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CONCURSO BAHIAGÁS - Noções de Gás

Natural
Definição, Origem, Composição, Características e Aplicação
do Gás Natural;
O gás natural é, como o próprio nome indica uma substância em estado gasoso nas
condições ambiente de temperatura e pressão. Por seu estado gasoso e suas
características físico–químicas naturais, qualquer processamento desta substância, seja
compressão, expansão, evaporação, variação de temperatura, liquefação ou transporte
exigirá um tratamento termodinâmico como qualquer outro gás.

Apresentamos a seguir as características do gás natural que permitem a compreensão


sob o enfoque da sua condição de substância no estado gasoso.

Origem
O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o
metano tem uma participação superior a 70 % em volume. A composição do gás natural
pode variar bastante dependendo de fatores relativos ao campo em que o gás é
produzido, processo de produção, condicionamento, processamento, e transporte.

O gás natural é encontrado no subsolo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do


exterior por rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. É o
resultado da degradação da matéria orgânica de forma anaeróbica oriunda de
quantidades extraordinárias de microorganismos que, em eras pré-históricas, se
acumulavam nas águas litorâneas dos mares da época. Essa matéria orgânica foi
soterrada a grandes profundidades e, por isto, sua degradação se deu fora do contato
com o ar, a grandes temperaturas e sob fortes pressões.

História do Gás Natural

O gás natural é conhecido pela humanidade desde os tempos da antiguidade. Em lugares


onde o gás mineral era expelido naturalmente para a superfície, povos da antiguidade
como Persas, Babilônicos e Gregos construiram templos onde mantinham aceso o "fogo
eterno".

Um dos primeiros registros históricos de uso econômico ou socialmente aproveitável do


gás natural, aparece na China dos século XVIII e IX. Os chineses utilizaram locais de
escape de gás natural mineral para construir auto-fornos destinados à cerâmica e
metalurgia de forma ainda rudimentar.

O gás natural passou a ser utilizado em maior escala na Europa no final do século XIX,
com a invenção do queimador Bunsen, em 1885, que misturava ar com gás natural e
com a construção de um gasoduto à prova de vazamentos, em 1890.

Porém as técnicas de construção de gasodutos eram incipientes, não havendo transporte

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de grandes volumes a longas distâncias, conseqüentemente, era pequena a participação
do gás em relação ao óleo e ao carvão. Entre 1927 e 1931, já existiam mais de 10 linhas
de transmissão de porte nos Estados Unidos, mas sem alcance interestadual, no final de
1930 os avanços da tecnologia já viabilizavam o transporte do gás para longos
percursos. A primeira edição da norma americana para sistemas de transporte e
distribuição de gás (ANSI/ASME B31.8) data de 1935.

O grande crescimento das construções pós-guerra, durou até 1960, foi responsável pela
instalação de milhares de quilômetros de gasodutos, dado os avanços em metalurgia,
técnicas de soldagem e construção de tubos. Desde então, o gás natural passou a ser
utilizado em grande escala por vários países, dentre os quais podemos destacar os
Estados Unidos, Canadá, Japão além da grande maioria dos países Europeus, isso se
deve principalmente as inúmeras vantagens econômicas e ambientais que o gás natural
apresenta.

O gás natural no Brasil

A utilização do gás natural no Brasil começou modestamente por volta de 1940, com as
descobertas de óleo e gás na Bahia, atendendo a indústrias localizadas no Recôncavo
Baiano. Após alguns anos, as bacias do Recôncavo, Sergipe e Alagoas destinavam
quase em sua totalidade para a fabricação de insumos industriais e combustíveis para a
RELAM e o Pólo Petroquímico de Camaçari.

Com a descoberta da Bacia de Campos as reservas provadas praticamente


quadruplicaram no período 1980-95. O desenvolvimento da bacia proporcionou um
aumento no uso da matéria-prima, elevando em 2,7% sua participação na matriz
energética nacional.

Com a entrada em operação do Gasoduto Brasil-Bolívia em 1999, com capacidade de


transportar 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia (equivalente a metade do atual
consumo brasileiro), houve um aumento expressivo na oferta nacional de gás natural.
Este aumento foi ainda mais acelerado depois do apagão elétrico vivido pelo Brasil em
2000-2001, quando o governo optou por reduzir a participação das hidrelétricas na
matriz energética brasileira e aumentar a participação das termoelétricas movidas à gás
natural.

Nos primeiros anos de operação do gasoduto, a elevada oferta do produto e os baixos


preços praticados, favoreceram uma explosão no consumo tendo o gás superado a faixa
de 10% de participação na matriz energética nacional.

Nos últimos anos, com as descobertas nas bacias de Santos e do Espírito Santo as
reservas Brasileiras de gás natural tiveram um aumento significativo. Existe a
persepctiva de que as novas reservas sejam ainda maiores e a região subsal ou "pré-sal"
tenha reservas ainda maiores.

Apesar disso, o baixo preço do produto e a dependência do gás importado, são


apontados como um inibidores de novos investimentos. A insegurança provocada pelo
rápido crescimento da demanda e interrupções intermitentes no fornecimento boliviano
após o processo de do gás na Bolívia levaram a Petrobrás a investir mais na produção

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nacional e na construção de infra-estrutura de portos para a importação de GNL (Gás
Natural Liquefeito). Principalmente depois dos cortes ocorridos durante uma das
crises[1] resultantes da longa disputa entre o Governo Evo Morales e os dirigentes da
província de Santa Cruz, obrigaram a Petrobrás reduzir o fornecimento do produto para
as distribuidoras de gás do Rio de Janeiro e São Paulo no mês de outubro de 2007.

Assim, apesar do preço relativamente menor do metro cúbico de gás importado da


Bolívia, a necessidade de diminuir a insegurança energética do Brasil levou a Petrobrás
a decidir por uma alternativa mais cara porém mais segura: a construção de terminais de
importação de GNL no Rio de Janeiro [2] e em Pecém, no Ceará[3][4] Ambos os terminais
já começaram a funcionar e permitem ao Brasil, importar de qualquer país praticamente
o mesmo volume de gás que hoje o país importa da Bolívia.

Para ampliar ainda mais a segurança energética do Brasil, a Petrobrás pretende,


simultaneamente, ampliar a capacidade de importação de gás construindo novos
terminais de GNL no sul e sudeste do país até 2012, e ampliar a produção nacional de
gás natural nas reservas da Santos.

Composição do Gás

A composição do gás natural bruto é função de uma série de fatores naturais que
determinaram o seu processo de formação e as condições de acumulação do seu
reservatório de origem.

O gás natural é encontrado em reservatórios subterrâneos em muitos lugares do planeta,


tanto em terra quanto no mar, tal qual o petróleo, sendo considerável o número de
reservatórios que contém gás natural associado ao petróleo. Nestes casos, o gás recebe a
designação de gás natural associado. Quando o reservatório contém pouca ou nenhuma
quantidade de petróleo o gás natural é dito não associado.

Composição do Gás Natural Bruto

Os processos naturais de formação dos gás natural são a degradação da matéria orgânica
por bactérias anaeróbias, a degradação da matéria orgânica e do carvão por temperatura
e pressão elevadas ou da alteração térmica dos hidrocarbonetos líquidos.

A matéria orgânica fóssil é também chamada de querogêneo e pode ser de dois tipos:
querogêneo seco, quando proveniente de matéria vegetal e querogêneo gorduroso,
quando proveniente de algas e matéria animal.

No processo natural de formação do planeta ao longo dos milhões de anos a


transformação da matéria orgânica vegetal, celulose e lignina, produziu o querogêneo
seco que ao alcançar maiores profundidades na crosta terrestre sofreu um processo
gradual de cozimento, transformando-se em linhito, carvão negro, antracito, xisto
carbonífero e metano e dando origem às gigantescas reservas de carvão do planeta.

A transformação da matéria orgânica animal ou querogêneo gorduroso não sofreu o


processo de cozimento e deu origem ao petróleo. Nos últimos estágios de degradação do
querogêneo gorduroso, o petróleo apresenta-se como condensado volátil associado a

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hidrocarbonetos gasosos com predominância do metano. Por esta razão é muito comum
encontrar-se reservas de petróleo e gás natural associados.

Assim, o gás natural como encontrado na natureza é uma mistura variada de


hidrocarbonetos gasosos cujo componente preponderante é sempre o Metano. O gás
natural não associado apresenta os maiores teores de Metano, enquanto o gás natural
associado apresenta proporções mais significativas de Etano, Propano, Butano e
hidrocarbonetos mais pesados.

Além dos hidrocarbonetos fazem parte da composição do gás natural bruto outros
componentes, tais como o Dióxido de Carbono (CO2), o Nitrogênio (N2), Hidrogênio
Sulfurado (H2S), Água (H2O), Ácido Clorídrico (HCl), Metanol e impurezas mecânicas.
A presença e proporção destes elementos depende fundamentalmente da localização do
reservatório, se em terra ou no mar, sua condição de associado ou não, do tipo de
matéria orgânica ou mistura do qual se origino, da geologia do solo e do tipo de rocha
onde se encontra o reservatório, etc.

