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ABSTRACT: The apparel industry belongs to the textile logistic chain. It has been set the update
situation of the chain, in terms of supply of raw-materials and the distribution of its production,
from the view point of the apparel making companies in the state of Ceará – Brazil. A special detail
is given on the characteristics of the tipes of distribution organizations of apparel products. It has
been studied their finance, materials and informations flows, pointing strong and weak points.
Final directions are given in order to improve their operations.
Introduzido em meados do século passado pelos ingleses, o algodão desenvolveu-se no estado, e sua
produção chegou a ser a segunda do país. A grande produção incentivou o artesanato das rendas de
bilro, feitas com fio fiado, desenvolvendo a habilidade manual das mulheres, e implantando uma
cultura transmitida de mãe a filha. As indústrias de fios e tecidos vieram no esteio da produção,
fortificando o setor.
O passo natural e seguinte foi o surgimento das confecções, que aproveitaram a habilidade e
criatividade da mão-de-obra feminina para produzir peças sofisticadas. As confecções foram alvo de
incentivos financeiros pela SUDENE - Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, que
ajudou sua multiplicação acelerada. O Ceará chegou no final dos anos 80 e início dos 90 a ser o 2o
polo de confecções do Brasil ( NUNES, 1998 ). As deficiências logísticas logo saltaram aos olhos;
os tecidos em sua avassaladora maioria vinham do sul, viajando em caminhões mais de 3000 km, e
para lá voltavam após confeccionados, isto porque as tecelagens locais não haviam inovado, estavam
arcaicas, como arcaicos estavam os métodos de cultivo do algodão cuja produção diminuía a cada
ano.
O governo do Ceará em seu plano estratégico incentivou a vinda de fiações de algodão e tecelagens
para o estado, a fim de reduzir o problema de suprimento das confecções, enquanto suspendia o
incentivo às confecções, para equilibrar a demanda e a oferta. Como acidente de percurso, uma
praga de insetos, o “bicudo”, arrasou a produção de algodão em quase todo o Nordeste do Brasil. A
importação de algodão de outros países tornou-se necessária em grande escala, já que a produção
vinda de São Paulo e do Paraná não tinham preços compensadores. As deficiências logísticas
afloraram agora no porto e aeroporto.
A produção das fibras, é portanto, a primeira etapa na cadeia têxtil. A segunda etapa é composta dos
beneficiadores das fibras. No caso das naturais, os chamados maquinistas, no caso das sintéticas, as
indústrias químicas. A terceira etapa é constituída pelas fiações, que transformam as fibras e os
filamentos contínuos em fios. A quarta etapa é a produção dos tecidos, que podem ser feitos nas
tecelagens ou nas malharias, de acordo com as características finais desejadas. O acabamento e
tinturaria têxtil é uma quinta etapa, bem distinta das anteriores, e bem especializada. No entanto, na
maioria dos casos, ela é acoplada às empresas de tecelagem e malharia. Por fim, as confecções se
constituem na última etapa industrial antes da distribuição dos produtos aos lojistas, e destes aos
consumidores finais.
A distribuição inclui confecções prontas e tecidos para ser processados domesticamente. As cadeias
são especializadas em cada categoria individual:
3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL
Os dados aqui apresentados foram levantados junto ao Sinditextil, Sindicato Patronal dos
Maquinistas, Fiações e Tecelagens. No estado do Ceará estão em funcionamento 12 fiações de
grande porte, 6 tecelagens, uma delas a maior do Brasil. Existem também 11 malharias, 1 fábrica de
não-tecidos, e 4327 confecções ( Jornal Diário do Nordeste do dia 01.03.98 ).
A localização das empresas no estado ( Figura 1 ) concentra-se mais na capital, a grande Fortaleza (
7 municípios ), onde estão 3 tecelagens, 11 malharias, 10 fiações e 2972 confecções. As demais
empresas situam-se no pólo Horizonte/Pacajus, a 50 km ao Sul de Fortaleza, com 2 tecelagens, 1
fiação, 1 fábrica de não-tecidos e 35 confecções, além de 1 acabamento têxtil para peças prontas. O
pólo Sobral/Itapajé, 150 km a Oeste de Fortaleza, tem 1 fiação, 1 tecelagem e 350 confecções.
