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2.1 - Introdução
O processo Saúde-Doença dos trabalhadores – como e por que adoecem e morrem e como
são organizadas e atendidas suas necessidades de saúde – pode ser considerado uma
construção social diferenciada no tempo, lugar e dependente da organização das sociedades.
Apesar de fascinante, esta história foge aos objetivos deste texto, no qual procurar-se-á enfocar
os aspectos atuais do manejo das questões da saúde relacionadas ao trabalho, ou da Saúde
dos Trabalhadores, no Brasil.
Pela intensidade e radicalidade, estas mudanças têm sido comparadas àquelas ocorridas na
Revolução Industrial do século XVIII, com a diferença de que, em decorrência dos avanços da
informática e da comunicação, o processo, hoje, é quase que simultâneo, em escala global
(Santos, 1994; Ianni, 1995).
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A principal conseqüência desse processo de transformação, pela sua repercussão social, é a
diminuição dos postos de trabalho, ou desemprego estrutural. À diminuição absoluta do
emprego, acrescenta-se o aumento das exigências e qualificações requeridas dos
trabalhadores, reforçando a exclusão dos menos qualificados, dos muito jovens e dos mais
idosos, dos menos escolarizados e/ou portadores de algum tipo de desvantagem bio-psíquica
ou social.
Crescem o trabalho no Setor Informal, que hoje já atinge quase 50% da População
Economicamente Ativa (PEA), nos grandes centros urbanos brasileiros, e a “precarização” do
trabalho, decorrente do fenômeno da “terceirização” e “quarteirização” das atividades, e das
mudanças na legislação trabalhista que disciplina as relações de trabalho.
Como conseqüência, surgem alguns efeitos adversos do trabalho ainda pouco conhecidos,
como aqueles que requerem tempo de latência longo: a leucemia em expostos ao benzeno ou o
câncer de pulmão em expostos à poeira de sílica, por exemplo; ou efeitos decorrentes da
exposição a baixas dosagens por períodos prolongados, como os efeitos neuro-
comportamentais em trabalhadores expostos a solventes.
Esta divisão do trabalho ocorre no cenário internacional entre os países centrais e periféricos,
ou ricos e pobres, e repete-se dentro dos países, obedecendo à mesma lógica: o aumento da
produtividade, a melhoria da qualidade e a diminuição dos custos, na competitividade pelos
mercados.
Outra estratégia utilizada no processo de reestruturação produtiva tem sido a adoção da de-
regulamentação ou “flexibilização dos contratos de trabalho”. Apontada como solução paliativa
para o desemprego, tem representado uma perda de conquistas históricas dos trabalhadores,
como o repouso semanal remunerado, férias, e facilidades para a organização dos
trabalhadores nos locais de trabalho e facilidades de assistência à saúde. Pressionada pelas
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necessidades da sobrevivência, fica perdida, pelo menos a curto prazo, a possibilidade de um
tempo livre para ser dedicado às tarefas criativas e ao lazer.
A combinação das inovações tecnológicas e novos métodos gerenciais tem sido responsável
pela intensificação do trabalho, decorrente do aumento do ritmo, das responsabilidades e da
complexidade das tarefas, que se traduzem em manifestações de envelhecimento prematuro,
no aumento do adoecimento e morte por doenças cardio-vasculares e outras doenças crônico-
degenerativas, como as doenças ósteo-musculares relacionadas com o trabalho (DORT) e de
um conjunto de sintomas na esfera psíquica, como a Síndrome da Fadiga Crônica, A Síndrome
de “burn out”, outros distúrbios inespecíficos e ainda pouco conhecidos, como a “morte súbita
por excesso de trabalho”, por exemplo.
Assim, é cada vez mais difícil falar de um “mundo do trabalho” que pertence à esfera da fábrica
ou da produção e um mundo “fora do trabalho”. É igualmente difícil definir com clareza quem
são os “trabalhadores”. De quem estamos falando? O mundo é um só e os trabalhadores
transformam e são transformados, com um “modo de viver“ que é determinado historicamente,
definido socialmente, e diferenciado em classes sociais.
Assim, para se entender e intervir sobre a Saúde dos Trabalhadores no momento atual, torna-
se necessário combinar distintas abordagens e enfoques que consideram o processo de
reestruturação produtiva na globalização da economia; as mudanças urbanas; as
transformações organizacionais do trabalho; os fatores de risco industriais e ambientais e os
aspectos da saúde psico-física do trabalhador (Franco, 1997).