Para exemplificar a diversidade e a variabilidade da composição do Gás Natural Bruto,


bem como a predominância do gás Metano, apresentamos a seguir a Tabela 1 –
Composição do Gás Natural Bruto em Alguns Países.

Tabela 1 – Composição do Gás Natural Bruto em Alguns Países

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Composição do Gás Natural Comercial

A composição comercial do gás natural é variada e depende da composição do gás


natural bruto, do mercado atendido, do uso final e do produto gás que se deseja. Apesar
desta variabilidade da composição, são parâmetros fundamentais que determinam a
especificação comercial do gás natural o seu teor de enxofre total, o teor de gás
sulfídrico, o teor de gás carbônico, o teor de gases inertes, o ponto de orvalho da água, o
ponto de orvalho dos hidrocarbonetos e o poder calorífico.

Apresentamos à seguir as normas para a especificação do Gás Natural a ser


comercializado no Brasil, de origem interna e externa, igualmente aplicáveis às fases de
produção, de transporte e de distribuição desse produto, determinadas pela Agência
Nacional do Petróleo – ANP na Portaria N.º 41, de 15 de Abril de 1998. O Gás Natural
deverá atender à especificações apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Especificação para o Gás Natural Comercializado no Brasil

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Obs.: (1) - Limites especificados são valores referidos a 20ºC a 101,33 kPa (1 atm),
exceto onde indicado.
(2) - Para as Regiões Norte e Nordeste, admite-se o valor de 3,5.
(3) - Para as Regiões Norte e Nordeste, admite-se o valor de 6,0.
(4) - Para as Regiões Norte e Nordeste, admite-se o valor de - 39.

Fonte: Agência Nacional do Petróleo – ANP, Regulamento Técnico ANP N.º 001/98

Além de obedecer aos índices da Tabela 2, o produto deve estar sempre livre de poeira,
água condensada, odores objetáveis, gomas, elementos formadores de goma, glicóis,
hidrocarbonetos condensáveis, compostos aromáticos, metanol ou outros elementos
sólidos ou líquidos que possam interferir com a operação dos sistemas de transporte e
distribuição e à utilização pelos consumidores.

O gás natural pode ser transportado sem odorização, exceto quando requerido por
normas de segurança aplicáveis, porém, é obrigatória a presença de odorante na
distribuição.

A determinação das características do produto far-se-á mediante o emprego de normas


da American Society for Testing and Materials (ASTM) e da International Organization
for Standardization (ISO), segundo os Métodos de Ensaio listados à seguir:

• ASTM D 1945 - Standard Test Method for Analysis of Natural Gas by Gas
Chromatography;
• ASTM D 3588 Calculating Heat Value, Compressibility Factor, and Relative
Density (Specific Gravity) of Gaseous Fuels;
• ASTM D 5454 - Standard Test Method Water Vapor Content of Gaseous Fuels
Using Electronic Moisture Analyzers;

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• ASTM D 5504 - Standard Test Method for Determination of Sulfur Compounds
in Natural Gas and Gaseous Fuels by Gas Chromatography and
Chemiluminescence;
• ISO 6326 - Natural Gas - Determination of Sulfur Compounds, Parts 1 to 5;
• ISO 6974 - Natural Gas - Determination of Hydrogen, Inert Gases and
Hydrocarbons up to C8 - Gas Chromatography Method;

Para adquirir as características comerciais desejadas o gás natural bruto passa por
tratamento em uma Unidade de Processamento de Gás Natural – UPGN, que efetua a
retirada de impurezas e a separação dos hidrocarbonetos pesados.

Como podemos ver na Tabela 3 – Produtos Comercializáveis, que apresenta os


principais produtos derivados dos hidrocarbonetos e sua classificação geral, os
hidrocarbonetos mais pesados originam produtos de alto valor comercial. Sendo assim,
o gás natural comercializado é composto basicamente por Metano e as quantidades de
Etano e Propano presentes são apenas suficientes para elevar o poder calorífico e
alcançar o valor desejado, uma vez que o poder calorifico do Etano 1,8 vezes maior que
o do Metano e o do Propano é mais de 2,6 vezes superior ao do Metano, como poderá
ser visto na Tabela 4 – Constante Físicas dos Hidrocarbonetos no item 1.3
Características do Gás Natural abaixo.

Tabela 3 – Produtos Comercializáveis

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Fonte: GAS ENGINEERS HANDBOOK
Características do Gás Natural

Como foi explicitado no item anterior, o gás natural comercializável é quase


completamente Metano e a partir deste ponto do texto será tratado como gás natural.
Referências ao gás natural bruto serão explícitas.

Pela predominância do Metano na composição do gás natural todas as analises físicas e


termodinâmicas podem ser realizadas como se este fosse o único gás presente na
mistura, sem comprometimento do resultados, como tem mostrado a prática.

Para facilitar a identificação das características do gás natural a Tabela 4 – Constante


Físicas dos Hidrocarbonetos abaixo apresenta os principais valores de interesse.

Tabela 4 – Constante Físicas dos Hidrocarbonetos

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Obs.: Os números em parêntesis são estimados
* Volumes reais de gás corrigidos para desvio
Fonte: GAS ENGINEERS HANDBOOK

São importantes características do gás natural sua densidade inferior à do ar, seu baixo
ponto de vaporização e o limite de inflamabilidade em mistura com o ar superior a
outros gases combustíveis.

i.Densidade – o gás natural é o único gás cuja densidade relativa é inferior à 1,0, sendo
portanto mais leve que o ar. Este fato tem importância decisiva para segurança;

ii.Ponto de Vaporização – é o ponto em que ocorre a mudança de fase do estado líquido


para o estado gasoso em uma certa combinação de temperatura e pressão. À pressão
atmosférica a vaporização do gás natural ocorre à temperatura de (-162) ºC;

iii.Limites de Inflamabilidade – os limites de inflamabilidade podem ser definidos como


as percentagens mínima e máxima de gás combustível em composição com o ar, a partir
das quais a mistura não irá inflamar-se e permanecer em combustão. O limite inferior
representa a menor proporção de gás em mistura com o ar que irá queimar sem a
aplicação continua de calor de uma fonte externa. Em proporções menores ao limite
inferior a combustão cessa quando interrompida a aplicação de calor. O limite superior
é a proporção de gás na mistura a partir da qual o gás age como diluente e a combustão
não pode se auto-propagar. Para o Gás Natural, os limites de inflamabilidade inferior e
superior são, respectivamente, 5% e 15% do volume;
Equação de Estado do Gás

O comportamento das variáveis pressão, temperatura e volume dos gases reais é


bastante difícil de descrever e para modela-lo utiliza-se a Lei do Gás Perfeito ou Ideal.
A partir de observações experimentais foi estabelecido que o comportamento das
variáveis pressão, temperatura e volume dos gases à baixa densidade pode ser

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representado com bastante precisão pela seguinte equação de estado, chamada “Equação
de Estado dos Gases Ideais”:

Onde:
P = Pressão [Pa = N/m2];
V = Volume [m3];
n = N.º de Moles;
R (Constante Universal dos Gases Ideais) = 8,3144 N m / (mol K);
T = Temperatura Absoluta [K];

O peso molecular do Metano (CH4) é 16,04, o que significa dizer que cada mol de CH4
pesa 16,04 gramas. Assim, conhecida massa de gás, pode-se calcular o número de
moles.
Em densidades muito baixas, todos os gases e vapores reagem de maneira bastante
próxima à relação P-V-T da equação de estado dos gases ideais.
Como a densidade é uma função da pressão e da temperatura, verifica-se que em
pressões muito baixas e temperaturas superiores tal comportamento se verifica.
Em pressões maiores, o comportamento dos gases pode desviar-se substancialmente da
equação de estado dos gases ideais. Para corrigir-se este desvio introduz-se, então, um
fator de correção variável chamado Fator de Compressibilidade (z), e equação de estado
dos gases reais:

Tal fator pode ser uma função gráfica ou matemática de temperatura, pressão e
composição do gás.
Para um gás perfeito, z = 1; para o gás natural pode-se considerar o fator de
compressibilidade do metano dado no seu diagrama de compressibilidade4.Expansão do
Gás

A expansão do gás natural tem algumas aplicações importantes como a liquefação do


gás em pequenas proporções e a realização de trabalho recuperando energia do gás
natural liqüefeito quando da sua vaporização.
Assim como ocorre na compressão, a expansão de um gás se aproxima de uma
expansão adiabática e obedece à equação teórica abaixo:

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Os processos termodinâmicos são semelhantes, com a única diferença de que a
expansão libera energia enquanto a compressão consome energia.
Assim, se a expansão é feita através de uma turbina (turbo-expansor), pode-se realizar
trabalho útil vencendo uma resistência (carga) sobre seu eixo.
Neste processo de expansão adiabática as variáveis de estado (P-V-T) comportam-se de
tal forma que a temperatura final é significativamente menor que a inicial, permitindo
sua aplicação em processos de liquefação.