Juazeiro/Crato, 500 km ao Sul de Fortaleza concentra um pólo importante de confecções, são 750
ao todo. As demais 220 confecções espalham-se em todo o estado, sem concentrações maiores que
justifiquem sua menção.
Fibras 6 2 9 83
Fios 75 5 15 5
Tecidos 35 5 55 5
Confecções 40 10 45 5
Tabela 1-Valores percentuais da origem do suprimento de matérias-primas das indústrias têxteis do Ceará.
A comercialização dos produtos cearenses destina-se em grandes proporções ao mercado externo ao
estado ( figura 3 ). Seu maior foco é a região Centro Sul, como se mostra na tabela 2, indicando que
o estado não absorve tudo o que é produzido, principalmente porque não há a diversificação
necessária à comercialização. As matérias-primas são focadas no algodão, e o mercado local pede
variedade de tecidos e fibras.
Fios 2 3 80 15
Tecidos 5 7 78 10
Confecções 20 20 57 3
A cadeia têxtil é responsável por boa parte do PIB Cearense no tocante à parte industrial,
representando 26% do total ( Jornal Diário do Nordeste de 10.05.98 ). Fatura entre os maquinistas,
fiações, tecelagens e malharias, R$ 2 bilhões/ano, ou seja, 16,5% do PIB industrial, empregando
18.000 funcionários em 50 empresas.
Fortaleza
Sobral/Itapajé 2972 confecções
350 confecções 3 tecelagens
1 tecelagem 11 malharias
1 fiação 10 fiações
Horizonte
Pacajus:
35 confecções
Juazeiro/Crato 2 tecelagens
750 confecções 1 fiação
1 “não-tecido”
1 acabamento
Confecções:
• Minas Gerais
• Rio de Janeiro
• São Paulo
• Santa Catarina
Algodão:
• Paraná
• São Paulo
São Paulo/
Minas Gerais: Rio de Janeiro:
• Tecidos • Tecidos
• Fios • Fios
• Confecções • Confecções
Santa Catarina:
• Tecidos
• Fios
• Confecções
4. ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO
A distribuição dos tecidos e malhas é feita prioritariamente para as indústrias de confecções, sendo
também vendida para atacadistas e lojas de venda de tecido a metro. A grande massa vai
transportada em caminhões, sendo as exportações para outros países feita por via marítima. A
característica predominante é a venda FOB fornecedor.
O primeiro tipo de organização estudada, representaria o caso de parte das cadeias de magazines e
dos atacadistas. Centralizam o recebimento dos artigos comprados em depósitos, geralmente no Rio
de Janeiro ou São Paulo. Os depósitos, ao receber a mercadoria, verificam se há avarias na
embalagem que denote violação, e caso negativo, conferem pela Nota Fiscal o prazo de entrega, o
número de volumes, número do pedido, o artigo recebido, o preço e o prazo de pagamento. A
mercadoria recebida vai separada por loja, sendo armazenada em locais demarcados. Quando os
lotes de entrega por loja (caso dos magazines), ou cliente (caso dos atacadistas), são completados, é
feita uma remessa para a loja, que paga o frete a partir daí. Os fretes são negociados pela empresa
para serem realizados pôr uma só transportadora. Desta forma, verifica-se que tanto as cargas das
fábricas para os depósitos, como dos depósitos para as lojas, são de grande porte, possibilitando
negociação para conseguir bons valores de frete. O controle da qualidade e da quantidade só é
realizado quando a mercadoria chega à loja de destino, após ser manuseada por duas transportadoras
e um depósito. As reclamações de falta ou má qualidade, sempre causam aborrecimento aos
fornecedores. Os prazos de pagamento contam a partir da data de recebimento da mercadoria.
