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Há uma expressão dentro de mim que quer sair…quer sair, mas não
consegue...cada palavra, cada momento é expresso em sentimentos que não cabem nas
palavras. São imagens, são momentos, são o que são e não o deixam de ser por alguém,
ou mesmo eu os querer esquecer. No entanto, as palavras surgem umas atrás das outras
sem porém traduzir tudo o que, elas próprias, querem, desejam relatar. E de desejo
transpira cada espaço vago ou ocupado por estas letras... E de desejo as frases se
preenchem, são desejos que não sabem de onde vieram, para onde vão, ou ainda se têm
uma conclusão. No fundo, todo o sentido das coisas deixou de existir quando tudo que é
esquisito passou a fazer sentido, mas só no coração. A mente tenta e tentou, vezes sem
conta contornar a situação, mas em vez de resolver piorou... Porque agora, já ninguém
Às vezes, pensa-se que algo material não passa disso, mas (sempre um mas?!), o
tempo molda e acaba por nos surpreender!!! Sem contas, sem contar, sem que haja
moldam, com o tempo... e, o não, transforma-se num sim, ou um sim num não e muitas
vezes a resposta é dada em actos no lugar de palavras. Quando a resposta fica indefinida
entre o sim e o não, ou o contrário é porque aquilo a que se está evitar responder é cada
sejam elas quais forem. Neste caso, nesta introdução nada está claro, tudo está confuso,
mas toda esta confusão é apenas uma minúscula parte em comparação com o corpo das
saída de emoções é tão intensa e, forte que os olhos brilham pela água que pretende
cristalizar para não escorrer pelo rosto... um rosto com e sem expressão tal e qual as
lágrimas: com e sem tristeza... Porque quando acontece o que não devia ter acontecido
existência) – mas com todo o sentido do mundo, movido por algo sem explicação, mas
com todo o sentido que a palavra existir pode conter... e quando o quando é um instante
tão indefinido como o da acção algo nasce – como um embrião no ventre de sua mãe. E
quando o não esconde o sim e este não destingue o certo do errado, mas sente... só
sente, mesmo que por vezes seja o que não deve sentir. E quando se vai na estrada, de
mãos assentes no volante e, se ouve na rádio aquela música que não deveria tocar, mas
que se queria que tocasse, porque na verdade se está a sofrer por não querer e querer
cantar, sabendo que essa decisão é uma exclusão de uma parte do nosso ser... e quando a
exclusão dói... e quando a exclusão não deveria ser exclusão, mas algo natural. Eu
Esta é uma história sem história, sem começo nem fim, porque existiu mas não é
parte da vida é aquilo que se pode chamar de bastardo... será um bastardo de amor?
Como todos os bastardos... sendo eles os excluídos, são eles os mais amados... por
alguém e ninguém.
Esta história começa sem começo, sem rumo, sem história… Apenas palavras,
frases e estas palavras e frases são o texto que compõe esta história.
actual ou de há séculos, mas o meio que mais lhe convém. No entanto, nem sempre é
assim que acontece!!! Por vezes, muitas vezes as palavras, ficam inacabadas e as frases
no ar; porém poucas são as pessoas que conseguem entender palavras transportadas no
vento – molécula a molécula... Quando o assunto é matemático: dois mais dois são
quatro e por carta, telemóvel ou mesmo pessoalmente o som chega sempre (boas ou não
tão boas notícias, mas chegam). Quando é de foro emocional as palavras enrolam, os
vezes sem conta e a única coisa que se passa a contar ao pormenor é o tempo que teima
em passar depressa, muito depressa para deixar as dúvidas sem tempo para pensar e,
Então... esta é a história do tempo, com várias caras, que se molda a cada
momento e nem sempre como se quer, mas certamente como o fazemos ser. Basta
querer estar uma eternidade a olhar para o olhar de alguém e o tempo de uma hora passa
a ser um milésimo de segundo; não é preciso ser um génio para saber que isto é verdade
E que tal se escrevesse na primeira pessoa? Talvez fosse uma boa solução, é uma
excelente solução – afinal a primeira pessoa não quer dizer: eu. Eu é uma palavra muito
