Professional Documents
Culture Documents
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
Seropédica, RJ
Julho / 2010
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
Ao meu pai, Domingos Savio, que comigo sonhou, batalhou e concretizou minha
Engenharia Química.
iv
AGRADECIMENTOS
Acima de tudo, agradeço a Deus que é a minha força de cada dia, a esperança de
cada momento, a razão de cada batalha, a fé nas dificuldades e as bênçãos em cada vitória.
A minha querida mãe pelo amor incondicional, pelas preocupações, pelo zelo, pela
educação, pela dedicação, pela paciência, pela motivação e incentivo em todos os
momentos de minha vida.
Ao meu grande pai pelo exemplo de vida, educação, palavras, conselhos, amor,
carinho, orações, e principalmente, por acreditar no meu potencial e deixar que eu
realizasse um de seus sonhos.
A minha linda irmã Saviane pela dedicação imensurável à minha família. Pelo
esforço pelos meus estudos. Pelo amor e carinho. Pela preocupação e zelo por todos esses
anos.
A minha outra linda irmã Simone pelo amor e carinho. Pelas fortes e
importantíssimas orações pela minha vida.
Ao meu grande tesouro, minha avó Maria de Morais Rodrigues (In Memorian) pelo
grande exemplo de vida e garra, batalha e vitórias. Seus exemplos e dedicação ficarão
marcados para sempre em meu coração.
Ao meu cunhado Rodrigo Martins Lopes por toda a força que vem dando a mim e a
minha família. Por todo o amor, carinho, conversas, enfim, pelo afeto de irmãos que
estamos construindo durante esses anos.
A Wagner Drei Junior pelos grandes momentos juntos. Por todo carinho,
companheirismo, alegrias, superações, paciência e dedicação.
Aos Mestres da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro pelos ensinamentos a
mim concebidos e a conquista do título em Engenharia Química.
Professora Fabíola Oliveira da Cunha pela amizade, confiança e orientação na
condução e conclusão deste trabalho.
A minha amiga e companheira Monique Mockdece pelo carinho e amizade por
todos esses anos.
Aos meus amigos Ruralinos que, cada um com sua particularidade, contribuíram
para que esses anos fossem inesquecíveis os quais levarei para sempre em meu coração e
minha memória.
E a todos que de alguma forma contribuíram para que essa etapa fosse vencida.
v
BIOGRAFIA
Sou de Barra Mansa, interior do Rio de Janeiro. Tenho uma família linda: meu pai
Domingos, minha mãe Ondina e minhas irmãs Saviane e Simone com quem sempre morei
até vir para a Rural.
Até o presente momento sempre me dediquei para conquistar uma boa formação
profissional. O meu 2° grau foi cursado em paralelo com um curso Técnico em
Telecomunicações na Escola Técnica Pandiá Calógeras onde foi uma fase de grande
crescimento pessoal.
Ao concluir o curso técnico decidi me dedicar ao ingresso em uma Universidade
Pública na área de Engenharia. Realizei alguns vestibulares e tive a aprovação em duas
Universidades Federais, a UFF e a UFRRJ. Porém, eram cursos distintos. Para uma era
Engenharia Elétrica e para a outra Engenharia Química. Por fortes influências de meu pai e
meu avô José Baptista, que por sinal são profissionais na área, escolhi cursar a Engenharia
Química.
Então juntei a mudança, o entusiasmo e a força de vontade e vim para a Rural.
Os primeiros períodos foram de intensos estudos e dedicação.
Nas últimas semanas de meu 5° período a vida me pregou uma peça. Meu pai ficou
desempregado e eu teria que voltar para minha casa, pois minha família não tinha mais
recursos para me manter aqui. Ao concluir as provas finais, juntei novamente minha
mudança e voltei para minha cidade. Lá fui trabalhar no comércio. Depois de longos sete
meses, graças a Deus, eu tive a benção de voltar para a Rural e retomar meus estudos.
Retornei cheia de disposição e novos projetos para a minha vida. Comecei a me
dedicar intensamente para o início de um estágio, o início efetivo da minha formação
profissional.
Em fevereiro de 2009 comecei o meu estagio na VALE, Mangaratiba - RJ na área
de gestão de pessoas, segurança do trabalho e área administrativa. Hoje levo de grande
aprendizado um melhor conhecimento do ser humano. Como é o dia-a-dia de uma
empresa, dificuldades e contratempos, responsabilidades.
