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Administração Pública

Material 01
Profº Elisabete Moreira

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Curso: Regular Fiscal www.cursoparaconcursos.com.br

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SUMÁRIO

1. Organização do Estado e da Administração Pública.


2. O processo de modernização da Administração Pública.
3. Modelos teóricos de Administração Pública: patrimonialista, burocrático e
gerencial
4. Experiências de reformas administrativas
5. Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública.
6. Governo eletrônico e transparência.
7. Gestão Pública empreendedora.
8. Governabilidade, governança e accountability.
9. Qualidade na Administração Pública.
10. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na
Administração Pública.
11. Controle da Administração Pública.

Organização do Estado e da Administração Pública: o processo de modernização e


suas dimensões estruturais e culturais
(itens 1 e 2)

• Até 1930: pacto oligárquico do modelo de desenvolvimento primário-exportador;

• Entre 1930 e 1964: pacto populista ou nacional desenvolvimentista, que agregou a


burguesia industrial, a classe média burocrática e setores da velha hierarquia em torno da
industrialização substituidora de importações;

• Em 1964: pacto burocrático-capitalista formado pela burguesia, os militares e os


servidores públicos;

• Em 1985: pacto democrático-populista, no qual a burguesia alia-se a classe média e aos


trabalhadores;

• A partir de 1995: pacto político de modernização social-liberal e pragmático –


correspondente à construção de um Estado social-liberal .

Estado Colonial e a República Velha

• Sistema de privilégios: paternalismo e nepotismo;


• Centralização, morosidade, formalismo, forte influência da igreja, vazio de autoridade;
• Proclamação da República;
• Demarcação de Poderes;
• Política de governadores, Clientelismo, Oligarquia.
• Não houve alteração das estruturas socio-econômicas: Administração Patrimonial.

Condicionantes do Estado do Bem-estar Social

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• Existência de excedentes econômicos passíveis de serem realocados pelo Estado para


atender às necessidades sociais;
• Pensamento Keynesiano, que estruturou a sua base teórica;
• Experiência de centralização governamental durante a Segunda Guerra Mundial, que
fomentou o crescimento administrativo.

Estado do Bem-Estar Social: Era Vargas

• 1º governo: marcado por 3 fases


• Estado Novo e autoritário: grandes avanços sociais;
• Administração racional-legal / burocrática;
• Criação do DASP;
• Estamentos burocráticos – Patronato político brasileiro;
• Movimento cultural-populista: concurso para alto escalão e indicação clientelista para o
baixo;
• Criação da indústria de base – função intervencionista.

Competências do DASP: DL 579/38

• O estado pormenorizado das repartições, departamentos e estabelecimentos públicos,


com o fim de determinar, do ponto de vista da economia e eficiência, as modificações a
serem feitas na organização dos serviços públicos, sua distribuição e agrupamentos,
dotações orçamentárias, condições e processos de trabalho, relações de uns com os
outros e com o público;
• Organizar anualmente, de acordo com as instruções do Presidente da República, a
proposta orçamentária a ser enviada por este à Câmara dos Deputados ;
• Fiscalizar, por delegação do Presidente da República e na conformidade das suas
instruções, a execução orçamentária;

• Selecionar os candidatos aos cargos públicos federais, excetuados os das Secretarias da


Câmara dos Deputados e do Conselho Federal e os do magistério e da magistratura;
• Promover a readaptação e o aperfeiçoamento dos funcionários civis da União;
• Estudar e fixar os padrões e especificações do material para uso nos serviços públicos;
• Auxiliar o Presidente da República no exame dos projetos de lei submetidos a sanção;
• Inspecionar os serviços públicos;
• Apresentar anualmente ao Presidente da República relatório pormenorizado dos
trabalhos realizados e em andamento.

Estado do Bem-Estar Social: Era JK

• Criou COSB - Comissão de Simplificação Burocrática – promover estudos visando à


descentralização dos serviços, por meio da avaliação das atribuições de cada órgão ou
instituição e da delegação de competências, com a fixação de sua esfera de
responsabilidade e da prestação de contas das autoridades.
• Criou a CEPA – Comissão de Estudos e Projetos Administrativos – assessorar a
presidência da República em tudo que se referisse aos projetos de reforma
administrativa.
• Estruturas ad hoc – híbrido administrativo;
• Plano de Metas – crescer 50 anos em 5;

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Estado do Bem-estar: Governo Goulart

Comissão Amaral Peixoto: objetivo era promover “uma ampla descentralização


administrativa até o nível do guichê, além de ampla delegação de competência”.

- reorganização das estruturas e atividades;


- expansão e fortalecimento do sistema de mérito;
- normas de aquisição e fornecimento de materiais;
- organização administrativa do Distrito Federal.