forte e na verdade não tem de ser: eu, é simplesmente alguém que agora é eu. Sempre
me perguntei, como é que grandes escritores conseguem escrever sem parar e tudo
coerentemente, quanto mais escrevem mais querem escrever... Será porque não sabem o
que escrever ou como dizer o que pretendem da forma mais simples e, por isso
escrevem sem parar, para chegar à conclusão que tudo o que disseram podia estar
escrito numa página de uma folha A4, ou mesmo numa frase? Falam tanto quanto
mais fácil se não houvesse entre linhas, mas há, até neste pequeno texto. Seria tão mais
esclarecedor falar tudo até ao fim, propor a essência em vez de uma pequena amostra do
nosso pensamento. Quando existe um quando esse momento não está presente, vale de
algo este texto? Posso desde já sugerir um título para o livro que ainda não escrevi nem
pretendo editar? Posso parar com as questões antes que o leitor se canse de ler e me
pergunte o que quero eu dizer com tudo isto? Para falar sem dizer, por imagem, basta
uma pintura abstracta; para falar sem dizer num texto? Poderá estar codificado? Por
mim, não só pode como está. Tenho de justificar? Acho que não, nenhum escritor
pensamento de uma pessoa... Tanta confusão torna um diálogo complexo, porém este
diálogo é a imagem do dia a dia de todos. Toda a gente quando vai pela rua em direcção
mundo; basta parar um segundo para saber que isto é verdade. De que se trata então esta
história? De não ter assunto. São apenas pensamentos escritos – será isto, demasiado,
revelador? A poesia é mais discreta, nunca revela o sujeito, é apenas um sujeito poético.
A prosa... é um texto demasiado longo e revelador, isso assusta cada pequeno autor.
É difícil escrever, quando se quer escrever algo diferente, a vontade é muita, mas
falar do assunto sem exposição é tramado... Terão todos os autores este pequeno
problema? É mais fácil fazer ficção ou cantar, pois ninguém pensa: esse és tu.
mas comunicar – construir... “está quieto”!!! Será que este texto está ou faz algum
sentido? Uma vez mais digo: faz... se existe faz, mesmo que não faça para todos, para
mim (autor) faz – para o eu (indefinido) deste texto faz. Comunicação é uma palavra
muito vasta de amplo sentido, pelo menos parece, no entanto, sendo ela pura acção,
o porquê trabalhar? Porquê... Porquê... Por incertezas, pela insatisfação e pelo começo
de desespero que espreita cada vez que me olho ao espelho. Porque é que é tão difícil
falar, ou mesmo escrever, porque é que falar ou escrever é duro e comunicar só através
de uma transmissão mágica, porque é que a linguagem não completa o que sinto, não
completa justificações ou actos, porque é que o que sinto é a coisa mais esquisita e
quando opostos são tudo aquilo que deveria ser apagado, transformado em algo uno.
Ouvi dizer que é bom ter um discurso recheado de prós e contras, mas são estes mesmos
prós e contras que não me deixam viver. Cada vez que penso entro em fusão com o
problema e a solução se afasta lenta e lentamente, mas mesmo esta lenta velocidade
continua a ser pouco, pouco demais... palavras soltas, palavras à volta das quais o
mundo faz filosofia são inúteis e vazias – nulas. Porque o mundo não percebe nada
delas e, julga perceber e, julga os outros perante as suas percepções do que pensam/
julgam ser o significado de cada uma dessas palavras. E se eu disser que estão
redondamente enganados com o que pensam ser certo? Julgar-me-ão louca... Pois hoje,
quero e vou correr o risco de “me mandarem montar porcos”... sim, quero dizer, falar ou
escrever (que seja carregado na brisa ou no vento, ou em cada ser voador), é verdade:
quero prolongar cada momento mágico lindo e considerado...seja lá o que for que o
considerem, foi bom, muito bom... E pensem o que pensarem nunca saberão ao que me
refiro, porque esta referência é comum às vossas próprias vidas... Mesmo que não fique
registrado já ficou, mesmo que cada palavra indique o fim, é exactamente aí que vou
incidir, pois não existe fim sem começo, não houve começo nem fim, mas existiu...
