. hyemale), sendo que os ramos férteis não se alcalóides. Topicamente pode provocar dermatite
ramificam e terminam em estróbilos produtores de seborréica. Contra-indicado para gestantes e
esporos. lactantes e pacientes com insuficiência renal.

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17) – CIPÓ-DE-SÃO-JOÃO – Pyrostegia venusta 18) – COLÔNIA - Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Infusão (chá das folhas): ação hipotensora nos casos
(Ker Gawl.) Miers. Burtt. & R.M. Sm. (sin.: Alpinia nutans (L.) Roscoe e de pressão alta; chá das flores (uso popular) como chá
Alpinia speciosa (Blume) D. Dietr.) aromático.
Trepadeira lenhosa e vigorosa de ampla distribuição
no Brasil, comum em beira de estradas, pastagens e Originária da Ásia, robusta erva rizomatosa entoucei- Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: PPPM-
em áreas cultivadas. rante cultivada no Brasil como planta medicinal e or- Ceme não detectou efeito tóxico.
namental. Produz belos cachos de flores externamen-
Nos meses de junho a julho, apresenta vistosas flores te brancas e internamente carmim e amarelas. Não recomendado para hipotensos (pressão baixa) e
alaranjadas, muito ornamentais. contra-indicado para gestantes e lactantes. Os hiperten-
Família botânica: Zingiberaceae sos deverão fazer o monitoramento com seu médico e
Família botânica: Bignoniaceae seguir rigorosamente as suas orientações.
Nomes populares: alpinia, falso-cardamomo, paco-
Nomes populares: flor-de-são-joão, cipó-bela-flor, vá, gengibre-concha, jardineira, louro-de-baiano, vin- O chá recém-preparado deve ficar com coloração ama-
cipó-de-fogo, marquesa-de-belas, cipó-de-lagarto. divá, falsa-noz-moscada, shell ginger, etc. relada, ser mantido sob refrigeração e renovado diaria-
mente.
Parte usada: partes aéreas. Parte usada: rizoma (sem raiz), folha e flor.
19) – CONFREI - Symphytum officinale L.
Principais componentes químicos: glicosídeos, Principais componentes químicos: óleo-resina, flavo-
carotenóides, rutina, compostos fenólicos, nóides, alcalóides e óleo-essenciais (cineol, terpineol). Erva perene, originária da Europa e Ásia, aclimatada no
flavonóides, taninos. Brasil e em diversas partes do mundo, desde a antiga
Algumas propriedades: PPPM-Ceme verificou a ação Grécia. Tem caule curto, folhas pilosas, ásperas e lanceo-
Algumas propriedades: planta que apresenta anti-hipertensiva, mas não confirmou ação diurética. ladas, de aproximadamente 30 a 40 cm de comprimento.
194
pouco estudo e, embora considerada tóxica,

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


são mencionados usos na medicina popular, Família botânica: Boraginaceae
externamente, para vitiligo e outras aplicações.
Nomes populares: consolida-maior, consólida, consó-
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: lida-do-cáucaso, erva-do-cardeal, língua-de-vaca, orelha-
registro de pirostegina, um glicosídeo cianogênico de-vaca, erva-encanadeira-de-osso, leite-vegetal-da-rús-
provavelmente relacionado com a toxidez da planta. sia, confrei-russo, capim-roxo-da-rússia, etc.

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2008


Foto: Simone Justamante De Sordi 2008

Partes usadas: folha e rizoma.

Principais componentes químicos: alantoína, taninos,

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saponinas triterpênicas, ácidos rosmarínico, mucilagem, e picadas): ação diurética e anti-hipertensiva. Cecropia hololeuca Miq.
alcalóides pirrolizidínicos. Nomes populares: Embaúba-prateada
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: usos
Algumas propriedades: uso apenas externo, como ci- não recomendados para hipotensos (pressão baixa) Mais freqüente na zona serrana do Sul da Bahia até
catrizante de pequenas feridas. Compressas (decocto das e os hipertensos deverão fazer o monitoramento com São Paulo e Minas Gerais e na floresta de altitude
folhas): uso local, como cicatrizante e antiinflamatório seu médico e seguir rigorosamente as suas orientações. da serra da Mantiqueira. Apresenta brotos e folhas
nas contusões e luxações. Contra-indicado para gestantes e lactantes. novas inteiramente prateadas.

Cataplasma (raízes moídas): cicatrizante e hemostático, Cecropia glazioui Snethl.


uso local para picadas de insetos, pequenas feridas não Nomes populares: Embaúba-vermelha
infectadas e contusões.
Mais comum na encosta Atlântica, desde a Bahia
Cosmética: sabonetes e cremes. até o Paraná. Apresenta brotos avermelhados e a face
inferior da folha prateada e áspera ao tato. Estudos
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: uso ape- do PPPM- Ceme confirmaram a ação hipotensora e
nas externo, como cicatrizante de pequenas feridas, não anti-hipertensiva e não verificaram efeito tóxico.
infectadas e não muito profundas; não fazer uso por vá-
rias semanas.

Considerando a atividade tóxica dos alcalóides presen-


tes, o uso interno, via oral, está proibido pelo Ministério
da Saúde, pois pode ocasionar o aparecimento de toxi-
195
cidade hepática, principalmente. A infusão (chá das fo-
lhas e rizomas) pode provocar graves intoxicações que
poderão aparecer três a quatro anos depois.

20) – EMBAÚBA - Cecropia spp.

Árvore de rápido crescimento e rusticidade,


comumente encontrada em matas secundárias.
Atinge de 6 a 14 m de altura, com ramificação apenas
no topo. São caracterizadas por suas grandes folhas
palmatilobadas e longamente pecioladas, tronco oco e
roliço, marcado pela cicatriz das folhas caídas.

Família botânica: Urticaceae (antiga Cecropiaceae)


Cecropia pachystachya Trécul (Sin. C. adenopus
Partes usadas: folha e secundariamente as cascas. Mart. ex Miq.)
Nomes populares: Embaúba-branca, figueira-
Principais componentes químicos: flavonóide (iso- de-sururinan, árvore-da-preguiça, pau-de-lixa,
vitexina) e triterpenóides, taninos, resinas, cumarinas, umbaúba-do-brejo, etc.
alcalóides e glicosídeo ambaina.
Espécie mais distribuída no país, podendo ser
Algumas propriedades: infusão (chá das folhas secas encontrada, em terrenos úmidos do Ceará até Santa

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Catarina, no interior e na faixa litorânea, e nos estados cipalmente em áreas abertas da orla litorânea. Ereto, 22) – FALSA-ERVA-CIDREIRA – Lippia alba
de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. ramificado, com a extremidade dos ramos um tanto (Mill.) N.E. Br.
pendente e hastes revestidas por casca fibrosa. Folhas
simples, aromáticas, de aproximadamente 9 cm de Originário da América do Sul, arbusto que cresce es-
comprimento. Flores pequenas, brancas, dispostas em pontaneamente em quase todo o território brasileiro.
inflorescências racemosas. Pode apresentar-se com ramos arqueados, com folhas
ovaladas, ásperas, aromáticas, margens serreadas e

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


inflorescências de cor lilás na base das folhas. Há va-
riedades de cultivo com prevalência de um ou outro
terpeno do óleo essencial.

Família botânica: Verbenaceae

Nomes populares: erva-cidreira-falsa, erva-cidreira-


brasileira, falsa-melissa, cidreira-carmelitana, chá-de-
tabuleiro, erva-cidreira-do-campo, chá-de-estrada,
alecrim-do-campo, cidreira, cidreira-crespa, cidreira-
brava, alecrim-selvagem, salva-limão, salvia.

Parte usada: partes aéreas.

Principais componentes químicos: óleos essenciais


196
(citral, mirceno, limoneno e carvona) e flavonóides.
Parte usada: folhas.

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2009


Principais componentes químicos: artemetina, fla-
vonóides, triterpenos.

(fotos: LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Algumas propriedades: usada há centenas de anos
Brasil: nativas e exóticas cultivadas. 2.ed. Nova Odessa, SP: em aplicações tópicas no tratamento de dores mus-
Plantarum, 2008. p.520 e 521.) culares, contusões, artrite reumatóide, como antiinfla-
matório.
21) - ERVA-BALEEIRA – Cordia curassavica (Jacq.)
Roem. & Schult. (sin.: Cordia verbenacea DC. e Varro- A folha é amplamente utilizada na medicina caseira,
nia verbenacea (DC.) Borhidi). principalmente nas regiões litorâneas do Sudeste e
Leste, onde é considerada antiinflamatória, anti-artrí-
Nomes populares: maria-preta, catinga-de-barão, tica, analgésica, tônica e anti-ulcerogênica. Para reu-
cordia, balieira-cambará, erva-preta, maria-milagrosa, matismos, artrite reumatóide, gota, dores musculares,
salicinia, maria-rezadeira, camarinha, etc. nevralgias e contusões, é recomendado o seu chá que
também é empregado para a cicatrização de feridas ex-
Família: Boraginaceae ternas não infectadas.

É um arbusto de até 2,5 m de altura, nativo do Brasil e Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: uso tó-


amplamente distribuído por toda costa sudeste, prin- pico pode provocar reações de sensibilização.

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Foto: Juscelino N. Shiraki 2008
Algumas propriedades: infusão (chá das folhas fres- Nessas regiões, a espécie Sorocea bonplandii (Baill.)
cas): calmante (insônia); espasmolítica suave, alivian- W.C.Burger, Lanj. & Wess. Boer, árvore latescente
do pequenas crises de cólicas, ação digestiva; hipoten- da família Moraceae, também é chamada pelas
sor leve. populações tradicionais da Mata Atlântica de
espinheira-santa e é usada contra dores de estômago,
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: não sendo a planta adulterante de Maytenus ilicifolia.
recomendada para hipotensos (pressão baixa) e con-
tra-indicado para gestantes e lactantes. Pesquisas do Família botânica: Celastraceae
PPPM-Ceme não verificaram ação hipnótica e ansiolí-
tica e constataram toxicidade pelo modelo experimen- Nomes populares: espinheira-divina, maiteno,
tal utilizado. salva-vidas, coromilho-do-campo, espinho-de-deus,
cancerosa, cancrosa, sombra-de-touro, cancorosa,
23) – ERVA-DE-SANTA-MARIA - Chenopodium cancorosa-de-sete-espinho, espinheira-santa, etc.
ambrosioides L.
Parte usada: folhas.
Nativa das Américas Central e do Sul, principalmente
México e Antilhas, onde já era utilizada pelos indíge- Principais componentes químicos: taninos,
nas. Erva anual de até 1m de altura, ramosa, de cheiro flavonóides, alcalóides, triterpenos e traços de
forte característico. minerais e oligoelementos.

Família botânica: Amaranthaceae (antiga Cheno- Algumas propriedades: confirmada ação em


podiaceae) gastrites e úlceras gástricas pela CEME.
197

Foto: Juscelino N. Shiraki 2008


Nomes populares: nas regiões Sul e Sudeste: erva-
de-santa-maria ou mastruço; no Nordeste: mastruço,
mastruz ou mentruz; mentruço; mentrasto, erva-for- toxicidade, verificada no modelo experimental do
migueira; erva-das-cobras; erva-das-lombrigas; erva- PPPM-Ceme. Tem como um dos componentes o
santa, erva-mata-pulgas, erva-pomba-rota, cambrósia, ascaridol, que é uma substância tóxica para o fígado
chá-do-méxico, chá-dos-jesuítas, quenopódio, etc. e para os rins. Doses excessivas, em uso interno,
causam vertigens, vômitos e dores de cabeça. Contra-
Parte usada: folhas. indicado para gestantes, lactantes, crianças, pessoas
com problemas de audição e idosos.
Principais componentes químicos: óleos essenciais
(principalmente ascaridol e outros), saponinas, flavo- 24) - ESPINHEIRA-SANTA - Maytenus ilicifolia
nóides, ácidos orgânicos, dentre outros. Mart. ex Reissek e M. aquifolium Mart.

Algumas propriedades: uso local em contusões trau- Árvore de pequeno porte, nativa das matas do sul
máticas como antiinflamatória, cicatrizante e anti-sép- do Brasil. Tem folhas coriáceas, elípticas, de margem
tica. Repelente de insetos como pulgas, percevejos e espinescente e até 9 cm de comprimento.
piolhos. A atividade anti-helmíntica não foi totalmente
confirmada pelos estudos do PPPM-Ceme. Nas regiões Sudeste e Sul, ocorre Maytenus
aquifolium Mart., com folhas subcoriáceas,
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: usar igualmente espinescente nas margens e de até 15 cm
com cautela e sob orientação médica, devido a sua de comprimento, de usos similares.

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Foto: Juscelino N. Shiraki 2008
Infusão (chá): digestiva e para afecções gástricas Nomes populares: boldo-baiano; boldo-japonês;
(dispepsias, hiperacidez, gastrites e úlceras). boldo-chinês; boldo-goiano; boldo-de-goiás;
alumã; aluman; aloma; luman; árvore-do-pinguço;
Infuso, decocto ou emplastro de folhas picadas: alcachofra; figatil; heparém; cidreira-da-mata;
afecções da pele. macelão; etc.

Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: sem Parte usada: folhas.


efeito tóxico, pelo PPPM-Ceme.
Principais componentes químicos: saponinas;
Obs.: tanto M. ilicifolia quanto M. aquifolium foram substâncias amargas (lactonas sesquiterpênicas),
avaliadas positivamente pela pesquisa da Escola glicosídeo cardiotônico (vernonina), flavonóides,
Paulista de Medicina patrocinada pela Ceme. óleo essencial.

