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A preocupação com a qualidade, no sentido mais amplo da palavra, começou com W.A.
Shewhart, estatístico norte-americano que, já na década de 20, tinha um grande
questionamento com a qualidade e com a variabilidade encontrada na produção de bens e
serviços. Shewhart desenvolveu um sistema de mensuração dessas variabilidades que ficou
conhecido como Controle Estatístico de Processo (CEP). Criou também o Ciclo PDCA
(Plan, Do, Check e Action), método essencial da gestão da qualidade, que ficou conhecido
como Ciclo Deming da Qualidade. Logo após a Segunda Guerra Mundial, o Japão se
apresenta ao mundo literalmente destruído e precisando iniciar seu processo de reconstrução.
W.E. Deming foi convidado pela Japanese Union of Scientists and Engineers ( JUSE ) para
proferir palestras e treinar empresários e industriais sobre controle estatístico de processo e
sobre gestão da qualidade. O Japão inicia, então, sua revolução gerencial silenciosa, que se
contrapõe, em estilo, mas ocorre paralelamente, à revolução tecnológica “barulhenta” do
Ocidente e chega a se confundir com uma revolução cultural. Essa mudança silenciosa de
postura gerencial proporcionou ao Japão o sucesso de que desfruta até hoje como potência
mundial.
A competitividade e o desempenho das organizações são afetados negativamente em termos
de qualidade e produtividade por uma série de motivos. Dentre eles destacam-se: a)
deficiências na capacitação dos recursos humanos; b) modelos gerenciais ultrapassados, que
não geram motivação; c) tomada de decisões que não são sustentadas adequadamente por
fatos e dados; e d) posturas e atitudes que não induzem à melhoria contínua.
É referida como "total", uma vez que o seu objetivo é a implicação não apenas de todos os
escalões de uma organização, mas também da organização estendida, ou seja, seus
fornecedores, distribuidores e demais parceiros de negócios.
Uma organização que se propõe a implementar uma política de gestão voltada para a
"qualidade total" tem consciência de que a sua trajetória deve ser reavaliada periodicamente.
A melhor forma de uma empresa assegurar a sobrevivência é por meio da qualidade. Vicente
Falconi, no seu livro “TQC – controle de qualidade total ao estilo japonês” mostra-o
claramente.
Colocar a qualidade como valor intrínseco é a melhor forma de sobrevivência. Ela aponta
para a preferência do consumidor, o que aumenta a produtividade, levando a uma maior
competitividade e assegurando a sobrevivência das empresas. Podemos definir qualidade de
inúmeras formas. Podemos considerar que é um atributo essencial e diferenciador de alguma
coisa ou de alguém, como uma medida de valor ou excelência, como a adequação ao uso, tal
como J.M.Muran a definiu, como “conformidade com as situações, nas palvras de
P.B.Crosby, ou ainda, usando as palavras de Vicente Falconi, “um produto ou serviço com
qualidade é aquele que atende sempre perfeitamente e de forma confiável, de forma
acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”. Os princípios
básicos da qualidade total são:
• Produzir bens ou serviços que respondam concretamente às necessidades dos clientes;
• Garantir a sobrevivência da empresa por meio de um lucro continuo obtido com o domínio
da qualidade;
• Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais elevada prioridade (Pareto);
• Na lógia anglo-saxônica de “trial and error”, nunca permitir que um problema se repita;
A lógica para que as empresas se possam desenvolver de acordo com estes pressupostos é a
lógica do PDCA (Plan; Do; Check; Act to correct)
Conceito de Qualidade
O termo qualidade vem do latim qualitate, e é utilizado em situações bem distintas. Por
exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas de um país ou região, quando se
fala da qualidade da água que se bebe ou do ar que se respira, quando se fala da qualidade do
serviço prestado por uma determinada empresa, ou ainda quando se fala da qualidade de um
produto no geral. Como o termo tem diversas utilizações, o seu significado nem sempre é de
definição clara e objetiva.
No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há várias definições
para qualidade: "conformidade com as exigências dos clientes", "relação custo/benefício",
"adequação ao uso", "valor agregado, que produtos similares não possuem"; "fazer certo à
primeira vez"; "produtos e/ou serviços com efetividade". Enfim, o termo é geralmente
empregado para significar "excelência" de um produto ou serviço.
Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer dizer, os clientes não
avaliam um produto tendo em conta apenas uma das suas características, mas várias. Por
exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design, funções que desempenha, etc. Assim, a
qualidade é um conceito multidimensional. A qualidade tem muitas dimensões e é por isso
mais difícil de definir. De tal forma, que pode ser difícil até para o cliente exprimir o que
considera um produto de qualidade.
Existem diversas definições para o termo qualidade, o que torna impossível ter-se uma
postura em definitivo para a idéia do que seja realmente qualidade. O certo é que a mesma
chegou para ficar, seja no trabalho, em casa, na produção de bens ou na prestação de
serviços. Enfim, em qualquer atividade humana, a qualidade tornou-se consenso.
Partindo do que dizem Philip Kotler & Gary Armstrong,[2] o nível de qualidade que se
deseja alcançar num determinado produto necessita estar em consonância com o mercado-
alvo que se quer atingir. Para os referidos autores, qualidade do produto significa que o
mesmo seja capaz de mostrar um alto desempenho, através de alguns critérios, tais como:
durabilidade, confiabilidade, precisão, facilidade de operação e reparos, dentre outros.
Afirmam que a qualidade precisa ser medida do ponto de vista do consumidor, enfatizando
que melhoria da qualidade está além de uma simples redução de defeitos: significa, pois,
satisfazer os desejos e necessidades dos clientes melhor que os concorrentes. Expõem ainda
que é de fundamental importância que o nível de qualidade seja percebido pelos
consumidores, seja através de sua aparência ou de outros elementos do mix de marketing.
Falconi[3] sintetiza o conceito de qualidade nos seguintes termos: “um produto ou serviço de
qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de
forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”. Isso significa para o mesmo: um
projeto perfeito; sem defeitos; baixo custo; segurança do cliente, entrega no prazo certo, no
local certo e na quantidade certa.
Levando-se em consideração o conceito de produto total, visto anteriormente, é
imprescindível que a qualidade seja apreendida tanto de um ponto de vista interno como
externo. Dessa forma, faz-se a seguir uma rápida explanação sobre a qualidade interna e
externa.
Qualidade Externa - pode ser definida como a forma pela qual se realiza a prestação do
serviço. Significa identificar as características que possui o produto quando da entrega ao
cliente.
Essas características podem ser melhor visualizadas quando leva-se em consideração as dez
dimensões da qualidade externa. São elas: aspectos físicos (aparência de instalações, pessoal,
equipes, disposição dos materiais); confiabilidade (habilidade para realizar o serviço
prometido de forma confiável e de acordo com as normas técnicas do setor); capacidade de
resposta (disposição para ajudar o cliente e oferecer um serviço rápido e a tempo);
profissionalidade (posição demonstrada dos conhecimentos e habilidades que permitem
realizar o serviço com eficácia); cortesia (respeito, consideração e sentido de simpatia e
amizade que se demonstra aos clientes); credibilidade (confiança, fé,honestidade que a
empresa projeta no seu pessoal e nos serviços que presta); seguridade (ausência de danos,
riscos, incertezas); acessibilidade (disponibilidade e facilidade de contato com a empresa e
seus diretores); comunicações (capacidade para manter os clientes informados em uma
linguagem que podem entender e tenham disposição para lhes escutar); compreensão do
usuário (esforços que se realizam para conhecer, com a maior amplitude possível, as
necessidades, desejos e expectativas dos usuários.