existiu, mesmo que se diga que foi inexistente e vai continuar a existir, talvez de outra
forma, talvez não... quanto incerto é o futuro... quantas surpresas traz consigo e quero
ver (amanhã) um sorriso. Quero voltar a provar daquele gosto, quero mesmo que digam
que não devo... mas... dever é uma obrigação e eu não, muito obrigada, mas não, não
quero que me obriguem a pensar se devo, ou me obrigar a tal. Egoísta?! Nem pouco
Antes foi antes e agora? Qual é o limite, ou qual foi o limite? Existe limite? O
que é um limite? É aquilo com o qual se justifica o que se pode ou não fazer e, para lá
da linha (sim) faz-se, para cá da linha (não) deixa-se por fazer; ou deixa quem deixa, ou
quem quer; ou será antes uma espécie de definição matemática que facilmente se
identifica quando representado num gráfico? Porque é que alguém tem de mandar:
acabou... e acaba! Isso existe? Decidir sobre os próprios actos... e os outros...e os dos
outros... e os dos outros?! Quando quis não foi sim, e quando é um duplo sim recebo um
triplo não. E movimentos se agitam sem que eu os manipule. E quando as palavras saem
da boca (escapam) – como sussurro... como silêncio que quis dar a sua opinião... e
quando se ouve um não sabendo que é sim... Mais uma vez, ou sim ou não, parece que
não existe meio termo, existe? Esse meio termo chama-se indecisão?
com escassez... as estrelas brilham e o corpo transpira dois cheiros, três... o nosso, o que
passou a ser nosso e a junção do nosso com o nosso... e o pensamento viaja – como se
fosse um sonho – para que não haja confusão de identidades diz-se: acorda, eu, acorda,
que parece que estás a dormir. Dormir é bom, mesmo que seja por preguiça, responde
calma (tranquila, serena) como paz... é ou será isto verdadeiro? A voz, aquela voz que
se ouve, mas não falou... que diz: calma... está tudo bem... simplesmente tudo bem...
Aquele ser que deixou de nascer por medo e porque assim seria, é melhor;
aquele ser que de (in)certeza se encheu e desapareceu... E que como num círculo se
pede para que volte a acontecer... porque se quer, porque é melhor, porque... porque é
difícil dizer porquê, mas é assim... e se espera que o telefone toque com essa mesma
confirmação... e se espera que o tempo passe e que o tempo surja para dizer aquilo que
se quer e não se quer ouvir (mas que é melhor, certamente, sem dúvida alguma, com
actos estão certos e de outros escondem o que deixou de estar escondido, porque o gesto
içou-se a bandeira!
E cada vez que não sei, passei a saber, porque o tempo passa e faz-me mover.
Movo... simplesmente movo sem saber se existe uma oposição, ou se estou indo ao
sabor da mesma... Movo e movo, mesmo que exista ou tenha de existir opção... Cada
linha de texto é um novo rumo àquilo que escrevo e que irei viver, como misturas
temporais. Porque um texto é vida e, vida é vida e, vida sou eu. Eu, e eu...que palavra:
E quando lábios secos de tanto imitir sons querem algo que os hidrate... e
quando hidratação faz mil e uma perguntas extra? E não se quer responder nem às
essenciais... E quando escrever se torna um acto de desabafo, mesmo que nada diga está
tudo dito no inverso do texto: vida. Texto é a muleta que pretende igualar qualidade, por
melhores que as palavras sejam serão sempre uma amostra de vida... e se forem tristes
serão uma amostra de tristeza... por isso, antes de ler sintam... será mais exacto do que
calhamaços de folhas cobertas de letras... muito mais que frases bem feitas ou poesia
agradável. Melhor que ler é viver!!! Mas lendo, sente-se e sentindo, vive-se – não
E quando esta é a nossa única voz... quando estas letras, que formam palavras e
geram frases são a única voz que se consegue expressar?! E quando isso é muito pouco,
porque nem assim sai uma pura e simples expressão de vida? E complica-se cada vez
mais... mais e mais, porque as placas que indicam o caminho estavam equivocadamente
número no visor do mesmo aparelho e, quando se liga e a chamada é enviada, mas toca
e toca, não pára de tocar e, ninguém atende. Toca e toca (não), toca e toca (sim), toca e
vai tocando até se ouvir silêncio. E quando não se pode dizer mais do que isto...