Compressão do Gás

A compressão do gás natural tem papel importante em toda sua cadeia, desde a
produção até o consumo, seja para desenvolver as atividades de transporte,
armazenagem ou alimentação de equipamentos.
Conhecido o comportamento das variáveis pressão, temperatura e volume para o gás
natural pode-se calcular a potência teoricamente necessária para comprimi-lo através de
expressões analíticas que consideram o desvio dos gases reais da Lei de Estado dos
Gases Ideais. Quando está disponível, pode-se obter este valor diretamente no Diagrama
de Mollier para gases reais.
Quando um gás real é comprimido em um único estágio a compressão se aproxima de
um processo adiabático, ou seja, praticamente sem troca de calor entre o gás
comprimido e o ambiente.
Os cálculos teóricos de uma compressão adiabática resultam no máximo trabalho
teórico necessário para comprimir o gás entre dois níveis de pressão. Por outro lado, os
cálculos teóricos de uma compressão isotérmica, ou seja, na qual a temperatura do gás
comprimido não se altera com a elevação de pressão, determinam o valor do mínimo
trabalho necessário para se efetuar a compressão.
Portanto, estes dois resultados indicam os limites inferiores e superiores da potência
necessária para a compressão do gás.
A dedução das expressões analíticas para o cálculo do trabalho necessário para a
compressão de um gás parte sempre da equação abaixo, considerando-se o inexistência
de variações na energia cinética, potencial e de perdas.

Onde:
W é o trabalho requerido para comprimir o gás do estado 1 ao 2;
V é o volume;
p1 e p2 são as pressões inicial e final;

Para calcular de forma prática a potência necessária à compressão do gás natural pode-
se utilizar as fórmulas abaixo. Na primeira são levados em conta o fator de
compressibilidade do gás e a eficiência do compressor e, na segunda, uma fórmula mais

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simples e adequada a pressões superiores a 2 kg/cm ², é considerada a característica do
compressor.

i.Primeira Equação

Onde:
W é a potência de compressão [kW];
Q é a vazão [Nm3/h];
z é o fator de compressibilidade;
h é a eficiência do compressor;
k é a razão entre os calores específicos do gás (Cp/Cv). Para o gás natural é 1,31;
P1 e P2 são as pressões de entrada e saída;

ii.Segunda Equação

Onde:
W é a potência de compressão [kW];
K é a característica do motor-compressor e varia de 0,1 a 0,16;
Q é a vazão de descarga [m³/h];

Expansão do Gás

A expansão do gás natural tem algumas aplicações importantes como a liquefação do


gás em pequenas proporções e a realização de trabalho recuperando energia do gás
natural liqüefeito quando da sua vaporização.

Assim como ocorre na compressão, a expansão de um gás se aproxima de uma


expansão adiabática e obedece à equação teórica abaixo:

Os processos termodinâmicos são semelhantes, com a única diferença de que a

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expansão libera energia enquanto a compressão consome energia.

Assim, se a expansão é feita através de uma turbina (turbo-expansor), pode-se realizar


trabalho útil vencendo uma resistência (carga) sobre seu eixo.

Neste processo de expansão adiabática as variáveis de estado (P-V-T) comportam-se de


tal forma que a temperatura final é significativamente menor que a inicial, permitindo
sua aplicação em processos de liquefação.

Variação de Temperatura do Gás

O fenômeno de variação de temperatura que ocorre com um gás quando da sua


compressão ou expansão, pode ser facilmente calculado através da seguinte expressão:

Onde:
T2 e T1 são as temperaturas de saída e entrada [K];
P2 e P1 são as pressões de saída e entrada;
k é a razão entre os calores específicos do gás (Cp/Cv). Para o gás natural é 1,31, Cp é o
calor específico a pressão constante e Cv é o calor específico a volume constante;

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Liquefação do Gás

A liquefação consiste em processos termodinâmicos que promovem a mudança de


estado dos gases para o estado líquido. Devido às características de alguns gases, o
Metano entre eles, a mudança para o estado líquido não ocorrer com a elevação da
pressão, sendo necessário a adoção de resfriamento. Para tais gases, chamados
criogênicos, a temperatura acima da qual não existe uma mudança distinta das fases
líquido e vapor, a temperatura crítica, se encontra abaixo da temperatura ambiente.

O Gás Natural Liqüefeito (GNL)‚ uma mistura, em fase líquida de vários constituintes.
Seu comportamento, na presença dos vapores destes componentes obedece às leis da
termodinâmica do equilíbrio de fases das misturas. Na prática, são usadas as curvas e
tabelas do componente de maior proporção, o metano. Para representar comportamento
termodinâmico são usados os diagramas de entropia (temperatura/entropia), entalpia
( entalpia/pressão) e de Mollier (entalpia/entropia) do metano com excelente
aproximação, para GNL de alto teor de metano, no cálculo das mudanças de fase gas-
GNL.

A liquefação do gás natural permite estoca-lo e transporta-lo sob forma condensada em


condições técnico-econômicas viáveis. Como pesa menos de 500 Kg/m3, não necessita
de uma estrutura mais forte do que se fosse para água. Se o gás fosse comprimido, a
estrutura necessitaria de mais aço.

Composição e Características Físicas do GNL

A composição do gás natural liqüefeito, igualmente à do gás natural comercial depende


fundamentalmente do seu reservatório de origem. Antes da liquefação é necessário
submeter o gás natural bruto a tratamentos que dependem das características originais
do gás e normalmente consistem dos seguintes processos:

• desidratação total para evitar o risco de formação de hidratos ou a formação de


gelo;
• dessulfurização, para evitar riscos de corrosão dos equipamentos;
• descarbonatação e eliminação dos C5+, para evitar a formação de partículas
abrasivas;
• separação eventual do mercúrio cuja condensação pode provocar estragos nas
canalizações de alumínio;
• retirada de hélio;

Dentre as características relevantes do Gás Natural Liqüefeito, podemos ressaltar:

• incolor;
• temperatura do líquido à pressão atmosférica é entre (-165) ºC e (-155) ºC,
dependendo da composição;
• pressão operacional da planta entre poucos mbar até 75 bar;
• densidade relativa entre 0,43 a 0,48, conforme a composição;

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• calor de vaporização latente de 120 Kcal/Kg;
• elevada taxa de expansão. A vaporização de 1 m3 de GNL produz entre 560 e
600 Nm3 de gás.

Cadeia,
A cadeia produtiva de petróleo e gás natural é bastante ampla. Tradicionalmente, pode
ser dividida em dois grandes blocos: as atividades do upstream (exploração e produção)
e as do downstream (transporte, refino e distribuição). Entretanto, suas ligações são
mais extensas, na medida em que as atividades citadas utilizam grande número de
equipamentos complexos e específicos (plataformas, dutos, equipamentos para refino e
processamento) e serviços especializados (engenharia, automação, consultoria,
construção, manutenção e segurança, entre outros).

Suas quatro refinarias respondem por 42% da capacidade total do país, além de serem
responsáveis por importante capacidade de produção de derivados nobres e de
processamento de petróleo pesado de origem nacional.

No segmento de refino, a participação do Estado de São Paulo assume destaque. Suas


quatro refinarias respondem por 42% da capacidade total do país, além de serem
responsáveis por importante capacidade de produção de derivados nobres e de
processamento de petróleo pesado de origem nacional. Esse destaque estadual na
estrutura de refino do país relaciona-se estreitamente ao mercado regional de
combustíveis, no qual São Paulo assume relevância, com parcela superior a um quarto
do mercado nacional. Da mesma forma que ocorre para os derivados de petróleo, o
mercado paulista se destaca também em relação ao consumo de gás natural: maior
mercado do país, sua participação foi de 39% em 2007.

Historicamente, o Estado de São Paulo caracterizava-se pela amplitude de seu mercado


consumidor de combustíveis e pela inexistência de campos de onde pudessem ser
extraídas quantidades significativas de petróleo e gás natural - GN. Isso mudou,
primeiro, com as descobertas de gás natural na Bacia de Santos, um marco na indústria
de gás natural do Estado e do país. O campo de Mexilhão, a primeira grande descoberta
de GN na Bacia de Santos, deverá entrar em operação no primeiro semestre de 2010,
produzindo cerca de 15 milhões de metros cúbicos por dia, o equivalente ao consumo
atual de todo o Estado.

Até 2013, o conjunto de reservas do pré-sal deverá disponibilizar para o mercado cerca
de 7 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural e 219 mil barris/dia de óleo.

