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PROFº EDIVANDO FERREIRA LARA,ThM


DR. ENEY DE ALMEIDA LIMA,ThD

Introdução ao
Antigo Testamento
‫הברית הישנה‬

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AGRADECIMENTOS

A Yeshua Hamashiach, pela bênção da vida e a graça da salvação.

Agradeço também a todos os amigos que, de muitas formas, participaram e


contribuíram com a elaboração e realização deste trabalho e, de forma
particular e especial à FATBI.

Aos Professores e toda sua brilhante equipe, por seu profissionalismo e


competência no exercício de educar.

Muito Obrigado!

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EPÍGRAFE

"Pois, se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário

procurar lugar para outra... Chamando “nova” esta aliança, ele tornou

antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e envelhecido está a ponto de

desaparecer."

(Hb. 8:7, 13)

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ÍNDICE

Introdução.................................................................................................................08

Sobre o Antigo Testamento........................................................................................09

Divisão do Antigo Testamento....................................................................................12

Formas Textuais........................................................................................................15

O cânon do Antigo Testamento..................................................................................19

Temática do Antigo Testamento.................................................................................22

Jesus em cada livro do Antigo Testamento................................................................23

Noções de Geografia e História Bíblica......................................................................26

A Arqueologia do Antigo Testamento.........................................................................35

Os Locais Onde Ocorreram os Eventos Narrados no Antigo Testamento?...............39

Profetas do Antigo Testamento.................................................................................49

História de Israel........................................................................................................54

Livros Apócrifos ou Não Canônicos...........................................................................61

Gênesis......................................................................................................................67

Êxodo.........................................................................................................................70

Levítico.......................................................................................................................73

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Números.....................................................................................................................76

Deuteronômio.............................................................................................................79

Josué..........................................................................................................................82

Juízes.........................................................................................................................86

Rute............................................................................................................................89

I Samuel.....................................................................................................................91

II Samuel....................................................................................................................94

I Reis..........................................................................................................................97

II Reis.......................................................................................................................100

I Crônicas.................................................................................................................103

II Crônicas................................................................................................................106

Esdras......................................................................................................................109

Neemias...................................................................................................................112

Ester.........................................................................................................................105

Jó..............................................................................................................................118

Salmos......................................................................................................................121

Provérbios................................................................................................................124

Eclesiastes...............................................................................................................127

Cantares...................................................................................................................131

Isaías........................................................................................................................134

Jeremias...................................................................................................................137

Lamentações............................................................................................................141

Ezequiel....................................................................................................................144

Daniel.......................................................................................................................147

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Oséias......................................................................................................................151

Joel...........................................................................................................................153

Amós........................................................................................................................155

Obadias....................................................................................................................157

Jonas........................................................................................................................159

Miquéias...................................................................................................................163

Naum........................................................................................................................167

Habacuque...............................................................................................................170

Sofonias....................................................................................................................173

Ageu.........................................................................................................................176

Zacarias....................................................................................................................179

Malaquias.................................................................................................................182

Apêndice

Pesos e Medidas no Novo Testamento....................................................................184

Origem dos Povos....................................................................................................186

Nomes e seus significados.......................................................................................187

Calendário hebraico.................................................................................................188

Mapas referentes à história de Yisrael.....................................................................191

Referências Bibliográficas.......................................................................................195

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INTRODUÇÃO

O Antigo Testamento é uma das grandes secções da Bíblia Cristã (a outra


secção corresponde ao Novo Testamento) e apresenta a história da revelação
de Deus ao povo de Israel, narrada, interpretada e explicada por numerosos
autores que segundo a tradição judaica e cristã terão sido inspirados
diretamente por Deus.

A formação do Antigo Testamento foi extremamente e complicada. De facto,


a revelação de Deus foi transmitida aos homens ao longo de vários séculos
através da tradição oral. A sua passagem à forma escrita apenas começou a
ganhar corpo a partir do rei David. Antes de David já existiam alguns
documentos escritos tais como o código da aliança, o Decálogo ou o Poema de
Débora, mas que, mais do que livros, eram elementos da tradição oral.

A primeira pela literária do Antigo Testamento data do séc. X a.C. e é uma


pequena história do rei David. É também deste período que se escreve uma das
partes em que se divide o Pentateuco, se inicia literatura sapiencial e se
desenvolve o Saltério. Após a morte de Salomão, o reino divide-se em Israel (ou
Reino do Norte) e Judá (ou Reino do Sul); a história de ambos é escrita no Livro
dos Reis. Em Israel surgem os profetas Elias e Eliseu, defensores do culto a
Javé, e mais tarde, no tempo de Jerobão II, os profetas Amós e Oseias e a
tradição Eloísta. Em Judá, pouco depois de Amós e Oséias, surgem os profetas
Isaías e Miquéias. Em 721 a.C. o Reino do Norte é invadido pela Síria e muitos
religiosos fogem para sul e levando consigo as suas tradições e livros sagrados,
originando a fusão entre as duas tradições do Pentateuco: a Javista e a Eloísta.
Mais tarde, no tempo de Josias (640-609 a.C.), é restaurado o Templo e
procede-se à reforma religiosa. É nesta altura que são publicados os livros dos
Juízes, Samuel e Reis. Em 587 a.C., Nabucodonosor conquista Jerusalém e
leva os seus habitantes para a Babilônia como reféns. É neste período que
alguns religiosos, longe do seu Templo, voltam às tradições antigas e dão ao
Deuteronômio e ao Pentateuco a sua forma definitiva. É também neste período
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que os judeus que ficaram na Palestina vinham chorar sobre as ruínas do


Templo e assim nascem as lamentações. É já depois do regresso da Babilônia,
no séc. V a.C., que se conclui o Livro de Isaias e aparece Rute e os profetas
Ageu e Zacarias e que se editam o Livro dos Provérbios e pouco depois o Livro
de Jó. Já no séc. IV a.C. completa-se o Saltério, nasce o Cântico dos Cânticos,
escreve-se o Livro de Jonas e os quatro livros atribuídos ao autor chamado
Cronista (os livros 1 e 2 dos Paralipómenos ou Livro das Crónicas, Livro de
Esdras e Livro de Neemias). Em 333 a.C. dá-se a conquista da Palestina pelos
gregos, liderados por Alexandre Magno, e inicia-se o período helénico, surgindo
com ele um novo estilo literário: o midrás bíblico. É neste período que é escrito o
livro de Eclesiastes. Em 175 a.C. Antíoco IV obriga à adesão dos costumes e
religião dos gregos, o que provoca a revolta dos Macabeus.

I. Sobre o Antigo Testamento

O Tanach e o Texto Massorético

1.1. Os livros mais antigos da Bíblia são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números
e Deuteronômio. São conhecidos por Pentateuco ou Torah. A Torah mais os 19
outros livros do Antigo Testamento, juntos, formam o cânon judaico do Antigo
Testamento, contendo, ao todo, 24 livros. O cânon cristão possui o mesmo
conteúdo, contendo 39 livros prontos e fechados. Os judeus reconhecem 24 livros
do Tanach Hebraico, sendo que esses 24 livros são os mesmos do cânon cristão
evangélico. Em outras palavras, os 24 livros do Tanach correspondem em conteúdo
aos 39 livros do Antigo Testamento da Bíblia Cristã Evangélica (ou Protestante).
Apenas a ordem e a numeração dos livros são diferentes.

Por exemplo, na Bíblia cristã os livros de Samuel, Reis e Crônicas do Tanach


se encontram numerados como 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas e 2
Crônicas, ao passo que no Tanach esses livros são em número de três: Samuel,
Reis e Crônicas, como já dito.

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No Antigo Testamento da Bíblia cristã encontramos os livros de Oséias, Joel,


Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias. No Tanach estes livros estão agrupados em um único livro, Os Profetas
Menores. Também Esdras e Neemias estão em um único livro no Tanach Hebraico.

O quadro abaixo mostra o conteúdo do Cânon do Antigo Testamento,


lembrando que as seqüências de ordenação dos livros são diferentes no Tanach e
no Antigo Testamento Cristão.

Tanach Hebraico (Bíblia Judaica) Antigo Testamento Cristão

Gênesis Gênesis
Êxodo Êxodo
Levítico Levítico
Números Números
Deuteronômio Deuteronômio
Josué Josué
Juízes Juízes
Rute Rute
Samuel 1 Samuel
*** 2 Samuel
Reis 1 Reis
*** 2 Reis
Crônicas 1 Crônicas
*** 2 Crônicas
Esdras-Neemias Esdras
*** Neemias
Ester Ester
Jó Jó
Salmos Salmos
Provérbios Provérbios
Eclesiastes Eclesiastes
Cantares Cantares
Isaías Isaías
Jeremias Jeremias
Lamentações Lamentações
Ezequiel Ezequiel
Daniel Daniel

Os Doze Profetas Menores ***

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(Oséias) Oséias
(Joel) Joel
(Amós) Amós
(Obadias) Obadias
(Jonas) Jonas
(Miquéias) Miquéias
(Naum) Naum
(Habacuque) Habacuque
(Sofonias) Sofonias
(Ageu) Ageu
(Zacarias) Zacarias
(Malaquias) Malaquias

1.2. Desde 100 AD, os rabinos judeus conhecidos por Massoretas passaram
a trabalhar na unificação dos livros bíblicos do Antigo Testamento, examinando e
comparando todos os manuscritos bíblicos conhecidos. O resultado deste trabalho
ficou conhecido como o Texto Massorético. A metodologia dos copistas judeus era
de tal ordem rigorosa que, ao final de cada cópia pronta, feita à mão, todas as letras
eram contadas, uma a uma. Além do que era estabelecida uma letra central de
referência em todo o texto traduzido, de modo que as letras do início da cópia até a
letra central teriam de estar perfeitamente iguais ao documento original. Caso
contrário, toda a cópia era destruída e uma nova era refeita. Da mesma forma eram
contadas as letras desde o final da cópia até a letra central. Foram os judeus
Massoretas que compartimentaram o Antigo Testamento, porém a divisão em
capítulos e versículos só se deu no período da Idade Média, e é atribuída aos
cristãos, embora os judeus também a tenham adotado. O trabalho dos judeus
Massoretas produziu cópias dos textos bíblicos minuciosamente trabalhados a fim
de preservar as cópias originais de erros de ortografia e pronúncia. Outra grande
preocupação era a correta ordenação dos pontos, vírgulas e espaços em todo o
texto bíblico. Todo esse trabalho era feito com grande temor de Deus, além do que
os Massoretas possuíam uma preocupação gigantesca em preservar os textos
bíblicos de qualquer mudança, o que para eles seria blasfêmia, um pecado muito
temido entre os judeus. A meticulosidade dos métodos ultra-perfeccionistas que
desenvolveram para copiar o Antigo Testamento era, em grande medida,
influenciada pelo temor de cometerem blasfêmia, sabendo que nenhuma adição aos
textos originais era permitida.

A cópia completa mais antiga do Antigo Testamento é conhecida como o


Texto Massorético, ou Codex de Leningrado, e data de 1008 A D e permanece
intacta!

1.3. A Bíblia Rabínica (a Bíblia Judaica acompanhada de comentários) foi


impressa pela primeira vez em 1517 e em 1524 foi publicado o Texto Massorético,
ambas por Daniel Bomberg, um abastado cristão veneziano originário da Antuérpia.
A edição da segunda publicação ficou a cargo de Jacob ben Hayim. Desde então
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nunca mais tiveram fim as impressões do Texto Massorético, a Bíblia Judaica, ou o


Antigo Testamento, cuidadosamente preservado até os nossos dias.

II. Divisão do Antigo Testamento


2.1. O AT está dividido em 39 livros, porém os judeus contavam como se
fossem 22 ou 24, e já nos últimos séculos antes de Cristo, dividiam esses 24 livros
em três seções (Lc 24:44):

? Lei (Torá, Torah)? 5 livros (Pentateuco) de Gênesis a Deuteronômio.

? Profetas (Neebim)? 8 livros

Profetas Antigos - compreende o que chamamos, hoje, Livros Históricos


(Josué a Ester).

Profetas: no sentido estrito, excetuando o livro de Daniel (que diziam ser


alegórico):

Maiores - Isaías, Jeremias, Ezequiel.

Menores - os doze: de Oséias a Malaquias.

? Escritos Sagrados (Kethubim) ? 11 livros:

Livros Poéticos - Salmos, Jó, Provérbios.

Os Cinco Rolos (Megilloth) - Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações,


Eclesiastes, Ester.

Históricos - Daniel, Esdras, Neemias, Crônicas.

A razão de 24 em vez de 39 livros é porque é considerado um só livro cada


grupo, como segue: 1 e 2 Samuel; 1 e 2 Reis; 1 e 2 Crônicas; Esdras e Neemias; e
os doze profetas menores. Quando era de 22 livros: Juízes e Rute; e Jeremias e
Lamentações eram um só livro.

2.2. Os nossos 39 livros estão divididos em 4 classes:

1 ? Lei (5 livros): o Pentateuco ou os cinco primeiros livros, isto é, de Gênesis


a Deuteronômio.

2 ? História (12 livros): de Josué a Ester. Divide-se em quatro períodos da


história de Israel:

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A. Teocracia (Juízes).

B. Monarquia (Saul, Davi, Salomão).

C. Divisão do reino e cativeiro (Judá e Israel).

D. Período pós-cativeiro.

3 ? Poesia (5 livros): de Jó a Cantares.

4 ? Profecia (17 livros): de Isaías a Malaquias, divididos em:

A. Profetas Maiores (Isaías a Daniel).

B. Profetas Menores (Oséias a Malaquias).

Assim, o Antigo Testamento é composto de obras de autores diversos, como


Moisés, que foi um príncipe e legislador; Josué, um general; Davi e Salomão, reis e
poetas; Isaías, estadista e profeta; Daniel, primeiro-ministro; Zacarias e Jeremias,
sacerdotes e profetas; Amós, homem do campo; e de variados assuntos
como?Legendas? E poesias heróicas dos tempos primitivos, história da origem do
povo israelita e desenvolvimento histórico até a volta do exílio, poemas, obras de
moral e ciência, profecias, cânticos de arrependimento e de louvor a Deus, leis civis,
religiosas e morais, etc. Isso tudo reunido num só livro, forma uma harmonia perfeita,
incompreensível para a mente humana, mas clara para os que têm a mente de
Cristo (1Co 2:16).

2.3. Tabela das Abreviaturas e Capítulos

AT ABREV CAP NT ABREV CAP


Gênesis Gn 50 Mateus Mt 28
Êxodo Ex 40 Marcos Mc 16
Levítico Lv 27 Lucas Lc 24
Números Nm 36 João Jo 21
Deuteronômio Dt 34 Atos At 28
Josué Js 24 Romanos Rm 16
Juízes Jz 21 I Coríntios I Co 16
Rute Rt I 4 II Coríntios II Co 13
I Samuel I Sm 31 Gálatas Gl 6
II Samuel II Sm 24 Efésios Ef 6
I Reis I Rs 22 Filipenses Fp 4
II Reis II Rs 25 Colossenses Cl 4
I Crônicas I Cr 29 I Tessalonicenses I Ts 5
II Crônicas II Cr 36 II Tessalonicenses II Ts 3
Esdras Ed 10 I Timóteo I Tm 6
Neemias Ne 13 II Timóteo II Tm 4
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Ester Et 10 Tito Tt 3
Jó Jó 42 Filemon Fm 1
Salmos Sl 150 Hebreus Hb 13
Provérbios Pv 31 Tiago Tg 5
Eclesiastes Ec 12 I Pedro I Pe 5
Cantares Ct 8 II Pedro II Pe 3
Isaías Is 66 I João I Jo 5
Jeremias Jr 52 II João II Jo 1
Lamentações Lm 5 III João III Jo 1
Ezequiel Ez 48 Judas Jd 1
Daniel Dn 12 Apocalipse Ap 22
Oséias Os 14
Joel Jl 3
Amós Am 9
Obadias Ob 1
Jonas Jn 4
Miquéias Mq 7
Naum Na 3
Habacuque Hc 3
Sofonias Sf 3
Ageu Ag 2
Zacarias Zc 14
Malaquias Ml 4

2.4. Manuseio das Escrituras

Procure familiarizar-se com as páginas da Bíblia evitando o hábito de abrir


algo tão importante para o crescimento espiritual somente durante as reuniões da
Igreja. O devocional diário deve ser tratado como as principais refeições diárias
[Café da Manhã - Almoço - Janta]. Essa atitude vai contribuir para o melhor
manuseio das Escrituras.

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III. FORMAS TEXTUAIS


3.1. O Texto

Todos os livros do Antigo Testamento (ou Primeiro Testamento) foram


escritos originalmente em Hebraico. Há algumas passagens em Aramaico. A
escrita quadrada, tal como é conhecida hoje, provavelmente é de origem pós-
exílica.

O Talmud (Sanhedrin 21b) relata que Esdras introduziu a escrita assíria nas
Sagradas Escrituras. Um dos manuscritos mais antigos que mostra a escrita
quadrada assíria é o Papiro Nash, de cerca de 100 a.C..
Os textos, escritos no papiro (vegetal) ou no pergaminho (pele de animal),
que eram reunidos em rolos podendo chegar a dez metros de comprimento. Por
volta do fim do primeiro século e início do segundo século surge o Códex, de papiro
ou pergaminho em forma de livro de folhas costuradas.

3.2. O Texto Massorético

É o texto que se encontra nas edições do Antigo Testamento (ou Primeiro


Testamento) Hebraico.
O nome Massorético provém de eruditos judeus que chamam a tradição do
texto de msrt. A pronúncia pode ser seguida a que está em Hebraico em Ezequiel
20:37, que no neo-hebreu significa “transmitir”, isto é, “tradição”.
Ao redor do ano 500 d.C surgiu um novo erudito judeu que começou a
assumir a responsabilidade de conservar e transmitir o texto bíblico, são os
Massoretas. Estes, praticamente substituíram aos escribas, segundo a tradição, que
remonta sua história até a obra de Esdras.
Os Massoretas incorporaram ao texto bíblico hebraico os sinais vocálicos e
outros sinais de acentuação em seus manuscritos. Desenvolveram também um
sistema de anotações às margens do texto, que fornecem informações exegéticas e
de crítica textual. Estas anotações se denominam Massorah.
Os Massoretas aperfeiçoaram em termos de técnicas para evitar a corrupção
do texto.

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Os massoretas que quase sempre eram da mesma família, trabalhavam nos


grandes centros do judaísmo, na Babilônia e Israel. As duas famílias mais famosas
foram a de Ben Naftali e a de Ben Asher.
Uma das mais importantes famílias de massoretas tiberianos foi a de Ben
Asher. O último trabalho importante dos massoretas tiberianos foi de Aaron Ben
Asher, filho de Moisés Ben Asher. Um de seus manuscritos que serve de base ao
texto da Bíblia Hebraica Stuttgartensia. O colofão do Códice de Leningrado
assegura que o manuscrito pertence a tradição de Ben Asher, o que foi confirmado
por pesquisas posteriores.
Códice era confeccionado com papiro ou pergaminho no formato de livro de
folhas costuradas.
O Códice de Leningrado trata-se de um manuscrito medieval de
tradição tiberiana que data do ano 1008 d.C. Segundo o colofão foi um só homem,
Samuel Ben Jacob, quem escreveu, pontuou e proveu a Massora para este escrito.
O Códice de Leningrado está reproduzido na Bíblia Hebraica Stuttgartensia
(BHS).
Os grandes manuscritos contendo o texto da família Ben Asher, da tradição
tiberiana dos massoretas são:
Códice do Cairo dos Profetas [C] :de 895/896 d.C. provavelmente transcrito
por Moisés ben Asher, pai de Aarão ben Asher. Esse códice contém Josué,
Juízes, 1-2 Samuel, 1-2 Reis (profetas anteriores); Isaías, Jeremias, Ezequiel, e
Profetas Menores (profetas posteriores). Seu texto é distribuído em três colunas.
Está preservado na sinagoga dos caraítas no Cairo, Egito.
Códice de Alepo [A] : de 925/930 d.C. O Códice de Alepo é uma testemunha
valiosa da tradição textual Massorética associada a Aaron Ben Asher. Escrito em
Israel, provavelmente nas proximidades de Tiberíades, aonde estudiosos judeus
desenvolveram um sistema desinais vocálicos que se tornou padrão no sistema de
vocalização Massorética. Acredita-se que Aaron Ben Asher escreveu os sinais
vocálicos e a Massorah marginal neste manuscrito. Recebeu o nome de “Códice de
Alepo” porque por alguns séculos foi mantido na Sinagoga de Alepo, no norte da
Síria. Há uma tradição que este Códice foi utilizado por Maimônides (1136-1204).
Inicia em Deuteronômio 28:17. É tido por muitos o mais fiel à escola de Ben Asher.
Faltam alguns textos. Hoje está no Instituo Ben Zvi, em Jerusalém.
Códice Leningrado B 19A [L]: de 1008/1009 d.C. É considerado o mais
antigo manuscrito da Bíblia hebraica inteira. O texto está dividido em três colunas.
Atualmente encontra-se em São Petersburgo, Rússia (Ver acima sobre o mesmo).
Os Sopherim (“os que contam”), título que foi aplicado aos escribas, veio
aplicar aos que escreviam o texto consonantal. Os Nakdanim (“pontuadores”), estes
realizavam o trabalho de colocarem os sinais vocálicos e acentos. E os que
escreviam a Massorah, lógicamente eram os Massoretas.

3.4. O Pentateuco Samaritano

O cânon dos samaritanos só contém o Pentateuco. Os manuscritos não estão


na escrita quadrada, mas uma forma antiga do alfabeto. Os samaritanos ‘desviam’
em cêrca de 6000 casos do Texto Massorético, na maioria das vezes em questões
ortográficas. Os escritos samaritanos apresentam uma forma própria de divisão do

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texto, diferente dos judeus. Nos sinais de leitura indicativos da pronúncia ele
apresenta alguns traços que são próprios da época dos massoretas de Tiberíades.
Algumas diferenças materiais são, a remoção do plural em verbos depois de
elohim , a leitura de “Guerizim” ao invés de “Ebal” em Dt. 27:4..
Existe um Targum samaritano do Pentateuco (tradução aramaica), cujo o
texto nunca foi fixado pelos samaritanos.

3.5. Papiro Nash

Descoberto por W. L Nash, em 1902, no Egito, nos arredores de Fayum.


Contém os dez mandamentos, parcialmente Deuteronômio 5 e o Shemah Israel
(Dt.6:4). É datado do primeiro ou segundo século a.C..

3.6. Os Targumim (Targum, no sigular).

Os Targumim foram necessários, quando depois do cativeiro, o aramaico se


torna lingua corrente.
Durante o ofício religioso o texto hebraico era traduzido para o aramaico. No
princípio, esta tradução era oral, feita por um tradutor nomeado especialmente para
este fim. Mas logo cedo foram postas por escrito.
Estas traduções deram origens aos Targumim, isto é traduções livres do texto
hebraico. Os principais são: o Targum de Onkelos, que é o Targum oficial da Lei,
que segundo o Talmud (Megilla 3a) foi feito no 2º século d.C... Targum de
Jerusalém, século VIII, contém quase todo o Pentateuco. Targum de Jerusalém II,
tido como mais antigo que o anterior com o mesmo nome. Targum dos Profetas.
Targum dos Hagiógrafos.

3.7. Fragmentos da Guenizá do Cairo

Descoberto em 1896, na guenizá (compartimento de uma sinagoga


destinado a receber os manuscritos gastos pelo uso) da Sinagoga Ben Ezra no
Cairo, Egito. Um grupo de manuscritos, dos quais alguns remontam ao século VII:
poemas litúrgicos, escritos privados, e fragmentos de livros bíblicos. Foram
encontrados fragmentos com vocalização Babilônica Simples e Complexa, da
Torah, Profetas e Escritos. Fragmentos de livros bíblicos em hebraico e aramaico
(Targum), grego e árabe, e tefilim (filactérios). A maioria dos manuscritos data dos
séculos IX ao XII, mas há também material dos séculos VI ao VIII. Foram
encontrados fragmentos da versão grega de Áquila (125-130) datados do século VI,
fragmentos da Héxapla de Orígenes de Alexandria.

3.8. Peshitta

É a tradução siríaca. O siríaco é uma língua semítica antiga, dialeto do


aramaico. O termo Peshitta significa “simples”. É uma tradução do Antigo e Novo
Testamento, datada do segundo século. A Peshitta foi influenciada pelos Targumim
palestinos.

3.9. Septuaginta LXX

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É a tradução dos livros hebraicos, realizada em Alexandria, entre o terceiro e


segundo séculos a.C., em Alexandria. Não se baseia no texto Massorético, mas
sua fonte hebraica, ao contrário, é muito diferente. Por exemplo, sua tradução de
Jeremias em grego é cerca de 1/8 mais breve que o Texto Massorético. Às vezes a
tradução demonstra a mentalidade ou a sensibilidade do ambiente alexandrino. Vê-
se às vezes que a tradução grega é resultado de uma falta de compreensão do
texto hebraico, ou de uma divisão das palavras hebraicas diversa da tradicional.
A tradução não foi obra de um só autor, mas de 72 conforme Carta de
Aristéias. Em 1934, A Rahlfs publicou uma edição crítica da LXX, baseando-se nos
códices Vaticanus, Sinaiticus e Alexandrinus.

3.10. Traduções Gregas do Sec. II d.C.

Áquila (cerca de 130): foi estudante do rabino Aquiba. A tradição judaica o


chama de prosélito. Fez uma tradução mais literal do texto hebraico. De sua
tradução só foram preservados fragmentos. Até 1897 esta tradução só era
conhecida por poucas citações e por alguns fragmentos da Héxapla. Mas a Geniza
do Cairo nos forneceu novos materiais para a compreensão de Áquila.
Théodotion (cerca de 150/160): não fez uma nova tradução, mas antes uma
revisão que aproximava o texto hebraico.
Símaco (cerca de 170): fez uma tradução do hebraico em bom grego. Por
informações fornecidas por Orígenes parece que foi samaritano convertido ao
judaísmo.

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IV. O cânon do Antigo Testamento


4.1. A literatura sagrada evoluiu gradativamente e foi cuidadosamente vigiada.
Os dez mandamentos escritos em tábuas de pedra, e que eram a constituição de
Israel, foram guardados em uma arca, Ex 40.20. Os estatutos foram registrados no
livro do pacto, 20. 23, até cap. 23.33; 24. 7. O livro da lei, escrito por Moises, era
colocado ao lado da arca, Dt 31. 24-26. A esta coleção se ajuntaram os escritos de
Josué, Js 24. 26. Samuel escreveu a lei do reino e a depositou diante do Senhor, 1
Sm 10. 25. Em tempo do rei Josias, o livro da lei do Senhor, o bem conhecido livro,
foi encontrado no Templo e reconhecido pelo rei, pelos sacerdotes, pelo povo, pelas
autoridades e pelos anciãos, 2 Rs 22. 8-20. Do Livro encontrado se tiraram cópias,
Dt 17. 18-20. Os profetas reduziram as suas palavras a escrito, Jr 36. 32, e eram
familiarizados reciprocamente com os seus escritos que os citavam como padrões
autorizados, Is 2. 2-4; Mq 4. 1-3.

A lei e os profetas eram tidos como produções autorizadas; inspiradas pelo


Espírito Santo, e cuidadosamente guardadas por Jeová, Zc 1. 4; 7. 7, 12. A lei de
Moisés compreendendo os cinco primeiros livros da Bíblia, circulava como uma
porção distinta da literatura sagrada no tempo de Esdras em cujas mãos esteve, Ed
7. 14, sendo douto no conhecimento dela, 6, 11. A pedido do povo, ele leu
publicamente no livro da Lei, Ne 8. 1, 5, 8.

Por este tempo, e antes de o cisma, entre os judeus e os samaritanos, chegar


a seu termo, o Pentateuco foi levado para Samaria. O colecionamento dos profetas
menores em um grupo de doze, é confirmado por Jesus, filho de Siraque, como em
voga, no ano 200 A. C. Ecclus 49. 10. Sua linguagem dá a entender a existência do
grande grupo formado pelos livros de Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias,

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Ezequiel e os doze profetas menores, que formavam a segunda divisão do cânon


hebreu, caps. 46-49.

4.2. A existência da tríplice divisão das Escrituras em “Lei, Profetas e os


outros que os acompanharam”; ou “a Lei, os Profetas e os outros livros”, ou, “a Lei,
os Profetas e o resto dos livros”, é confirmada já no ano 182 A. C. juntamente com a
existência de uma versão grega da mesma época, atestada pelo neto de Jesus, filho
de Siraque (Ecclua, prólogo).

Em uma passagem do 1 Mac 12. 9, datada do ano 100 A. C. se faz referência


a livros sagrados “que estão em nossas mãos.” O judeu Filo, que nasceu em Alexan-
dria no ano 20 A.C. e ali morreu no reinado de Cláudio, possuía o cânon, e citou
quase todos os livros, com exceção dos Apócrifos. O Novo Testamento cita as
“Escrituras” como escritos de autoridade religiosa, Mt 21. 42; 26. 56; Mc 14. 49; Jo
10. 35; 2 Tm 3. 16, como livros santos em Rm 1. 2; 2 Tm 3. 15, e como Oráculos de
Deus, em Rm 3. 2; Hb 5. 12; 1 Pe 4. 11; e menciona a tríplice divisão em Moisés,
Profetas e Salmos, em Lc 24. 44, cita e faz referências a todos os outros livros,
exceto Obadias e Naum, Esdras, Ester, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes. Josefo
que foi contemporâneo do apóstolo Paulo, cujos escritos datam do ano 100 A. D.,
falando do seu povo, diz: “Nós temos apenas 22 livros, contendo a história de todo o
tempo, livros em que “nós cremos”, ou segundo geralmente se diz, livros aceitos
como divinos”, e o mesmo escritor exprime em termos bem fortes, afirmando a
exclusiva autoridade destes escritos, e continua, dizendo: “Desde os dias de
Artaxerxes até os nossos dias, todos os acontecimentos estão na verdade escritos;
ma estes últimos registros não têm merecido igual crédito, como os anteriores, por
causa de não mencionarem a sucessão exata dos profetas.

4.3. Há uma prova prática do espírito em que tratamos as nossas Escrituras;


apesar de ser tão grande o intervalo de tempo decorrido até hoje, ninguém se
aventurou a acrescentar, a tirar, ou a alterar uma única sílaba; faz parte da natureza
de cada judeu, desde o dia em que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos
de Deus; confiar nelas, e, se for necessário, dar alegremente a vida, em sua defesa”
. Josefo apresenta o conteúdo das Escrituras sob três divisões: 1. “Cinco livros
pertencem a Moisés, e contêm as suas leis e as tradições sobre a origem da
humanidade, até a sua morte.” 2. Desde a morte de Moisés até Artaxerxes,
escreveram os profetas que viveram depois dele, os fatos de seu tempo, em treze
livros.” Josefo acompanhou o arranjo feito nos livros da Escritura pelos tradutores de
Alexandria.

4.4. Os treze livros são provavelmente, Josué, Juizes com Rute, Samuel,
Reis, Crônicas, Esdras com Neemias, Ester, Jó, Daniel, Isaias, Jeremias com as
Lamentações, Ezequiel e os doze Profetas Menores. 3. Os quatro livros restantes,
contêm hinos a Deus e preceitos de conduta para a vida humana. Sem dúvida ele se
refere aos Salmos, ao Cântico dos Cânticos, aos Provérbios e ao Eclesiastes. Até
aqui, os fatos. Havia uma tradição corrente, que o cânon fora arranjado no tempo de
Esdras e de Neemias. Josefo, já citado, fala da crença universal de seus patrícios de
que nenhum livro havia sido acrescentado desde o tempo de Artaxerxes, isto é,
desde Esdras e Neemias. Uma extravagante legenda do fim do primeiro século da

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era cristã deu curso a uma tradição de que Esdras havia restaurado a lei, é mesmo o
Antigo Testamento inteiro por se haverem perdidos os exemplares guardados no
Templo, Ne 14. 21, 22, 40.