A complexidade deste objeto representa um grande desafio, que só pode ser superado através
de abordagens inovadoras e criativas, que considerem o acúmulo técnico-científico existente
como base, porém avancem e incorporem novos instrumentos e ferramentas de estudo-
intervenção, tendo os trabalhadores como sujeitos e parceiros da empreitada.
• A busca da compreensão das relações (de nexo) entre o Trabalho, a Saúde e a Doença dos
trabalhadores, para fins de promoção e prevenção da saúde e da assistência, incluindo o
diagnóstico, tratamento, e a reabilitação.
• A participação dos trabalhadores enquanto sujeitos de sua vida e da sua saúde, capazes de
contribuir para o melhor conhecimento das relações Saúde & Trabalho, dos efeitos
negativos do trabalho sobre suas condições de saúde-doença e de intervir politicamente
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para transformar esta realidade.
Assim, as ações de atenção à Saúde dos Trabalhadores podem ser sumarizadas em:
A rigor, nenhuma das ações, isoladamente, constitui novidade para os Serviços de Saúde. O
aspecto inovador é a tentativa de implementá-las de modo articulado, a partir de um referencial
teórico e de instrumentos de abordagem das relações trabalho, saúde e doença que buscam
integrar as dimensões individual, coletiva, técnicas e políticas envolvidas.
As principais características da atenção à saúde dos trabalhadores podem ser sintetizadas pela:
• integralidade das práticas, ou indissociabilidade das ações preventivas e curativas;
• necessidade de uma atuação transdisciplinar e interinstitucional;
• complexidade e dinamicidade decorrentes das mudanças nos processos produtivos;
• participação dos trabalhadores enquanto sujeitos das ações de saúde.
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Na atenção à saúde dos trabalhadores são indissociáveis as ações preventivas, de promoção e
proteção da saúde, da assistência, ou de recuperação e reabilitação. Mais que uma figura de
retórica, esta abordagem integrada é obrigatória, se o propósito é a resolução ou o
encaminhamento do problema do trabalhador. É etica e tecnicamente inaceitável que diante de um
quadro de acidente ou doença do trabalho, sejam adotados apenas procedimentos tradicionais de
diagnóstico e tratamento, quando disponíveis, sem uma atuação sobre as condições de risco
presentes no ambiente e/ou nas condições de trabalho, ao qual o trabalhador deve retornar,
superado seu impedimento, assim como a investigação e orientação dos demais trabalhadores
expostos ou doentes.
O controle social tem um significado particular na atenção à saúde dos trabalhadores. Conforme
assinalado anteriormente, o resgate do "saber do trabalhador" sobre as relações trabalho-saúde-
doença, e a necessidade da democratização da informação ocupam o centro da cena, fazendo
com que os trabalhadores passem de objeto das ações de saúde a sujeitos deste processo, pelo
conhecimento que detêm sobre o processo de trabalho e seu impacto sobre a saúde e pela
possibilidade de, organizados, promoverem mudanças nas condições geradoras de doença e
morte.
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No plano internacional, as diretrizes básicas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para
a definição e implementação de políticas de Saúde e Segurança no Trabalho estão contidas na
Convenção 155, adotada na 67ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada em 1981
(ratificada pelo Brasil em maio de 1992), que estabelece normas e princípios orientadores das
políticas a nível nacional e a nível das empresas de modo a promover a segurança e a saúde no
trabalho e a melhoria do ambiente de trabalho e a Convenção 161, adotada na 71ª Conferência
Internacional do Trabalho, realizada em 1985 (ratificada pelo Brasil em 1990), que trata
especificamente da regulamentação dos Serviços de Saúde no Trabalho. Estes instrumentos
Estes instrumentos possibilitam uma abordagem abrangente da questão, incluindo os três níveis
de prevenção (primária, secundária e terciária), consistente com os princípios da atenção primária
em saúde. Orientam a organização da atenção à saúde dos trabalhadores, reforçando a atuação
das equipes interdisciplinares e a necessidade da cooperação de todos os envolvidos.
Segundo a Convenção 161, “os serviços de Saúde no Trabalho devem estar orientados,
essencialmente, para as ações preventivas, aconselhando empregados e empregadores no
sentido de se buscar um ambiente e condições de trabalho seguro e salubre, favorecendo a saúde
física e mental, adaptando o trabalho à capacidade e condições dos trabalhadores”.