Outras descobertas de gás natural e petróleo leve em grandes quantidades na Bacia de


Santos ampliaram ainda mais o potencial do Estado para a cadeia do setor. Até 2013, o

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conjunto de reservas do pré-sal deverá disponibilizar para o mercado cerca de 7 milhões
de metros cúbicos/dia de gás natural e 219 mil barris/dia de óleo. Nesse sentido, São
Paulo, por possuir parcela significativa do parque nacional de fabricantes de
equipamentos para o segmento de petróleo (superior a 40%) e um conjunto estruturado
de instituições de ensino e pesquisa, ao longo dos próximos anos, deverá destacar-se
como referência tecnológica.

Com foco nesse potencial, em setembro de 2007, o governo do Estado criou a Comissão
Especial de Petróleo e Gás Natural do Estado de São Paulo, voltada para o
desenvolvimento de trabalhos com o objetivo de internalizar os benefícios econômicos e
sociais das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, atender às
demandas da cadeia produtiva do setor, fortalecer e qualificar o parque industrial
paulista e ampliar a pesquisa tecnológica e de inovação, entre outros.

Na esfera federal, destaca-se o Programa Nacional de Mobilização da Indústria de


Petróleo e Gás Natural - Prominp, responsável, entre outros projetos, pelo Programa
Nacional de Qualificação Profissional - PNQP, cujo objetivo é ampliar a formação de
mão-de-obra a partir de cursos oferecidos em conjunto com instituições regionais, como
as Fatecs e o IFSP.

Voltado para o estímulo da inovação e para a formação e a qualificação de recursos


humanos da cadeia produtiva do setor, o Fundo Setorial do Petróleo e Gás Natural -
CTPETRO, da Finep, tem liberado recursos para diversas instituições paulistas, entre
elas, o Centro de Estudos de Petróleo - Cepetro e o Instituto de Química, ambos da
Unicamp; a Escola Politécnica e o Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, da
USP; o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT; a Associação
Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron - ABTLUS. Em linhas gerais, os projetos
são voltados para o aumento da produção e da produtividade, a redução de custos e
preços e a melhoria da qualidade dos produtos do setor.

Produção,
O gás natural tem composição variada, em geral característica de cada região onde é
encontrado, e assim é definido como uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, entre os
quais prepondera o metano (CH4), cujo teor pode oscilar entre 65% e 95%. Outros
hidrocarbonetos usualmente encontrados em proporções significativas são o etano
(C2H6), o propano (C3H8) e butano (C4H10), mas há também hidrocarbonetos mais
pesados, gás carbônico, nitrogênio, ácido clorídrico, metanol, água, impurezas
mecânicas e outras substâncias.

O teor de metano em geral é mais elevado no chamado "gás natural não associado",
obtido isoladamente do petróleo. Para avaliarmos a composição de alguns tipos de gás,
podemos examinar o que está nas tabelas de nossa seção didática "Gás Natural", sub-

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seção "O Gás", item 1 "Composição do gás", distinguindo o "gás bruto", aquele que é
extraído (sub-item 1.1), do "gás comercial", que chega aos usuários (sub-ítem 1.2).

Para garantir que o fluxo do gás não conterá substâncias indesejáveis (não trazendo
portanto problemas para as tubulações e equipamentos que percorre), extrair
componentes comercialmente viáveis, como os hidrocarbonetos alcanos, e adequar o
gás bruto às características especificadas para consumo, são utilizadas as chamadas
"unidades de processamento de gás natural" - UPGNs, projetadas de acordo com a
composição do gás bruto local, e visando a destinação que terá o gás comercial.

Os países com redes de distribuição mais desenvolvidas têm, como é razoável supor, um
número maior de UPGNs, em operação, centenas delas - só em 2008 foram 24 novas
unidades, segundo a publicação "Oil&Gas Journal". Ocorre o contrário em países que
apenas agora começam a entrar na "era do gás natural", como Angola, que iniciou ano
passado a construção de sua primeira planta, no norte do país.

O Brasil chegou cedo ao tratamento do gás - sua primeira UPGN é de 1962, e continua
em operação. De lá para hoje construímos um total de vinte e cinco unidades, sendo
onze na região Sudeste, dez no Nordeste e três no Norte, nos campos de Urucu,
totalizando uma capacidade de tratamento de 62 milhões de m3/dia. Nos últimos anos,
com o impulso que a Petrobras deu à produção e transporte de gás, acelerou-se a
instalação de UPGNs, mais sofisticadas e de maior capacidade, que vão assegurar o
cumprimento do objetivo de massificar o consumo de gás no país.

Para melhor apreciação do que temos hoje em UPGNs, reproduzimos abaixo uma tabela
publicada no "Boletim do Gás Natural do MME - Ministério de Minas e Energia", nº
27,de junho/09:

17
Aplicações

O gás natural, após tratado e processado, é utilizado largamente em residências, no


comércio, em indústrias e em veículos. Nos países de clima frio, seu uso residencial
e comercial é predominantemente para aquecimento ambiental. Já no Brasil, esse uso
é quase exclusivo em cocção de alimentos e aquecimento de água.
Na indústria, o gás natural é utilizado como combustível para fornecimento de calor,
geração de eletricidade e de força motriz, como matéria-prima nos setores químico,
petroquímico e de fertilizantes, e como redutor siderúrgico na fabricação de aço.
Na área de transportes, é utilizado em ônibus e automóveis, substituindo o óleo
diesel, a gasolina e o álcool.
18
Transporte e Comercialização do Gás Natural;

A atividade de transporte na Lei do Petróleo e o livre acesso

A atividade de transporte é disciplinada legalmente nos art. 56 a 59 da Lei do


Petróleo (Lei n. ° 9478/97). No art. 56 da Lei do Petróleo são definidos os requisitos
para o exercício da atividade de transporte: “Observadas as disposições das leis
pertinentes, qualquer empresa ou consórcio de empresas que atender ao disposto no art.
5° poderá receber autorização da ANP para construir instalações e efetuar qualquer
modalidade de transporte de petróleo, seus derivados e gás natural, seja para suprimento
interno ou para importação e exportação”. Como se pode observar na dicção legal,
concebeu-se a atividade de transporte como atividade independente na cadeia e não
como atividade interna da empresa, como acontecia antes da flexibilização do
monopólio sobre o petróleo e o gás. Do ponto de vista da defesa da concorrência a
separação da atividade de transporte é um modo de fazer frente aos problemas
decorrentes das concentrações verticais. Deste modo, a regulação da atividade de
transporte toca justamente no fenômeno chamado de “verticalização de empresas”, em
que uma empresa atua em todos os elos da cadeia produtiva. Ademais, é de bom alvitre
sublinhar que na indústria petrolífera se conhecem basicamente dois tipos de empresa:
as empresas independentes, que atuam somente no “upstream” da indústria (exploração
e produção); as empresas integradas que além de atuarem no setor “upstream”, também
atuam em alguma atividade do “downstream” (refino, processamento, distribuição e
comercialização) ou no “midstream” (transporte). Referindo-se ao ato de integração,
diz-se que a empresa integrada vai do poço ao posto. A existência das empresas
integradas junge-se historicamente ao monopólio de fato que foi estabelecido pela
Standard Oil nos Eua, sob a égide Rockfeller, resultando em grande concentração
econômica. O problema da “verticalização” na indústria petrolífera sob a figura das
empresas integradas oscila entre dois marcos: um é o problema das concentrações
empresariais, lesivas ao mercado e devendo ser submetidas ao regime de defesa da
concorrência; o outro é que a integração na indústria petrolífera é uma estratégia vital
desta indústria petrolífera , de modo a garantir ao longo da cadeia produtiva a
compensação de investimentos realizados na exploração e produção, garantido-se,
igualmente, parcela grande do mercado consumidor e de boa fatia dos lucros
(conseguidos principalmente nas atividades de distribuição e comercialização). Por estas
razões, é interessante que a atividade de transporte seja separa da do restante da cadeia
produtiva e, de certa maneira, este foi objetivo da Lei do Petróleo ao estabelecer um
regime específico para atividade de transporte, diferenciando-os dos demais. Seguindo
esta tendência de separação da atividade de transporte das outras componentes da
indústria petrolífera e tomando-se o caso inglês de abertura como exemplo da

19
necessidade de desverticalização da indústria no processo de abertura de mercado , o
art. 65 da Lei do Petróleo determinou que a Petrobrás criasse uma subsidiária com
atribuições específicas para a realização de atividades ligada ao transporte. A prestação
da atividade de transporte por empresas independentes, portanto, ganha dimensões
relevantes no novo cenário da indústria petrolífera nacional, orientando a interpretação
dos dispositivos constitucionais e legais, bem como a regulação normativa da atividade.

