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O período que marca o apogeu da colônia foi ditado pelo contexto externo
que se desenvolveu. Foi nessa época que Portugal coloca em prática plena o pacto
colonial. Primeiro, tomava força na Inglaterra a revolução industrial, com o
incremento do comércio e das atividades econômicas, o aumento da população
européia e a conseqüente valorização dos produtos colônias por causa das guerras e
do colapso das Antilhas em 1792, apesar de as índias ocidentais holandesas levarem
vantagem sobre nós por serem mais recentes. Portugal por ter ficado neutro nos
conflitos que se desenrolaram na Europa durante o século XVIII pode concentrar-se
mais em colocar em prática a política do pacto colonial do Brasil, servindo-se do
contexto externo favorável para tal.
Internamente, as regiões mineradoras voltaram-se para a agricultura e para a
pecuária. Minas se tornou a melhor região pecuária, iniciando-se também na
produção de queijo e desenvolvendo plantações de tabaco na região do Sul de
Minas. O Rio Grande do Sul superou o sertão nordestino, que entrou em queda
livre com as secas.
Analisemos as técnicas segundo as quais desenvolveram-se nossas atividades
econômicas. Nessa época, já se sentiam os efeitos devastadores causados pelos
processos bárbaros e destrutivos empregados até então no cultivo do solo, como o
uso indiscriminado da lenha, as queimadas, o não-aproveitamento do bagaço da
cana e a separação entre a agricultura e pecuária, que havia privado o solo do
adubo. Assim, contamos apenas com os solos férteis e com os recursos naturais
abundantes para obtermos nossos produtos agrícolas. Além disso, os processos eram
altamente improdutivos, o colono, pelo próprio sistema, era isolado do mundo, não
tinha oportunidade de conhecer novas tecnologias. A força hidráulica não era
comum, dependendo-se da força do homem e dos animais.
Vejamos o desenvolvimento dos gêneros agrícolas mais comuns na época.
O açúcar, graças ao contexto externo fez reerguerem-se a Bahia e
Pernambuco, além de surgirem novos produtores, os Campos dos Goitacases e o
litoral de São Paulo, bem como e principalmente no seu planalto no final do século.
O arroz foi plantado no Maranhão, no Pará e em menor escala no Rio de
Janeiro e foi o segundo produto em importância.
O algodão serviu também como moeda de troca, e preferiu o interior ao
litoral, como Caxias no Maranhão, o agreste e a Bacia do Jaguaribe no Ceará. Não
exigia mão-de-obra abundante. A partir de 1760 saiu do Maranhão passando a ser
cultivado em várias outras regiões em menor escala. Deu-se inclusive a criação da
Companhia de Comércio do Pará e Maranhão, que foi extinta em 1777. A
produção algodoeira caiu com a concorrência internacional e a conseqüente queda
no preço, provocando um colapso nas regiões produtoras.
12. IMIGRAÇÃO
O café havia progredido até então graças a uma série de fatores. São Paulo
encontrou vantagens topográficas, de solo e de transportes extremamente favoráveis,
mas a cultura cafeeira não acompanhou os progressos qualitativos que se
impunham. O Espírito Santo também desenvolveu sua lavoura mas esbarrou na
escassez de terras. A imigração européia foi outro fator essencial para esse progresso,
tendo resultado de um persistente esforço e organização do governo.
A crise cafeeira foi resultante especialmente da superprodução, pois
como foi dito anteriormente, os altos lucros estimulavam maior investimento na
produção, o que tornava os investidores ainda mais dependentes do sistema.
Acumularam-se estoques invendáveis do produto e intensificou-se a especulação
através dos intermediários. A partir de então a economia cafeeira foi marcada por
crises sucessivas e grandes oscilações.
Em 1906 com a queda nos preços e a valorização da moeda, os preços caem
abaixo do custo de produção e o governo interveio com uma Política de
Valorização, comprando a produção para forçar o preço a subir. Criou-se a
Comissão do Café para gerir a valorização, e depois os produtores teriam que arcar
com as dívidas contraídas através de um imposto sobre as sacas. Assim, entraram
como financiadores vários grupos financeiros, que ajudaram a retirar do mercado
entre 1906 e 1910 cerca de 8 milhões e meio de sacas. Eram eles que ganhariam
mais com os lucros da revenda.
Alcançou-se um certo equilíbrio de preço com a Primeira Guerra entre 1914
e 1918, ajudado por uma grande geada.
Com o fim da guerra, houve um novo boom, e entre 1918 e 1924
aumentou-se mais uma vez a produção, com novo surto de negócios e de emissões
de moeda, além da ativação financeira da economia. Novamente, a superprodução
esboçava uma crise, e criou-se o Instituto do Café em São Paulo, que controlava a
oferta e a demanda, apenas regulando as entregas. Os produtores eram ajudados
com um financiamento de até 50 por cento do valor da produção pelos bancos.
Paralelamente, formavam-se grandes trustes que dominavam todo o mercado
financeiro, como a Lazard Bros., adiantavam recursos necessário para outros
Estados para ajudar a regular as entregas.
A partir de 1926 já tínhamos um acúmulo de estoques retidos e mesmo
assim, a alta nos preços estimulava novas dívidas para financiar a produção que não
era vendida. Como o Brasil era responsável por 60 por cento da produção mundial,
tentou-se manobras para forçar alta dos preços, mas que não funcionou por causa
do aumento da participação da concorrência, em especial a Colômbia. Com o
craque da bolsa de Nova Iorque em 1929 estancou-se o crédito externo, suspendeu-
se o financiamento do café retido e procedeu-se à liquidação dos débitos.
Uma região em que observamos um certo progresso depois da quebra geral
foi a de Minas Gerais.
17. INDUSTRIALIZAÇÃO
18. IMPERIALISMO