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Nesse tipo de preparo, inicialmente faz-se um preparo primário do solo utilizando-se arados (aivecas ou discos),
escarificadores ou grades agrícolas pesadas com a finalidade de mobilizar a camada do solo em que se
desenvolvem as raízes das plantas. Antes da semeadura, faz-se um preparo secundário que tem a função de
destorroamento da camada de solo que já sofreu preparo primário, sendo realizada por grades leves, rolos
destorroadores, enxadas rotativas, etc.
Como forma o pé de grade ou arado?
Pela passagem do equipamento sempre na mesma profundidade por vários anos seguidos, com isso ocorre a
diminuição da capacidade de retenção e absorção de água saturando mais rapidamente uma certa camada de solo,
favorecendo a erosão.
1,40
1,35
Densidade (g.cm )
-3
1,30
1,25
2
y = -0,0029x + 0,1866x - 1,6114
1,20 2
R = 0,9464*
1,15
22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Teor de água (%)
Em baixo conteúdo de água não há água suficiente para formar um filme sobre as partículas da terra.
Aumentando-se o teor de água do solo, o filme de água se expande, fazendo com que as partículas se orientem de
modo a deslizar umas sobre as outras. Após o teor ótimo ocorre redução da densidade devido ao efeito de diluição.
No caso das operações agrícolas busca-se o afastamento do teor de água que apresente a compactação máxima,
devendo-se realizar o preparo e tráfego no solo em teores abaixo do ponto de compactação máxima (abaixo de 32%
no solo da Figura 1), mas num teor em que o solo permite o preparo sem gasto excessivo de energia.
A pressão de inflação dos pneus exerce grande influência sobre a compactação do solo por uma máquina.
Na Figura 2 pode-se verificar que quando a pressão do pneu aumenta de 0,20 MPa para 0,41 MPa, ocorre um
considerável aumento da pressão sobre o solo. No entanto, não se tem grande alteração da pressão sobre o solo
devido a carga vertical sobre o pneu, pois aumentando-se esta carga de 227 até 907 kg, a pressão sobre o solo
manteve-se aproximadamente constante.
0,45
Pressão do
pneu (MPa) 0,41
Pressão média sobre o solo (MPa)
0,40
0,35
0,30
0,25 0,20
0,20
0 227 454 681 908 1135
Carga vertical sobre o pneu (kg)
Figura 1.2 - Pressão média sobre o solo em função da pressão de inflação do pneu e da carga vertical aplicada sobre
este.
Impactos/dm
0 1 2 3 4 5 6
0
-10
-20
Prof. (cm)
-30
-40
-50
Exame de trincheiras
Na trincheira é delimitada a camada compactada e são coletadas amostras indeformadas de solo para a
determinação da densidade. Deve-se também coletar amostras a profundidades maiores, na camada não mobilizada
por operações agrícolas, as quais serão consideradas como referencial. Então, com base no histórico produtivo,
avaliar-se-á a necessidade de preparo do solo.
1.3 EQUIPAMENTOS
1.3.1 Arados de aivecas
São equipamentos constituídos por uma superfície torcida (aiveca), que corta, inverte e esboroa as leivas,
parcial ou totalmente, de forma a enterrar os restos das culturas.
1.3.1.1 Componentes e suas funções
Chassi: estrutura na qual a aiveca é fixada, podendo ter sistemas de segurança para desarme (pinos que se
rompem);
Estabilidade lateral
Na horizontal, o espaço entre a parede de solo cortado e a face lateral da relha deve ser de 1,2 a 1,8 cm.
Valores superiores ao limite estabelecido tendem a deslocar o arado para a área não trabalhada, dificultando a
dirigibilidade do trator. Quando o arado apresenta roda estabilizadora, pode-se ajustar o ângulo da roda
estabilizadora. Por exemplo, se o arado estiver com tendência de se deslocar para a direita, deve-se deslocar a roda
estabilizadora mais a direita (aumentar o ângulo). Outra forma de regular a estabilidade lateral do conjunto trator e
arado, é através do ajuste dos braços inferiores de engate de 3 pontos, pelos quais consegue fazer com que o arado
fique centralizado em relação ao trator. Em arados reversíveis, outro fator que deve ser considerado é a bitola do
trator, que deve ser adequada a largura de trabalho do arado, para que a largura de corte da 1ª aiveca seja sempre
igual.
1.3.2 Arado de discos independentes
É um equipamento que apresenta discos inclinados em relação a direção do deslocamento e à vertical, que
cortam uma tira de solo, elevando-a e jogando-a lateralmente em função do giro, deixando a face superficial do solo
voltada para baixo.
1.3.2.1 Componentes e suas funções
Chassi: estrutura sobre a qual são montados os discos, roda estabilizadoras, pontos de acoplamento, etc.
Discos: utilizam discos de maior diâmetro para solos leves e de menor diâmetro para solos compactados. Para os
diferentes tipos de solo a serem preparados tem-se um ângulo vertical e horizontal do disco recomendado.
Estabilidade lateral
A regulagem da estabilidade lateral nos arados de discos montados é feita principalmente pela centralização
do arado no trator e pela variação do ângulo que a roda estabilizadora faz com a linha de deslocamento do conjunto.
Considerações de bitola feitas para o arado de aivecas também são válidas neste caso.
1.3.4 Escarificadores
Mobilização do solo (máx. 30 cm) com mobilização superficial.
escarificador superficial: 5 a 15 cm.
escarificador profundo: 15 a 30 cm.
Ponteiras:
estreitas: 4 a 8 cm;
largas: acima de 8 cm.
1.3.4.2 Regulagens
1.3.5 Subsuladores
Tipos:
grade de discos de simples ação;
grade de discos de dupla ação;
grade agrícola de discos de dupla ação em tandem (X);
grade de discos de dupla ação excêntrica (V) || é a grade normal ||.
1.3.10 Rolo-faca
É a máquina que tem a função de promover o pré-acamamento das culturas. É utilizado, principalmente, para
realizar o manejo mecânico da adubos verdes (aveia, azevém, nabo forrageiro, etc.) no sistema de plantio direto.
1.3.10.1 Componentes e suas funções
O rolo-faca é constituído por um ou mais cilindros montados em um chassi por meio de eixos rígidos
sustentados por mancais. Esses cilindros apresentam lâminas transversais dispostas em sua periferia. O rolo-faca
pode ser de tração animal ou tratorizado de arrasto, principalmente, mas podem ser encontrados modelos montados.
1.3.10.2 Regulagens
Quando regulados de forma adequada, as lâminas do rolo-faca não devem cortar os caules ou colmos da
cultura a ser manejada, mas apenas dobrar. A justificativa é que, quando o colmo é cortado, ocorre rebrote de
culturas como aveia, azevém, etc. e quando o colmo apenas é amassado (dobrado), ocorre impedimento do fluxo de
seiva e a planta morre. Sendo assim, fator que interfere diretamente sobre a capacidade de cortar ou apenas
amassar o colmo das plantas é a massa do rolo-faca e o fio das lâminas. De preferência, as lâminas não devem ser
muito afiadas e a massa do rolo-faca pode ser controlada adicionando-se ou retirando-se água do interior do cilindro.