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CARACTERÍSTICAS
Proprietário, o que detém a posse por ato jurídico (enfiteuta, usufrutuário, usuário, locatário).
O locatário necessita de autorização expressa do locador. Os tutores, curadores e
administradores necessitam de autorização especial para ceder em comodato. A restituição
de bem de menor de idade deverá ser feita na pessoa do pai ou tutor.
PRAZO
A coisa deverá ser usada por prazo determinado, até que se cumpra a finalidade do
empréstimo e prazo presumido (não havendo prazo estipulado presume-se que seja aquele
necessário para o uso concedido).
O comodante não deve pedir a devolução antes do prazo exceto em caso de necessidade
imprevista e urgente (reconhecimento judicial).
No comodato por prazo presumido, o comodante deve notificar o comodatário para que faça
a restituição em prazo razoável. Caso a parte comodatária queira resolver o contrato antes
do prazo, se não houver disposição contratual proibitiva, deverá ser feita com aviso prévio.
DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do
comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do
comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso
fortuito, ou força maior.
Dever de guarda. Responde por danos,
se salvar as suas coisas em primeiro
lugar em detrimento daquelas do
comodante, mesmo em caso fortuito ou
força maior.
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas
feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Em relação a vícios ocultos, o comodante
deverá responder se os conhecia e
deixou de avisar.
Responderá por dolo ou culpa grave na
hipótese de a coisa ter ocasionado
prejuízos, por ser contrato gratuito.
Não caberá a teoria dos vícios
redibitórios, por ser gratuito.
O comodatário é responsável pelas Responsabilizar-se-á por despesas
despesas com a manutenção da coisa, extraordinárias e urgentes, excedentes à
portanto não poderá cobrar pelos gastos conservação normal, gastos ordinários
ordinários, mas, apenas, pelos (necessários ao uso e gozo).
extraordinários.
O comodatário, portanto, responde se
utilizar a coisa fora de sua destinação e
finalidade, mesmo que por força maior, e
se estava em mora.
Caso consiga provar que, de qualquer
maneira, o dano ocorreria mesmo que a
coisa estive novamente com o
comodante, poderá eximir-se da culpa.
Comodato modal: o comodato admite encargo, que é uma restrição que se apõe ao
beneficiário de um negócio jurídico, ora estabelecendo um fim específico para a coisa objeto
do ato, ora impondo uma obrigação em favor do próprio instituidor, de terceiro ou de
coletividade indeterminada. Ex. fabricante empresta em comodato modal prateleiras,
refrigeradores para que comerciante venda os seus produtos. A Obrigação Modal , nos
dizeres de Maria Helena Diniz , “é a que se encontra onerada com um modo ou encargo ,
isto é , por cláusula acessória , que impõe um ônus à pessoa natural ou jurídica
contemplada pela relação creditória” . Tal encargo deve ser lícito e possível , caso contrário
poderá viciar o ato libertando a obrigação de qualquer restrição , exceto se , como leciona
Caio Mário Pereira “se apurar ter sido ele a causa determinante do negócio , caso em que
se terá a anulação do ato”.
Nos dizeres de Pontes de Miranda “pode ser modal o comodato , tal como a doação”
.
Comodato modal é , pois , o empréstimo gratuito e temporário de bem infungível ,
com a obrigação do comodatário de cumprir determinados encargos . Tais encargos não
são defluentes do comodato puro , como os de uso conforme a natureza e o contrato ,
restituição no prazo etc. , mas sim encargos transcendentes à normalidade , podendo atingir
pesos elevados , sem contudo perderem o caráter da gratuidade .