Uma novidade introduzida pela Convenção 161 refere-se às múltiplas possibilidades colocadas
para a organização dos serviços de saúde e segurança: pelas empresas ou grupos de empresas
interessadas; pelos poderes públicos ou serviços oficiais; pelas instituições de seguridade social;
por todo outro organismo habilitado por autoridade competente e finalmente, por qualquer
combinação das possibilidades precedentes.
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organizações
No Brasil, as responsabilidades pela atenção à saúde dos trabalhadores são compartilhadas, de
forma diferenciada, pelos empregadores, pelos trabalhadores e pelo Estado, no seu papel de
mediador e condensador das forças sociais.
É interessante considerar o tempo histórico em que cada uma das instituições entra em cena, na
evolução da Política Nacional de Saúde do Trabalhador. A atribuição do setor Saúde de fiscalizar
os ambientes de trabalho, por exemplo, já aparece mencionada no Plano de Saúde de Oswaldo
Cruz, em 1906. A primeira legislação sobre Seguro de Acidentes do Trabalho está contida no
Decreto Legislativo No. 3724, que regula as obrigações resultantes dos Acidentes do Trabalho,
data de 15 de janeiro de 1919, surgindo no bojo de um intenso processo social de reivindicação
dos trabalhadores. No âmbito do Ministério do Trabalho, as questões de Saúde e Segurança no
Trabalho são quase tão antigas quanto a sua criação em 1930. Alguns dos preceitos e normas
ainda estão vigentes, outros passam por um acelerado processo de mudança, sendo indiscutível a
experiência acumulada que a instituição tem sobre a questão. Mais recente, mas com uma
importância potencial significativa, está a atuação do Meio Ambiente.
Buscando articular e racionalizar a atuação dos setores e evitar a duplicação e desperdício dos
recursos existentes foi instituída, em 1993, a Comissão Interministerial de Saúde do Trabalhador
(CIST), com participação de representantes das áreas do Trabalho, da Previdência Social, Saúde
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e da Secretaria da Administração Federal. Esta Comissão foi, posteriormente transformada no
Grupo Executivo Interinstitucional de Saúde do Trabalhador (GEISAT), que tem por tarefa a
compatibilização e integração das políticas e práticas setoriais de atenção à saúde do trabalhador.
FIGURA 1
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Trabalho, que é representada, a nível dos estados, pelas Divisões de Segurança e Saúde do
Trabalhador (DSST) das Delegacias ou Sub-Delegacias Regionais do Trabalho.
O MTb conta com o apoio técnico da FUNDACENTRO, instituída pela Lei No. 5.161 de 21 de
outubro de 1966, com a finalidade de “realizar estudos e pesquisas sobre as condições do trabalho
e do trabalhador visando a identificação das causas de acidentes e doenças do trabalho; propor
medidas de prevenção e controle; avaliar sua aplicação e desenvolver programas educacionais e
de apoio técnico na área”.
Para o cumprimento de suas atribuições, o MTb apoia-se nos dispositivos legais vigentes,
particularmente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas Convenções Internacionais
ratificadas pelo Brasil, e nas cláusulas dos Contratos Coletivos de Trabalho, celebrados entre
empregadores e trabalhadores, através de seus representantes.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cuja primeira versão data de 1 º de Maio de 1943,
disciplina inúmeras questões referentes à saúde no trabalho: as relações de trabalho: o registro do
contrato de trabalho, jornada, remuneração, repouso e férias, as condições especiais sobre o
trabalho da mulher e do menor, e especificamente as condições de Segurança e Medicina no
Trabalho, disciplinadas no Capítulo V do Título II (alterado pela Lei No. 6.514, de 22 de dezembro
de 1977).
As Normas Regulamentadoras (NR) aprovadas pela Portaria 3.214 de 1978, que vêm sendo
atualizadas continuamente e as Normas Regulamentadoras Rurais (NNR), complementam e
detalham o Capítulo V da CLT constituindo os parâmetros básicos para a inspeção dos ambientes
e condições de trabalho e a organização das ações pelos empregadores. (ATLAS, 1998).
A Previdência Social
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apesar de não mais deter o monopólio do SAT é a
maior seguradora de Acidentes do Trabalho, no país.
