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Josilene Ribeiro1
RESUMO:
O presente trabalho discute a utilização de novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) no ensino superior, através de um estudo de caso sobre a
implementação de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) na plataforma
Moodle, como ferramenta de apoio às aulas presenciais no curso de Comunicação
Social da UFPB, nos semestres 2009.1 e 2009.2. Analisam-se os aspectos negativos e
positivos da experiência na perspectiva de discentes e docentes envolvidos, a partir dos
resultados quantitativos e qualitativos levantados na pesquisa de campo, realizada
através da aplicação de questionários e de observação participante. A pesquisa aponta a
viabilidade da estratégia pedagógica adotada no caso e que o planejamento de aula é
essencial para o bom desempenho do processo de ensino-aprendizagem utilizando-se
meios digitais.
ABSTRACT
This article discusses the use of new Information Technologies & Communication
(ITC) in higher education through a case study on the implementation of a Virtual
Learning Environment (AVA) in Moodle as a tool to support the classroom Travel
Media UFPB in semesters 2009.1 and 2009.2. It examines the negative and positive
experience for students and teachers involved, from the quantitative and qualitative
results collected in field research, conducted through questionnaires and participant
observation. The study suggests the feasibility of the teaching strategy adopted in the
case and that the lesson plan is essential for the proper performance of the teaching-
learning using digital media.
1. INTRODUÇÃO
1
Profª. Ms. do Curso de Comunicação Social da UFPB e FATEC.
2
2
Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment - Moodle é um software livre, de apoio à aprendizagem.
O Moodle é um sistema de administração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line,
isto é, um pacote de software que permite aos docentes criar sítios Web para as disciplinas que lecionam. Mais
informação em: <http://moodle.org/>
3
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
3
O curso de relações públicas é noturno e as práticas dos alunos nas empresas têm que ocorrer em horário distinto
das aulas, durante horário comercial, quando a maioria das empresas está em funcionamento.
4
3.2.1 Atividades
Na sala presencial as atividades variaram entre estudo teórico com discussões sobre
os temas e produção textual com base em cases. A presença da equipe de monitoria se fez
importante durante todo o período, sendo destaque nos últimos meses, pois foi durante a
elaboração do planejamento que os alunos apresentavam mais dúvidas e insegurança, e
puderam contar com a experiência de que já realizou a mesma atividade.
Já na sala virtual, as atividades foram divididas em duas categorias:
contínuas/permanentes e semanais. As atividades Glossário e o Diário de Bordo tiveram
caráter contínuo, pois eram avaliadas e moderadas durante todo o período do curso. As
outras, Fóruns Temáticos, Questionários, Tarefas, Lições e Pesquisa, eram avaliadas
segundo o objetivos e metas da semana em que eram propostas.
Os Fóruns Temáticos traziam sempre algum tipo de recurso multimídia e a partir
deste propunha-se uma discussão entre os alunos, solicitando-se que expressassem seus
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pontos de vista sobre o tema da semana. Após cada fórum um dos monitores-tutores
fazia uma síntese da discussão que encerrava o debate.
Considerando as idéias de Garrison et al (2009) observou-se nos Fóruns
Temáticos a presença cognitiva, pela qual se aprofunda o conhecimento a partir de
questionamentos; presença social, pela troca de diferentes opiniões e; por fim, a
presença de ensino, observada no auxilio efetuado pelo moderador (monitor-tutor ou
professor).
Por sua vez, as Tarefas permitiam o envio de resenhas, textos e trabalhos. Os
Questionários tratavam do estudo de capítulos de livros discutidos em sala de aula. E as
Lições incluíam leituras complementares às aulas presenciais e procuravam levar o
aluno a fazer uma síntese através de perguntas objetivas.
O Glossário consistiu na construção colaborativa pelos alunos de um
“Dicionário on-line de comunicação”. Esta atividade possibilitou uma rica troca de
conhecimento entre os participantes, que formaram um grupo cooperativo.