E quando cada palavra já disse o que não deveria dizer, mas disse, está dito e...
não foi ouvido – passou ao lado – tão fugaz como fuga; fuga de fugir, fuga de “run
away”, fuga de medo... medo... medo... E medo de quê? De ter medo? Medo do medo e
medo faz fugir e sofrer... Então, sofre-se o dobro ou triplo de sofrimento, sofre-se por
medo de sofrer, sofre-se por medo do que possa acontecer: que rigorosa perda de
tempo parado e tempo parado estagnou e estagnar é: ... um buraco... buraco de nada e ...
escrevo faz sentido. Faz sentido porque eu digo que faz, se sou eu que escrevo é porque
faz... Eu sei que quem lê confia em mim, mesmo que não perceba, compreende...
mesmo que não compreenda, sente e se sentir (que sente) sabe... Parágrafo.
E quando o livro é o conto da vida do autor e se diz que não... E quando não o é
e se diz que sim... Este é e não é, diz sem dizer... E o autor não sou eu! Não sou...
silêncio... E quando por segundos se pensa: e agora? E se esta fosse a passagem para
outro lado (se é que esse lado existe, seja ele qual for, talvez o inverso!)... E se... eu
diria, nada de ler o que escrevi, nada de arrumar as coisas apenas juntar, colocar algures
(até um dia, qual? Não sei, não sei, um, qualquer um...); eu diria: foi bom, foi muito
bom... mesmo que alguém diga que não, eu digo sim: foi bom, muito bom... é e está
sendo bom... Eu diria: amo cada ser... Estas são as únicas palavras que eu gostaria que
E quando esse mesmo instante é tão decisivo como respirar ou não, viver ou
não... E quando apetece correr para longe, seja qual for o lugar – esta é a forma delicada
de dizer: FUGIR. E se eu chamar os actos pelos nomes... tudo ficará claro por um lado,
mas ficarão condicionados ao que pensam que aquela palavra significa (podem até
julgar... e nada tem de ser julgado)... Há quem prefira dar nomes que se aproximam,
sinónimos – talvez não doa tanto... talvez doa mais... no entanto, é e continuará a ser
uma fuga!!!
Eu sei que há pelo menos alguém que percebe na integra... Eu sei e agradeço...
claras... mais nítidas e turvas... há coisas mais calmas e tranquilas e outras mais
para aquele ponto. Eu não sei e provavelmente ninguém sabe... E se a soma de todos os
pontos formar um gráfico? Será que alguém o vai conseguir interpretar, ou esse será tão
Brincar com palavras é uma viagem que se pode tornar tão longa como perigosa.
Trata-se de uma estrada onde o trânsito flui até que um determinado automóvel pára,
simplesmente estagna no tempo e cria raízes no alcatrão, aquele mesmo que outrora o
alimentou, agora, acaba com ele; transforma-o num monte de lata que deixou de se
transportar. Quando a metáfora se torna tão mais difícil que a realidade recorre-se ao
texto que explica o que não apetece explicar, o inexplicável. É demasiado complicado
fazer as malas, arrumar o monte de lata que empata todo o trânsito. É demasiado árduo
determinado momento aquela gota de água que fez transbordar o copo vai definir o que
até ao momento estava num impasse. E se as palavras são assim tão perigosas, e como
quando se vai de férias fica-se feliz com a viagem (mesmo que seja pelo caminho mais
longo), então é porque as palavras não são crianças que brincam pelo divertimento
(porque gostam de brincar) e se isso é assim, então é melhor apagar tudo e voltar a
escrever – letra por letra, palavra por palavra, frase por frase. Fim de jogo.
E quando se sabe que não é por ali e se vai. E quando parece que a dor dá lustro
ao ego... Então se chora por falta de solução e quanto mais se chora menos se vê, em
vez de limpar embacia... mas tudo isto parece tão confortável que apetece patinar vezes
sem conta, no mesmo chão molhado, que continua a fazer cair a cada vez que se passa
por lá.
E quando a palavra fácil dói e vai doendo quando pronunciada de certa forma,
sendo verdade não o é por completo, não naquele sentido... porque o motivo não incluía
um rio...