Para fins de seguro, a legislação reconhece três categorias de danos à saúde dos trabalhadores
decorrentes do trabalho: os acidentes do trabalho típicos, de trajeto, e as doenças profissionais e
do trabalho, equiparados para fins de concessão dos benefícios. Exclui, ou tem muita dificuldade
para reconhecer o nexo com o trabalho, das chamadas “outras doenças relacionadas ao trabalho”,
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que têm incapacitado um contingente crescente de trabalhadores, apesar das evidências e, em
certos casos, da comprovação epidemiológica, já existentes. Para ser incluído no Seguro de
Acidentes do Trabalho é necessário que ocorra uma incapacidade para o trabalho decorrente do
acidente do trabalho.
O arcabouço legal da Previdência Social, que se refere à Saúde dos Trabalhadores, é dado pela
Lei No. 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social,
institui o Plano de Custeio, e dá outras providências, regulamentada pelo Decreto 2.173 de 5 de
Março de 1997 e pela Lei No. 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos de
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. A recente regulamentação trazida pelo
Decreto 3.048, de 6 de maio de 1999 introduziu mudanças importantes nos procedimentos
previdenciários. Consta do Anexo II do Decreto a Nova Lista das Doenças Relacionadas ao
Trabalho que se constitui, de fato em uma “Lista de Doenças” e não apenas uma “Lista de
Agentes” , como anteriormente.
Nos termos do artigo 118 da Lei no. 8.212/91, ao ser incluído no Seguro Acidentário o trabalhador
afastado do trabalho por mais de 15 dias, adquire o direito à estabilidade no emprego por 12
meses, após seu retorno ao trabalho.
É importante lembrar que quando o trabalhador adoece e necessita ser afastado do trabalho para
o esclarecimento e/ou tratamento de um problema de saúde “comum” ou aquele decorrente do
trabalho, o pagamento dos primeiros quinze dias de afastamento é de responsabilidade da
empresa. Apenas a partir do décimo-sexto dia, se o quadro mórbido exige um afastamento mais
prolongado, o paciente é encaminhado ao Seguro Social.
Entre as inúmeras mudanças que se acham em curso na esfera da Previdência Social no país,
tem sido estimulada a visita dos médicos-peritos aos locais de trabalho, visando uma melhor
caracterização técnica do nexo causal em casos de acidentes do trabalho e doenças profissionais,
garantindo melhor qualidade do trabalho.
A padronização das condutas na atividade pericial tem sido, nos últimos anos, muito valorizada
pelo INSS através da capacitação e supervisão permanente de seu quadro de Peritos, a
elaboração de Manuais de Procedimentos e revisão das Normas Técnicas, como as referentes ao
manejo previdenciário dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT); da
Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno, da Norma Técnica sobre Pneumoconioses, e sobre a
Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR).
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Outra atuação da Previdência Social, potencialmente transformadora das condições e ambientes
de trabalho, prevista no art. 120 da Lei 8.213/91, é a proposição de ação regressiva contra o
empregador, nos casos de negligência quanto às normas e padrões de segurança e higiene do
trabalho indicados para a proteção individual e coletiva.
Finalizando, é importante reafirmar que o ponto de partida de todo processo de concessão dos
Benefícios Previdenciários é o estabelecimento do nexo causal entre a doença/queixa
apresentada pelo trabalhador e o seu trabalho, atual ou pregresso, feito pelos Serviços de Saúde.
Assim, é importante que as relações entre estes setores fluam e que os possíveis obstáculos e
dificuldades sejam permanentemente negociados e superados, tendo em vista as
responsabilidades de executores de uma política do Estado.
O Sistema de Saúde
• a rede pública de Serviços de Saúde, própria e conveniada, onde se destacam, ainda que de
modo incipiente e marginal, os Programas e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador;
De acordo com o artigo 6º, parágrafo 3º da Lei Orgânica da Saúde, cabe ao SUS, a
coordenação de todas essas ações, estando prevista sua participação na normatização,
fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições públicas e
privadas (inciso VI) .