Em paralelo com o final de minha graduação inicializei minha Pós-Graduação Lato
Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho na UNIFOA com o objetivo de ampliar
meus horizontes e conhecer novas áreas da engenharia.
Ao final do curso me sinto preparada para atuar no mercado de trabalho com uma
Engenheira Química de forma ética e responsável.
vi
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 01
CAPÍTULO II
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 04
2.1. Investigação para Remediação .................................................................................... 04
2.2. Técnicas de Remediação ............................................................................................. 06
2.2.1. Escavação e Remoção de Solos ..........................................................................06
2.2.2. Atenuação Natural Monitorada .......................................................................... 08
2.2.3. Solidificação e Estabilização .............................................................................. 09
2.2.4. Vitrificação ......................................................................................................... 12
2.2.5. Extração de Vapores do Solo ............................................................................. 13
2.2.6. Tratamento Térmico ........................................................................................... 15
2.2.6.1. Tratamento Térmico in situ ..................................................................... 16
a) Injeção de Vapor ..................................................................................... 16
b) Aquecimento por Resistência Elétrica .................................................... 17
c) Aquecimento por Radio Frequência ........................................................ 17
d) Aquecimento por condução Térmica ...................................................... 17
2.2.6.2. Tratamento Térmico ex situ .................................................................... 18
a) Desorção Térmica ................................................................................... 18
2.2.7. Bioventilação ..................................................................................................... 19
2.2.8. Biorremediação .................................................................................................. 20
2.2.8.1. Biorremediação in Situ ............................................................................ 24
2.2.8.2. Biorremediação ex Situ ............................................................................ 26
a) Landfarming ........................................................................................... 26
b) Biorreatores ............................................................................................ 27
2.2.9. Fitorremediação .................................................................................................. 27
2.2.9.1. Fitoextração e Fitovolatilização .............................................................. 28
2.2.9.2. Fitoestabilização ...................................................................................... 29
2.2.9.3. Fitodegradação ........................................................................................ 30
2.2.9.4. Rizofiltração ............................................................................................ 31
2.2.10. Oxidação Química ............................................................................................ 31
2.2.11. Extração por Solventes ..................................................................................... 32
CAPÍTULO III
CASO REFAP ................................................................................................................... 34
3.1. Sobre a REPAP ........................................................................................................... 34
3.2. Geologia do Borreiro ................................................................................................... 35
3.3. Hidrogeologia do Borreiro .......................................................................................... 37
3.4. Contaminante da Borra ................................................................................................ 37
3.5. Recomendações de SANBERG ................................................................................... 38
3.6. Propostas para o caso REFAP ..................................................................................... 39
CAPÍTULO IV
CONCLUSÕES ................................................................................................................ 41
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
ix
RESUMO
Neste trabalho foi realizado um estudo de caso sobre a contaminação do solo por
um Borreiro da Refinaria Alberto Pasqualini, Canoas - RS. Após uma investigação para a
remediação desta área foi constatado a contaminação de TPH (Hidrocarbonetos Totais do
Petróleo) e metais pesados. Foram apresentadas as técnicas de remediação: Escavação e
Remoção de Solos, Atenuação Natural Monitorada, Solidificação e Estabilização,
Vitrificação, Tratamento Térmico, Extração de Vapores do Solo, Bioventilação,
Biorremediação, Fitorremediação, Oxidação Química e Extração por Solventes.
Posteriormente, foram propostas técnicas de melhor aplicabilidade na área contaminada.
x
ABSTRACT
This report presented a case study about soil contamination by a Borreiro of the
Alberto Pasqualini’s Refinery, Canoas - RS. After an investigation to remediation in this
area was found contamination of TPH (Total Petroleum Hydrocarbons) and heavy metals.
They have showed remediation techniques: Excavation and Soil Removal, Monitored
Natural Attenuation, Solidification and Stabilization, Glazing, Heat Treatment, Soil Vapor
Extraction, Bioventing, Bioremediation, Phytoremediation, Chemical Oxidation and
Solvent Extration. They have proposed techniques that better applicability in the
contaminated area.
xi
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
1
Os sítios contaminados ou disposições antigas produzem riscos para o bem-estar da
coletividade são chamados de Passivos Ambientais (SCHIANETZ, 1999). Duas das
principais características da poluição do solo são seu caráter acumulativo e a baixa
mobilidade dos poluentes. Quando uma indústria deixa de emitir efluentes líquidos ou
poluentes do ar, seus efeitos imediatos cessam. O rio seguirá fluindo e suas águas diluirão
os poluentes remanescentes ou os transportarão para longe. No caso das emissões
atmosféricas, o ar se tornará limpo assim que ocorrer a interrupção da emissão, já que as
correntes atmosféricas promovem a dispersão dos poluentes. Mas as substâncias nocivas
acumuladas no solo ali permanecem e lentamente podem poluir as águas subterrâneas ou
superficiais e afetar a biota (RODRIGUEZ, 2006).