25) – ESTOMALINA - Vernonanthura condensata Algumas propriedades: infusão: carminativa,


(Baker) H. Rob. (sin.: Vernonia condensata Baker). analgésica, útil no tratamento de distúrbios gástricos
e hepáticos, dispepsias não ulcerosas e colecistite. Algumas propriedades: infusão dos frutos
Arbusto de 2 a 5 m de altura, originário da África e Recentemente verificou-se também sua atividade secos: digestivo, estomáquico, carminativo,
freqüentemente cultivado nos quintais. Suas folhas antiinflamatória em uso interno. antiespasmódico suave (para cólicas infantis),
têm textura membranácea, margens serrilhadas e expectorante e também estimulante da lactação.
de 5 a 12 cm de comprimento, com sabor amargo Precauções/Toxicidade/Contra-indicação:
seguido de doce quando mastigadas. contra-indicado para gestantes e lactantes. Culinária (raiz aperitiva): salada da base do pecíolo
das folhas (aromático, digestivo e carminativo); frutos
198
Família botânica: Asteraceae (Compositae) 26) – FUNCHO - Foeniculum vulgare Mill. como condimento e aromatizante de alimentos.
Foto: Juscelino N. Shiraki 2008

Erva aromática nativa da Europa, das regiões Óleo essencial dos frutos: sabor e odor a
próximas ao Mediterrâneo, e cultivada em todo o medicamentos, licores e guloseimas. O óleo essencial
Brasil. Atinge de 40 a 90 cm de altura, possui folhas tem efeito estimulante (por massagens).
pinadas com folíolos reduzidos a filamentos e flores
pequenas, amarelas, reunidas em umbelas. Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: o
modelo experimental utilizado nas pesquisas do
Família botânica: Apiaceae (Umbeliferae) PPPM-Ceme detectou toxicidade e não verificou ação
sedativa, hipnótica, ansiolítica, anticonvulsivante e/
Nomes populares: erva-doce, funcho-doce, erva- ou neuroléptica.
doce-de-cabeça, finochio, erva-doce-brasileira, falsa-
erva-doce, falso-anis, fiolho-de-florena, fiolho-doce, 27) - GENGIBRE - Zingiber officinale Roscoe
funcho-bastardo, funcho-comum, funcho-vulgar,
funcho-italiano, pinochio, etc. Erva rizomatosa, ereta, com cerca de 50 cm de altura,
originária da Ásia. Adaptou-se bem em todas as
Partes usadas: frutos e ocasionalmente a base do regiões de clima tropical e no Brasil.
pecíolo da folha fresca.
O rizoma é ramificado, de cheiro e sabor picante,
Principais componentes químicos: óleo essencial agradável.
(anetol), ácidos, cumarinas, flavonóides e esteróides.
Família botânica: Zingiberaceae

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Nomes populares: gengivre, gingibre, mangaratiá, Algumas propriedades: confirmada ação broncodi-
mangarataia, etc. latodora pela CEME, broncodilatador contribuindo
com a expectoração, mas sem ação antitussígena.
Parte usada: rizoma.
Infusão (chá): para afecções respiratórias em estados
Principais componentes químicos: óleos essenciais gripais.
(gingerona, canfeno, borneol, cineol e citral), resina
(gingerol), saponinas. Xarope: expectorante e broncodilatador.

Algumas propriedades: como condimentar, aro- Decocto: em gargarejo e bochecho nos casos de in-
mático, ação estimulante digestiva, nas dispepsias e flamações da boca e garganta.
carminativo nas cólicas flatulentas; antiinflamatório
(artroses), para náuseas e vômitos (de viagens, de pós- Tintura (uso externo): aplicação local, em fricções ou
operatório, de gravidez). compressas, nas partes afetadas por dores reumáticas
pós-traumáticas.
Culinária (especiaria aromática e condimento): tem-
peros, molhos, sopas, em saladas, conservas, sucos, Extrato ou tintura (uso interno): expectorante e
licores, bebidas refrigerantes, doces e confeitos. broncodilatador.

Chá, com rizoma fatiado (uso interno): digestivo, carmi- Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: estu-
nativo (nas cólicas flatulentas) e para náuseas e vômitos. dos do PPPM-Ceme não acusaram efeito tóxico, mas
a presença de cumarinas pode provocar alterações na
Emplastros e compressas (uso externo): antiinflama- coagulação com sangramentos e levar a um aumento 199
tório (dores da artrose). do fluxo menstrual. Não deve ser utilizado por mu-
Fotos: Juscelino N. Shiraki 2008
lheres com menstruação abundante, gestantes, lac-
Cosmética: perfumes. tantes, crianças menores de um ano, pacientes com
28) – GUACO – Mikania spp. problemas hepáticos, com quadros diarréicos, de
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: na vômitos, hipertensos e cardiopatas. Recomenda-se
náusea e vômito da gravidez utilizar um terço da dose Trepadeiras sublenhosas, perenes, sem gavinhas, maior critério em quadros respiratórios crônicos não
usual e seguir obrigatoriamente a orientação médica. com folhas opostas. diagnosticados, devendo o médico afastar hipóteses
Contra-indicado para portadores de cálculos biliares. de: tuberculose, pneumonias bacterianas, câncer,
Família botânica: Asteraceae (Compositae) verminoses (com ciclo pulmonar), amidalites bacte-
rianas purulentas, etc.
Nomes populares: guaco-de-cheiro, guaco-liso,
guaco-trepador, uaco, cipó-almecega-cabeludo, cipó- Em doses terapêuticas não causa efeitos colaterais,
catinga, cipó-sucuriju, coração-de-jesus, erva-cobre, entretanto evitar a utilização por tempo prolongado,
erva-das-serpentes, erva-de–cobra, erva-de-sapo, pois o uso crônico pode levar a acidentes hemorrági-
erva-dutra, etc. cos. Não usar com anticoagulantes.

Parte usada: folhas (sem os caules). Mikania glomerata Spreng.

Principais componentes químicos: guacosídeos Originária da América do Sul, ocorrendo na


(cumarina), óleo essencial, resinas, taninos, saponi- Argentina, Paraguai, Uruguai e nas regiões sul e
nas, ácidos orgânicos e substâncias amargas. sudeste do Brasil e cultivada em outros estados.

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Suas folhas são lustrosas, aromáticas, subcoriáceas, 29) – HIPÉRICO – Hypericum perforatum L. Principais componentes químicos: óleo essencial
glabras, imperfeitamente triangulares a ovadas, (mono e sesquiterpenos, cetonas e álcoois alifáticos),
com um lóbulo triangular a cada lado na base, Planta subarbustiva ereta, originária da Europa e su- flavonóides (hiperosídeo, hiperforina, rutina), antra-
pentanervadas, com 8 a 12 cm de comprimento por bespontânea na América do Norte, ainda de cultivo quinonas, pigmento hipericina, ácidos fenólicos.
6 a 8 cm de largura. raro no Brasil.
Algumas propriedades: indicado para estados de-
Tem cerca de 1 metro de altura, apresenta flores ama- pressivos leves a moderados, não endógenos.
relas e folhas simples, cartáceas, com pontos translúci-
dos quando vistas contra a luz. Decocto, tintura ou extrato padronizado (uso inter-
no): antidepressiva.
Família botânica: Hypericaceae, anteriormente Clu-
siaceae (Guttiferae) Óleo (uso externo): adstringente, analgésico, antiinfla-
matório, cicatrizante e anti-séptico.
Nomes populares: erva-de-são-joão, milfurada, ore-
lha-de-gato, alecrim-bravo, mil-facadas, hipericão. Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: quan-
do ingerido, o usuário deve evitar exposição ao sol,
Parte usada: partes aéreas. pois seu efeito fotossensibilizante pode provocar quei-
maduras, ulcerações e eritemas. Contra-indicado para

LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008 p.297
gestantes, crianças e indivíduos com depressão crôni-
Mikania laevigata Sch. Bip. ex Baker ca. Incompatível com outras plantas e medicamentos;
seu uso deve ser feito com cautela e obrigatoriamente
Também originária do Sul do Brasil, de São Paulo ao sob orientação médica.
200
Rio Grande do Sul.
30) - HORTELÃS e MENTAS - Mentha spp.
Suas folhas são mais grossas, brilhantes e aromáticas
que as da Mikania glomerata. São ovadas ou ovado- São as denominações populares para diversas espécies
lanceoladas, glabras, com base arredondada, (e híbridos) do gênero Mentha. Ervas aromáticas de 30
trinervadas, com 7 a 15 cm de comprimento por 2 a a 60 cm de altura, originárias de regiões temperadas da
5 cm de largura. Europa e Ásia.

O gênero Mentha é um dos mais complexos para se de-


finir botanicamente, devido à hibridização espontânea
entre as espécies.

Família botânica: Lamiaceae (Labiatae)

Partes usadas: folhas e sumidades floridas (ramos florais).

Principais componentes químicos: óleos essenciais


(mentol, mentona, cineol e limoneno), flavonóides, ta-
nino e resina.

Algumas propriedades: ação digestiva, carminativa,


Fotos: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009
antiespasmódica, colagoga.

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Pesquisas do PPPM-Ceme para Mentha spicata, verifi- Mentha arvensis L. 31) - LOSNA - Artemisia absinthium L.
caram ação anti-helmíntica. Nomes populares: menta, hortelã-doce, hortelã-
japonesa ou vique Originária da Europa, adaptou-se bem no Brasil,
Culinária: saladas, sucos, geléia, condimento de carnes, onde é mantida em hortas e jardins. É uma planta
molhos e massas. subarbustiva que cresce até aproximadamente 1 m
de altura. Tem caule piloso e folhas profundamente
Infusão (chá), uso interno: estomacal (má digestão, recortadas, verde-acinzentadas na face superior e
náusea e vômito), intestinal (gases e cólicas), colagogo. esbranquiçadas na face inferior, aromáticas e com
forte sabor amargo.
Uso externo: para afecções da pele como anti-séptico.
Família botânica: Asteraceae (Compositae)
Outros usos: na aromaterapia e na cosméstica.
Nomes populares: losna-comum, losna-maior, los-
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: o óleo ma, absinto, acinto, acintro, ajenjo, alenjo, artemísia,
essencial é fotossensibilizante e não recomendado para grande-absinto, erva-santa, alvina, aluína, flor-de-dia-
uso oral, pois doses elevadas têm ação abortiva e hepa- na, gotas-amargas, erva-dos-vermes, erva-dos-velhos,
totóxica. A essência irrita a mucosa ocular (conjuntiva) sintro, erva-de-santa-margarida, erva-do-fel.
e é contra-indicada para gestantes, lactentes, crianças de
pouca idade e pessoas com cálculos biliares. Parte usada: partes aéreas.

Foto: Maria de Lourdes da Costa 2008


Mentha x piperita L.
Nomes populares: hortelã-pimenta, menta-inglesa,
201
hortelã-apimentada, hortelã-das-cozinhas, menta-
inglesa, sândalo.

Mentha x piperita var. citrata

Mentha spicata L. (sin.: M. viridis (L.) L.)


Nomes populares: menta, hortelã-crespa, hortelã-
das-hortas ou hortelã-levante

Principais componentes químicos: óleo essencial


(tuiona), absintina (mistura de pelo menos quatro
substâncias amargas), resinas, tanino, ácidos e
nitratos.

Algumas propriedades: ação anti-séptica,


cicatrizante, digestiva, carminativa, colagoga e
emenagoga.

Infusão (chá das folhas e flores): estimulante de


apetite, distúrbios da digestão.
Fotos: Maria de Lourdes da Costa 2008

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Decocto da planta fresca (uso externo, em pele Nomes populares: erva-de-são-joão; artemígio; flor- Partes usadas: folhas.
íntegra e sadia): lavagens e compressas locais para de-são-joão; artemísia-comum; artemísia-verdadeira;
dores musculares, contusões e picadas de inseto, por artemísia-vulgar; artemigem; artemija; artemige; los- Principais componentes químicos: flavonóides
sua ação anti-séptica e cicatrizante. na; anador; absito-selvagem; absinto; isopo-santo, etc. (crisina, isovitexina), alcalóide (passiflorina), pectinas
e ácidos orgânicos.
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: usar Parte usada: a planta toda.

Foto: Juscelino N. Shiraki 2008


com cautela, sob orientação médica. Não se deve
usar o suco ou extrato da losna, pois ele é altamente Principais componentes químicos: óleos essenciais
tóxico. Por causa da presença da tujona ou tuiona, um (cineol e tuiona), artemisina, princípios amargos, fla-
de seus componentes, cujo teor é maior na floração, vonóides, taninos, resinas e saponinas.
sua administração em altas doses causa vômitos,
cólicas gastrintestinais, dor de cabeça, zumbido nos Algumas propriedades: tônico da circulação sangüí-
ouvidos e distúrbios do sistema nervoso central. Uso nea, digestiva, analgésica e antiespasmódica, cicatri-
contra-indicado para gestantes, lactantes e crianças. zante e anti-séptica. Pesquisas do PPPM-Ceme con-
firmaram ação anticonvulsivante.
32) - LOSNA-BRAVA - Artemisia vulgaris L.
Uso local: em dores reumáticas, escaras e feridas. Utili-
Considerada planta invasora de terrenos cultivados, zada no moxabustão.
é disseminada pela Ásia Central, Europa, norte da Algumas propriedades: confirmada pela CEME,
África e aclimatada no resto do mundo, inclusive no Uso interno: para dispepsia, cólicas menstruais. efeito calmante maior, isto é, para crises nervosas agi-
Brasil, com exceção da Amazônia. tadas, com aumento na fala, estado motor e aumento
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: pes- da ingesta alimentar.
202
Erva anual de até 0,60 m de altura, com folhas quisas do PPPM-Ceme confirmam que a planta é tó-
profundamente recortadas, de cor verde na face xica para o gado e para o homem. Deve ser usada sob Culinária (frutos): preparação de bebidas, sucos, do-
de cima e prateada em baixo, sabor amargo e odor orientação médica, pois em dosagem acima da indica- ces e geléias, etc.
característico. da pode se tornar prejudicial ao sistema nervoso, pro-
vocando efeitos colaterais como excitação do sistema Infusão e principalmente decocção (folhas secas):
Família botânica: Asteraceae (Compositae) nervoso central e convulsões, além de vasodilatação, ação calmante nos casos de ansiedade de origem ner-
reações alérgicas, hepatonefrites, etc. Contra-indicado vosa e insônia.
Fonte: http://picasaweb.google.com/monitoriafito/PlantasMedicinais

para gestantes e lactantes.


Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: detec-
33) – MARACUJÁ-AZEDO - Passiflora edulis Sims tado algum efeito tóxico pelo PPPM-Ceme em trata-
mento prolongado e altas doses devido a presença de
Trepadeira arbustiva, cujos galhos se fixam por meio um glicosídeo cianogênico, que, por hidrólise, pode
de gavinhas. É espontânea da América tropical e am- se transformar em ácido cianídrico, tóxico, recomen-
plamente cultivada, especialmente no nordeste do dando-se a fervura demorada do chá para eliminá-lo.
Brasil. Possui folhas trilobadas, flores vistosas solitárias Evitar doses altas e o tratamento repetido por longos
e fruto do tipo baga, de cor amarelada a vinácea. períodos, não sendo recomendado para hipotensos
(pressão baixa), gestantes e lactantes.
Família botânica: Passifloraceae
34) – MELISSA - Melissa officinalis L.
Nomes populares: maracujá, maracujá-de-suco,
maracujá-do-mato, maracujá-liso, maracujá-peroba, Planta herbácea perene, de 30 cm de altura, originária
maracujazeiro, maracujá-ácido, etc. da Europa e Ásia e cultivada no Brasil. Possui folhas

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aromáticas, membranáceas, ovaladas, rugosas e de Infusão (chá): calmante nos casos de ansiedade, insônia

Fonte: LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008 p.115
margens serradas. e transtornos de origem nervosa (cefaléia, vertigens);
digestiva (azia, má digestão); espasmolítica suave, ali-
Família botânica: Lamiaceae (Labiatae) viando pequenas crises de cólica; analgésica nas dores
de gripes e resfriados.
Nomes populares: erva-cidreira, cidreira, erva-ci-
dreira-verdadeira, cidrilha, melitéia, chá-da-frança, li- Suco ou decocto (uso externo): aliviar e acalmar dores.
monete, citronela-menor, melissa-romana, erva-luísa,
salva-do-brasil, chá-de-tabuleiro, etc. Óleo essencial (uso local): anti-séptica.