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No que às ações de saúde dos trabalhadores na rede pública, um elenco de normas e
regulamentos disciplinam sua implementação no SUS (Campos; Oliveira e Tonon, 1997). Entre
eles destaca-se a Norma Operacional Básica do SUS 01/96, que orienta, explicita e dá
conseqüência prática aos princípios e às diretrizes do Sistema, favorecendo as mudanças
essenciais no modelo de atenção à saúde, no Brasil. A partir da NOB-SUS 01/96, foi elaborada a
Norma Operacional da Saúde do Trabalhador (NOST), publicada na Portaria No. 3.120 de 1 º de
Julho de 1998.
Apesar do sistema de saúde atender trabalhadores ao longo de toda a sua existência, a atenção à
saúde dos trabalhadores, na rede pública de Serviços de Saúde, enquanto uma prática
diferenciada, aparece nos anos 80, inserida em um amplo processo social de reorganização
política e social do país e vinculada ao movimento internacional, particularmente à Reforma
Sanitária Italiana, sob a denominação de Programas e de Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador. (Dias, 1994)
Apesar de sua importância, a implementação ampla de uma atenção diferenciada à saúde dos
trabalhadores na rede pública de Serviços de Saúde tem sido difícultada pela crise financeira e o
sucateamento crônico, decorrentes da política privatista adotada para o setor, agravadas pela falta
de tradição e o desconhecimento dessa atribuição, que para muitos profissionais ainda está sob a
responsabilidade da rede privada conveniada com o antigo INAMPS.
Somam-se ao quadro, o despreparo dos profissionais para fazer o diagnóstico de uma doença
profissional ou estabelecer o nexo de uma enfermidade com o trabalho, a ausência dos meios
propedêuticos necessários; a persistência do modelo centrado na consulta médica individual em
detrimento das ações coletivas e a insuficiência ou inexistência, quantitativa e qualitativa de ações
de promoção e proteção da saúde, ainda que restritas à vigilância da saúde.
Outro fator importante é representado pela indefinição e/ou duplicidade de atribuições, tanto no
interior do SUS, como entre as instituições governamentais, particularmente com o MTb, reflexo da
falta de políticas institucionais claramente estabelecidas.
As inúmeras dificuldades enfrentadas pelos Programas estão refletidas na curta vida de alguns
deles, no abandono da área por inúmeros profissionais que "desanimam" diante dos obstáculos,
nos embates de natureza política e ideológica e a pouca sustentação oferecida, na atualidade,
pelas organizações de trabalhadores, absorvidas pelo esforço da manutenção dos empregos.
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Entre as críticas recebidas destacam-se sua denominação, que evoca os antigos programas
verticalizados, superados enquanto estratégia de atuação em Saúde Pública e a incapacidade de
cobrir o leque de ações a que se propõe, por absoluta falta de recursos materiais e humanos para
implementar uma prática inovadora
A rede privada de serviços de saúde que presta atenção à saúde dos trabalhadores é
constituída pelos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho (SESMT), mantidos pelo empregador; serviços assistenciais próprios das empresas;
Serviços de Medicina de Grupo; Seguro Saúde; Cooperativas Médicas; entidades filantrópicas,
profissionais liberais em seus consultórios particulares e os Serviços de Saúde mantidos pelas
organizações dos trabalhadores.
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trabalhadores;
a mudança no perfil nosológico da população trabalhadora, particularmente pelo
crescimento das doenças crônico-degenerativas como as Doenças Osteo-musculares
Relacionadas ao Trabalho (DORT), o sofrimento mental, entre outras, entidades para as
quais as alternativas disponíveis de diagnóstico e tratamento não têm se mostrado
adequadas;
o interesse/necessidade dos empregadores de lidar com essas questões, face às novas
exigências da produção, como os Programas de Qualidade e de Certificação pelas ISO e
BSB 8.800;
a pressão das organizações de trabalhadores;
a abertura proporcionada pela Convenção 161, ratificada pelo Brasil em maio de 1990, que
trata da regulamentação dos Serviços de Saúde no Trabalho que veio alterar
substancialmente a organização e o quadro das atribuições dos SESMTs, já mencionada
anteriormente;
a exigência do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) introduzida
pela nova redação da NR-7 dada pela Portaria 24 de dezembro de 1994, e modificada pela
Portaria 8 de maio de 1996;
Os novos enfoques para a prestação de serviços de saúde baseados no referencial da
Promoção da Saúde, a partir da Carta de Ottawa; das Declarações de Adelaide, de
Sundsvall, de Bogotá e de Jacarta (WHO, 1997).
