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ETEC CONSELHEIRO ANTONIO PRADO

CLASSE DESCENTRALIZADA DA E.E. PROF. MOACYR SANTOS


CAMPOS

Técnico em Contabilidade

RAPHAEL TAGLIALEGNA DA ROCHA COSTA

GILSON PINHEIRO

A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA GERENCIAL PARA AS


MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Campinas
2010
ETEC CONSELHEIRO ANTONIO PRADO
CLASSE DESCENTRALIZADA DA E.E. PROF. MOACYR SANTOS
CAMPOS

Raphael Taglialegna da Rocha Costa

Gilson Pinheiro

A Contabilidade Como Ferramenta Gerencial Para As Micro E


Pequenas Empresas

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como exigência para obtenção do Título de
Técnico, à ETEC Conselheiro Antonio Prado
Classe Descentralizada Da E.E. Prof. Moacyr
Santos Campos, na Área de Contabilidade, sob á
orientação do Professor Thiago Salles.

Campinas
2010
FICHA DE AVALIAÇÃO DO TCC
(a ser arquivada no prontuário do aluno)
AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC -
ANO 2010
ETEC:Cons. Antonio Prado
Aluno(a): Módulo: Turma:
Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio de Técnico em
Tema do Trabalho:

Trabalho Escrito (obrigatório)

Item MB B R I Observações
Pertinência do tema do trabalho à Habilitação
Profissional
Coerência e consistência teórico-metodológica
(justificativa, objetivos, referencial teórico, metodologia,
análises e resultados)
Atendimento da forma (padrão definido)

Nível de abrangência (profundidade, originalidade e


aplicabilidade)
Utilização de termos técnicos e da modalidade padrão da
língua portuguesa
Outro (especificar): ________________________

Avenida Cônego Antonio Roccato, s/nº, Km 3,5 – Jardim Santa Mônica – Campinas – SP
CEP 13082-015 – Tel.: (19) 3246-2888
diretoria.etecap@terra.com.br
Análise (Considerando os critérios adotados):

O Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, submetido à avaliação docente, atendeu as exigências est abelecidas
no Plano de Curso da Habilitação Profissional, correspondendo à carga horária suplementar de 120 horas a serem
certificadas no Histórico Escolar.

Assinatura do Professor Responsável:


________________________________ Data: ___/___/___

De acordo,

______________________________
Assinatura e carimbo da Direção

Campinas, ___ de ______________ de 2010.

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CEP 13082-015 – Tel.: (19) 3246-2888
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VALIDAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC - ANO 200_
APRESENTAÇÃO ORAL (opcional)

ETEC: Conselheiro Antonio Prado


Aluno(a): Módulo: Turma:
Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio de Técnico em

Professor Responsável:

Tema do Trabalho:

Data da apresentação: Horário:

Itens a serem considerados na apreciação da exposição

I. Tema
II. Atendimento às justificativas
III. Aplicabilidade no mercado atual e futuro
IV. Grau de inovação / originalidade
V. Domínio de conteúdo
VI. Embasamento teórico/científico
VII. Exposição oral
PARECERES DA BANCA DE VALIDAÇÃO:
1) Nome: ___________________________________

Instituição: ____________________________
Função: _______________________________
Comentários:

Assinatura: __________________________________________________

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2) Nome: ___________________________________

Instituição: ____________________________
Função: _______________________________
Comentários:

Assinatura: _________________________________________________ _

3) Nome: ___________________________________

Instituição: ____________________________
Função: _______________________________
Comentários:

Assinatura: __________________________________________________

Assinatura do Professor Responsável


________________________________ Data: ___/___/___

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DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho para os Professores


Thiago Salles e Gislaine, pessoas especiais que
incentivam seus alunos com o seu bom humor e
amor com o seu trabalho, nos mostrando como a
contabilidade é linda.

vii
RESUMO

A definição do contador no mundo dos pequenos empresários nos tempos de


hoje, ainda é a mesma, "um emissor de guias e impostos". Em pleno século XXI em
muitos casos é essa a definição dada por empresários dos diversos ramos do
mercado. O que não sabem é que o contador possui todas as informações da
empresa e para isso ele utiliza uma série de ferramentas administrativas que o
auxilia no controle das informações e lhe mostra resultados.

Tendo em vista aos novos e os antigos empresários que estão em atividade


com algum tipo de negócio e ainda não possuem uma contabilização precisa e sem
muito controle ou em alguns casos sem nenhum registro das suas movimentações.
O trabalho visa proporcionar ferramentas de forma que elas possam ser facilmente
empregadas, ao ponto que possam servir de auxílio para futuras tomadas de
decisões da empresa.

Mostrar também que a contabilidade vê qual é a verdadeira relação do


empresário e sua empresa, fazendo enxergar melhor o seu papel dentro dela e dar
ela metas e projeções para que seu crescimento seja maior e mais rápido, assim
aumentando seus lucros tanto para a empresa quanto para o empresário.

viii
LISTA DE TABELAS

TABELA 1: COMPARAÇÃO DE FATURAMENTO PARA CLASSIFICAÇÃO DA


EMPRESA

TABELA 2: ALÍQUOTA DO SIMPLES COM BASE NO FATURAMENTO

TABELA 3: CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS

TABELA 4: ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

TABELA 5: ESTRUTURA DA DRE

TABELA 6: ESTRUTURA Do FLUXO DE CAIXA

ix
LISTA DE SIGLAS

 ICMS imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal
e de comunicação
 IPI imposto sobre produtos industrializados
 TIPI tabela do imposto sobre produtos industrializados
 PIS programa de integração social
 COFINS contribuição para financiamento da seguridade social
 CSLL contribuição social sobre o lucro líquido
 IRPJ imposto de renda pessoa jurídica
 CMV Custo de Mercadoria Vendida
 EI Estoque Inicial.
 C Compras líquidas no Período
 EF Estoque Final
 ME micro empresa
 EPP empresa de pequeno porte
 DRE Demonstração do Resultado do Exercício