Parte usada: folhas e ramo floral (sumidades floridas). Compressas (folhas): picadas de insetos.

Principais componentes químicos: óleos essenciais Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: a sua


(citral, citronelal, citronelol, limoneno, linalol e gera- essência é ligeiramente tóxica (verificado pelos mode-
niol), taninos, ácidos triterpenóides, flavonóides, mu- los do PPPM-Ceme), podendo, mesmo em pequenas
cilagens, resinas e substâncias amargas. doses, causar entorpecimento, perda da respiração, di-
minuição da pulsação e do ritmo cardíaco. Usos não re-
Algumas propriedades: digestiva, carminativa, anti- comendados para hipotensos (pressão baixa) e contra-
séptica e antiespasmódica. Ação hipnótica e ansiolítica indicado para gestantes e lactantes.
não verificada pelo PPPM-Ceme.
35) - MENTRASTO - Ageratum conyzoides L.
Estudos recentes demonstraram efeitos antioxidante
203
e anticolinesterásico, com benefícios em quadros de Nativa no Brasil, erva anual aromática, comum em hor-
demência tipo Alzheimer. tas, lavouras, pomares, etc.

A essência apresenta efeitos antivirais, úteis em qua- Bem ramificada e pilosa, cresce até 1 m e pode apresen-
dros de herpes labial. tar pequenas flores roxas, lilases ou brancas, arranjadas
em capítulos.
Culinária: tempero para saladas, molhos, sucos e aro- Alguns usos e propriedades: pesquisas do PPPM-
matizante de alimentos. Família botânica: Asteraceae (Compositae) Ceme confirmaram ação para tratamento de artrose,
principalmente pelo efeito analgésico.
Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008

Nomes populares: erva-de-são-joão, picão-roxo, ca-


tinga-de-bode, erva-de-são-josé, erva-de-santa-lúcia, Extrato alcoólico, ungüento ou compressa, de uso local:
camará-opela, mentraste, catinga-de-barão, cacália- analgésico e antiinflamatório para contusões e dores ar-
menstrasto, cúria, maria-preta, etc. ticulares. Hemostática e cicatrizante de ferimentos.

Partes usadas: folhas ou parte aérea sem as flores, fresca Decocto (uso interno): analgésica, antiinflamatória,
ou seca. anti-reumática e para cólicas menstruais.

Principais componentes químicos: óleos essenciais Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: embo-


(beta-cariofileno e precocenos), quercetina, canferol, ra as pesquisas do PPPM-Ceme não tenham indicado
ácidos, flavonóides, cumarinas, alcalóides pirrolizidíni- efeitos tóxicos, é recomendável que sejam usadas para
cos, pigmentos, mucilagens. fins medicinais somente a planta sem ramos florífe-
ros, que concentram alcalóides pirrolizidínicos, com

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


ação hepatotóxica; de todo modo evitar uso prolon- 37) – PICÃO-PRETO - Bidens pilosa L. das-horas, carrapicho-de-duas-pontas, carrapicho-
gado e sem supervisão médica. Contra-indicado para de-agulha, carrapicho-picão, coambi, cuambri,
gestantes e lactantes. Erva anual originária das regiões tropicais da amor-seco, pico-pico, etc.
América. Atinge de 50 a 130 cm de altura, apresenta
36) – MENTRUZ - Coronopus didymus (L.) Sm. aroma característico e é considerada indicadora de Parte usada: planta inteira.
solos férteis. Possui folhas compostas pinadas, com
Erva anual, nativa da América do Sul, incluindo folíolos serreados e frutos do tipo aquênio, pretos Principais componentes químicos: flavonóides,
o sudeste brasileiro. Possui caule ramificado e com ganchos aderentes. esteróis, taninos, acetilenos.
prostrado, de 20 a 35 cm de comprimento. As folhas

Foto: Livro LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008 p.124
são profundamente divididas, de sabor ardido e Alguns usos e propriedades: uso na medicina po-
cheiro de agrião. Seus frutos esféricos dispostos em pular como digestivo, diurético, antiinflamatório e
cachos são característicos. anti-séptico.

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


Infusão (chá): digestivo (popularmente no trata-
mento de icterícia e males do fígado de origem não
infecciosa); diurético (afecções das vias urinárias).

Compressas (suco das folhas): inflamações da pele e


feridas de origem não infecciosa;

Gargarejo (chá das folhas): inflamações da garganta;


204
Banhos e lavagens externas: em lesões da pele causa-
da pela sarna;

Família botânica: Brassicaceae (Cruciferae) Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: con-


tra-indicado durante a gravidez.
Nomes populares: mastruço; mentruz-rasteiro;
mastruz-miúdo; mastruço-dos-índios; erva-de- 38) - QUEBRA PEDRA - Phyllanthus spp.
santa-maria; erva-formigueira, etc.
Várias espécies do gênero Phyllanthus recebem esse
Parte usada: parte aérea. nome e são utilizadas popularmente para as mesmas
finalidades.
Principais componentes químicos: óleo essencial,
substâncias sulfuradas , sais minerais e vitaminas. São ervas anuais, nativas da América. É comum a sua
ocorrência em fendas de calçadas, terrenos baldios,
Algumas propriedades: usada popularmente para quintais e jardins.
afecções gástricas, dores musculares e feridas pela
ação anti-séptica. Phyllanthus niruri L. e Phyllanthus tenellus Roxb.
Família botânica: Asteraceae (Compositae) são espécies frequentes em São Paulo e de difícil
Repelente de pulgas e percevejos. diferenciação.
Nomes populares: erva-picão, fura-capa, piolho-de-
Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: padre, picão-do-campo, cuambu, guambu, paconva, P. niruri se apresenta com aproximadamente 30 cm
contra-indicado para gestantes e lactantes. carrapicho, macela-do-campo, picão-amarelo, picão- de altura, tem folhas oblongas, assimétricas na base,

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com 6mm de comprimento; as flores possuem 3 pelos mesmos grupos. Esse efeito decorre de: ações miligrana, milgreira, romeira-de-granada, etc.
estames, um pouco unidos na base. analgésica, dilatadora do ureter, levemente diurética,
interferência na formação dos cálculos diminuindo Partes usadas: casca do fruto e arilo (envoltório sumo-
seu tamanho e irregularidade de forma, em conjun- so das sementes).
P. tenellus atinge 80 cm de altura, suas folhas são
obovadas a largamente elípticas, simétricas na base, to contribuindo à menor formação e eliminação dos Principais componentes químicos: casca do fruto:
com 7 a 12 mm de comprimento; as flores têm 5 cálculos formados. Pode contribuir ao aumento da taninos, resinas, pigmentos (antocianinas), alcalóides.
estames livres. eficácia da litotripsia (procedimento médico para eli-
minação de cálculos por aplicação de ondas).

Fonte: Maria de Lourdes da Costa 2008


Família botânica: Phyllanthaceae (anteriormente,
Euphorbiaceae) Infusão (chá da planta fresca ou seca): diurético, dis-
solução e eliminação de cálculos renais com efeito

Foto: Sonia A. Dantas Barcia 2008


analgésico.

Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: estu-
dos do PPPM-Ceme indicam Phyllanthus niruri sem
efeito tóxico, mas devido à presença de alcalóide,
com potencial ação tóxica, não se deve ultrapassar
as doses recomendadas e não fazer uso prolongado.
Doses excessivas podem produzir hipotensão, prova-
velmente devido ao efeito diurético.

É contra-indicado para gestantes, lactentes, em pato-


205
logias crônicas descompensadas como diabete melit-
tus, insuficiência cardíaca e em patologias urinárias
associadas a câncer, tuberculose, insuficiência renal, Arilo: ácidos orgânicos, vitamina C, açúcares.
entre outras.
Algumas propriedades: na culinária: frutos comes-
O chá da planta, após filtração, deve ser conservado tíveis que fornecem grande quantidade de ativos an-
em geladeira e o que não for consumido durante o tioxidantes, úteis à prevenção de muitas doenças;
dia deve ser desprezado, devendo ser preparado novo
chá a cada dia. Decocção da casca do fruto (pericarpo): bochechos
e gargarejos para inflamações da boca e garganta
Nomes populares: erva-pombinha, arrebenta- 39) - ROMÃ - Punica granatum L. (gengivites e faringites), banhos de assento para afec-
pedra, quebra-pedra-branca, saxifraga, arranca- ções vaginais (vaginites).
pedras, conami, erva-pomba, fura-parede, quebra- Arbusto, provavelmente originária da Ásia e cultiva-
panela, saudade-da-mulher, saúde-da-mulher, etc. da em quase todo o mundo, inclusive no Brasil, de até Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: a in-
3 m de altura e folhas elípticas. Produz flores alaran- gestão de altas doses do extrato alcoólico do fruto
Parte usada: partes aéreas. jado-avermelhadas e frutos arredondados, de casca pode produzir intoxicação no sistema nervoso cen-
coriácea amarela ou vermelha, coroados pelo cálice. tral, provocando paralisação dos nervos motores,
Principais componentes químicos: flavonóides, convulsões e complicações respiratórias, devendo
lignanas, triterpenóides e alcalóides. Família botânica: Lythraceae (antiga Punicaceae) ser evitado o uso interno de suas partes contendo al-
calóides. Uso proibido para gestantes (emenagoga e
Algumas propriedades: confirmado o efeito antilitiá- Nomes populares: romanzeiro, romanzeira, romei- estimulante do útero) e crianças com menos de 12
sico pelos estudos da CEME e outros que se seguiram ra, granada, milagrada, milagreira, miligrã, milgrada, anos, salvo sob orientação médica.

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40) – SÁLVIA - Salvia officinalis L. Droga vegetal com indicação para transpiração excessiva. antiinflamatórios, reguladores intestinais.

Herbácea ornamental e aromática de 20 a 60 cm, nativa Culinária (folhas): como condimento na culinária de Culinária: folhas cozidas em caldos, sopas, refogados.
da região mediterrânea da Europa. Possui folhas lance- vários países.
oladas, de aproximadamente 6 cm de comprimento, Infusão (chá das folhas): uso interno, diurética, antiin-
revestidas de pêlos esbranquiçados. Infusão (chá das folhas e ramos florais frescos ou secos): flamatória e cicatrizante; em gargarejos, faringite, gen-
ação digestiva (azia, má digestão), auxilia na eliminação givite, estomatite, traqueíte, amigdalite não bacterianas.
Família botânica: Lamiaceae (Labiatae) de gases do aparelho digestório; ação na sudorese exces-
siva das mãos e axilas; inflamações da mucosa bucal e Cataplasma (folhas amassadas em pilão): picadas de in-
Nomes populares: salva, sálvia-comum, salva-comum, laríngea. setos e afecções da pele.
salva-das-boticas, salva-dos-jardins, salva-ordinária, chá-
da-frança, chá-da-grécia, erva-sagrada, sabiá, salveta, sal- Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: contra- Precauções/Toxicidade/Contra-indicação: embora
das-boticas, salva-de-remédio, etc. indicado para gestantes, lactantes e pacientes epiléticos. o PPPM-Ceme não tenha verificado efeito tóxico, seu
Evitar o consumo em excesso e por longos períodos. uso não é recomendado para gestantes e lactantes.
Parte usada: folhas.
41) – TANCHAGEM - Plantago spp. Em Plantago major, estudos do PPPM-Ceme não veri-
Principais componentes químicos: óleos essenciais ficaram ação antiinflamatória, analgésica e antipirética.
(borneol, cineol, cânfora e tuiona), ácido rosmarínico, Ervas acaules, que crescem espontaneamente em terre-

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


flavonóides, taninos, substância estrogênica, substância nos baldios, solos cultivados e pastagens. Possuem fo-
amarga e saponinas. lhas dispostas em roseta basal, lâminas membranáceas e
nervuras destacadas. Caracterizam-se pelas hastes onde
Foto: Linete Maria Menzenga Haraguchi 2009

as flores se dispõem em espigas. Plantago major L. (ori-


206
ginária da Europa e Sibéria) e Plantago lanceolata L. (ori-
ginária da Europa e Ásia), tornaram-se subespontâneas
do Nordeste ao Sul do Brasil. A Plantago australis Lam.,
chamada também de cinco-nervos e língua-de-vaca,
é nativa do sul e sudeste do Brasil, além de ocorrer na
América-do-Norte e América-Central.

Família botânica: Plantaginaceae


Plantago major
Nomes populares: tansagem, tranchagem, plantagem,

Foto: Linete M. Menzenga Haraguchi 2009


transagem, sete-nervos, tanchás, etc.

Partes usadas: folhas e sementes.

Principais componentes químicos: flavonóides, es-


Algumas propriedades: principalmente como estimu- teróides, mucilagens, taninos, saponinas, ácidos orgâni-
lante digestivo e carminativo; para uso interno e externo cos, alcalóides e sais minerais.
de inflamações da mucosa da boca e garganta. Também
com propriedades hipoglicemiantes, calmantes (ansio- Algumas propriedades: folha: cicatrizante, diurética e
líticas), anticolinesterásicas (útil em demências) e ainda anti-hemorrágica.
como reguladora do ciclo menstrual devido às substân-
cias estrogênicas. Sementes (ricas em mucilagens) são empregadas como Plantago lanceolata

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ANEXO C: foram utilizadas como importante fonte de fármacos ou de
PLANTAS E PRINCÍPIOS ATIVOS. modelos moleculares de substâncias ativas.

Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua As plantas são capazes de produzir um arsenal imenso
Linete Maria Menzenga Haraguchi de substâncias, tanto metabólitos primários (essenciais à
Prof. Dr. Luis Carlos Marques
Profa. Dra. Nilsa Sumie Yamashita Wadt sobrevivência da planta) como secundários. Esses últimos
Sumiko Honda que já foram considerados pelos cientistas como produto
207
de dejeto da planta, são compostos produzidos com gasto
de energia, para que as plantas, seres fixos ao solo, possam
Uma planta com valor terapêutico, nutricional ou tó- exercer a sua comunicação com o mundo, funcionando
xico tem, entre seus componentes químicos, substâncias como sinais químicos, trazendo-lhes benefícios.
capazes de atuar sobre os organismos, influenciando suas
funções. Esses compostos, embora aparentemente não essenciais
à sobrevivência da planta (metabólitos secundários), partici-
Se a interação dessas substâncias químicas com o nos- pam de processos que garantem a perpetuação das espécies
so organismo produz efeitos desejáveis, como o alívio de em seus ambientes. Por exemplo, através do sabor desagradá-
dores, correção de pressão arterial alterada, regulação de vel ou da toxicidade afastam predadores, pelo odor ou colo-
temperatura corporal, etc., atuando no alívio de sintomas ração podem atrair polinizadores e dispersores. Essas subs-
das doenças, as plantas que as possuem serão consideradas tâncias, chamadas de metabólitos secundários das plantas, de
plantas medicinais. alguma forma mimetizam aquelas normalmente existentes
em nosso organismo, influenciando-o no seu funcionamen-
Plantas tóxicas são aquelas que produzem substâncias to e, neste contexto, passam a se chamar princípio ativo.
com o potencial de causar intoxicações em seres humanos
ou em animais. Mas a humanidade já se aproveitou dessas Os principais grupos de princípios ativos (metabólitos
plantas, utilizando essas substâncias para envenenar flechas secundários) presentes nas plantas constam da tabela 2
na caça ou como veneno para peixes. Em tempos recentes, deste anexo.

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Nome popular e científico das plantas citadas Cravo-da-índia - Syzygium aromaticum (sin.: E. Maracujá – Passiflora edulis, P. alata e P. incarnata
na Tabela 2 do ANEXO C caryophyllata)
Melissa – Melissa officinalis
Ágar – algas dos gêneros Gelidium, Gracilaria, Cumaru-de-cheiro – Amburana cearensis
Gelidiella e Pterocladia Menta - Mentha arvensis
Digitális – Digitalis purpurea e D. lanata
Alecrim – Rosmarinus officinalis Manjericão - Ocimum basilicum
Erva-doce - Pimpinella anisum
Alfazema – Lavandula angustifolia e L. officinalis Mulungu – Erythrina spp.
Espirradeira – Nerium oleander
Alho – Allium sativum Orégano - Origanum vulgare
Eucalipto – Eucalyptus globulus e E. citriodora
Babosa – Aloe vera e A. arborescens Pimenta-vermelha e pimentão - Capsicum spp
Fucus – Fucus sp. (alga)
Bálsamo-de-tolu - Myroxylon balsamum Quina – Cinchona spp.
Funcho - Foeniculum vulgare
Barbatimão – Stryphnodendron adstringens (sin.: Romã - Punica granatum
S. barbatimam) Ginkgo – Ginkgo biloba
Ruibarbo – Rheum palmatum
Benjoim – Styrax spp. Ginseng - Panax ginseng
Salsinha – Petroselinum crispum
Café – Coffea arabica Goiabeira – Psidium guajava
208
Sálvia - Salvia officinalis
Calêndula - Calendula officinalis Guaraná – Paullinia cupana
Sene - Senna alexandrina
Camomila – Matricaria chamomilla Guaco – Mikania glomerata e M. laevigata
Tabaco – Nicotiana tabacum
Cânfora-de-jardim - Artemisia camphorata Hamamélis - Hamamelis virginiana
Tanchagem – Plantago major, P. lanceolata e P.
Canela-da-china – Cinnamomum zeylanicum Incenso – Boswellia serrata australis

Capim-limão – Cymbopogon citratus Hortelã – Mentha x piperita, M. spicata e outras Terebentina – óleo resina de Pinus spp.

Cáscara-sagrada - Rhamnus purshiana Linhaça – Linum usitatissimum Tomilho – Thymus vulgaris

Castanha-da-índia - Aesculus hippocastanum Malva – Malva sylvestris Trevo-cheiroso – Melilotus officinalis

Chambá – Justicia pectoralis Mama-cadela – Brosimum gaudichaudii

Confrei – Symphytum officinale Mandioca-brava - Manihot esculenta

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Tabela 2 - Principais grupos de princípios ativos (metabólitos secundários) presentes nas plantas.

PRINCÍPIOS ATIVOS AÇÃO EXEMPLOS DE FONTE

eupéptica (digestiva) Condimentos, folhas: orégano, manjericão, sálvia e


estimulante do apetite. tomilho

carminativa (antiflatulenta) contra gases intestinais Frutos de erva-doce e funcho, folhas de melissa e
e antiespasmódica (contra a cólica) hortelã, inflorescências de camomila

rubefaciente Folhas de menta, cânfora-de-jardim e alecrim


estimula a microcirculação local
Óleos essenciais Inflorescências da camomila e calêndula, cravo-da-
anti-séptica de uso tópico índia, alho
(bactericida/
bacteriostática). vias respiratórias e expectorante. Folhas de eucalipto e hortelã
e antiinflamatória
vias urinárias Folhas e talo da salsinha
Canela-da-china, cravo-da-índia, folhas de menta,
estimulante tomilho e sálvia
ação sobre o 209
sistema nervoso Inflorescências de camomila e alfazema, folhas
sedativa ou calmante frescas de melissa e capim-limão

demulcente (protetora de mucosa) Folhas e flores de malva; gel das folhas da babosa,
e emoliente (protetora da pele) tanchagem (toda)
Mucilagem
laxante e regulador do sistema gastrintestinal Fucus e ágar, sementes de tanchagem e linhaça

uso externo: em feridas, Casca de barbatimão, folhas e casca de hamamélis,


anti-inflamatória, queimaduras, hemorróidas e folhas e raízes de confrei e tanchagem, casca do
anti-séptica, inflamação local fruto da romã
Taninos
cicatrizante e
anestésica local Broto goiabeira, folhas tanchagem
uso interno: diarréia

ação sobre o sistema nervoso: Folhas maracujá e tabaco (não utilizar), casca da
Alcalóide analgésica, sedativa, anestésica, calmante, estimulante, quina e mulungu, beladona (inteira-tóxica), boldo
tônico, entre outras

Metilxantinas estimulante Sementes do café e guaraná

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PRINCÍPIOS ATIVOS AÇÃO EXEMPLOS DE FONTE

Fenólicos rubefaciente e vesicante Pimenta-vermelha e pimentão

cardiotônica Espirradeira, dedaleira (obs.: não utilizar as plantas,


Glicosídeo cardiotônico toxicidade)
vasoprotetora e anti-edema Semente de castanheiro-da-índia
Glicosídeo saponínico
tônico-estimulante do metabolismo Raiz de ginseng (Panax ginseng)

anticoagulante Folhas e flores de trevo-cheiroso

fotossensibilizante (tóxico) Folhas e raízes de mama-cadela


Glicosídeo cumarínico
broncodilatadora Folha de guaco e chambá, casca e semente de
cumaru-de-cheiro

aumenta a resistência dos vasos capilares Folhas de Ginkgo, Citrus


210
Glicosídeo flavonóide
antiinflamatória Infloresc. de calêndula, camomila e arnica

estimulante do peristaltismo intestinal, efeito laxante Casca de cáscara-sagrada, folhas e frutos do sene,
Glicosídeo antraquinônico raiz ruibarbo, folha de babosa (‘resina’)

Glicosídeo cianogenético libera ácido cianídrico (tóxico) Mandioca-brava

anti-séptica, cicatrizante Resina de benjoim


Óleo-resinas
expectorante, antiinflamatória Bálsamo-de-tolu, terebentina, gengibre

Goma-resinas antiinflamatória Incenso

Tabela baseada em: FREITAS, P.C.D. Apostila do treinamento tecnológico: fitoterapia e fitoterápicos. São Paulo: USP, 1996. (Apostila).

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ANEXO D: INFORMAÇÕES SOBRE O
CULTIVO E USO DE ALGUMAS PLANTAS
MEDICINAIS Tabela 3 – Informações sobre o cultivo e uso de algumas plantas medicinais citadas no trabalho.

Nome popular Nome científico Propagação Condições de Parte usada Colheita Classificação PPPM-
cultivo ANVISA CEME

Alecrim Rosmarinus officinalis sementes, sol pleno/solo folhas ano todo Especiaria -
estacas arenoso e seco Droga vegetal

Alfavacão Ocimum gratissimum sementes, sol pleno/solo rico folhas antes da - -


estacas e bem drenado floração

Alho Allium sativum bulbilho sol pleno/solo rico bulbos 150 dias após D.V, Especiaria X
(dente) e bem drenado o plantio Fitoterapia

Arnica-do- Porophyllum ruderale sementes sol pleno/solo rico planta toda antes da - -
mato frutificação

Aroeira- Schinus terebinthifolius sementes, sol pleno/solo Casca do caule frutificação Especiaria X
mansa estacas arenoso e úmido e frutos Droga Vegetal

Arruda Ruta graveolens sementes, sol pleno/solo rico florescimento -


211
estacas e bem drenado folhas e flores -

Babosa ou Aloe vera brotos laterais sol pleno/solo gel mucilagino- ano todo -
áloe arenoso so das folhas Fitoterapia

sementes, meia sombra ou sol folhas, flores e ano todo -


Beldroega Portulaca oleracea estacas pleno, solo rico/ talos -
úmido

Boldo-do- Peumus boldus É uma planta não cresce no Brasil folhas - D.V., Chá -
chile exótica Fitoterapia

sementes, sol pleno/solo folhas ano todo Droga Vegetal X


Boldo-peludo Plectranthus barbatus estacas arenoso e seco

sementes sol pleno/solo rico flores florescimento Fitoterapia -


Calêndula Calendula officinalis e úmido Droga Vegetal

sementes sol pleno/solo rico capítulos florescimento Chá, D.V. X


Camomila (*) Matricaria recutita e úmido florais/flores Fitoterapia

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Cana-do- Costus spicatus rizomas, sol pleno/solo folhas/hastes após - X
brejo sementes úmido e rizomas florescimento

Cânfora-de- Artemisia camphorata sementes, sol pleno/solo rico folhas antes do - -


jardim estacas florescimento

Capim-limão Cymbopogon citratus divisão de sol pleno/solo todo folhas 6 meses após Chá X
touceira tipo o plantio Droga Vegetal

Carqueja Baccharis trimera sementes, sol pleno/solo todo partes 5 meses após Chá X
estacas tipo aéreas o plantio Droga Vegetal

Colônia Alpinia zerumbet divisão de sol pleno ou parcial folhas ano todo - X
touceira /solo areno -
argiloso

Confrei Symphytum officinale divisão de sol pleno ou raízes 4 meses após Fitoterapia X
touceira parcial/solo rico/ o plantio
úmido

Embaúba- Cecropia glazioui sementes sol pleno/solo rico folhas e raízes ano todo - X
212
vermelha e úmido

Erva-cidreira Lippia alba estacas sol pleno/solo rico partes aéreas ano todo Droga vegetal X
falsa

Erva-de- Chenopodium sementes sol pleno/solo todo planta toda ano todo - X
santa-maria ambrosioides tipo
ou mentruz

Erva-doce ou Pimpinella anisum sementes sol pleno/solo frutos frutificação Chá, D.V., -
anis arenoso, bem Especiaria
drenado Fitoterapia

Espinheira- Maytenus ilicifolia sementes sol pleno e folhas 2º ano/anual Fitoterapia X


santa parcial/solo rico e Droga Vegetal
profundo

Funcho ou Foeniculum vulgare sementes sol pleno/solo folhas, frutos e 3-4 meses Chá X
erva-doce leve, fértil e bem talos após plantio Especiaria
drenado

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Gengibre Zingiber officinale rizoma sol pleno/solo leve, rizomas 8-10 meses Especiaria, D.V., -
bem drenado e rico após o plantio Fitoterapia

Guaco Mikania glomerata estacas sol pleno e parcial/ folhas 6 meses após Fitoterapia X
solo argiloso, o plantio Droga vegetal
úmido e rico

Guaco Mikania laevigata estacas sol pleno e parcial/ folhas 6 meses após - -
solo argiloso, o plantio
úmido e rico

Hibisco Hibiscus sabdariffa sementes sol pleno/solo todo flores ano todo Chá -
tipo

Hortelã ou Mentha x piperita divisão de sol pleno ou sumidades antes do Chá, D.V., X
hortelã- touceira, sombreado/ solo floridas e florescimento Especiaria
pimenta estacas de rico ramos/folhas Fitoterapia
caule

Losna ou Artemisia absinthium rizoma, sol pleno e parcial/ flores e folhas 6 a 8 meses - -
213
absinto estacas, solo argiloso, após o plantio
divisão de drenado e úmido
touceira

Louro Laurus nobilis estacas, sol pleno ou meia folhas folhas bem Especiaria -
alporquia sombra/solo desenvolvidas
argiloso

Manjericão ou Ocimum basilicum sementes, sol pleno ou meia folhas e talos ano todo Especiaria -
basílico estacas sombra/solo rico

Manjerona Origanum majorana sementes, sol pleno ou meia folhas e talos ano todo Especiaria -
estacas sombra/solo rico

Maracujá, Passiflora incarnata sementes sol pleno/solo rico partes aéreas ano todo Fitoterapia -
passiflora e bem drenado Droga Vegetal

Maracujá- Passiflora edulis sementes sol pleno/solo rico folhas verão, ano Chá X
azedo e bem drenado todo Droga Vegetal

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Melissa, Erva- Melissa officinalis sementes, sol pleno/solo rico sumidades ano todo Chá X
cidreira divisão de floridas e Droga Vegetal
touceira folhas Fitoterapia

Menta ou Mentha arvensis divisão de sol pleno/solo rico folhas e ano todo Chá -
Hortelã-doce touceira, e úmido ramos Especiaria
estacas,
estolão

Mentrasto ou Ageratum conyzoides sementes sol pleno/solo partes aéreas florescimento Droga Vegetal X
erva-de-são- úmido sem as flores
joão

Picão-preto Bidens pilosa sementes sol pleno/solo folhas ano todo Droga Vegetal -
argiloso e bem
drenado

Pitanga Eugenia uniflora sementes sol pleno/solo rico folhas primavera Chá -
Droga Vegetal
214
Quebra-pedra Phyllanthus niruri sementes sol pleno, parcial/ partes aéreas 2-3 meses Droga Vegetal X
solo todo tipo, após o plantio
úmido

Quebra-pedra Phyllanthus tenellus sementes sol pleno, parcial/ planta toda 2-3 meses - -
solo todo tipo, após o plantio
úmido

Romã Punica granatum sementes, sol pleno/solo rico casca do fruto 3 anos (na Droga Vegetal -
estacas e úmido frutificação)

Salsa Petroselinum crispum sementes sol pleno/solo rico folhas e talos ano todo Especiaria -

Sálvia Salvia officinalis sementes, sol pleno/solo rico folhas ano todo Especiaria -
estacas Droga Vegetal

Sabugueiro Sambucus nigra estacas sol pleno/solo rico flores florescimento Fitoterapia -
Droga Vegetal

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Segurelha Satureja hortensis sementes sol pleno/solo rico folhas e talos antes da Especiaria -
floração

Sene Senna alexandrina e S. sementes sol pleno/solo folíolos/folhas frutificação Fitoterapia -


corymbosa profundo e frutos Droga Vegetal

Tanaceto ou Tanacetum parthenium sementes sol pleno/solo folhas antes da -


artemísia arenoso e rico floração Fitoterapia

Tanchagem Plantago major sementes sol pleno, parcial/ folhas ano todo Droga Vegetal X
solo úmido

Tipi Petiveria alliacea sementes sol pleno/solo todo folhas e raízes antes da - X
tipo floração

Tomilho Thymus vulgaris sementes, sol pleno/solo todo folhas e talos ano todo Especiaria -
estacas, tipo, bem drenado
divisão de
touceira
215
Urucum Bixa orellana sementes sol pleno/solo todo sementes frutificação Especiaria X
tipo
OBS.: D.V. = droga vegetal solo rico = solo rico em matéria orgânica

Tabela 3 do Anexo D elaborada por: Fitoterapia = vide “Lista de Medicamentos Fitoterápicos de


Adão Luiz Castanheiro Martins, Carlos Muniz de Souza, Helen Elisa Cunha de Rezende Bevilacqua, Juscelino Nobuo Registro Simplificado” constante da Instrução Normativa nº
Shiraki, Linete Maria Menzenga Haraguchi, Marcos Roberto Furlan, Oswaldo Barretto de Carvalho, Sumiko Honda 05, de 11.12.2008.