Afirma a tal legenda que os judeus da Palestina, naquela época, reconheciam


os livros canônicos, como sendo vinte e quatro. Uma passagem de duvidosa
autenticidade e de data incerta, talvez escrita 100 anos antes de Cristo em 2 Mac 2.
13, alude à atividade de Neemias em conexão à segunda e terceira divisão do
cânon. Ireneu transmite a tradição assim: “Depois que os sagrados escritos foram
destruídos, no exílio, sob o domínio de Nabucodonosor, quando os judeus, depois
de setenta anos, voltaram do cativeiro para a sua pátria, Ele (Deus) nos dias de
Artaxerxes, inspirou a Esdras, o sacerdote, da tribo de Levi, para arranjar de novo
todas as palavras dos profetas dos dias passados, e restaurar para uso do povo a
legislação de Moisés.” Elias, levita, escrevendo em 1588, fala da crença que o povo
tinha, dizendo: “No tempo de Esdras os 24 livros ainda não estavam unidos em um
volume. Esdras e seus associados fizeram deles um volume dividido em três partes,
a lei, os profetas e a hagiógrafa.” Esta tradição contém verdades. Se pode ser aceita
em todos os seus particulares, isso depende de determinar a data em que certo,
livros foram escritos, tais como Neemias e Crônicas.
O Pentateuco, como trabalho de Moisés, compreendendo a incorporação das leis
fundamentais da nação, formou uma divisão do cânon, e com direitos firmados na
cronologia, ocupou o primeiro lugar na coleção dos livros.
A segunda divisão dos livros teve a designação de proféticos por serem escritos
pelos seus autores assim chamados.

Estes livros eram em número de oito, Josué, Juizes, Samuel, e Reis,


denominados os primeiros profetas, e Isaias, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas
menores, denominados os últimos profetas. O núcleo da terceira divisão é formado
de seções de livros de Salmos e Provérbios. Tinham duas feições distintas: eram
essencialmente poéticos e os seus autores não eram oficialmente profetas. Atraíram
para si todas as outras produções de literatura semelhante.

4.5. A oração de Moisés no Salmo 90, não foi escrita por profeta, mas foi
colocada nesta divisão dos livros da Escritura por ser produção poética. Pela mesma
razão, as Lamentações de Jeremias, escritas por profeta, e sendo poesia, entraram
na terceira divisão do cânon hebreu. Uma razão adicional existiu para separá-las de
Jeremias, é que eram lidas por ocasião dos aniversários da destruição de ambos os
templos, e por isso, foram postas com os quatro livros menores que eram lidos por
ocasião de outros quatro aniversários, Cânticos, Rute, Eclesiastes e Ester, e
formavam os cinco rolos, ou Megilloth. O livro de Daniel foi incluído nesta parte por
ter sido escrito por homem que, posto dotado de espírito profético, não era
oficialmente profeta. Com toda a probabilidade, as Crônicas foram escritas por um
sacerdote e não profeta, e por esta razão, foram postas na terceira divisão do cânon.
Não sabemos por que estes livros se acham nesta divisão, quando é certo que
alguns deles e partes deles que agora se acham nela, já existiam antes de
Malaquias e Zacarias na segunda divisão.

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É conveniente que se diga que, conquanto o conteúdo das diversas divisões


do cânon permanecessem inalteráveis, a ordem dos livros da terceira divisão variou
de tempos em tempos; e mesmo na segunda divisão o Talmude dá Isaias entre
Ezequiel e os Profetas Menores. Esta ordem dos quatro livros proféticos, Jeremias,
Ezequiel, Isaías, e os Profetas Menores, foi evidentemente determinada pelo
tamanho, dando a prioridade aos de maior volume. Logo no fim do primeiro século
da nossa era, o direito de certos livros figurarem na terceira divisão do cânon, foi
disputado. Não havia dúvida em pertencerem ao cânon.

As discussões versaram sobre o conteúdo dos livros e sobre as dificuldades


de harmonizá-los entre si. Estes debates, porém, eram meras exibições intelectuais.
Não havia intenção de excluir do cânon qualquer destes livros, e sim tornar bem
claro o direito que ele tinham aos lugares que ocupavam.

Dicionário da Bíblia John Davis

V. Temática do Antigo Testamento

5.1. O Antigo Testamento trata basicamente das relações entre Deus e o


povo Israelita. Existem vários nexos temáticos entre os livros de acordo com suas
divisões (seja a cristã ou a hebraica). Única entre essas tradições é a primeira
divisão, a Torá ou Pentateuco, que trata da histórica sagrada do povo de israel, a
partir da criação do mundo até a ocupação da Terra, passando pela legislação
litúrgica e religiosa. Tradicionalmente, a Torá ou Lei é atribuida a Moisés e, depois
de sua morte, terminada por Josué; porém, muitos autores defendem que a
formação da Torá foi um processo longo passando por diversos grupos de autores
até sua adoção uniforme pós-exílica.

5.2. Transmissão do texto

Quanto ao texto transmitido, não chegaram até nós nenhum rolo original de
qualquer material bíblico. Atualmente os documentos mais antigos que ainda exitem
são oriundos do século II A.C, tais como o chamado Papíro Nash, encontrado em
1902, no Egíto, que contêm o decálogo e o texto da confissão de fé hebraica Shma
Israel (Dt. 6:4), e os manuscritos do Mar Morto encontrados em Qumran que incluem
diversos fragmentos de textos de praticamente todos os livros da Bíblia Hebraica
com a exceção de Ester.
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A partir de 100 d.C. a tradição fariseu-rabínica passou a dominar no judaísmo


e desenvolveu-se um método de auxílio na transimissão do texto, inclusive a correta
vocalização. Os estudiosos que trabalharam para manter a tradição do texto,
especialmente com o declínio do hebraico como língua falada são chamados de
massoretas. Terminaram por elaborar um texto que passou a ganhar autoridade
oficial entre os séculos VII e X, chamado de texto masorético. Oriundos dessa
tradição existem dois manuscritos importantes que baseam as edições críticas do
texto atual: O codex Leningradensis e o Codex de Aleppo.

A subdivisão do texto em capítulos e versículos não vem do texto original . A


primeira divísão existente foi a divisão do texto da Torá (Pentateuco) em 54 parashot
que são leituras semanais para o ano liturgico judaico. A divisão por capítulos foi
introduzida pelos cristãos com o objetivo prático de auxiliar a referência a textos.
Uma das atuais divisões em capítulos foi realizada por Stephan Langton por volta de
1200 d.C. e foi adotada primeiramente num manuscrito hebraico no Séc. XIV. A
divisão em versículos foi resultado de um processo que só chegou ao final no séc.
XVI. Por isso a tradição reformada, que rompeu com a tradição católica romana
antes desse período, possui diferenças na contagem de capítulos e versículos.

VI. Jesus em cada livro do Antigo Testamento

6.1. Em João 1.1-4 e 14 lemos a respeito dEle: “No princípio era o Verbo (a
Palavra), e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no
princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem
ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos
homens… E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” Por isso
encontramos o Filho de Deus já no Antigo Testamento:

6.2. Jesus em cada livro do Antigo Testamento

Em Gênesis, Ele é chamado de “semente da mulher”.

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Em Êxodo, Ele é o cordeiro pascal.

Em Levítico, Ele é apresentado como sumo sacerdote.

Em Números, Ele é a coluna de nuvem de dia e a coluna de fogo à noite.

Em Deuteronômio, Moisés fala dEle como sendo profeta.

Em Josué, Ele é o líder da nossa salvação.

Em Juízes, Ele aparece como nosso juiz e legislador.

Em Rute, Ele é resgatador.

Em 1 e 2 Samuel vemos a Jesus como nosso verdadeiro profeta.

Em Reis e Crônicas, Ele é o nosso Senhor Soberano.

Em Esdras, Ele aparece como o homem que restaura os muros caídos de nossa
existência humana.

Em Neemias, vemos o Senhor como nossa força.

Em Ester, Ele é o nosso Mordecai.

Em Jó, Ele é chamado de nosso Salvador eternamente vivo.

Nos Salmos, Ele é nosso bom pastor.

Em Provérbios e Eclesiastes, Ele brilha como nossa sabedoria.

Em Cantares, Ele é o noivo que nos ama.

Em Isaías, Ele é chamado de “Príncipe da paz”.

Em Jeremias, Ele aparece como o “renovo de justiça”.

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Em Lamentações, Ele é nosso profeta que chora.

Em Ezequiel, Ele nos é apresentado como o homem maravilhoso “com quatro


rostos”.

Em Daniel, Ele é o quarto homem na fornalha ardente.

Em Oséias, Ele aparece como o marido fiel, que é casado com uma infiel (Israel).

Em Joel, Ele é o que batiza com o Espírito Santo e com fogo.

Em Amós vemos Jesus como aquele que carrega nossos fardos.

Em Obadias, Ele é poderoso para salvar.

Em Jonas, Ele está diante de nós como o grande missionário para os gentios.

Em Miquéias, Ele é o Deus encarnado (Mq 5.1).

Em Naum, Ele é mencionado como o juiz escolhido por Deus.

Em Habacuque, Ele é o evangelista de Deus que clama: “Aviva a tua obra, ó


Senhor, no decorrer dos anos” (Hc 3.2).

Em Sofonias, Ele se manifesta como nosso Salvador.

Em Ageu, Ele é o restaurador da herança de Deus perdida.

Em Zacarias, Ele é apresentado como a fonte aberta da casa de Davi que purifica
os pecados e as impurezas.

Em Malaquias, Ele se mostra como o “sol da justiça” com a “salvação nas suas
asas” (Ml 4.2).

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VII. Noções de Geografia e História Bíblica

7.1. Geografia Bíblica é a parte da Geografia Geral que estuda as terras e os


povos bíblicos, bem como a matéria de natureza geográfica, contida no texto bíblico,
que de passagem se diga, é de fato, abundante.

A. A importância da Geografia Bíblica. É de muita importância o estudo da


geografia bíblica como meio auxiliar no estudo e compreensão da Bíblia. Mensagens
e fatos descritos na Bíblia, tido como obscuros tornam-se claros quando estudados à
luz da geografia bíblica. Deus permitiu a inserção de grande volume dessa matéria
na Bíblia. Um exame, mesmo superficial, mostrará que a cada passo, a Bíblia
menciona terras, povos, montes, cidades, vales, rios, mares e fenômenos físicos da
Natureza.

7.2. O porquê dessa importância:

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1. A Geografia é o palco terreno e humano da revelação Divina. É ela que


juntamente com a cronologia, situa a mensagem no tempo e no espaço, quando for
o caso.

2. Ela dá cor ao relato sagrado, ao localizar, situar, fixar e documentar os


mesmos. Através dela, os acontecimentos históricos tornam-se vívidos e as
profecias mais expressivas. O ensino da Bíblia torna-se objetivo e de fácil
comunicação quando podemos apontar mostrar e descrever os locais onde os fatos
se desenrolaram. Exemplos: Lc 10.30 ("descia um homem de Jerusalém para
Jericó"); Dt 1.7 (aí nós temos uma profunda aula de geografia da Terra Prometida.)

3. O estudo da geografia bíblica da Palestina e nações circunvizinhas


esclarecem muitos fatos e ensinos constantes das Escrituras.

4. As nações vêm de Deus, logo o estudo deste assunto à luz da Bíblia é


profícuo sob todos os pontos de vista. Ler Dt 32.8; At 17.26.

7.3. B. Fontes de estudo da geografia bíblica.

1. A Bíblia. É a fonte principal. Ela faz menção de inúmeros lugares, fatos,


acidentes geográficos, povos, nações, cidades. É evidente que isto merece um
cuidadoso estudo. A Bíblia contém capítulos inteiros dedicados ao assunto. Exemplo
Gn 10; Js 15-21; Nm 33,34; Ez 45-47. Somente cidades da Palestina Ocidental a
Bíblia registra cerca de 600. Não registradas, há inúmeras outras como o prova a
arqueologia.

Um problema com que se defronta o estudante nesse assunto, é o fato de


grande número de países, cidades, regiões inteiras e outros elementos geográficos,
terem atualmente novos nomes. Exemplos: a antiga Pérsia é hoje o Irã; a Assíria é
parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia do
tempo de Paulo (II Tm 4.10) é hoje a Iugoslávia e assim por diante.

2. A Arqueologia Bíblica. Esta tem prestado enorme contribuição para a


elucidação de dificuldades bíblicas e trazido à tona a história de povos do passado,
considerados como lendários, como o caso dos hititas, mitânios e hicsos. A
arqueologia bíblica teve seu começo em 1811 com as atividades nesse sentido do
cidadão inglês Claude James Rich, na Mesopotâmia, quando lá se encontrava
cuidando de interesses ingleses.

3. A História Geral. Aqui é preciso certa cautela. Muitos manuais hoje em


uso no estudo secular estão eivados de erros, por seus autores desconhecerem a
Bíblia. Temos vários casos documentados.

4. A Cartografia. A ciência dos mapas. Certas editoras especializadas editam


atlas e mapas bíblicos, apropriados ao estudo da Geografia Bíblica. Os mapas mais
importantes do mundo bíblico são os quatro seguintes:

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• Mundo Bíblico do AT;


• Mundo Bíblico do NT;

• A Palestina do AT;
• A Palestina do NT. (Ver mapas)

O profeta Ezequiel, por ordem divina traçou num tijolo a cidade de Jerusalém, Ez
4.1. Temos aqui uma noção de mapa bíblico.

7.4. C. A extensão do mundo bíblico. O mundo bíblico situa-se no atual


Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo. É ele o berço da raça
humana. Mas precisamente a Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigre e
Eufrates. Foi daqui que partiram as primeiras civilizações. Na dispersão das raças
após o Dilúvio (Gn caps. 10 e 11), Sem povoou o sudoeste da Ásia. Cão povoou a
África, Canaã e a península arábica. Jafé povoou a Europa e parte da Ásia.

7.5. Limites do mundo bíblico:

Ao Norte: Da Espanha ao Mar Cáspio

A Leste: Do Mar Cáspio ao Mar Arábico (Oceano Indico)

Ao Sul: Do Mar Arábico á Líbia.

A Oeste: Da Líbia à Espanha.

(O estudante deve ver isso nos mapas e atlas bíblicos.)

7.6. D. Regiões, áreas e países do mundo bíblico. Acidentes naturais.


Citaremos apenas alguns casos, dado o limitado espaço que temos para isso.

1. Mesopotâmia, Gn 24.10; At 2.9; Dt 23.4. Berço da humanidade. Não é


verdade o que muitos manuais de História Geral declaram: ser o Egito o berço da
humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adâmico. Na
Mesopotâmia destacam-se dois países:

• Babilônia, de capital do mesmo nome. Outros nomes antigos: Caldéia (Ez


11.24); Sinear (Gn 14.1); Súmer. É o sul da Mesopotamia.
• Assíria, Gn 2.14; 10.11. É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque.
Capital: Nínive, destruída em 607 AC. A Oeste ficava o reino de Mari. Os
Mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte da Assíria.

2. Arábia. Capital: Petra (gr); Sela (heb.) Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico.
Aí, Israel peregrinou em demanda de Canaã. A região de Ofir, fornecedora de ouro
ficava possivelmente aí, I Rs 9.28. A parte da península do Sinai era chamada
Arábia Pétrea. A Lei foi dada aí e o tabernáculo erigido a primeira vez.

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3. Pérsia. Hoje parte do Irã. Capitais: teve as seguintes, pela ordem:


Ecbátana, Pasárgada, Susã, Persópolis. Foi cenário do livro de Ester e parte do de
Daniel. Aí, primeiramente floresceram os medos. Depois os persas assumiram a
liderança. Ver At 2.9. A Média, quando na supremacia tinha por capital Hamadã
(entre os gregos Ecbátana.)

4. Elam. Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã, Gn 14.1; At 2.9.

5. Armênia ou Arará: Cap. 6 de Gênesis.

6. Síria. Mesmo que Arã. (Não confundir com Haran.) Capital: Damasco, Is
7.8. Seu território não é o mesmo da Síria moderna, At 11.26: Nos dias de Jesus
tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina, Lc 2.2. A
capital dessa província era Antioquia. A Síria era na época governada por um
legado romano.

7. Fenícia. Hoje: Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon.


Navegantes famosos. Primitivos exploradores. Fundaram Cartago, na África do
Norte (hoje Tunis.) Nosso alfabeto vem dos fenícios, cerca de 1500 AC. Ver Mt
15.21; 11.22; I Rs 9.26-28.

8. Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Em hb seu nome


é Mizraim, Gn 10.6. Teve, várias capitais nos templos bíblicos. Parte do seu futuro,
profeticamente falando, está em Ez 29.15. Fica ao Norte da África.

9. Etiópia. Fica ao Sul do Egito. Segundo Gn 2.13, existia outra Etiópia na


região Norte da Mesopotâmia - a chamada Terra de Cush (hb). A profecia de Sl
68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de At 8.26-39, quando a
fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia
compreende hoje a Abissínia e a Somália.

10. Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a
levar a cruz, era natural de Cirene - cidade da Líbia, Mt 27.32. Igualmente, no dia de
Pentecoste estavam cireneus em Jerusalém, At 2.10.

11. Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos nada tinha com o atual continente
asiático. Era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia
menor ou Anatólia. Ler At 6.9; 19.22; 27.2; I Pe 1.1; Ap 1.4,11. Capital dessa
província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o
território da Turquia.

12. Grécia ou Hélade, At 20.2. No Antigo Testamento, em hebraico, é Javan


ou Iônia, Gn 10.4,5. A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de
Acaia (At 18.12), nome esse derivado dos Aqueus - povo que a habitou. Na época
do Novo Testamento a Grécia era constituída de Estados isolados sob os romanos.
Nesse tempo, sua capital política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o
procônsul romano.

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13. Macedônia, At 19.21. Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é


hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia, sul da Bulgária,
Iugoslávia, e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia
Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella.

14. Ilírico, Rm 15.19. Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de


Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje
é a antiga Dalmácia de II Tm 4.10.

15. Itália, At 27.1; Hb 13.24. País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul
da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 AC, que
mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano.
Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro.

16. Espanha, Rm 15.24,28. Paulo manifestou o propósito de viajar para a


Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Tarsis mencionada em Jn
1.3; 4.2, ficava ao sul da Espanha, sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo
conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante
a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição.

17. Palestina ou Canaã. Deixamos a Palestina por último porque dela nos
ocuparemos mais demoradamente. É a mais importante terra bíblica por várias
razões:

7.7. a. Alguns fatos sobre a Palestina:

Foi prometida por Deus aos hebreus, Gn 15.18; Êx 23.31. É, sob o ponto de
vista Divino, o centro geográfico da terra, Ez 5.5; 38. 12b.

Melhor terra do mundo, Ez 20.6,15; Jr 3.19; Am 6.1. Se atualmente isto


parece contraditório, a palavra profética assegura a sua restauração e esplendor no
futuro.

Os judeus seriam um povo destacado dos demais, Lv 20.24; Dt 33.28; Mq


7.14; Nm 23.9; Jr 49.31.

Para que Deus chamou e elegeu a nação israelita: Gn 3.15; Êx 19.6; Dt 7.6;
Rm 3.2; 9.4,5. Em suma: trazer o Messias ao mundo; produzir e preservar as
Escrituras; ser um povo sacerdotal; e difundir o conhecimento do Senhor entre as
nações.

7.8. b. Nomes pelos quais é conhecida a Palestina:

Canaã, Gn 13.12.

Terra dos Hebreus, Gn 40.15.

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Terra do Senhor, Os 9.3.

Terra de Israel, I Sm 13.19; Mt 2.20; II Rs 5.2.

Terra de Judá, Judéia, Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39.

Terra Formosa, Dn 8.9.

Terra Gloriosa, Dn 11.41.

Terra da Promessa, Hb 11.9.

Terra Santa, Zc 2.12; Sl 78.54 ARA.

Israel (modernamente.)

Não há modernamente nenhum país chamado Palestina. O antigo país deste


nome está hoje dividido entre a Jordânia e o moderno Israel.

7.9. c. Limites da Palestina.

Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro el-Arish, na Arábia. (el Arish é o "rio do


Egito" mencionado em Gn 15.18.)

Limite norte: Síria e Fenícia.

Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2.

Limite leste: Síria e Arábia.

(O estudante deve ver isto num mapa bíblico apropriado.)

d. Superfície da Palestina. Mais ou menos como a do nosso Estado de


Alagoas. Comprimento: cerca de 250 km, de Dã a Berseba. Hoje: 416 km. Largura:
88 km (a maior). Hoje: 100 km. Essa extensão variou com as épocas e situações de
sua história. Por exemplo: na época das 12 tribos - 26.400 km². A extensão atual é
de cerca de 156.000 km².

e. Clima. O tipo de relevo do solo da Palestina resulta numa superfície muito


variada, com muitas regiões elevadas e baixas, originando por isso toda espécie de
climas, desde o tropical, no Jordão, até o de intenso frio no Hermom, a 2.815 metros
de altitude. A faixa litorânea tem uma temperatura média de 21 graus C. No vale do
Jordão a temperatura vai a 40 graus. A temperatura média de Jerusalém é de 22
graus. Janeiro é a época mais fria do ano, quando o termômetro. chega a 4 graus. É
por essa variedade de climas que a Palestina presta-se a toda espécie de culturas.

7.10. f. Divisão política da Palestina. No Antigo Testamento foi a Palestina


dividia entre as 12 tribos de Israel. Três tribos ficaram a leste do Jordão: Manassés

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(parcialmente), Gade, Rúben. Cinco ficaram na área litorânea: Aser, Manassés (em
parte), Efraim, Dã (em parte), Judá. Quatro se estabeleceram na região central:
Naftali, Zebulom, Issacar, Benjamim. Duas ficaram nas extremidades Norte-Sul: Dã
(Norte), Simeão (Sul).

A divisão política da Palestina mudou com o correr dos tempos e dos


governos. Nos tempos do Novo Testamento a divisão política constava de cinco
regiões: Judéia, Samaria, Galiléia, Ituréia, Peréia. O estudante deve ver isso no
respectivo mapa. Durante o ministério de Jesus, seus governantes eram:

Judéía e Sarnaria: Pôncio Pilatos (26-36 AD.) Pilatos era procurador romano.
Sua capital política era Cesaréia; à beira-mar. A capital religiosa: Jerusalém.

Galiléia e Peréia: Herodes Antipas (4 AC a 39 AD.) Era filho de Herodes, o


Grande. Jesus passou a maior parte de Sua vida no território sob a jurisdição desse
Herodes. Às vezes, todo o leste do Jordão era chamado Peréia (Mt 4.25; Mc 3.8). O
vocábulo Peréia significa literalmente "região além", isto é, além dó Jordão, Mt 4.15;
19.1; Jo 10.40.

Ituréia e outros distritos menores: Herodes Felipe II (4 AC a 34 AD.) O


moderno território de Golã, em parte ora ocupado por Israel, integrava essa
jurisdição (a antiga Gaulanites, Dt 4.43; Js 20.8.) É mencionada apenas uma vez no
NT, em Lc 3.1.

A Iduméia, no extremo sul do pais, integrava a jurisdição da Judéia. É


mencionada apenas uma vez no Novo Testamento: Mc 3.8.

g. Mares.

Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2; Nm 34.7.


Outros nomes: Mar Ocidental (Dt 11.24; Jl 2.20) e Mar dos Filisteus, Êx 23.31.

Mar da Galiléía, Mt 4.18; Mc 7.31. Outros nomes: Mar de Quinerete (Nm


34.11), palavra essa que originou Genezarete, outro nome desse mar, Lc 5.1.
Também Mar de Tiberíades, Jo 6.1. É mar interior, de água doce.

Mar Morto, Ez 47.8 ARA. Aparece com vários nomes no Antigo Testamento:
Mar Salgado (Gn 14.3); Mar de Arabá (Dt 3.17); Mar da Planície (II Rs 14.25); Mar
Oriental (Ez 47.18; Zc 14.8); Mar da Campina, Js 12.3. Fica situado a 395 metros
abaixo do nível do mar. Evaporação média diária: 8 milhões de metros cúbicos de
água! É 25% mais salgado que qualquer outro mar.

h. Rios. Todos os cursos d'água da Palestina (com exceção do Jordão) são


de pouca expressão.

Jordão. Corre no sentido norte-sul. Nasce no Monte Hermom e deságua no


Mar Morto.

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Querite. Desemboca no Jordão, margem oriental, defronte a Samaria. É um


uádi, rio temporão.

Cedron. Corre a leste de Jerusalém. É também uádi.

Jaboque, Gn 32.22; Js 12.2. Afluente do Jordão, margem oriental.

Iarmuque. Afluente do Jordão, margem oriental. Não mencionado na Bíblia.


Deságua 6 km ao sul do Mar da Galiléia.

Arnom, Nm 21.13; Js 12.2. É hoje o Mojib. Deságua no Mar Morto, margem


oriental. Era o limite sul da Palestina, na frente oriental.

Quisom, I Rs 18.40. Deságua no Mar Mediterrâneo, Monte Carmelo.

i. Montes. São de muita importância na Bíblia, Js 11.21.

Tabor, Jz 4.6; 8.18. Fica na Galiléia. Altitude: 615 metros. Crê-se que aí
ocorreu a transfiguração de Jesus (Mt 17.1,2.)

Gilboa, I Sm 31.8; II Sm 21.12. Fica em Samaria. Altitude: 543 metros.

Carmelo, I Rs 18.20. Fica em Samaria. Ponto culminante: 575 metros. Fica


no prolongamento que forma a baía de Acre, onde se localiza a moderna cidade de
Haifa.

Ebal e Gerizim, Dt 11.29; 27.1-13. Dois montes de Samaria.

Moriá, Gn 22.2; II Cr 3.1. Fica em Jerusalém. Aí Abraão ia sacrificar Isaque. Nele


Salomão construiu o templo de Deus.

Sião. Em Jerusalém. Altitude: cerca de 800 metros. O local e o termo Sião


são usados de modo diverso na Bíblia. No Sl 133.36 Jerusalém. Em Hb 12.22 e Ap
14.1 é uma referência ao céu.

Monte das Oliveiras. Em Jerusalém, Mt 24.3; Zc 14.4; At 1.13. Aí, Jesus


orou sob grande agonia na noite em que foi traído. Sobre esse monte Jesus descerá
quando vier em glória para julgar as nações.

Calvário. Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte,


perto da Porta de Damasco. Ver Lc 23.33. Calvário vem do latim "calvária" - crânio.
Em aramaico é Gólgota - crânio, caveira, Mt 27.33; Jo 19.17. No local acima, em
1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas
revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como
o de Cristo.

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7.11. j. A Capital da Palestina: Teve várias capitais, a saber:

Gilgal. No tempo de Josué, Js 10.15.

Siló. No tempo dos juizes, I Sm 1.24.

Gibeá. No tempo do rei Saul, I Sm 15.34; 22.6.

Jerusalém. Da época de Davi em diante, II Sm 5.6-9. Seu primitivo nome foi Salém,
Gn 14.18, depois Jebus, Js 18.28 e por fim Jerusalém, Jz 19.10. Nos dias do Novo
Testamento a capital política da Judéia era Cesaréia, não Jerusalém, como já
mostramos.

Mispá, Jr 40.8. Por pouco tempo foi capital, durante o cativeiro babilônico.

Tiberíades. Foi outra capital da Palestina. Isso, após a revolta de Bar-Cócheba, em


135 AD.

Detalhes complementares sobre Jerusalém como capital da Palestina.


Fundada pelos hititas, Ez 16.3; Nm 13.29. Fica a 21 km a oeste do Mar Morto, e a 51
a leste do Mar Mediterrâneo. Nos tempos bíblicos tinha cinco zonas ou bairros: Ofel,
a sudeste; Moriá, a leste; Bezeta, ao norte; Acra, a noroeste; Sião, a sudoeste. Na
distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situada no território de Benjamim, Js
18.28. Foi conquistada em parte por Judá, mas pertencia de fato a Benjamim, Jz
1.8,21. Tinha povo de Judá e Benjamim, Js 15.63. Não ficava no território de Judá
(Is 15.8.) É chamada Santa Cidade, em Ne 11.1; Mt 4.5.

A cidade de Jerusalém saindo do jugo romano, caiu em poder dos árabes


em 637 AD, e, salvo uns 100 anos durante as Cruzadas, foi sempre cidade
muçulmana. Em 1518 os turcos conquistaram-na. Em 1917, os britânicos assumiram
o controle, ficando a Palestina depois sob seu mandato por delegação da então Liga
das Nações. A partir de 1948 passou a ser cidade soberana (isto é, o setor novo),
porém, na Guerra dos Seis Dias em 1967, foi reconquistada aos árabes, os quais
dela tinham se assenhorado na guerra de 1948.

Reedificada sempre sobre suas próprias ruínas, Jerusalém (não Roma)


permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova Jerusalém que se há de
estabelecer na consumação dos séculos. Jerusalém será então metrópole mundial.
Isso, durante o Milênio, quando estará vestida do seu prometido esplendor, Is 2.3;
Zc 8.22; Jr 31.38. Nesse tempo Israel estará à testa das nações.

Na Jerusalém de hoje nada pode ver-se da Jerusalém de Davi, de Salomão,


de Ezequias, de Neemias e de Herodes. Tudo se acha sepultado sob os escombros
de muitos séculos, sob metros e metros de entulho.

1. Outras cidades da Palestina.

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Outras cidades importantes: Jericó, Hebrom, Jope, Siquém, Samaria, Nazaré,


Cesaréia, Cesaréia de Filipe, Tiberíades, Capernaum (Cafarnaum).

Cidades visitadas por Jesus: Nazaré, Lc 4.16; Betânia, Jo 1.28; Caná, Jo


2.1; Sicar, Jo 4.5; Naim, Lc 7.11; Capernaum, Jo 6.59; Betsaida, Jo 12.21; Corazim,
Mt 11.21; Tiro e Sidom, Mt 15.21; Cesaréia de Filipe, Mt 16.13; Jericó, Lc 19.1;
Betânia, Jo 11; Emaús, Lc 24.13,14.

18. Resumo histórico da Palestina até o tempo premente.

Conquistada pelos israelitas sob Josué em 1451-1445 AC.

Governada por Juízes: 1445-1110 AC.

Monarquia: 1053-933 AC.

Reinos divididos de Judá e Israel: 933-606 AC.

Sob os babilônicos: 606-536 AC.

Sob os persas: 536-331 AC.

Sob os gregos: 331-167 AC.

Independente sob os Macabeus: 167-63 AC.

Sob os romanos 63 AC a 634 AD.

Sob os árabes: 634-1517 AD.

Período das Cruzadas: 1095-1187. As Cruzadas foram tentativas do


"Cristianismo" para libertar a Palestina das mãos dos muçulmanos árabes.

Sob os turcos (Império Otomano): 1517-1914. Os turcos são também


muçulmanos, apenas com mais influência oriental.

Sob os ingleses, como protetorado, por delegação da Liga das Nações: 1922-
1948.

Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa data foi proclamado o


ESTADO DE ISRAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo
autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Am 9.14,15.

Autor: Antonio Gilberto

Fonte: Manual da Escola Dominical / CPAD

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VIII. A Arqueologia do Antigo Testamento

8.1. A arqueologia é uma grande ferramenta para confirmar a


historicidade do relato bíblico.

Usada com prudência e exatidão, a arqueologia pode ser uma grande


ferramenta de estudo não apenas para contextualizar corretamente determinadas
passagens da bíblia, mas também para confirmar a historicidade do seu relato.

É claro que não podemos com a pá do arqueólogo provar doutrinas como a


divindade de Cristo ou o Juízo final de Deus sobre os homens. Esses elementos
demandam fé da parte do leitor. Contudo, é possível – através dos achados –
verificar se as histórias da Bíblia realmente aconteceram. Então, fica óbvio o axioma
filosófico: se a história bíblica é real, a teologia que se assenta sobre essa história
também o será. Talvez seja por isso que, em vez de inspirar a produção de um
manual de teologia, Deus inspirou os profetas a escreverem um livro de histórias
para confirmar a ação divina em meio aos acontecimentos da humanidade.

8.2. COMO TUDO COMEÇOU – Não é tarefa fácil dizer exatamente quando
começou a arqueologia bíblica. Na verdade, desde os primeiros séculos da era cristã
já havia pessoas que se aventuravam na arte de tirar da terra tesouros relacionados
com a história da Bíblia Sagrada. Helena, mãe de Constantino, foi uma dessas
“pioneiras” que, numa peregrinação à Terra Santa, demarcou com a construção de
igrejas em vários locais sagrados onde se supunha ter ocorrido algum evento
especial. Muitos desses locais servem, até hoje, de ponto turístico no Oriente Médio.

No entanto, as técnicas desses primeiros empreendimentos eram bastante


duvidosas e o fervor piedoso levava as pessoas a verem coisas que na verdade não
existiam. Aparições de santos, sonhos e impressões eram o suficiente para
demarcar um local como sendo o exato lugar do nascimento ou da crucifixão de
Cristo. Mas, a partir do fim do século XIII, a arqueologia das Terras Bíblias começou
a ter ares de maior rigor científico. A descoberta acidental da Pedra de Roseta,
ocorrida em 1798, levou vários especialistas a se interessarem pela história do
Egito, da Mesopotâmia e da Palestina, descobrindo um passado que havia muito
tempo se tinha por perdido.

Babilônia, Nínive, Ur e Jericó foram algumas das muitas localidades que


começaram a ser escavadas, revelando importantes aspectos da narrativa bíblia.
Para os críticos, que na ocasião levantavam argumentos racionalistas contra a
Palavra de Deus, os novos achados representavam um grande problema, pois
desmentiam seus arrazoados, confirmando vários elementos do Antigo e do Novo
Testamento.

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Um exemplo pode ser visto no próprio ceticismo com que encaravam a


existência de uma cidade chamada Babilônia. Muitos pensavam que tal reino jamais
existira. Era apenas fruto mitológico da mente de antigos escritores como Heródoto
e os profetas canônicos. Até que, finalmente, suas ruínas foram desenterradas em
1899 pelo explorador alemão Robert Koldewey, que demorou pelo menos 14 anos
para escavar suas estruturas.

Mais tarde, veio a descoberta de várias inscrições cuneiformes, que


revelaram o nome de pelo menos dois personagens mencionados no livro de Daniel,
cuja historicidade também tinha sido questionada pelos cético. O primeiro foi
Nabucodonossor, o rei do sonho esquecido; e o segundo, Belsazar, que viu sua
sentença de morte escrita com letras de fogo nas paredes de seu palácio.

8.3. CONTRIBUIÇÕES ADICIONAIS – Além de ajudar tremendamente na


confirmação de episódios descritos na Bíblia, a arqueologia presta grande serviço ao
estudo elucidativo de determinadas passagens. Graças a ela, é possível reconhecer
o porquê de alguns comportamentos estranhos à nossa cultura. É o caso de Raquel
furtando deliberadamente os “ídolos do lar” que pertenciam a Labão, seu pai (Gen
31:34). Aparentemente, o delito parecia ter um fim religioso, mas antigos códigos de
lei sumerianos revelaram que naquela época a posse de pequenos ídolos no lar
(comumente chamados de terafim), era o certificado de propriedade que alguém
precisava para firmar-se como dono de uma terra. Caso os ídolos fossem parar nas
mãos de outra pessoa, esta se tornava automaticamente proprietária dos terrenos
que eles demarcavam. Por serem pequenos, poderiam facilmente ser furtados, e
cabia ao dono o cuidado de guardá-lo para não ser lesado. Foi, portanto, num
descuido de Labão que Raquel furtou seus ídolos (ou seja, suas escrituras), com o
fim de entregá-los posteriormente a Jacó e fazer dele o novo senhor daquelas terras.
Tratava-se de uma tentativa de indenização do esposo pelo engano que o levara os
sete anos extras de trabalho nas terras de seu pai.

Várias palavras e expressões antigas também tiveram seu significado


esclarecido pelo trabalho da arqueologia. O nome de Moisés, que certamente não
era de origem hebraica, pode ter sua explicação na raiz do verbo egípcio ms-n, que
significa “nascer ou nascido de”. Muitos faraós e nobres da corte egípcia tinham o
seu apelido formado pela junção desse verbo e do nome de uma divindade. Por
exemplo: Ahmose (“nascido de Ah, o deus da lua”); Ramose (“nascido de Rá, o deus
sol”); Thutmose (“nascido de Thot”, outra forma do deus da lua). É possível que
Moisés (ou em egípicio Mose) também tivesse originalmente o nome de um deus
acoplado a seu próprio nome. Talvez fosse Hapimose (o deus do Nilo), uma vez
que, de acordo com Êxodo 2:10, a rainha escolheu chamá-lo assim, porque o havia
tirado das águas do Nilo.

Uma embaraçosa situação entre Jesus e um discípulo também pode ser


esclarecida pela arqueologia. Trata-se do episódio descrito em Lucas no qual o
Senhor aparentemente nega a um jovem que desejava segui-Lo o direito de sepultar
seu próprio pai. Olhando pela cultura moderna ocidental, tem-se a impressão de que
o pai do moço estava morto em um velório e que o filho estaria pedindo apenas

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algumas “horas” a Cristo para que pudesse seguir o féretro e , logo em seguida,
partir com o Senhor. Um pedido aparentemente justo.

Mas as dificuldades se esvaem quando entendemos, mediante a contribuição


da arqueologia, que, naquela época (e também hoje, nalguns idiomas como o árabe
e o siríaco), a expressão “sepultar meu pai” era um idiomatismo que nem de longe
indicava que o pai daquele jovem houvesse morrido fazia pouco tempo! Tanto é que
o episódio é descrito como tendo ocorrido “caminho fora” (Luc 9:57). Se o pai do
jovem houvesse morrido, o que estaria ele fazendo à beira da estrada? Na verdade,
essa expressão idiomática significava que o pai estava sadio e feliz e que seu filho
prometia sair de casa apenas depois que ele morresse.

Além disso, segundo o costume oriental, quando o pai morria, o filho mais
velho ficava encarregado do sepultamento, mas esse também não ocorria
imediatamente após a morte. Primeiramente, o corpo era banhado, perfumado e
envolvido num lençol para ser depositado numa gruta tumular; onde ficava deitado
sobre uma cama de pedra por um ano ou mais até que a carne houvesse
completamente sido decomposta, restando apenas os ossos. Então, nesse dia, o
filho retirava a ossada do pai, colocando-a delicadamente num pequeno caixão de
pedra (conhecido como ossuário) e, somente aí, tinha-se finalmente completado o
“sepultamento”, isto é, vários meses após a morte do indivíduo.

Com esse pano de fundo provido pelos estudos arqueológicos, o diálogo de


Jesus com aquela jovem passa a ter outra dimensão. Esclare-se a questão e torna o
texto mais compreensivo e agradável de ler.

8.4. ARQUEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO – Estes são alguns


achados alusivos ao Antigo Testamento:

1. Leis mesopotâmicas – Uma coleção de várias leis datadas do terceiro e


segundo milênios antes de Cristo, as quais ilustram, com muitos detalhes, o período
patriarcal. O conhecido código de Hamurabi (c. 1750 a.C) é uma delas.

2. Papiro de Ipwer – Trata-se da oração sacerdotal de certo egípcio chamado


ipwer, que se queixa junto ao deus Horus das desgraças que assolavam o Egito.
Entre elas, ele menciona o Nilo se tornando em sangue, a escuridão cobrindo a
terra, os animais morrendo no pasto e outros elementos que lembram muito de perto
as pragas mencionadas no Êxodo.

3. Estela de Merneptah – Uma coluna comemorativa escritapor volta de 1207


a.C., que conta as conquistas militares do faraó Merneptah. É a mais antiga menção
do nome “Israel’ fora da Bíblia. Alguns céticos insistem em negar a história dos
Juízes dizendo que Israel não existia como nação naqueles dias. Porém, a Estela de
Merneptah desmente essa afirmação ao mencionar Israel entre os inimigos do Egito.

4. Textos de Balaão – Fragmentos deescrita aramaica foram encontrados em


Tell Deir Allá (provavelmente a cidade bíblica de Sucote). Juntos eles trazem um
episódio da vida de “Balão, filho de Beor” – o mesmo Balaão de Números 22. Os

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textos ainda descreviam uma de suas visões, indicando que os cananeus


mantiveram lembrança desse profeta.

5. Estela de Tel Dã – Outra placa comemorativa, desta vez da conquista


militar daSíria sobre a região de Dã. Encontrada em meio aos escombros do sítio
arqueológico, a inscrição trazia de modo bem legível a expressão “casa de Davi”,
que poderia ser uma referência ao templo ou à família real. Porém, o mais
importante é que mencionava pela primeira vez fora da Bíblia o nome de Davi,
indicando que este fora um personagem real.

6. Obelisco negro e prisma de Taylor – Estes artefatos mostram duas


derrotas militares de Israel. O primeiro traz o desenho do rei Jeú prostrado diante de
Salmanazar III oferecendo tributo, e o segundo descreve o cerco de Senaqueribe a
Jerusalém, citando textualmente o confinamento do rei Ezequias.

7. Inscrição de Siloé – Encontrada acidentalmente poralgumas crianças que


nadavam no tanque de Siloé, essa antiga inscrição hebraica marca a comemoração
do término do túnel construído pelo rei Ezequias, conforme o relato de II Crônicas
32:2-4.

A arqueologia é certamente um presente do Céu aos crentes. Seu


conhecimento é excelente ferramenta para a compreensão, estudo e proclamação
da Palavra de Deus.

Rodrigo P.Silva é professor de Teologia no UNASP, campos Engenheiro Coelho, SP.

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IX. Os Locais Onde Ocorreram os Eventos Narrados no Antigo


Testamento.

9.1. A nação de Israel da Antiguidade ocupava apenas uma pequena parte de


uma área maior conhecida como o Antigo Oriente Próximo. Esta região é conhecida
e chamada em nossos dias como Oriente Médio. Os limites desta extensão de terra
são os seguintes:

• No Leste as Montanhas Zagros [2].


• No Oeste o mar Mediterrâneo.
• Ao Norte, os limites do Antigo Oriente Próximo se estendiam até o Mar Cáspio
e o Mar Negro, tendo entre eles as montanhas do Cáucaso [3].
• Ao sul, o Antigo Oriente Próximo fazia fronteira com o Deserto da Arábia e os
dois corpos de água conhecidos como Mar Vermelho e Golfo Pérsico.

A terra conhecida desde tempos imemoriais como "Terra de Canaã" ocupava


uma pequena, mas bastante significativa porção de terra do Antigo Oriente Próximo.
A localização privilegiada da Terra de Canaã, no entroncamento entre três
continentes - África, Ásia e Europa - acabaram por transformá-la em um pedaço
estrategicamente importante ao longo da história antiga. Tal posição privilegiada
despertou o interesse de todas as nações da Antigüidade que tentaram, de todas as
maneiras possíveis, manter uma posição de domínio ou pelo menos de certo
favorecimento sobre a mesma. Esta atitude se manifestava por dois motivos, a
saber:

• A região era importante por causa da necessidade que existia de


comunicação e comércio entre os três continentes que a mesma interligava.
• Para nós que estamos estudando o Antigo Testamento compreendermos esta
situação nos ajuda a entender a enormidade de influências culturais a que
estavam sujeitos seus habitantes, incluindo-se o povo de Israel.

9.2. A. O Antigo Oriente Próximo.

Quando estudamos o Antigo Oriente Próximo logo entendemos que o mesmo


está dividido em três sub-regiões geográficas. Estas regiões estão unidas por um
arco de terra fértil que foi chamado desde a Antigüidade de "Crescente Fértil. A

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maior parte “da área do Antigo Oriente Próximo era desértica e pouco propícia à
manutenção da humana”. As poucas terras férteis estavam enquadradas entre
montanhas quase intransponíveis ao norte e vastos desertos ao Sul. Todavia dentro
da área que chamamos de Crescente Fértil existiam terras planas e abundância de
água. A Bíblia e a arqueologia moderna concordam que esta é a região onde se
originou a civilização humana.

As três regiões geográficas contidas no Antigo Oriente Próximo eram:


Mesopotâmia [4], Egito e Síria-Palestina. Como não existe vida sem água estas três
regiões foram marcadas na Antigüidade por importantes culturas ligadas aos rios.

9.3. 1. A Mesopotâmia.

O que acabamos de referir acima fica mais bem evidenciado pela primeira
região conhecida como Mesopotâmia, que se localizava entre os Rios Eufrates [5] e
Tigre[6] . Esta região iniciava no Golfo Pérsico ao sul e se estendia rumo noroeste,
ao longo da curva do Rio Eufrates. O limite leste é o Rio Tigre que corre aos pés das
Montanhas Zagros no moderno Irã. Nos dias de hoje, todo o Iraque e partes do Irã,
da Síria e o Líbano compõe a área conhecida como Mesopotâmia.

O terreno físico da Mesopotâmia é típico de toda aquela região: altas cadeias


de montanhas ao norte e leste e desertos escaldantes ao sul. Esta mistura é
certamente responsável pelo clima imprevisível da região. Além disso, as águas dos
rios Eufrates e Tigre são cheias de caprichos e movimentos de inundações e secas
realmente súbitas. Estes fatores consistiam em um perigo constante e real para
todos os habitantes da Mesopotâmia. Em decorrências destas realidades, enchentes
e secas, especialmente a região sul da Mesopotâmia, variava sempre entre um
terreno desértico e um terreno pantanoso. Se invasores conseguissem vencer o
deserto ou as montanhas não havia nenhum outro tipo de defesa natural para
proteger seus habitantes.

Mesmo diante destas realidades e da permanente possibilidade de invasões,


a Mesopotâmia era capaz de proporcionar uma vida relativamente tranqüila para
aqueles viviam por ali, especialmente na região sul, onde as águas dos rios podiam
ser canalizadas para a irrigação das plantações ou serem navegadas com fins
comerciais.

Existe um inusitado consenso entre os estudiosos da Antigüidade quanto ao


fato de que a civilização humana teria se iniciado na base das montanhas ao Norte
do rio Tigre, quando os mesopotâmicos do Período Neolítico - cerca de 7.000 a.C. -
começaram a cultivar plantas, domesticar animais e colher frutos para seu sustento.
A Bíblia nos ensina que o Jardim do Éden estava plantado exatamente entre quatro
rios, dois dos quais são o Eufrates e o Tigre - ver Gênesis 2:10. De que maneira
poderia Moisés, que escreveu o livro do Gênesis e que viveu por volta de 5600 anos
depois da data estabelecida pelos historiadores para o início da civilização humana,
saber que a mesma teve origem precisa e exatamente no mesmo local apontado
pelos historiadores? A resposta pode ser uma somente: Deus revelou.

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Foi no sul da Mesopotâmia que, entre 3500 a 3300 a.C., os sumérios


inventaram a escrita quando descobriram que podiam usar marcas cuneiformes[7]
em diferentes materiais para representar palavras[8]. A escrita cuneiforme - do latim
cunes que quer dizer cunha e do latim forma que quer dizer formato - era mais
facilmente reproduzida em porções de barro úmido, que era um material muito fácil
de ser encontrado naquelas partes da Mesopotâmia. Era comum "assar" as placas
de barro no sol ou em forno. Desta maneira eram obtidas placas extremamente
durável com escrita cuneiforme, e muitos milhares destas placas já foram
encontradas por arqueólogos modernos. A escrita cuneiforme também podia ser
entalhada em metais e pedras, mas estas práticas eram bem menos comuns.

Aquela vida, razoavelmente tranqüila do sul era motivo de inveja,


especialmente dos povos vindos do norte. Como não possuíam defesas naturais os
habitantes do sul precisavam manter atenção permanente sobre possíveis ameaças
externas. A história antiga da mesopotâmia está pontilhada pelo fluxo de inúmeros
grupos. Este fluxo foi o responsável por muitas alternâncias de poder naquela
região. Os sumérios foram sucedidos por uma longa séria de povos semitas de
diferentes nacionalidades. Durante o último quarto do terceiro milênio - entre 2250 e
2000 a.C. o primeiro grupo de semitas, os acádios, chegou ao poder e ocupou o sul
da Mesopotâmia junto com os sumérios. Todavia tal domínio não foi muito extenso,
pois na virada do milênio, outro grupo semita, conhecido como os amoritas,
começou a chegar à região em grandes números. Os amoritas são importantes
porque dominaram a Mesopotâmia pelos 1000 anos seguintes da história. Eles
estabeleceram um grande foco de poder ao sul na cidade de Babilônia, no Eufrates,
e ao norte, em Assur e Nínive, ao longo do rio Tigre. A herança dos amoritas pode
ser vista pelo fato dos babilônios ao sul e dos assírios ao norte terem sido os dois
grupos mais importantes na Mesopotâmia e que tiveram como iremos ver, um papel
significativo na história do Antigo Testamento.

9.4. 2. O Egito.

Na região do Egito antigo não existiam cadeias de montanhas, mas a


presença de desertos e de um rio, o rio Nilo[9], acabaram por reproduzir muitas das
características geográficas que tornaram possível a civilização Mesopotâmica.
Todavia existe uma diferença significativa concernente ao desenvolvimento destas
duas civilizações. Enquanto a Mesopotâmia encontramos um desenvolvimento lento
e gradual desde a Idade da Pedra até o começo da história humana, o Egito parece
ter, da noite para o dia, pulado do Período Neolítico - fim por volta do ano 4200 a.C.
- para uma cultura urbana. Mas existem muitos historiadores que acreditam que tal
desenvolvimento, mesmo súbito, pode ser atribuído a prováveis influências da
Mesopotâmia no Vale do Nilo. Especula-se inclusive que o desenvolvimento de
hieróglifos - do latim hiroglyphicos que quer dizer escrita sagrada - pode ter sido
influenciado pela escrita cuneiforme da Mesopotâmia

Heródoto de Halicarnassus, que é considerado o primeiro historiador da


Antigüidade, descreveu o Egito de um modo muito apropriado dizendo que ele era
"uma dádiva do Nilo"[10]. O Nilo é sem dúvida, a característica geográfica de maior
relevância do Egito. Como tal ele teve um papel importante tanto na história quanto
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na perspectiva cultural do povo que habitou às suas generosas margens. No seu


último trecho o rio Nilo se estende por 960 kilômetros no deserto do norte da África
até ao Mar Mediterrâneo. Desta maneira o rio proporciona um grande contraste
entre os campos férteis às suas margens e os desertos que existe de ambos os
lados [11]. O contraste causado pelas margens negras do rio Nilo emolduradas
pelas areias vermelhas e escaldantes dos desertos eram uma permanente
lembrança do contraste que existia entre a vida abundante em energia provida pelo
rio Nilo, e a morte representada pela esterilidade das areias dos desertos. Os
egípcios chamavam o solo rico do vale do Nilo de "terra preta" e os areias do deserto
mais adiante de "terra vermelha"[12]. Estas expressões denotavam a grande
consideração que os egípcios nutriam pelas águas do Nilo e o temor pavoroso que
nutriam pelos desertos.

A vasta maioria da população do Egito antigo vivia nas terras férteis do vale
do rio, que se estendiam por não mais do que quinze kilômetros da margem do rio.
O rio Nilo não possui afluente e o tempo absolutamente seco dos desertos impede a
formação de nuvens de chuva sobre o Egito. Assim, não chove sobre todo o país,
com uma única exceção que é a costa às margens do mar Mediterrâneo. Desde os
primeiros registros escritos nós podemos observar que os egípcios sabiam o quanto
dependia do rio Nilo para manter a fertilidade da chamada “terra preta” da qual
dependia a subsistência da nação. Os egípcios acreditavam que o seu rei-deus - o
faraó - era o verdadeiro responsável pelas cheias anuais do Nilo. Esta cheia anual
era de importância vital para a prosperidade no Egito, pois as águas traziam
camadas ricas em sedimentos que renovavam o solo, tornando a "terra preta" do
Egito em um dos solos mais férteis do mundo. Mas os egípcios não entendiam que a
estação das chuvas intensas no hemisfério sul era a verdadeira causa responsável
pelas inundações que, de forma previsível, aconteciam todo mês de junho, e que
alcançavam seu auge em setembro. A partir daí um decréscimo constante era
notado até que as águas voltassem ao seu nível normal no mês de novembro.

O rio Nilo é como o nosso rio São Francisco com respeito à direção com que
se desloca. Como o nosso "velho Chico" o rio Nilo corre do sul para o norte. Este
fato somente é suficiente para causar fortes contrastes entre o norte e o sul do Egito
antigo. O sul que era chamado de Alto Egito tinha como sua principal distinção o
comprimento do Nilo. Já o norte chamado de Baixo Egito era distinguido pelo delta
criado e através do qual o Nilo se abre e desemborca no Mar Mediterrâneo. Esse
contraste resultou em diferenças significativas de linguagem, de cultura e da
maneira de ver a vida. O Alto Egito era provinciano e conservador e dependia da
criação de gado e das plantações às margens do Nilo. O Baixo Egito, por sua vez,
interessava-se pelo comércio devido ao seu acesso aos portos da Europa e Ásia.
Por este motivo o Baixo Egito era constituído por pessoas que possuíam uma
compreensão do mundo que era, de forma predominante, internacional e
cosmopolita. Unir estes dois grupos tão distintos foi a primeira grande tarefa dos
faraós. Não é à toa que os primeiro faraós a estabelecerem um firme controle sobre
os dois reinos - do norte e do sul - se preocuparam em fundar e manter a cidade de
Mênfis. Esta cidade tinha uma localização estratégica, a meio caminho, por assim
dizer, entre os dois reinos e se localizava próxima de onde se inicia o delta do rio
Nilo, ou seja, mais ou menos onde o Alto Egito terminava e onde começava o Baixo
Egito. A cidade de Mênfis teve papel primordial na unificação do Egito.
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Por estar cercado por deserto ao leste e ao oeste e por contar com a proteção
do mar Mediterrâneo ao norte o Egito, ao contrário da Mesopotâmia, gozava de
certa reclusão do mundo exterior. O mar e os desertos serviam como barreiras
geográficas. Isto representou para o Egito certos privilégios não desfrutados pelos
mesopotâmicos. Ameaças ocasionais, todavia, surgiam aqui e ali. A Líbia ao oeste
era um incômodo bem como algumas invasões procedentes do mar Mediterrâneo.
Mas a preocupação mais comum quanto à segurança dos egípcios eram os
invasores da Ásia, do outro lado da extensão de água que hoje chamamos de Canal
de Suez. Com raras exceções, entretanto, os egípcios foram capazes de conter tais
ameaças simplesmente com ações políticas. Comparado à Mesopotâmia, o Egito
estava relativamente livre de invasões. Como resultado não encontrou um grande
número de infiltrações étnicas e culturais como as que pontilharam a história da
Mesopotâmia.

O Egito não experimentou as dramáticas mudanças de poder registradas pela


Mesopotâmia. O que observamos na história do Egito é a ascensão e queda das
dinastias naturais do próprio país. Algumas dessas dinastias viram o Egito
desenvolver grandes impérios de relevância internacional para toda a história do
antigo Oriente Próximo. Os períodos de força imperial egípcia podem ser divididos
da seguinte maneira:

• Antigo Império - dinastias 3 a 6 - que se estende de 2700 até 2200 a.C.


• Médio Império - dinastias 11 a 13 - que se estende de 2000 até 1700 a.C.
• Novo Império - dinastias 18 a 20 - que se estende de 1550 até 1100 a.C.

É bastante possível que o Egito do tempo dos patriarcas estivesse, provavelmente,


no período do Médio Império. Por sua vez o Egito em que Moises viveu e do Êxodo,
deve ter sido aquele representado pelo Novo Império. Quando Davi consolidou a
monarquia em Israel, o Egito já havia perdido sua posição de superpotência
internacional, apesar de continuar a ser de grande influência cultural.

9.5. 3. A Síria-Palestina.

A Síria-Palestina é o meio do campo entre a Mesopotâmia e o Egito. Ela


representa a área que vai, do norte da curva do Eufrates e estende-se ao longo da
costa do Mediterrâneo até o sul, no deserto do Sinai. A nação de Israel, que
habitava a terra de Canaã, era a região mais ao sul da Síria-Palestina. As grandes
culturas de rios da Mesopotâmia e do Egito só foram possíveis graças às
características geográficas que levaram à organização e unificação das regiões.

Ao contrário das duas outras regiões, marcadas por longos e poderosos rios,
que permitiram a organização da vida e do comércio, a região da Síria-Palestina não
possuía rios nem longos nem poderosos. Enquanto na Mesopotâmia e no Egito as
características geográficas tornaram possível a unificação nacional em cada uma
dessas regiões o mesmo não tinha a menor chance de ocorrer na Síria Palestina.

A Síria-Palestina é caracterizada pela segmentação. Acidentes geográficos de


toda sorte, incluindo-se pequenos rios como o Jordão e o Orontes e as vastas
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diferenças topográficas, acabaram por dividir toda a área em sub-regiões e territórios


menores. Durante a história antiga, a Síria-Palestina nunca chegou a ser uma região
de civilizações avançadas nem de impérios nacionais. Sua maior importância
geopolítica estava atrelada ao seu papel de ponte no Crescente Fértil.

Além de formar uma ponte de terra entre três continentes - Ásia, Europa e
África - essa área é marcada por duas outras características topográficas:

• Primeiro temos a costa leste do Mar Mediterrâneo conhecido como "Levante".


Esta costa se estende por mais de oitocentos quilômetros e acabou tornando-
se importante encruzilhada de todo o comércio e viagens do mundo antigo.
• A segunda característica importante da topografia da Síria-Palestina é
conhecida como a "fenda do Jordão". Esta fenda é realmente uma grande
fissura na superfície da terra que vai, do norte, do Mar da Galiléia ao longo do
vale do Jordão e Mar Morto até a costa do Mar Vermelho. Ao norte, a fenda
do Jordão corre entre as cadeias de montanhas do Líbano e Antilíbano.
• Ao longo da história antiga, os impérios das grandes culturas de rios, do Egito
e da Mesopotâmia, buscaram controlar o acesso à Síria-Palestina por motivos
econômicos, militares e políticos. Mais tarde os gregos e os romanos também
perceberam sua importância estratégica e também a ocuparam com seus
exércitos.
• Começando nos altiplanos da Síria e do Líbano e movendo-se em direção ao
sul a altitude diminui continuadamente. O Mar Morto que tem a sua superfície
405 metros abaixo do nível do mar, constitui-se no ponto mais baixo da terra
a céu aberto.
• Antes de prosseguir e para evitar enganos devemos esclarecer que a fissura
que chamamos de "fenda do Jordão" é em realidade, uma gigantesca falha
geológica entre duas placas tectônicas da terra que se estende desde a Síria
ao norte até Moçambique no sudoeste da África.

9.6. A. Entendendo as quatro sub-regiões de Israel.

Israel é dividido longitudinalmente - sentido norte-sul - em quatro zonas:

• A zona costeira.
• A zona das cadeias centrais de montanhas.
• A zona da fenda do Jordão.
• A zona das terras altas transjordanianas.

1. As Planícies Costeiras.

As planícies costeiras em Israel são estreitas ao norte. Mas, à medida que a


costa inclina-se para o oeste, vão se tornando gradualmente cada vez mais largas
ao sul. Esta região de planícies era uma das mais ricas de todo Israel na
Antigüidade. Isto se devia a dois fatores preponderantes: o solo fértil e a existência
de diversas fontes e lençóis de água próximos à superfície.

Da altura do monte Carmelo e descendo para o sul, a característica mais


marcante das planícies costeiras é a quase absoluta falta de portos naturais. A
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cidade de Jope era a única e honrosa exceção. Ao norte do Carmelo, todavia, a


história é completamente diferente. Ali vamos encontrar na cidade de Acco, a
pequena Baía de Haifa, que se tornou o mais importante porto de Israel nos tempos
do Antigo Testamento. Mais ao norte, entre o Carmelo e as montanhas do Líbano,
existe muitos portos naturais por causa da forma irregular como o terreno se ergue
do mar. Foram os fenícios que eram marinheiros experientes e mercadores
marítimos, que ocuparam essa parte da costa durante a maior parte do período
coberto pelo Antigo Testamento, que tiraram grande proveito desses portos. Já os
israelitas, de maneira inexplicável, nunca aprenderam a confiar completamente no
mar e, com freqüência, pagavam pela tecnologia e pelo conhecimento dos fenícios
quando precisavam de qualquer coisa relacionada ao mar - ver 1 Reis 9:26 - 27.

A zona costeira estava dividida longitudinalmente - direção Norte - Sul - em


seis sub-regiões:

• A Planície de Acco.
• O Vale de Jezreel - único a correr do oeste para p leste.
• A Planície de Saron.
• A Costa da Filístia.
• O Sefelá ou colinas baixas.
• O Neguebe a oeste ou deserto do sul.

O vale de Jezreel interrompe as terras altas centrais e liga as planícies


costeiras a oeste com a fenda do Jordão a leste. O solo deste vale sempre foi
extremamente rico e todos os poderes que passaram por ele tentaram controlá-lo.
Ainda hoje é um vale realmente maravilhoso. No Novo Testamento o vale de Jezreel
é chamado de "Vale do Armagedom".

Durante uma boa parte do período coberto pelo Antigo Testamento, a planície
costeira do sul foi o lar de um dos mais ferrenhos inimigos de Israel, os filisteus. Os
filisteus estavam concentrados em cinco grandes cidades. Começando nos dias dos
juízes e até a ascensão de Davi ao trono, os filisteus lutaram de forma constante
com os israelitas nas terras altas centrais.

2. A Cadeia Central de Montanhas.

A segunda zona longitudinal da terra de Canaã é representada por uma


vadeia de montanhas que se ergue, de maneira brusca entra as planícies costeiras e
a fenda do Jordão. Essas terras altas estavam divididas em quatro sub-regiões:

• Galiléia.
• Efraim.
• Judéia.
• Leste do Neguebe.

No "Levante" o pico mais representativo é o monte Carmelo que ergue-se a


524 metros apenas. Já na região das montanhas centrais o monte Hermon, ao norte
da Galiléia ergue-se a imponentes 2814 metros de altitude. Seguindo em direção ao
sul temos a região da Alta Galiléia que possui elevações que vão além dos 1000
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metros. Mais ao sul ainda, a Baixa Galiléia ostenta alturas mais modestas na casa
dos 700 metros.

As cadeias de montanhas centrais de Efraim e da região de montes da Judéia


são bastante parecidas. Essas duas cadeias de montanhas são protegidas, de
ambos os lados, por profundos leitos de pequenos rios, o que torna bastante difícil a
passagem no sentido do leste para o oeste e vice versa. Na direção norte - sul as
coisas são facilitadas por uma estrada que corre ao longo da encosta leste e liga os
montes de Efraim com a região de montes da Judéia. Neste percurso estão
localizadas algumas das mais importantes cidades pertinentes ao estudo do Antigo
Testamento. Entre estas cidades nós podemos citar: Mizpa, Siquém, Siló e Betel em
Efraim, e Jerusalém, Belém e Hebron em Judá. O trajeto no território de Efraim era
conhecido como "o Caminho" e se estendia de Siquém até Betel. A parte leste do
deserto ao sul de Judá - deserto do Neguebe - abriga a continuação dos montes da
cadeia central de montanhas.

3. A Fenda do Jordão.

Nenhum acidente geográfico é mais relevante na formação da paisagem da


terra de Canaã do que estas que chamam de "fenda do Jordão". Esta fenda é
constituída de uma profunda depressão na superfície da terra que tem uma largura
média de quinze quilômetros e desce de uma altitude de aproximadamente cem
metros acima do nível do mar ao norte, até mais de quatrocentos metros abaixo do
nível do mar Mediterrâneo à beira do Mar Morto. No centro desta fenda encontramos
o Rio Jordão que corre do pé do Monte Hermon até desaguar no Mar Morto.

A Fenda do Jordão pode ser subdividida em cinco regiões, do norte para o


sul:

• O Vale de Hula.
• Quinerete ou Mar da Galiléia.
• O Vale do Jordão.
• O Mar Morto ou Mar Salgado.
• O Arabá que é a porção que se estende cerca de 20 kilômetros ao sul do Mar
Morto.

4. As Terras Altas Transjordanianas.

Uma das características mais marcantes da região leste da Fenda do Jordão


é o fato do terreno elevar-se abruptamente formando um extenso planalto que dá
lugar ao deserto da Arábia. Esse planalto elevado possui altitudes que chegam a ser
bem maiores que grande parte das terras altas centrais. Ao sul, destas terras altas
transjordanianas existem elevações de até 1.900 metros, como podemos encontrar
nas montanhas de Moabe e de Edom. De fato existe uma montanha tão alta e
inacessível na terra de Moabe que o Salmista traçou um paralelo entre a proteção
que a montanha oferecia com a proteção que Deus oferece - ver Salmos 94:22 onde
existe uma referência direta a esta montanha - chamada de misgabi- e traduzida
pela expressão "baluarte" nas nossas Bíblias na versão de Almeida Revista e
Atualizada.
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As terras altas transjordanianas são divididas pelos cursos de quatro


pequenos rios:

• Jarmuque.
• Jaboque.
• Arnon.
• Zerede.

Estes quatro rios correm por meio a vales profundos desde as terras altas
transjordanianas[13] até o Rio Jordão ou ao Mar Morto. Durante a história do Antigo
Testamento, estes quatro rios, muitas vezes, formavam fronteiras naturais para
nações ou divisões políticas. O rio Jarmuque, por exemplo, formava a fronteira sul
das terras de Basã. Ao sul do Jarmuque e até o vau do Jaboque encontrava-se a
terra de Gileade. O território entre o Jaboque e o Arnon, por sua vez, pertenceu aos
moabitas durante a maior parte do período do Antigo Testamento. Ao sul do rio
Zerede estava a região que compunha o território de Edom. Baseados no que
acabamos de dizer, as terras altas transjordanianas, podem ser divididas em quatro
áreas do norte para o sul:

• Basã.
• Gileade.
• Moabe.
• Edom.

É importante, todavia, lembrarmos o leitor que durante o período bíblico do


Antigo Testamento as fronteiras das terras altas transjordanianas não eram fixas e
sofriam variações consideráveis.

No extremo leste, as terras altas transjordanianas, fazem fronteira com o


deserto as Arábia. Nos tempos bíblicos, as condições de vida em toda esta região
estavam mais atreladas à sua relação com o deserto da Arábia do que com
quaisquer outros fatores. O deserto produz ventos escaldantes, os quais, associados
aos nômades do deserto dificultavam a manutenção da agricultura bem como o
assentamento de comunidades. Por outro lado, as altas cadeias de montanhas que
corriam do norte para o sul ladeando a Fenda do Jordão, eram beneficiadas pelas
últimas chuvas do Mediterrâneo. Estas chuvas acabavam por propiciar a
constituição de umidade suficiente para a criação de ovelhas e para a plantação de
trigo.

B. As Principais Estradas do Antigo Oriente Próximo.

A terra de Canaã era cortada por inúmeras pequenas estradas. Mesmo


pequenas, muitas destas estradas eram realmente importantes como era o caso do
"Caminho" que mencionamos anteriormente.

Mas não era só de pequenas estradas que dependiam as comunicações e o


comércio que transitavam por aquelas terras. Também existiam, na terra de Canaã,
duas estradas internacionais que devem ser mencionadas com destaque. O curso

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exato destas duas importantes vias se manteve praticamente inalterado durante todo
o período do Antigo Testamento porque, como pudemos ver, a topografia muito
irregular da Síria-Palestina dificultava a criação de novas rotas.

9.7. 1. O Caminho do Mar conhecido como "Via Maris".

O profeta Isaías cita esta estrada em seus escritos chamando-a de "caminho


do mar" - ver Isaías 9:1 - no texto original hebraico a citação diz respeito a Isaías
8:23. Para os estudiosos esta expressão, "caminho do mar", faz referência à estrada
internacional que acompanhava de norte a sul, a costa do Levante. Esta estrada
esteve em uso durante toda a extensão de tempo coberto pelo Antigo Testamento.
Muitas cidades de considerável importância na Antigüidade ficavam próximas ao
"caminho do mar". Quando Jerônimo traduziu as escrituras hebraicas para o latim, a
expressão hebraica - derek hayam - "caminho do mar", virou "Via Maris". A
expressão "Via Maris" foi mais tarde utilizada para designar toda a rede de estradas
que, saindo do Egito atravessava a Síria-Palestina e ia até a Mesopotâmia.

A Via Maris se dividia, na altura da planície costeira do sul, em duas partes. De um


lado, a oeste, continuava ao longo da costa e do outro lado, a leste, passava pelo
Vale de Jezreel até Megido e de lá para Azor e Damasco de onde prosseguia até
entrar na Mesopotâmia. A cidade de Megido, que ficava na entrada do vale de
Jezreel, funcionava como uma espécie de entreposto para todo o comércio e
viagens daqueles que trafegavam pelas várias vertentes da Via Maris.

2. A Estrada do Rei.

\Outra rota internacional digna de nota era aquela que foi chamada de
"estrada do rei" - ver, por exemplo, Números 20:17e 21:22. Essa estrada começava
no extremo sul da terra de Canaã e estendia-se do Golfo de Acaba na direção de
Élate e através das terras altas transjordanianas até Damasco. Por causa dos vales
que existiam nas terras altas transjordanianas e onde corriam os quatro leitos
profundos dos rios que mencionamos acima, a "estrada do rei" seguia um caminho
que era de trinta e sete a quarenta e cinco quilômetros a leste de Arabá, até,
praticamente a beira do deserto da Arábia.

A "estrada do reis" constituía-se em uma rota secundária entre Damasco e o


Egito, e competia, de maneira modesta, com a Via Maris. Caravanas de nômades
que transportavam seus produtos comerciais para trocá-los por produtos agrícolas
davam preferência a esta estrada. Durante o período da monarquia israelita, devido
o aumento do comércio com a Arábia, a "estrada do rei" alcançou importância
especial.

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X. Profetas do Antigo Testamento

10.1. O termo ‘profétes’(no grego), atestado desde o séc. V a.C. na língua


clássica, na qual designa alguém que tem a missão de anunciar, comunicar, tornar
conhecida publicamente alguma coisa. A sua função o aproximava mais do arauto,
até do intérprete, do que do adivinho. Era mais da proclamação do que da predição.

No hebraico navi’ (aproxima do verbo acadiano nabu, chamar, proclamar).


Segundo a Bíblia Hebraica sua função essencial consistia em ser testemunha de
deus no meio do seu povo, “seu mensageiro”.

A comunicação segundo os casos poderia tomar formas diferentes como se


vê em Jeremias 18:18, antes de tudo era o homem da Palavra.

Ao contrário do grego, o hebraico sugere que o navi’ sofria a ação que seu
Deus lhe impunha, consequentemente, a sua intervenção não repousava na
iniciativa humana, mas dependia da ação divina.

Eliseu recebe freqüentemente os títulos de ish haelohim (2º Reis 4:7). Os


discípulos que reuniam em torno dele eram chamados bnei haneviim (2º Reis 4:1)

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Parece em tempos muito antigos existiam grupos de profetas caracterizados


por um comportamento mais ou menos extáticos (1º Samuel 10:5ss; 19:20ss). Os
profetas clássicos mais de uma vez se distinguiram deles (Amós 7:14: Miquéias
3:5ss; Josué 23:9ss).

É chamado hanavi hoze (2º Samuel 24:11; Isaías 30:10). Esses dois termos
tornaram sinônimos (1º Samuel 9:9).

10.2. Entre os nômades a figura do vidente representava um papel


importante. É possível que pessoas inspiradas surgissem como vidente entre os
nômades, com base nos sonhos e pressentimentos. Por exemplo, Balaão (Números
22-24) que corresponde ao árabe kahin.

O vidente não estava associado a um santuário. Nem havia oposição entre


o vidente e o servidor do santuário.

A outra forma são os profetas extáticos em santuários ou cortes reais, que


são designados como navi’ . 1º Reis 18:19ss; 2º Reis 10:19.

Se pressupõe a existência de profetas como fenômeno conhecido


internacionalmente. Jeremias 27:9.

Os Sumérios tinha um termo para designar os extáticos, “o homem que entra no


céu”.

No antigo Israel duas formas de profetismo, a figura do extático, ou seja, o


navi’ , e a figura do hozeh associado a vida nômade. Evidentemente que o
profetismo vidente bem cedo desapareceu. Um dos seus últimos representantes foi
Natan 2º Samuel 7:2.
A ele estão ligados os aparecimentos no profetismo posterior, de profetas
como figuras individuais.
O profetismo extático, onde o êxtase se faz sentir de maneira persistente e
acentuada, e pode apossar de uma multidão inteira. (1º Samuel 10:5ss)

Existiam paralelamente os exaltados e os alienados. Jeremias 29:26.

Devido à fé no Deus único funde o vidente e o Navi (1ºSamuel 9:9).

Se muitas vezes os profetas foram comparados a bons professores


encarregados de ensinar verdades, é verdade que muitas vezes se comportaram de
modo surpreendente, tinham visões, o que não era habitual.

Jeremias passeou pelas ruas com um jugo no pescoço (Jeremias 28);


Ezequiel teria cozido seu pão sobre excrementos humanos (Ezequiel 5:9-17);
Oséias uniu-se a uma prostituta e lhe deu filhos ilegítimos (Os.1:3).

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Pensou-se que estes fenômenos curiosos decorressem de uma experiência


de êxtase particular, devido a uma forte emoção, que poderia ou paralisar o sujeito
ou, ao contrário, decuplicar suas forças:

Elias correu algumas horas sem fadiga aparente (1ºReis 18:46); os profetas
de Baal dançaram de manhã até a tarde (1ºReis 18:26-29); Ezequiel bateu palmas e
sapateou (Ezequiel 6:11; 21:19), ou ficou como que paralisado (Ezequiel 4:4-8) e
condenado a período de mutismo (Ezequiel 3:26; 24:27; 33:22).

Sob a influência dessa experiência pertubadora, o profeta, em estado de


“alucinação”, faria atos reprovados pela moral ou religião (Ezequiel e Oséias).

Existe a seguinte hipótese: as visões não são indispensáveis à atividade


profética e se apresentam de formas diferentes
******
10.3. PROFETAS DO SÉCULO VIII A.C.

Amós (760-750 a.C.)

Originário do Sul, de Técoa, na Judéia (1:1; 7:12). Vive em ambiente rural.


Mas não ignora a situação político social. É o primeiro profeta cujos textos foram
escritos. Exerce seu ministério no Reino do Norte. Assim temos:
1:1-2 – Introdução
1:3-2:16 – Contra as nações e contra Israel
3:1-6:14 – Contra Israel e suas autoridades
7:1-9:10 - Cinco visões
9:11-15 – Anúncio de restauração.

Oséias

Oséias inicia sua atividade profética nos últimos anos de Jeroboão II (782-
753a.C.), pouco após Ter sido Amós expulso do norte. Nasceu e creseceu num dos
poucos períodos de esplendor que Israel teve desde que separou de Judá. Ele
assistiu a decadência rápida de Israel, minada por “revoluções” palacianas,
revelando a fraqueza do poder central num momento em que, sob Teglat Falasar III
(742-722 a.C.) os assírios se mostraram cada vez mais ameaçadores. Oséias é
adversário da religião de Canaã e da monarquia (cf. 2:4-23).

A história do profeta é a base da mensagem. Sua experiência conjugal e


paternal serve de imagem para expressar a relação entre Deus e Israel.

1ª Parte : 1-3 – Da ameaça à renovação

2ª Parte: 4-14 – Relacionamento e conhecimento

Isaías

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A atividade de Isaías se situa na segunda metade do século VIII a.C. em


Jerusalém, onde certamente ele nasceu. Era casado com uma profetisa,
provavelmente ligada ao Templo. Desse casamento teve dois filhos (7:3; 8:3).

Ele interveio num período agitado, marcado pela guerra siro-efraimita, que
opôs Judá a Israel (743/733 a.C.), pela queda de Samaria , pelo fim do reino do
Norte (722/721a.C.), e pela invasão das tropas assírias até as portas de Jerusalém
(701 a.C.). Seu ministério inicia depois da morte do rei Uzias.

Sua mensagem é o fruto do encontro entre sua fé lúcida e honesta que lhe
vem de Deus, e a situação do seu povo, insustentável e catastrófica.

Miquéias

Parece que esteve em atividade sob Ezequias, é o que sugere Jeremias 26:17-
19 e suas referências às campanhas assírias contra esse mesmo rei por volta de
(703-701 a.C.), que tiveram as piores conseqüências para as cidades da região de
origem do profeta (1:8-16). Miquéias foi contemporâneo de Isaías.

Miquéias era natural de Morasti (atual Tell-el-Judeideh), que era aldeia da


Shephela, a Planície, no Noroeste do reino de Judá, região próxima dos filisteus,
especialmente de Gat. A região foi invadida pelos assírios, forçando o profeta
procurar refúgio na capital.

Sua mensagem está na condenação do regime social suportado pelo povo. Ele
se concentra na iniqüidade que reina no meio do povo. Denuncia as maquinações
dos privilegiados para se apossarem das terras sobre as quais não tinham direito.
Denuncia a situação das viúvas , dos órfãos, a falta de respeito dos ricos para com
os pobres. Outros itens de sua mensagem são os comerciantes e a corrupção.

10.4. PROFETAS DO SÉCULO VII A.C.

Naum:

O conteúdo do seu livro gira em torno da capital Assíria, Nínive, onde ele
anuncia sua destruição. A cidade cai em poder dos Babilônios e dos Medos em 612
a.C.. O profeta é o único em toda a Bíblia com este nome. Ressalta-se no livro a sua
qualidade poética.
A questão para Naum é a justiça de Deus na história.

Sofonias:

A atividade de Sofonias está situada no reinado de Josias, rei de Judá (640-


609 a.C.). O ambiente refletido é da primeira parte do reinado. Sob Manassés (687-
642 a.C.) Judá conheceu um período de abusos, e que ainda não tinham sido
banidos. A ocupação assíria sufocava a vida religiosa do povo. A moda estrangeira
causava danos ao país (Sf.1:8) especialmente nas elites. O sincretismo e os cultos

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estrangeiros estavam muito difundidos (Sf.1:4-6). É possível que a pregação de


Sofonias preparou para a reforma de Josias.

Ainda em sua mensagem, a cidade santa, é o lugar privilegiado de encontro


do Deus de Israel com o seu povo. (Sf. 3:16-17). Ele denuncia que a injustiça e a
idolatria estão na cidade santa. Mas o Senhor está no meio dela e Ele não comete
injustiça. Isto é que triunfará. Segundo Asurmendi, o tema do Dia do Senhor em
Sofonias o poema mais longo e mais desenvolvido.

Habacuque:

Este livro nos fornece poucas informações sobre o seu autor. O livro nos
permite situar a época, 1:6 diz: “Pois eis que suscito os caldeus...”. A ascensão
política dos caldeus ou babilônios sobre o Oriente Médio iniciou em 626 a.C. Em 605
a.C. são a maior potência, e Israel sente este peso. Habacuque 1:5-11 podemos
situá-lo neste período. O livro se apresenta como diálogo entre o profeta e Deus. O
gênero literário seria “lamentação individual”.

O profeta parte da justiça de Deus (ver Hc.1:13). O livro termina com o louvor
e a confiança. Pelo texto se percebe seus vínculos com o livro de Jó. “Membro do
povo de Israel, ele propõe questões ao seu Deus, para encontrar uma solução no
meio dos acontecimentos que ele vive no presente.”(Asurmendi).

O manuscrito de Habacuque pertence às interpretações (pesharim) de


Qumran.

Jeremias:

Nasceu por volta de 645 a.C. em uma pequena aldeia chamada Anatot.
Originário de família sacerdotal, e parece não ter exercido tal ministério. Ele prega a
necessidade urgente de conversão para os que restavam de Israel. Em Jerusalém
se defrontou com o clero do templo.
1:4-19: Vocação do profeta
2:1-25:14: Oráculos dirigidos ao povo
25:15-51:Oráculo contra as nações
26-45: Outros oráculos e narrativas
52: Apêndice histórico

10.5. PROFETA DO EXÍLIO

Ezequiel

A atividade de Ezequiel é de 593 a.C. a 571 a.C.. Neste período viu


desaparecer Judá e suas instituições. Em 597 a.C. Nabucodonosor, rei da Babilônia
tomou Jerusalém, levando para o exílio toda a família real, altos funcionários, e boa
parte dos sacerdotes (2º Rs 24:10-16). Na primeira leva de deportados, em 597

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a.C., encontra-se o sacerdote Ezequiel (Ez.1:1-3). Profeta entre os exilados, é certo


que havia outros profetas na Babilônia (Ez.27:8-18).

A atividade profética de Ezequiel se divide em duas partes. A primeira


corresponde aos oito anos que precedem a destruição de Jerusalém, onde há o
anúncio do castigo do povo por seus pecados. A segunda, depois da queda de
Jerusalém. A um povo nesta situação, ele anunciava que a vida ainda era possível
para Israel, e que havia futuro.

XI. HISTÓRIA DE ISRAEL

UM ESBOÇO:

1. Pré História de Israel

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2. Israel Primitivo
2.1 No Egito e Êxodo, conquista da terra.

3. Monarquia

4. Exílio
4.1. Retorno e restauração

11.1. Os primeiros que povoaram Israel parecem ser da raça caucásica. Os


semitas vieram posteriormente. Por volta dos séc. XXII ou XX a.C., os amorreus que
invadiram a Mesopotâmia , uma parte deles estabelecem em Israel, dominando
sobre os outros habitantes.

Depois no séc. XVIII a.C. os hicsos. Vários grupos chegam a Israel: Hurritas,
Hititas, Povos do Mar (dentre eles os filisteus) e os últimos são os israelitas.

Na Mesopotâmia, por volta do séc. XVIII a.C., um grupo de semitas liderados


por Abraão, saem de Haran (posteriormente Ur) em direção a Israel. Ali são
chamados de Hebreus.

O nome Hebreus nunca aparece na Bíblia, exceto na boca de estrangeiros


(Gn.39:14,17:; Ex.2:6; 1ºSm 4:6,9), ou na boca de um israelita que deseja se
identificar com o estrangeiro(Gn.40:15; Ex.3:18; 5.3). Depois da guerra com os
filisteus o termo caiu em desuso.

Hebreu é uma derivação popular do nome de Heber (Gn. 11:14-17). Isto


levanta a questão com os grupos Apiru, Hapiru ou Habiru. O termo refere-se a um
estrato da sociedade. Homens de várias raças e linguas poderiam ser apiru. O
termo tem o significado de uma classe de pessoas sem cidadania, que viviam a
margem. Embora não possamos identificar os antepassados dos hebreus com os
apiru, é legitimo pensar que eles pertenciam a esta classe. Os patriarcas faziam
parte dos clãs seminômades que levaram uma nova população a Israel Gn 12:1-3,
marca uma ruptura. Observem que Deus está mais vinculado a seus clãs (Deus de
Abraão, Deus de Jacó).

Nas últimas décadas do séc XVIII a.C. as conturbações sociais e políticas da


Mesopotâmia fizeram com que se intensificassem a migração de semitas para o
Egito. Esta época é a da invasão dos hicsos, que dominaram o país por mais de um
século e meio.

Neste período que a “Casa de Jacó” vai para o Egito.


O território dado a Jacó, denominado terra de Gosen, na parte leste do delta do
Nilo foi escolhida pelos egípcios.

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Em meados do séc XVI a.C. os egípcios expulsam os hicsos e com eles,


grupos de semitas. Mas os israelitas ficam.

Êxodo 1:8,11, possivelmente trata-se de Ramsés II (1301-1234).

Interessante é o que está em Dt.26:5-9 . O êxodo provavelmente na metade


do século treze.

Por volta de 1250 a.C. temos uma pequena província no norte do Egito, a
leste do Delta do Nilo, temos ali os escravos que trabalham na fabricação de tijolos
destinados às construções de faraó.

Neste contexto, surge Moisés. É possível que Moisés tivesse um nome mais
longo.

Moisés foi adotado pela filha de Faraó, recebendo toda sua educação.

A chamada de Moisés foi significativa, tendo em vista seu passado e seu


treinamento Tendo sido assegurado que Aarão seria seu porta-voz, Moisés aceita a
chamada e retorna ao Egito, pois havia fugido para Midiã.

No processo de libertação, a questão é faraó. Deuses egípcios, não são


considerados dignos de menção. As pragas, que se sucederam durante um período
relativamente curto, demonstraram o poder do Deus de Israel, não sómente para
Faraó e os egípcios, mas também para os israelitas.

Os hicsos se tornam senhores do Egito do norte a partir de 1730 a.C.. São


expulsos em 1580 a.C.. O faraó Amenófis IV consagara se a adoração de Aton e
constroi uma nova capital. Seu sucessor Tutancâmon retorna o culto a Amon. A
preocupação religiosa toma conta, e o império entra em decadência. A 19ª dinastia
com Seti I e Ramsés II conhece de novo a grandeza. Meneftá enfrenta ataque dos
“povos do mar” e uma invasão líbia. Ramsés expulsa os povos do mar.

Nesta situação que temos Moisés e o êxodo. O êxodo que teve lugar muito
provavelmente com Ramsés II em 1250 a.C.. Contudo há discussão a este respeito.
O livro de Josué celebra a conquista. De fato: tribos nômades se infiltram por
vales, instalando-se aos pés das colinas fortificadas onde se defendem. Num lugar
combatem, noutro, fazem acordo, com o risco de serem assimilados.

Antes do século doze a.C., antes da tomada e ocupação da terra de Israel,


temos ali uma população. Canaã no séc. treze a.C.

A Bíblia se refere a uma população pré-israelita integrada por canaanitas ou


amoritas.

Nos dias do Império Egípcio, Canaã era o nome oficial de uma província ou
distrito que abrangia o oeste de Israel, a maior parte da Fenícia e o sul da Síria.
Canaanita seria uma designação de uma população, predominantemente semítica

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do noroeste desta província, densamente povoada ao longo da costa na Planície de


Esdrelon e o vale do Jordão.

Amorita é uma palavra acádia que significa “ocidental”, que era usada no
tempo patriarcal e antes como designação geral de vários povos semíticos do
noroeste da Alta Mesopotâmia e Síria, donde vieram os antepassados de Israel.
Estes nômades se infiltraram em Israel, e andaram vagueando e se estabeleceram
no interior montanhoso. Vejam a distinção que a Bíblia faz Números 13:29 e
Deuteronômio 1:7. Amoritas nas montanhas e canaanitas no litoral. Os termos são
quase sinônimos.

É preciso ressaltar que havia também indo-arianos e hurrianos. Gênesis


14:6;36:20-30. Os hititas Gênesis 23:10; 25:9.

As cidades eram bem construídas, com sólidas fortificações, esgotos, e em


alguns casos (p.ex. Jerusalém), poços eram escavados nas rochas para obtenção
de fontes que garantiam o abastecimento de água em caso de cerco.

Os canaanitas eram gente de comércio, grandes exportadores de madeira,


líderes na indústria têxteis e especialistas em tinta púrpura.

Antes do terceiro milênio a.C. os canaanitas de Byblos aperfeiçoaram uma


escrita silábica modelada na escrita egípcia.

No último período do Bronze os escribas canaanitas escreviam não só em


acádio mas em outras linguas.

O deus pai El era nominalmente o deus principal. A principal divindade era


Ba’al , título do antigo deus da tempestade semítico Hadad. Divindades femininas
Asera (Jz:6:25 ss), Astarte (Astarote e Astoret, na Bíblia).

O livro de Josué narra de forma muito prodigiosa a conquista da terra,


iniciando pela passagem do rio Jordão.

A instalação das tribos obedece aos critérios assumidos compromissos sócio-


religiosos (Josué 1:10-18). As tribos tinham suas autoridades escolhidas para que
pudessem representar dignamente os ideais do povo (Juízes 1:1ss).

Aos poucos os israelitas adotaram o “sistema” de doze tribos.

Na experiência que vivia o povo, temos o capítulo 17 de Juízes. O Senhor


Deus torna-se um entre outros, idolatria. Em seguida temos o conflito entre
tribos(Juízes 20:14-21,25) Veja a falta de consistência militar e força política das
tribos (Josué 6:1ss).

A sociedade tribal era patriarcal em sua organização, mas sem estratificação.


Apesar dos anciãos das tribos, em virtude da sua posição julgarem as disputas de
acordo com o procedimento tradicional e serem considerados pela sabedoria de

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seus conselhos, não havia absolutamente nada que parecesse com um governo
organizado.

Diz John Bright que a melhor maneira que temos de saber sobre as tribos é
lendo o livro de Juízes. Ali vemos as tribos levando uma existência precária,
cercadas de inimigos, mas sem governo organizado.

Em tempos de perigo surgia um juiz , homem sobre quem “descansava o


Espírito do Senhor” (Jz.3:10; 14:6) e que convocava as tribos para repelir o inimigo.
Sua força militar consistia no recrutamento das tribos. As tribos não eram obrigadas
a atender as convocações do juiz, mas veja Jz.5:15-17,23. É bom ressaltar que o
juiz não era rei. Sua autoridade não era permanente, e nem hereditário.

As possessões de Israel não constituíam uma unidade territorial perfeita. A


faixa costeira como a planície de Esdrelon permaneceram fora de seu controle. Os
israelitas que aí se estabeleceram ou se misturaram com os cananitas (Jz.1:31ss).

As tribos da Galiléia estavam separadas das outras pelas possessões


cananitas em Esdrelon. Entre as tribos ocidentais e orientais ficava profundo vale
do Jordão. A comunicação era dificultada por inúmeros vales laterais.

O periodo dos juízes foi uma adaptação e uma normalização. Transição para
aqueles que estavam vindo do deserto para o modo de vida agrário.

O período dos juízes viu um progresso gradual, porém marcante, na


economia de Israel. À medida que eles aprendiam a técnica, a cultura ia
aumentando.

Uma questão séria, foi o início da tensão com a religião de Canaã. Muitas das
pessoas absorvidas eram canaanitas. Membors de Israel, embora todos eles tinham
tornado adoradores do Senhor . O fato é que havia aqueles que continuavam
pagãos de coração. Supõe –se que santuários locais mantinham práticas pré-
mosaicas, não combinando com a fé chamada Javista.

Os juízes de modo nenhum tinham o caráter idêntico. Mas nenhum deles


conseguiu unir Israel para combater os inimigos. Um fato havia em comum: todos
eram apresentados em épocas de perigo por suas qualidades pessoais (carisma).

O primeiro juiz Otoniel (Jz.3:7-11; Jz.3:12-30). E daí outros juízes.

Depois de uns duzentos anos de existência o “sistema” de tribos é derrubado


pelos filisteus. Os filisteus dominavam a fundição do ferro (espadas e lanças), agora
veja Israel 1º Samuel 13:19-22 Os filisteus chegaram não muito depois de Israel, e
viveram conflitos intermitentes, durante quase todo período dos juízes. Neste
contexto que surge Samuel. (1º Samuel 3:1-10: 1º Samuel 8:10-22) Israel começa a
se organizar como nação.

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O que podemos considerar o ápice da questão foi à derrota sofrida com os


filisteus em Eben-Ezer (1º Sm.4). Vencido pelos filisteus, e vêm os amonitas (1º
Samuel 11).

11.2. A seguir abordaremos a monarquia no que consideramos essencial:

SAUL (1033-1012)

1º Samuel 9:1-10. Saul era filho de Quis, da tribo de Benjamim. Saindo para
buscar jumentas, vai atrás de Samuel. Lá ele recebe a unção e a confirmação como
o primeiro rei de Israel (1º Sm10:1,2).

Se olharmos 1º Samuel 9:1-10:16; 13:4b-15 vemos referência a ele como


“líder” ou “comandante”. A autoridade de Saul foi reconhecida enquanto durasse.

A monarquia em Israel não era moldada por cidade-estado feudal como em


Canaã e na Filistéia. A monarquia em Israel foi um fenômeno característico.

Ao que sabemos, Saul, não fez qualquer mudança na estrutura interna de


Israel.

Agora vejam como foi o reinado de Saul (1ºSamuel 14:47-52).

1º Samuel 13:4b-15. Saul é acusado de usurpar o sacerdócio. Isto acelerou a


desintegração de Saul..

Saul começa a ter ataques. (1º Samuel 16:14-23). Saul praticamente perde a
posição (1º Samuel 15:10-22; 16:13-14).

A morte de Saul 1º Samuel 31: 1-13.

DAVI

A história de Davi é narrada em 1º e 2º Samuel e no 1º livro de reis (1ºSm. 16:1-


31, todo 2º Sm).

Para se tornar Rei precisava da escolha de Deus e aclamação do povo.


Temos então 1º Sm 16:1-13. Davi era filho de Jessé, natural de Belém, da tribo de
Judá. Era o menor de oito irmãos. Era pastor do rebanho de seu pai.

Davi foi aclamado rei primeiro pelas tribos do Sul em Hebrom, conf. 2 Sm 2, e
sete anos depois pelas tribos do Norte (2º Sm.5).

Ganhou a simpatia dos diferentes clãs estabelecidos no Sul (1 Sm 27:10-12;


30:26-31.) Não participou da batalha quelevou Saul a morte, mas foi a Hebron onde
foi reconhecido como rei (2 Sm 2.1-4).

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Davi se torna rei de Judá e Israel, porém não trouxe mudanças estruturais.
Tinha uma tropa de mercenários 1º Sm 22:1,2. Conquistou Jerusalém 2º Sm 5:6-10
e leva a Arca para Jerusalém (2º Sm 6) . A arca da aliança era como uma grande
caixa, caixa com varais que podia ser carregada. Tinha 1,25 de comprimento por
0,75 cm de largura. Dentro dela estava as tábuas da Lei, os dez mandamentos.

Davi ocupa a fortaleza de Sião onde passa a residir (2ºSm 5:9). Davi
transforma Jerusalém na capital do reino. Compra uma colina oriental, dando lhe o
nome de Cidade de Davi, onde manda construir um altar (2º Sm 24:18-25).

No tempo de Davi o Reino chegou a sua expansão territorial máxima.

Davi já idoso começa a enfrentar problemas. Duas rebeliões (2º Sm 15 e 2º


Sm 20) Uma de Absalão e outra de Sebá.

SALOMÃO

Os textos que falam sobre o reinado de Salomão estão em 1º Reis 3-11. 1-2
: sucessão ; 3-5:14 o rei sábio; 5:15-9:25como construtor; 9:26-10:29 como
comerciante e o capítulo 11 as sombras do seu reinado.

Tido como autor de Provérbios, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes.

Uma das maiores obras de Salomão foi a construção do Templo de


Jerusalém, que está narrado em 1º Reis 5-8 Manda construir seu Palácio (7:1-51).
Sobre a mão de obra empregada 1 Rs 5:27; 9:20-22.

Salomão fomenta as relações diplomáticas com outros países mediante


comércio (1º Rs.10.28-29), e casamento com mulheres estrangeiras (1º Rs 11:1),
agora sua esposa legítima era a filha de Faraó (3:1).

Salomão não conservou o território herdado pelo pai, nem fez campanha para
aumentá-lo. Quando casou com a filha de Faraó deu para ela a cidade de Gezer
(1ºRs.9:16). Deu para Hirão de Tiro várias cidades (1ºRs.9:12) . Organizou carros
de combate (1º Rs.10:26).

Entre o que chamamos de sombras do reinado de Salomão está em que


estas mulheres perverteram seu coração (1ºRs.11:4-8).

Enfrentou rebeliões de Edom (1ºRs.11:14-22), Síria (23-25) e do norte


conduzida por Jeroboão (26-40). A morte de Salomão 1º Rs.11:41-43.

11.3. A DIVISÃO DO REINO

Com a morte de Salomão lemos em 1º Reis 12:10-12.

O povo se queixa com Jeroboão (1ºRs.12:2-4). Roboão, filho de Salomão que


é o sucessor ao trono. 1ºRs.12:1 Roboão consulta seus conselheiros mais

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experientes e estes o aconselham a ouvir ao povo. Mas Roboão prefere ouvir os


mais jovens e vejam 1ºRs.12:14.

Diante deste fato as tribos do Norte recusaram a reconhecer o filho de


Salomão como Rei, separando-se politicamente, religiosamente e afetivamente da
dinastia de Davi. (1ºRs. 12:16-33). Formou-se a partir daí o Reino de Judá no sul, e
o Reino de Israel com as dez tribos que seguiram Jeroboão.

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XII. Livros Apócrifos ou Não Canônicos

1. A palavra Apócrifo , do grego apokrypha, escondido, nome usado pelos


escritores eclesiásticos para determinar, 1) Assuntos secretos, ou misteriosos; 2) de
origem ignorada, falsa ou espúria; 3) documentos não canônicos.

2. Os livros apócrifos do A.T. Estes não faziam parte do Cânon hebraico,


mas todos eram mais ou menos aceitos pelos judeus de Alexandria que liam o
grego, e pelos de outros lugares; e alguns são citados no Talmude. Esses livros, a
exceção de 2 Esdras, Eclesiástico, Judite, Tobias, e 1 dos Macabeus, foram
primeiramente escritos em grego, mas o seu conteúdo varia em diferentes coleções.