3
CAPITULO II
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em geral, uma área contaminada sofre diversas variações nos seus aspectos físico-
químicos onde pode haver mais de uma possibilidade de tratamento. A maioria das
variações ocorre no meio físico como, por exemplo, heterogeneidade de solos, condições
hidrogeológicas locais, dentre outros. Seus aspectos químicos podem variar nas
concentrações e distribuição dos contaminantes em sua matriz. Essa variação pode ocorrer
devido à possibilidade dos contaminantes estarem livres (em altas concentrações), na fase
gasosa ou vapor, adsorvidos (retidos nas partículas do solo), dissolvidos em meio aquoso,
etc. Além disso, existe a possibilidade de ocorrência de contaminantes secundários
(MARIANO, 2006).
Além desses aspectos que são válidos para quaisquer situações, deve-se também
investigar possíveis interferências causadas por fundações, tanques enterrados, linhas de
matérias-primas e produtos, galerias de águas pluviais e efluentes, poços sumidouros,
poços rasos e profundos, principalmente naquelas áreas antigas ou profundamente
transformadas. Qualquer uma dessas interferências poderá impedir, reduzir a eficácia ou
5
inviabilizar uma proposta de remediação, mesmo que muito bem estudada (CETESB,
2001).
6
removido através de uma retroescavadeira e disposto em pilhas para tratamento. Após o
tratamento o solo é retornado para o local de origem.
A remoção do solo deve ser realizada com muita segurança, pois há alguns riscos
iminentes (inalação de vapores e materiais particulados contaminados) as pessoas
próximas a escavação e a possível transferência de contaminantes de um compartimento
ambiental para outro (durante a escavação, armazenamento, tratamento) (CETESB, 2001).
7
• zoneamento de segurança em três zonas: sem risco, onde as atividades não incluem
solos contaminados e os equipamentos estão descontaminados; semi-crítica e
intermediária, com acesso restrito e onde ocorrerá a descontaminação de
equipamentos e crítica, onde se dará a remoção, acondicionamento e estocagem de
apoio dos solos escavados;
• treinamento de pessoal;
• utilização de equipamentos de proteção individual;
• isolamento da zona crítica, sendo que nos casos mais complexos deverá ser prevista
a construção de galpão, hermeticamente fechado e trabalhando em depressão, para
evitar a saída de vapores e material particulado por via atmosférica e o contato de
águas de chuva com a área contaminada e com os solos removidos;
• instalação de lavador de caminhões e equipamentos, com sistema de tratamento das
águas de lavagem;
• monitoramento da qualidade do ar e medidas de controle;
• procedimentos de emergência.
A vantagem de se utilizar a atenuação é o custo que, no geral, é baixo pois não tem
se tem custos com equipamentos e produtos para a remediação. A atenuação é
acompanhada através de dados, fornecidos por poços de monitoramento, onde se
demonstra a diminuição, ou não, de contaminantes em uma determinada área.
9
A Solidificação tem como princípio o encapsulamento dos compostos
contaminados. Nesta técnica na área contaminada é adicionado agente solidificante,
fundido e solidificado. Com isso, os contaminantes ficam retidos numa massa solidificada
com resistência mecânica e resistência a compressibilidade onde não haverá interação dos
mesmos com os outros ambientes além de evitar a lixiviação desses contaminantes
(MOURA, 2006; NETO et. al., 2000).
10
na superfície, para ter certeza que todo o solo poluído será misturado com o material de
tratamento, tais como cimento e cal. A mistura deve então retornar ao local escavado ou
ser disposto em aterro adequado (EPA, 2001b).
Segue alguns tipos de agentes ligantes que podem ser utilizados nos processos de
estabilização/solidificação de acordo com as características dos contaminantes presentes no
solo (MOURA, 2006):
• cimento: utilizado para todos os metais pesados. Na presença de compostos
orgânicos sua resistência mecânica pode ser alterada no processo de hidratação
do cimento;
• pozolana: efetivo em Cádmio, Cromo e Chumbo;
• material termoplástico (asfalto, betume, polietileno, polipropileno, etc):
empregado para Arsênio, Cromo e Cobre. A presença de compostos orgânicos
requer drenagem e tratamento dos vapores produzidos durante o processo;
11
• polímeros orgânicos: utilizados para Arsênio.