x
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA..........................................................................................................VII
RESUMO..................................................................................................................VIII
LISTA DE TABELAS..................................................................................................IX
LISTA DE SIGLAS......................................................................................................X
SUMÁRIO...................................................................................................................XI
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................13
2. OBJETIVOS...........................................................................................................15
2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................15
2.2 OBJETIVOSESPECÍFICO.........................................................................15
3. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................16
4. O PROBLEMA.......................................................................................................17
5. A CONTABILIDADE..............................................................................................18
5.1. CONTEXTO..............................................................................................18
5.2. CONTABILIDADE GERENCIAL.............................................................19
5.2.1. INFORMAÇÃO GERENCIAL CONTÁBIL..................................19
5.2.2. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL........................19
5.3. CONTABILIDA DE CUSTOS...................................................................20
5.3.1 A CONTABILIDADE DE CUSTOS NO CONTEXTO DAS MICRO
E PEQUENAS EMPRESAS............................................................................21
5.4. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA............................................................22
5.4.1. TRIBUTAÇÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS............22
5.4.2. SIMPLES....................................................................................23
5.4.3. CÁLCULO DO SIMPLES E NORMAS PARA APLICAÇÃO DOS
PERCENTUAIS...............................................................................................25
5.4.4. TRIBUTOS UNIFICADOS PELO SIMPLES...............................25
5.4.4.1. ICMS..............................................................................25
5.4.4.2. IPI..................................................................................26
5.4.4.3. PIS.................................................................................26
5.4.4.4.COFINS..........................................................................27
5.4.4.5. IRPJ...............................................................................27

xi
5.4.4.6. CSLL.............................................................................27
6. MICRO E PEQUENA EMPRESA...........................................................................28
6.1. CONCEITO...............................................................................................28
6.2.1 O EMPREENDEDOR...................................................................28
6.2.2 OS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS PARA O EMPRESÁRIO............29
7. FERRAMENTAS CONTÁBEIS..............................................................................31
7.1. BALANÇO PATRIMONIAL......................................................................31
7.1.1 ESTRUTURA DO BALANÇO......................................................31
7.2. DRE..........................................................................................................34
7.2.1. ESTRUTURA DA DRE...............................................................34
7.3. FLUXO DE CAIXA....................................................................................39
7.3.1. CONCEITO.................................................................................39
7.3.2 ESTRUTURA DO FLUXO DE CAIXA. .......................................39
8.CONCLUSÃO.........................................................................................................43
9. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................................44

xii
1. INTRODUÇÃO

O mercado empresarial vem crescendo de uma forma rápida nos últimos


anos, com isso está ocorrendo o aumento da concorrência e, o surgimento de novas
pequenas empresas. Muitos desses novos empresários entram nesse mercado
acelerado, despreparados, sem uma linha administrativa de organizações das
informações da empresa para tomada de decisões e planejamento do negócio.

A utilização das informações da empresa vem sendo cada vez mais


importante no cotidiano, e se o empresário souber como aplicá-las, saberá como
está a situação da empresa naquele momento e poderá planejar seu futuro.

O contador por sua vez é o responsável por obter essas informações, e para
isso ele utiliza uma série de ferramentas gerenciais que o auxilia de uma forma
concisa e ágil, a visualização e a interpretação desses dados. A contabilidade tem
um papel fundamental na vida das empresas, e uma delas é fornecer essas
informações para o empresário. Mas dificilmente é isso que ocorre, ou o empresário
não é fiel ao enviar os registros de entrada e saída da empresa corretamente para o
contador, ou o contador apenas faz o papel de "emissor de guias e holerites". Isso
faz com que as informações gerenciais da empresa sejam irreais, tornando-se
irrelevante para as tomadas de decisões futuras.

Junto com o crescimento desse mercado, estão sendo implantadas as


fiscalizações eletrônicas, tendo como o objetivo principal a diminuição da elisão
fiscal. Para o empresário, isso mudará a sua forma de administrar a sua empresa,
pois todas as suas movimentações serão visualizadas pelo fisco automaticamente
para geração dos impostos.

Sendo assim, tantos os novos empreendedores quanto os que já estão no


mercado, deverão saber a forma correta de enxergar seu negócio, possuindo uma
linha de administração adequada, fazendo um planejamento e criando metas. Para
isso ele deverá usar a contabilidade, que possui diversas ferramentas gerenciais. O

13
fato é que existem diversas formas para se organizar o seu negócio, o mesmo
deverá achar a ferramenta que melhor se adéquem a sua empresa.

É enfatizaremos as principais maneiras que a contabilidade lida para


gerenciar uma empresa. Fazendo com que o empreendedor visualize de uma
maneira exata, as informações geradas pela empresa. Conhecendo também como
são contabilizados os dados e o funcionamento dos Princípios Contábeis.

14
2. OBJETIVO

2.1. Objetivo Geral

O objetivo é enfatizar o uso da contabilidade gerencial em empresas de


pequeno porte, demonstrando o uso das ferramentas contábeis para a
administração da empresa, possibilitando levantamentos econômicos e financeiros,
podendo assim demonstrar alternativas administrativas para o empreendedor,
fazendo com que ele possa entender seu negócio e visualizar seu papel dentro dele.

2.2. Objetivo Específico

 Demonstrar o conceito de empresas de pequeno porte, seus principais


aspectos contábeis e fiscais.

 Orientar um empreendedor a entender como é o seu papel dentro do


seu negócio.

 Mostrar as principais ferramentas utilizada na contabilidade gerencial, e


como elas podem ser aplicadas na administração da empresa.

 Mostrar o papel do Contador do século XXI, e como ele pode ajudar com
as informações que possui da empresa.

15
3. JUSTIFICATIVA

Hoje o empresário deve ter um maior índice de informações de seu negócio,


tendo em vista a situação da empresa no mercado, em certas ocasiões o empresário
não adquirindo uma relevância de informações a sua empresa pode entrar em
falência, para que isso não ocorra, princípios e metodologias administrativas devem
serem adotadas.

16
4. O PROBLEMA

Será que a maioria dos empreendedores de micro e pequenas empresas


utilizam ou sabem como usar uma ferramenta gerencial contábil?
Esse mesmo empresário sabe como planejar ou traçar metas para seu
negócio, interpretando as informações geradas pelas ferramentas
administrativas?

17
5. A CONTABILIDADE

5.1. CONTEXTO
Muitos empresários veem a contabilidade como uma despesa desnecessária
para sua empresa, e que a sua única função é de emitir guias de impostos. Mas o
desconhecido por esses empresários é que na contabilidade podem-se obter as
principais informações para as tomadas de decisão da empresa e que nela há
ferramentas que o auxiliam a visualizar essas informações.
Para o micro e pequeno empresário falaremos de três ramos da contabilidade, a
contabilidade gerencial, tributária e custos, que juntos iram auxiliar o empresário a
desenvolver ferramentas administrativas em seu próprio negócio.