O segundo tipo de organização, exige a entrega direto nas lojas. Representa outro tipo de cadeia de
magazines, sendo similar em parte com o procedimento das lojas retalhistas em geral. Os pedidos são
grandes por modelo, no caso dos magazines, mas com as quantidades por loja pequenas, no máximo
100 peças por modelo, tal como nas lojas retalhistas. Os pedidos são conferidos no ato do
recebimento, após verificação de avarias ou violação da embalagem, primeiro pela Nota Fiscal, para
saber o número de volumes, número do pedido, artigo, preço e prazo de pagamento. Em seguida são
abertos na presença do transportador, sendo contados e conferidos quanto à qualidade em geral,
somente sendo aceitos se estiverem de acordo. Caso existam discrepâncias, a carga é recusada e a
fábrica comunicada para que promova a correção do erro, antes que a transportadora reapresente a
carga. O frete envolvido é caro pois as cargas são pequenas, envolvendo as vezes redespacho por
outras transportadoras, sempre que os locais não sejam capitais de estados. Os prazos de pagamento
também se contam a partir da data de recebimento da mercadoria.
Analisando os custos médios envolvidos em cada uma das organizações, considerando que o tempo
de giro dos estoques é igual para as duas, tem-se:
• Custo financeiro da operação – Considerando que a mercadoria fica dois dias no depósito, e 3 dias
em viagem, há um custo financeiro referente a 5 dias. Com taxas de desconto mensais de 3%, isto
representa 0,5% a.m.
c) Verifica-se que a operação da primeira organização aumenta seus custos em 3,5% com relação à
segunda. Entretanto, apontamos que os custos dos fabricantes são aumentados em 4%, devido ao
frete, da primeira para a segunda organização. Considerando que nenhuma empresa deixa de
repassar seus custos aos clientes, verifica-se que há um acréscimo final de custo da segunda
organização de 0,5% com relação à primeira.
a) A primeira organização tem maior controle sobre o recebimento dos pedidos. Como eles chegam em
um só local, e como se admite falta ou sobra de 10%, pode ocorrer casos onde a falta se dá em uma
só loja. Há controle para que se possa corrigir de imediato o fato em pedidos subsequentes, de
artigos similares, de modo a não desfalcar a loja.
Como os pedidos são recebidos completos, a empresa sabe quando os terão em todas as suas lojas,
podendo antecipar os prazos se necessário, estando assim apta a fazer publicidade e promoções
nacionais, sem o risco de ser enganosa por falta do produto. Há maior segurança no abastecimento
das lojas.
b) A segunda organização tem menor controle sobre os pedidos recebidos. Como o tempo para o
transporte até cada loja é diferente, o controle tem que ser maior, pois a cada recebimento tem-se
que dar baixa no controle, voltando a repetir-se o fato até que todas as lojas recebam o produto, e
comuniquem à matriz de compras. Se os 10% de falta incidirem sobre uma só loja, a demora em
detectar o fato é grande. Pode ocorrer das entregas serem menores em 10% em todas as lojas, e
ainda assim faltar uma loja inteira, sendo o tempo de reação a esse fato muito longo para permitir
correção, principalmente se o artigo comprado for especialmente fabricado para a empresa, caso em
que não existem sobras para repor problemas. Há grandes possibilidades de faltar mercadoria para
venda.
a) A primeira organização tem como principal problema a falta de mercadoria nos volumes
recebidos. Como os embarques são recebidos por um depósito que não faz a conferência física
do produto, são manuseados no depósito e depois transportados por um segundo transportador,
fica muito difícil estabelecer responsabilidades em caso de falta. Além desse fato, um segundo
problema que surge são os erros por mistura de volumes e remessa para locais errados, tudo
devido ao manuseio no depósito. As lojas que recebem a menor acusam a fábrica de falta,
quando às vezes trata-se de destino errado, causado pela própria empresa.
b) Na segunda organização os problemas não são do mesmo tipo. Eles são devidos somente à
demora, custo e ineficiência do sistema de controle de recebimento. Isto causa uma queda no
nível do serviço prestado. As reclamações são em geral dirigidas ao setor de contas a pagar, pois
com a demora nas informações, são bloqueados pagamentos, além de vários pedidos de
prorrogação de duplicatas devido a atrasos nas entregas que os fabricantes previram. Como
mencionado anteriormente, o pagamento se dá com prazo contado a partir do recebimento na
loja. Em geral o fabricante precisa negociar as duplicatas antes de ter a confirmação da entrega,
devido a dificuldade de comunicação da transportadora, e é forçado a estimar uma data. Quando
sai errado, o comprador pede prorrogação equivalente ao número de dias de atraso, o que gera
complicações para o fabricante junto ao seu banco negociador, com resultantes custos. Além
desse fato devemos considerar que as faturas são efetuadas loja a loja. Elas têm pequeno valor e
são em grande quantidade, o que encarece o custo financeiro para negocia-las nos bancos.
