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EPR 573 – Projeto de Unidades Produtivas – ii/2010

ITENS BÁSICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE ESPAÇOS CONSTRUÍDOS

Quadro–resumo de procedimentos para o planejamento sistemático do leiaute.


Procedimentos Especificação Instrumentos
- produto, material ou serviço, isto é, o que se quer
produzir
Pesquisa direta no
Dados de Entrada - quantidade ou volume, ou seja, quanto produzir
local do trabalho
- roteiro, ou seqüência de operações, isto é, como o
produto será produzido em um tempo ótimo (1)
determinação da melhor seqüência de movimentação
dos semi-elaborados, alimentos, maquinário e
Carta de processos
Fluxo de materiais funcionários ao longo das diversas etapas exigidas pelo
ou fluxos
processo de produção de suco e estimativa da
intensidade ou magnitude desses movimentos (2)
busca de relacionamento das atividades de serviços, Carta de
Inter-relações de
umas às outras, e integração dos serviços de suporte ao interligações
atividades
fluxo de materiais preferenciais
esboço de localização, segundo o qual, posteriormente,
Diagrama de Inter- Diagrama de inter-
as atividades serão rearranjadas, de acordo com os
relações relações
requisitos de espaço
condições que estimulam o ajuste do diagrama de inter-
Considerações de Consulta direta aos
relações, resultantes da vontade e da experiência dos
mudança profissionais
profissionais envolvidos
Consulta direta aos
restrições ao planejamento, podendo ser físicas,
Limitações práticas profissionais e à
financeiras, legais, ambientais, etc.
legislação
balanceamento das vantagens e desvantagens, análise de Consulta direta aos
Avaliação
fatores, comparação e justificação de custos profissionais
Fonte: MUTHER, 1978
Notas: (1) Quando se estuda o arranjo físico de empreendimentos que produzem poucas variedades de produtos, em
grandes quantidades, a análise produto-quantidade fornece subsídios para a criação de um arranjo físico
do tipo linear ou por produto, automatizado, que possibilite operações cíclicas e repetitivas.
(2)
Por intermédio da análise de fluxo, é possível visualizar se a movimentação ocorre de forma progressiva
durante o processo, ou seja, sem retornos, desvios, cruzamentos, etc.

Fundamentos que regem o arranjo físico:

a) produto (material ou serviço que é produzido ou processado pela empresa, instalação ou área em questão);
b) quantidade (volume do produto ou material produzido, fornecido ou utilizado);
c) roteiro (processo segundo o qual o produto será fabricado levando-se em consideração a operação de
transformação e de movimentação de materiais através das áreas);
d) serviços de suporte (recursos, atividades ou funções auxiliares que devem suprir a área em questão e que lhe
darão condições de funcionamento);
e) tempo (tempo de operação para as funções produtivas determinando quantos equipamentos e máquinas são
necessários, o que levará ao dimensionamento de espaços, de mão-de-obra e ao balanceamento das
operações).

Fatores que influem na definição do arranjo físico:

a) fator produto: tamanho, peso, quantidade, condições especiais que afetam o produto (luz, poeira, bactérias
etc.);
b) fator matérias-primas: variedade, quantidade, peso, tamanho, características físicas (líquido, gás etc.),
características químicas (veneno, corrosivo, oxidável etc.), uniformidade de suprimento, rapidez nas
entregas, entregas ocasionais, descontínuas, imprevisíveis, a chamado etc., necessidade de manutenção de
estoques ao lado da linha ou da máquina, estoques no almoxarifado, tempo de armazenamento previsto e
possível sem deterioração, área ocupada pelo estoque mínimo e máximo e seu relacionamento com a carga
máxima permissível por unidade de área do piso;
c) fator maquinaria: quantidade, qualidade e produtividade, balanço da capacidade das máquinas, facilidade e

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Prof. A.C.G. Tibiriçá Assunto: Arranjo Físico
EPR 573 – Projeto de Unidades Produtivas – ii/2010
ITENS BÁSICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE ESPAÇOS CONSTRUÍDOS

proximidade do suprimento de dispositivos, matrizes, estampos ferramentas, fundações, pé-direito exigido