“Segundo Antônio José Adorno Almeida (2006), a


contabilidade é um instrumento que, por excelência, pode
auxiliar os gestores no processo de tomada de decisão, uma
vez que, registra, sistematiza, acumula, resume e interpreta os
fenômenos que afetam e refletem as situações patrimoniais,
financeiras e econômicas da empresa.

A informação contábil estabelece padrões no inter-


relacionamento da Contabilidade com os planos orçamentários,
podendo ser de grande utilidade no planejamento empresarial.

Para isto, faz-se necessário desenvolvimento de sistema que


estruture a contabilidade, possibilitando identificar e executar
os ajustes possíveis para se chegar às premissas de uma
gestão, direcionada ao conceito de valor; isto é, desde que se
pensou em organização como um meio cientifico ou técnico de
dirigir, a funcionalidade do instrumento de gestão aparece
como uma exigência lógica.”

18
5.2. CONTABILIDADE GERENCIAL

5.2.1. INFORMAÇÃO GERENCIAL CONTÁBIL

Hoje as informações da Contabilidade Gerencial, devem ser elaboradas de


uma certa maneira que sejam utilizada pelos os administradores da empresa, para
ajudar em planejamentos de operação ou em tomada de decisões. Até então as
características da Contabilidade Gerencial são influenciadas pelas variadas
necessidades da administração, podendo assim através de relatórios oferecerem
medidas objetivas de operações passadas e estimadas, de futuras decisões.
Os relatórios podem ser feitos periodicamente, possibilitando até então a
elaboração junto a contabilidade financeira, ou a medida que a administração
precisar de informações para a tomada de decisões, um exemplo de informação
gerencial contábil é o relatório de despesas de uma seção operacional, tal como a
seção de padaria em uma mercearia. Outros exemplos são os cálculos de custos de
se produzir um bem, prestar um serviço, desempenhar uma atividade e um processo
comercial, e atender a um cliente.

"Tradicionalmente, a informação gerencial contábil tem sido


financeira, isto é, tem sido denominada em moedas tais como
dólares ou francos. Entretanto, recentemente, a informação
gerencial contábil foi ampliando-se para incluir informações
operacionais ou físicas (não financeiras), tais como qualidade e
tempo de processamento, tanto quanto informações mais
subjetivas como mensurar o nível de satisfação dos clientes,
capacitação dos funcionários e desempenho do novo produto.
(Atk inson et al)"

5.2.2. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Utilizar a contabilidade em favor da empresa é saber que as informações que


os relatórios contábeis fornecem, vão servir para as tomadas de decisões futuras, e
isso é a principal função da contabilidade gerencial.

19
Segundo Atkinson et al (2000, p. 45) afirmam que:

"A informação gerencial contábil participa de várias funções


organizacionais diferentes – controle operacional, custeio do
produto e o cliente, controle administrativo e controle
estratégico. Dependendo do nível organizacional, a demanda
pela informação gerencial contábil é diferente. Ao nível de um
operador, a informação necessária é para controlar e melhorar
as operações. À medida que se sobe de cargo na empresa, os
gerentes intermediários supervisionam o trabalho e tomam
decisões sobre recursos físicos e financeiros, produtos,
serviços e clientes, esses gerentes podem receber informações
gerencial contábil com menor frequência e maior grau de
agregação. Os gerentes intermediários, também, usam a
informação gerencial contábil para ajudá-los na elaboração de
melhores planos e nas decisões."

Como nas micro e pequenas empresas a função gerente é exercida na


maioria das vezes pelo empresário, todas as informações contábeis vão passar
pelas suas mãos, assim deve-se ter uma necessidade maior de prestar atenção para
não haver erros em seus relatórios pelo fato de ter muitas informações na
responsabilidade de uma pessoa.
Outra função da Contabilidade Gerencial, além de reunir informações da
empresa, é pegar essas informações e transformá-las em relatórios contábeis, saber
analisá-los e transformá-los em relatórios de fácil entendimento para o empresário
ou administradores da empresa.
Como parte deste trabalho é usar a contabilidade como ferramenta para
auxiliar o empresário de micro e pequenas empresas, esses relatórios serão vistos
com mais detalhes nos próximos tópicos.

5.3. CONTABILIDA DE CUSTOS


A contabilidade de custo tem como função, analisar os custos e as
despesas que a entidade produz, tendo com base esses valores para a formação de
preços dos produtos ou serviços da empresa.

20
A Contabilidade de custos hoje em uma empresa é essencial paro o
empreendedor, pois consequentemente poderá atender as necessidades de
economia da empresa, parcialmente nas micro e pequenas empresas não utilizam
métodos de custeio, demasiadamente por falta de informações do empresário com
base nisso apresentaremos a contabilidade de custos no tópico abaixo.

5.3.1. A CONTABILIDADE DE CUSTOS NO CONTEXTO DAS MICRO


E PEQUENAS EMPRESAS

"Segundo Bodnar e Hopwood (1990), um eficiente sistema de


custos produz relatórios muito importantes para os gestores
que devem indicar os custos de produção, bem como as
respectivas margens de contribuição e de lucratividade que os
diversos produtos vêm proporcionando."

Conforme citado acima os relatórios da contabilidade de custos, não é


diferente para as micro e pequenas empresas pois suas informações são
importantes para a formação de preços de produtos ou serviços da empresa. Mas
nem sempre o preço final é um preço competitivo no mercado, assim empresário
deve rever seus custos e suas despesas para que não prejudique a empresa
financeiramente.
Para o micro e pequeno empresário a maior preocupação e o maior erro é na
formação de preço de seus produtos e serviços, fazer uma analise direta e
detalhada seus custos e despesas poderá chegar a um preço final ideal para a sua
empresa, porém o empresário tem que saber o conceito de custo e despesas.
O conceito de custo é o valor de um bem ou serviço que esta relacionado
diretamente com a produção do produto, ou seja matéria prima, salários e encargos
dos funcionários da produção, energia elétrica da produção, etc. Já o conceito de
despesa é tudo aquilo utilizado para gerar uma receita, a despesa deve ser
analisada pois pode ser confundida com custo.
Sabendo desses conceitos o administrador deve saber que os custos e as
despesas são as principais informações para empresa, pois será com base nelas
que os preços serão formados, dentro dessas informações estão incluídos os
impostos e taxas cobradas pelo governo e fazer um planejamento tributário é
21
essencial para a empresa, que será estudado na Contabilidade Tributária nos
tópicos abaixo. Outra coisa é saber qual o lucro pretendido para empresa, pois esse
deve ser calculado junto na formação de preço, sabendo seu lucro o empresário
poderá direcioná-lo para futuros investimentos na empresa ou mesmo repartir com o
sócios no fechamento do período.
Segundo os mesmos autores:
"A ausência da contabilidade de custos não é apenas um
problema contábil, mas se constitui em um problema
administrativo, pois sem este controle adequado, não se
consegue compreender os fatos ocorridos dentro da empresa.
As conseqüências podem ser desastrosas para a empresa,
uma vez que ela pode vir a elaborar e implantar estratégias
comerciais, programas de produção, sistemas de estoque de
materiais e produtos acabados sem dispor de informações
relevantes necessárias para subsidiá-las.”

5.4. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

No Brasil os Tributos são uma dor de cabeça para o microempresário,


geralmente imaginam serem gastos da empresa, e o que pagam para o governo é o
que faria parte do seu lucro mensal. Muitos microempresários ao formular seus
preços não incluem os tributos a serem pagos, isso pode afetar o valor do lucro
desejado para empresa e até ocorrer a falência da mesma. Portanto conhecer os
tributos que são incididos em seu negócio é fundamental para o andamento da
empresa, fazer uma administração correta desses tributos o empresário poderá
promover estratégias para formular seus preços, saber qual será o lucro da empresa
e evitar fiscalização do governo com o pagamento incorreto desses tributos. Para
isso teremos que conhecer o conceito de tributos e os tipos que existem.

5.4.1. TRIBUTAÇÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Nas Micro e Pequenas empresas o sistema de impostos implantado pelo


governo é chamado de Simples Nacional, que será estudado nos tópicos a seguir.
Porém essa não é a única forma tributária de recolhimento de impostos para essa
22
classificação de empresas, mas como é o simples é o mais utilizado será ele que
teremos como base no planejamento tributário deste trabalho.

5.4.2. SIMPLES

Imposto federal que consiste num sistema integrado de pagamento de


impostos e contribuições de microempresas e empresas de pequeno porte sob os
seguintes parâmetros, salvo exceções previstas na lei. Assim:

Faturamento Anual (em R$)

Tipo Pelo Estatuto Pelo Simples

Microempresa até 244 000,00 até 120 000,00

Empresa de pequeno de 244 000,01 a 1 200 de 120 000,01 até 1 200 000,00
porte 000,00

Tabela 1: Comparação de Faturamento para classificação da Empresa.

O Simples incide sobre a receita bruta mensal das empresas optantes,


descontando-se vendas canceladas e descontos concedidos, nas alíquotas contidas
na seguinte tabela:

23
FATURAMENTO (R$/ano) CLASSIFICAÇÃO ALÍQUOTA (%)*

Até R$ 60.000,00 Microempresa 3,0

De R$ 60.000,00 a R$ 90.000,00 Microempresa 4,0

De R$ 90.001,00 a R$ 120.000,00 Microempresa 5,0

De R$ 120.001,00 a R$ 240.000,00 Pequeno porte 5,4

De R$ 240.001,00 a R$ 360.000,00 Pequeno porte 5,8

De R$ 360.001,00 a R$ 480.000,00 Pequeno porte 6,2

De R$ 480.001,00 a R$ 600.000,00 Pequeno porte 6,6

De R$ 600.001,00 a R$ 720.000,00 Pequeno porte 7,0

De R$ 720.001,00 a R$ 840.000,00 Pequeno porte 7,4

De R$ 840.001,00 a R$ 960.000,00 Pequeno porte 7,8

De R$ 960.001,00 a R$1.080.000,00 Pequeno porte 8,2

De R$1.080.001,00 a R$ 1.200.000,00 Pequeno porte 8,6

Tabela 2: Alíquota do Simples com Base no faturamento

As alíquotas deverão ser acrescidas de:

 0,5%, na hipótese de abrangerem o IPI;


 0,5%, em caso de contribuinte do ICMS e do ISS e de até 1% se
contribuinte apenas do ICMS, na hipótese de o Estado em que a empresa
esteja estabelecida tenha aderido ao Simples;
 0,5%, em caso de contribuinte do ICMS e do ISS e de até 1% se
contribuinte apenas do ISS, na hipótese de o Município em que a empresa
esteja estabelecida tenha aderido ao Simples.

24
5.4.3. CÁLCULO DO SIMPLES E NORMAS PARA APLICAÇÃO DOS
PERCENTUAIS

A base de cálculo do simples nacional é tirada sobre a soma do faturamento


dos últimos 12 meses para conseguir essas informações e saber a base de cálculo
corretamente é necessário consultar o contador da empresa pois é ele que possui
as informações corretas para se aplicar.
Tendo essas informações em mão o empresário poderá calcular o valor exato
do imposto cobrado, assim fazendo um planejamento financeiro de impostos. Abaixo
veremos os impostos unificados pelo simples.

5.4.4. TRIBUTOS UNIFICADOS PELO SIMPLES

Os tributos unificados pelo simples são:


 ICMS
 IPI
 PIS
 COFINS
 IRPJ

5.4.4.1. ICMS

O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de
comunicação) é de competência dos Estados e do Distrito Federal. Esse imposto por
sua vez é cobrado a partir do preço de venda, ou seja, ele já é embutido na base de
cálculo, ou seja, ele é o principal tributo estadual, em termos de receitas correntes

Conforme FABRETTI (2000a), o ICMS é um imposto


incidente sobre o valor agregado em cada uma das operações,
desde a produção até a venda de varejo, ao consumidor final.
Para evitar a tributação em cascata, a cada tributação do preço

25
da mercadoria, é necessário abater o valor do imposto pago na
operação anterior.”

5.4.4.2. IPI

O IPI ( imposto sobre produtos industrializados) este imposto tem sua incidência
em produtos industrializados tanto de fabricação nacional e estrangeira, onde os
produtos com incidência de IPI são seguidos em tabela (TIPI). Entretanto entende-se
por produto industrializado todo produto que tenha sido modificado a sua natureza
ou sua finalidade através de uma operação industrial, essas modificações estão
expostas artigo 4º do Regulamento do IPI que especifica as hipóteses de
industrialização, quais sejam:

 Transformação;
 Beneficiamento;
 Montagem;
 Acondicionamento; ou
 Renovação.

“ Segundo FABRETTI (2000a) o consumidor final, uma vez


que o estabelecimento industrial cobra-o do próximo elo da
cadeia de produção/comercialização e assim sucessivamente,
até chegar ao consumidor final. FABRETTI (2000a) enfatiza o
caráter de não cumulatividade do IPI, que faculta ao
contribuinte o direito de creditar-se do imposto anteriormente
cobrado quando da aquisição de insumos.”

5.4.4.3. PIS

O PIS (programa de integração social) foi constituído pelo governo federal,


com o intuito de fazer com que o trabalhador participe na renda nacional, com essa
integração do trabalhador, teve como finalidade fazer com que ele participe na vida e
no desenvolvimento da empresa, viabilizando melhor interação na renda nacional.

26
A alíquota que as pessoas jurídicas devem contribuir é de 0.65% a 1.65%
sobre o total das receitas, as empresas comerciais por sua vez estão sujeitas a
contribuir com o PIS sendo a alíquota de 0.65% sobre a receita bruta mensal, não
gerando créditos, mas havendo isenções nas vendas referentes às exportações

5.4.4.4. COFINS

COFINS (contribuição para financiamento da seguridade social) que por sua


vez fica equiparada as pessoas jurídicas, que já são recolhidos pelas micro e
pequenas empresas.

5.4.4.5. IRPJ

O IRPJ (imposto de renda pessoa jurídica) é um imposto federal que é


apurado sobre os lucros da empresa, com três possibilidade de apuração que é o
lucro presumido, lucro arbitrado e lucro real, mas as empresas que optam pelo
sistema do simples nacional recolhem de uma maneira, que é através da guia do
simples nacional.

5.4.4.6. CSLL

A Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, é uma contribuição de recolhimento


federal, que através dos preços de venda é de 1,44% do preço de venda para os solicitantes
do lucro presumido. Para as empresas que estão no lucro real, a contribuição social é
calculada sobre o lucro antes do imposto de renda, que através do lucro é aplicada uma
alíquota 12%.

27
6. MICRO E PEQUENA EMPRESA

6.1. CONCEITO

A classificação de micro e pequenas empresas são baseadas ou por


faturamento ou com base no numero de empregados, de acordo com a tabela 3 do
SEBRAE que segue abaixo:

Porte / Setor Indústria Comercio e Serviços


Microempresas Até 19 Até 9 empregados
Empresas de Pequeno De 20 a 99 De 10 a 49
Porte
Médias De 100 a 499 De 50 a 99
Grandes 500 ou Mais 100 ou mais
Tabela 3: Classificação das empresas. Fonte: Sebrae - SP

Para entendermos melhor uma empresa, é classificada como Microempresa


no setor industrial possuindo até 19 funcionários e no setor comercial ou de serviços
a empresa deve possuir até 9 empregados.
Já as Indústrias de Empresa de pequeno porte, possuem essa classificação
possuindo de 20 a 99 funcionários e no ramo comercial e serviços seu quadro de
empregados é de 10 a 49 pessoas.
Normalmente essas empresas são administradas por famílias que por sua vez
são os próprios proprietários, e por isso a falta de instrução na área administrativa
acarreta para essas empresas uma porcentagem representativa no mercado de
fechamento por falência.

6.2. O EMPREENDEDOR

O empreendedor é a pessoa que possui caráter de visualizar, planejar, prever


e tomar decisões em seus negócios, possuindo uma filosofia ampla para aceitar
novas idéias e formas administrativas para a sua empresa. Ser empreendedor é
saber investir na hora certa ou mudar os planos de seu negócio em momento critico

28
da economia evitando maiores perdas. O grande empresário empreendedor vê
oportunidade em lugares jamais vistos fazendo planejamento e crescendo o seu
patrimônio.
Nas micro e pequenas empresas, a pessoa mais importante é o empresário,
ou seja, o dono da empresa, normalmente ele é quem cuida de tudo, contas a pagar
contratação dos funcionários, contas a receber, encarregado, operador, ou seja, em
muitos casos ele administra todos os departamentos da empresa. Entende-se que
por questões financeiras da empresa é a única saída o empresário ser multiuso. O
fato de o empresário ser o dono da empresa é necessário que ele conheça o seu
papel dentro dela não confundindo a sua vida empresarial com a pessoal.
Conhecendo seu papel dentro da empresa ele poderá se organizar e planejar
o futuro de sua empresa, propondo metas e prevendo seu crescimento.

6.2.1. OS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS PARA O EMPRESÁRIO

Na contabilidade existem os princípios contábeis que por sua vez são os


pilares da contabilidade. Esses princípios são uma espécie de leis contábeis que os
profissionais da área devem seguir, inclusive a leis contábeis estabelecidas pelo
poder legislativo são seguidas perante esses princípios.
Para visualizar e entender como a contabilidade pode ajudar o empreendedor
a organizar-se dentro da empresa e usar as ferramentas contábeis adaptando as
suas necessidades administrativas.
E para entendermos melhor o papel do empresário dentro da empresa
veremos alguns dos princípios utilizados na contabilidade.
O primeiro princípio a ser estudado é o Princípio da Competência que registra
as receitas e as despesas no momento de sua ocorrência, ou seja, não importa a
data do pagamento da despesa, em seus relatórios ela deve ser registrada no dia e
mês em que foi comprado. Um exemplo disso é a compra de uma mercadoria na
data 31/10 e que será paga em 30/11, nesse caso o registro dessa conta deve ser
feito na data da compra 31/10.
O Princípio da Prudência adota o menor valor para os componentes do ativo e
o maior valor para os componentes do passivo, isso quer dizer que quando uma
empresa, por exemplo, em um caso judicial de receber de R$10.000,00 á

29
R$20.000,00, o administrador deve computar em seus planejamentos o valor menor
que são os R$10.000,00 e em caso contrário quando ela tem que pagar um valor
utilizando o mesmo exemplo, o valor que será reservado para pagamento é o maior
que é de R$20.000,00.
Por último o Princípio da Entidade que reconhece que o patrimônio como o
objeto da entidade, ou seja, a pessoa jurídica independente se a empresa for de
uma pessoa ou um conjunto de pessoas, não podendo confundir seu papel dentro
da empresa apenas como funcionário da empresa.
Conclui-se que o empresário deve saber reunir as informações da empresa e
saber empregá-las da melhor forma possível, fazer planejamentos e prever metas
em seu negócio. Seu salário será ele quem determinará para isso ele deverá saber o
quanto sua empresa pode pagar. Saber qual é o seu papel dentro da empresa é
fundamental para obter bons resultados.