Enfim, para que uma empresa ofereça um produto ou serviço de alta qualidade é de
fundamental importância que faça parte de sua filosofia de Marketing a adoção do conceito
de qualidade interna e externa. Só, dessa forma, terá êxito a longo prazo. Pelo exposto,
percebe-se que o conceito de qualidade, sob essa perspectiva, mostra quão importante é
entender que a empresa precisa ter esse enfoque mais amplo, ou seja, visão interna
(preocupada com a qualidade do produto) e visão externa (mais preocupada com a prestação
do serviço ao cliente), caso queira inserir-se nas novas tendências do mercado e, com isso,
alcançar sobrevivência com o passar do tempo. Uma vez que o setor de serviços tem
crescido bastante nos últimos tempos, representando, pois, uma nova tendência para o
Marketing, faz-se necessário tecer algumas considerações sobre as teorias do marketing nas
quais se enquadra essa nova abordagem. De acordo com o livro, “Las tres dimensionnes del
marketing de servicios”, essa nova postura insere-se em três dimensões através das quais o
marketing pode ser expresso, quais sejam: marketing tradicional, marketing interativo e
marketing interno. Dentro da ótica dessa coleção, pretende-se aclarar melhor qual o
significado de cada uma delas, conseqüentemente como a empresa pode empregá-las para
uma gestão efetiva do mix de marketing.
CONCEITOS DE PADRONIZAÇÃO
Para Marçal Justen Filho (2000, p. 143) a cláusula "sempre que possível" não remete à
discricionariedade da Administração. Não é equivalente a "quando a Administração quiser".
A fórmula verbal torna impositiva e obrigatória a adoção das providências constantes do
elenco, ressalvadas as hipóteses em que tal for "impossível".
Para um letrado, a tradução passaria pelo latim, ou seja, vem de patronu, protetor.
Na verdade, todas as respostas estão corretas, pois elas estão sendo formuladas com base na
vivência profissional de cada um, e representam a mesma idéia, ou seja, é aquilo que serve
de base para avaliar a qualidade ou a quantidade de um resultado.
A receita de um prato típico, por exemplo, se for cumprida conforme sua seqüência
determina, dará sempre o mesmo resultado se os ingredientes também forem sempre os
mesmos. Portanto, ela é a base de qualidade para o prato em questão e, neste caso, tem a sua
forma mais comum expressa como um documento, denominado Receitas.
Já, o padrão utilizado para medir-se a quantidade exata daquilo que se compra tem, via de
regra, um formato físico, como é o caso do metro de balcão, muito comum em lojas de
tecidos, pôr exemplo.
Pelo fato de se estar falando de padrão no contexto gerencial dos sistemas de uma
organização humana, onde a divisão dos trabalhos envolve um sem número de tarefas que
devem ser desempenhadas de forma simples, honesta e lucrativa, padrão fica sendo
conceituado como um documento onde se estabelece a melhor prática, a mais segura, de
forma lucrativa e consensual.
Mas ter o padrão estabelecido tão somente, não nos dá a garantia de que a qualidade ou a
quantidade serão alcançadas. O padrão em si não garante a repetibilidade desejada dos
resultados, a menos que as ações desenvolvidas pelas pessoas (humanware) estejam de
acordo com o padrão.
Para agir conforme o padrão, é imprescindível que se conheça este padrão e que se esteja
comprometido com ele.
Surge então, após elaborado o padrão, a necessidade de capacitação das pessoas como meio
de dar habilidade à execução. É o momento denominado Educação e Treinamento, onde se
busca a uniformização do comportamento tendo como base o padrão.
Mas elaborar o padrão , educar e treinar os usuários no padrão ainda não é tudo, precisa-se
ter a certeza de que o resultado esperado está sendo alcançado, que o padrão é exeqüível, que
o treinamento foi eficiente. É a verificação (C do PDCA).
Se a organização está preocupada com que todos sejam gerentes dos seus processos e
desenvolvam consequentemente a função de padronização para ter domínio dos mesmos,
urge o desenvolvimento de um sistema que ajude a todos a desempenhar uniformemente esta
função. Neste momento, surge então o Sistema de Padronização, onde um conjunto de
elementos são pensados para que juntos e organizadamente façam fluir a implementação da
padronização. Este sistema não permitirá que cada gerente padronize à sua maneira, o que
fatalmente se constituiria em uma Torre de Babel.
ELEMENTOS DA PADRONIZAÇÃO
As ações de padronização podem ser classificadas em quatro tipos, conforme se deduz dos
capítulos anteriores. São elas:
- Ações de análise
- Ações de verificação/auditoria
Neste item, apresenta-se os pontos mais importantes de cada uma destas ações, procurando-
se seguir uma ordem natural de atividades gerenciais