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Paciente Terminal
apontado para um grande dilema qual seja: como estabelecer uma conversa com o doente
terminal? Um exemplo deste fato encontra-se nos trabalhos de Elizabeth Kübler Ross1 e
Assumpção2 entre outros. Este último salienta as dificuldades dos médicos em lidarem com
o problema e que o trabalho com esses pacientes pode ser extremamente frustrante e difícil.
O enfrentamento torna-se mais penoso porque a maioria deles encontra-se, e aqui se inclui
o psicólogo, segundo esse autor, com problemas sobre a morte mal resolvidos.
temos problemas bem resolvidos com a morte? Por um lado, entendemos que talvez o fato
de que muitos profissionais têm uma história de vida permeada de perdas reais e simbólicas
em relação à pessoas e objetos amados, isso de alguma maneira pode se constituir num
O homem, desde os primórdios, vem lutando para descobrir curas para doenças.
antigüidade, a morte estava mais próxima da comunidade, não existiam curas e nas diversas
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Psiquiatra norte americana.
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Cirurgião plástico do Hospital Mater Dei, professor de ética profissional da PUC-MG e membro da
Academia Mineira de Medicina.
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culturas existiam cerimônias e rituais que permitiam a expressão da tristeza, da dor, dos
diversas doenças; a morte foi se tornando “menos natural”. A interação da comunidade com
o moribundo passou a ser menos calorosa. A expressão dos sentimentos em relação à morte
Campos (1995) diz que “cada um vive a sua dor; por mais que os outros se esforcem
para compreendê-lo, ninguém sentirá o que ele sente. A experiência de estar doente é
sentida de forma sempre única, pela pessoa. Observa-se que a doença física é acompanhada
família”(pág. 42).
básica do ser humano e que esta inclui o “não estar mais”, da destruição do corpo e da
consciência.
Boss (1991), in Campos, afirma que “toda doença é uma ameaça à vida e, com isso,
Ainda Boss afirma que “só quando continuamos conscientes de nossa mortalidade é
que continuamos percebendo que cada momento de nossa vida é irrecuperável e por isso
Freitas (1980), in Campos, fala sobre estados psicológicos que podem afetar o
livremente. Esse é um dos motivos pelos quais quando o sentimento de culpa é muito
intenso, é necessária ajuda psicológica para evitar que o estado emocional impeça de
em contato com todo este processo e com seu mundo interior. Diante disto, passa a
desenvolver crenças e comportar-se em função destas. Essas crenças são reforçadas para o
doente a partir de sua interação com o meio social, mesmo que este se restrinja à família.
Além disto, o fato de se conviver com a presença da morte faz com que o homem se depare
com seus próprios pensamentos e elaborações a respeito da perda; o que torna mais
primeiro lugar, ao longo da última década houve uma rápida expansão nas terapias físicas
para muitos pacientes foi significativamente prolongado, embora alguns dos tratamentos
sejam difíceis de tolerar. Esses fatores levaram a uma maior conscientização sobre a
meramente uma questão de ‘grato por estar vivo’. Em segundo lugar, existem evidências de
que a resposta psicológica ao câncer pode afetar a duração da sobrevivência. Vários estudos
indicam que o resultado em cinco anos é melhor para aqueles pacientes que negam a
desesperança”(pág. 127).
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torna mais curto. Com a aderência ao tratamento e técnicas da psicologia, estes pacientes
podem aumentar significativamente o seu tempo de sobrevida, podendo viver com melhor
significativos em sua vida, precisam estar envolvidos no tratamento para que possam
Além disto, a equipe hospitalar que está ligada ao tratamento do paciente precisa também
O doente terminal quando se percebe neste estado vai defrontar-se, segundo Ross,
com fazes que envolvem desde aspectos de sua vida pessoal, material e afetiva até a
trabalho com grupos de pacientes terminais, juntamente com enfermeiros, capelães e alguns
poucos médicos que venceram a sua natural rejeição e tabus sobre o tema morte. Uma das
primeiras conclusões sobre o trabalho foi verificar que praticamente todos os pacientes
Observou, também, que esses pacientes gostariam de conversar com capelães, familiares ou
profissionais de saúde sobre seus problemas e vivências relacionados com sua morte
iminente. Mas sempre encontravam resistência por parte de todos que o cercavam, os quais
sempre negavam o fato, dizendo ser tudo imaginação do paciente. Diante desta experiência
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Tudo o que se passa com o doente não passa despercebido a ele. Quando se está
num hospital o paciente tem toda atenção voltada à sua própria pessoa, seus familiares e o
corpo médico. Por mais leigo que seja sobre os problemas médicos, consegue captar
Devemos ter claro que cada pessoa é uma pessoa para cada situação, uma maneira
diferente deverá ser utilizada. Na maioria das vezes, observa-se uma maior preocupação em
falar que acabamos esquecendo de ouvir. “E ouvir é a melhor maneira de se saber o que,
quando e como falar”. Segundo Assumpção, se um paciente está com determinada doença
“X” e sabe ser terminal podemos lhe devolver a pergunta “o que você acha?” “E por que
você acha?”, significa, segundo ele, uma maneira de ir conduzindo a conversa de modo a
ter certeza de que está consciente de seu problema, quando é chegado o momento de
O psicólogo, neste caso, deve estar preparado para todas as reações como: raiva,
blasfêmias, irritações, pois representa a expressão real sentida neste momento crucial da
vida do paciente.
Para Sebastiani (1995) “a vivência com o paciente terminal exige do terapeuta que
relação à morte e ao ato de morrer, que não significa dizer que esse profissional tenha de
ser totalmente insensível à morte” e o mais significativo, nessa vivência, é que a cada morte
de um paciente deixa para o psicólogo que labuta no hospital uma nova perspectiva de
encarar a vida com suas vicissitudes, aspectos materiais e aparentes. “Aprende com
dignidade a decifrar que um segundo que restar de vida, de olhar são importantes para
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resignificar a sua própria existência e clareza diante de seu amanhã; restando a certeza de
que valeu investir no seu hoje enquanto pessoa e profissional que promove a saúde”.
O psicólogo hospitalar precisa antes de tudo ser humano e respeitar o ser humano
Diante do que foi exposto acima podemos considerar que o trabalho do psicólogo
seu desejo frente as possibilidades de morte iminente, onde se faz imperioso o respeito às
suas escolhas, crenças e valores, até mesmo os religiosos, pois desta forma entendemos que
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Scott, J.; Williams, J. m.; Beck, A.T. e col. (1994). Terapia Cognitiva na Prática Clínica -
Paulo. EPU.