Nas duas últimas décadas, a preocupação com o Meio Ambiente tem crescido, ocupando as
agendas técnicas e políticas a nível nacional e internacional. A maior consciência dos limites da
capacidade regenerativa e de absorção de resíduos do ecossistema natural, quanto a poluição
do ar e da água, a chuva ácida, o lixo tóxico e nuclear, e dos limites dos recursos naturais, da
pesca, das florestas, por exemplo, impõe a necessidade de repensar as atividades humanas. A
ameaça à sobrevivência do planeta resultante de questões como a dinâmica populacional, o
crescimento da miséria, o desperdício resultante de um estilo de vida consumista tem
mobilizado inúmeros e distintos setores sociais.
A Conferência da Terra (ECO 92), realizada no Rio de Janeiro em 1992, endossou a Agenda
21, um programa de ação mundial para a promoção do desenvolvimento sustentável, que
envolve modificação de conceitos e práticas referentes ao desenvolvimento econômico e social,
mas sua efetiva implementação permanece indefinida. Neste contexto, cresce a consciência de
que as questões ambientais devem ser consideradas como problemas de Saúde Pública, ao
mesmo tempo que se constata a precariedade existente no âmbito da sociedade e do governo,
em seus distintos níveis, para promover políticas e ações integradas. (Porto, 1998)
Na compreensão de que inúmeras situações de risco ambiental têm sua origem nos ambientes
e em processos de trabalho, que constituem, também, condições de risco para a saúde dos
trabalhadores é que se entrecruzam as questões de Saúde Ambiental e de Saúde dos
Trabalhadores. Assim, as intervenções para prevenção e controle das condições de risco serão
essencialmente as mesmas e a solução mais definitiva está, sem dúvida, vinculada à
reorientação do modelo de Desenvolvimento.
No cotidiano, têm se multiplicado as iniciativas que integram estas dimensões a nível das
empresas, através da Gestão Integrada de Meio Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho,
das organizações dos trabalhadores e em ações conjuntas, ainda da que pontuais, a nível dos
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órgãos públicos e ações conduzidas pela Promotoria Pública.
A Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções Penais e Administrativas
Derivadas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente representa um indiscutível
avanço para o manejo dessas questões. Entretanto ainda carece de regulamentação específica
e seus efeitos estão temporariamente suspensos em decorrência do efeito suspensivo por cinco
anos, de sua efetiva aplicação.
Outra tendência importante parece ser o manejo integrado das questões ambientais e de saúde
dos trabalhadores. Este enfoque tem sido trabalhado pelas agências internacionais, entre elas a
OIT e a OMS, e está mais bem desenvolvido em alguns setores e atividades como a Indústria
Química e nos estabelecimentos que utilizam radiações ionizantes, na busca da prevenção dos
chamados “Acidentes Maiores”. Apesar de ainda restritos, sinalizam a possibilidade de um
tratamento articulado dessas questões e uma atuação interdisciplinar e interinstitucional, a nível
internacional, extremamente interessante.
Finalizando esta abordagem suscinta das atribuições, intrumentos legais e a organização das
instituições responsáveis pelas ações de atenção à saúde dos trabalhadores, não se pode deixar
de mencionar o papel desempenhado pelo Ministério Público.
Segundo Campos & Campos (1992), o Ministério Público é instituição essencial na defesa da
ordem jurídica e dos interesses da sociedade. Tem por finalidade a fiscalização da aplicação das
Leis, com atuação independente, integrado pelos Procuradores e Promotores de Justiça.
Tem como objetivo a assistência jurídica aos trabalhadores vítimas de acidentes do trabalho e
doenças do trabalho e/ou seus dependentes, a fiscalização e acompanhamento de denúncias de
possíveis descumprimentos das normas de Segurança e Medicina do Trabalho, propondo, se for o
caso, medidas judiciais cíveis, acidentárias e penais.
O Ministério Público, de acordo com Título III, artigos 81 a 85 do Código de Processo Civil, é o
titular da ação penal pública e tem a atribuição de propor a ação civil pública "ex delicto", nos
casos de "crime de perigo" - expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. Este
artigo tem sido acionado, em casos de ocorrência de dano (acidente do trabalho ou doença
profissional), respondendo o empregador e seus prepostos, por homicídio culposo ou lesão
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corporal culposa, sujeitos à condenação criminal, com penas variáveis, de detenção, e ou
pecuniárias, de dias-multa, impelindo-os a investir na prevenção dos agravos.