Conforme Araújo Jr. e Marquesi (2009) grupo cooperativo consiste em:
Um método didático que possibilita maior interação entre os
participantes e promove uma ação educativa compartilhada. Nele, o
estudar e o aprender são processos construídos coletivamente e
centrados na cooperação (ARAÚJO JR.; MARQUESI, 2009, p. 363).
4. RESULTADOS ALCANÇADOS
4
Este sistema de avaliação foi desenvolvido por Marta Maria Gomes Van der Linden (UFPB) com a
colaboração de Cláudio Fernando André (USP) e integra a tese de Doutorado defendida no Programa de
Pós Graduação de Engenharia de Produção da UFSC.
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Após o término dos períodos letivos 2009.1 e 2009.2, pode-se adotar um olhar
reflexivo, apresentando e discutindo os resultados alcançados sob o ponto de vista dos
alunos e monitores-tutores.
Após o término dos semestres 2009.1 e 2009.2, foram realizadas pesquisas para
conhecer a opinião dos alunos/usuários sobre a aplicação desse recurso e avaliar essa
nova experiência de curso híbrido. A pesquisa adotou a abordagem quantitativa,
utilizando o questionário (ver Apêndice C) como instrumento de coleta de dados e
buscou responder as seguintes questões-problemas: Como os alunos avaliam a
utilização da plataforma moodle como ferramenta de apoio ao aprendizado? Os alunos
percebem a existência de conexão entre as aulas presencias e a distância? Quais os
pontos positivos e negativos da experiência?
Desta forma, os objetivos da pesquisa foram: Analisar como os recursos e as
atividades propostas no ambiente colaboram na aprendizagem dos alunos; Verificar se o
suporte virtual está em consonância com as aulas presenciais; Avaliar o trabalho da
monitoria.
Os resultados da pesquisa apresentados neste trabalho foram previamente
discutidos a luz das teorias da EAD e complementados pelas observações individuais
dos membros da equipe de monitoria (professora coordenadora e monitoras).
De um universo de 30 alunos no períodos 2009.1 e 21 alunos no período 2009.2
que cursaram a disciplina, aplicamos o questionário com 26 e 16 deles respectivamente,
na última semana de aula de cada período letivo. O questionário foi estruturado em 13
questões fechadas, para quais os alunos deveriam atribuir uma nota entre 0 a 10, e duas
questões abertas, que possibilitaram aos estudantes apontar os pontos positivos e
negativos e comentar a experiência de Monitoria on-line.
O resultado foi tabulado em planilha do Excel, analisado descritivamente através
de gráficos, sendo alguns deles apresentados e discutidos a seguir.
Considerando que o instrumento de pesquisa - o questionário, tinha no total 15
questões, optamos por apresentar neste trabalho apenas os 5 (cinco) gráficos mais
relevantes, por julgarmos que permitem uma visão mais completa sobre a experiência.
Tais gráficos trazem os resultados dos dois períodos, possibilitando comparações, e
10
70%
63%
60%
50%
41%
40%
2009.1
2009.2
30% 26%
25%
20% 15%
11% 13%
10%
4% 4%
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
50%
35%
2009.1
25% 2009.2
19%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
38%
38% 38%
25%
23% 2009.1
19% 19% 20092
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Gráfico 3: Conexão das aulas no moodle com as aulas presenciais (Pesquisa 2009.1 e 2009.2).
Apoio da Monitoria
50%
2009.1
25% 2009.2
23%
15%
13% 12%
12%13%
8% 8% 8% 8%
4% 4%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
63%
48%
2009.1
2009.2
26%
25%
15%
13%
7%
4%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
“[...]o moodle me ajudou bastante a ter mais “[...] vi que a interação entre os
auto-critica, fez com que eu me empolgasse mais participantes estar muito longe do ideal,e
em relação ao curso. É bastante importante essa me coloco nessa situação também. Vejo
forma de aprendizagem, é mais estimulante” que tenho que interagir mais com os
(E13 - 2009.2). colegas” (E9 - 2009.2).
Quadro 1: Avaliação Somativa - Resposta dos alunos as questões abertas
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS