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DIOGO ROQUE MOLINA

CRASH – NO LIMITE
ANÁLISE FILMICA

São Paulo

Março – 2002
DIOGO ROQUE MOLINA

R.A. A4356F-1

UNIP

UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE GESTÃO LOGÍSTICA

CRASH – NO LIMITE
ANÁLISE FILMICA

Trabalho apresentado como requisito parcial à Disciplina de


Ética e Legislação, do 3º Semestre do Curso de Gestão
Logística da Universidade UNIP, aos cuidados da Profª
Izabella

São Paulo

Março – 2002
INTRODUÇÃO

Neste trabalho, é feita uma analise das atitudes e do comportamento do filme


Crash – no Limite (2004), obra que trata, através diferentes histórias que se cruzam, de
questões preconceituosas, tais como a xenofobia, o racismo e o segregacionismo em
cidades capitalistas, no caso, a cidade de Los Angeles (EUA).

Na primeira parte do trabalho poderá ser compreendido sobre os conceitos sobre


atitudes e comportamentos que serão analisados em cenas do filme. Enquanto na
segunda parte do trabalho, as cenas são discorridas e analisadas individualmente dentro
dos conceitos levantados.
A ANÁLISE COMPORTAMENTAL

A analise do filme segue os critérios da percepção da realidade que o indivíduo


está inserido, o que pode variar de sociedade, época e questões culturais.

Mas antes de compreendermos as questões abordadas no filme, é importante


compreender o contexto ao qual ele está inserido. O filme foi rodado nos Estados
Unidos no ano de 2004. Três anos antes (2001), o país foi alvo de ataques terroristas,
abalado, o país fechou-se para os estrangeiros, estadosunidenses uniram-se entre si para
manter o seu país “a salvo”, isso fez com que o modo de se relacionar, as escolhas, suas
reações, a maneira como respondem aos estímulos, alterassem os conceitos dos
cidadãos.

A partir do ano de 2001, a população se mostra mais insegura e os pequenos


grupos sociais são ainda mais discriminados dentro do país. O caso é ainda mais
complicado na cidade de Los Angeles, pois é a cidade dos Estados Unidos que mais
imigrantes adotaram como lar.

Nesse cenário, o diretor do filme aborda situações em que o preconceito pode ser
visto e sentido. São histórias que se cruzam durante o filme, começam e terminam
praticamente ao mesmo tempo.

Em Crash – No Limite, não existe um personagem-protagonista, o protagonizante


das cenas são as atitudes, os comportamentos que as personagens tomam em cada
situação.

As atitudes e os comportamentos que serão analisadas no filme são:

1) Ético

2) Antiético

3) Moral

4) Imoral
5) Ilegal

O trabalho irá seguir os passos de:

a) Relatar a Cena
b) Determinar o comportamento
c) Analisar o comportamento
d) Qual o comportamento esperado.
1. Ética

1.1 Descrição da Cena

Um policial (Ryan) molestou uma mulher (Chrystine) quando foi revistá-la. Dias
depois do episódio, Chrystine discute com o seu marido que viu a cena e nada fez. Após
essa discussão, ela pega uma estrada e acaba sofrendo um acidente. Uma viatura da
policia está passando pela local, o policial que vai ao socorro de Chrystine é Ryan, o
mesmo que a molestou dias antes. A mulher se recusou por diversas vezes a aceitar a
ajuda do policial, mesmo com ele alegando que o carro corre o risco de explodir devido
a um vazamento de combustível. A mulher se recusou tantas vezes pois, o acidente
estava diretamente ligado ao fato de que o acidente pudesse ser evitada caso ele não
tivesse agido daquela forma com ela. Porém o policial não desistiu de salvá-la da morte

1.2 Análise da Cena

A atitude antiética que o policial teve anteriormente prejudicou o relacionamento


de Chrystine, que consequentemente afetou o relacionamento e resultou em um acidente
automobilístico, isso fez com que a mulher não confiasse naquele que estava disposto a
ajudá-la, no caso, o causador de toda essa situação.

A mulher sentiu-se insegura ao ver que Ryan seria o seu “salvador”, em


decorrência da forma truculenta que ele a tratou. Mas, ao mostrar-se disposto de arriscar
sua vida para salvá-la, assim ele mostra que está a serviço da sociedade e, como tal,
mostra-se ético em seu trabalho e função.
2. Antiético

2.1 Descrição da Cena

Dois policiais estão a paisana e, passa um veículo (um Furgão preto) parecido
com um que havia sido roubado, porém com placas diferentes. O policial no banco do
carona alerta o policial que está dirigindo sobre a diferença da placa e que o perfil do
motorista (homem negro, aproximadamente 40 anos) não bate com a informação do
veículo roubado que receberam pelo rádio da policia. Mesmo ciente da informação, o
policial que dirige o veículo insiste em seguir o veículo e dá farol alto, com isso a
mulher no banco do carona do Furgão se levanta, o que é entendido pelo policial como
um sexo oral.

Notando que o casal estava praticando um ato sexual, o policial aborda o casal e
pede para que o homem desça do carro, o tratando com o se ele estivesse bêbado, depois
o policial começa uma revista no rapaz, que se apresenta como Cameron, um produtor
de cinema. Sua esposa, Christine, sente-se constrangida com a situação que o marido se
encontra, pois ela entende que o policial está usando de sua profissão para humilhar o
cidadão, desce do carro e pede para que o policial pare com a atitude. Ele pede para que
ela se cale em tom de ameaça.

O policial que estava no banco do carona nada faz, apenas observa a atitude do
outro policial com expressão de desaprovação. Por não ter se calado, Christine é forçada
pelo policial que dirigia o veículo a passar por uma “revista”, porém, o policial abusa da
situação, passando a mão no corpo da moça que usava um vestido curto. Enquanto dá a
Cameron duas opções, a de não reagir à atitude que ele está tendo ao revistar a sua
esposa e receber apenas uma advertência ou que ele ver ele agindo de uma maneira
ainda mais abusiva, esse policial passa a mão em seus seios, pernas, coxas e por fim
chega ao órgão sexual dela.
2.2 Análise da Cena

Nesta cena, o policial demonstra sua má-conduta. Sua missão era seguir um
veículo roubado, ao invés disso ele insistiu em um veículo aparentemente sem nenhuma
atitude suspeita. Ele parou o veículo, constatou que o casal (um homem negro e uma
mulher branca) estava praticando um ato sexual, ao invés de adverti-los prontamente, o
policial decidiu tomar uma atitude que afetasse a moral dos envolvidos na situação. O
policial mesmo notando que o motorista do Furgão não estava embriagado o submeteu a
uma situação constrangedora e humilhante pelo fato dele ser negro e o policial ser
racista.

Outra conduta que é considerada abusiva é a revista feita pelo sexo oposto do jeito
que foi feita. O policial molestou a moça. Se fosse realmente necessária a revista, seria
adequado ele conduzi-la na unidade policial mais próxima e uma policial feminina
efetuar a revista. A atitude desse policial é condenável pela própria policia, pois falta
com a ética, moral ofende os bons costumes, humilha e constrange os envolvidos.

O outro policial também tem uma postura inadequada, pois ele nada faz para
impedir a atitude de seu colega, que vai contra o direito do ser humano.
3. Moral

3.1 Descrição da Cena:

Uma criança de aproximadamente 5 anos está embaixo da cama, em sua feição


demonstra medo. Seu pai entra no quarto e vai conversar com a filha para saber porque
ela iria dormir debaixo da cama. Ela alega que está com medo de ser atingida por uma
bala perdida, pois a região que vivem é muito violenta barulho de armas de fogo são
constantes. Para tranquilizar sua filha, o pai conversa com ela buscando tranquiliza -la,
explicou que não havia motivo para medo e acabou por inventar uma história que a
ajudasse a sentir-se segura quanto ao local que mora e, com isso, conseguisse viver e
dormir com tranquilidade.

3.2 Análise da cena

Seria correto o pai esclarecer a realidade do bairro e ensiná-la a conviver no bairro


onde mora ao invés de protegê-la dessa maneira, pois assim ele não a prepara para o
mundo, e sim a deixa alheia a realidade. O lúdico é muito bem vinda em muitas
situações, mas, nas situações onde existem perigos reais, ou que envolvem uma
realidade brutal ela não é recomendada.