Ainda quanto à atividade de transporte e sua forma de prestação, a Lei do


Petróleo, a princípio, estimula que a atividade de transporte seja executada de forma
competitiva, com a entrada cada vez maior de outros agentes na sua prestação, mas
admite que ela seja prestada em monopólio natural (que acontece de fato hoje no setor,
em razão da atuação da Transpetro, subsidiária da Petrobrás), estabelecendo-se, em
contrapartida, a obrigação de prover o livre acesso, prevenindo-se os efeitos danosos da
posição dominante de um transportador neste segmento. Vale ressaltar que a obrigação
de livre acesso é válida independentemente da existência de monopólio natural na
prestação.

O regime de livre acesso aos dutos de transporte é disciplinado legalmente nos


art. 58 e 59 da Lei do Petróleo. A partir destes artigos se pode deduzir o significado
deste acesso na legislação.

A princípio, uma distinção trazida pela lei em comento é relevante para a


discussão aqui travada é a entre dutos de transporte e transferência, consagrada no art.
6°, incisos VII e VII. Define-se transporte como “movimentação de petróleo e seus
derivados ou gás natural em meio ou percurso considerado de interesse geral” e
transferência como “movimentação de petróleo, derivados ou gás natural em meio ou
percurso considerado de interesse específico e exclusivo do proprietário ou explorador
das facilidades”.
A utilização de cláusulas gerais para a distinção entre dutos de transporte e de
transferência coloca o seguinte questionamento: quando estaremos diante de um duto de
transporte e de um duto de transferência, ou seja, quando é possível detectar que existe
interesse geral na utilização das instalações de transporte? De posse da noção de que a
atividade é de interesse público e vital importância para a matriz energética brasileira, o
transporte será justamente a atividade que enlaçará todos os elos da cadeia produtiva do
petróleo e gás. Destarte, a movimentação de petróleo e gás será considerada transporte
quando ligar cada um destes elos, ou seja, a exploração e produção com o refino, o
refino com a exportação, o processamento com a distribuição e assim por diante. O
interesse geral e de terceiros residirá na função da atividade de transporte tem em ligar
as atividades da indústria petrolífera em uma cadeia de produção, e não num mero juízo
subjetivo realizado pelos interessados no acesso. Socorrendo-se de um exemplo, embora
uma mesma empresa detenha num mesmo complexo industrial atividades ligadas à
produção e a exportação de petróleo, o duto que ligará estas atividade na movimentação
do óleo poderá ser considerado um duto de transporte (seria o caso da previsão de
reclassificação dos dutos de transferência prevista no art. 59 da Lei do Petróleo), de tal
sorte que seu proprietário não poderá impedir seu acesso a terceiros, já que liga elos
diferentes da cadeia produtiva do petróleo e gás, negação de acesso que poderá cara. Só
poderemos ter um duto de transferência em cada elo da cadeia considerado em si, pois
nessa qualidade não estará implicada a garantia da continuidade da cadeia produtiva.

20
Em outras palavras, os dutos de transferências, considerados a partir dos elos da cadeia
individualmente, existirão quando houver exclusividade na sua exploração, pois
destinados a satisfazer unicamente as necessidades do empreendimento (Ex.: dutos que
movimentam gás na área de concessão de exploração e produção).
Outro ponto importante do regime de livre acesso na Lei do Petróleo é a
resolução do conflito quanto à remuneração estabelecida pelas partes. A adjudicação
compulsória desta espécie de conflito pela ANP, não deixando ao alvitre das partes
devido à possibilidade contínua de o transportador praticar preços que favoreçam seus
associados e filiados, bem como se constituam em barreiras à entrada de novos agentes,
abusando-se da sua posição dominante e da assimetria de informações.

Regulação do livre acesso no transporte de gás natural promovida pela ANP

Em virtude do poder regulatório consagrado no art. 8° da Lei do Petróleo, a


Agência Nacional do Petróleo está sendo o principal ator na implementação do livre
acesso nas atividades de transporte de gás natural, levando em conta a necessidade de
propiciar a entrada de novos agentes no setor e a concorrência no segmento.
Para acompanharmos esta regulação, analisaremos as portarias da ANP acerca
do tema, das quais algumas estão em vigor, outras estão revogadas e outras estão em via
de serem publicadas. Esta breve descrição embasará as considerações do último
trabalho, que corresponderá às problemáticas na regulação do livre acesso.
A primeira portaria de importância para a regulação do livre acesso é a
portaria 170/98 ANP. Embora seja posterior à portaria 169/98 ANP, ela possui grande
importância, visto que a portaria 169 se encontra revogada e que a portaria 170
estabelece prescrições para a exploração da atividade de transporte. Nestes termos, a
portaria 170 possui três dispositivos relevantes para o regime de livre acesso aos dutos
de transporte de gás natural. Um deles é o art. 6°, que no seu parágrafo único prescreve
que as empresas transportadoras de gás natural exercerão somente esta atividade,
proibindo, por conseguinte, que comercializem também gás natural. Os outros dois
dispositivos importantes da portaria ora descrita, são referentes à definição de dutos de
transferência, que corroboram as nossas idéias de que só há dutos de transferência
quando é considerado cada elo da cadeia em si. Deste modo o art. 1°, § 4° fala que os
dutos de transferência internos a uma planta industrial não estão sujeitos à portaria,
bem como o parágrafo único do art. 5° prescreve que os dutos de transferência restritos
a áreas industriais não estão sujeitos às obrigações impostas no art. 5°.
Outra portaria de importância é a 169/98 ANP. Embora atualmente esteja
revogada, ela possui dispositivos que refletem a adoção da prática do livre acesso no
Brasil. Deste modo, o art. 12, I da portaria em comento proíbe que o transportador de
gás natural compre ou venda gás, a não ser para consumo próprio. Ela introduziu a
figura do carregador, que passaria a ser responsável pela comercialização do gás,
diminuindo com esta medida o poder do transportador. Procurou incentivar a criação de
um mercado de contratos de curto prazo por meio do oferecimento da capacidade
disponível e da capacidade contratada ociosa a terceiros interessados. No art. 10
prescreveu cláusulas cogentes que deverão ser observadas na negociação das tarifas de
transporte entre transportadores e carregadores.
No período do racionamento de energia elétrica e em atendimento ao
Programa Prioritário de Termeletricidade, a ANP baixou a portaria 98/2001, que, em
termos de aprimoramento do livre acesso, instituiu o processo de Concurso Aberto para
a alocação da capacidade de transporte.

21
Atualmente a ANP está em via de baixar novas portarias sobre a regulação do
livre acesso, valendo-se da experiência das portarias anteriores, do conflito que ocorreu
em relação ao gasoduto Brasil-Bolívia e da experiência do Concurso Aberto nos tempos
de racionamento. Desta forma, a futura portaria quanto à atividade de transporte, já em
2° consulta pública, apresenta um conjunto importante de regras: a) a independência da
atividade de transporte e a determinação de livre acesso aos interessados em bases não
discriminatórias; b) a proibição de venda ou compra de gás natural pelo transportador,
excetuando o necessário para a operação das instalações; c) transferência da titularidade
de instalações de transferência reclassificadas para transporte à empresa independente;
d) um acordo de interconexão entre vários transportadores; a formalização dos contratos
de transporte e a sua submissão a ANP; e) Concurso Aberto para a alocação da
capacidade disponível; f) limitação da aquisição da capacidade disponível no Concurso
Aberto pelo carregador que detenha até 50% da capacidade contratada das instalações
de transporte.

SISTEMA NACIONAL DE GÁS NATURAL

O SNGN pode ser dividido em seis actividades principais: recepção, armazenamento e


regaseificação de GNL, armazenamento subterrâneo de gás natural, transporte de gás
natural, distribuição de gás natural, comercialização de gás natural e operação do
mercado do gás natural, a serem desenvolvidas de forma independente.

As actividades de recepção, de armazenamento e regaseificação de GNL, de


armazenamento subterrâneo de gás natural e de transporte de gás natural continuam a
ser exercidas através de concessões de serviço público. A distribuição de gás natural é
exercida através da adjudicação de concessões ou licenças de serviço público.

As actividades de recepção, armazenamento e regaseificação de GNL, armazenamento


subterrâneo de gás natural e transporte de gás natural são realizadas ao abrigo de
concessões (de 40 anos) concedidas pelo Estado Português em regime de exclusividade.

E, muito à semelhança do SEN, a actividade de comercialização de gás natural e a


gestão dos mercados organizados estão abertos à concorrência.

A REN Gasodutos detém a concessão para o transporte de gás natural em alta pressão,
que inclui igualmente a gestão técnica global do Sistema Nacional de Gás Natural e a
coordenação das infra-estruturas de distribuição e transporte de gás natural, com vista a
proteger a continuidade e a segurança do abastecimento e o desenvolvimento do SNGN.

A REN Atlântico, detém a concessão para a recepção, armazenamento e regaseificação


de GNL no terminal de GNL de Sines. A REN Armazenagem detém uma concessão de
armazenamento subterrâneo de gás natural.