A Reforma Desenvolvimentista Militar

• Comestra - Comissão Especial de Estudos da Reforma Administrativa - com o objetivo de


proceder ao “exame dos projetos elaborados e o preparo de outros considerados
essenciais à obtenção de rendimento e produtividade da administração federal”

• DL 200/67: primeiro momento da administração gerencial

DL 200/67 – principais princípios:

• Planejamento (como princípio dominante);


• Expansão das empresas estatais (SEM e EP), de órgãos independentes (fundações) e semi-
independentes (autarquias);
• Necessidade de fortalecimento e expansão do sistema do mérito;
• Diretrizes para um novo Plano de classificação de cargos;
• Organização administrativa do DF e dos Ministérios.

DL 200/67: sistemático e ambicioso empreendimento para a reforma

• Princípios do planejamento, da coordenação, da descentralização, da delegação de


competência e do controle;
• Distinção entre a administração direta e a indireta;
• Definia as bases do controle externo e interno.
• Indicava diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos;
• Estatuía normas de aquisição e contratação de bens e serviços;
• Fixava a estrutura do Poder Executivo federal, indicando os órgãos de assistência imediata
do presidente da República e distribuindo os ministérios entre os setores político,
econômico, social, militar e de planejamento, além de apontar os órgãos essenciais
comuns aos diversos ministérios;
• Desenhava os sistemas de atividades auxiliares - pessoal, orçamento, estatística,
administração financeira, contabilidade e auditoria e serviços gerais;

Características do modelo Autoritário desenvolvimentista

“Apesar de representar a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública


pela intenção de mexer na rigidez burocrática, o Decreto-Lei 200/67 deixou seqüelas
negativas”.

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• Dicotomia: Estado Tecnocrático e Burocrático;


• Não garantiu a profissionalização do serviço público: não institucionalizou uma
administração do tipo weberiano; utilização da administração indireta como fonte de
recrutamento, prescindindo-se, em geral, do concurso público;
• Movimento centrífugo e centrípeto;
• Programa de Desburocratização e Desestatização: reforma social e política (caminho
rumo à administração gerencial).

Crise do Modelo Nacional - Desenvolvimentista

1. Crise fiscal;
2. Esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado e do modelo de
substituição de importação;
3. Crise da forma de administrar o Estado e crise de governabilidade.

A Nova República - contexto

• Tendência ao Modelo Neoliberal;


• Crise do petróleo de 73 e 79
• Reestruturação produtiva;
• Globalização;
• Crise do Estado;
• Estado Democrático de Direito.
“As tentativas de reforma até 1985 careceram de planejamento governamental e de meios
mais eficazes de implementação. Havia uma relativa distância entre planejamento,
modernização e recursos humanos, além da falta de integração entre os órgãos
responsáveis pela coordenação das reformas. Os resultados dessa experiência foram
relativamente nefastos e se traduziram na multiplicação de entidades, na marginalização do
funcionalismo, na descontinuidade administrativa e no enfraquecimento do DASP”.

A Nova República – Governo Sarney

• Instituiu uma numerosa comissão, com objetivos extremamente ambiciosos, mas nada
fez;
• Extinguiu o BNH e pouco avançou na implementação do SUS;
• Não conseguiu instituir um sistema de carreiras de RH;
• CF 88: democratização da esfera pública X volta aos ideais burocráticos dos anos 30;
• Mudanças apenas de cunho incremental.

O Retrocesso de 1988
“As ações rumo a uma administração pública gerencial são, entretanto, paralisadas na
transição democrática de 1985 que, embora representasse uma grande vitória
democrática, teve como um de seus custos mais surpreendentes o loteamento dos cargos
públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos Estados para os
políticos dos partidos vitoriosos.

“Um novo populismo patrimonialista surgia no país. De outra parte, a alta burocracia
passava a ser acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da
crise do Estado, na medida em que favorecera seu crescimento excessivo. A conjunção
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desses dois fatores leva, na Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático sem


precedentes. Sem que houvesse maior debate público, o Congresso Constituinte promoveu
um surpreendente engessamento do aparelho estatal... “geraram-se dois resultados: de
um lado, o abandono do caminho rumo a uma administração pública gerencial e a
reafirmação dos ideais da administração pública burocrática clássica; de outro lado, dada
a ingerência patrimonialista no processo, a instituição de uma série de privilégios, que
não se coadunam com a própria administração pública burocrática”.

Bresser Pereira, PDRAE, 1995.


Pacto social-liberal: reformas a partir de 85

• Governo Collor: criação da Secretaria Administração Federal (SAF) e do Programa


Brasileiro de Qualidade e Produtividade;
• Governo Itamar: Secretaria Federal de Controle, Lei 8.666, Plano Real;
• Governo FHC: MARE e MPOG, administração pública gerencial: controle de resultados,
participação, controle social, competição administrada.

A reforma Bresser – PDRAE

• Uma breve interpretação da crise do Estado;


• Uma classificação evolutiva da administração pública;
• Um histórico das reformas administrativas no Brasil a partir dos anos 1930;
• Um diagnóstico da administração pública;
• Um quadro referencial das formas de propriedade, setores do Estado e tipos de gestão;
• Uma avaliação da concepção de Estado, das dimensões técnicas e do impacto inicial da
reforma
• Uma estratégia de mudança;
• Os principais projetos de reforma do aparelho de Estado.

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