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MEMORIZAÇÃO

Não é errado afirmar que memória e inteligência são essencialmente a mesma coisa. E eu
explico por quê: a função intelectual só é possível a partir das informações que temos
registradas na memória. Ninguém consegue pensar sobre o que não sabe; no entanto,
consegue pensar muito bem se tiver "armazenadas" boas informações a respeito do assunto.
Deu para entender?

Importante: raciocinar nada mais é do que "comparar informações que temos na


memória". Assim sendo, pode-se afirmar com segurança que todo raciocínio é
uma comparação, seja ela entre dados isolados, conceitos, procedimentos etc.

Todos nós sabemos, entretanto, que é tão fundamental "aprender" quanto "lembrar" daquilo
que se aprendeu, não é mesmo? Sem "lembrar" das coisas que estudamos, toda esta
aprendizagem perde o seu valor prático e não nos serve para nada. Para facilitar essa
"lembrança", todavia, existem diversas técnicas agrupadas numa ciência bastante interessante
chamada Mnemotécnica (ou Menmônica) que já era praticada pelos antigos gregos, pelos
fenícios, árabes, etc. O que a ciência moderna fez foi, simplesmente, recuperar e adaptar tais
técnicas para a nossa realidade cultural.

Só a título de curiosidade, vale lembrar que antes da invenção do primeiro alfabeto linear (por
volta de 1.700 a.C., pelos fenícios) todo o processo de transferência da informação era
basicamente oral e, para tanto, esses povos precisaram desenvolver técnicas eficazes de
memorização de forma a assegurar a sua unidade política, social e religiosa.

O princípio das técnicas mnemônicas consiste basicamente em estabelecer associações


criativas entre as informações a serem memorizadas. Assim, quanto mais associações são
criadas, mais fácil será a lembrança da informação aprendida. Veja: quando aprendemos o que
é uma laranja, registramos na memória diversos outros detalhes como: que a laranja tem
formato arredondado, que é rica em vitamina C, que serve para fazer sucos, etc. Assim,
quando queremos lembrar de frutas que servem para fazer suco, lembramos também da
laranja. Quando queremos lembrar de frutas que tenham formato arredondado, outra vez
lembramos da laranja. Deu para entender? Quanto mais associações, melhor! A nossa
memória tem uma dificuldade muito grande para registrar dados isolados, que não estejam
associados a outras informações.

Ocorre, entretanto, que você pode associar as informações a serem memorizadas de diversas
formas, como por exemplo, pelas cores, pelas emoções e até pela música. A música, a rima e
o ritmo permitem associações fantásticas. Repare como as pessoas têm sérias dificuldades
para decorar um texto de apenas três linhas e, no entanto, conseguem memorizar dezenas de
músicas e conseguem se lembrar delas, muitas vezes, a partir de apenas uma nota. Você já
percebeu isso?

E você sabe por que as pessoas conseguem memorizar mais facilmente uma música do que
uma poesia? É simples: é porque a música não faz "cobranças intelectuais"; ela penetra
diretamente no subconsciente, exatamente porque a pessoa está "descompromissada" com a
razão enquanto ouve. Além do mais, as músicas têm ritmo e muitas delas são rimadas. Isso
estabelece uma associação bastante fácil de ser recuperada na memória.
Outro detalhe importante é a relação que há entre a memória e o sistema límbico (ou
nosso segundo cérebro). Esse sistema límbico é que controla nossa sexualidade e grande
parte das nossas emoções. Você já reparou que nos lembramos com muita facilidade daqueles
fatos que tiveram grande representação emocional na nossa vida e esquecemos também com
facilidade daqueles que nada representaram para a gente? Portanto, ponha sempre emoção
em tudo aquilo que você quiser lembrar. É uma dica. E que realmente funciona.

Importante: a nossa memória registra muito bem todos os fatos carregados de


emoção e não registra os fatos desinteressantes, banais, corriqueiros.

Uma outra dica interessante é a seguinte: para memorizar melhor, seja lá o que for, envolva
todos os seus sentidos (audição, olfato, paladar, tato e visão) na aprendizagem. Nós
aprendemos mais e retemos melhor na memória, quanto mais sentidos envolvemos neste
processo. Lembre-se que as cores, a música, o gestual, os odores, também são informações
fundamentais para a aprendizagem. Portanto, saia da mesmice das anotações lineares e do
estudo "silencioso". Agite! Envolva-se! Invente! Experimente! Quanto mais "prazer" você
produzir, melhores serão os resultados!

Um outro ponto importante e que deve ser ressaltado, está expresso no seguinte princício: "a
repetição é a mãe da aprendizagem". Dados ou fatos que sejam emocionalmente
inexpressivos, que não permitam boas associações ou que não venham "embalados" pela
música, podem ser memorizados pelo método da repetição. Lembra como você aprendeu
tabuada? Pois é assim mesmo. Quanto mais você repete uma informação (que tanto pode ser
uma informação científica como um conceito moral) mais ele penetra no subconsciente. É
justamente por isso que os métodos de auto-hipnose recomendam "formulações" insistentes e
sistemáticas sobre alguma coisa que você quer que seja verdade.

Repare que você amarra o cadarço do sapato, naturalmente, "sem pensar" como deve fazê-lo,
não é verdade? Pois bem, isto só é possível porque você "repetiu" o ato de "amarrar o cadarço"
diversas vezes, até que esta informação se assentou de tal forma no seu subconsciente que
sua recuperação na memória passou a ser automática.

E você pode usar este mesmo princípio para "registrar" na memória conceitos bem mais
complexos, sabia disso? Um exemplo: você costuma ficar nervoso nos dias de prova.
Porém só fica nervoso porque "registrou" uma associação entre prova e
medo/nervosismo/insegurança etc. Se você, no entanto, "memorizar pela repetição" uma
associação mais ou menos assim: prova/tranqüilidade - sempre que a palavra "prova"
acionar sua memória, seu subconsciente responderá "tranqülidade" e você ficará
naturalmente calmo. É incrível, mas é verdade. E, para você não pensar que isto tudo é
história da carochinha, é bom ficar sabendo que alguns dos homens mais inteligentes que
pisaram em nosso planeta utilizaram e atestaram a eficácia desta lição. Dentre eles podemos
citar Pitágoras, René Descartes, Jung, Poincaré e o próprio Albert Einstein.

Lembre-se de que dissemos, anteriormente, que as "emoções" também são informações.


Da mesma forma como as pessoas "tremem" diante da idéia de prova, podem "ficar
calmas" diante da mesma idéia. Tudo é uma simples questão de treinamento.

No capítulo sobre Hipnose e Auto-hipnose você poderá obter mais detalhes sobre como
proceder para "gravar" conceitos assim no seu subconsciente.
Fonte: http://www.camarabrasileira.com/criatividade1.htm

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