22
1. Recepção, armazenamento e regaseificação de GNL, armazenamento
subterrâneo de gás natural e transporte de gás natural
Nas instalações do terminal de Sines o GNL é descarregado e bombeado para os
tanques de armazenamento intermédio onde fica armazenado até que haja ordem de
regaseificação emitida pelo proprietário do gás. A vaporização é realizada
fornecendo calor proveniente da água do mar captada nas instalações do terminal,
após a bombagem de alta pressão, sendo o gás emitido para a rede de alta pressão no
ponto de entrega do terminal. As instalações possuem equipamentos para
enchimento de camiões cisterna que transportam GNL em estado líquido.

2. Armazenamento subterrâneo
O armazenamento cumpre funções de segurança de abastecimento e de flexibilidade
para os utilizadores. Nas instalações de armazenamento subterrâneo o gás natural é
armazenado em cavidades criadas no interior de um maciço salino através de um
processo de dissolução controlada (lixiviação).

3. Transporte
O gás natural é recepcionado e transportado através dos gasodutos de alta pressão da
rede nacional de transporte que se ligam, através de estações de medição e redução
de pressão, aos gasodutos de média e baixa pressão operados pelas empresas de
distribuição com vista à distribuição aos utilizadores finais.

4. Distribuição de gás natural


A distribuição de gás natural através de gasodutos de média e baixa pressão é
realizada através de concessões e licenças concedidas pelo Estado Português. O gás
natural proveniente dos gasodutos de alta pressão da RNTGN, é transportado para
uma rede de gasodutos de média e baixa pressão pertencente a empresas de
distribuição que entregam o gás natural aos utilizadores finais. O acesso de terceiros
ao sistema de distribuição deve ser assegurado pelos respectivos concessionários.
Numa escala mais reduzida, são igualmente empreendidas actividades de
regaseificação por parte de algumas empresas de distribuição locais.

5. Comercialização de gás natural


A liberalização da comercialização de gás natural teve início em 2007 (no que se
refere a centros electroprodutores) prevendo-se que em 2008 seja alargada aos
consumidores que utilizam mais de um milhão de metros cúbicos de gás natural e,
em 2009, aos consumidores que utilizam mais de dez mil metros cúbicos de gás
natural por ano. Prevê-se que as actividades de comercialização de gás natural
estejam inteiramente abertas à concorrência em 2010, ficando apenas sujeitas a um
regime de licenciamento. Os comercializadores podem comprar e vender livremente
o gás natural no mercado aberto ou através de contratos bilaterais. No novo sistema,
os consumidores podem escolher o seu comercializador e trocar por outro
comercializador sem quaisquer encargos adicionais. Está prevista a criação de uma
nova entidade, cuja actividade será regulada pela ERSE, para supervisionar as
operações de logística de troca de fornecedores. Foi também criada a função de
comercializador de último recurso até o mercado liberalizado estar completamente
operacional. Esta nova função foi assumida por uma subsidiária integralmente
detida pela Galp para os clientes grossistas, e para clientes retalhistas, sujeitos a
requisitos de licenciamento.

23
6. Operação dos mercados de gás natural
Os mercados de gás natural são operados numa base de mercado aberto, estando
sujeitos a autorização, a ser concedida conjuntamente pelo Ministro das Finanças e
pelo ministro responsável pelo sector energético. A entidade gestora do mercado
organizado está também sujeita a autorização pelo Ministro responsável pelo sector
energético e, sempre que previsto na lei, pelo Ministro da Finanças.

Sistema de distribuição de Gás Natural,


Distribuidoras regionais de gás natural

Última Atualização: Outubro de 2009.

Distribuidoras: 27

Alagoas

ALGÁS
Algás - Gás de Alagoas S.A.
Endereço: Rua Artur Vital da Silva, nº 04 - Gruta de Lourdes - Maceió - AL
CEP: 57052-790
Fax: (82) 3218-7742
Site: www.algas.com.br
População da área de concessão*: 3.015.912
Municípios da área de concessão*: 102

24
Municípios atendidos: 12
Clientes Industriais: 20
Clientes Automotivos: 35
Clientes Comerciais: 316
Clientes Residenciais: 32.641
Clientes de cogeração: 1
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 33.013
Extensão da rede: 249 km
Volume total distribuido**: 448 mil (agosto/2009) m³/dia

Amapá

GASAP
Distribuidora do Amapá
Endereço: Av. Cora de Carvalho, 1.731 - Santa Rita - Macapá - AP
CEP: 68900-000
demais dados não fornecidos pela distribuidora

Amazonas

CIGÁS
Companhia de Gás do Amazonas
Endereço: Av. Djalma Batista, 1.661 - Sala 1006 - Millenium Shopping - Torre
Business - Manaus - AM
CEP: 69050-010
Site: www.ciama.com.br
População da área de concessão*: ND
Municípios da área de concessão*: ND
Municípios atendidos: ND
Clientes Industriais: ND
Clientes Automotivos: ND
Clientes Comerciais: ND
Clientes Residenciais: ND
Clientes de cogeração: ND
Clientes de termelétricas: ND
Total de clientes: ND
Extensão da rede: ND km
Volume total distribuido**: ND m³/dia

Bahia

BAHIAGAS
Bahiagás - Companhia de Gás da Bahia
Endereço: Av. Tancredo Neves, 450 - Ed. Suarez Trade - 20º andar, Caminho das
Árvores - Salvador - BA
CEP: 41819-900
Fax: (71) 3206-6001
Site: www.bahiagas.com.br
População da área de concessão*: 13.825.883 (censo de 2005)
Municípios da área de concessão*: 417
Municípios atendidos: 12
Clientes Industriais: 109
Clientes Automotivos: 99
Clientes Comerciais: 125
Clientes Residenciais: 86
Clientes de termelétricas: 1
Total de clientes: 429
Extensão da rede: 573,3 km km
Volume total distribuido**: 3.573.611 (out/2009) m³/dia

25
Ceará

CEGAS
Companhia de Gás do Ceará
Endereço: Av. Santos Dumont 7.700 - Dunas - Forlaleza - CE
CEP: 60190 800
Tel. 0800: 280 0069
Tel. Geral: (85) 3266 - 6900
Fax: (85) 3265-2026
Site: www.cegas.com.br
População da área de concessão*: 7.417.402
Municípios da área de concessão*: 184
Municípios atendidos: 11
Clientes Industriais: 110
Clientes Automotivos: 52
Clientes Comerciais: 17
Clientes Residenciais: 3 edifícios
Clientes de cogeração: 6
Clientes de termelétricas: 2
Total de clientes: 190
Extensão da rede: 213,6 km
Volume total distribuido**: 756.294 m³/dia

Distrito Federal

CEBGAS
Companhia Brasiliense de Gás
Endereço: SCN - Quadra 4 - Bloco B - Sala 802-A - Centro Empresarial VARIG -
Brasília - DF
CEP: 70300-905
Fax: (61)3322-2100
Site: www.ceb.com.br
População da área de concessão*: 2.051.146
Municípios da área de concessão*: 1
Municípios atendidos: ND
Clientes Industriais: ND
Clientes Automotivos: 1 GNL
Clientes Comerciais: ND
Clientes Residenciais: ND
Clientes de cogeração: ND
Clientes de termelétricas: ND
Total de clientes: ND
Extensão da rede: ND km
Volume total distribuido**: ND m³/dia

Espirito Santo

BR DISTRIBUIDORA
Petrobras Distribuidora SA
Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha 387 - 12º andar - Praia do Canto - Vitória -
ES
CEP: 29055-131
Fax: (27) 3325-0804
E-mail: por e-mail
População da área de concessão*: 3.351.669
Municípios da área de concessão*: 78
Municípios atendidos: 7
Clientes Industriais: 25
Clientes Automotivos: 27
Clientes Comerciais: 193
Clientes Residenciais: 773
Clientes de cogeração: 1
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 1.019

26
Extensão da rede: 170,40 km
Volume total distribuido**: 1.521,59 (ago/09) m³/dia

Goiás

GOIASGÁS
Agência Goiana de Gás Canalizado
Endereço: Alameda dos Buritis 408 s/1.201 - Centro - Goiânia - GO
CEP:
Fax: (62)3213-1566
Site: não disponível

Maranhão

GASMAR
Companhia Maranhense de Gás
Endereço: Av. dos Holandeses, 14 - Qd. 11 - A - Salas 505/506 - Ponta do Farol -
São Luís - MA
CEP: 65075-650
Tel. 0800: (98) 3268-7179
Tel. Geral: (98) 3268-3188
Fax: (98) 3235-5795
Site: www.gasmar.com.br
População da área de concessão*: N/D
Municípios da área de concessão*: N/D
Municípios atendidos: N/D
Clientes Industriais: N/D
Clientes Automotivos: N/D
Clientes Comerciais: N/D
Clientes Residenciais: N/D
Clientes de cogeração: N/D
Clientes de termelétricas: N/D
Total de clientes: N/D
Extensão da rede: N/D km
Volume total distribuido**: N/D m³/dia