Prazer com dor é sobrenatural! Se fosse natural dava só prazer – logo deixaria de
Desde já digo: que gostava de ouvir em música este texto, mesmo que esta fosse
Digo, que mais não me apetece dizer... mas no próximo segundo poderá surgir o
parágrafo seguinte.
E quando, de repente uma estrela nos diz que nada é assim tão grave... Nada é
tão mau... nada é tão doloroso... e nessa mesma fracção de tempo tudo se desmancha em
pó... e só a imaginação actua sobre um corpo que se deixou relaxar... E quando dor, a
palavra dor, a emoção ou sentimento dor deixa de fazer sentido... mesmo que a solução
ainda não esteja à vista, o coração sente que ela existe e vem a caminho, vai surgir no
momento, no instante em que a pessoa que transporta esse coração se apercebe que ele
(coração) existe. Porque ele existe, mesmo que digam que não, existe sem que alguém
consciência...!
A noite é aquele elemento... é a parte que faz o elo de mim para mim...
emoção!!!
O silêncio é a melodia...
A melodia é o som...
Dinheiro são moedas sem valor algum, assim como papel fora do comum... que
alguém – uma população, muita gente – lhe atribui extra valor... léguas de valor extra...
extremamente valioso para e por tão pouco!!! Dinheiro é um bem material – palpável –
demasiado palpável!!! A água escorrega entre as mãos e dinheiro fica... fica... fica...
Tudo isto não passa de um delírio... daquele tipo de delírios que se tem quando
nada nos satisfaz... quando se duvida da própria vida e dos próprios actos, quando tudo
não passa de palavras e se quer passar a agir, por qualquer motivo que seja! Quando a
vida é uma profunda SECA e se quer substituir a vida por filmes, cenas ou imagens de
filmes... daqueles filmes que nos colam ao sofá e nós dizemos: é assim que eu gostaria
esses que escrevem, formam, criam linhas e linhas de sonhos de outros ou próprios, mas
nenhum pertence ao presente – ninguém escreve enquanto actua, fala sobre um passado
Ninguém escreve por escrever, há um motivo, algo interno e/ou externo que nos
leva a sentar e parar o relógio (sem que ele se convença que está parado) para
passando... escrever é como construir outros universos, outras formas de viver (mesmo
com uma resposta fria e se pensa: foi fria de propósito para mim, porque estou a
aborrecer... ou foi fria porque o momento era o menos indicado para a outra pessoa?!
Entretanto, quem recebeu a resposta fria fica mais frio que a própria resposta e se fecha
para escrever as suas lágrimas ou desgraças que podem nem existir. Dá vontade de
escrever quando existe uma fúria, uma ou mais situações que magoam e mágoas é tão
comum ver... basta sair de casa e parece que os rostos de cada pessoa estão cobertos de
máscaras... e essas máscaras... são máscaras – dói demais ter de dizer o que são – aqui
E quando a vontade é tão intensa que se faz de tudo para nos mantermos no
lugar, sentados, para evitar fazer aquilo que apetece fazer , mas que pode estragar tudo:
Este é um texto sem nomes, que só utiliza as próprias palavras para se expressar,
porque há uma expressão dentro de mim que quer sair... quer sair... mas não consegue...
Este é um texto que fala da existência de um eu que não sou eu, é um texto que mistura
os tempos e as emoções e que precisa de um bom actor para o colocar em palco, e esse
actor não sou eu. E esse actor dirá o mesmo que eu: nada disto sou eu!
E quando um bom analisador de textos analisar este mesmo... vai ser divertido
ver os inúmeros eus que este (único) texto pode e tem... E as imagens vão continuar a
passar: como um condutor que pensa em tudo menos na estrada, que ouve a música que
aquela estação de rádio emite, que vê as luzes da cidade à noite, e que viu durante todo
dialogar, crianças a brincar... entre muitos e muitos tempos diferentes o desse condutor
Esta é uma história sem princípio nem fim, porque não existe nem princípio nem
fim... mas que existe e pode continuar a existir, de passado, presente e futuro em aberto
E cada palavra foi vivida plenamente, e cada palavra é única – sem sinónimos,
As luzes vão elaborando a sua função... e eu... não sei a minha função... nem
Fim de texto...