Droga Vegetal = Resolução RDC n°10, de 09.03.2010 que


Na coluna “Classificação ANVISA” dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à ANVISA.
(Atualizado em Março/2010), para:
*Nome em conformidade com a Resolução RDC 10/10 e
Chá = vide “Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo constante do Anexo E segundo as regras de nomenclatura botânica.
de Chás” constante da Resolução ANVISA RDC nº 267/05 e ANVI-
SA RDC 219/06 que aprova a inclusão do uso das espécies vegetais e PPPM-CEME = Algumas Plantas Estudadas pelo
parte(s) de espécies vegetais para o preparo de chás em complementa- Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Central
ção às espécies aprovadas pela Resolução ANVISA RDC nº. 267/05; de Medicamentos. Resultados divulgados pelo Ministério
da Saúde-2006: A Fitoterapia no SUS e o Programa
Especiaria = vide “Regulamento Técnico para Especiarias, Temperos e de Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de
Molhos” constante da Resolução ANVISA RDC nº 276/05; Medicamentos.

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ANEXO E: NOME POPULAR FAMÍLIA BOTÂNICA NOME CIENTÍFICO
FAMÍLIA BOTÂNICA E NOMENCLATURA
Abacateiro Lauraceae Persea americana Mill. = P. gratissima
BOTÂNICA DAS PLANTAS CITADAS NO
C.F. Gaertn.
TRABALHO, POR ORDEM ALFABÉTICA DE
NOME POPULAR. Abacaxi Bromeliaceae Ananas comosus (L.) Merr. = Ananas
sativus Schult. & Schult. f.
Sumiko Honda
Abóbora Cucurbitaceae Cucurbita maxima Duchesne ex Lam.
Abóbora Cucurbitaceae Cucurbita pepo L.
Abricot Rosaceae Prunus americana Marshall
Absinto, losna Asteraceae Artemisia absinthium L.
Abuta Menispermaceae Abuta spp.
Abutua Menispermaceae Cissampelos sp.
Açafrão Iridaceae Crocus sativus L.
Açafrão-da-terra, cúrcuma Zingiberaceae Curcuma longa L.
Açaí Arecaceae Euterpe oleracea Mart.
Acerola Malpighiaceae Malpighia glabra L. = M. punicifolia L.=
216 M. emarginata DC.
Agave Agavaceae Agave sp.
Agrião Brassicaceae Nasturtium officinale R. Br.
Alamanda Apocynaceae Allamanda cathartica L.
Alcachofra Asteraceae Cynara scolymus L. = C. cardunculus L.
Alcaçuz Fabaceae/ Faboideae Glycyrrhiza glabra L.
Alecrim Lamiaceae Rosmarinus officinalis L.
Alecrim-pimenta Verbenaceae Lippia sidoides Cham.
Alface Asteraceae Lactuca sativa L.
Alfavaca, alfavacão Lamiaceae Ocimum gratissimum L.
Alfavaca-cheiro-de- Lamiaceae Ocimum selloi Benth.
anis, atroveram
Alfavaca-cheirosa, Lamiaceae
Ocimum basilicum L.
alfavacão, manjericão
ou basílico

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Alfavacão, alfavaca Lamiaceae Ocimum gratissimum L.
Alfazema Lamiaceae Lavandula angustifolia Mill., L. officinalis
Chaix e L. dentata L.
Algodão Malvaceae Gossipium herbaceum L. e G. barbadense
L.
Alho Alliaceae/ Liliaceae Allium sativum L.
anteriormente
Áloe, babosa, Asphodelaceae/ Liliaceae Aloe arborescens Mill., Aloe ferox
anteriormente Mill. e Aloe vera ( L.) Burm f. = Aloe
barbadensis Mill.
Altéia Malvaceae Althaea officinalis L.
Amburana, cumarú- Fabaceae/ Faboideae Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.
de-cheiro
Ameixa Rosaceae Prunus domestica L.
Amêndoa Rosaceae Prunus dulcis (Mill.) D.A. Webb = P.
amygdalus Batsch
Amendoim Fabaceae/ Faboideae Arachis hypogaea L. 217
Amora Moraceae Morus spp.
Amora-preta Moraceae Morus nigra L.
Andiroba Meliaceae Carapa guianensis Aubl.
Andirobinha Meliaceae Carapa procera DC.
Angélica Apiaceae Angelica archangelica L.
Angico Fabaceae/ Mimosoideae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Anis, erva-doce Apiaceae Pimpinella anisum L.
Antúrio Araceae Anthurium sp.
Apeparuão Piperaceae Piper cf. lhotzkyanum Kunth
Araçá Myrtaceae Psidium cattleyanum Sabine e Psidium cf.
guineense Sw.
Araticum Annonaceae Annona coriacea Mart.
Arnica Asteraceae Arnica montana L.
Arnica Asteraceae Solidago microglossa DC.

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Arnica-do-campo Asteraceae Solidago chilensis Meyen = S. microglossa
DC. var. linearifolia (DC.) Baker

Arnica-do-mato Asteraceae Porophyllum ruderale ( Jacq.) Cass.


Aroeira Anacardiaceae Lithraea sp.
Aroeira-brava Anacardiaceae Schinus sp.
Aroeira-mansa, arueira Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi
Arrebenta-cavalo Solanaceae Solanum aculeatissimum Jacq.
Arruda Rutaceae Ruta graveolens L.
Artemísia, tanaceto Asteraceae Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. =
Chrysanthemum parthenium (L.) Bernh.

Arueira, aroeira-mansa Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi


Árvore-polvo, cheflera Araliaceae Schefflera actinophylla (Endl.) Harms =
Brassaia actinophylla Endl.
Assa-peixe Asteraceae Vernonanthura phosphorica (Vell.)
218 H.Rob. = Vernonia polyanthes Less.
Atroveram, alfavaca- Lamiaceae Ocimum selloi Benth.
cheiro-de-anis
Aveia Poaceae Avena sativa L.
Avenca Pteridaceae Adiantum sp.
Azaléas Ericaceae Rhododendron spp.
Azeitona, oliveira Oleaceae Olea europaea L.
Azevinho Aquifoliaceae Ilex sp.
Babosa, áloe Asphodelaceae/ Liliaceae Aloe arborescens Mill., Aloe ferox
anteriormente Mill. e Aloe vera ( L.) Burm f. = Aloe
barbadensis Mill.
Bálsamo Crassulaceae Sedum sp.
Bálsamo-de-tolu Fabaceae/ Faboideae Myroxylon balsamum (L.) Harms
Banana Musaceae Musa x paradisiaca L. e M. acuminata
Colla
Banana-de-macaco Araceae Monstera deliciosa Liebm.

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Barbatimão Fabaceae/ Mimosoideae Stryphnodendron adstringens (Mart.)
Coville = S. barbatimam Mart.
Bardana Asteraceae Arctium lappa L.
Basílico, manjericão, Lamiaceae Ocimum basilicum L.
alfavaca-cheirosa ou
alfavacão
Batata Solanaceae Solanum tuberosum L.
Batata-doce Convolvulaceae Ipomoea batatas (L.) Lam.
Beladona Solanaceae Atropa belladonna L.
Beldroega, verduega Portulacaceae Portulaca oleracea L.
Benjoim Styracaceae Styrax spp., Styrax benzoin Dryand
Berinjela Solanaceae Solanum melongena L.
Beterraba Amaranthaceae/ Beta vulgaris L.
Chenopodiaceae antiga
Boldo Asteraceae Vernonia sp.
Boldo-baiano, Asteraceae Vernonanthura condensata (Baker) H. 219
estomalina Rob. = Vernonia condensata Baker
Boldo-brasileiro, Lamiaceae Plectranthus barbatus Andrews =
boldo-peludo Coleus barbatus (Andrews) Benth. = C.
forskohlii (Willd.) Briq.
Boldo-do-chile Monimiaceae Peumus boldus Molina
Boldo-peludo, boldo- Lamiaceae Plectranthus barbatus Andrews =
brasileiro Coleus barbatus (Andrews) Benth. = C.
forskohlii (Willd.) Briq.
Boldo-rasteiro Lamiaceae Plectranthus neochilus Schltr.
Buchinha Cucurbitaceae Luffa cylindrica M. Roem.
Caapeba Piperaceae Pothomorphe umbellata (L.) Miq.
Cabreúva Fabaceae/ Faboideae Myrocarpus frondosus Allemão
Cabreúva Fabaceae/ Faboideae Myroxylon peruiferum L. f.
Café-de-salão Araceae Aglaonema spp.
Cafeeiro Rubiaceae Coffea arabica L.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Caferana Simaroubaceae Picrolemma sprucei Hook. F.
Caju , cajueiro Anacardiaceae Anacardium occidentale L.
Calêndula Asteraceae Calendula officinalis L.
Cambará, Verbenaceae Lantana camara L.
cambarazinho ou
lantana
Camomila Asteraceae Matricaria chamomilla L. = Matricaria
recutita L.= Chamomilla recutita (L.)
Rauschert
Camu-camu Myrtaceae Myrciaria dubia (Kunth) Mc Vaugh.
Cana-de-açúcar Poaceae Saccharum x officinarum L.
Cana-do-brejo Costaceae/ Zingiberaceae Costus spicatus ( Jacq.) Sw., C. arabicus L.
anteriormente = C. brasiliensis K. Schum.
Canela, Canela-da-índia Lauraceae Cinnamomum zeylanicum Blume= C.
verum J. Presl
Cânfora-de-jardim Asteraceae Artemisia camphorata Vill.
220 Canforeira Lauraceae Cinnamomum camphora (L.) J. Presl
Cânhamo Cannabaceae Cannabis sativa L.
Capiá Malvaceae Sida sp.
Capim-limão Poaceae Cymbopogon citratus (DC.) Stapf =
Andropogon citratus DC.
Capuchinha Tropaeolaceae Tropaeolum majus L.
Caqui Ebenaceae Diospyros kaki L.f.
Caraluma Apocynaceae/ Asclepiadaceae Caralluma fimbriata Wall.
antiga
Carambola Oxalidaceae Averrhoa carambola L.
Caroba Bignoniaceae Jacaranda caroba (Vell.) DC.
Carobinha Bignoniaceae Jacaranda sp.
Carqueja Asteraceae Baccharis trimera (Less.) DC. e B.
genistelloides (Lam.) Pers.
Carrapicho Asteraceae Acanthospermum australe (Loefl.)
Kuntze

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Caruru Amaranthaceae Amaranthus spp.
Casca-preciosa, pau- Lauraceae Aniba canelilla (Kunth) Mez
rosa
Cáscara-sagrada Rhamnaceae Rhamnus purshiana DC.
Castanha-da-índia Hippocastanaceae Aesculus hippocastanum L.
Castanha-do-pará Lecythidaceae Bertholletia excelsa Bonpl.
Catinga-de-mulata, Asteraceae Tanacetum vulgare L.
quintide
Catuaba Meliaceae Trichilia catigua A. Juss.
Cavalinha Equisetaceae Equisetum arvense L., E. hyemale L. e
Equisetum spp.
Cebola Alliaceae/ Liliaceae Allium cepa L.
anteriormente
Cenoura Apiaceae Daucus carota L.
Centela-asiática Apiaceae Centella asiatica (L.) Urb.
Cereja Rosaceae Prunus cerasus L. 221
Chá (verde) Theaceae Camellia sinensis (L.) Kuntze = Thea
sinensis L.
Chalmogra Salicaceae/ Flacourtiaceae Hydnocarpus sp.
antiga
Chambá, trevo-do-pará Acanthaceae Justicia pectoralis Jacq.
Chapéu-de-couro Alismataceae Echinodorus macrophyllus (Kunth)
Micheli e E. grandiflorus (Cham. &
Schltdl.) Micheli
Chapéu-de-napoleão Apocynaceae Thevetia peruviana (Pers.) K. Schum. =
T. neriifolia Juss. ex Steud.
Cheflera, árvore-polvo Araliaceae Schefflera actinophylla (Endl.) Harms =
Brassaia actinophylla Endl.
Cheflera Araliaceae Schefflera arboricola (Hayata) Merr.
Chuchu Cucurbitaceae Sechium edule ( Jacq.) Sw.
Cidrão, erva-cidreira, Chloranthaceae Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq.
erva-cidreira-do-mato

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Cinerária Asteraceae Senecio cruentus (Masson ex L'Hér.) DC.

Cinerária Asteraceae Senecio douglasii DC.


Cipó-de-são-joão Bignoniaceae Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers
Cipó-suma Violaceae Anchietea salutaris A. St.-Hil.
Citronela Poaceae Cymbopogon sp.
Clívia Amaryllidaceae Clivia miniata Regel
Coco Arecaceae Cocos nucifera L.
Coentro Apiaceae Coriandrum sativum L.
Colônia Zingiberaceae Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt. &
R.M. Sm. = A. nutans (L.) Roscoe = A.
speciosa ( J.C. Wendl.) K. Schum.
Comigo-ninguém-pode Araceae Dieffenbachia spp., D. picta Schott, D.
seguine ( Jacq.) Schott, D. amoena Bull.
Confrei Boraginaceae Symphytum officinale L.
222 Copaíba Fabaceae/ Caesalpinioideae Copaifera langsdorffii Desf., C. multijuga
Hayne, C. reticulata Ducke e Copaifera
spp.
Copo-de-leite Araceae Zantedeschia aethiopica (L.) Spreng.
Cordão-de-frade Lamiaceae Leucas martinicensis ( Jacq.) R. Br.
Coroa-de-cristo Euphorbiaceae Euphorbia milii Des Moul. = E. splendens
Bojer ex Hook.
Costela-de-adão Araceae Philodendron bipinnatifidum Schott ex
Endl. = P. selloum K. Koch
Couves Brassicaceae Brassica spp.
Cravo-da-índia Myrtaceae Syzygium aromaticum (L.) Merr. &
L.M. Perry = Eugenia caryophyllata
Thunb.
Cravo-de-defunto Asteraceae Tagetes erecta L. e T. patula L.
Cumarú Fabaceae/ Faboideae Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Cumarú-de-cheiro, Fabaceae/ Faboideae Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.
amburana

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Cupuaçu Malvaceae/ Sterculiaceae Theobroma grandiflorum (Willd. ex
antiga Spreng.) K. Schum.