Sumarizando esta análise, conclui-se que a logística adotada pelo primeiro tipo de organização é
mais eficiente que o do segundo tipo de organização, em virtude do nível de serviços alcançado tanto
para os clientes como para os fornecedores. Precisa ser melhorada somente no que tange à inspeção
física, fato que poderia ser contornado através de amostragem estatística, feita no próprio depósito
de entrepostagem. Desta forma o único ponto negativo do sistema seria eliminado, já que qualquer
falta seria de responsabilidade interna, e portanto de fácil correção. As negociações de preços são
facilitadas na primeira organização, já que os fabricantes sabem que perderão menos tempo com o
transporte, terão menos custos de transporte, e menores custos com a emissão de Notas Fiscais e
duplicatas, bem como com sua negociação nos bancos.
Primeiro tipo de organização
•
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FORNECEDORES • DEPÓSITO LOJAS
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FORNECEDORES • LOJAS
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•
5. PROBLEMAS EM ESTUDO
Dentre os diversos problemas da cadeia têxtil, focar-se-a no problema das dificuldades logísticas do
subsetor confecções. Para melhor visualização do problema, serão vistas as dificuldades sob os
pontos de vista dos fluxos logísticos: financeiro, de materiais e de informações.
a) O fluxo financeiro tem prazos de pagamento irregulares entre os elos da cadeia, privilegiando
alguns e punindo outros. Os maquinistas compram a produção de fibras à vista, e após processá-las
vendem para as fiações com 60 dias. Estas fiações se abastecem em sua maioria com algodão
importado, com prazos que vão aos 300 dias e juros internacionais de 14% a.a. Ao vender o fio
produzido para as tecelagens e malharias o prazo médio fica em 90 dias. Estas para vender o tecido
para as confecções repetem os 90 dias. As confecções vendem o produto aos distribuidores com 90
dias de prazo, e estes aos consumidores finais ( pessoas físicas ) com 30 dias.
O elo confecções precisa portanto de financiamento externo para operar. Veja que, como 65% da
matéria-prima que compra vem de fora, perde 10 dias com o transporte, e é forçado a trabalhar com
20 dias de estoque em depósito. Seu ciclo produtivo é de 15 dias, e necessita de 15 dias de estoque
de produtos acabados para formar as grades dos pedidos. No total 60 dias dos 90 do prazo das
matérias primas são consumidos pelo processo produtivo, restando 30 para financiar os 90 dias de
prazo de venda aos distribuidores. Como pagam salários, energia e impostos até o dia 10 do mês
seguinte, têm que financiar por 80 dias seus custos, até que recebam dos clientes.
Deve-se salientar, que devido ao item impostos ser cobrado em cascata em toda a cadeia, há um
acréscimo de 4,5% nos custos da matéria-prima, unicamente resultante do financiamento dos 17%
do ICMS por 3 meses a juros de 3% ao mês, nos elos maquinistas, fiações e tecelagens/malharias.
As confecções precisam de 60 dias, em média, para atender aos pedidos. Quando trabalham com
programação de entrega, os detalhes do produto ( tamanhos e lavagens ) podem ser fornecidos com
até 30 dias. Como se nota, há nova dificuldade para as confecções, que assumem compromisso de
compra na fase de maior venda ( 2o semestre do ano ), sem certeza de quais itens venderão, correndo
fortes riscos de estocar matérias primas não utilizadas na produção.
c) O fluxo de informações é o mais perverso com as confecções. Elas estão entre os consumidores
finais e os fornecedores de matérias primas prontas ( tecelagens e malharias ). Recebem informações
dos clientes com até 3 meses de defasagem; a informação vem distorcida devido aos interesses dos
intermediários, os distribuidores. Este tempo decorre do fato de que de que a cada 30 dias os
distribuidores sumarizam as informações que lojistas colhem dos clientes, e repassam aos
confeccionistas que os coletam a cada 3 meses, épocas de pesquisa para lançamentos das coleções.
As tecelagens lançam coleções duas vezes ao ano, sendo portanto de 6 meses o seu tempo de reação.
