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1 Relação Mãe-Filho

Além do nascimento, o que é inerente ao ser humano é o


relacionamento materno.
Desde a vida intrauterina, mãe e filho estão conectados não
apenas fisicamente porem e até com maior intensidade de forma
afetiva, este laço afetivo por diversas razoes tende a se
perpetuar.
Mesmo que a figura da mãe biológica mude mesmo assim é
imprescindível a existência de uma figura materna na vida de
todos nós.
Esta relação é tão imprescindível que no entendimento de
Winnicott,
”Nos primórdios, há uma dependência absoluta em
relação ao ambiente físico e emocional. Nos
primeiro estagio não há vestígio de vestígios da
dependência por isso ela e absoluta, (A família e o
desenvolvimento individual, Winnicott, Donald
Woods, São Paulo 2005).
Nos primeiros meses de vida e mesmo no final da gestação, a
criança precisa da sustentação da mãe, pois segundo afirma:
“a criança nasce indefesa. É um ser desintegrado,
que percebe de maneira desorganizada os diferentes
estímulos provenientes do exterior”, portanto “a
criança desconhece a existência de tudo o que não
seja ela própria”, (Moura, Joviane. Winnicott-
Principais Conceitos
http://artigos.psicologados.com/abordagens/psicanal
ise/winnicott-principais-conceitos). (1)
Portanto é imperiosa a existência de uma relação sadia com a
mãe que entrega à criança todo o “holding”, suporte para a
vida tanto física quanto afetiva. A negação dessa mãe em
suprir a criança com a devida sustentação, suporte à vida
levando-a nos braços criara nesta criança um bloqueio que
manterá a mesma em um estado de não integração.
Para Winnicott:
“as experiências iniciais ou diádicas são
estruturantes do psiquismo, participam da
organização da personalidade e dos sintomas. O bebê
nasce em um estado de não integração. Onde os
núcleos do ego estão dispersos e, para o bebê,
estes núcleos estão incluídos em uma unidade que
ele forma com o meio ambiente”, (Moura, Joviane.
Winnicott- Principais Conceitos.
http://artigos.psicologados.com/abordagens/psicanal
ise/winnicott-principais-conceitos).
O papel materno é prover a criança suporte afetivo e
fisiológico para que mesma sobreviva às intempéries do mundo
concreto, físico, e desenvolva seu psiquismo de forma a se
tornar um adulto emocionalmente equilibrado.
A relação una de mãe e filho ligados pelo cordão umbilical por
trinta e seis semanas se desenvolve ate chegar ao estagio de
uma relação simbiótica.
ROSÂNGELA CANASSA, afirma que:
“A Psicanálise cunhou o termo “relação simbiótica”,
na qual mãe e bebê se relacionam como se fosse um
único ser. A criança não tem noção de que é um ser
separado da mãe, que é resultado desta simbiose. E
nesse período do pós-nascimento há várias
experiências que comprovam objetivamente tal
sintonia, tanto que o bebê, ao comunicar seus
desejos e necessidades, vive em total dependência,
alternada com momentos de muito prazer (quando há
correspondência) e de muita frustração, quando se
dá conta de que não está sendo satisfeito (ou
correspondido), (Canassa, Rosangela. Atração física
e a escolha do parceiro.
http://www.ima.mat.br/art/webcinema/bonecas_russas3
.htm.
.
Sob esta ótica mãe e filho nos primórdios da infância compõe
uma unidade psicofísica onde, para a criança o seu universo é
tão somente a mãe com a qual ele convive como extensão de si
próprio. Para a criança o conforto a segurança o alimento não
são externos a si porem fazem parte deste único ser, mãe-
filho. A criança se entende ilimitada, onipotente, pois ela
tudo pode, para ela, portanto a chantagem nada mais é do que a
única forma pela qual ele tem acesso a este universo que é ele
mesmo, quando o saciar do seu desejo encontra-se distante. A
zona de conforto da criança, peito, calor, toque para ele não
existem fora de si, apesar de que na realidade ela esta em
outro ser, porem a criança se entende este ser, que pode