2.2.4. Vitrificação
12
Figura 3 – Diagrama básico de um processo de vitrificação in situ para remediação de
solos contaminados. (MULLIGAN et. al., 2001)
Esse método tem um custo elevado. Sua aplicação ocorre em áreas contaminadas
com múltiplos poluentes onde não há muitas alternativas de tratamento disponíveis (NETO
et. al., 2000).
Também conhecida como SVE (Soil Vapor Extration), essa técnica tem como
objetivo a extração de vapores com compostos orgânicos voláteis (VOC’s) e compostos
orgânicos semivoláteis (SVOC’s) da zona não saturada do solo (NETO et. al., 2000).
13
Figura 4 – Sistema SVE (adaptado de USEPA, 1993)
Hidrocarbonetos com alta fração volátil serão removidos mais rapidamente usando
o SVE, enquanto que os compostos com menor fração volátil serão removidos de forma
menos eficiente. As faixas de volatilização variam de mais de 90% para a gasolina a menos
de 10% para o óleo cru. O SVE é uma tecnologia de remediação interessante para gasolina
e combustível de aviação, dadas suas altas taxas de volatilização. Também pode ser usada
para remediar compostos com faixas de hidrocarbonetos menos voláteis, auxiliando a
biodegradação (CETESB, 2001).
14
O SVE geralmente é limitado pela permeabilidade dos solos e pelo nível de
saturação por água, pois afeta a taxa de movimento do ar e vapor pelo solo. Ou seja, em
solos com maior permeabilidade, mais rápido será o fluxo de ar/vapor e assim uma maior
quantidade de vapor será extraída do solo contaminado (FAVERA, 2008).
15
condições do subsolo e do tipo e concentrações de compostos químicos presentes, os
custos podem, entretanto, se elevar consideravelmente (CETESB, 2001).
a) Injeção de Vapor
São instalados poços de injeção onde o vapor será injetado com o intuito de
aquecer a área e assim mobilizar-la, evaporando ou destruindo os contaminantes presentes
que posteriormente serão coletados em poços de extração. No lugar de vapor também pode
ser injetado ar quente ou água quente. A água quente mobiliza também compostos em fase
líquida não aquosa como os NAPLs, que são retirados pelos poços de extração (CETESB,
2001).
Zona
contaminada
com NAPL
Neste método o calor é fornecido por meio de poços de aço (poços térmicos) ou por
uma manta térmica que cobre a superfície do solo. A manta é usada onde a contaminação
no solo é rasa, enquanto os poços de aço são usados para as contaminações mais profundas
(CETESB, 2001).
17
2.2.6.2. Tratamento Térmico ex situ
Dessorção Térmica
18
• pós-queimadores de gases;
• sistemas de resfriamento e tratamento dos gases para controle de poluição
atmosférica.
2.2.7. Bioventilação
Esta técnica também é conhecida como bioaeração. É um processo in situ que tem
como princípio a inserção de um fluxo de ar (oxigênio) na zona não saturada visando
estimular o crescimento microbiano da região contaminada. Sendo esses microorganismos
responsáveis pela degradação dos compostos contaminados. A inserção de ar se faz
através de poços de injeção ou extração com baixa vazões e caso necessário, adiciona-se
macronutrientes ao meio. A Bioventilação é eficiente no tratamento de qualquer
contaminante degradável em meio aeróbico, particularmente é muito efetiva na remediação
de solos contaminados por hidrocarbonetos de petróleo, sendo mais recomendada para
locais onde ocorreu a liberação de compostos com peso molecular médio (diesel)
(CETESB, 2001).
19
2.2.8. Biorremediação
20
umidade. Para utilizar a técnica de bioestimulação, na área contaminada deve haver uma
população natural de microorganismos capaz de biodegradar os contaminantes e que a
contaminação do solo é favorável (CETESB, 2001; MARIANO, 2006).
21
Fracamente clorados Muito frequente Biorremediação aeróbia Forma Fase Livre Densa
(cloreto de vinila – VC) em (DNAPL)
condições específicas e
cometabolizado em
condições anaeróbias
Halogenados Aromáticos
Altamente clorados Comum Biorremediação aeróbia Adsorve fortemente em
(hexaclorobenzeno, sob subsuperfície. Forma fase
pentaclorofenol) condições muito liquida (NAPL ) e fase
específicas. sólida
Cometabolizado em (NASP)
condições anaeróbias.