Cúrcuma, açafrão-da- Zingiberaceae Curcuma longa L.


terra
Dama-da-noite Solanaceae Cestrum nocturnum L.
Dedaleira Plantaginaceae/ Digitalis purpurea L. e D. lanata Ehrh.
Scrophulariaceae
anteriormente
Dente-de-leão Asteraceae Taraxacum officinale (L.) Weber ex
F.H.Wigg.
Dormideira Fabaceae/ Mimosoideae Mimosa pudica L.
Embaúba Urticaceae/ Cecropiaceae Cecropia peltata L.
antiga
Embaúba-branca Urticaceae/ Cecropiaceae Cecropia pachystachya Trécul = C.
antiga adenopus Mart. ex Miq.
Embaúba-prateada Urticaceae/ Cecropiaceae Cecropia hololeuca Miq.
antiga 223
Embaúba-vermelha Urticaceae/ Cecropiaceae Cecropia glazioui Snethl.
antiga
Erva-baleeira Boraginaceae Cordia curassavica ( Jacq.) Roem. &
Schult. = Cordia verbenacea DC. =
Varronia verbenacea (DC.) Borhidi
Erva-cidreira Verbenaceae Aloysia citriodora Palau
Erva-cidreira, erva- Chloranthaceae Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq.
cidreira-do-mato, cidrão

Erva-cidreira, melissa Lamiaceae Melissa officinalis L.


Erva-cidreira-do-mato Siparunaceae/ Monimiaceae Siparuna brasiliensis (Spreng.) A.DC.
anteriormente = S. apiosyce (Mart. ex Tul.) A.DC. =
Citrosma apiosyce Mart. ex Tul.
Erva-cidreira-dos- Siparunaceae/ Monimiaceae Siparuna guianensis Aubl. = S. camporum
campos anteriormente (Tul.) A.DC. = Citrosma campora Tul.

Erva-cidreira-falsa Verbenaceae Lippia alba (Mill.) N.E.Br

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Erva-de-bicho Polygonaceae Polygonum hydropiperoides Michx. e P.
punctatum Elliott

Erva-de-santa-maria, Amaranthaceae/ Chenopodium ambrosioides L. =


mastruço Chenopodiaceae antiga Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin
& Clemants = Teloxys ambrosioides (L.)
W.A. Weber
Erva-de-são-cristóvão Ranunculaceae Cimicifuga racemosa (L.) Nutt.
Erva-de-são-joão, Hypericaceae/ Clusiaceae Hypericum perforatum L.
hipérico anteriormente
Erva-de-são-joão, Asteraceae Ageratum conyzoides L.
mentrasto
Erva-doce, anis Apiaceae Pimpinella anisum L.
Erva-doce, funcho Apiaceae Foeniculum vulgare Mill.
Erva-mate Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A. St.-Hil.
Erva-moura, maria- Solanaceae Solanum americanum Mill. = S. nigrum
224 pretinha L.
Erva-terrestre Apiaceae Hydrocotyle exigua (Urb.) Malme
Erva-tostão Nyctaginaceae Boerhavia diffusa L.
Espada-de-santa- Ruscaceae/ Liliaceae Sansevieria trifasciata Prain var. laurentii
bárbara anteriormente (De Wild.) N.E. Br.
Espada-de-são-jorge Ruscaceae/ Liliaceae Sansevieria trifasciata Prain
anteriormente
Espadinha-rani, Ruscaceae/ Liliaceae Sansevieria trifasciata Prain "Hahnii"
roseta-de-são-jorge anteriormente
Espinheira-santa Celastraceae Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek e M.
aquifolium Mart.
Espinheira-santa Fabaceae/ Faboideae Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel
Espinheira-santa Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burguer,
Lanj. & Wess. Boer e S. ilicifolia Miq.

Espirradeira Apocynaceae Nerium oleander L.


Estévia Asteraceae Stevia rebaudiana (Bertoni) Bertoni

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Estomalina, boldo- Asteraceae Vernonanthura condensata (Baker) H.
baiano Rob. = Vernonia condensata Baker

Eucalipto Myrtaceae Eucalyptus globulus Labill. e E. citriodora


Hook.
Fáfia Amaranthaceae Hebanthe paniculata Mart. = Pfaffia
paniculata (Mart.) Kuntze
Fedegoso Fabaceae/ Caesalpinioideae Senna occidentalis (L.) Link
Feijão Fabaceae/ Faboideae Phaseolus vulgaris L.
Fel-da-terra Papaveraceae/ Fumariaceae Fumaria sp.
antiga
Figueira-do-inferno Solanaceae Datura stramonium L.
Figueiras Moraceae Ficus spp.
Flor-das-almas Asteraceae Senecio brasiliensis (Spreng.) Less.
Flor-da-terra Fabaceae/ Faboideae Cymbosema roseum Benth.
Flor-de-maio Cactaceae Schlumbergera truncata (Haw.) Moran
225
Flor-de-outubro Cactaceae Schlumbergera sp.
Folha-da-fortuna Crassulaceae Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. =
Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken
Fumo-bravo Solanaceae Solanum granuloso-leprosum Dunal = S.
erianthum D.Don
Funcho, erva-doce Apiaceae Foeniculum vulgare Mill.
Galanga Zingiberaceae Alpinia officinarum Hance
Garra-do-diabo Pedaliaceae Harpagophytum procumbens DC. ex
Meisn.
Genciana Gentianaceae Gentiana lutea L.
Gengibre Zingiberaceae Zingiber officinale Roscoe
Gergelim Pedaliaceae Sesamum indicum L. (nom. cons.) =
Sesamum orientale L.
Gervão Verbenaceae Stachytarpheta polyura Schauer
Giesta Fabaceae/ Faboideae Spartium junceum L.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Ginkgo Ginkgoaceae Ginkgo biloba L.
Ginseng Araliaceae Panax ginseng C.A. Mey.
Ginseng-brasileiro Amaranthaceae Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen
Goiabeira Myrtaceae Psidium guajava L.
Grifonia Fabaceae/ Caesalpinioideae Griffonia simplicifolia (M. Vahl ex DC.)
Baill.
Guaçatonga Salicaceae/ Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw.
antiga
Guaco Asteraceae Mikania glomerata Spreng. e M. laevigata
Sch. Bip. ex Baker
Guandu Fabaceae/ Faboideae Cajanus cajan (L.) Millsp. = Cajanus cf.
indicus Spreng.
Guaraná Sapindaceae Paullinia cupana Kunth
Hamamélis Hamamelidaceae Hamamelis virginiana L.
Hemerocális, lírio- Hemerocallidaceae/ Liliaceae Hemerocallis spp.
amarelo e lírio-comum anteriormente
226
Hera Araliaceae Hedera helix L.
Hera-alemã Asteraceae Senecio mikanioides Otto ex Walp.
Hera-canadense Araliaceae Hedera canariensis Willd. var. variegata
(Paul) G.M. Schulze
Hibisco, vinagreira Malvaceae Hibiscus sabdariffa L.
Hipérico, erva-de-são- Hypericaceae/ Clusiaceae Hypericum perforatum L.
joão anteriormente
Hortelã Lamiaceae Mentha verticillata L. = M. sativa L.
(nom. illeg.)
Hortelã, hortelã- Lamiaceae Mentha x piperita L.
pimenta
Hortelã-comum Lamiaceae Mentha x villosa Huds.
Hortelã-crespa, Lamiaceae Mentha spicata L. = M. viridis (L.) L.
hortelã-preta, menta
Hortelã-doce, menta Lamiaceae Mentha arvensis L.
Hortelã-miúda Lamiaceae Mentha crispa L.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Hortênsia Hydrangeaceae/ Saxifragaceae Hydrangea macrophylla (Thunb.) Ser.
antiga
Incenso Burseraceae Boswellia carterii Birdw.
Incenso Burseraceae Boswellia serrata Roxb.
Inhame Dioscoreaceae Dioscorea alata L.
Inhame-bravo Araceae Xanthosoma violaceum Schott
Ipecacuanha Rubiaceae Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes =
Cephaelis ipecacuanha (Brot.) A. Rich.
Ipê-roxo Bignoniaceae Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo
Ipê-roxo (ipê-rosa) Bignoniaceae Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.)
Standl. = T. avellanedae Lorentz ex
Grieseb. = Handroanthus impetiginosus
(Mart. ex DC.) Mattos
Ipês Bignoniaceae Tabebuia spp.
Jaborandi Rutaceae Pilocarpus microphyllus Stapf ex
Wardleworth, P. jaborandi Holmes e P.
pennatifolius Lem. 227
Jaborandi Piperaceae Piper gaudichaudianum Kunth
Jabuticaba Myrtaceae Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel =
Myrciaria trunciflora O. Berg
Jaca Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam.
Jambo Myrtaceae Syzygium jambos (L.) Alston = Eugenia
jambos L.
Jambolão Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels = S.
jambolanum (Lam.) DC.
Japecanga Smilacaceae/ Liliaceae Smilax brasiliensis Spreng. e S. japicanga
anteriormente Griseb.
Jatobá Fabaceae/ Caesalpinioideae Hymenaea courbaril L.
Jequiriti Fabaceae/ Faboideae Abrus precatorius L.
Jibóia Araceae Philodendron hederaceum ( Jacq.) Schott
= P. oxycardium Schott
Jibóia-dourada Araceae Rhaphidophora aurea (Linden & André)
Birdsey

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Joá Solanaceae Solanum sisymbrifolium Lam.
Juá Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart.
Jucá, pau-ferro Fabaceae/ Caesalpinioideae Caesalpinia ferrea Mart. var. leiostachya
Benth.

Jurubeba Solanaceae Solanum paniculatum L.


Jutaí Fabaceae/ Caesalpinioideae Hymenaea sp.
Kava-kava Piperaceae Piper methysticum G. Forst.
Lantana, cambará ou Verbenaceae Lantana camara L.
cambarazinho
Laranja Rutaceae Citrus sinensis (L.) Osbeck
Laranja-amarga Rutaceae Citrus x aurantium L.
Limão Rutaceae Citrus limonum Risso
Limão-cravo Rutaceae Citrus limonia Osbeck
Linhaça Linaceae Linum usitatissimum L.

228 Lírio Liliaceae Lilium sp.


Lírio-amarelo, lírio- Hemerocallidaceae/ Liliaceae Hemerocallis spp.
comum e hemerocális anteriormente
Lírio-branco, lírio-de- Liliaceae Lilium longiflorum Thunb.
defunto
Lírio-da-paz Araceae Spathiphyllum wallisii Regel
Lírio-de-defunto, Liliaceae Lilium longiflorum Thunb.
lírio-branco
Lírio-do-vale Ruscaceae/ Liliaceae Convallaria sp.
anteriormente
Lorde Asteraceae Artemisia sp.
Losna, absinto Asteraceae Artemisia absinthium L.
Losna-brava Asteraceae Artemisia vulgaris L.
Louro Lauraceae Laurus nobilis L.
Lúpulo Cannabaceae Humulus lupulus L.
Maçã Rosaceae Malus sp.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Macela Asteraceae Gnaphalium purpureum L.
Mahuang Ephedraceae Ephedra sinica Stapf
Malva Malvaceae Malva sylvestris L. e M. parviflora L.
Malvão Geraniaceae Pelargonium sp.
Mama-cadela Moraceae Brosimum gaudichaudii Trécul
Mamão Caricaceae Carica papaya L.
Mamona, rícino Euphorbiaceae Ricinus communis L.
Mandioca-brava Euphorbiaceae Manihot sp. e M. esculenta Crantz
Mandrágora Solanaceae Mandragora officinalis L.
Manga Anacardiaceae Mangifera indica L.
Manjericão Lamiaceae Ocimum campechianum Mill. = O.
micranthum Willd.
Manjericão, alfavaca- Lamiaceae Ocimum basilicum L.
cheirosa, alfavacão ou
basílico
Manjerona Lamiaceae Origanum majorana L. = Majorana 229
hortensis Moench
Manjerona, orégano Lamiaceae Origanum vulgare L.
Maracujá Passifloraceae Passiflora coccinea Aubl.
Maracujá, passiflora Passifloraceae Passiflora incarnata L.
Maracujá-azedo Passifloraceae Passiflora edulis Sims
Maracujá-doce Passifloraceae Passiflora alata Curtis
Marapuama, mirantã, Olacaceae Ptychopetalum olacoides Benth.
muirapuama
Marcela Asteraceae Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
Maria-pretinha, erva- Solanaceae Solanum americanum Mill. = S. nigrum
moura L.
Mastruço, erva-de- Amaranthaceae/ Chenopodium ambrosioides L. =
santa-maria Chenopodiaceae antiga Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin
& Clemants = Teloxys ambrosioides (L.)
W.A. Weber

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Meimendro Solanaceae Hyoscyamus niger L.
Melaleuca Myrtaceae Melaleuca leucadendra (L.) L.
Melancia Cucurbitaceae Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. &
Nakai
Melão-de-são-caetano Cucurbitaceae Momordica charantia L.
Melissa, erva-cidreira Lamiaceae Melissa officinalis L.
Menta, hortelã-crespa, Lamiaceae Mentha spicata L. = M. viridis (L.) L.
hortelã-preta
Menta, hortelã-doce Lamiaceae Mentha arvensis L.
Mentrasto Lamiaceae Hyptis crenata Pohl ex Benth.
Mentrasto, erva-de- Asteraceae Ageratum conyzoides L.
são-joão
Mentruz Brassicaceae Coronopus didymus (L.) Sm.
Mil-folhas, novalgina Asteraceae Achillea millefolium L.
Milomem Aristolochiaceae Aristolochia sp.
230 Mirantã, marapuama, Olacaceae Ptychopetalum olacoides Benth.
muirapuama
Mirra Burseraceae Commiphora myrrha (T. Nees) Engl. e
Commiphora spp.
Mostarda Brassicaceae Brassica nigra (L.) W.D.J. Koch
Muirapuama, mirantã, Olacaceae Ptychopetalum olacoides Benth.
marapuama
Mulungú Fabaceae/ Faboideae Erythrina spp. e E. verna Vell. = E.
mulungu Mart. ex Benth.

Nêspera Rosaceae Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl.


Nim Meliaceae Azadirachta indica A. Juss.
Novalgina, mil-folhas Asteraceae Achillea millefolium L.
Oficial-de-sala Apocynaceae/ Asclepiadaceae Asclepias curassavica L.
antiga
Oliveira, azeitona Oleaceae Olea europaea L.
Ópio, papoula Papaveraceae Papaver somniferum L.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Orégano, manjerona Lamiaceae Origanum vulgare L.
Orelha-de-elefante Araceae Philodendron domesticum G.S. Bunting

Palmiteiro Arecaceae Euterpe edulis Mart.


Papoula, ópio Papaveraceae Papaver somniferum L.
Paretaria Urticaceae Parietaria sp.
Pariparoba Piperaceae Piper cernuum Vell.
Pariparoba Piperaceae Piper regnelli (Miq.) C. DC.
Passiflora, maracujá Passifloraceae Passiflora incarnata L.
Pata-de-vaca Fabaceae/ Cercideae Bauhinia forficata Link e B. variegata L.
Pau-brasil Fabaceae/ Caesalpinioideae Caesalpina echinata Lam.
Pau-ferro, jucá Fabaceae/ Caesalpinioideae Caesalpinia ferrea Mart. var. leiostachya
Benth.
Pau-jacaré Fabaceae/ Mimosoideae Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.
Macbr.
Pau-rosa Lauraceae Aniba rosaeodora Ducke = A. duckei 231
Kosterm.
Pau-rosa, casca-preciosa Lauraceae Aniba canelilla (Kunth) Mez
Peiote Cactaceae Lophophora williansii (Lem. ex Salm-
Dyck) J.M. Coult.
Pelargônio Geraniaceae Pelargonium sidoides DC.
Pequi Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess.
Pêssego Rosaceae Prunus persica (L.) Batsch
Petasita Asteraceae Petasites hybridus (L.) P. Gaertn., B.
Mey. & Scherb.
Picão-preto Asteraceae Bidens pilosa L.
Pimenta-vermelha e Solanaceae Capsicum annuum L.
pimentão
Pinhão-paraguaio Euphorbiaceae Jatropha curcas L.
Pinheiro Pinaceae Pinus spp.
Pinheiro-do-paraná Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Pitanga Myrtaceae Eugenia uniflora L., Eugenia sp.
Poejo Lamiaceae Mentha pulegium L.
Poinsétia, rabo-de-arara Euphorbiaceae Euphorbia pulcherrima Willd. ex
Klotzsch
Poncã, tangerina Rutaceae Citrus reticulata Blanco
Prímula Primulaceae Primula spp.

Puxuri Lauraceae Licaria puchury-major (Mart.) Kosterm.

Quebra-pedra Phyllanthaceae/ Phyllanthus niruri L. e P. tenellus Roxb. =


Euphorbiaceae anteriormente P. corcovadensis Müll. Arg.
Quina Rubiaceae Cinchona officinalis L., Cinchona spp.
Quina-cruzeiro Loganiaceae Strychnos triplinervia Mart.
Quintide, catinga-de- Asteraceae Tanacetum vulgare L.
mulata
Rabo-de-arara, Euphorbiaceae Euphorbia pulcherrima Willd. ex
232 poinsétia Klotzsch
Rícino, mamona Euphorbiaceae Ricinus communis L.
Romã Lythraceae/ Punicaceae antiga Punica granatum L.
Roseta-de-são-jorge, Ruscaceae/ Liliaceae Sansevieria trifasciata Prain "Hahnii"
espadinha-rani anteriormente
Rubim Lamiaceae Leonotis nepetifolia (L.) R. Br.
Rúcula Brassicaceae Eruca sativa Mill.
Ruibarbo Polygonaceae Rheum palmatum L. e Rheum spp.
Sabugueiro Adoxaceae/ Caprifoliaceae Sambucus spp., S. australis Cham. &
anteriormente Schltdl. e S. nigra L.
Saia-branca, Solanaceae Brugmansia suaveolens (Humb. &
trombeteira Bonpl. ex Willd.) Bercht. & C. Presl =
Datura suaveolens Humb. & Bonpl. ex
Willd.
Salgueiro Salicaceae Salix alba L.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Salsa, salsinha Apiaceae Petroselinum crispum (Mill.) Fuss =
P. sativum Hoff (nom. nud.) = Apium
crispum Mill.
Salva-vida Piperaceae Peperomia rotundifolia (L.) Kunth
Sálvia Lamiaceae Salvia officinalis L.
Saracura-mirá Rhamnaceae Ampelozizyphus amazonicus Ducke
Sarsa-parreira Smilacaceae/ Liliaceae Smilax sp.
anteriormente
Segurelha Lamiaceae Satureja hortensis L.
Sene Fabaceae/ Caesalpinioideae Senna alexandrina Mill. e S. corymbosa
(Lam.) H.S.Irwin & Barneby
Serralha Asteraceae Sonchus oleraceus L.
Sete-sangrias Lythraceae Cuphea carthagenensis ( Jacq.) J.F.
Macbr.= C. balsamona Cham. & Schltdl.

Sibipiruna Fabaceae/ Caesalpinioideae Caesalpinia pluviosa DC. var.


peltophoroides (Benth.) G.P. Lewis 233
Soja Fabaceae/ Faboideae Glycine max (L.) Merr.
Sucuba Apocynaceae Himatanthus sucuuba (Spruce ex Müll.
Arg.) Woodson
Sucupira Fabaceae/ Faboideae Bowdichia sp.
Tabaco Solanaceae Nicotiana tabacum L.
Taiuiá Cucurbitaceae Wilbrandia ebracteata Cogn.
Tanaceto, artemísia Asteraceae Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. =
Chrysanthemum parthenium (L.) Bernh.

Tanchagem Plantaginaceae Plantago major L., P. australis Lam., P.


tomentosa Lam. e P. lanceolata L.
Tangerina, poncã Rutaceae Citrus reticulata Blanco
Tinhorão Araceae Caladium sp.
Tipi Phytolaccaceae Petiveria alliacea L.
Tipuana Fabaceae/ Faboideae Tipuana tipu (Benth.) Kuntze

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


Tomate Solanaceae Solanum lycopersicum L. = Lycopersicon
esculentum Mill.
Tomilho Lamiaceae Thymus vulgaris L.
Trevo-cheiroso Fabaceae/ Faboideae Melilotus officinalis (L.) Pall.
Trevo-do-pará, chambá Acanthaceae Justicia pectoralis Jacq.
Trevo-vermelho Fabaceae/ Faboideae Trifolium pratense L.
Trigo Poaceae Triticum aestivum L.
Tripterígio Celastraceae Tripterygium wilfordii Hook.f.
Trombeteira, saia- Solanaceae Brugmansia suaveolens (Humb. &
branca Bonpl. ex Willd.) Bercht. & C. Presl =
Datura suaveolens Humb. & Bonpl. ex
Willd.
Unha-de-gato Moraceae Ficus pumila L.
Unha-de-gato Rubiaceae Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. &
Schult) DC.
Urtiga Urticaceae Urtica dioica L.
234
Urtigas Urticaceae Urera sp. e Urtica sp.
Urucum Bixaceae Bixa orellana L.
Uva Vitaceae Vitis vinifera L.
Valeriana Valerianaceae Valeriana officinalis L.
Vassoura-rainha Asteraceae Baccharis sp.
Verbena Verbenaceae Verbena sp.
Verduega, Beldroega Portulacaceae Portulaca oleracea L.
Vinagreira, hibisco Malvaceae Hibiscus sabdariffa L.
Yacon Asteraceae Smallanthus sonchifolius (Poepp.) H.
Rob. = Polymnia sonchifolia Poepp.
Zedoária Zingiberaceae Curcuma zedoaria (Christm.) Roscoe
Zimbro Cupressaceae Juniperus communis L.

Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente


#20
glossário
20. GLOSSÁRIO Biodiversidade: termo representativo para Droga: substância química capaz de produzir
designar a riqueza e a diversidade das espécies sobre respostas – benéficas ou prejudiciais – em um
Ação adstringente: qualidade das substâncias que a Terra. A biodiversidade pode ser referida desde os organismo vivo.
diminuem secreções de modo geral, caracterizadas níveis de organização celular até os de ecossistemas.
pela presença de substâncias polifenólicas que Droga vegetal: planta medicinal ou suas partes
precipitam proteínas. Usado externamente, um Carminativo: que facilita a eliminação de gases que, após processos de coleta, estabilização e secagem
adstringente pode estancar pequenos sangramentos do aparelho digestivo. (íntegra, triturada ou pulverizada), é utilizada na
ou diminuir a liberação de secreção sebácea das terapêutica como matéria-prima para a elaboração de
glândulas da pele. Já, internamente, pode reduzir Caule: estrutura adaptada à função de condução medicamentos graças a seus princípios ativos.
uma diarréia não infecciosa, agindo na parede do de seiva entre a raiz e as folhas. Também realiza a
intestino. sustentação de ramos, folhas, flores e frutos. Elixir: preparação líquida, límpida, hidroalcoólica,
com teor etanólico na faixa de 20 a 50% (V/V).
Afecção: alteração da saúde, enfermidade, Chá: produto constituído de uma ou mais partes
perturbação patológica localizada em determinado de espécie ou espécies vegetais inteiras, fragmentadas Erva: planta em geral de pequeno porte, de
órgão do corpo humano. ou moídas, com ou sem fermentação, tostadas ou caule macio e maleável, normalmente rasteira e
não, preparado por infusão ou decocção. que não sofre crescimento secundário ao longo
Alcalóide: composto químico nitrogenado do do seu desenvolvimento. É denominada erva
metabolismo secundário dos vegetais que atua no Colagogo: medicamento que atua estimulando o daninha quando causa dano ao desenvolvimento
sistema nervoso e cardiovascular das pessoas, às fluxo de bile para dentro do duodeno. de uma cultura principal, por competição em água,
vezes de forma tóxica. Plantas com alcalóides devem nutrientes, luz, etc. Geralmente é espontânea e
ser usadas sob orientação médica. Colerético: medicamento que atua aumentando melhor adaptada às condições locais.
a concentração e volume da secreção biliar.
238
Alelopatia: atualmente, a alelopatia é definida Especiaria: produto constituído de parte
como “processo que envolve metabólitos secundários Composto secundário: substância presente nas (raízes, rizomas, bulbos, cascas, folhas, flores,
produzidos por plantas, algas, bactérias e fungos que plantas, que não faz parte do metabolismo primário, frutos, sementes, talos) de uma ou mais espécies
influenciam o crescimento e desenvolvimento de representado pela fotossíntese e pela respiração. vegetais, empregado para agregar sabor ou aroma aos
sistemas biológicos”. Segundo Molisch, alelopatia é Desempenha inúmeras funções nas espécies alimentos e bebidas.
“a capacidade de as plantas, superiores ou inferiores, vegetais, como defesa contra predadores, atração de
produzirem substâncias químicas que, liberadas no polinizadores e dispersores, coloração e outras. Etnofarmacologia: ciência que estuda
ambiente de outras, influenciam de forma favorável o conhecimento popular sobre fármacos, de
ou desfavorável o seu desenvolvimento”. Decocção: extração dos princípios ativos de determinado grupo étnico ou social, relacionado
um vegetal (flor, folha, casca, órgãos subterrâneos a sistemas tradicionais de medicina. O método
Alopatia: sistema de medicina que ou sementes) por contato, por certo tempo, em etnofarmacológico investiga as possibilidades e
combate as doenças por meios contrários a elas, solvente (água normalmente) em ebulição. Utilizada hipóteses referentes aos conhecimentos tradicionais,
procurando conhecer a etiologia e combater as para estruturas duras e de natureza lenhosa, com buscando empiricamente o que provoca os efeitos
causas. Os medicamentos são catalogados como substâncias termoestáveis. dos “fármacos tradicionais”.
antiinflamatórios, antiasmáticos, antigripais, etc.
Digestão: extração da matéria-prima vegetal Etnobotânica: ciência que estuda e interpreta
Bálsamo e resina: são exsudatos vegetais de realizada em recipiente fechado, por um período (dias a história e a relação das plantas nas sociedades
aspecto semipastoso (resinoso), formados por resinas ou horas), sob agitação ocasional e sem renovação de antigas e atuais, com enfoque em vários ramos
e gomas diluídas em óleos essenciais. Apresentam solvente, à temperatura de 40 ºC. do conhecimento humano, como a história,
uma série de ações farmacológicas decorrentes antropologia, botânica, farmacologia, ecologia, etc.
principalmente da fração resinosa. Dispepsia: distúrbio da função digestiva A Etnobotânica utiliza e valoriza o conhecimento
(dificuldade de digestão). tradicional dos povos, possibilitando entender suas