Caso necessitem novas composições de fios, são necessários 6 meses para serem desenvolvidos pelas
fiações, cujos lançamentos são simultâneos com os das tecelagens. Se forem necessários novas
fibras, estima-se em 1 ano o tempo para seu desenvolvimento e teste.
Sabe-se que a moda é orientada a cada seis meses, ocasião do lançamento das coleções dos grandes
costureiros de Paris e Milão, mas as ondas do consumo podem ser até bimensais, dependendo de
acontecimentos locais, nacionais ou internacionais. O que se verifica então é que muita capacidade
de venda vai perdida pela demora no atendimento, deixando clientes insatisfeitos. Peters ( 1982 )
comenta que os clientes geram vendas, e as empresas mais bem sucedidas são aquelas que criam o
maior número de clientes e os conservam. Para isto, as confecções precisam de velocidade de reação
em toda a cadeia têxtil, e não só na própria empresa.
Os ciclos de vida dos produtos nas confecções são diferentes dos produtos de outros ramos da
indústria, pois são lançadas 4 coleções por ano (para roupas externas) e dificilmente um produto
permanece por mais de duas coleções em venda. Com a exigência dos consumidores cada vez maior,
o ciclo de vida dos produtos de moda tem diminuído, o que aumenta o risco de obsolescência devido
à diminuição do tempo para realizar as vendas (Christopher, 1997).
Tixier (1996), com sua matriz gerencial do sistema logístico, relaciona as dimensões gerenciais com
a dimensão do ciclo de vida do produto, inferindo a partir daí as capacidades e pontos fortes da
empresa. A organização A. T. Kearney, em estudo global da logística em 500 empresas européias,
relacionou o sucesso logístico com a boa aplicação das técnicas de economia dos transportes,
estocagem, manuseio dos materiais e a montagem de um eficiente sistema de suporte à informação.
Lambert (1992) aponta o serviço ao cliente como chave para integrar o binômio Marketing-
Logística. Em sua forma de pensar, o serviço logístico é uma medida da eficiência com que a
logística cria utilidade de tempo e lugar para um produto. Identifica-se aí um caminho para vencer as
restrições no fluxo financeiro e de informações logísticas.
Innis (1994) considera que o serviço ao cliente, fornecido através da distribuição física, é o meio
primário de contribuir para o sucesso da empresa. A seu ver, o serviço ao cliente é o melhor caminho
para a sua satisfação, obtendo-se desta forma sua lealdade, o que representa a verdadeira fatia de
mercado.
7 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Verifica-se que a política têxtil do estado do Ceará está correta e perfeitamente inserida no mercado
globalizado, além de consoante com os esforços brasileiros de integração ao Mercosul e intercâmbio
com o Mercado Comum Europeu e ALCA.
As confecções têm que seguir o movimento comum de redução de estoques e para isso têm que
aumentar sua versatilidade. O foco no cliente deve ter na prestação do serviço, a forma de driblar as
deficiências no fluxo financeiro e de materiais.
O aumento do nível de serviço, colocando produtos no tempo e lugar necessário, pode abrandar as
dificuldades de informações ágeis, superando pela oferta e entrega em tempo hábil, a falta de acerto
com o desejo do cliente.
A redução do tamanho das indústrias de confecções, reduz o tamanho das coleções e com isso o
número de itens a ser controlado, tanto no processo produtivo com na fase de suprimentos das
matérias-primas. Há um ganho em agilidade que tem que ser complementado com investimentos em
equipamentos e treinamento do pessoal, para que possam ser gerados ganhos de flexibilidade,
eficiência e redução do “lead-time”. A conseqüência direta é um ganho de velocidade, que reduz a
distância entre o ciclo de vida do produto e o tempo que a empresa leva para atender a essa
necessidade. Isto conduz a um maior tempo útil para as vendas e, com maiores quantidades
vendidas, tem-se menos sobras, menores custos e maiores margens de lucro.
Os autores estão aprofundando os estudos no sentido de determinar o tamanho mais adequado para
que as indústrias de confecções possam conseguir resultados ótimos.
8. BIBLIOGRAFIA
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Jornal Diário do Nordeste. Fortaleza, 10/05/1998.
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