Fracamente clorados Comum Fácil biorremediação Forma fase líquida
(clorobenzeno e aeróbia NAPL.
diclorobenzeno)
Bifenilas Policloradas
Altamente clorados Pouco freqüente Cometabolizado em Adsorve fortemente em
condições anaeróbias subsuperfície.
Fracamente clorados Pouco frequente Biorremediação aeróbia Adsorve fortemente em
sob subsuperfície.x’
condições muito
específicas
Nitroaromáticos Comum Biorremediação
aeróbia e anaeróbia
(produção de ácido
orgânico)
Metais
Cr, Cu, Ni, Pb, Hg, Comum Processos Disponibilidade
Cd, Zn, etc microbianos afetam altamente
sua solubilidade e variável, controlada
reatividade pelas
condições químicas
Vantagens:
22
• a tecnologia pode ser considerada como destrutiva dos contaminantes;
• permite atingir concentrações alvo ambientalmente aceitáveis para o solo.
Desvantagens:
23
• capacidade do meio de sustentar atividade biológica.
A técnica in situ não gera danos aos seres vivos, pois os produtos formados em uma
degradação são basicamente água e gás carbônico, quando incorporados ao ambiente. Essa
técnica é a que única que tem a capacidade de remover os contaminantes no solo e em
aqüíferos já que microorganismos crescem aderidos às superfícies, sendo assim, fácil a sua
remoção.
25
Tabela 3 – Características para um Sistema de Biorremediação in situ (MARIANO, 2006)
CARACTERÍSTICAS PARA UM SISTEMA DE BIORREMEDIAÇÃO IN SITU
Físicas Químicas Biológicas
• Distribuição espacial da • Composição da • Presença de
contaminação, especialmente contaminação, incluindo microorganismos viáveis,
a distribuição da fase não contaminantes que não especialmente
aquosa (NAPL), a origem do sejam hidrocarbonetos, degradadores de
resíduo e a geometria da mas que podem interferir hidrocarbonetos, em
pluma; no processo; zonas contaminadas e não
contaminadas;
• Hidrogeologia, direção e • Qualidade da água • Potencial de
velocidade do fluxo da água subterrânea, biodegradação e taxas de
subterrânea, heterogeneidades especialmente o potencial degradação.
e zonas impermeáveis do redox, receptores de
sedimento; elétrons, pH e produtos
de degradação;
a) Landfarming
26
é limitada ao tratamento do solo superficial com profundidade de cerca de 10 a 35
centímetros (MILANI, 2008). A Figura 8 representa um sistema Landfarming utilizando
uma área com uma borda de segurança e poços de monitoramento da água subterrânea para
acompanhamento da contaminação da mesma, pois pode haver percolação de
contaminantes.
b) Biorreatores
2.2.9. Fitorremediação
27
Segundo CUNNINGHAM et. al. (1996) a fitorremediação pode ser usada em solos
contaminados com substâncias orgânicas ou inorgânicas, como metais pesados, elementos
contaminantes, hidrocarbonetos de petróleo, agrotóxicos, explosivos, solventes clorados e
subprodutos tóxicos da indústria.
Diversos fatores devem ser analisados para a aplicação da fitoremediação, são eles:
características físico-químicas do solo e do contaminante, biodisponibilidade do
contaminante, clima da região. Tais fatores definem a escolha da espécie vegetal, de
acordo com seu mecanismo, que será capaz de promover a remedição da área contaminada.
Envolve a absorção dos contaminantes pelas raízes, os quais são nelas armazenados
ou são transportados e acumulados nas partes aéreas. É aplicada principalmente para
metais (Cd, Ni, Cu, Zn, Pb) podendo ser usada também para outros compostos
inorgânicos (Se) e compostos orgânicos, conforme mostra o esquema da fitoextração na
Figura 9 (McGRATH, 1998).
Esta técnica utiliza plantas chamadas hiperacumuladoras (figura 9), que tem a
capacidade de absorver grandes quantidades de metais específicos. Estas plantas são
selecionadas de acordo com o contaminante a ser retirado do solo contaminado. Após seu
28
crescimento no local contaminado elas são colhidas e adequadamente dispostas. E esse
ciclo se repete até que se alcance nível de descontaminação desejado. Na Tabela 4
(BROOKS, 1998) encontram-se exemplos de plantas hiperacumuladoras e suas aplicações.