Outro aspecto interessante, é o da independência entre as ações de natureza civil das de natureza
penal e de acidentes do trabalho. A ação de acidente do trabalho é de natureza alimentar e
compensatória e a de responsabilidade civil é indenizatória, visando restabelecer a situação
existente e anterior ao dano. A responsabilidade civil envolve a empresa, o patrão ou seus
prepostos.
O valor da indenização por ato ilícito, previsto pelo Código Civil é vultoso, englobando o que o
indivíduo perdeu e o que ele deixou de lucrar, e nos casos de ferimentos ou danos à saúde, o
pagamento das despesas de tratamento e dos lucros cessantes até a recuperação ou uma pensão
correspondente à importância do trabalho, nos casos de incapacidade definitiva. Em caso de dano
estético ou morfológico, muito freqüente em decorrência de acidentes do trabalho e doenças
profissionais, e muitas vezes, independente do comprometimento da capacidade para o trabalho, a
vítima fará juz a uma indenização em separado daquela devida pela sua impossibilidade para
trabalhar (Oliveira, 1998).
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Segurança e Medicina do Trabalho - que estabelece parâmetros para sua criação; finalidades;
dimensionamento, de acordo com o risco da atividade principal e o número total de empregados
da empresa, a composição qualitativa e quantitativa de seu quadro de pessoal especializado, e
suas competências e atribuições. A partir da ratificação pelo Brasil, da Convenção 161 da OIT,
relativa aos Serviços de Saúde do Trabalho, algumas prescrições da NR - 4 ficaram superadas,
como por exemplo, a possibilidade da organização dos Serviços comuns a várias empresas, por
critério geográfico ou setorial.
Em consonância com Convenção 161, abre a possibilidade de que o serviço seja contratado na
rede de serviços de saúde, desobrigando as empresas de manterem serviços próprios, sem
prescindir de suas responsabilidades para com os trabalhadores. Entretanto, é importante lembrar
que nos termos da legislação vigente, quando a empresa está obrigada, segundo os parâmetros
da NR-4 a ter o Médico do Trabalho contratado enquanto empregado, não poderá dispensá-lo e
terceirizar os serviços de saúde ocupacional.
Assim, todas as instituições que empregam trabalhadores sob o regime da CLT estão obrigadas a
elaborar e implementar o PCMSO. Os trabalhadores temporários contratados para atender
necessidades transitórias de substituição de pessoal ou suprir exigências da produção também
devem ser considerados par fins da Norma.
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Pode-se dizer que o PCMSO tem um enfoque clínico-epidemiológico, uma vez que considera,
igualmente, o indivíduo e o coletivo de trabalhadores. Ë norteado por uma postura pró-ativa, de
antecipação e prevenção e controle dos problemas. Na forma como foi planejado, o PCMSO deve
estar articulado com o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA), disciplinado pela
NR 9 (Pires do Rio, 1996).
Após cada exame de saúde ocupacional deverá ser emitido, em dias vias, o Atestado de Saúde
Ocupacional – ASO, contendo a definição de apto ou inapto (modelo anexo) . A primeira via
deverá ficar arquivada no local de trabalho do empregado, à disposição da fiscalização e a
segunda via deverá ser entregue, mediante recibo, ao trabalhador, assim como os resultados de
seus exames complementares realizados. Todas as informações recolhidas na anamnese, exame
clínico e exames complementares, conclusões, procedimentos e evolução deverão ser registrados
em prontuário clínico individual, que será arquivado sob a responsabilidade do Médico do Trabalho
que o realizou, e guardados por 20 anos após o desligamento do trabalhador. Em caso de
mudança do Médico Coordenador, este arquivos também deverão ser transferidos.
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Em que pesem os avanços da Norma, a realidade tem demonstrado que sua aplicação ainda
deixa muito a desejar. São inúmeras a denúncias de fraude, má condução técnica, desvios éticos,
que necessitam ser coibidos e corrigidos.
Não cabe aqui uma análise da pertinência e eficácia deste serviços, porém é indiscutível a
necessidade de que as ações de Medicina do Trabalho ou Saúde Ocupacional sejam melhor
articuladas às da Medicina Assistencial, tanto pela crescente importância das doenças
relacionadas com o trabalho, quanto pela necessidade da implementação da filosofia da
Promoção da Saúde, segundo a qual ambas são indissociáveis (WHO, 1997).