qualquer coisa a qualquer tempo, estará ali para satisfazer os
seus desejos, sejam emocionais, e físicos.
A forca desta relação fusional, simbiótica ou simplismente
díade e tão forte conforme deixa claro Davy Litman Bogomoletz
quando afirma que:
“um cordão umbilical fantasma, que as une e as
impede de existirem independentes
(fisicamente) uma da outra... Esta condição
'física' torna-as psicologicamente
inseparáveis e, portanto inexistentes enquanto
unidades individuais. 'Individual', nesse
caso, é a díade, indivisa e indissolúvel”,
(Bogomoletz, Davy Litman. Um é pouco, dois é
bom, três é demais.
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artig
o.asp?entrlD=47.
Portanto é impossível à mãe por seus próprios esforços
“expulsar” o filho do seu “ventre” ela precisa de outra pessoa
que ira com a sua permissão cortar este cordão umbilical.
Ocorrendo esta cisão no momento correto a relação mãe-filho
não se tornara uma relação perversa.
Esta relação se prolonga quando não sofre uma interrupção
quando a mesma não é de forma “dolorosa” quebrada.
Quem proporciona esta “dor”, “perda” é o elemento motivador de
toda a “castração” da criança, ele é externo não pertence à
relação aparece do nada e lhe toma o peito o colo o ninho.
Este elemento é o pai!
O que ocorre quando este terceiro “invade” a díade, mãe-filho
no entender de Davy Litman Bogomoletz ele chega:
“quebrando ou ao menos esgarçando o vínculo
primário, e provocando desse modo a reação
adversa da criança”, (Bogomoletz, Davy Litman.
Um é pouco, dois é bom, três é demais.
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artig
o.asp?entrlD=47).
Porem não apenas criança reage à “invasão” do terceiro
elemento, a e também reage ainda conforme Davy Litman
Bogomoletz:
“geralmente, embora possa existir também a
oposição da figura materna, não desejosa de
perder o seu espaço de onipotência junto ao
rebento simultaneamente endeusado e
tiranizado”, (Bogomoletz, Davy Litman. Um é
pouco, dois é bom, três é demais.
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artig
o.asp?entrlD=47).
Portanto entendemos que não apenas a criança se opõe a que o
terceiro elemento “invada” a díade e crie o colapso nesta
relação simbiótica.
Para a mãe a perda do poder exercido sobre a criança também
lhe impõe castração, melhor sendo para ela que a relação de
eternize. A relação de poder da mãe sobre o filho é
retroalimentada pela dependência do filho o que torna
cristalino o conceito de relação simbiótica onde há
dependência mutua, portanto a reação adversa não é apenas da
criança, mas também da mãe.
Como elemento mais “evolvido” na díade, entendo que a reação
esboçada pela mãe é mais virulenta que a esboçada pela
criança.
Usando, pois de seus atributos e de sua capacidade a mãe
“cerca” a criança de forma a manter o pai isolado desta
relação, o que ela porem não percebe é o quanto isto é nocivo
para a criança.
À medida que a mãe oportuniza ao pai exercer o seu papel na
“quebra” dos laços desta díade permite que o ele leve a
criança outra realidade, que ate então o filho não conhecia. O
outro!
O outro significara para a criança a descoberta de que há vida
alem da díade. Há como sobreviver fora desta relação oprimido-
opressor.
A díade mãe-filho não permite jamais que a criança experiência
o outro, pois esta imersa no confortável mudo da relação
simbiótica que não permite que nada lhe falte. Esta criança
que ainda não conheceu o limite reagira de forma clara à
“invasão” do terceiro elemento, isto será visível.
Porem a reação da mãe à perda domínio sobre o filho ocorre de
forma quase que invisível opondo obstáculos criando situações,
etc., diferentemente da criança que apenas reagira com os
elementos de que dispõe o choro, zangar-se, o que porem logo
passa, mas a mãe ira construir muros para manterem o “invasor”
fora e proteger a díade.

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