Esse tipo de comportamento, a proteção de criança por adultos (pai/filho,


avós/netos, tios/sobrinhos) é uma atitude corriqueira, vemos esse modo de agir todos os
dias nas mais diferentes classes sociais. Porém isso não quer dizer que seja a melhor
postura. O comportamento ideal em cenas como essa, é expor a criança o lado bom e
ruim do mundo de maneira breve, e responder as perguntas de forma clara sem
exemplificar muito e sem entrar em muitos detalhes, esclarecer apenas as dúvidas que a
criança fizer.
4. Imoral

4.1 Descrição da cena:

Em uma das movimentadas avenidas da cidade estadosunidenses de Los Angeles,


ocorre uma colisão entre dois veículos. No acontecimento, a proprietária do carro da
frente desceu de seu carro para conversar com o proprietário que bateu em seu carro e
como resolver a situação. Nervosa, a personagem grita e esbraveja, chama atenção de
todos para a cena de transito de forma escandalosa. Ao notar que o rapaz é um imigrante
hispânico, ela se mostra ainda mais revoltada, pois, para ela, ela é superior ao rapaz pelo
fato de ela estar em seu país, o que, para ela, significa que ela tem mais direitos que uma
pessoa vinda de fora.

4.2 Análise da Cena

O stress da batida juntamente com a questão do preconceito, fez com que, ao


invés de conversar calmamente e chegar a um consenso, ela simplesmente descarregou
a sua ira sem importar-se em ouvir o outro lado da história. Se essa mulher ouvisse a
versão do rapaz calmamente, a situação seria resolvida em pouco tempo e ambos
chegariam juntos em uma solução. Ela acabou desrespeitando um ser humano ao não
dialogar com ele ver e analisar o caso.
5. Ilegal

5.1. Descrição da Cena

Dois rapazes negros sentem-se vitimas de racismo em uma lanchonete. Na saída


comentam sobre o assunto, comentam como são julgados como assaltantes e agressores
por conta de sua cor. Um deles comenta sobre um casal que acaba de passar e, alega que
a mulher está com medo deles por conta de suas etnias. Minutos depois eles abordam o
casal (o promotor de justiça Ricky e sua esposa Jean) e roubam o seu veículo, um
Furgão preto.

Durante a tentativa de fuga, os ladrões atropelam um senhor que acabara de sair


de sua casa. Ao notar o corpo embaixo do carro, desesperaram-se e procuravam uma
maneira de sumir com o veículo e com o corpo. Como “solução”, levaram o corpo para
um lugar um pouco mais afastado, próximo há um Pronto-Socorro.

Saindo dali, os assaltantes (e agora, também, homicidas) decidiram vender o carro


roubado para um desmanche afim de se livrar das provas o quanto antes.

5.2 Análise da Cena

Nessa sequencia, podemos ver a incoerência das atitudes dos rapazes. Primeiro
reclamam indignados da sociedade que os veem como criminosos, falam da forma em
que foram descriminados na lanchonete que acabaram de sair, reclamam das pessoas de
pele branca que demonstram medo ao vê-los, mesmo que bem vestidos, alegam se
sentirem ofendidos por serem assim julgados.

Minutos depois pudemos ver uma sucessão de atitudes que infringem o código
penal praticado pela dupla: assalto a mão armada, homicídio, comercialização de
produtos roubados e ocultação de cadáver
CONCLUSÃO

O filme faz relatos através de denuncias sociais retratando os problemas e


questões preconceituosas sem muito aprofundamento. Visa apenas relatar as questões
sem se posicionar ou se aprofundar na realidade, não sugere ações, apenas que o seu
expectador reflita sobre as questões raciais presente em sociedades capitalistas, em
especial na sociedade brasileira.

A trama mostra valores e princípios através de personagens com diferentes classes


sociais, apesar do pouco aprofundamento nas questões abordadas, o filme possibilita
ricas discussões sobre ética, moral, legalidade e bons costumes.

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