2.2.9.2. Fitoestabilização
Emprega plantas capazes de tolerar elevados teores de metais no solo e que são
capazes de imobilizá-los por sorção, precipitação, complexação ou redução do seu estado
de oxidação. Tais plantas limitam a mobilidade e a biodisponibilidade dos metais no solo,
29
mas devem exibir baixos níveis de acumulação nas raízes, para eliminar a possibilidade da
massa vegetal vir a tornar-se resíduo perigoso. Esta abordagem da fitoremediação utiliza
espécies de plantas arbóreas de ciclo longo ao invés de culturas de ciclo curto (MOURA,
2006). A fitoestabilização é aplicável em locais contaminados com metais pesados, como o
chumbo, o cádmio, o zinco e o arsênio e em compostos orgânicos (MILANI, 2008; NETO
et. al. 2000).
2.2.9.3. Fitodegradação
30
2.2.9.4. Rizofiltração
31
clorados (CBs), Fenóis; Pesticidas orgânicos (inseticidas e herbicidas), e compostos de
munições (RDX, TNT, HMX, etc.) (MILANI, 2008).
32
O trabalho de remediação deve ter uma investigação completa e um
acompanhamento para verificar a eficiência das medidas adotadas e os possíveis impactos
gerados pela remediação da área contaminada. O encerramento da atividade se dará
quando acontecer o cumprimento de padrões preestabelecidos pelo projeto de remediação.
Estes padrões dependem das características físico-químicas dos contaminantes, das
condições hidrogeológicas do local e, principalmente, da legislação ambiental competente
para a área atingida.
33
CAPITULO III
CASO REFAP
34
Posteriormente, foi feito um estudo baseado nos dados obtidos por SANBERG
(2003) no qual será baseado esse estudo de caso.
35
Em vários locais verifica-se uma camada de regularização, constituída por um
aterro argilo-siltico-arenoso, pouco permeável, que favorece o confinamento dos resíduos e
isola parcialmente da ação de águas superficiais. (SANBERG,2003)
37
precisaria ser interditada. Já nos padrões da Norma Holandesa as concentrações de TPH,
chumbo e mercúrio estão acima dos valores de referência para intervenção.
38
3.6. Propostas para o caso REFAP
Outra técnica que pode ser aplicada na região do Borreiro é a Bioventilação que irá
estimular a biodegradação natural dos hidrocarbonetos presentes.
E a mais completa técnica de remediação que pode ser aplicada na área do Borreiro
é a Fitorremediação pois a mesma pode retirar no solo tanto os Hidrocarbonetos como os
metais pesados. Essa extração é realizada através de espécies vegetais especialmente
direcionadas para cada um dos contaminantes. Pode-se empregar a técnica de
Fitoestabilização que emprega plantas capazes de tolerar elevados teores de metais no solo
e que são capazes de imobilizá-los por sorção, precipitação, complexação ou redução do
39
seu estado de oxidação. Que neste caso será bem eficiente na remoção dos metais chumbo
e mercúrio. Ressaltando que a remoção do mercúrio é de extrema importância já que o
mesmo é altamente perigoso para o ambiente. Outra técnica de Fitorremediação que pode
ser empregada é a Rizofiltração, pois com a mesma consegue-se a obtenção de valores
satisfatórios na descontaminação de áreas com TPH.
Vale enfatizar que essa analise é apenas teórica. Para verificar a viabilidade dessas
técnicas faz-se necessário um estudo em escala piloto. Além de uma analise economia e
verificações das leis ambientais vigentes na área contaminada.
40
CAPITULO IV
CONCLUSÃO
Diversas são as técnicas para a remediação do solo. Essas são influenciadas pelas
características dos contaminantes e da área degradada. Por isso, faz-se necessária uma boa
investigação para remediação avaliando todos os pontos importantes para a aplicação da
mesma. Essas técnicas são dimensionadas de acordo com o tipo de tratamento que pode ser
físico, químico ou biológico.
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
42
EPA (United States Environmental Protection Agency). A Citizen’s Guide to Soil
excavation. Office of Solid Waste and Emergency Response, Washington (DC), 2001a.
44
SANCHES, V. L. Remediação de solos da formação São Paulo contaminados por
vapores de gasolina. 2009. 122 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Hidráulica) –
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo.
45