12.1. Eis os livros apócrifos pela sua ordem usual:

I (ou III) de Esdras: é simplesmente a forma grega de Ezra, e o livro narra o


declínio e a queda do reino de Judá desde o reinado de Josias até à destruição de
Jerusalém; o cativeiro de Babilônia, a volta dos exilado, e a parte que Esdras tomou
na reorganização da política judaica. Em certos respeitos, amplia a narração bíblica,
porém estas adições são de autoridade duvidosa. O historiador Josefo é o
continuador de Esdras. Ignora-se o tempo em que foi escrito e quem foi o meu autor.

II (ou IV) de Esdras: Este livro tem estilo inteiramente diferente de 1º de


Esdras. Não é propriamente uma história, mas sim um tratado religioso, muito no
estilo dos profetas hebreus. O assunto central, compreendido nos caps. 3-14, tem
como objetivo registrar as sete revelações de Esdras em Babilônia, algumas das
quais tomaram a forma de visões: a mulher que chorava, 9.38, até 10.56; a águia e o
leão, 11.1 até 12.39; o homem que se ergueu do mar, 13.1-56. O autor destes
capítulos é desconhecido, mas evidentemente era judeu pelo afeto que mostra a seu
povo. (A palavra Jesus, que se encontra no cap. 7.28, não está nas versões
orientais.) A visão da águia, que é expressamente baseada na profecia de Daniel (2º
Esdras 12.11), parece referir ao Império Romano, e a data de 88 A.D. até 117 A.D. é
geralmente aceita. Data posterior ao ano 200 contraria as citações do v. 35 cap. 5
em grego por Clemente de Alexandria com o Prefácio: “Assim diz o profeta Esdras.”
Os primeiros dois e os últimos dois capítulos de 2º Esdras, 1 e 2, 15 e 16 são
aumentos; não se encontram nas versões orientais, nem na maior parte dos
manuscritos latinos. Pertencem a uma data posterior à tradução dos Setenta que já
estava em circulação, porquanto os profetas menores já aparecem na ordem em que
foram postos na versão grega, 2º Esdras, 1.39, 40. Os dois primeiros capítulos
contêm abundantes reminiscências do Novo Testamento e justificam a rejeição de
Israel e sua substituição pelos Gentios, 2º Esdras, 1.24,25,35-40; 2.10,11,34), e,
portanto, foram escritos por um cristão, e, sem dúvida, por um judeu cristão.

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Tobias: Este livro contém a narração da vida de certo Tobias de Neftali,


homem piedoso, que tinha um filho de igual nome, O pai havia perdido a vista. O
filho, tendo de ir a Rages na Média, para cobrar uma dívida, foi levado por um anjo a
Ecbatana, onde fez um casamento romântico com uma viúva que, tendo-se casado
sete vezes, ainda se conservava virgem. Os sete maridos haviam sido mortos por
Asmodeu, o mau espírito nos dias de seu casamento. Tobias, porém, foi animado
pelo anjo a tornar-se o oitavo marido da virgem-viúva, escapando à morte, com a
queima de fígado de peixe, cuja fumaça afugentou o mau espírito. Voltando, curou a
cegueira de seu pai esfregando-lhe os escurecidos olhos com o fel do peixe que já
se tinha mostrado tão prodigioso. O livro de Tobias é manifestamente um conto
moral e não uma história real. A data mais provável de sua publicação é 350 ou 250
a 200 A.C.

Judite: E a narrativa, com pretensões a história, do modo por que uma viúva
judia, de temperamento masculino, se recomendou às boas graças de Holofernes,
comandante-chefe do exército assírio, que sitiava Betúlia. Aproveitando-se de sua
intimidade na tenda de Holofernes, tomou da espada e cortou-lhe a cabeça
enquanto ele dormia. A narrativa está cheia de incorreções, de anacronismos e de
absurdos geográficos. É mesmo para se duvidar que exista alguma cousa de
verdade; talvez que o seu autor se tenha inspirado nas histórias de Jael e de Sisera,
Jz 4.17-22. A primeira referência a este livro, encontra-se em uma epístola de
Clemente de Roma, no fim do primeiro século. Porém o livro de Judite data de 175 a
100 A. C., isto é, 400 ou 600 anos depois dos fatos que pretende narrar. Dizer que
naquele tempo Nabucodonosor reinava em Nínive em vez de Babilônia não parecia
ser grande erro, se não fosse cometido por um contemporâneo do grande rei.

Ester: Acréscimo de capítulos que não se acham nem no hebreu, nem no


caldaíco. O livro canônico de Ester termina com o décimo capítulo. A produção
apócrifa acrescenta dez versículos a este capitulo e mais seis capítulos, 11-16. Na
tradução dos Setenta, esta matéria suplementar é distribuída em sete porções pelo
texto e não interrompe a história. Amplifica partes da narrativa da Escritura, sem
fornecer novo fato de valor, e em alguns lugares contradiz a história como se contém
no texto hebreu. A opinião geral é que o livro foi obra de um judeu egípcio que a
escreveu no tempo de Ptolomeu. Filometer, 181-145 A.C.

Sabedoria de Salomão: Este livro é um tratado de Ética recomendando a


sabedoria e a retidão, e condenando a Iniqüidade e a idolatria. As passagens
salientam o pecado e a loucura da adoração das imagens, lembram as passagens
que sobre o mesmo assunto se encontram nos Salmos e em Isaías (compare:
Sabedoria 13.11-19, com Salmos 95; 135.15-18 e Isaias 40.19-25; 44.9-20). É digno
de nota que o autor deste livro, referindo-se a incidentes históricos para ilustrar a
sua doutrina, limita-se aos fatos recordados no Pentateuco. Ele escreve em nome de
Salomão; diz que foi escolhido por Deus para rei do seu povo, e foi por ele dirigido a
construir um templo e um altar, sendo o templo feito conforme o modelo do
tabernáculo. Era homem genial e piedoso, caracterizando-se pela sua crença na
imortalidade. Viveu entre 150 e 50 ou 120 e 80, A.C. Nunca foi formalmente citado,
nem mesmo a ele se referem os escritores do Novo Testamento, porém, tanto a
linguagem, como as correntes de pensamento do seu livro , encontram paralelos no

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Novo Testamento (Sab. 5.18-20; Ef 6.14-17; Sab. 7.26, com Hb 1.2-6 e Sab. 14.13-
31 com Rm 1.19-32).

Eclesiástico: também denominado Sabedoria de Jesus, filho de Siraque. É


obra comparativamente grande, contendo 51 capítulos. No capítulo primeiro, 1-21,
louva-se grandemente o sumo sacerdote Simão, filho de Onias, provavelmente o
mesmo Simão que viveu entre 370 - 300, A.C. O livro deveria ter sido escrito entre
290 ou 280 A.C., em língua hebraica. O seu autor, Jesus, filho de Siraque de
Jerusalém, Eclus 1.27, era avô, ou, tomando a palavra em sentido mais lato,
antecessor remoto do tradutor. A tradução foi feita no Egito no ano 38, quando
Evergeto era rei. Há dois reis com este nome, Ptolonmeu III, entre 247 a 222 A.C., e
Ptolomeu Fiscom, 169 a 165 e 146 a 117 A.C. O grande assunto da obra e a
sabedoria. É valioso tratado de Ética. Há lugares que fazem lembrar os livros de
Provérbios, Eclesiastes e porções do livro de Jó, das escrituras canônicas, e do livro
apócrifo, Sabedoria de Salomão. Nas citações deste livro, usa-se a abreviatura
Eclus, para não confundir com Ec abreviatura de Eclesiastes.

Baruque: Baruque era amigo do Jeremias. Os primeiros cinco capítulos do


seu livro pertencem à sua autoria, enquanto que o sexto é intitulado “Epístola de
Jeremias.” Depois da introdução, descrevendo a origem da obra, Baruque 1.1,14,
abre-se o livro com três divisões, a saber:

1) Confissão dos pecado. de Israel e orações, pedindo perdão a Deus,


Baruque 1.15, até 3.8. Esta parte revela ter sido escrita em hebraico, como bem o
indica a introdução, cap. 1:14. Foi escrita 300 anos A.C.

2) Exortação a Israel para voltar à fonte da Sabedoria, 3.9 até 4.4.

3) Animação e promessa de livramento, 4.5 até 5.9. Estas duas seções


parece que foram escritas em grego, pela sua semelhança com a linguagem dos
Setenta. Há dúvidas, quanto à semelhança entre o cap. 5 e o Salmo de Salomão, 9.
Esta semelhança dá a entender que o cap. 5 foi baseado no salmo, e portanto,
escrito depois do ano 70, A.D., ou então, que ambos os escritos são moldados pela
versão dos Setenta. A epístola de Jeremias exorta ou judeus no exílio a evitarem a
idolatria de Babilônia. Foi escrita 100 anos A.C.

12.2. Adição à História de Daniel:

O cântico dos três mancebos (jovens): Esta produção foi destinada a ser
Intercalada no livro canônico de Daniel, entre caps. 3.23,24. É desconhecido o seu
autor e ignorada a data de sua composição. Compare os versículo, 35-68 com o
Salmo 148.

A história de Suzana: É também um acréscimo ao livro de Daniel, em que o


seu autor mostra como o profeta, habilmente descobriu uma falsa acusação contra
Suzana, mulher piedosa e casta. Ignora-se a data em que foi escrita e o nome de
seu autor.

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Bel e o dragão: Outra história introduzida no livro canônico de Daniel. O


profeta mostra o modo por que os sacerdotes de Bel e suas famílias comiam as
viandas oferecidas ao ídolo; e mata o dragão. Por este motivo, o profeta é lançado
pela segunda vez na caverna dos leões. Ignora-se a data em que foi escrita e o
nome do autor.

Oração de Manassés, rei de Judá quando esteve cativo em Babilônia.


Compare, 2º Cr 33.12,13. Autor desconhecido. Data provável, 100 anos A. C.

Primeiro Livro dos Macabeus: E um tratado histórico de grande valor, em


que se relatam 05 acontecimentos políticos e os atos de heroísmo da família levítica
dos Macabeus durante a guerra da lndependência judaica, dois séculos A.C. O autor
é desconhecido, mas evidentemente é judeu da Palestina. Há duas opiniões quanto
à data em que foi escrito; uma dá 120 a 106 A.C., outra, com melhores
fundamentos, entre 105 e 64 A.C. Foi traduzido do hebraico para o grego.

Segundo Livro dos Macabeus: É inquestionavelmente um epítome da


grande obra de Jasom de Cirene; trata principalmente da história Judaica desde o
reinado de Seleuco IV, até à morte de Nicanor, 175 e 161 A.C. É obra menos
importante que o primeiro livro. O assunto é tratado com bastante fantasia em
prejuízo de seu crédito, todavia, contém grande soma de verdade. O livro foi escrito
depois do ano 125 A.C. e antes a tomada de Jerusalém, no ano 70 A.D.

Terceiro Livro dos Macabeus: Refere-se a acontecimentos anteriores à


guerra da independência. O ponto central do livro e pretensão de Ptolomeu Filopater
IV, que em 217 A.C. tentou penetrar nos Santo dos Santos, e a subseqüente
perseguição contra os judeus de Alexandria. Foi escrito pouco antes, ou pouco
depois da era cristã, data de 39, ou 40 A.D.

Quarto Livro dos Macabeus: É um tratado de moral advogando o império da


vontade sobre as paixões e ilustrando a doutrina com exemplos tirados da história
dos macabeus. Foi escrito depois do 2º Macabeus e antes da destruição de
Jerusalém.

É, talvez, do 1º século d.C. Ainda que os livros apócrifos estejam


compreendidos na versão dos Setenta, nenhuma citação certa se faz deles no Novo
Testamento. É verdade que os Pais muitas vezes os citaram isoladamente, como se
fossem Escritura Sagrada, mas, na argumentação, eles distinguiam os apócrifos dos
livros canônicos. S. Jerônimo, em particular, no fim do 4º século, fez entre estes
livros uma claríssima distinção. Para defender-se de ter limitado a sua tradução
latina aos livros do Cânon hebraico, ele disse: “Qualquer livro além destes deve ser
contado entre os apócrifos. Sto. Agostinho, porém (354-430 à.C.), que não sabia
hebraico, juntava os apócrifos com os canônicos como para os diferençar dos livros
heréticos. Infelizmente, prevaleceram as idéias deste escritor, e ficaram os livros
apócrifos na edição oficial (a Vulgata) da Igreja de Roma. O Concilio de Trento,
1546, aceitou “todos os livros... com igual sentimento e reverência”, e anatematizou
os que não os consideravam de igual modo. A Igreja Anglicana, pelo tempo da
Reforma, nos seus trinta e nove artigos (1563 e 1571), seguiu precisamente a

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maneira de ver de S. Jerônimo, não julgando os apócrifos como livros das Santas
Escrituras, mas aconselhando a sua leitura “para exemplo de vida e instrução de
costumes”.

3. Livros Pseudo-epígrafos. Nenhum artigo sobre os livros apócrifos pode


omitir estes inteiramente, porque de ano para ano está sendo mais compreendida a
sua importância. Chamam-se Pseudo-epígrafos, porque se apresentam como
escritos pelos santos do Antigo Testamento. Eles são amplamente apocalípticos; e
representam esperanças e expectativas que não produziram boa influência no
primitivo Cristianismo. Entre eles podem mencionar-se:

Livro de Enoque (etiópico), que é citado em Judas 14. Atribuem-se várias


datas, pelos últimos dois séculos antes da era cristã.

Os Segredos de Enoque (eslavo), livro escrito por um judeu helenista,


ortodoxo, na primeira metade do primeiro século d.C.

O Livro dos Jubileus (dos israelitas), ou o Pequeno Gênesis, tratando de


particularidades do Gênesis duma forma imaginária e legendária, escrito por um
fariseu entre os anos de 135 e 105 a.C.

Os Testamentos dos Doze Patriarcas: é este livro um alto modelo de ensino


moral. Pensa-se que o original hebraico foi composto nos anos 109 a 107 a.C., e a
tradução grega, em que a obra chegou até nós, foi feita antes de 50 d.C.

Os Oráculos Sibilinos, Livros III-V, descrições poéticas das condições


passadas e futuras dos judeus; a parte mais antiga é colocada cerca do ano 140
a.C., sendo a porção mais moderna do ano 80 da nossa era, pouco mais ou menos.

Os Salmos de Salomão, entre 70 e 40 a.C.

As Odes de Salomão, cerca do ano 100 da nossa era, são, provavelmente,


escritos cristãos.

O Apocalipse Siríaco de Baruque (2º Baruque), 60 a 100 a.C.

O Apocalipse grego de Baruque (3º Baruque), do 2º século, a.C.

A Assunção de Moisés, 7 a 30 d.C.

A Ascensão de Isaias, do primeiro ou do segundo século d.C.

4. Os Livros Apócrifos do N.T. Sob este nome são algumas vezes reunidos
vários escritos cristãos de primitiva data, que pretendem dar novas informações
acerca de Jesus Cristo e Seus Apóstolos, ou novas instruções sobre a natureza do
Cristianismo em nome dos primeiros cristãos. Entre os Evangelhos Apócrifos podem
mencionar-se:

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O Evangelho segundo os Hebreus (há fragmentos do segundo século);

O Evangelho segundo S. Tiaqo, tratando do nascimento de Maria e de


Jesus (segundo século);

Os Atos de Pilatos.(Segundo século).

Os Atos de Paulo e Tecla (segundo século).

Os Atos de Pedro (terceiro século).

Epístola de Barnabé (fim do primeiro século).

Apocalipses, o de Pedro (segundo século).

Ainda que casualmente algum livro não canônico se ache apenso a


manuscritos do N.T., esse fato é, contudo, tão raro que podemos dizer que, na
realidade, nunca se tratou seriamente de incluir qualquer deles no Cânon.

Dicionário Bíblico Universal

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GÊNESIS

Autor: Tradicionalmente Moisés Data: Cerca de 1440 a.C.

Autor

A tradição judaica lista Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro
livros que o seguem, juntos, estes livros são denominados de Pentateuco. Jesus
disse: “Se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele”
(Jo 5.46) O próprio Pentateuco descreve Moisés como alguém que escreveu
extensivamente. Ver Ex 17.14; 24.4; Dt 31.24; At 7.22 nos conta que “Moisés foi
instruído em toda ciência dos egípcios.” Nas notas que acompanham o texto nós
observamos que Gênesis emprega um bom número de termos emprestados dos
egípcios, sendo este um fato que sugere que o autor original tenha as suas origens
no Egito, como era o caso de Moisés.

Data

A data tradicional do êxodo do Egito se encontra no meio do décimo quinto


século a.C. 1Rs 6.1 afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano
quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se
que Salomão tenha iniciado a construção em cerca de 960 a.C., datando assim o
êxodo em 1440 a.C. Desta forma Moisés redigiu o Êxodo depois de 1440 a.C.,
durante os quarenta anos no deserto.

Conteúdo

Gênesis inicia com a formação do sistema solar, os preparativos da terra para


sua habitação, e a criação da vida sobre a terra. Todos os oito atos da criação foram
executados em seis dias.

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Os dez capítulos seguintes explicam as origens de muitas qualidades


misteriosas da vida: a sexualidade humana, o matrimônio, o pecado, a doença, as
dores do parto, a morte, a ira de Deus, a inimizade do ser humano contra o próprio
ser humano e as dispersão das raças e línguas sobre toda a terra.

Iniciando no cap. 12, Gênesis relata o chamado de Abraão e a inauguração


do concerto de Deus com ele, um concerto glorioso e eterno que foi renovado com
Isaque e Jacó. Gênesis é impressionante pela forma característica da sua narrativa,
realçada pelo relato inspirador de José e pela multiplicação do povo de Deus no
Egito. Trata-se de uma lição na eleição divina, conforme encontrado por Paulo em
Rm 9.

Gênesis antecipa o NT de muitas maneiras: o próprio Deus pessoal, a


Trindade, a instituição do matrimônio, a seriedade do pecado, o julgamento divino e
a justificação pela fé. A Árvore da Vida, perdida em Gênesis, é restaurada em Ap 22.

Gênesis conclui com a bênção de Jacó sobre Judá, de cuja tribo viria o
Messias: “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até
que venha Siló; e a ele se congregarão os povos” (49.10). Muitos séculos e muitas
lutas seguir-se-ão antes que esta profecia encontre o seu cumprimento em Jesus.

Cristo Revelado

O Cristo preexistente, a Palavra viva, estava muito envolvido na criação.


“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo
1.3). O ministério de Jesus está antecipado em Gn 3.15, sugerindo que a “semente”
da mulher que ferirá a cabeça da serpente (satanás) é Jesus Cristo, a “posteridade”
de Abraão mencionada por Paulo em Gl 3.16. Melquisedeque é o misterioso rei-
sacerdote do cap. 14. Uma vez que Jesus é rei e também sumo sacerdote, a carta
aos Hebreus faz, de forma apropriada, esta identificação (Hb 6.20).

A grande revelação de Cristo em Gn se encontra no estabelecimento do


concerto de Deus com Abraão nos caps. 15 e 17. Deus fez promessas gloriosas a
Abraão, e Jesus é o maior cumprimento destas promessas, uma verdade que é
explicada de forma detalhada por Paulo em Gálatas. Boa parte da Bíblia está
fundamentada sobre o concerto abraâmico e o seu desenvolvimento em Jesus
Cristo.

A dramática história da prontidão de Abraão em sacrificar a Isaque segundo a


ordem de Deus apresenta uma incrível semelhança com o evento crucial do NT.
“Toma agora teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas... E oferece-o em
holocausto” (22.2), lembra-nos da prontidão de Deus em sacrificar o seu único Filho
pelos pecados de todo o mundo.

Por fim, a bênção de Jacó sobre Judá antecipa a vinda de “Siló”, a ser
identificada como o Messias. “ E a Ele se congregarão os povos (49.10).

O Espírito Santo em Ação

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“O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (1.2). Desta forma
achamos o Espírito envolvido na criação. O Espírito Santo também operou em José,
um fato que foi óbvio pra o Faraó: “Acharíamos um varão como este, em quem haja
o Espírito de Deus?” (41.38)

Embora o Espírito Santo não seja mencionada de outra forma em Gênesis,


nós o vemos em ação ao atrair os animais dos quatro cantos da terra para dentro da
arca de Noé. Nós também percebemos a sua operação através das vidas dos
patriarcas: Ele protegeu os patriarcas e as suas famílias e os abençoou
materialmente. Todo tipo de dificuldades e situações impossíveis cercaram a família
escolhida, tentando frustrar, onde possível, o cumprimento das promessas de Deus
a Abraão; porém o Espírito de Deus resolveu, de maneira sobrenatural cada um
destes desafios.

Esboço de Gênesis

I. A história primitiva do ser humano 1.1– 11.32

As narrativas da criação 1.1-2.5

1. Criação dos céus, da terra, e da vida sobre a terra 1.1-2.3


2. Criação do ser humano 2.4-25
B) A queda do ser humano 3.1-24

O mundo anterior ao dilúvio 4.1-5.32


Noé e o dilúvio 6.1-9.29
A Tabela das nações 10.1-32
A confusão das línguas 11.1-9
Genealogia de Abraão 11.10-32

II. Os patriarcas escolhidos 12.1-50.26

Abrão (Abraão) 12.1-23.20

1) O chamado de Abraão 12.1-23.20


2) A batalha dos reis 14.1-24
3) O concerto de Deus com Abraão 15.1-21.34
4) O teste de Abraão 22.1-24

Isaque 24.1-26.35

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1) A noiva de Isaque vem da Mesopotâmia 24.1-67


2) A morte de Abraão 25.1-11
3) Ismael, Esaú e Jacó 25.12-34
4) Deus confirma seu concerto com Isaque 26.1-35

Jacó 27.1-35,29

1) Jacó engana o seu pai 27.1-46


2) A fuga de Jacó para Harã 28.1-10
3) Deus confirma o concerto com Jacó 28.11-22
4) O casamento de Jacó em Harã 29.1– 30.43
5) O retorno de Jacó para Canaã 31.1-35.29

Esaú 36.1-43
José 37.1-50.26

1) A venda de José 37.1-40.23


2) A exaltação de José 41.1-57
3) José e os seus irmãos 42.1-45.28
4) Jacó muda para o Egito 46.1-48.22
5) A benção de Jacó e o seu sepultamento 49.1-50.21
6) Os últimos dias de José 50.22-26

Êxodo

Autor: Tradicionalmente Moisés Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor

Moisés, cujo nome significa “tirado das águas”, é a figura centra de Êxodo.
Ele é o profeta hebreu que liderou os israelitas em sua saída do Egito. Êxodo é
tradicionalmente atribuído a ele. Quatro passagens em Ex dão forte apoio à autoria
mosaica de pelo menos boa parte do livro (17.14; 24.4,7; 34.27). Através de eventos
variados e de encontros face a face com Deus, Moisés recebeu a revelação
daquelas coisas que Deus desejava que ele soubesse. Assim, através do processo
de inspiração do Espírito Santo, Moisés comunicou ao povo hebreu, tanto na forma
oral como na escrita, esta informação que lhe foi revelada.

Data

A Tradição conservadora data a morte de Moisés em algum temo ao redor de


1400 a.C. Desta forma, é provável que o Livro de Êxodo tenha sido compilado nos
quarentas anos anteriores, durante a caminhada pelo Deserto.

Contexto Histórico

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Êxodo é a continuação do relato do Gênesis, mostrando o desenvolvimento


dum pequeno grupo familiar de setenta pessoas numa grande nação com milhões
de pessoas. Os hebreus viveram no Egito por 430 anos, sendo que a maior parte do
tempo em regime de escravidão. Êxodo registra o desenvolvimento de Moisés, a
libertação de Israel do seu cativeiro, a sua caminhada do Egito até o monte Sinai
para receber a lei de Deus e as instruções divinas a respeito da edificação do
tabernáculo. O livro termina com a construção do tabernáculo como um lugar da
habitação de Deus.

Conteúdo

O Livro de Êxodo pode ser dividido em três seções principais: a libertação


miraculosa de Israel (1.1-13.6), a jornada miraculosa até o Sinai (13.17-18.27) e as
revelações miraculosas junto ao Sinai (19.1-40.38)

A primeira seção (1.1-13.6) inicia com os hebreus sendo oprimidos no Egito


(1.10-14). Como qualquer outro grupo sob pressão, os hebreus reclamavam. A sua
reclamação chegou não somente diante dos seus opressores, mas chegou até o seu
Deus (2.23-25). Deus ouviu o seu clamor e colocou em ação um plano ora libertá-
los. Ele acompanhou esta libertação através da seleção dum profeta chamado
Moisés (3.1-10)

A libertação não ocorreu de forma instantânea; porém constituiu-se num


processo. Um período considerável de tempo e dez pragas foram utilizados pra
ganha a liberação dos hebreus das garras do Faraó. As pragas realizaram duas
coisas importantes: primeiro, elas demonstraram a superioridade do Deus hebreu
sobre os deuses egípcios e, segundo, elas trouxeram liberdade aos hebreus.

A Segunda seção narra a jornada milagrosa até o Sinai (13.17-18.27). Quatro


grandes eventos ocorrem nesta seção. Primeiro, os hebreus testemunharam o poder
miraculoso e libertador de Deus (13.17-18.27). Quatro grandes eventos ocorrem
nesta seção. Primeiro, os hebreus testemunharam o poder miraculoso e libertador
de Deus (13.17-15.21). Segundo, eles experimentaram, de forma direta, a
capacidade que Deus tem de cuidar do seu povo (15.22-17.7). Terceiro, eles
receberam proteção em vista dos seus inimigos, os amalequitas (17.8-16). Quatro
anciãos com a tarefa de supervisão foram estabelecidos a fim de manter a paz entre
o povo (18.1-27). Estes quatros grandes eventos ensinam um conceito importante: a
mão de Deus está presente na vida do seu povo especial. Tendo testemunhado a
sua presença e conhecido a forma como Deus agiu em seu benefício, eles poderiam
ajustar as suas vidas ao seu jeito de ser a fim de continuar recebendo as suas
bênçãos.

A última seção enfoca as revelações miraculosas junto ao Sinai (19.1-40.38).


A libertação divina da nação tem o objetivo especifico de edificar um povo pactual.
Esta seção tem três componentes principais. Primeiro, são dados os Dez
mandamentos e todas aquelas instruções que explicam em maiores detalhes como
estes mandamentos devem transparecer na vida do povo em aliança com Deus
(19.1-23.19) Os resultados duma vida fora desta estrutura pactual são demonstrados

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pelo incidente que envolveu o bezerro de ouro (32.1-35). Segundo, trata-se das
instruções referentes à edificação dum tabernáculo e do seu mobiliário (25.1-31.18).
Terceiro, trata-se da construção, de fato, do tabernáculo, do seu mobiliário, e da
habitação da presença de Deus no edifício após o encerramento da obra (35.4-
40.33).

Cristo Revelado

Moisés é um tipo de Cristo, pois ele liberta da escravidão. Arão funciona como
um tipo de Jesus assim como o sumo sacerdote (28.1) faz intercessão junto ao altar
do incenso (30.1). A Páscoa indica que Jesus é o Cordeiro de Deus que foi oferecido
pela nossa redenção (12.1-22).

As passagens “EU SOU” no evangelho de João encontram a sua origem


primeira no livro de Êxodo. João afirma que Jesus é o Pão da Vida; Moisés fala de
duas maneiras do pão de Deus: o maná (16.35) e os pães da proposição (25.30).
João nos conta que Jesus é a luz do Mundo; no tabernáculo, o candelabro serve
como fonte de luz permanente (25.31-40).

O Espírito Santo em Ação

No Livro de Êxodo, o óleo representa, de forma simbólica, o Espírito Santo.


Por exemplo, o óleo da unção é um tipo do Espírito Santo, o qual é utilizado pra
preparar tanto os fiéis como os sacerdotes para o culto divino (30.31).

O Fruto do Espírito Santo está listado em Gl 5.22,23. Uma listagem paralela


também pode ser encontrada em Ex 34.6,7, que descreve os atributos de Deus
como compassivo, clemente, longânimo, bom, fiel, e perdoador.

As referências mais diretas ao Espírito Santo podem ser encontradas em


31.3-11 e 35.30-36.1, quando cidadãos individuais são capacitados a tornarem-se
exímios artífices. Através da obra capacitadora do Espírito Santo. As habilidades
naturais destas pessoas foram enriquecidas e aumentadas a fim de que
executassem as tarefas necessárias com excelência e precisão.

Esboço de Êxodo

I. A libertação miraculosa de Israel 1.1-13.16

A opressão dos israelitas no Egito 1.1-22


O nascimento e a primeira parte da vida de Moisés 2.1-4.31
O processo de libertação 5.1-11.10
O episódio do êxodo 12.1-13.16

II. A jornada miraculosa até o Sinai 13.17-18.27

A Libertação junto ao mar Vermelho 13.17-15.21


A provisão para o povo 15.22-17.7

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A proteção contra os amalequitas 17.8-16


O estabelecimento dos anciões supervisores 18.1-27

III. As revelações miraculosas junto ao Sinai 19.1– 40.38

A chegada ao Sinai e a manifestação de Deus 19.1-25


Os dez mandamentos 20.1-21
O Livro da Aliança 20.22-23.19
A proteção do Anjo de Deus 23.20-33
Israel confirma o concerto 24.1-18
Orientação a respeito do tabernáculo 25.1-31.18
O bezerro de ouro 32.1-35
Arrependimento e renovação do concerto 33.1-35.3
A construção do tabernáculo 35.4-40.33
A glória do Senhor enche o tabernáculo 40.34-38

Levítico

Autor: Tradicionalmente Moisés Data: Cerca de 1445 a.C.

Autor

O Livro de Levítico é o terceiro livro das Escrituras Hebraicas do AT atribuídos


a Moisés. Em 1.1, o texto se refere à palavra do Senhor, que foi proferida a Moisés
do tabernáculo da assembléia; isso forma a base de todo este livro das Escrituras.
Os sacerdotes e levitas preservaram seu conteúdo.

Data

Os sábios datam o Livro de Levítico da época das atividades de Moisés


(datando mais antigamente no séc. XV aC e a última alternativa no séc. XII aC) até a
época de Esdras, durante o retorno (séc.VI aC). A aceitação da autoria mosaica
para Levítico dataria sua escrita por volta de 1445 aC. O livro descreve o sistema de
sacrifícios e louvor que precede a época de Esdras e relembra a instituição do

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sistema de sacrifícios. O livro contém pouca informação histórica que forneceria uma
data exata.

Contexto Histórico

A teologia do Livro de Levítico liga a idéia de santidade à vida cotidiana. Ela


vai além do assunto de sacrifício, embora o cerimonial do sacrifício e a obra dos
sacerdotes sejam explicados com grande cuidado. O conceito de santidade afeta
não somente o relacionamento que cada indivíduo tem com Deus, mas também o
relacionamento de amor e respeito que cada pessoa deve ter com o seu próximo. O
código de santidade permeia a obra porque cada indivíduo deve ser puro, pois Deus
é puro e porque a pureza de cada indivíduo é a base da santidade de toda a
comunidade do concerto. O ensinamento de Jesus Cristo—”Portanto, tudo o que vós
quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os
profetas” (Mt 7.12)-reflete o texto de Lv 19.18, “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo”.

Conteúdo

Em hebraico, o Livro de Levítico recebeu o nome de Vayikra, que significa “E


ele chamou”. O título hebraico é tirado da primeira palavra do livro, que era uma
forma costumeira de dar nome às obras antigas. O título “Levítico” é derivado da
versão grega da obra e significa “assuntos pertencentes aos levitas”. O título é um
pouco enganoso, uma vez que o livro lida com muito mais assuntos relacionados à
pureza, santidade, todo o sacerdócio, a santidade de Deus e a santidade na vida
cotidiana. A palavra “santo” aparece mais de oitenta vezes no livro.