30
7. FERRAMENTAS CONTÁBEIS

Até agora vimos o conceitos e como a informações da empresa são


importantes para o empresário. Agora iremos mostrar três ferramentas de análise
contábil que poderá ser adaptadas de acordo com as necessidades da empresa.
A princípio falaremos do Balanço Patrimonial a mais utilizada ferramenta
contábil e seguiremos com a DRE e por fim o Fluxo de Caixa. Sabendo que para o
Micro e Pequeno empresário todo conteúdo abordado por este trabalho é mesclado
e obter uma boa administração de seus negócios.

7.1. BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço patrimonial é um demonstrativo contábil, que visualiza a real situação


financeira da empresa, através de seus bens direitos e obrigações. O balanço
patrimonial possui sua estrutura contendo ativo, passivo e o patrimônio líquido.
O ativo são todos os bens e direitos que a empresa possui, passivo é as
obrigações e o patrimônio líquido pode ser expresso como o capital dos socios.
Exemplos de ativo são as contas bancaria, caixa, estoque de mercadoria, clientes a
receber, etc., exemplos de passivo e patrimônio líquido são as contas a pagar,
fornecedores, empréstimos, capital social, lucros acumulados, etc. A estrutura e
constituída em lei e deve ser seguida por todos.
O balanço patrimonial por sua vez é tudo aquilo que a empresa tem em sua
determinada atividade e aquilo que a empresa deve em um determinado momento, a
diferença é o que a empresa tem, e o que se deve representa seu valor. Com base
nisso o resultado final é chegado através de uma fórmula que á soma do dos Bens e
Direitos subtraindo as obrigações.

7.1.1. ESTRUTURA DO BALANÇO

As contas que compõem o Ativo são formadas pelos bens e direitos, os bens
são materiais consumíveis de uso da empresa tais como estoque de matéria-
prima, maquinário, móveis, etc., e direitos são valores que a empresa possui pra
receber a curto e longo prazo tais como duplicatas a receber, dinheiro em banco
31
e aplicações financeiras. O Ativo é dividido em sub-contas que será mostrado
abaixo:

 Ativo circulante: É todos os recursos que a entidade pode utilizar de


imediato, exemplo, conta banco, caixa, títulos de liquidez imediata,
estoque, etc.

 Ativo não circulante realizável em longo prazo: São os bens e


direitos não destinados à transformação direta e meios de pagamento e
cuja perspectiva de permanência na Entidade ultrapasse um exercício,
exemplos:

 Investimentos: são as aplicações financeiras e outros investimentos


em longo prazo.

 Imobilizados: são os bens utilizados para fins de atividade da


empresa, exemplo, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios,
veículos etc.

 Intangíveis: são os bens não físicos da empresa exemplo, marcas e


patentes, franquias, etc.

As contas que compõem o lado do Passivo são obrigações da empresa, e o


Patrimônio Líquido, sendo que as obrigações são as dívidas computadas pela
empresa, e o Patrimônio Líquido são valores de investidos e de reserva da empresa.
Segue abaixo as contas que o Passivo possui:

 Passivo Circulante: são a obrigações e encargos que a empresa


possui, que conseqüentemente, cujo prazo estabelecido ou esperado seja
efetuado no exercício seguinte da data do balanço patrimonial.

32
 Passivo não circulante: são todas as obrigações e encargos que a
empresa possui cujo prazo estabelecido ou esperado seja efetuado no
final do período seguinte da data do balanço patrimonial.

Continuando no lado do Passivo vejamos exemplos das contas que compõe o


Patrimônio Liquido:

 Capital social: é o valor investido pelos sócios

 Lucros ou Prejuízos Acumulados: São os lançamentos das contas


de resultado que resultam em lucro e prejuízo por fim destinado para essa
conta que no final do exercício é transferida para o capital ou distribuída
aos sócios.

 Reservas: São os valores reservados durante o exercícios pelos


administradores, que serão usados pela empresa.

Agora veremos a estrutura física do Balanço Patrimonial na tabela 4:

Ativo Passivo
 Ativo Circulante  Passivo Circulante

 Ativo Não Circulante  Passivo Não Circulante

Realizável a Longo Prazo  Patrimônio Líquido

 Investimentos

 Imobilizado

 Intangível

Total do Ativo: Total do Passivo:


Tabela 4: Estrutura do Balanço patrimonial.

A estrutura do balanço é bastante simples e basta agora o empresário estudá-


la e interpretá-la para adequar de acordo com as suas necessidades. Se o
empresário repassar todas as informações para o contador responsável,
33
obrigatoriamente ele terá um balanço da empresa real ajudando-o com as tomadas
de decisões.
Portanto concluímos a estrutura do Balanço Patrimonial e com as informações
contidas nele originará outro demonstrativo contábil, que é a DRE.

7.2. DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício, mais conhecida como DRE é um


demonstrativo contábil que visualiza os componentes que provocam alterações no
patrimônio líquido da empresa. O relatório que a DRE mostra lucro ou prejuízo é o
resultado líquido de uma empresa em um determinado período, onde se compara as
receitas com os custos e despesas registrados no período da apuração do resultado
tendo como base o Princípio da Competência.
A DRE é um demonstrativo obrigatório para as empresas de capital aberto
chamadas de SA (Sociedade Anônima) Lei nº. 6.404/76 , e para empresas com
faturamento acima de R$2.000.000,00 Art. 176 da Lei nº. 6.404/76.
Para as Micro e Pequenas Empresas a DRE não é obrigatória para efeitos
fiscais, mas conhecendo sua estrutura poderá servir como uma ferramenta de
análise financeira da empresa e servir para as tomadas de decisões da empresa.