Mato Grosso

MTGÁS
Companhia Mato-Grossense de Gás
Endereço: Av. Historiador Rubens de Mendonça, 2.254 / 704 - Jardim Aclimação -
Cuiabá - MT
CEP: 78050-000
Fax: (65)3642-6190
Site: www.mtgas.com.br
População da área de concessão*: 2.504.353 (Ano 2000).
Municípios da área de concessão*: 22
Municípios atendidos: 2
Clientes Industriais: 1
Clientes Automotivos: 3
Clientes Comerciais: 0
Clientes Residenciais: 0
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 1
Total de clientes: 5
Extensão da rede: 0 km
Volume total distribuido**: máx 2.200.000 m³/dia

Mato Grosso do Sul

27
MSGAS
Cia.de Gás do Mato Grosso do Sul
Endereço: Av. Afonso Pena, 2.530 - Centro - Campo Grande - MS
CEP: 79002-074
Fax: (67)3312-2435
Site: www.msgas.com.br
População da área de concessão*: 2.200.000
Municípios da área de concessão*: 78
Municípios atendidos: 2
Clientes Industriais: 4
Clientes Automotivos: 11
Clientes Comerciais: 17
Clientes Residenciais: 5
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 2
Total de clientes: 32
Extensão da rede: 151 km km
Volume total distribuido**: 208.461.034 m³/dia

Minas Gerais

GASMIG
Companhia de Gás de Minas Gerais
Endereço: Av. do Contorno, 6.594, Bairro Funcionários - Belo Horizonte - MG
CEP: 30110-044
Fax: (31) 3265-1100
Site: www.gasmig.com.br
População da área de concessão*: 19,3 milhões
Municípios da área de concessão*: 853
Municípios atendidos: 23
Clientes Industriais: 87
Clientes Automotivos: 93
Clientes Comerciais: 76
Clientes Residenciais: 0
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 2
Total de clientes: 276
Extensão da rede: 584,7km km
Volume total distribuido**: 1,6 m m³/dia

Pará

CIA. DE GÁS DO PARÁ


Companhia de Gás do Pará
Endereço: Av. Senador Lemos, 443 - Sala 1001 - Umaizal - Belém - PA
CEP: 66050-000
Fax: (86) 3221-0115
demais dados não fornecidos pela distribuidora

Paraíba

PBGAS
Companhia Paraibana de Gás
Endereço: Av. Epitácio Pessoa, 4.756, Cabo Branco - João Pessoa - PB
CEP: 58045-000
Fax: (83) 3247-2244
Site: www.pbgas.com.br
População da área de concessão*: 3.742.606 (IBGE 2008)
Municípios da área de concessão*: 223
Municípios atendidos: 13
Clientes Industriais: 42
Clientes Automotivos: 44

28
Clientes Comerciais: 5
Clientes Residenciais: 47
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 138
Extensão da rede: 260 km km
Volume total distribuido**: 348.000 m³/dia

Paraná

COMPAGAS
Companhia Paranaense de Gás
Endereço: Rua Pasteur, 463 - conj. 701 e 702 - Batel - Curitiba - PR
CEP: 80250-080
Fax: (41) 3312-1922
Site: www.compagas.com.br
População da área de concessão*: 9.563.458
Municípios da área de concessão*: 399
Municípios atendidos: 8
Clientes Industriais: 92
Clientes Automotivos: 29
Clientes Comerciais: 236
Clientes Residenciais: 5.104
Clientes de cogeração: 2
Clientes de termelétricas: 1
Total de clientes: 5.466
Extensão da rede: 500 km km
Volume total distribuido**: ND m³/dia

Pernambuco

COPERGÁS
Companhia Pernambucana de Gás
Endereço: Av. Marechal Mascarenhas de Morais, 533 - Imbiribeira - Recife - PE
CEP: 51150-906
Fax: (81) 3184-2042 - Depto. Técnico/Comercial
Site: www.copergas.com.br
População da área de concessão*: 7.918.344
Municípios da área de concessão*: 185
Municípios atendidos: 13
Clientes Industriais: 56
Clientes Automotivos: 31
Clientes Comerciais: 0
Clientes Residenciais: 0
Clientes de cogeração: 2
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 89
Extensão da rede: 211 km
Volume total distribuido**: 813.800 m³/dia

Piaui

GASPISA
Companhia de Gás do Piauí
Endereço: Rua Arlindo Nogueira 333, salas 204 e 205 - Centro - Teresina - PI
CEP: 64000-903
Tel. 0800: (86) 3221-0115
Tel. Geral: (86)3221-0115
Fax: (86)3221-0158
Site: www.gaspisa.com.br
População da área de concessão*: 2.843.278
Municípios da área de concessão*: 221
Municípios atendidos: 0

29
Clientes Industriais: 0
Clientes Automotivos: 0
Clientes Comerciais: 0
Clientes Residenciais: 0
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 0
Extensão da rede: 0 km
Volume total distribuido**: 0 m³/dia

Rio de Janeiro

CEG
Companhia Distribuidora de Gás do RJ
Endereço: Av. Pedro II, 68 - São Cristóvão - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20941-070
Fax: (21)2585-7575
Site: www.ceg.com.br
População da área de concessão*: 11.581.535
Municípios da área de concessão*: 20
Municípios atendidos: 18
Clientes Industriais: 429
Clientes Automotivos: 350
Clientes Comerciais: 10.806
Clientes Residenciais: 706.486
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 3
Total de clientes: 718.074
Extensão da rede: 3.416 km
Volume total distribuido**: 4.931.700 m³/dia

CEG RIO
Companhia Distribuidora de Gás do RJ
Endereço: Av. Pedro II, 68 - São Cristóvão - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20941-070
Fax: (21)2585-7575
Site: www.ceg.com.br
População da área de concessão*: 14.387.225
Municípios da área de concessão*: 72
Municípios atendidos: 14
Clientes Industriais: 77
Clientes Automotivos: 71
Clientes Comerciais: 196
Clientes Residenciais: 17.905
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 3
Total de clientes: 18.252
Extensão da rede: 676 km
Volume total distribuido**: 4.968.000 m³/dia

30
Rio Grande do Norte

POTIGAS
Companhia Potiguar de Gás
Endereço: Av. Brancas Dunas 485 lj 1 e 2 - Candelária - Natal - RN
CEP: 59064-720
Fax: (84) 3206-8504
Site: www.potigas.com.br
População da área de concessão*: 2.770.730
Municípios da área de concessão*: 167
Municípios atendidos: 8
Clientes Industriais: 41
Clientes Automotivos: 65
Clientes Comerciais: 4
Clientes Residenciais: 0
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 107
Extensão da rede: 225 km
Volume total distribuido**: 5.497.192 (nov/2009) m³/dia

Rio Grande do Sul

SULGÁS
Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul
Endereço: Av. Sete de Setembro nº 1.069 - 5º andar - Centro - Porto Alegre - RS
CEP: 90010-191
Tel. 0800: 0800 541 9700
Tel. Geral: (51) 3287-2200
Fax: (51) 3287-2205
Site: www.sulgas.rs.gov.br
População da área de concessão*: 10.187.798
Municípios da área de concessão*: 467
Municípios atendidos: 17 (11 com GNC)
Clientes Industriais: 89
Clientes Automotivos: 61
Clientes Comerciais: 79
Clientes Residenciais: 355
Clientes de cogeração: 2
Clientes de termelétricas: 1
Total de clientes: 587
Extensão da rede: 437 km
Volume total distribuido**: 2.301.800 m³/dia

Rondônia

RONGÁS
Companhia Rondoniense de Gás
Endereço: Av. Carlos Gomes, 1.223 - 4º andar - Sala 403 - Centro - Porto Velho - RO
CEP: 78903-000
demais dados não fornecidos pela distribuidora

Santa Catarina

SCGÁS
Companhia de Gás de Santa Catarina
Endereço: Rua Antonio Luz, 255 – 2º andar - Centro - Florianópolis - SC
CEP: 88010-410
Fax: (48)3229-1230

31
Site: www.scgas.com.br
População da área de concessão*: 5.333.284
Municípios da área de concessão*: 293
Municípios atendidos: 34
Clientes Industriais: 161
Clientes Automotivos: 63 *
Clientes Comerciais: 52
Clientes Residenciais: 2
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 237
Extensão da rede: 665 km
Volume total distribuido**: 1.450.999 m³/dia