Algumas vezes, o Livro de Levítico tem sido encarado como uma obra de
difícil compreensão; entretanto, de acordo com a tradição primitiva, foi o primeiro
livro a ser ensinado para as crianças na educação judaica. Ele lida com o caráter e a
vontade de Deus especialmente em assuntos de santidade, que os sábios judeus
consideravam de importância primária. Eles sentiram que, antes de proceder a
outros textos bíblicos, as crianças deveriam, antes de qualquer coisa, ser educadas
sobre a santidade de Deus e a responsabilidade de cada indivíduo pra viver uma
vida santa. A Santidade (hebr. Kedushah) é uma palavra-chave em Levítico,
descrevendo a santidade da presença divina. A santidade está sendo separada do
profano, e santo é oposto do comum ou secular.

Outro tema principal do Livro de Levítico é o sistema sacrificial. Os


holocaustos (hebr.olah) referem-se ao único sacrifício que é totalmente consumido
sobre o altar e, portanto, algumas vezes é chamado de oferta queimada. As ofertas
de manjares (hebr. Minchah) são uma oferta de tributo feita a fim de garantir ou
manter o favor divino, indicando que os frutos do trabalho de uma pessoa devem ser
dedicados a Deus. Os sacrifícios de paz ou das graças (hebr. shelamim) são
designados para fornecer expiação e permitem que a pessoa que faz a oferta como
da carne do sacrifício. Isso costumava acontecer em ocasiões de alegria. O sacrifício
pelos erros (hebr.chatta’t) é empregado para tirar a impureza do santuário. O
sacrifício pelo sacrilégio (hebr. Asham), também conhecido como oferta pela culpa

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ou oferta de compensação, é preparado para a violação da santidade da


propriedade de Deus ou de outras pessoas, normalmente pelo uso de um falso
testemunho. Os erros profanaram a santidade de Deus e é exigida uma oferta.

Além dos sacrifícios, o calendário litúrgico tem uma posição significativa no


Livro de Levítico. O Ano de Descanso refere-se à emancipação dos escravos
israelitas e pessoas endividadas, bem como à redenção da terra (ver também Ex
21.2-6; 23.10,11; Dt 15.1-18). O Ano de Jubileu refere-se ao fato de que as terras de
Israel, bem como o povo, pertencem a Deus e não a qualquer indivíduo. As terras,
portanto, devem ter um descanso depois de cada período de quarenta e nove anos
(Lv 25.8-17), o que ensina o domínio de Deus, a santidade de seu caráter e a
necessidade de a congregação se aproximar dele com pureza de coração e mente.

Cristo Revelado

Cristo não é especificamente mencionado em Levítico. Entretanto, o sistema


de sacrifícios e o sumo sacerdote no Livro de Levítico são tipos que retratam a obra
de Cristo. O Livro de Hebreus descreve Cristo como o sumo sacerdote e usa o texto
de Levítico como base para ilustrar a sua obra. Alguns usaram formas extremas de
alegoria do Livro de Levítico a fim de revelar Cristo, entretanto, esse método de
interpretação bíblica deve ser cautelosamente usado a fim de garantir que o
significado original histórico e cultural sejam preservados. O Livro de Levítico enfoca
a vida e o louvor do antigo povo de Israel.

O Espírito Santo em Ação

Apesar de o termo “Espírito Santo” nunca ser mencionado no Livro, a


presença de Deus é sentida em todo o livro. A santidade do caráter de Deus é
constantemente mencionada na designação de santidade às ações e louvor do
povo. Ele não é visto como nos cultos pagãos da época em que os ídolos eram
venerados, mas está no meio das pessoas, à medida que elas o louvam. Elas
devem ser santas como Ele é santo.

Esboço de Levítico

I. A descrição do sistema de sacrifícios 1.1-7.38

Os holocaustos 1.1-17
As ofertas de manjares 2.1-6
Os sacrifícios de paz ou das graças 3.1.17
A Expiação do pecado 4.1-5.13
O sacrifício pelo sacrilégio 5.14-6.7
Outras instruções 6.8-7.38

II. O serviço dos sacerdotes no santuário 8.1-10.20

A ordenação de Arão e seus filhos 8.1-36


Os sacerdotes tomam posse 9.1-24

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O pecado de Nadabe e Abiú 10.1-11


O pecado de Eleazar e Itamar 10.12-20

III. As leis das impurezas 11.1-16.34

Imundícias dos animais 11.1-47


Imundícias do parto 12.1-8
Imundícias da pele 13.1-14.57
Imundícias de emissão 15.1-33
Imundícias morais 16.1-34

IV. O código de Santidade 17.1-26.46

Matando por alimento 17.1-16


Sobre ser sagrado 18.1-20.27
Leis para sacerdotes e sacrifícios 21.1– 22.33
Dias santos e festas religiosas 23.1-44
Leis para elementos sagrados de louvor 24.1-9
Punição para blasfêmia 24.10-23
Os Anos do Descanso e do Jubileu 25.1-55
Bênçãos por obediência e punição por desobediência 26.1-46

V. Ofertas para o santuário 27.1-34

Números

Autor: Tradicionalmente Moisés Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor

Tradicionalmente, a autoria é atribuída a Moisés, a personalidade central do


livro. Nm 33.2 faz uma referência especifica a Moisés, registrando pontos sobre a
viagem no deserto.

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O título em português Números é tirado de seu título (arithmoi) na tradução


grega do AT (a septuaginta), seguido pela Vulgata (numeri). No texto hebraico, o
nome do livro é No Deserto, tirado da linha de abertura. “Falou mais o senhor a
Moisés, no deserto do Sinai”.

Data

Assumindo a autoria mosaica, provavelmente o livro tenha sido escrito por


volta de 1400 aC., pouco antes de sua morte. Os acontecimentos deste livro
ocorrem durante cerca de 40 anos, começando logo após o Êxodo, em 1400 aC.

Conteúdo

A divisão dos livros de abertura do AT em cinco livros ou pergaminhos


(chamado “o Pentateuco”, significa “Cinco pergaminhos”) não deve obscurecer o fato
de que cada um dos cinco livros é uma continuação do precedente. Moisés, cujo
nascimento é contato no Ex 2 e cuja morte é narrada em Dt 34, é a figura que une a
história do Êxodo até Deuteronômio.

O Livro de Número continua o relato do período mosaico, que se inicia com o


Êxodo. Começa com Israel ainda no Sinai. A entrada dos israelitas no deserto do
Sinai é registrada em Ex 19.1. Israel deixa o Sinai em Nm 10.11.

Número tem duas divisões principais: 1) a seção contendo instruções


enquanto ainda no Sinai (1.1-10.10); 2) a viagem no deserto que cobre o itinerário
do Sinai até as planícies de Moabe através do Jordão da Terra Prometida (10.11-36-
13). As instruções no Sinai lidam com a preparação para a viagem, e o resto do livro
conta a viagem em si.

As instruções no Sinai (1.1-10.10) cobrem uma variedade de tópicos, mas


aqueles que lidam com o preparo da viagem dominam. Os caps. 1-4 lidam com uma
série de instruções para numerar (fazer o censo de) vários grupos, seguido de um
relatório de concordância com o mandamento. Os caps. 5-6 lidam com a imundície
ritual, a infidelidade marital, e os nazireus. No cap. 7, os líderes do povo trazem
ofertas para o tabernáculo. O cap. 8 fala da consagração dos levitas. O cap.9 lida
com a Páscoa e a nuvem e o fogo; o motivo do preparo é reconsiderado em 10.1-10,
onde são dadas instruções para que sejam feitos sinais com as trombetas.

A seção de Nm que lida com a viagem (10.11-36.13) tem duas partes


principais. Em primeiro lugar, 10.11-25.18 descreve a destruição de geração que
vivenciou a libertação do Egito por meio do Senhor. Os pontos-chave nesta parte
são os relatos das queixas, rebeliões e desobediência da primeira geração, que
levou à morte deles.

A segunda subseção (26-36) narra a preparação da segunda geração para a


entrada na Terra Prometida. Começa com um novo censo (comparar com o cap. 1),
observando que toda a primeira geração, exceto Josué, Calebe e Moisés, morreu no

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deserto. Essa seção termina com a distribuição da terra entre as tribos depois de
elas terem entrado na Terra Prometida.

Cristo Revelado

Jesus Cristo é retratado em Nm como aquele que provém. O Apóstolo Paulo


escreve sobre Cristo que ele era a pedra espiritual que seguiu os israelitas pelo
deserto e deu-lhes a bebida espiritual (1Co 10.4). A pedra que deu água aparece
duas vezes na história do deserto (cap 20; Ex 17). Paulo enfatiza a provisão de
Cristo às necessidades de seu povo, a quem libertou do cativeiro.

A figura messiânica do rei de Israel é profetizada por Balaão em 24.17, “Vê-lo-


ei, mas não agora; contemplá-lo, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó,
e um cetro subirá de Israel”. A tradição judaica interpretava este verso
messianicamente, conforme atestado pelos textos de Qumran. Jesus Cristo é o
Messias, de acordo com o testemunho uniforme do NT, e o verdadeiro rei sobre
quem Balaão fala.

O Espírito Santo em Ação

Fala-se diretamente sobre o E. Santo no cap. 11. Lá o Espírito é retratado


como realizando duas funções: ungido para a liderança e inspirando a profecia. No
v. 16, Moisés está pedindo ajuda ao Senhor em seus deveres de liderança. A
resposta é que o Senhor tomará o Espírito que está sobre Moisés (identificado no v.
29 como o Espírito do Senhor) e o passará para seus líderes. Mesmo um líder como
Moisés era incapaz de fazer tudo e precisava de uma liderança doada pelo Espírito
para a realização de sua tarefa.

Quando o Espírito é dado aos anciãos, ele causa a profecia (v. 25). Somente
os setenta anciãos nomeados profetizam. Quando Josué se queixa que dois dos
anciãos no acampamento também estão profetizando, Moisés expressa o desejo de
que todo o povo de Deus também recebesse seu Espírito e profetizasse. Essa
esperança de Moisés é retomada em Jl 2.28-32 e é definitivamente cumprida no Dia
de Pentecostes (At 2.16-21), quando o Espírito foi derramado e tornou-se disponível
a todos.

Esboço de Números

I. Instruções para a viagem do Sinai 1.1-10.10

Relato sobre a tomada do censo 1.1-4.9

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1) Censo militar 1.1-2.34


2) Censo não militar: levitas 3.1-4.49

Instruções e relatos adicionais 5.1-10.10

1) Cinco instruções 5.1-6.27


2) Ofertas dos líderes 7.1-89
3) Levitas dedicados 8.1-26
4) Segunda Páscoa 9.1-14
5) Direção pela nuvem e fogo 9.15-23
6) As trombetas de prata 10.1-10

II. Relato da viagem do Sinai 10.11-36.13

Rebelião e punição da primeira geração 10.11-25.18

1)Relato da primeira marcha do Sinai 10.11-36


2) Queixas do povo 11.1-3
3) Ansiando por carne 11.4-35
4) Desafio para Moisés 12.1-16
5) Recusa a entrar na Terra Prometida 13.1-14.45
6) Instruções relacionadas às ofertas 15.1-41
7) Desafios à autoridade de Arão 16.1-18.32
8) Leis da purificação 19.1-22
9) A morte de Miriã e Arão 20.1-29
10) Do monte Hor às planícies do Moabe 21.1-35
11) Balaque e Balaão 22.1-25.18

Preparo da nova geração 26.1-36.13

1) Um novo censo 26.1-65


2) Instruções relacionadas à herança, ofertas e votos 27.1-30.16
3) Vingança sobre os midianitas 31.1-54
4) As tribos da Transjordânia 32.1-42
5) Itinerário do Egito até Moabe 33.1-49
6) Instruções para a ocupação de Canaã 33.50-36.13

Deuteronômio

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Autor: Tradicionalmente Moisés Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor

Deuteronômio identifica o conteúdo do livro com Moisés: “Estas são as


palavras que Moisés falou a todo o Israel” (1.1). “Moisés escreveu esta Lei, e a deu
aos sacerdotes” (31.9) também pode ser indício de que tenha escrito todo o livro. O
nome de Moisés aparece quase quarenta vezes, e o livro reflete claramente a
personalidade de Moisés. O uso corrente da primeira pessoa do singular em todo o
livro apóia ainda mais a autoria mosaica.

Tanto a tradição judaica quanto a samaritana são unânimes em identificar


Moisés como o autor. Assim como Cristo, Pedro e Estevão também reconhecem
Moisés como o autor do livro (mt 19.7,9; Mc 10.3,4; At 3.22; 7.37)

O último capítulo, que contém o relato da morte de Moisés, foi escrito,


provavelmente, por seu amigo íntimo, Josué.

Data

Moisés e os israelitas iniciaram o Êxodo do Egito por volta de 1440 aC.


Chegaram à planícies de Moabe, onde Deuteronômio provavelmente tenha sido
escrito, em cerca de 1400 aC, na ocasião do discurso do conteúdo do livro ao povo,
“no mês undécimo, no primeiro dia do mês”, no ano quadragésimo de sua
peregrinação pelo deserto (1.3). Isso foi um pouco antes da morte de Moisés e do
início da liderança de Josué em guiar os israelitas a Canaã. Portanto, Dt cobre um
período inferior a dois meses, incluindo os trinta dias de lamento pela morte de
Moisés.

Contexto Histórico

Moisés tinha então 120 anos, e a Terra Prometida estava a sua frente. Ele
tirou os israelitas da escravidão no Egito e os guiou pelo deserto para receber a lei
de Deus no monte Sinai. Por causa da desobediência de Israel em se recusar a
entrar na terra de Canaã, a Terra Prometida, os israelitas perambularam sem destino
no deserto por trinta e oito anos. Agora se achavam acampados na fronteira oriental
de Canaã, no vale defronte de Bete-Peor, na região montanhosa do Moabe, de vista
para Jericó e a planície do Jordão. Quando os israelitas se preparavam para entrar
na Terra Prometida, deparou-se com um momento crucial em sua história - novos
inimigos novas tentações e nova liderança. Moisés reuniu o grupo para lembrá-los
da fidelidade do Senhor e para encorajá-los a serem fiéis e obedientes ao seu Deus
quando possuíssem a Terra Prometida.

Conteúdo

Dt é uma série de recomendações de Moisés aos israelitas enquanto ele se


prepara para morrer e eles se aprontam para entrar na Terra Prometida. Embora

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Deus o tivesse proibido de entrar em Canaã, Moisés experimenta um forte


sentimento de antecipação pelo povo. O que Deus havia prometido a Abraão, Isaque
e Jacó séculos antes estão prestes a se tornar realidade. Dt é proclamação de uma
segunda chance para Israel. A falta de fé e a infidelidade de Israel tinham impedido
a conquista de Canaã anteriormente. A maioria do povo junto de Moisés à entrada
da Terra Prometida não tinha testemunhado as cenas no Sinai; eles eram nascido e
criados no deserto. Sendo assim, Moisés os exorta trinta e cinco vezes para “entrar
e possuir” a terra. Ele os recorda trinta e quatro vezes de que essa é a terra que
Deus lhes está dando.

Enquanto essa nova geração de israelitas se prepara para entrar na Terra


Prometida, Moisés lhes recorda com vivacidade a fidelidade de Deus por toda a
história e os relembra de seu relacionamento singular de concerto com o Senhor.
Moisés percebe que a maior tentação dos israelitas na nova terra será abandonar a
Deus e cair na idolatria dos ídolos cananeus. Por conseguinte, Moisés está
preocupado com a perpetuação do concerto. Para preparar a nação para vida na
nova terra, Moisés expõe os mandamentos e os estatutos que Deus deu em seu
concerto. A Obediência a Deus equivale a vida, bênção, saúde e prosperidade. A
desobediência equivale a morte, maldição, doença e pobreza. O concerto mostrou
aos filhos de Deus o caminho para viver em comunhão com ele e uns com os outros.
A mensagem de Dt é tão poderosa que é citada mais de oitenta vezes no NT.

Cristo Revelado

Moisés foi o primeiro a profetiza a vinda do Messias, um Profeta como o


próprio Moisés (18.15). Notadamente, Moisés é a única pessoa com quem Jesus se
comparou: “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim
escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas
palavras?” (jo 5.46,47). Jesus costumava citar Dt. Quando lhe perguntavam o nome
do mandamento mais importante, ele respondia com Dt 6.5. Quando confrontado por
satanás em sua tentação, ele citava exclusivamente Dt (8.3; 6.16; 6.13; 10.20). É
muito significativo o fato de Cristo, que era perfeitamente obediente ao Pai, mesmo
até a morte, ter usado este livro sobre a obediência para demonstrar a sua
submissão à vontade do Pai.

O Espírito Santo em Ação

O tema unificador em toda a Bíblia é a atividade redentora de Deus. Dt


recorda ao povo que o Espírito de Deus havia estado com eles desde o tempo da
sua libertação do Egito até o momento presente e que ele continuaria a guiá-los e
protegê-los se permanecesse obediente às condições do concerto.

Em 2Pe 1.21 se descreve Moisés claramente: “homens santos de Deus


falaram inspirados pelo Espírito Santo”. Como porta voz de Deus, Moisés
demonstrou a presença do E. Santo enquanto profetizava para o povo. Várias de
suas profecias mais significantes incluíam a vinda do Messias (18.15), a dispersão
de Israel (30.1), o arrependimento (30.2) e a restauração (30.5) de Israel, a

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restauração e a conversão nacional e futura de Israel (30.5,6) e a prosperidade


nacional de Israel (30.9)

Esboço de Deuteronômio

I. O primeiro discurso de Moisés 1.1-4.43

Introdução 1.1-5
O passado recordado 1.6-3.29
Um chamado à obediência 4.1-40
Cidades de refúgio nomeadas 4.41-43

II. O segundo discurso de Moisés 4.44-26.19

Exposição dos Dez Mandamentos 4.44– 11.32


Exposição das leis cerimoniais 12.1-16.17
Exposição da lei civil 16.18-18.22
Exposição das leis criminais 19.1-21.9
Exposição das leis sociais 21.10– 26.19

III. O terceiro discurso de Moisés 27.1– 30.20

Cerimônia de retificação 27.1-26


Sanções do concerto 28.1-68
O juramento do concerto 29.1-30.20

IV. As palavras finais e a morte de Moisés 31.1– 34.12

Perpetuação do concerto 31.1-29


O cântico do testemunho 31.30-32.47
A bênção de Moisés sobre Israel 32.48—33.29
A Morte e a sucessão de Moisés 34.1-12

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Josué

Autor: Incerto (Josué) Data: Cerca de 1400—1375 a.C.

Autor

O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. O uso
do pronome “nós” e “nos” (como em 5.6) sustenta a teoria de que o autor deve ter
sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram durante estes períodos.
Js 24.26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué.

Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escritas por Josué. Sua
morte é registrada no capítulo final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que
ocorreram após a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe
(14.6-15); a vitória de Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens
paralelas em Jz 1.10-16 e Jz 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram
ap´´os a morte de Josué.

É mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um
escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.

Data

O Livro de Js cobre cerca de vinte anos da história de Israel sob a liderança


de Josué, assistente e sucessor de Moisés.

A data comumente aceita da morte de Josué é por volta de 1375 aC.


Portanto, o livro engloba a história de Israel entre 1400 aC e 1375 Ac e é provável
que tenha sido compilado pouco tempo depois.

Contexto Histórico

O livro começa nas vésperas da entrada de Israel em Canaã. Politicamente,


Canaã se dividia em várias cidades-estados, cada uma com seu governo autocrático
e todas hostis umas com as outras. Moralmente, as pessoas eram depravadas; a
anarquia e a brutalidade eram comuns. A religião Cananéia enfatizava a fertilidade e
o sexo, adoração da serpente e o sacrifício de crianças. O cenário estava
estabelecido e a terra propícia para a conquista.

Em contrapartida, o povo de Israel estava sem pátria havia mais de


quatrocentos anos (Gn 15.13). Eles tinham vivido em servidão aos Faraós egípcios e

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depois ficaram perambulando sem rumo no deserto por mais de quarenta anos.
Entretanto, embora imperfeitamente, continuavam fiéis ao único e verdadeiro Deus e
se apegavam à promessa que ele tinha feito ao antepassado deles, Abraão. Séculos
antes, Deus havia prometido transformar Abraão e seus descendentes em uma
grande nação e dar-lhes Canaã como pátria sob a condição de que eles
continuassem fiéis e obedientes a ele (Gn 17). Agora, eles estavam prestes a
vivenciar o cumprimento dessa promessa.

Conteúdo

O Livro de Josué é o sexto do AT e o primeiro de um grupo de livros chamado


os Profetas Anteriores. Coletivamente, esses livros traçam o desenvolvimento do
Reino de Deus na Terra Prometida até o cativeiro da Babilônia - Um período de
cerca de novecentos anos. Josué narra o período da entrada de Israel em Canaã
através da conquista, divisão e estabelecimento da Terra Prometida.

Cristo Revelado

Cristo é revelado no Livro de Js de três maneiras; por revelação direta, por


modelos e por aspectos iluminantes de sua natureza.

Em 5.13-15, o Deus Triúno apareceu a Josué como o “príncipe do exercito do


SENHOR” . Através de sua aparição, Josué teve certeza de que o próprio Deus era
o responsável. Era tarefa de Josué, bem como nossa , seguir os planos do príncipe,
além de conhecer o príncipe.

Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva. Pode-se encontrar tipos em


uma pessoa, em um ritual religioso e mesmo em um acontecimento histórico. O
próprio Josué era um modelo de Cristo. Se nome, que significa ”Jeová é Salvação”,
é um equivalente hebraico do grego “Jesus”. Josué guiou os israelitas até a
possessão de sua herança prometida, bem como cristo nos leva à possessão da
vida eterna.

O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe (2.18,21) ilustra a obra de


redenção de Cristo na cruz. O Pano cor de sangue pendurado na janela salvou
Raabe e sua família da morte. Assim, Cristo também derramou seu sangue e foi
pendurado na cruz para nos salvar da morte.

Um dos aspectos da natureza de Cristo revelada em Josué é o da promessa


cumprida. No final de sua vida, Josué testemunhou: “nem uma só promessa caiu de
todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus” (23.14). Deus, em
sua graça e fidelidade, sustentou e preservou seu povo tirando-os do deserto e
levando-o à Terra Prometida. Ele fará o mesmo por nós através de Cristo, que é a
Promessa.

O Espírito Santo em Ação

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Uma tendência constante da obra do ES flui através do Livro de Js.


Inicialmente, sua presença surge em 1.5, quando Deus conhecendo a esmagadora
tarefa de comandar a nação de Israel, forneceu a Josué a promessa de seu Espírito
sempre presente.

O trabalho do Espírito Santo era o mesmo antes de agora: ele atrai as


pessoas a um relacionamento de salvação com Cristo e realiza os propósitos do Pai.
Seu objetivo em Josué, bem como no AT, era a salvação de Israel, pois, foi através
dessa nação que Deus escolheu salvar o mundo (Is 63.7-9)

Várias características sobre a maneira como o Espírito operam podem ser


vistas em Josué. A obra do Espírito Santo é contínua: “Não te deixarei nem te
desampararei” (1.5). O Espírito Santo está comprometido a realizar a tarefa,
independentemente de quanto tempo demore. Sua presença contínua é necessária
para o sucesso do plano de Deus na vida dos homens. A obra do Espírito Santo é
mútua: “Tão somente sê forte e mui corajoso para teres cuidado de fazer segundo
toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita
nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares”
(1.7). Foi dito: “Sem ele, não podemos; sem nos ele não quer”. A cooperação com o
Espírito Santo é essencial à vitória. Ele nos habilita a cumprir nosso chamado e a
completar a tarefa ao nosso alcance. A obra do Espírito Santo é sobrenatural. A
queda de Jericó foi obtida mediante a destruição milagrosa de seus muros (6.20). A
vitória foi alcançada em Gibeão, quando o Espírito deteve o sol (10.12,13).
Nenhuma obra de Deus, seja a libertação da servidão ou possessão da bênção, é
realizada sem ajuda do Espírito.

Esboço de Josué

I. Preparação da herança 1.1-5.15

Mediante a escolha do líder do exército 1.1-18

1) Josué ouve o chamado 1.1-9


2) Josué dá o mandamento 1.10-15
3) Josué recebe estímulo 1.16-18

Mediante o preparo do exército para a batalha 2.1-5.15

1) Procurando a moral do inimigo 2.1-24


2) Posicionando o povo para a batalha 3.1-5.1
3) Fortalecendo as tropas para a guerra 5.2-12
4) Convencendo um líder a servir 5.13-15

II. Possuindo a herança 6.1-12.24

O território central 6.1-8.35

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1) A obediência traz a conquista - Jericó 6.1-27


2) O pecado traz a derrota - Acã 7.1-26
3) O arrependimento traz a vitória - Ai 8.1-29
4) A lei traz a bênção - Monte Ebal e monte Gerizim 8.30-35

O território do Sul 9.1-10.43

1) O engano traz o cativeiro - Gibeonitas 9.1-27


2) Os milagres trazem a liberação - Amorreus 10.1-43

O território do Norte 11.1-15


Revisando os territórios conquistados 11.16—12.24

1) Os territórios 11.16-23
2) Os reis 12.1-24

III. Compartilhando a herança 13.1-22.34

Distribuindo a herança 13.1-21.45

1) Partes ainda não conquistadas 13.1-7


2) Partes para Ruben, Gade e Manassés 13.8-33
3) Dividindo as partes a oeste da Jordânia 14.1-5
4) Uma parte para Calebe 14.6-15
5) Uma parte para Judá 15.1-63
6) Uma parte para Efraim e Manassés 16.1-17.18
7) Partes para as tribos restantes 18.1-19.48
8) Uma parte para Josué 19.49-51
9) Cidades de refúgio e para os levitas 20.1-6.21.42
10) Epílogo 22.1-34

Discutindo o futuro 22.1-34

1) Uma benção para as tribos do Leste 22.1-9


2) Uma explicação para o altar 22.10-34

IV. O discurso final de Josué e sua morte 23.1—24.33

Josué aconselha os líderes 23.1-16


Josué desafia o povo 24.1-28
Josué morre 24.29-33

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Juízes (Jz)

Autor: Desconhecido Data: Entre 1050 e 1000 a.C

Autor

O autor de Juízes é desconhecido. O Talmude atribui o livro de Juízes a


Samuel. Este bem pode ter escrito partes do Livro, já que se afirma que era um
escritor (1Sm 10.25).

Data

O Livro de Juízes cobre o período entre a morte de Josué e a instituição da


monarquia. A data real da composição do livro é desconhecida. No entanto,
evidências internas indicam que ele foi escrito durante o período inicial da monarquia
que se seguiu à coroação de Saul. Porém antes da conquista de Jerusalém por
Davi, cerca de 1050 a 1000 aC. Esta data tem o apoio de dois fatos: 1) As palavras
“naqueles dias, não havia rei em Israel” (17.6) foram escritas num período em que
Israel tinha um rei. 2) A declaração de que “os jubuseus habitaram com os filhos de
Benjamim em Jerusalém até ao dia de hoje” (1.21) aponta para um período anterior
à conquista da cidade por Davi (2Sm 5.6,7).

Contexto Histórico

Juizes cobrem um período caótico na história de Israel: cerca de 1380 a 1050


aC. Sob a liderança de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de
Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por ser conquistadas pelas tribos
individualmente. Israel praticava continuamente o que era mau aos olhos do Senhor
e “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos”
(21.25). Ao servirem de forma deliberada a deuses estranhos, o povo de Israel
quebrava a sua aliança com o Senhor. Em conseqüência, o Senhor os entregava

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nas mãos dos opressores. Cada vez que o povo clamava ao Senhor, este, com
fidelidade, levantavam um juiz a fim de prover libertação ao seu povo. Estes juizes, a
quem o Senhor escolheu e ungiu com o seu Espírito, eram militares e civis. O Livro
de Juizes não olha apenas retroativamente para a conquista de Canaã, liderada por
Josué, registrando as condições em Canaã durante o período dos juízes, mas
também antecipa o estabelecimento da monarquia em Israel.

Conteúdo

O Livro de Juizes está dividido em três seções principais: 1) Prólogo (1.1-3.6)


2) narrativas (3.7-16.31); e 3) epílogo (17.1-21.25). A primeira parte do prólogo (1.1-
2.5) estabelece o cenário histórico para as narrativas que seguem. Ali é descrita a
conquista incompleta da Terra Prometida (1.1-36) e a reprimenda do Senhor pela
infidelidade do povo à sua aliança (2.1-5). A segunda parte do prólogo (2.6-3.6)
oferece uma visão geral do corpo principal do Livro, que são as narrativas. Estas
descrevem os caminhos rebeldes de Israel durante os primeiros séculos na Terra
Prometida e mostram como o Senhor se relacionou com a nação naquele período,
um tempo caracterizado por um ciclo recorrente de apostasia, opressão,
arrependimento e libertação.

A parte principal do livro (3.7-16.31) ilustra esse padrão que se repete na


história antiga de Israel. Os israelitas faziam o que era mau aos olhos do Senhor
(apostasia); o Senhor os entregava nas mãos de inimigos (opressão); o povo de
Israel clamava ao Senhor (arrependimento); e, em resposta ao seu clamor, o Senhor
levantava libertadores a que ele capacitava com o seu Espírito (libertação). Seis
indivíduos - Otniel, Eúde, Débora, Gideão, Jefté e Sansão—, cujo papel de
libertadores é narrado com mais detalhes, são classificados como “juízes maiores”.
Seis outros que são mencionados rapidamente - Sangar, Tola, Jair, Ibsã, Elom e
Abdom—, são conhecidos como “juízes menores”. Um décimo terceiro personagem,
Abimeleque, está vinculado à história de Gideão.

Duas histórias são acrescentadas ao Livro de Juízes (17.1—21.15) na forma


de um epílogo. O propósito desses apêndices não és estabelecer um final ao
período dos juízes, mas descrever a corrupção religiosa e moral existente nesse
período. A primeira história ilustra a corrupção na religião de Israel. Mica
estabeleceu em Efraim uma forma pagã de culto ao Senhor, a qual foi adotada pelos
danitas quando estes abandonaram o território que lhes coube por herança e
migraram para o norte de Israel. A segunda história no epílogo ilustra a corrupção
moral de Israel ao relatar a infeliz experiência de um levita em Gibeá, no território de
Benjamim, e a conseqüente guerra benjamita. Aparentemente, o propósito desta
seção final do livro é ilustrar as conseqüências da apostasia e anarquia nos dias em
que “não havia rei em Israel”.

O Espírito Santo em Ação

A atividade do Espírito Santo do Senhor no Livro de Juízes é claramente retratada


na liderança carismática daquele período. Os seguintes atos heróicos de Otniel,
Gideão, Jefté e Sansão são atribuídos ao Espírito do Senhor:

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O Espirito do Senhor veio sobre Otniel (3.10) e o capacitou a libertar os israelitas


das mãos de Cusã-Risataim, rei da Síria.

Através da presença pessoal do Espírito do Senhor, Gideão (6.34) libertou o


povo de Deus das mãos dos midianitas. Literalmente, o Espírito do Senhor se
revestiu de Gideão. O Espírito do Senhor capacitou este líder escolhido por Deus e
agiu através dele para implementar o ato salvífico do Senhor em benefício do seu
povo.

O Espírito do Senhor equipou Jefté (11.29) com habilidades de liderança no


seu empreendimento militar contra os amonitas. A vitória de Jefté sobre os amonitas
foi o ato de libertação do Senhor em benefício de Israel.

O Espírito do Senhor capacitou Sansão e executar atos extraordinários. Ele


começou a impelir Sansão para sua carreira (13.25). O Espírito veio poderosamente
sobre ele em várias ocasiões. Sansão despedaçou um leão apenas com as mãos
(14.6). Certa vez matou trinta filisteus (14.19) e, em outra ocasião, livrou-se das
cordas que amarravam as suas mãos e matou mil filisteus com uma queixada de
jumento (15.14,15).

O mesmo Espírito Santo que deu condições a esses libertadores para que
fizesse façanhas e cumprissem os planos e propósitos do Senhor continuam
operantes ainda hoje.