Para as médias e pequenas empresas, a situação parece menos promissora, uma vez que o
processo de reestruturação produtiva e a crise econômica as têm obrigado a restringir
drasticamente seus custos, recaindo os cortes também sobre os investimentos na saúde e
segurança dos trabalhadores.
A luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e trabalho, no Brasil, acompanha a
própria história do Trabalho no pais e segundo SILVEIRA, (1996) pode ser distribuída em seis
períodos: do Final do Século XIX à Revolução de 30; de 1930 a 1945; de 1945 a 1964; o período
Pós- 64; os Anos 80 e a emergência do Novo Sindicalismo; e os anos 90.
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No período pós-64, houve um grande investimento em serviços sociais nas estruturas sindicais
que permaneceram, particularmente na prestação de assistência médica e odontológica.
Nos anos 80, na constituição do “novo sindicalismo”, a luta sindical por melhores condições de
vida e trabalho foi fortemente influenciada pelos “princípios” importados da experiência italiana,
de não-delegação; validação consensual; formação de grupo operário homogêneo;
organização por local de trabalho (OLT); e a construção de uma parceria movimento operário &
intelectualidade, buscando a geração de conhecimento e instrumentalização das ações.
Este deslocamento do eixo das ações sindicais em saúde, da simples prestação de serviços
assistenciais na direção de ações mais incisivas de transformação dos ambientes e condições de
trabalho geradores de doença tem sido considerado como uma “manifestação e sinal de Saúde
– embora gestadas e movidas por trabalhadores “doentes” - na medida em que consistem na
ação de sujeitos em busca da realização de seu desejo de ter Saúde, Trabalho e Vida de
qualidade” (Rigotto, 1992).
BRASIL- Constituição da República Federativa do Brasil. In: OLIVEIRA, J. (org.) Série Legislação
Brasileira. São Paulo. Saraiva, 1989.
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BRASIL - LEI 8.080 de 19 de setembro de 1990 - Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção, e recuperação da saúde, a organizacão e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Brasilia, Assessoria de Comunicação Social do
Ministério da Saúde, 1990.
BRASIL – LEI 8212 de 24 de julho de 1991 - Dispõe sobre a organização da Seguridade Social,
institui Plano de Custeio, e dá outras providências. In: MARTINEZ, W. N. : Nova Lei Básica da
Previdência Social. São Paulo, Editora LTr, 1991.
BRASIL- LEI 8213 de 24 de julho de 1991 - Dispõe sobre o custeio da Seguridade Social. In:
MARTINEZ, W. N. Nova Lei Básica da Previdência Social. São Paulo, Editora LTr, 1991.
MENDES. R. & DIAS, E. 1991 –Da Medicina do Trabalho à Saúde do Trabalhador. Revista de
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RIGOTTO, R. M. – Não Somos Máquinas: um estudo das ações sindicais em defesa da saúde do
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DIAS, E. C. – A Atenção à Saúde dos Trabalhadores no Setor Saúde (SUS), no Brasil: Realidade,
Fantasia ou Utopia? Campinas, 1994. [Tese de Doutoramento, Faculdade de Ciências Médicas da
UNICAMP]. 335 pgs.
SANTOS, M. – O novo mapa do mundo: fim de século e globalização. São Paulo. Hucitec,
1994. 343 p.
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SILVEIRA, A .M. – Negociando a Lei: Saúde nos Acordos Coletivos de Trabalho. Belo Horizonte,
1996. [Dissertação de Mestrado, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG] . 126 p..
21
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ATLAS - SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO - Manuais de Legislação Atlas, 41ª ed. São
Paulo, 1999.
Sobre a autora:
Segundo a NR-7 (item 7.4.4) para cada exame médico realizado, deverá ser emitido um
“Atestado de Saúde Ocupacional – ASO”, em duas vias que deverá conter, no mínimo:
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Nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função;
Os riscos ocupacionais específicos existentes ou a ausência deles, na ativiadde do
empregado;
Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os
exames complementares e a data em que foram realizados;
O nome do médico coordenador (quando existir), com o respectivo CRM;
Definição se está apto ou inapto para a função que vai exercer, exerce ou já exerceu;
Nome do médico que realizou o exame e endereço ou forma de contato;
Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo, com o número de inscrição
no Conselho Regional de Medicina
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