pelas máquinas ou por necessidade de pontes-rolantes, uso de operário para controlar várias máquinas,
exigências especiais (esgotos, anteparos térmicos, exaustores etc.);
d) fator manuseio e movimentos: possibilidade de transporte e acesso a seções pelos meios e equipamentos de
transporte mais indicados, dimensionamento dos corredores, necessidade de colocação ou previsão de
trilhos para monovias, pontes-rolantes, guindastes etc., acondicionamento do produto para transporte
externo ou interno, necessidade de descargas e cargas verticais, planos inclinados, etc.;
e) fator limpeza: facilidade de acesso para máquina e para o encarregado da limpeza, freqüência da limpeza
prevista, condições especiais de higiene e limpeza, remoção de cavacos e rebarbas, remoção de resíduos e
purificação e separação de seus constituintes, periculosidade dos resíduos, sistemas pneumáticos de
remoção de detritos;
f) fator processo: roteiro de processo (seqüência exigida), métodos de trabalho, cálculos de alternativas pelo
sistema de custos de métodos para compras de máquinas, remoções de máquinas, modificações de leiaute e
investimentos em geral, alternativas de mudança do sistema de vácuo, ar comprimido, energia elétrica,
vapor etc.;
g) fator homem e supervisão: comodidade para alcançar áreas de descanso e sanitários, segurança (saídas de
emergência, perigo de quebras com estilhaços), higiene do trabalho (mau cheiro, calor etc.), proximidade
da localização do supervisor;
h) fator armazenamento: áreas para produtos em processo, áreas para acumulação de produtos acabados e
semi-acabados, áreas para servir de volante em caso de parada de máquina ou linha, áreas para estocar
produtos de acondicionamento e possivelmente prepará-los para uso (abrir as caixas de papelão, p.ex.);
i) fator serviços: distribuição da energia elétrica, por subestações de alta e de média tensão, uso de corrente
contínua (eletrólise, regulagem de velocidade de máquinas), uso de vapor (instalações centrais, caldeiras),
instalações de ar comprimido e vácuo (locais ou centrais), iluminação natural e artificial, tipo de
iluminação indicado;
j) fatores sociais e administração do pessoal: refeitório, relógios de ponto, vestiários, chuveiros e instalações
sanitárias, quadros de avisos, acessos aos serviços internos social, de recursos humanos, de treinamento, de
saúde (médico, dentista), ao posto de vendas (cooperativa) e à biblioteca;
k) fator manutenção: acesso e localização central, sistemas de remoção de máquinas leves e pesadas,
acessibilidade das linhas de distribuição de vapor, água etc., facilidade de troca de fusíveis e motores,
almoxarifado próprio para serviços noturnos de emergência;
l) fator controle: pontos de controle de qualidade, pontos de controle quantitativo, freqüência do controle e
área destinada à inspeção, área para remoção de peças imprestáveis, áreas para recuperação de peças
defeituosas, linhas de comunicação com o controle da produção e o planejamento, facilidade de
acompanhamento da produção;
m) fator edifício: escolha do tipo mais adequado (térreo ou em andares), pisos (material), janelas (iluminação,
ventilação, ruídos), aquecimento ou refrigeração do ambiente, pintura de paredes, canos, sinalização,
instalações de proteção contra roubo, fogo e perdas por intempéries, pé-direito, largura entre colunas, carga
admissível sobre lajes, capacidade das portas para permitir entrada e saída das máquinas, instalações de
comunicação vertical, escadas, rampas, elevadores, monta-cargas, sarilhos, segurança das instalações,
ventilação de sanitários, cozinhas e laboratórios;
n) fator pátio: desvios ferroviários, vias de acesso rodoviários, portões, restrições municipais eventuais à
construção, áreas de estacionamento de carros próprios e de terceiros, esfriamento eventual da água por
lago ou torre, torres de água ou depósitos subterrâneos, tratamento de água, localização de depósitos de
combustível;
o) fator comando: espaço para a administração central, linhas de comunicação telefônica, radiofônica, por
circuito interno de TV, por satélite, por linhas lógicas;
p) fator expansão e facilidade de mudança: espaço para expansão, flexibilidade em caso de mudança do
produto, facilidade para eventual remoção de máquinas.

Pressupostos básicos:

a) conhecimento do edifício (se construído) ou do local (se edifício a construir);


b) conhecimento do processo de fabricação escolhido, com a especificação das máquinas e, caso o edifício
ainda não esteja construído, da estimativa da área necessária;
c) conhecimento das quantidades a produzir e das especificações de controle.

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Elementos auxiliares (dados) visando ao processamento do arranjo físico:

a) fazer um esboço do espaço disponível:


a.1) colocar nesse esboço, grosso modo, todo o processo, com as máquinas e as áreas de armazenamento,
tendo-se o fluxo do material como base;
a.2) caso o edifício ainda não exista, projetar o fluxo ideal do material e esboçar o edifício ao redor dele;
b) adaptar o fluxo ao edifício e vice-versa e fazer o cálculo econômico;
c) fazer plantas de variantes por meio de recortes ou modelos;
d) fazer o estudo de tempo teórico pelos métodos de tempos predeterminados ou por semelhança com
operações conhecidas, para cada variante, e escolher a mais adequada;
e) localizar seções de serviço, como manutenção, depósitos de ferramentas, carpintaria, depósitos de
combustíveis, caldeiras;
f) colocar fatores de higiene e segurança, por exemplo, sistemas de evitar transmissão de vibrações, ruídos,
incêndios;
g) procurar permitir a ampliação ou a redução sem interferir na produção e com economia de serviços.

Considerações para definição das áreas mínimas:

a) a área ocupada pelo equipamento propriamente dito, em sua condição mais desfavorável. No caso de uma
plaina de mesa ou de uma fresadora, toda a área coberta para deslocamento da mesa deverá ser considerada
como área própria do equipamento;
b) a área ocupada ao redor do posto de trabalho ou do equipamento, por caixas, fardos ou pilhas de matéria-
prima, semi-acabados, cavacos, rebarbas e peças acabadas, área essa diretamente vinculada ao posto de
trabalho ou equipamento em estudo;
c) a área necessária ao operador ou operadores, ao redor do equipamento ou do posto de trabalho,
considerando-se suas necessidades mínimas de acesso, conforto e segurança;
d) a área necessária à alimentação e à remoção de material de um equipamento;
e) a área necessária às instalações elétricas, hidráulicas, térmicas, lógicas etc. ligadas diretamente ao
equipamento ou à bancada de trabalho.

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