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culturas, bem como a utilização prática das plantas Fitomedicamento: nomenclatura recente, Glicosídeo cardiotônico: princípio ativo
em prol da sadia qualidade de vida e do meio não oficial, utilizada e propagada por laboratórios que tem a propriedade de aumentar a força de
ambiente. farmacêuticos com a intenção de representar os contração do coração. Substância cuja genina
fitoterápicos preparados com extratos padronizados apresenta propriedades cardiotônicas ou age no nível
Eupéptica: estimulante das funções digestivas. e que cumpriram todos os requisitos legais em cardiovascular. Muitas plantas tóxicas possuem esta
termos de estudos de segurança, eficácia e qualidade. substância.
Extrato: concentrado dos componentes
extraídos de uma planta. Os extratos são preparados Fitoterapia: do grego phyton = planta + therapia Glicosídeo cianogenético: substância capaz de
por percolação, maceração ou outros métodos = tratamento. Tratamento das doenças com utilização liberar, quando hidrolisada, moléculas de cianeto,
adequados e validados, utilizando como solvente de remédios de origem vegetal, caracterizado pelo altamente tóxicas.
etanol, água ou outro solvente adequado. uso de plantas medicinais em suas diferentes formas
farmacêuticas. Seu princípio está baseado na alopatia. Glicosídeo cumarínico: substância cuja genina
Extrato fluido: preparação líquida em que cada apresenta uma lactona derivada da esterificação do
mililitro de extrato contém os constituintes ativos Fitoterápico: medicamento obtido ácido cumarínico. Suas atividades farmacológicas
correspondentes a 1 g de droga (Farmacopéia Bras., exclusivamente de matérias-primas ativas vegetais, são variadas sendo muito importante o efeito
1988). constituído algumas vezes pela própria droga anticoagulante exercido pelas cumarinas.
pulverizada, ou obtido dela por um processo simples
Farmácias Vivas: Projeto criado pelo Prof. F. de extração, como tintura, alcoolatura, extrato Glicosídeo flavonóidico: substância fenólica
J. de Abreu Matos e instituído pela Universidade vegetal, etc. É caracterizado pelo conhecimento da com múltiplas funções, que pode ser encontrada
Federal do Ceará com o objetivo de estimular o eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela nas frutas e vegetais, desempenhando papéis
uso correto de plantas medicinais selecionadas reprodutibilidade e constância de sua qualidade. fundamentais na vida dos vegetais, funcionando
através da comprovação de sua eficácia e segurança como atrativo e auxiliar do processo de polinização
terapêuticas em substituição ao tradicional uso Forma farmacêutica: forma distinta de executado por insetos. Entre suas atividades 239
empírico de plantas pela comunidade, cuja filosofia preparação do produto final em que as substâncias farmacológicas estão o aumento da resistência e a
e informações técnico-científicas têm servido de terapêuticas são aplicadas aos doentes em preparações permeabilidade das paredes dos vasos e capilares
parâmetro para a implantação de diversos Programas simples, como os chás obtidos por infusão, tinturas, do sistema circulatório; ação antitrombótica; ação
Estaduais e Municipais de Fitoterapia. extratos, pós, xaropes, entre outros, com a finalidade antiinflamatória, etc.
de facilitar a administração, assegurar a eficiência
Fármaco: substância ativa, droga, insumo terapêutica e a sua conservação. Glicosídeo saponínico: a saponina é um agente
farmacêutico ou matéria-prima empregada para tensoativo que tem a propriedade de diminuir
modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou Glicosídeo: composto químico que apresenta a tensão superficial da água e é capaz de fazer
estados patológicos em benefício da pessoa à qual é em sua estrutura uma porção de açúcar, geralmente a espuma. Substância irritante para tecidos e mucosas,
administrado. glicose, e outra de não açúcar, denominada genina ou causa espirros, irritação nos olhos e não deve ser
aglicona, a qual normalmente se encontra associada à administrada por via subcutânea, intramuscular
Fitocomplexo: conjunto de substâncias ativas, ação farmacológica ou tóxica da planta. Tem relação e endovenosa, pois tem ação hemolítica. Com
derivadas tanto do metabolismo primário quanto com o termo heterosídeo, mais amplo, ao referir-se propriedade tônica estimulante do metabolismo,
secundário, responsáveis em conjunto pelos efeitos a outros açúcares que não exclusivamente a glicose. ação rubefaciente, etc.
terapêuticos tradicionais das drogas vegetais.
Glicosídeo antraquinônico: princípio Goma: composto polissacarídicos de origem
Fitofármaco: substância química isolada, obtida ativo natural relacionado à metil-antraquinona vegetal, geralmente produzido na planta a partir
de espécies vegetais, que pode ser usada como e seus derivados. Apresenta ação estimulante do da transformação bacteriana de celulose e amido,
medicamento ou para outra finalidade. Não se peristaltismo intestinal e por isso é conhecido por podendo atuar como protetor de mucosa, entre
caracteriza como um fitoterápico por estar isolada. “laxante de contato”. outros efeitos.

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Hepatotóxico: pode provocar problemas no fígado. Maceração: extração realizada da matéria-prima promover sensação de saciedade quando ingerida 15
vegetal, em recipiente fechado, por um período (dias minutos antes das refeições.
Herbário: coleção de plantas que geralmente ou horas), sob agitação ocasional e sem renovação de
passaram por um processo de prensagem, secagem solvente, normalmente a temperatura ambiente. Percolação: processo de extração em que a droga
e identificação. Tais plantas são ordenadas de acordo vegetal moída é colocada em percolador (recipiente
com um determinado sistema de classificação e são Medicamento: substância ou conjunto de cônico cilíndrico), através do qual é feito passar o
conservadas de modo a constituir referência para a substâncias devidamente estudadas quanto à eficácia líquido extrator (operação dinâmica). A percolação
pesquisa básica e aplicada em biologia, agricultura, e segurança de uso e com controle de qualidade pode ser simples ou fracionada.
farmácia, medicina, genética e outros fins científicos. determinado. Produto farmacêutico, tecnicamente
obtido ou elaborado, com finalidade profilática, Planta medicinal: é aquela que possui
Homeopatia: sistema de tratamento de doenças curativa ou para fins de diagnósticos. substâncias denominadas de princípios ativos e
por meio de doses infinitamente pequenas de que têm ações farmacológicas, capazes de provocar
substâncias capazes de produzir em indivíduos Medicina alternativa: práticas médicas não- reações no organismo.
sadios sintomas semelhantes aos da doença que está convencionais (acupuntura, fitoterapia, homeopatia
sendo tratada. Segue a Lei dos Semelhantes – simila e outras) e que diferem da medicina oficial alopática. Planta tóxica: espécie vegetal que, em contato
similibus curantur – segundo a qual os semelhantes Com o tempo deixou de ser usada por trazer na com um organismo vivo, provoca efeitos tóxicos e
são curados pelos semelhantes. O mesmo agente que expressão a idéia de que seria uma alternativa aos até mesmo letais.
causa uma moléstia é capaz de curá-la. Por exemplo, a medicamentos disponíveis.
quina atua na febre malárica – porque doses da quina Princípio ativo (p.a.): substância ou classe
desencadeiam uma reação tóxica e sintomas similares Medicina oficial ou medicina moderna: química (alcalóide, flavonóide, tanino, entre outros)
ao da malária. Na homeopatia são utilizados produtos práticas médicas alopáticas, características e oficiais presente nas espécies vegetais cuja ação farmacológica
de origem dos reinos vegetal, animal, mineral ou de da maioria dos países ocidentais. é conhecida e responsável, total ou parcialmente,
240
outra origem. pelos efeitos terapêuticos do fitoterápico, produzindo
Medicina tradicional: práticas médicas populares diferentes respostas em um organismo.
Infecção: ato ou efeito de infeccionar-se; que fazem parte do conhecimento popular e são
qualidade ou estado daquilo que está infeccionado; usadas na prevenção e no tratamento de doenças. Tanino: substância adstringente que reage com
contaminação; penetração e multiplicação de proteínas, retrai o tecido lesado e forma uma camada
micróbios no organismo. Mucilagem: compostos polissacarídicos de protetora que ajuda na cicatrização de feridas,
origem vegetal, produto do metabolismo normal em diminuindo a irritação e com ação antisséptica. É
Infusão: extração realizada pela adição de água paredes celulares, usada como emoliente, colóide encontrado principalmente em frutos imaturos e em
fervente sobre o material vegetal (droga vegetal protetor ou cola. Pode atuar como antiinflamatório cascas.
ou planta), deixando-se em contato por algum (uso externo) e laxativo (interno).
tempo. Utilizada para estruturas moles (rasuradas), Tintura: solução extrativa alcoólica ou
finamente pulverizadas ou com ativos voláteis e Nome vulgar ou popular: nome pela qual a hidroalcoólica preparada a partir de matérias-primas
instáveis ao calor. Recomenda-se a ingestão após planta é conhecida na região. Uma mesma planta vegetais, de tal modo que uma parte da droga é
cerca de 30 minutos. pode ser conhecida por diferentes nomes populares, extraída com cinco ou dez partes de líquido extrator
podendo variar de acordo com a região, e espécies – 1 ml de tintura deve corresponder aos componentes
Lactante / nutriz: mulher que aleita, que diferentes podem possuir nome popular idêntico. solúveis de 100 ou 200 mg de droga (Farmacopéia
amamenta; ama de leite. Bras., 1988). A tintura pode ser simples ou compostas,
Pectina ou substância péctica: carboidratos conforme seja preparada com uma ou mais matérias-
Lactente: ser que ainda mama. (moléculas de açúcar) que ficam concentrados nas primas. (Farmacopéia Bras., 1988).
paredes das células dos vegetais. É encontrada em
Litíase: formação de “pedras” ou cálculos em todas as partes da planta e em maior quantidade nos Tônico: qualidade da substância que revigora e
qualquer das atividades do organismo. frutos maduros. Pode atuar como antidiarréico e estimula o organismo debilitado.

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Óleo essencial: mistura de compostos químicos intencional, e que ocorra nas doses normalmente que não levem, no longo prazo, à diminuição da
vegetais voláteis e aromáticos, de composição quími- utilizadas em seres humanos para profilaxia, diversidade biológica, mantendo assim seu potencial
ca complexa, com diferentes funções orgânicas. Ex.: diagnóstico e tratamento de doenças, ou para a para atender às necessidades e aspirações das
óleo essencial de cravo (eugenol); eucalipto (cine- modificação de uma função biológica. gerações presentes e futuras.
ol); menta (mentol). Com atividade farmacológica
diversa e às vezes polivalente: ação antisséptica, ex- Rubefaciente: que produz vermelhidão, Vesicante: aquilo que forma vesículas
pectorante, eupéptica, carminativa, etc. hiperemia passiva, estimula a microcirculação local. epidérmicas, com líquido de exsudação.

Raiz: órgão de fixação da planta ao solo, cuja Semente: estrutura reprodutiva que contém o Xarope: solução aquosa que apresenta alta
função básica é a absorção de água e nutrientes embrião da planta e a reserva alimentar, constituindo concentração de sacarose, normalmente superior
minerais. em um óvulo fecundado. a 40% (m/V). Xaropes artificiais estão sendo
produzidos com compostos de adjuvantes
Reação adversa a medicamentos: é qualquer Uso sustentável: é a utilização dos componentes espessantes e edulcorantes apropriados para
resposta a um medicamento que seja prejudicial, não da diversidade biológica de modo e em ritmo tais pacientes diabéticos ou em casos de diarréia.

241

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#20
abreviaturas/
Siglas
21. Abreviaturas / Siglas CVS - Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia
Estado da Saúde de São Paulo
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária MMA – Ministério do Meio Ambiente
DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica da Se-
CEATOX - Centro de Assistência Toxicológica do Insti- MS - Ministério da Saúde
cretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo
tuto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de
DEPRN - Departamento Estadual de Proteção dos Re- MTC - Medicina Tradicional Chinesa
Medicina da Universidade de São Paulo
cursos Naturais
MTs - Medicinas Tradicionais
CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas DOF – Documento de Origem Florestal
OMS – Organização Mundial da Saúde
Psicotrópicas do Departamento de Psicobiologia da Uni-
ESALQ - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
versidade Federal de São Paulo ONG – Organização Não Governamental
FCF-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
CEME/MS – Central de Medicamentos do Ministério ONU – Organização das Nações Unidas
Universidade de São Paulo
da Saúde
FDA – Food & Drug Administration OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde
CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento
FIC - Faculdade Integral Cantareira PDI - Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado
de São Paulo FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz PLANFAVI - Sistema de Farmacovigilância de Plantas
244 Medicinais
CFF – Conselho Federal de Farmácia FMUSP–HC/USP – Faculdade de Medicina da Universi-
PMSP – Prefeitura da Cidade de São Paulo
dade de São Paulo – Hospital das Clínicas da Universidade
CGEN - Conselho de Gestão do Patrimônio Genético
de São Paulo PNMC - Plano Nacional sobre Mudança do Clima
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
FOC – Faculdades Oswaldo Cruz PNPIC - Política Nacional de Práticas Integrativas e
COP – Conferência das Partes da Convenção – Quadro
Complementares
FURP - Fundação para o Remédio Popular da Secreta-
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC)
PNPMF - Política Nacional de Plantas Medicinais e Fi-
ria de Estado da Saúde de São Paulo
COVISA - Coordenação de Vigilância em Saúde
toterápicos
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
CPAmb - Comando de Policiamento Ambiental da Polí- PPPM–CEME - Programa de Pesquisas de Plantas Medi-
Recursos Naturais Renováveis
cia Militar do Estado de São Paulo cinais da Central de Medicamentos
IMS – International Medical Statistics
CPQBA - Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Quími- PROAURP - Programa de Agricultura Urbana e Periurbana
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
cas, Biológicas e Agrícolas da Universidade Estadual de
RAM – Reação Adversa a Medicamento “adverse drug
Campinas LaFit–Botu - Laboratório de Fitomedicamentos do
reaction”
Departamento de Farmacologia do Instituto de Bioci-
CRF-SP - Conselho Regional de Farmácia do Estado RAMP-F - Reações Adversas produzidas por Fitoterápicos
ências da UNESP – Botucatu
de São Paulo e Plantas Medicinais

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RPPN - Reservas Particulares do Patrimônio Natural SOSMA - Fundação SOS Mata Atlântica UC - Unidades de Conservação da Natureza

SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado SUS - Sistema Único de Saúde UFAM - Universidade Federal do Amazonas
de São Paulo da Secretaria de Saneamento e Energia do Es-
SVMA – Secretaria Municipal do Verde e do Meio Am- UFC - Universidade Federal do Ceará
tado de São Paulo
biente da Prefeitura da Cidade de São Paulo
UMAPAZ-1 – Divisão Técnica Escola Municipal de
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Indus- SVMA/UMAPAZ - Departamento de Educação Am-
Jardinagem
trial - São Paulo biental e Cultura de Paz, Universidade Aberta do Meio
UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mes-
SES-SP – Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Ambiente e da Cultura de Paz
quita Filho”
SMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado SVMA/DEPAVE-DepartamentodeParqueseÁreasVerdes UNIBAN - Universidade Bandeirante de São Paulo
de São Paulo
SVMA/DEPAVE/2 - Divisão Técnica de Produção e Ar- UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
SMS – Secretaria Municipal da Saúde do Município
borização
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
de São Paulo
SVMA/DEPAVE/21 – Viveiro Manequinho Lopes
SMS/CAB/MTHPIS – Secretaria Municipal da Saúde, UNINOVE - Universidade Nove de Julho
SVMA/DEPAVE-8 – Divisão Técnica de Unidade de Con-
Coordenação da Atenção Básica, Área Técnica das Medicinas
UNIP - Universidade Paulista
servação e Proteção da Biodiversidade e Herbário Municipal
Tradicionais, Homeopatia e Práticas Integrativas em Saúde
245
SVMA/DGD – Secretaria Municipal do Verde e do Meio UNITAU - Universidade de Taubaté
SMS/COVISA/CCD/CCISP - Secretaria Municipal da
Ambiente, Departamento de Gestão Descentralizada
USP – Universidade de São Paulo
Saúde, Coordenação de Vigilância em Saúde, Centro de
SVMA/DGD/N2 – Divisão Técnica do Núcleo de Ação
Controle de Doenças, Centro de Controle de Intoxicações WHO – World Health Organization
Descentralizado Norte 2
do Município de São Paulo
SVMA/DGD/L1 - Divisão Técnica do Núcleo de Ação
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação
Descentralizado Leste 1

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suas
anotações
Abril 2010

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