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MINAS E ENERGIA
Métodos de Lavra
Descrição: Este documento contém informações sobre os principais tipos de lavras e suas aplicações
para minerais industriais, argila, agregados para construção civil, gemas, ouro e diamante.
Palavras-chave: lavra a céu aberto, lavra subterrânea, dragagem, desmonte hidráulico, mascarita,
escafandro, chupadora, cata
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Outras considerações como estabilidade política do País, questões sociais e geográficas podem
influenciar diretamente na escolha do método. Um exemplo disto é que a mineração em regiões
remotas raramente desperta o interesse de operários qualificados e sua permanência no local, além
da influência direta nos custos e na produtividade, afetando a escala de produção, já que ela depende
do desenvolvimento tecnológico, pois uma operação em grande escala exige infra-estrutura adicional,
enquanto que uma operação de pequena escala pode ser feita por um programa sazonal.
Os critérios básicos para definição dos custos de cada método devem ser de forma tradicional através
da apropriação de seus componentes individuais, baseando-se em mais de um critério de avaliação
econômica, levando-se em conta, também, a situação financeira da empresa, pois se trata
reconhecidamente de uma atividade que está sujeita a riscos elevados.
“Seleção do método de lavra: arte e ciência”.
Texto extraído da Revista Escola de Minas, vol. 54 nº. 3 – Ouro Preto, jul-set 2001.
*Garimpagem manual: método onde o processo se dá pela lavagem do cascalho com ajuda de
equipamentos rudimentares e ferramentas manuais para retirada do estéril, podendo subdividir-se
em:
a) Garimpagem manual com o auxílio da ação de águas pluviais: as águas pluviais prestam-se
a abertura de sulcos na superfície do terreno, desnudando o overburden (sobrecarga), quando o
terreno apresenta uma topografia acidentada e rochas friáveis, colocando a mostra os níveis
cascalhíferos eventualmente mineralizados e concentrando o material carreado pelas enxurradas, alvo
subseqüente de investigação e catação manual;
b) Garimpagem manual com o auxílio da ação de águas fluviais: o método consiste no desvio
de pequenos córregos, os quais são direcionados ao decapeamento do material estéril de áreas
definidas aleatoriamente ou que tenham sido submetidas a anterior trabalho prospectivo, permitindo a
concentração do material transportado, que é posteriormente submetido a apuração por surucagem
(peneiramento).
c) Garimpagem manual por catas: o método consiste na abertura de poços, em geral retangulares
e de dimensões variadas, com a finalidade de se alcançar níveis mineralizados utilizando
equipamentos como pá, picareta, enxadeco, enxada, suruca (bateria de peneiras com espaçamento
das malhas diferenciado) e, eventualmente, cuias e bateias, concentrando o material de interesse,
procedendo-se, em seguida, a catação manual.
* Garimpagem mecânica: o método resumi-se ao tradicional desmonte hidráulico e subseqüente
seleção granulométrica/gravimétrica na resumidora (planta de concentração).
a) Garimpagem mecânica por desmonte hidráulico: o método consiste no decapeamento do
material estéril quando este recobre o depósito de interesse. A extração desse material é realizada por
meio de um jato d'água em alta pressão levado por mangueiras e direcionado pesadamente na base
do talude da frente de lavra, provocando um desmoronamento controlado e a movimentação por
gravidade, sendo acumulado num ponto de concentração da polpa (sólido/líquido) assim formada.
b) Garimpagem mecânica por desmonte hidráulico em leitos submersos com auxílio de
mascarita, escafandro e chupadora: o método consiste num sistema de bombeamento que
promove a sucção da polpa formada a partir da superfície de ataque do leito submerso, muitas vezes
com lâminas d'água de até 30 metros, o ponto de sucção no fundo da água é atingido através de
tubulação, em cujo interior a polpa é transportada. Os trabalhos no leito ativo dos rios são
antecedidos por investidas prospectivas aleatórias, com vista à detecção de eventuais acumulações
cascalhíferas nas depressões do leito, extremamente encachoeirado (caldeirões), obedecendo as
sazonalidades das cheias e vazantes, utilizando-se de equipamentos no auxílio dos trabalhos
submersos:
A Mascarita: consiste numa simples máscara de mergulho, adaptada a uma mangueira, alimentadora
de oxigênio por bombeamento a compressão. O mergulhador faz-se acompanhar de uma pá (rabeta
ou rabinha) e um saco (+/- 20 litros) para a coleta de cascalho;
O Escafandro: consiste numa roupa especial, impermeável e hermeticamente fechada, provida de um
aparelho respiratório adequado, alimentado por um compressor de ar, permitindo maior autonomia de
mergulho;
A Chupadora: consiste num sistema flutuante, onde são acopladas motor, bomba de sucção,
compressor, caixa de seleção (concentração preliminar do material retirado do fundo do rio). A
mangueira de sucção é monitorada pelo escafandrista, que transmite à superfície sinais codificados,
através de uma corda amarrada à sua cintura.
*Dragagem: método consiste na utilização de dragas que trabalham nos leitos dos rios, onde a lavra
é preferencialmente executada contra-corrente e normalmente requer o represamento do curso
d'água para proporcionar condições operacionais à draga. A grande vantagem desse método consiste
em reunir quatro operações em uma única, ou seja: a draga desmonta, carrega o material, transporta
e beneficia numa única operação, permitindo a viabilidade econômica da jazida, pois transforma
depósitos em jazidas aluvionares, aliadas a alta mecanização e alta produtividade horária. Geralmente
são utilizadas as chamadas dragas de alcatruzes e de sucção;
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
Ametista: lavras a céu aberto utilizando escarificadores e detonações; subterrânea por abertura de
túneis e galerias; e garimpagem manual (por águas pluviais e/ou catas);
Esmeralda: lavras a céu aberto; subterrânea, essencialmente, por abertura de poços, “túneis” e
“galerias”, por vezes muito rudimentares, utilizando detonações e, posteriormente, escavações
manuais para extração dos cristais; e garimpagem manual (por águas pluviais, fluviais e catas);
Diamante: garimpagem manual (por águas pluviais, fluviais e catas) e/ou mecanizada (desmontes
hidráulico e hidráulico em leitos submersos), e dragagem;
Ouro: lavras a céu aberto; subterrânea através da abertura de túneis e galerias e pelos métodos
realce auto-portantes a exceção do VCR, suporte das encaixantes e abatimento; garimpagem manual
(por águas pluviais, fluviais e catas) e mecanizada (desmontes hidráulico e hidráulico em leitos
submersos) e dragagem;
Agregados (brita, areia e cascalho): lavra a céu aberto, desmonte hidráulico e dragagem;
Brita: lavra a céu aberto, em meia encosta, iniciando-se com a execução do plano de fogo para
desmonte primário (perfuração + detonação por explosivos), seguindo-se, não necessariamente, do
desmonte secundário (fogacho + rompedores hidráulicos) e carregamento e transporte dos
fragmentos rochosos para os locais de britagem (praças de alimentação) ou diretamente para os
britadores primários;
Areia: lavra a céu aberto, desmonte hidráulico e dragagem, sendo quase sempre comercializada na
forma como é extraída, passando, na maioria das vezes, apenas por grelhas fixas que separam as
frações mais grossas (cascalho, pelotas e concreções) e eventuais sujeiras (matéria orgânica, folhas e
troncos) e por uma simples lavagem para retirada de argila;
Cascalho: subproduto das minerações de areia e brita.
Referências:
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