7.2.1. ESTRUTURA DA DRE

Para compreendermos melhor a DRE vejamos abaixo na tabela 5 sua


estrutura, posteriormente será explicado cada componente o compõem esse
demonstrativo:

34
Demonstração do Resultado do Exercício.
Empresa:___________________________________________________.
Exercício Financeiro de _________.

Valor
Receita Operacional Bruta
Receita Bruta de Vendas
Receita Bruta da Prestação de Serviços
(-) Deduções da Receita Bruta
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos sobre Vendas
(=) Receitas Operacionais Líquidas
(-) CMV/CSP/CPV
(=) Lucro Bruto/Resultado Bruto
(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Financeiras
(-) Despesas Gerais e Administrativas
(-) Outras Despesas Operacionais
(=) Lucro ou Prejuízo Operacional
(+) Outras Receitas
(-) Outras Despesas
(=) Resultado do Exercício Antes do Imposto Sobre a Renda

(-) Provisão Para Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)


(-) Provisão Para Contribuição Social s/ Lucro Líquido (CSLL)
(=) Resultado do Exercício Depois do Imposto de Renda e
da CSLL (ou Prejuízo)
(-) Participações
(-) Contribuições
(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício (Resultado
Líquido)
(=) Lucro Por Ação
Tabela 5: Estrutura da DRE

35
E estrutura da DRE é bastante simples, mas seus resultados são de grande
importância para os administradores da empresa, iremos agora conceituar os
componentes desse demonstrativo, lembrando que os totais são sempre
visualizados acima das linhas do seu grupo de contas .
Primeiramente a DRE começa com a Receita Operacional Bruta, ou seja, os
faturamentos que a empresa realizou no período analisado, especificados nesses
subgrupos abaixo.

 Receita Bruta de Vendas ou Serviços: São os faturamentos


realizados no período de apuração do resultado da DRE

Dedução da Receita Bruta, que é representada por contas que abatem os


seus valores das receitas, e esse grupo é composto por:

 Devoluções ou Vendas Canceladas: Como o próprio nome já diz, a


empresa deve registrar os valores de cancelamentos de vendas e de
devoluções, pois servirá posteriormente para uma análise de qualidade dos
serviços e do produto, e também porque houve de fato um gasto da empresa.

 Abatimentos: Os abatimentos são os descontos concedidos ao cliente


quando um produto sofre um defeito durante a entrega ou algo semelhante,
não se deve confundir esse desconto com os dados durante a compra do
produto.

 Impostos sobre Vendas ou Serviços: São os impostos resultante da


vendas ou prestações de Serviços, tais como o ICMS, IPI, ISSQN, Confins e o
PIS.

Após as deduções chegamos a Receita Operacional Líquida, que é o resultado


líquido do faturamento da empresa no período servindo de base para a análise das
vendas.

36
O Custo da Mercadoria Vendida (CMV), Custo do Serviço Prestado (CSP)
ou Custo do Produto Vendido (CPV), são os custos registrados no período para
serem atribuídos na receita, abaixo mostraremos como é feito o cálculo da CMV:
CMV= EI + C – EF
 CMV = Custo de Mercadoria Vendida.
 EI = Estoque Inicial.
 C = Compras líquidas no Período (Devem ser deduzidos os Impostos).
 EF= Estoque Final.

O Lucro Bruto ou Resultado Bruto, conforme o art. 187, item II, da lei
nº. 6.404/76 deve ser registrado na DRE o custo de mercadorias e serviços
vendidos no exterior, que, deduzido das receitas correspondentes, gera o
lucro bruto.

Falaremos agora das Despesas do período, mostrada abaixo nesse


grupo:

 Despesas com Vendas: são todos os gastos realizados com as


vendas dos produtos e ou serviços que tem como finalidade atender as
necessidades de empresa, tais como as comições de vendas, propaganda,
promoções etc.

 Despesas Financeiras: são registradas essas despesas quando a


empresa necessita de capital de giro ou financiamentos, exemplos de
despesas financeiras é os pagamentos de juros, despesas bancárias,
descontos concedidos entre outros que se encaixam nesse grupo.

 Despesas Gerais e Administrativas: são as despesas necessárias da


administração da empresa e diretoria, como no caso das micro e pequenas
empresa essa despesa poder considerada como o pro labore do empresário
que cuida da área administrativa da empresa e também os seu auxiliares
como, por exemplo, uma secretária.

37
 Outras Despesas Operacionais: são as despesas operacionais que
não se encaixam com os que foram mostrados acima.

O Resultado do Exercício Antes do Imposto Sobre a Renda é o resultado que


servirá como base para o calculo da Provisão para Imposto de Renda (IR) e a
Provisão para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), em caso
desse resultado ser negativo, ou seja, quando a empresa tiver um prejuízo, não há
incidência do IR e CSLL.

Chegamos ao Resultado do Exercício Depois do Imposto de Renda e da


CSLL (ou Prejuízo), ou seja, esse é o resultado mais importante, pois dele que sairá
o lucro ou prejuízo da empresa a partir dele o empresário poderá direcionar em caso
de lucro todo o lucro ou parcela para as:

 Participações: são valores direcionados para os empregados da


empresa, administradores, entre outros.

 Contribuições: que são os valores direcionados para o fundo de


previdência privada para os funcionários como forme a regra da empresa
parte de um benefício.

Para o micro e pequeno empresário a parte final da DRE é Lucro ou Prejuízo


Líquido do Exercício, pois após essa etapa veria o Lucro por Ação, que é usado
pelas empresas SA, para saberem o valor de suas ações, os administradores
poderão analisar o resultado final e chegar a conclusões para as tomadas de
decisões futuras.

Por fim a DRE é um demonstrativo de fácil entendimento, que o empresário


poderá adaptá-lo as suas necessidades visualizando se o seu negócio está no
caminho certo, também usá-lo sempre que necessite como forma de análises
futuras, recomendado como uma ferramenta contábil indispensável para um bom
empreendedor que queira resultados.

38
7.3. FLUXO DE CAIXA

O Fluxo de Caixa será a última ferramenta contábil a ser abordada, pois


classificamos como a mais importante ferramenta para o micro e pequeno
empresário. Sua construção é simples e ele evidencia como o próprio nome já diz o
caixa da empresa, ou equivalente a caixa, tais como, conta bancária, aplicações de
liquidez imediata entre outros.