Esboço de Juízes

I. Prólogo: As condições em Canaã após a morte de Josué 1.1-3.6

Continuação das conquistas pelas tribos de Israel 1.1-26


Conquista incompletas da terra 1.27-36
A aliança do Senhor é quebrada 2.1-5
Introdução ao período dos juízes 2.6 –3.6

II. História de opressões e libertações durante o período dos juízes 3.7-16.31

Opressão mesopotâmica por meio de Otniel 3.7-11

B) Opressão moabita por meio de Eúde 3.12-30


C) Opressão filistéia e libertação por meio de Sangar 3.31

Opressão cananita e libertação por meio de Débora e Baraque 4.1-5.31


Opressão midianita e libertação por meio de Gideão 6.1– 8.35
Breve reinado de Abimeleque 9.1-57
Carreira de Tola como Juiz 10.1,2
Carreira de Jair como Juiz 10.3-5
Opressão amonita e libertação por meio de Jefté 10.6 –12.7
Carreira de Ibsã como juiz 12.8-10
Carreira de Elom como juiz 12.11,12

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Carreira de Abdom como juiz 12.13-15


Opressão filistéia e libertação por meio de Sansão 13.1-16.31

III. Epílogo: Condições que ilustram o período dos juízes 17.1-21.25

Apostasia: A idolatria de Mica e a migração dos danitas 17.1 –18.31


Imoralidade: Atrocidade em Gibeá e a guerra benjamita 19.1-21.15

Rute (Rt)

Autor: Desconhecido (Samuel) Data: Entre 1050 e 500 aC

Autor

Os estudiosos discordam quanto à data do livro, porém o seu cenário histórico


é evidente. Os episódios relatados nos livro de Rute se passam durante o período
de Juízes, sendo parte daqueles eventos que ocorrem entre a morte de Josué e a
ascensão da influência de Samuel (provavelmente 1150 e 1100 aC).

A tradição rabínica assegura que Samuel escreveu o livro na segunda metade


do séc. XI aC. Apesar do pensamento crítico mais recente sugerir uma data pós-
exílica bem mais tardia (cerca de 500 aC), há evidências na linguagem da obra bem
como referencias a costumes peculiares próprios do séc. XII aC que recomendam a
aceitação da data mais antiga. É razoável supor que Samuel, que testemunhou o
declínio do reinado de Saul e foi divinamente instruído para ungir Davi como
escolhido de Deus para o trono, tivesse redigido o livro. Uma história tão comovente
como essa certamente já teria sido passada adiante oralmente entre o povo de
Israel, e a genealogia que a conclui indicaria uma conexão com os patriarcas,
oferecendo assim uma resposta a todos aqueles que, em Israel, indagassem pelo
passado familiar do seu rei.

Cristo Revelado

Boas representam uma das mais dramáticas figuras do AT que antecipa a


obra redentora de Jesus. A função de “parente remidor” cumprida de forma tão
elegante nas ações que promoveram a restauração pessoal de Rute, dá testemunho

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eloqüente a respeito disso. As ações de Boaz efetuam a participação de Rute nas


bênçãos de Israel e a incluem na linhagem familiar do Messias (Ef 2.19). Eis aqui
uma magnífica silhueta do Mestre, antecipando em muitos séculos a sua graça
redentora. Como nosso “parente chegado”, ele se torna carne—vindo como um ser
humano (Jo 1.14; Fp 2.5-8)

Esboço de Rute

I. Ima família hebraica em Moabe 1.1-22

Sofrimento de Noemi 1.1-5


Dedicação e promessa de Rute 1.6-18
Retorno a Belém 1.19-22

II. Uma mulher humilde no campo da colheita 2.1-23

Rute no campo de Boaz 2.1-3


Generosidade e proteção de Boaz 2.4-17
Noemi reconhecem a bondade de Deus 2.18-23

III. Um matrimônio planejado 3.1-18

Orientação de Noemi 3.1-5


Obediência de rute 3.6-13
Recompensa pela obediência 3.14-18

IV. Parente e remidor 4.1-22

Boaz, o remidor escolhido por Deus 4.1-12


Casamento de Boaz com Rute 4.13
Benção de Deus sobre Noemi 4.14-17
Genealogia de Davi 4.18-22

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1º Samuel (1Sm)

Autor: Incerto (Samuel) Data: Entre 931 e 722 aC.

Autor

O autor de 1Sm não é nomeado neste livro, mas é provável que Samuel ou
tenha escrito ou fornecido a informação para. 1.1-25.1, o que engloba sua vida e
ministério até sua morte. A autoria do restante de 1Sm não pode ser determinada
com certeza, mas alguns supõem que seja do sacerdote Abiatar.

Data

Por causa da referência à cidade de Ziclague, que “pertence aos reis de Judá,
até o dia de hoje” (27.6), e por outras referencias a Judá e a Israel, sabemos que
1Sm foi escrito depois da divisão da nação em 931 aC. Além disso, como não há
menção à queda de Samaria em 722 aC, deve ser datado antes deste evento. O
livro de 1Sm cobre um período de cerca de 140 anos, começando com o nascimento
de Samuel em redor de 1150 aC e terminando com a morte de Saul em redor de
1010 aC.

Conteúdo

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Israel havia sido governado por juizes que Deus levantou em momentos
cruciais da história da nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente
e politicamente. Havia estado sob a investida violentas e desalmadas dos filisteus. O
templo de Siló fora profanado e o sacerdócio se mostram corrupto e imoral. Em meio
a essa confusão política e religiosa surge Samuel, o milagroso filho de Ana. De uma
forma notável, a renovação e a alegria que esse nascimento trouxe à sua mãe
prefiguram o mesmo para a nação.

Os próprios filhos de Samuel não eram reflexos do seu caráter piedoso. O


povo não tinha confiança nos seus filhos; mas à medida que Samuel envelhecia,
pressionavam-no para que lhes desse um rei. Com relutância, ele acaba cedendo.
Saul, homem vistoso e carismático, é escolhido para tornar-se o primeiro rei. O seu
ego era tão grande quanto a sua estatura. Pela sua impaciência, exerceu funções
sacerdotais, em vez de esperar por Samuel. Depois de desprezar os mandamentos
de Deus, foi rejeitado por ele. Depois dessa rejeição, Saul tornou-se uma figura
trágica, consumida por ciúme e medo, perdendo gradualmente a sua sanidade.
Gastou os seus últimos anos numa incansável perseguição a Davi através das
regiões montanhosas e desérticas do seu reino, num desesperado esforço para
eliminá-lo. Davi, no entanto, encontrou um aliado em Jônatas, filho de Saul. Ele
advertiu Davi sobre os planos do seu pai para matá-lo. Finalmente, depois que Saul
e Jônatas são mortos em batalha, o cenário está pronto para que Davi se torne o
segundo rei de Israel.

Cristo Revelado

As semelhanças entre Jesus e o pequeno Samuel são surpreendentes.


Ambos são filhos de promessa. Ambos foram dedicados a Deus antes do
nascimento. Ambos forma pontes de transição de um estágio da história da nação
para outro. Samuel acumulou os ofícios de profeta e sacerdote; Cristo é profeta,
sacerdote e rei.

O fim trágico de Saul ilustra o destino final dos reinos terrenos. A única
esperança é um Reino de Deus na terra, cujo soberano seja o próprio Deus. Em
Davi começa a linhagem terrena do Rei de Deus. Em Cristo, Deus vem como Rei e
virá novamente como Rei dos reis.

Davi, o pequeno e humilde pastor, prefigura a Cristo, o bom pastor. Jesus


torna-se o Rei-pastor definitivo.

O Espírito Santo em Ação

1Sm contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os profetas,


bem como sobre Saul e seus servos. Em 10.6, o Espírito Santo vem sobre Saul, que

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profetiza e “se transforma em outro homem”, isto é, é equipado pelo Espírito para
cumprir o chamado de Deus.

Depois de ser ungido por Samuel, “desde aquele dia em diante, o Espírito do
SENHOR se apoderou de Davi” (16.13). O fenômeno do Espírito inspirando a
adoração ocorre no cap. 10 e em 19.20. Esse fenômeno não é como o frenesi
impregnado de emotividade dos pagãos, mas verdadeira adoração e louvor a Deus
pela inspiração do Espírito, em semelhança ao ocorrido no dia de Pentecostes (At 2)

Mesmo nos múltiplos usos do éfode, Urim e Tumim, esperamos ansiosamente


pelo momento em que o “Espírito da Verdade” nos irá guiar em “toda a verdade”,
nos falará sobre “o que há de vir” e “há de receber do que é meu (de Jesus)” e no-lo
“há de anunciar” (Jo 16.13,14)

Esboço de 1º Samuel

I. Renovação sob Samuel 1.1-7.17

Nascimento e infância de Samuel 1.1-2.36

1) Nascimento e dedicação de Samuel 1.1-2.11


2) Crescimento de Samuel e a corrupção dos filhos de Eli 2.12-36

Começo do ministério profético de Samuel 3.1-4.1

1) Seu chamado por Deus 3.1-9


2) Sua palavra para Eli 3.10-18
3) Seu ministério a todo Israel 3.19-4.1

O ministério de Samuel como juiz 4.2-7.17

1) A captura da arca pelos filisteus 4.2-11


2) A morte de Eli 4.12-22
3) Recuperação da arca por Israel 5.1-7.1
4) Samuel exorta ao arrependimento 7.2-6
5) Derrota dos filisteus 8.1– 15.35

II. O reinado de Saul 8.1 –15.35

Estabelecimento de Israel por um rei 8.1-12.25

1) A Exigência de Israel por um rei 8.1-22


2) Saul é escolhido e ungido rei 9.1-12.25

As guerras de Saul 13.1-14.52


Saul são rejeitadas por Deus 15.1-35

III. Declínio de Saul e ascensão de Davi 16.1-31.13

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A crescente proeminência de Davi 16.1-17.58

1) Sua unção por Samuel 16.1-13


2) Sua música diante de Saul 16.14-23
3) O conflito de Davi com os filisteus e os amelequitas 29.1-30.31
4) A morte de Saul 31.1-13

2º Samuel (2Sm)

Autor: sacerdote Abiatar, Samuel e outros. Data: Entre 931 e 722 aC.

Autor

Os dois livros hoje conhecidos como 1 e 2 Sm eram originalmente um só livro


denominado “O Livro de Samuel”. Não se sabe com exatidão quem realmente
escreveu o livro. Sem dúvida, Samuel registrou boa parte da história de Israel neste
período. No entanto, outros materiais haviam sido colecionados e puderam ser
usado como fontes pelo autor real. Três dessas fontes são mencionadas em 1Cr
29.29, a saber: as “crônicas de Samuel, o vidente”, as “crônicas do profeta Natã” e
as “crônicas de Gade, o vidente”. Tanto Gade como Abiatar tinham acesso aos
eventos da corte do reino de Davi, de forma que ambos são candidatos à autoria
desses dois livros.

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Data

Os dois livros devem receber uma data posterior à divisão do reino em duas
partes, divisão que aconteceu logo depois do governo de Salomão, 931 aC, por
causa do comentário encontrado em 1Sm 27.6 “pelo que Ziclague pertence aos reis
de Judá, até ao dia de hoje”. Embora, com freqüência, fosse traçada uma
diferenciação entre Israel e Judá, e embora Davi tenha reinado em Judá por sete
anos e meio antes da unificação do reino, não havia reis em Judá antes desta data.

Conteúdo

2 Sm trata da ascendência de Davi ao trono e dos quarenta anos do seu


reinado. O livro está enfocado na sua pessoa. E começa com a morte de Saul e
Jônatas na batalha do monte Gilboa. Davi é, então, ungido rei sobre Judá, sua
própria tribo. Há um jogo de pode pela casa de Saul entre Isbosete, filho de Saul e
Abner comandante-chefe dos exércitos de Saul. Embora a rebelião tenha sido
sufocada, esse relato sumário descreve os sete anos e meio anteriores à unificação
do reino por Davi. “E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi;
porém Davi se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (3.1)

Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a arca do
Testemunho da casa de Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada
dos filisteus (6.1-7.1).

O tema do Rei vindouro, o Messias, é introduzido quando Deus estabelece


uma aliança perpétua com Davi e seu reino. “Teu trono será firme para sempre”
(7.16)

Davi derrota com sucesso os inimigos de Israel, e inicia-se um período de


estabilidade e prosperidade. Tristemente, porém, a sua vulnerabilidade e fraqueza o
levam ao pecado com Bate-Seba e ao assassinato de Urias, esposo dela.

Apesar do arrependimento de Davi depois de confrontado com o profeta Natã,


as conseqüências da sua ação são declaradas com todas as letras: “Agora, pois,
não se apartará a espada jamais de tua casa” (12.10).

Absalão, filho de Davi, depois de uma longa separação de seu pai, instiga
uma rebelião contra o rei, e Davi foge de Jerusalém. A rebelião termina quando
Absalão, pendurado numa árvore pelos cabelos, é morto por Joabe.

Há uma desavença entre Israel e Judá a respeito da volta do rei a Jerusalém.


Um rebelde chamado Seba instiga Israel a abandonar Davi e a voltar para casa.
Embora Davi tome uma série de decisões desafortunadas e pouco sábias, a rebelião
é sufocada, e Davi é mais uma vez estabelecido em Jerusalém.

O livro termina com dois belos poemas, uma lista dos valentes de Davi e com
o pecado de Davi em fazer o censo dos homens de guerra de Israel. Davi se

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arrepende, compra a eira de Araúna e apresenta oferendas ao Senhor no altar que


constrói.

Cristo Revelado

Davi e seu reino esperavam a vinda do Messias. O cap. 7, em especial,


antecipa o futuro Rei. Deus interrompe os planos de Davi de construir uma casa
para a arca e explica que enquanto Davi não pode construir uma casa para Deus,
Deus está construindo uma casa para Davi, ou seja, uma linhagem que dure para
sempre.

Pela sua vitória sobre todos os inimigos de Israel, pela sua humildade e
compromisso com o Senhor, pelo seu zelo a favor da casa de Deus e pela
associação dos ofícios de profeta, sacerdote e rei na sua pessoa, Davi é um
precursor da Raiz de Jessé, Jesus Cristo.

O Espírito Santo em Ação

Jesus “explicou a obra do Espírito em Jo 16.8: E, quando ele vier convencerá


o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo.” Nós vemos claramente a ação do
Espírito Santo através desses dois modos em 2 Sm. Ele atuava com mais freqüência
através do sacerdócio. Sua atuação como conselheiro pode ser apreciada nas
muitas ocasiões em que Davi “consultou o Senhor” através do sacerdote e do éfode.

A obra de convencer e de condenar do Espírito é claramente percebida


quando o profeta Natã enfrenta Davi por causa do seu pecado com Bate-Seba e
Urias. O pecado de Davi é desnudado, a justiça é feita, e o julgamento é anunciado.
Isso, no quadro microcósmico de 2 Sm, ilustra o amplo ministério do Espírito Santo
no mundo através da igreja investida do poder do Espírito.

Esboço de 2º Samuel

I. Os triunfos de Davi 1.1-10.19

os triunfos políticos de Davi 1.1-5.25

1) O reino de Davi em Hebrom 1.1-4.12


2) O reino de Davi em Jerusalém 5.1-25

Os triunfos espirituais de Davi 6.1-7.29

1) Mudando a arca 6.1-23


2) Aliança de Deus com Davi 7.1-29

Os triunfos militares de Davi 8.1-10.19

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1) Triunfos sobre os seus inimigos 8.1-12


2) O governo Justo de Davi 8.13– 9.13
3) Triunfos sobre Ámom é Síria 10.1-19

II. As transgressões de Davi 11.1-27

O pecado do adultério 11.1-5


O pecado do Assassinato 11.6-27

1) Lealdade de Urias a Davi 11.6-13


2) Ordem de Davi para assassinar Urias 11.14-25
3) Casamento de Davi com Bate-Seba 11.26,27

III. Os problemas de Davi 12.1-13.36

Problemas na casa de Davi 12.1-13.36

1) Profecia de Natã 12.1-14


2) Morte do filho de Davi 12.15-25
3) Lealdade de Joabe a Davi 12.26-31
4) Incesto na casa de Davi 13.1-20
5) Absalão mata Amom 13.21-36

Problemas no reino de Davi 13.37—24.25

1) Rebelião de Absalão 13.37—17.29


2) Joabe mata Absalão 18.1-33
3) Restauração de Davi como rei 19.1– 20.26
4) Comentários sobre o reino de Davi 21.1—24.25

1º Reis (1Rs)

Autor: Desconhecido, (Alguns atribui à Jeremias) Data: Entre 560 e 538 aC.

Autor

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Como 1 e 2 Rs eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido


compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O
livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha
testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada
com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns têm indicado Esdras como
compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos
dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da
Babilônia ao redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos
abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável
é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude
declara que Jeremias tenha escrito Rs. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém
antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42; 52. Jeremias
talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-
30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Data

Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta,


acredita-se que a sua forma final estava pronta em algum momento da última parte
do séc. VI aC.

O último acontecimento mencionado em 2 Rs é a libertação do Rei Joaquim,


de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito
prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 aC
para que esta informação pudesse ser incluída. O autor de Rs teria mencionado,
provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da Babilônia para a
Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não há
menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido
escrito, provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs
tenha ocorrido uns trezentos anos mais cedo,

Contexto Histórico

Os acontecimentos descritos em 1 Rs abrangem um período de cerca de 120


anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi,
em cerca de 971 aC, até ao reinado de Josafá (o quarto rei do Reino de Judá) e o
reinado de Acazias (o nono rei do Reino de Israel), em cerca de 853 aC. Esse foi um
período difícil da história do povo de Deus, foram grandes mudanças e sublevações.
Havia luta interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso, em
que um reino estável, dirigido por um líder forte, dividiu-se em dois.

Conteúdo

1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2


Sm. Os compositores do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4
Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2 Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina

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de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis que
governaram durante este período.

Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de


Deus no lugar em que 1 e 2 Sm interrompem. No entanto, Reis é mais do que uma
simples compilação de acontecimentos políticos importantes ou socialmente
significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica tão
detalhada como se poderia esperar (400 anos em 47 capítulos). Ao contrário, 1 e 2
Rs são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor,
portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano
moral e religioso. Em 1 e 2 Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.

O Espírito Santo em Ação

1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é


chamado de “Espírito do Senhor”. As palavras de Obadias lá indicam que o ES
algumas vezes transportou Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 2.16)
Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo
uma experiência similar.

Há uma alusão, em 18.48 (“a mão do SENHOR”), à ação do ES em capacitar


Elias para operar milagres, A fórmula “mão do SENHOR” é uma referência à
inspiração dos profetas pelo Espírito de Deus (ver 2Rs 3.15 e Ez 1.3; comparar com
1Sm 10.6,10 e 19.20,23). Aqui “a mão do SENHOR” se refere ao ES que dotou Elias
com poderes sobrenaturais para realizar uma façanha surpreendente.

Além dessas passagens, 1Rs 22.24 pode ser outra referência ao ES. Esse
versículo se refere a um “espírito do SENHOR” e pode indicar que os profetas
compreendiam que o seu dom de profecia vinha do Espírito de Deus (ver 1Sm
10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita, então estaria em paralelo com
1Co 12.7-11, que confirma que a habilidade pra profetizar é realmente uma
manifestação do ES.

Esboço de 1º Reis

I. O reino unido 1.1-11.43

O estabelecimento de Salomão como rei 1.1.-2.46


A consagração de Salomão como rei 3.1-8.66
O erro de Salomão como rei 9.1-11.43

II. O reino dividido 12.1-22.53


A) A revolta e o reinado de Jeroboão em Israel 12.1-14.20

O reinado de Roboão em Judá 14.21-31


O reinado de Abdias em Judá 15.1-8
O reinado de Asa em Judá 15.9-24
O reinado de Nadabe em Israel 15.25-32

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O reinado de Baasa em Israel 15.33-16.7


O reinado de Elá em Israel 16.8-14
O reinado de Zinri em Israel 16.15-20
O reinado de Onri em Israel 16.21-28
O reinado de Acabe em Israel 16.29-22.40
O reinado de Josafé em Judá 22.41-50
O reinado de Acazias em Israel 22.51-53

2º Reis (2Rs)

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Autor: Desconhecido, (Alguns atribui à Jeremias) Data: Entre 560 e 538 aC.

Autor

2 Rs era originalmente a segunda metade de um livro que incluía 1 e 2Rs.


Esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos
babilônios em 586 aC. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que
este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa
ser determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns têm indicado
Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos
eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu
cativo da Babilônia ao redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos
“profetas”, muitos abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a
tese mais provável é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição
judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Rs. Esse famoso profeta
pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-
42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último
apêndice (2Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus
discípulos.

Data

Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta,


acredita-se que a sua forma final estava pronta em algum momento da última parte
do séc. VI aC.

O último acontecimento mencionado em 2 Rs é a libertação do Rei Joaquim,


de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito
prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 aC
para que esta informação pudesse ser incluída. O autor de Rs teria mencionado,
provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da Babilônia para a
Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não há
menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido
escrito, provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs
tenha ocorrido uns trezentos anos mais cedo,

Contexto Histórico

Os acontecimentos descritos em 2 Rs abrangem um período de cerca de 300


anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde o reinado de
Acazias (o nono rei Israel) ao redor de 853 aC., incluindo a queda de Israel para a
Assíria em 722 aC, passando pela deportação de Judá para a Babilônia em 586 aC
e terminando com a libertação do rei Joaquim em 560 aC. Esse foi um período difícil
da história do povo de Deus, foram grandes mudanças e sublevações. Havia luta
interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso na história do
povo de Deus: colapso e conseqüente cativeiro de ambas as nações.

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Conteúdo

1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2


Sm. Os compositores do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4
Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2 Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina
de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis que
governaram durante este período.

Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de


Deus no lugar em que 1 e 2 Sm interrompem. No entanto, 2Rs é mais do que uma
simples compilação de acontecimentos políticos importantes ou socialmente
significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica tão
detalhada como se poderia esperar (300 anos em 25 capítulos). Ao contrário, 2 Rs
são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto,
seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano moral e
religioso. Em 2 Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.

2Rs retoma a história trágica do “reino divido” quando Acazias está no trono
de Israel e Josafá governando sobre Judá. Assim como 1Rs, é dificil seguir o fluxo
da narrativa. O Autor ora está falando do Reino do Norte, Israel, ora do Reino do
Sul, Judá, traçando simultaneamente suas histórias. Israel teve 19 governantes,
todos ruins. Judá foi governado por 20 regentes, dos quais apenas oito foram bons.
2Rs recorda a história dos últimos 10 reis e dos últimos 16 governantes de Judá.
Alguns desses 26 governantes são mencionados em apenas poucos versículos,
enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida
àqueles que ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas
nações finalmente entraram em colapso.

Cristo Revelado

O fracasso dos profetas, sacerdotes, e reis do povo de Deus aponta para a


necessidade do advento de Cristo. Cristo é a combinação ideal desses três ofícios.
Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do ofício. Como profeta,
a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do grande profeta Elias (Mt 17.1-5),
Muitos dos milagres de Jesus são reminiscências das maravilhas que Deus fez
através de Elias e Eliseu em Reis. Além disso, Cristo é um sacerdote superior a
qualquer daqueles registrados em Reis (Hb 7.22-27). 1Rs ilustra vivamente a
necessidade de Cristo como o nosso Rei em exercício de suas funções. Quando
perguntado se era rei dos judeus, Jesus afirmou que era (Mt 27.11). No entanto,
Jesus é um Rei maior do que o maior dos seus reis (Mt 12.42). O reinado de cada
um desses 26 governantes já terminou, mas Cristo reinará sobre o trono de Davi pra
sempre (1Cr 17.14; Is 9.6), pois ele é “REI DOS REIS E SENHOR DOS
SENHORES” (Ap 19.16).

O Espírito Santo em Ação

1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é


chamado de “Espírito do Senhor”. As vezes transportava Elias de um lugar para

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outro (ver também 2Rs 18.12) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se
descreve Felipe como tendo uma experiência similar.

Há uma referência indireta ao ES na frase “Espírito de Elias” em 1.9,15. Aqui


Eliseu tenta receber o mesmo poder de Elias para levar adiante o ministério profético
do seu antecessor. O espírito enérgico ou o poder que capacitava Elias a profetizar
era o Espírito de Deus. 2Rs 2.9,16 fornece um paralelo interessante entre o AT e At
1.4-9 e 2.1-4. Elias foi elevado ao céu, Eliseu procurou a promessa de que receberia
poder para levar adiante o ministério do seu mestre, e a promessa foi cumprida. Da
mesma maneira, Jesus ascendeu, os discípulos aguardaram o cumprimento da
promessa, e o ES desceu para capacitá-los a levar adiante a obra que seu mestre
começou.

Uma alusão final ao ES aparece em 2Rs 3.15. Aqui a “mão do Senhor” veio
sobre Eliseu, capacitando-o a profetizar ao rei Josafá. A formula “a mão do
SENHOR” se refere à inspiração divina dos profetas.

Esboço de 2º Reis

I. I reino dividido 1.1-17.41

O reinado de Acazias em Israel 1.1-18


O reinado de Jorão em Israel 2.1-8.15
O reinado de Jeorão em Judá 8.16-24
O reinado de Acazias em Judá 8.25-9.29
O reinado de Jeú em Israel 9.30-10.36
O reinado da rainha Atalia em Judá 11.1-16
O reinado de Joás em Judá 11.17-12.21
O reinado de Jeocaz em Israel 13.1-9
O reinado de Jeoás em Israel 13.10-25
O reinado de Amazias em Judá 14.1-22
O reinado de Jeroboão II em Israel 14.23-29
O reinado de Azarias em Judá 15.1-7
O reinado de Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías e Peca em Israel 15.8-31
O reinado de Jotão em Judá 15.32-38
O reinado de Acaz em Judá 16.1-20
O reinado de Oséias em Israel 17.1-5
O cativeiro de Israel para a Assíria 17.6-41

II. Somente o reino de Judá 18.1-25.30

O reinado de Ezequias 18.1-20.21


O reinado de Manassés 21.1-18
O reinado de Amon 21.19-26
O reinado de Josias 22.1-23.30
O reinado de Joacaz 23.31-34
O reinado de Jeoaquim 23.35-24.7
O reinado de Joaquim 24.8-16

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O reinado de Zedequias 24.17-20


A queda de Jerusalém 25.1-7
O cativeiro de Judá pra a Babilônia 25.8-26
A libertação de Joaquim 25.27-30

1º Crônicas (1Cr)

Autor: Atribuído a Esdras Data: Entre 425 e 400 aC

Autor

1 e 2 Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa


obra não é explicitada em 1 nem em 2 Cr, muitos optaram por se referir a esse autor
desconhecido simplesmente como “o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato
mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude
afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 cr (2Cr
36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não
apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1Cr, mas pode ser
também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento
uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estido, vocabulário e
conteúdo similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel
significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar
de não podermos afirmar com certeza absoluta, é razoável assumir que “ o cronista”
tenha sido Esdras.

Data

Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Cr, é provável que a
sua forma final tenha surgido lá pelo final do séc. V aC. O último evento registrado
nos versículos finais de 2 Cr é o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta
dos judeus para Judá. É datado como 538 aC e dá a impressão de que Crônicas
tenha sido composto pouco tempo depois. No entanto, a última pessoa mencionada
em 1 e 2 Cr é realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver 1Cr 3.24).
Jeoaquim foi deportado pra a Babilônia em 597 aC. Dependendo de como essas
gerações são medidas (cerca de 25 anos), o nascimento de Anani pode ter
acontecido entre 425 e 400 aC. Portanto, a data para 1 e 2Cr pode ser situada entre
425 e 400 aC.

Contexto Histórico

O livro de 1Cr cobre o período que vai de Adão até a morte de Davi, ao redor
de 971 aC. É um período de tempo extraordinário, pois abrange o mesmo período
coberto pelos primeiros 10 livros do AT, de Gn até 2Sm. Se as genealogias de 1 Cr
1-9 fosse ignoradas, 1 e 2Cr cobririam aproximadamente o mesmo período de
tempo de 1 e 2Rs. No entanto, o cenário específico de 1 e 2Cr é o período de tempo
que vem depois do exílio. Durante essa época, o mundo antigo estava sob o
controle do poderoso Império Perda. Tudo o que restou dos gloriosos reinados de

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Davi e Salomão foi a pequena província de Judá. Os persas substituíram o rei por
um governador provincial. Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra
voltar para Jerusalém e reconstruir o templo, a sua situação era muito diferente da
dos anos dourados de Davi e Salomão.

Conteúdo

No texto original hebraico, 1 e 2Cr formavam um só livro chamado de


“Acontecimentos dos Dias”. Foi dividido e recebeu um novo nome pelos tradutores
do AT em grego (septuaginta ou LXX): “Coisas que Acontecem”. O nome atual,
Crônicas, foi dado por Jerônimo. Não é uma continuação da história do povo de
Deus, mas uma duplicação e um suplemento de 1 e 2Sm e 1 e 2Rs.

Se 1 e 2Cr são considerados uma única obra, podem ser divididos em quatro
seções principais: 1Cr é composto por genealogias (caps. 1-9) e descreve em linhas
gerais o reinado de Davi (caps. 10-29). 2Cr relata o reinado de Salomão (caps. 1-9)
e descreve os reinados dos vinte governantes de Judá (caps.10-36).

O livro de 1Cr tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída por
9 capítulos de genealogias. A genealogia começa com Adão e continuam,
atravessando todo o período do exílio, até àqueles que retornaram para Jerusalém.
Com freqüência não se dá muita importância a esta seção. Contudo, assim como
nos Evangelhos de Mt e Lc, as genealogias forma a base das narrativas que se
seguem. 1Cr está carregado de genealogias para sublinhar a necessidade de
pureza racial e religiosa. As genealogias são compiladas seletivamente para realçar
a linhagem de Davi e da tribo de Levi.

A segunda parte de 1Cr (caps. 10-29) registra os eventos e realizações do rei


Davi. O cap. 10 serve como prólogo para resumir o reinado e a morte ro rei Saul.
Nos caps. 11 e 12, Davi se torna rei e conquista Jerusalém. O restante das
narrativas sobre Davi está enfocada sobre três aspectos significativos do seu
reinado, ou seja, o transporte da arca do Testemunho pra Jerusalém (caps. 13-17),
suas proezas militares (caps. 18-20) e os preparativos para a construção do tempo
(caps. 21-27). Os dois últimos capítulos de 1Cr recorda os últimos dias de Davi.

O Espírito Santo em Ação

Há duas referências claras ao ES em 1Cr. A primeira´está em 12.18, em que


o “Espírito” entrou em Amasai e o capacitou a fazer uma declaração inspirada. E a
segunda em 28.12, a qual explica que por meio do ministério do Espírito (ânimo) os
planos do templo foram revelados a Davi.

Esboço de 1º Crônicas

I. As raízes do povo de Deus 1.1– 9.44

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A herança dos filhos de Jacó 1.1-2.2


A herança da linhagem de Davi em Judá 2.3-3.24
A herança das doze tribos 4.1-8.40
A herança do remanescente 9.1-34
A herança do rei Saul em Benjamim 9.35-44

II. O reinado do rei Davi 10.1-29.30

A confirmação de Davi como rei 10.1-12.40


A aquisição da arca por Davi 13.1-17.27
Progressos militares de Davi 18.1-20.8
Preparativos de Davi para a construção do templo 21.1-27.34
Últimas declarações de Davi 28.1 –29.30

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2º Crônicas (2Cr)

Autor: Atribuído a Esdras Data: Entre 425 e 400 aC

Autor

1 e 2 Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa


obra não é explicitada em 1 nem em 2 Cr, muitos optaram por se referir a esse autor
desconhecido simplesmente como “o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato
mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude
afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 cr (2Cr
36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não
apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1Cr, mas pode ser
também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento
uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estido, vocabulário e
conteúdo similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel
significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar
de não podermos afirmar com certeza absoluta, é razoável assumir que “ o cronista”
tenha sido Esdras.

Data

Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Cr, é provável que a
sua forma final tenha surgido lá pelo final do séc. V aC. O último evento registrado
nos versículos finais de 2 Cr é o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta
dos judeus para Judá. É datado como 538 aC e dá a impressão de que Crônicas
tenha sido composto pouco tempo depois. No entanto, a última pessoa mencionada
em 1 e 2 Cr é realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver 1Cr 3.24).
Jeoaquim foi deportado pra a Babilônia em 597 aC. Dependendo de como essas
gerações são medidas (cerca de 25 anos), o nascimento de Anani pode ter
acontecido entre 425 e 400 aC. Portanto, a data para 1 e 2Cr pode ser situada entre
425 e 400 aC.