São Paulo

COMGAS
Companhia de Gás de São Paulo
Endereço: Rua das Olimpíadas, 205 - 10º andar - Vila Olímpia - São Paulo - SP
CEP: 04551 000
Fax: (11) 3177-5042
Site: www.comgas.com.br
População da área de concessão*: 24.200.000
Municípios da área de concessão*: 177
Municípios atendidos: 44
Clientes Industriais: 899
Clientes Automotivos: 317
Clientes Comerciais: 8.171
Clientes Residenciais: 475.122
Clientes de cogeração: 13
Clientes de termelétricas: 2
Total de clientes: 484.527
Extensão da rede: 4.400 km
Volume total distribuido**: 11.780.820 m³/dia

GAS BRASILIANO
Gás Brasiliano Distribuidora SA
Endereço: Rua Bela Cintra, 904 - 13º andar - Ed. Cristal Tower, Cerqueira César -
São Paulo - SP
CEP: 01415-000
Fax: (11) 3177-4417

32
Site: www.gasbrasiliano.com.br
População da área de concessão*: 7.430.600
Municípios da área de concessão*: 375
Municípios atendidos: 10
Clientes Industriais: 67
Clientes Automotivos: 13
Clientes Comerciais: 305
Clientes Residenciais: 5.779
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 6.169
Extensão da rede: 592,57 km km
Volume total distribuido**: 698.840,09 (dez/2009) m³/dia

GAS NATURAL SP SUL


Gás Natural São Paulo Sul S.A.
Endereço: Rua Cyce César 24 - Parque Campolim - Sorocaba - SP
CEP: 18047-520
Fax: (15) 3224-5299
Site: www.gasnaturalsps.com.br
População da área de concessão*: 2.600.000
Municípios da área de concessão*: 93
Municípios atendidos: 15
Clientes Industriais: 201
Clientes Automotivos: 32
Clientes Comerciais: 859
Clientes Residenciais: 30.563
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 31.655
Extensão da rede: 1.277,78 km km
Volume total distribuido**: 1.181.908 (ago/2009) m³/dia

Sergipe

SERGAS
Empresa Sergipana de Gás
Endereço: Av. Prefeito Heráclito Rollemberg, 1.712, Conj. Augusto Franco -
Farolândia - Aracaju - SE
CEP: 49030-640
Site: www.sergipegas.com.br
População da área de concessão*: 1.784.475
Municípios da área de concessão*: 75
Municípios atendidos: 5
Clientes Industriais: 30
Clientes Automotivos: 33
Clientes Comerciais: 50
Clientes Residenciais: 4.065
Clientes de cogeração: 0
Clientes de termelétricas: 0
Total de clientes: 80
Extensão da rede: 63 km km
Volume total distribuido**: 201.600 m³/dia

Principais usos (Industrial, Comercial, Residencial,


Automotivo, Geração e Co-geração de energia).

33
O gás natural é empregue diretamente como combustível, tanto em indústrias, casas e
automóveis. É considerado uma fonte de energia mais limpa que os derivados do
petróleo e o carvão. Alguns dos gases de sua composição são eliminados porque não
possuem capacidade energética (nitrogênio ou CO2) ou porque podem deixar resíduos
nos condutores devido ao seu alto peso molecular em comparação ao metano (butano e
mais pesados).

• Combustível: A sua combustão é mais limpa e dá uma vida mais longa aos
equipamentos que utilizam o gás e menor custo de manutenção.
• Automotivo: Utilizado para motores de ônibus, automóveis e caminhões
substituindo a gasolina e o álcool, pode ser até 70% mais barato que outros
combustíveis e é menos poluente.
• Industrial: Utilizada em indústrias para a produção de metanol, amônia e uréia.

As desvantagens do gás natural em relação ao butano são: mais difícil de ser


transportado, devido ao fato de ocupar maior volume, mesmo pressurizado, também é
mais difícil de ser liquificado, requerendo temperaturas da ordem de -160 °C.

Algumas jazidas de gás natural podem conter mercúrio associado. Trata-se de um metal
altamente tóxico e deve ser removido no tratamento do gás natural. O mercúrio é
proveniente de grandes profundidades no interior da terra e ascende junto com os
hidrocarbonetos, formando complexos organo-metálicos.

Atualmente estão sendo investigadas as jazidas de hidratos de metano que se estima


haver reservas energéticas muito superiores às atuais de gás natural.

O gás natural é usado como combustível para fornecimento de calor, geração de


eletricidade e de força motriz; como matéria-prima nas indústrias siderúrgica, química,
petroquímica e de fertilizantes. Na área de transportes é utilizado como substituto do
óleo diesel, gasolina e álcool. Tais fatores permitem a utilização quase irrestrita do
produto em vários segmentos, atendendo as determinações ambientais e contribuindo de
forma eficaz e eficiente no controle dos processos, segurança e qualidade. Desta forma,
o gás natural participa direta ou indiretamente da vida de toda a população.

Domiciliar

O gás natural é largamente utilizado em residências para aquecimento de chuveiros e


acendimento de fogões. A escolha dele como combustível, no entanto, não se restringe a
estes usos. Ele pode ser utilizado ainda para aquecer saunas, piscinas, lavadoras e
secadoras de roupa, em sistemas de refrigeração, lareiras, aquecedores de ambiente e até
para churrasqueiras. A opção pelo gás natural criou um mercado em franca expansão,
especialmente nos grandes centros urbanos de todo país. As companhias distribuidoras
estaduais vêm ampliando suas redes, com investimentos expressivos em conversões e
adaptações nas residências..

34
Comercial

Com aplicação semelhante ao setor residencial, o gás natural pode ser usado para
climatização de ambientes, produção de água quente e cocção. Por isso, a variedade de
usuários abrange desde hotéis a restaurantes, passando por hospitais, creches,
lavanderias e escolas. Alguns edifícios comerciais de grande porte, como shopping
centers, hospitais e universidades também podem adotar o ar condicionado central a gás
natural. O energético também encontra aplicação em sistemas de refrigeração para
obtenção de baixas temperaturas, adaptados para câmaras frigoríficas ou geladeiras.
Com isso, as instalações comerciais ganham flexibilidade e competitividade energética.

Veicular

O gás natural recebe o nome de "gás veicular" (GNV) ao substituir a gasolina e o diesel
em automóveis, ônibus e caminhões, oferecendo vantagem no custo por quilômetro
rodado. Como é seco, o gás natural não provoca resíduos de carbono nas partes internas
do motor, aumentando a vida útil do motor e o intervalo de troca de óleo. Além disto,
reduz significativamente os custos de manutenção.Mas o gás natural não gera apenas
vantagens econômicas. Ele é também uma boa opção nos centros urbanos já que ajuda a
diminuir a poluição ao emitir menor quantidade de poluentes que a queima da gasolina,
álcool ou diesel. A fim de usufruir o gás veicular, o motorista deve instalar um kit em
seu carro, tornando-o bi-combustível, ou seja, apto a rodar tanto com combustíveis
convencionais, quanto com GNV.

AUTOMOTIVO

Segurança

O Gás Natural Veicular é reconhecido como um dos mais seguros entre os


combustíveis. É mais limpo e menos tóxico. Dissipa-se rapidamente na atmosfera,
reduzindo o risco de qualquer explosão ou incêndio. Não é possível adulterar esse
combustível.

Meio Ambiente

Por produzir uma queima mais leve e uniforme, o Gás Natural tem um impacto mínimo
sobre o meio-ambiente. Veículos movidos a Gás Natural emitem menos poluentes.
Comparados aos veículos movidos à gasolina, a emissão de monóxido de carbono é
reduzida em até 90%.

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Economia

Redução nos gastos com abastecimento em torno de 50% a 70%. O Gás Natural
Veicular não deixa resíduos na câmara de combustão, desta forma, a vida útil do motor
é prolongada. O intervalo de troca de óleo, do escapamento, do filtro de óleo e das velas
de ignição também aumenta. Conforme lei sancionada pelo governador do Paraná, foi
determinada a redução de 2,5% para 1% do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA

Industrial
Na indústria, o gás natural é utilizado como combustível para fornecimento de calor,
geração de eletricidade e de força motriz; como matéria-prima nos setores químicos e
petroquímicos, principalmente para a produção de metanol, e de fertilizantes, para a
produção de amônia e uréia. É usado ainda como redutor siderúrgico na fabricação de
aço. O gás natural proporciona uma combustão limpa, isenta de agentes poluidores,
ideais para processos que exigem a queima em contato direto com o produto final, como
na indústria de cerâmica, fabricação de vidro e cimento.

Termoelétricas

A utilização de turbinas a gás para geração de eletricidade, combinada com a


recuperação de calor para a produção de calor, é conhecida como cogeração. Esse
processo vem sendo utilizado por indústrias do mundo inteiro, devido à garantia de
economia e segurança operacional. O Ministério de Minas e Energia criou o Programa
Prioritário de Termeletricidade 2000-2003 com a finalidade de aumentar e assegurar o
abastecimento de energia no país. De acordo com o projeto, serão criadas 56 usinas
termelétricas até 2003, com capacidade de produzir cerca de 20 mil MW.

Benefícios Ambientais.

Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93 e alterações posteriores)

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