7.3.1. CONCEITO

O conceito do Demonstrativo Fluxo de Caixa contabilmente falando é


evidenciar as transações ocorridas no período no caixa ou equivalente de caixa
conforme explicado anteriormente.
O caixa é movimentado com as entradas e saídas de dinheiro e são nesses
valores que o relatório se baseia.
Os administradores usarão esse relatório para poderem analisar as entradas
e saídas do caixa e podem até fazer provisões de transações futuras.

7.3.2. ESTRUTURA DO FLUXO DE CAIXA

Na contabilidade o Demonstrativo de Fluxo de Caixa é obrigatório paras a


empresa de capital aberto (SA) e as de Grande Porte, após a modificação da Lei nº
6.404/76 pela Lei nº 11.638/07. E na Lei nº 6.404/76 também não estabelece um
modelo de fluxo de caixa, deixando por conta de a empresa apresentar um relatório
que contenha as transações de entrada e saída do caixa.
O principal da estrutura do Fluxo de Caixa é evidenciar as entradas e saídas e
mostraremos o que pode compor as entradas e saídas do caixa.
As Entradas podem ser classificas como recebimento de duplicatas de
vendas, recebimentos de aplicações financeiras, recebimentos de empréstimos,
recebimento de aluguéis, e todas outras operações de entrada em dinheiro no caixa
que será de uso financeiro para empresa. Em um relatório de fluxo de caixa as

39
entradas normalmente ficam na parte de cima do relatório para facilitar a
compreensão da subtração das entradas e saídas.
As Saídas podem ser classificadas como Custos e Despesas. Custos são
todos os gastos que a empresa possui e que estão diretamente relacionados com a
produção do produto ou serviço que a empresa realiza exemplos compra de matéria
prima, salários e encargos dos funcionários de produção entre outros. As Despesas
são os gastos que a empresa realiza e que estão relacionados com a administração
da empresa, como por exemplo os salários e encargos dos administração. Por tanto
abaixo das entradas poderão vir os Custos e depois as Despesas.
Um dos cuidados maiores a ser tomado é quando for fazer a separação dos
custos e despesas da empresa pois deve-ser bem rigoroso na hora de classificar as
contas que representam custo e contas que representam despesas, para se obter no
final uma análise bem precisa das movimentações financeiras ocorridas no caixa.
Por fim teremos os totais que ficaram na parte inferior do relatório onde será
mostrado se o caixa possui um saldo positivo ou saldo negativo. Mostraremos agora
um exemplo de estrutura do Fluxo de Caixa.

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Fevereiro 1 2 3 4 5 .... 28 TOTAL
SAB DOM SEG TER QUA .... SEX
Faturamento 0,00
Empréstimos 0,00
Outros 0,00
Totais Entradas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

F. Salário 0,00
F. Provisões 0,00
F. Vale Transporte 0,00
F. Vale Refeição 0,00
Sindicato 0,00
Das 0,00
GPS 0,00
FGTS 0,00
Luz 0,00
Fornecedores 0,00
Total Custos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Contador 0,00
Água 0,00
Telefone 0,00
Internet 0,00
IPTU 0,00
Comissões 0,00
Pro Labore 0,00
Refeição Sócios 0,00
Gasolina 0,00
Pedágio 0,00
Material de Limpeza 0,00
Material de Escritório 0,00
Taxas bancárias 0,00
Frete 0,00
Total Despesas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

RESULTADO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


SALDO INICIAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SALDO FINAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

DINHEIRO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


BANCO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Tabela 5: Estrutura do Fluxo de Caixa

41
Como podemos ver as entradas e saídas estão bem evidenciadas e as saídas
estão divididas em custos e despesas que facilita a visualização dos gastos e até
uma análise pra recalculo de preços de produtos ou serviços. Também nesse
relatório análise do caixa é controlada diariamente, sendo mais detalhada e sua
compreensão é facilitada para o empresário administrador.
Portanto podemos concluir que o Fluxo de Caixa é não é apenas um relatório
administrativo, mas sim uma ferramenta indispensável para um bom administrador
que queira resultados em seus negócios, para saber com antecedência como está à
saúde da empresa e usar as informações contidas nele nas tomadas de decisões e
rumos do negócio.

42
8. CONCLUSÃO

Concluímos que a contabilidade tem uma responsabilidade muito grande


dentro das empresas, e que se o seu trabalho for realizado com muita precisão e
determinação, os administradores terão informações importantes para dar
continuidades nos seus negócios.
Os empresários das Micro e Pequenas empresas ainda não possuem uma
capacitação administrativa para tocar seus negócios, porém com a entrada da
fiscalização eletrônica e necessidade de conhecer novos conceitos técnicos para
administrar melhor sua empresa crescerá bastante nos próximos tempos, não por
conhecer realmente qual é o seu papel dentro da empresa mais sim para conseguir
mais espaço dentro de um mercado tão competitivo quanto está agora.

Conhecer a empresa ou o seu negócio financeiramente é fundamental para


se obter resultados, e tendo os conceitos da contabilidade que foram apresentados
neste trabalho será de grande ajuda para empresários que pretendem se aprofundar
na nova era do empreendedorismo, onde a sabedoria para novas idéias ou análises
para se ter preços competitivos e agradar o consumidor final estará a um passo do
sucesso financeiro.

E o mais importante é saber que a contabilidade é uma ferramenta util para o


empresário, que por sua vez deve utilizar estas ferramentas para obter resultados de
grande utilidade para a empresa, grandes empresários precisam de um apoio
diferenciado como auxilio e desenvolvimento de seu próprio negócio, a contabilidade
oferece este auxílio, permitindo que ele alcance índices de crescimento, e assim
buscar o resultado que realmente o empreendedor precisa.

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9. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. São Paulo : Atlas 1995

ANTONIK, Luis Roberto. A administração financeira das pequenas e médias


empresas. Revista FAE BUSINNES.numero 8, maio de 2004.

ALMEIDA, Antonio Jose Adorno. As informações contábeis no processo decisório de


gestores das empresas de pequeno porte atacadistas/distribuidoras de alimentos e
bebidas de Feira de Santana.Trabalho a gestores.6 de Fevereiro 2009.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de


informações contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 10º ed. – São Paulo: Atlas, 2003

FABRETTI, LÁUDIO CAMARGO. Pratica tributária da micro, pequena e média


empresa, São Paulo: Atlas, 2003.

ATKINSON, Rita L. et al. Edição

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