Contexto Histórico

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O livro de 2Cr cobre o período que vai do começo do reinado de Salomão, em


971 aC, até ao final do exílio ao redor de 538 aC. No entanto, o cenário específico
de 1 e 2Cr é o período de tempo que vem depois do exílio. Durante essa época, o
mundo antigo estava sob o controle do poderoso Império Perda. Tudo o que restou
dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi a pequena província de Judá. Os
persas substituíram o rei por um governador provincial. Apesar de que o povo de
Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e reconstruir o templo, a sua
situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e Salomão.

Conteúdo

No texto original hebraico, 1 e 2Cr formavam um só livro chamado de


“Acontecimentos dos Dias”. Foi dividido e recebeu um novo nome pelos tradutores
do AT em grego (septuaginta ou LXX): “Coisas que Acontecem”. O nome atual,
Crônicas, foi dado por Jerônimo. Não é uma continuação da história do povo de
Deus, mas uma duplicação e um suplemento de 1 e 2Sm e 1 e 2Rs.

O livro de 2Cr tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída


pelos primeiros 9 capítulos (caps. 1-9) descreve em linhas gerais o governo do rei
Salomão. A narrativa dá bastante importância à construção do templo (caps. 2-7)
bem como à riqueza e à sabedoria desse extraordinário rei (caps. 8-9). A narrativa,
no entanto, termina abruptamente e não faz menção das fraquezas de Salomão,
conforme registradas em 1Rs 11.

A segunda seção do Livro é formada pelos caps. 10 a 36. Depois da divisão


do reino, se concentram quase que exclusivamente no Reino do Sul, Judá, e
discorre sobre a história do Reino do Norte, Israel, só ocasionalmente. 2Cr traça a
hist´´oria dos reinados dos 20 governantes de Judá até ao cativeiro babilônico do
Reino do Sul em 586 aC. O livro conclui com o decreto de Ciro libertando e
permitindo a volta do povo p ara Judá (36.22,23).

O Espírito Santo em Ação

Há três referências claras ao ES em 2Cr. É identificado como o “Espírito de


Deus” (15.1; 24.20) e como o “Espírito do SENHOR” (20.14). Nessas referências, o
ES inspirou ativamente Azarias (15.1), Jaaziel (20.14) e Zacarias (24.20) para que
falassem da parte de Deus.

Além dessas referências, muitos vêem a presença do ES na dedicação do


templo (5.13,14).

Esboço de 2º Crônicas

I. O período de governo do rei Salomão 1.1-9.31

A ascensão de Salomão como rei 1.1-17


A realização da construção do tempo 2.1-7.22
A riqueza de Salomão 8.1-9.31

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II. Os governos dos reis de Judá 10.1-36.16

O reinado de Roboão 10.1-12.16


Abias 13.1-22
Asa 14.1-16.14
Josafá 17.1-20.37
Jeorão 21.1-20
Acazias 22.1-9
Atalia 22.10-23.15
Joás 23.16-24.27
Amazias 25.1-28
Uzias 26.1-23
Jotão 27.1-9
Acaz 28.1-27
Ezequias 29.1-32.33
Manassés 33.1-20
Amon 33.21-25
Josias 34.1-35.27
Joacaz 36.1-3
Jeoaquim 36.4-8
Joaquim 36.9-10
Zedequias 36.11-16

III. Cativeiro e retorno de Judá 36.17-23

O cativeiro de Judá por Babilônia 36.17-21


O decreto de Ciro para o retorno de Judá 36.22,23

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Esdras (Ed)

Autor: Atribuído a Esdras Data: Entre 538 e 457 a.C

Autor

O livro de Esdras, cujo nome provavelmente signifique “ O Senhor tem


ajudado”, deriva o seu título do personagem principal dos caps. 7-10. Não é possível
saber com absoluta certeza se foi o próprio Esdras quem compilou o livro ou se foi
um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que
Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com 1 e 2 Crônicas e
Neemias. A Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro.

O próprio Esdras era um sacerdote, um “escriba das palavras, dos


mandamentos do SENHOR” (7.11). Liderou o segundo dos três grupos que
retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu
firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7.10).

Data

Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e


caem em dois segmentos distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca
de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e
a reconstrução do templo.

Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração


do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia, para publicar um édito que dizia que
todo judeu que assim desejasse poderia retornar pra Jerusalém a fim de reconstruir
o templo e a cidade. Um grupo de fiéis responde e partiu em 538 aC sob a liderança

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de Zorobabel. A construção do templo é iniciada, mas a oposição dos habitantes não


judeus desencoraja o povo, e a obra é interrompida. Deus, então, levanta os
ministérios proféticos de Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a
obra. Embora bem menos esplêndido que o templo anterior, o de Salomão, o novo
templo é completado e dedicado em 515 aC.

Aproximadamente 60 anos depois (458aC), outro grupo de exilados volta para


Jerusalém liderados por Esdras (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Ataxerxes,
com somas adicionais de dinheiro e valores para intensificar o culto no templo.
Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para
supervisionar o povo.

Já em Jerusalém, Esdras assumiu o ministério de reformador espiritual, o que


deve ter durado cerca de um ano. Depois disso, viveu, provavelmente, com um
influente cidadão até à época de Neemias. Sacerdote dedicado, Esdras encontra um
Israel que tinha adotado muitas das práticas dos habitantes pagãos; ele chama
Israel ao arrependimento e a uma renovada submissão à Lei, ao ponto do divórcio
de suas esposas pagãs.

Conteúdo

Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a


infidelidade do homem.

Deus havia prometido através de Jeremias (25.12) que o cativeiro babilônico


teria duração limitada. No momento apropriado, cumpriu fielmente a sua promessa e
induziu o espírito do rei Ciro da Pérsia a publicar um édito para o retorno dos
exilados (1.1-4). Fielmente, concedeu liderança (Zorobabel e Esdras), e os exilados
são enviados com despojos, incluindo itens que haviam sido saqueados do templo
de Salomão (1.5-10)

Quando o povo desanimou por causa da zombaria dos inimigos, Deus


fielmente levantou Ageu e Zacarias para encorajar o povo a completar a obra. O
estímulo dos profetas trouxe resultados (5.1,2).

Finalmente, quando o povo se desviou das verdades da sua apalavra, Deus


fielmente enviou um sacerdote dedicado que habilidosamente instruiu o povo na
verdade, chamando-o à confissão de pecado e ao arrependimento dos seus
caminhos perversos (caps. 9-10).

A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Apesar do seu


retorno e das promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos seus inimigos e
desistiu temporariamente (4.24). Posteriormente, depois de completada a obra, de
forma que pudesse adora a Deus em seu próprio templo (6.16.18), o povo se tornou
desobediente aos mandamentos de Deus; desenvolve-se uma geração inteira cujas

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“iniqüidades se multiplicaram sobre as vossas cabeças” (9.6). Contudo, como foi dito
acima, a fidelidade de Deus triunfa em cada situação.

O Espírito Santo em Ação

A obra do ES em Esdras pode ser vista claramente na ação providencial de


Deus em cumprir as suas promessas. Isto é indicado pela frase “ a mão do Senhor”,
que aparece seis vezes.
Foi pelo Espírito que “despertou o Senhor o espírito de Ciro” (1.1) e “tinha mudado o
coração do rei da Assíria” (6.22). Teria sido também pelo ES que “Ageu, profeta e
Zacarias... Profetizaram aos Judeus” (5.1).

A obra do ES é vista na vida pessoal de Esdras, tanto no sentido de obrar


nele (“Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor”, 7.10),
como no sentido de atuar em seu favor (“o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira”. 7.6)

Esboço de Esdras

I. O retorno sob a liderança de Zorobabel 1.1-2.70

Ciro proclama o retorno de Israel 1.1-4


O povo se prepara para o retorno 1.5-11
Os nomes e a numeração dos primeiros que voltaram 2.1-67
Ofertas voluntárias dos que retornaram 2.68-70

II. O processo de reconstrução do templo 3.1 –6.22

A reconstrução do altar e o começo dos sacrifícios 3.1-7


Os alicerces são colocados em meio a choro e louvor 3.8-13
Os inimigos desencorajam o projeto do templo 4.1-5
Bislão e seus companheiros se queixam a rei Artaxerxes 4.6-16.
Artaxerxes ordena a interrupção da obra 4.17-24
Tetenai tenta para a construção do templo 5.1-17
Dario assegura a Tatenai que o projeto é legal 6.1-12
Conclusão e dedicação do templo 6.13-18
Celebração da Páscoa 6.19-22

III. O retorno sob a liderança de Esdras 7.1-8.36

Esdras parte da Babilônia com outro grupo de exilados 7.1-10


Artaxerxes escreve uma carta de apoio a Esdras 7.11-28
Os nomes e a numeração do segundo grupo que retornou 8.1-20
Retorno dos exilados para Jerusalém 8.21-36

IV. A reforma de Esdras 9.1-10.44

Esdras confessa as transgressões de Israel 9.1-15


Os líderes de Israel concordam com a reforma 10.1-44

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Neemias (Ne)

Autor: Neemias Data: Cerca de 423 aC

Autor

O título atual do livro é derivado do seu personagem principal, cujo nome


aparece em 1.1. A nossa primeira imagem de Neemias é quando ele aparece em
seu papel de copeiro na corte de Artaxerxes. Um copeiro tinha uma posição de
grande confiança como conselheiro do rei e a responsabilidade de proteger o rei de
envenenamento. Enquanto Neemias, sem dúvida, desfrutava o luxo do palácio, o
seu coração estava em Jerusalém, uma pequena cidade nas longínquas fronteiras
do império.

A oração, o jejum, as qualidade de liderança, a poderosa eloqüência, as


habilidades organizacionais criativas, a confiança nos planos de Deus e a rápida e
decisiva resposta aos problemas qualificavam Neemias como um grande líder e
como um grande homem de Deus. Mais importante ainda: ele deixa transparecer um
espírito de sacrifício, cujo único interesse é resumido na sua repetida oração:
“Lembra-te de mim pra bem, ó meu Deus!”

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Data

Nas escrituras, o livro de Neemias formava uma unidade com Esdras. Muitos
estudiosos consideram Esdras como o autor/compilador de Esdras - Neemias bem
como de 1 e 2 Crônicas. Ainda que não tenhamos muita certeza, parece que
Neemias contribuiu com parte do material contido no livro que leva o seu nome
(caps.1-7; 11-13).

Jerônimo, que traduziu a Bíblia ao latim, honrou Neemias ao dar o seu nome
ao livro em que aparece como personagem principal. Neemias significa “Jeová
consola”. A história começa no livro de Esdras e se completa em Neemias. Neemias,
que serviu duas vezes como governador da Judéia, deixa a Pérsia para realizar a
sua primeira missão no vigésimo ano de Artaxerxes I da Pérsia, que reinou de 465
até 424 aC (2.1). Retorna à Pérsia no trigésimo segundo ano de reinado de
Artaxerxes (13.6) e volta novamente para Jerusalém “ao cabo de alguns dias”.

Pelo conteúdo do livro, sabe-se que a obra somente pode ter sido escrita
algum tempo depois da volta de Neemias da Pérsia para Jerusalém. Talvez a sua
redação final tenha sido completada antes da morte de Artaxerxes I em 424 aC; ao
contrário, a morte de um monarca tão benigno provavelmente teria sido mencionada
em Ne.

O período histórico coberto pelos livros de Esdras e Neemias é de cerca de


110 anos. O período de reconstrução do templo sob Zorobabel, inspirado pela
pregação de Zacarias e Ageu, foi de 21 anos. 60 anos mais tarde, Esdras causou
um despertar do fervor religioso e promoveu um ensino adequado sobre o culto no
templo. 13 anos depois, Neemias veio pra construir os muros. Talvez Malaquias
tenha profetizado durante aquela época. Se foi assim, Neemias e Malaquias
trabalharam juntos para erradicar o mal que significava o culto a muitos deuses e
atacaram o pecado da associação com o povo que havia sido forçada a recolonizar
aquelas regiões pelos assírios cerca de 200 anos antes. Tiveram tanto sucesso, que
durante o período intertestamental o povo de Deus não voltou à idolatria. Dessa
maneira, quando veio o Messias, pessoas como Isabel e Zacarias, Maria e José,
Simeão, Ana, os pastores e outros eram pessoas piedosas com que Deus iria se
comunicar.

Conteúdo

Neemias expressa o lado prático, a vivência diária da nossa fé em Deus.


Esdras havia conduzido o povo a uma renovação espiritual, enquanto Neemias era o
Tiago do AT, desafiando o povo a mostrar a sua fé por meio das obras.

A primeira seção do livro (caps. 1-7) fala sobre a construção do muro. Era
necessário para que Judá e Benjamim continuassem a existir como nação. Durante
o período da construção dos muros, os crentes comprometidos, guiados por esse
líder dinâmico, venceram a preguiça (4.6), zombaria (2.20), conspiração (3.9)e
ameaças de agressão física (4.17).

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A segunda seção do Livro (caps. 8-10) é dirigida ao povo que vivia dentro dos
muros. A aliança foi renovada. Os inimigos que moravam na cidade foram exposto e
tratados com muita dureza. Para guiar esse povo, Deus escolheu um home de
coração reto e com uma visão clara dos temas em questão, colocou-o no lugar certo
no momento certo, equipou-o com o seu Espírito e o enviou pra fazer proezas.

Na última seção (caps.11-13), o povo é restaurado à obediência da Palavra


de Deus, enquanto Neemias, o leigo, trabalha junto com Esdras, o profeta. Como
governador durante esse período, Neemias usou a influência do seu cargo para
apoiar a Esdras e exercer uma liderança espiritual. Aqui se revela um homem que
planeja sabiamente suas ações (“considerei comigo mesmo no meu coração”) e um
homem cheio de ousadia (“contendi com os nobres”)

O Espírito Santo em Ação

Desde a criação, o ES tem sido o braço executivo de Deus na terra. Eliú falou
a verdade quando disse a Jó: “O Espírito de Deus na terra me fez” (Jó 33.4). Aqui
aparece um padrão constante: é o Espírito de Deus que age para fazer de nos o que
Deus quer que sejamos. Ne 2.18 diz: “Então, lhes declarei como a mão do meu
Deus me fora favorável.” A mão de Deus, seu modo de agir sobre a terra, é o
Espírito Santo.

Neemias, cujo nome significa “Jeová conforta”, foi claramente um instrumento


do ES. Sob o poder do ES, certamente se tornou modelo da forma de atuar do ES e
foi uma dos primeiros cumprimentos dessa memorável profecia.

Esboço de Neemias

I. Neemias: do exílio à reconstrução das muralhas de Jerusalém 1.1-7.73

Autorização de Artaxerxes para reconstruir as muralhas 1.1-2.8


Planejando o trabalho, motivando e organizando os trabalhos 2.9-3.32
Oposição e defesa 4.1-23
Rechaço contra a extorsão e usura pelo exemplo piedoso de Neemias 5.1-9
As muralhas são completadas apesar das intrigas maldosas 6.1-7.3
Restabelecimento dos cidadãos de Jerusalém 7.3-73

II. Esdras e Neemias trabalham juntos para estabelecer o povo 8.1-10.39

Lendo a Bíblia 8.1-12


Celebração da Festa dos Tabernáculos 8.13-18
Confissão de pecado pessoal e coletivo 9.1-37
Compromisso de guardar a lei e manter o templo 9.38– 10.39

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III. Verdadeiro arrependimento produz justificação 11.1 –12.26

Censo de Jerusalém e vilas vizinhas 11.1 –12.26


Dedicação das muralhas e provisão para as finanças do templo 12.27-13.3
Segundo período de governo de Neemias, incluindo reformas posteriores e uma
oração final 13.4-31

Ester (Et)

Autor: Desconhecido Data: Cerca de 465 aC

Autor

O nome do autor é desconhecido. Mas o livro foi escrito por um judeu que
conhecia os costumes e a linguagem dos persas. Talvez Mardoqueu ou Esdras
tenha sido o autor.

Data

O livro de Ester é uma narração bem elaborada, que relata como o povo de
Deus foi preservado da ruína durante o séc. V aC.

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O livro toma seu nome de uma mulher judia, bela e órfã, que tornou-se rainha
do rei persa Assuero. Acredita-se que este rei tenha sido Xerxes I, que sucedeu
Dario I, em 485 aC, e governou 127 províncias, desde a Índia até a Etiópia, durante
vinte anos. Viveu em Susã, a capital persa. Naquela época, certo número de judeus
ainda se encontrava na Babilônia sob o governo persa, embora tivesse liberdade
para retornar a Jerusalém (Et 1-2) há mia de cinqüenta anos. A história se desenrola
num período de quatro anos, iniciando no terceiro ano do reinado de Xerxes.

Conteúdo

Ester é um estudo da sobrevivência do povo de Deus em meio à hostilidade.


Hamã, o homem mais importante depois do rei, deseja a aniquilação dos judeus. Ele
manipula o rei para que execute os judeus. Ester é introduzida em cena e Deus faz
uso dela para salvar seu povo. Hamã é enforcado; e Mardoqueu, líder dos judeus no
Império Persa, se torna primeiro ministro. A festa de Purim é instituída para marca a
libertação dos judeus.

Um aspecto peculiar no Livro de Ester é que o nome de Deus não é


mencionado. No entanto, vestígios de Deus e seus caminhos transparecem em todo
o livro, especialmente na vida de Ester e Mardoqueu. Da perspectiva humana, Ester
e Mardoqueu foram as duas pessoas do povo menos indicadas pras desempenhar
funções importantes na formação da nação. Ele era um judeu benjamita exilado; ela
era prima órfã de Mardoqueu, adotada por este (2.7). A maturidade espiritual de
Ester se percebe na virtude dela saber esperar pelo momento que Deus julgou
adequado, para, então, pedir ao rei a salvação do povo e denunciar Hamã (5.6-8;
7.3-6). Mardoqueu também revela maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse
a ocasião correta e lhe orientasse. Em conseqüência, ele soube o tempo certo de
Ester desvendar sua identidade judaica (2.10). Esta espera divinamente orientada
provou se crucial (6.1-14; 7.9,10) e comprova a base espiritual do livro.

Finalmente, tanto Ester quanto Mardoqueu temiam a Deus, não a homens.


Independentemente das conseqüências, Mardoqueu recusou-se a prestar honras a
Hamã. Ester arriscou sua vida por amor do seu povo quando foi ao rei sem ter sido
convidada. A missão de Ester e Mardoqueu sempre foi salvar a vida que o inimigo
planejava destruir (2.21-23; 4.1-17; 7.1-6; 8.3-6) Como resultado, conduziram a
nação à liberdade, foram honrados pelo rei e receberam autoridade, privilégios e
responsabilidades.

O Espírito Santo em Ação

Embora não se mencione diretamente o ES, sua ação produziu em Ester e


Mardoqueu profunda humildade, conduzindo-os ao amor mútuo e à lealdade (Rm
5.5)

O ES também dirigiu e fortaleceu Ester para jejuar pelo seu povo e pedir que
este fizesse o mesmo. (Rm 8.26,27).

Esboço de Ester

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I. Uma nova rainha é escolhida 1.1-2.17

O rei Assuero mostra seu poder e celebra uma festa 1.1-8


A rainha Vasti e deposta 1.9-22
Ester é escolhida para ser rainha 2.1-18

II. A vida do rei é salva 2.19-23

Mardoqueu descobre uma conspiração 2.19-21


Ester informa o rei 2.22-23

III. É feito um plano contra os judeus 3.1-4.17

Hamã planeja destruir os judeus 3.1-15


Mardoqueu persuade Ester a intervir 4.1-14
Ester solicita a ajuda de Mardoqueu 4.15-17

IV. Mardoqueu é exaltado 5.1-6.14

Ester prepara um banquete 5.1-8


Hamã planeja destruir Mardoqueu 5.9-14
Hamã é forçado a honrar Mardoqueu 6.1-14

V. Hamã é enforcado 7.1-10

Ester revela sua identidade e expõe Hamã 7.1-6


Hamã e enforcado na forca preparada para Mardoqueu 7.7-10

VI. Os judeus são salvos 8.1 –9.17

Ester leva seu pedido ao rei 8.1-6


O rei emite um decreto a favor dos judeus 8.7-17
Os judeus derrotam seus inimigos 9.1-17

VII. A Festa de Purim é estabelecida 9.18-10.3

Os judeus celebram o primeiro Purim 9.18-32


O rei eleva Mardoqueu 10.1-3

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Jó (Jó)

Autor: Incerto (Moises ou Salomão) Data: Não especificada ( do séc. V ao II


aC)

Autor

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A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros


atribuem a um dos antigos sábios, cujos escritos podem se encontrados em
Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o próprio Salomão tenha sido seu autor.

Data

Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do


período patriarcal (cerca de 2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não
concordarem quanto à época em que foi compilado, este texto é obviamente o
registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que atribuem o livro a Moisés,
acham que a história surgiu lá pelo séc. XV aC. Ouros acham que surgiu lá pelo séc.
II aC. A maior parte dos conservadores atribui Jó ao período salomônico, pela
metade do séc. X aC.

Conteúdo

A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez
14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentil. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão
de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de “Shaddai” - o Todo Poderoso. (Há 30
referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de
vida siminômade.

O Livro de Jó tem sido chamado de “poema dramático de uma história épica”.


Os caps 1-2 são um prólogo que descreve o cenário da história. Satanás apresenta-
se ao Senhor, junto com os filhos de Deus, e desafia a piedade de Jó, dizendo:
“Porventura, teme Jó a Deus debalde?” (1.9). Vai mais longe e sugere que se Jó
perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá licença a satanás para
provar a fé que tinha Jó, privando-o de sua riqueza, da sua família e, finalmente, da
sua saúde. Mesmo assim, “em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (2.10).
Jó, então, é visitado por três amigos—Elifaz, o temanita; Bildade, o suíta e Zofar, o
naamatita; que ficam impressionados pela deplorável condição de Jó que
permanecem sentados com Jó durante sete dias sem dizer uma só palavra.

A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos
pelo desafio de Eliú a Jó. Os quatro homens tentam responder a pergunta: “ Por que
sofre Jó?” Elifaz, argumentando a partir da sua experiência, declara que Jó sofre
porque pecou. Argumenta que aqueles que pecam são punidos. Como Jó está
sofrendo, obviamente pecou. Bildade, sustentando sua autoridade na tradição,
sugere que jó é um hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os problemas
vieram, então Jó deve ter pecado. “Se fores puro e reto, certamente, logo despertará
por ti” (8.6). Zofar condena Jó por verbosidade, presunção, e pecaminosidade,
concluindo que Jó está recebendo menos do que merece: “Pelo que sabe Deus
exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade” (11.6)

Os três homens chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é


conseqüência direta do pecado, e a iniqüidade é sempre punida. Argumentam que é
possível avaliar o favor ou desfavor de Deus a alguém pela prosperidade ou
adversidade material. Assumem erroneamente que o povo pode compreender os

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caminhos de Deus sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a retribuição


divina podem ir além da vida presente.

Na sua resposta aos seu amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a
experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam
momentos de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as suas tremendas
perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de
trazer-lhe consolo.

Depois que os três amigos terminam um jovem, chamado Eliú, confronta-se


com Jó, que prefere não responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser
resumido desta maneira: Deus é maior do que qualquer ser humano, isso significa
que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de exigir uma explicação dele.
Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas que Deus faz.
Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na
atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a intervir. Essa é
a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó
demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual
ainda está sofrendo aflição. O apelo de Eliú a Jó é: 1) ter fé verdadeira em Deus, em
vez de ficar pedindo explicação. 2) Mudar a sua atitude para uma atitude de
humildade.

Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem


tudo o que se pensava de Deus durante aquela época. Na medida em que a
revelação da natureza de Deus foi se fazendo conhecida através da história e das
Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões eram incompletas.
Evidentemente, isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá um
relato inspirado pelo ES dos incidentes como realmente aconteceram.

Quando os quatro concluíram, Deus respondeu a Jó de dentro de um


remoinho. A resposta de deus não é uma explicação dos sofrimentos de Jó, mas,
através de uma série de perguntas, Deus procura tornar Jó mais humilde. Quando
relemos a fala de Deus através do remoinho, tiramos três conclusões a respeito do
sofrimento de Jó: 1) não aparece a intenção de se revelar a Jó a causa dos seus
sofrimentos. Deus não podia, provavelmente, explicar alguns aspectos do sofrimento
humano, no momento em que acontece, sem o risco de destruir o próprio objetivo
que esse sofrimento é destinado a cumprir. 2) Deus se envolve com a realidade do
ser humano: Jó e o seu sofrimento são suficientes que Deus fale com ele. 3) o
propósito de Deus também era o de levar Jó a abrir mão da sua justiça própria, da
sua defesa própria e sabedoria auto-suficiente, de forma que pudesse buscar esses
valores em Deus.

O Espírito Santo em Ação

Eliú, em seu debate com Jó , faz três declarações significativas sobre o papel
do ES no relacionamento do povo com Deus. Em 32.8, declara que o nível de

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compreensão de uma pessoa não está relacionada à sua idade ou etapa de vida,
mas é antes o resultado da operação do Espírito de Deus. O Espírito é o autor da
sabedoria dando a cada um a capacidade de conhecer e tirar lições pessoais das
coisas que acontecem na vida. Assim, conhecimento e sabedoria são bênçãos do
Espírito aos homens.

O Espírito de Deus é também a fonte da própria vida (33.4). Se não fosse


pela influência direta do Espírito, o homem como nós o conhecemos não teria
chegado a existir. Assim foi na criação original do homem, e assim continua sendo.
Eliú declara que a sua própria existência dá testemunho do poder criador do
Espírito. O Espírito de Deus é o Espírito da vida.

Como o Espírito de Deus dá vida e sabedoria ao homem, ele também é


essencial à própria continuidade da raça humana. Se Deus tivesse que desviar a
sua atenção para outro lugar, se tivesse que retirar o seu Espírito-que-dá-vida deste
mundo, certamente a história humana chegaria ao seu fim (34.14,15). A intenção de
Eliú é deixar claro que Deus não é caprichoso nem egoísta, pois cuida do ser
humano, sustenta-o de forma constante pela abundante presença do seu Espírito.
Dessa forma, o Espírito Santo no livro de Jó é o criador e mantenedor da vida,
conferindo-lhe significado e racionalidade.

Esboço de Jó

Introdução 1.1-2.13

Jó é consagrado e rico 1.1-5


Satanás desafia o caráter de Jó 1.6-12
Satanás destrói as propriedades e os filhos de Jó 1.13-22
Satanás ataca a saúde de Jó 2.1-8
Reação da esposa de Jó 2.9,10
A visita dos amigos de Jó 2.11-13

I. Diálogo entre Jó e os seus três amigos 3.1-26.1

Clamor de desespero de Jó 3.1-26


Primeiro diálogo 4.1-14.22
Segundo diálogo 15.1-21.34
Terceiro diálogo 22.1-26.14

II.Discurso final de Jó aos seus amigos 27.1-31.40


III. Eliú desafia Jó 32.1-37.24
IV. Deus responde de um remoinho 38.1-41.34
V. A resposta de Jó 42.1-6
VI. Parte histórica final 42.7-17

Salmos (Sl)

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Autor: Davi, Asafe, filhos de Coré e outros Data: entre 1000 e 300 aC

Autor

O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de


cânticos e poesias próprias para o uso tanto no culto congregacional quanto para a
devoção particular. Em algumas coleções, os compiladores antigos reuniram a maior
parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Em outras, eles coletaram salmos de uma
variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os filhos de Corá, Salomão, Etã e
Jedutum. Muitos são de fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os chamam de
“salmos órfãos”.

Data

Os salmos, considerados individualmente, podem ter sido escritos em datas


que vão desde o êxodo até a restauração depois do exílio babilônico. Mas as
coleções menores parecem haver sido reunidas em períodos específicos da história
de Israel: o reinado do rei Davi (1Cr 23.5); o governo de Ezequias (2Cr 29.30); e
durante a liderança de Esdras e Neemias (Ne 12.24). Esse processo de compilação
ajuda a explicar a duplicação de alguns salmos. Por exemplo 14 é similar ao 53.

O Livro dos Salmos foi editado em sua forma atual, embora com diversas
variações, na época em que a Septuaginta Grega foi traduzida do hebraico, alguns
séculos antes do advento de Cristo.

Os texto Ugaríticos, quando contrastados com os recentes escritos do mar


Morto, mostram que as imagens, o estilo e o paralelismo de alguns salmos refletem
um vocabulário e estilo cananeus muito antigos. Assim, o Livro dos Salmos reflete o
culto, a vida devocional e o sentimento religioso de cerca de mil anos da história de
Israel.

Conteúdo

O título hebraico deste livro, Sepher Tehillim, significa “Livro de Louvores”. Os


títulos gregos, Psalmoi ou Psalterion, denotam um poema que deve ser
acompanhado por um instrumento de cordas. Entretanto, o Saltério contém mais do
que cânticos para o templo e hinos de louvor. Ele inclui elegias, lamentações,
orações pessoais e patrióticas, petições, meditações, instruções, antífonas
histporicas e tributos em acrósticos sobre temas nobres.

Em sua forma final no cânon das Escrituras, o Livro dos Salmos é subdividido
em cinco livros menores. Cada livro é uma compilação de diversas coleções antigas
de cânticos e poemas. Uma doxologia apropriada foi colocada pelos editores no final
de cada livro. No livro I (Sl 1-41), a maioria dos cânticos é atribuída a Davi. O Livro II
(Sl 42-72) é uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos de Corá, Asafe, Davi
e Salomão; nessa coleção, quatro escritos permanecem anônimos. O Livro III (Sl 73-
89) é marcado por uma grande coleção de cânticos de Asafe. Asafe foi o chefe dos
cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7). Embora a maioria dos salmos no Livro IV (Sl 90-

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106) não tenha os seus autores citados, Moisés, Davi e Salomão colaboraram
também. No Livro V (Sl 107-150) registram-se vários cânticos de Davi. A série de
cânticos chamada de Hallel Egípcio (Sl 113-118) também está no Livro V. Os
cânticos finais nesse livro (Sl 146-150) são conhecidos como o “Grande Hallel”.
Cada cântico começa e termina com a exclamação hebraica de louvor, “Hallelujah!”.

Títulos informativos são encontrados no começo de muitos dos salmos. A


preposição hebraica usada em muitos títulos pode ser traduzida de três maneiras:
“a”,”para”, e “de”. Ou seja, “dedicado a”, “para o uso de” e “pertecente a”. Todos os
títulos que descrevem a situação histórica do salmo tratam da vida de Davi. Os
salmos 7, 34, 52, 54, 56, 57, 59 e 142 referem-se aos eventos ocorridos durante o
problemático relacionamento de Davi com Saul; o salmos 3, 18, 51, 60 e 63 cobrem
o período em que Davi reinou sobre Judá e Israel.

Outros títulos precedentes aos salmos referem-se aos instrumentos usados


no acompanhamento; à melodia ou música apropriada; que parte do coral deve guiar
(por exemplo, soprano, tenor, baixo); ou que tipo de salmo é (por exemplo:
meditação, oração). Alguns dos significados destas anotações musicais e litúrgicas
são hoje desconhecidas.

Poesia Hebraica. Em lugar de rima de sons, a poesia e o cântico hebraicos


são marcados pelo paralelismo, ou rima de idéias. A maioria dos paralelismos são
dísticos que expressam pensamentos sinônimos em cada linha (36.5). Outros são
antíteses, em que a segunda linha expressa a negativa da linha precedente (20.8).
Também há dísticos construtivos ou sintéticos, os quais tendem a adicionar ou a
fortalecer um pensamento (19.8,9). Alguns poucos paralelismos são causais,
apresentando a justificativa da primeira linha (31.21). Às vezes, o paralelismo
envolve três linhas (1.1), quatro (33.2,3) ou mais linhas.

O Espírito Santo em Ação

O livro dos Salmos e os princípios de culto que eles refletem atendem à alma
do homem e ao coração de Deus, pois são produto da obra do ES. Davi, o principal
colaborador do livro dos Salmos, foi ungido pelo ES (1Sm 16.13). Essa unção não
foi apenas pra o reinado, mas para o oficio de profeta (At 2.30); e as suas
afirmações proféticas foram feitas pelo poder do ES (Lc 24.44; At 1.16). Na verdade,
as letras desses cânticos foram compostas por inspiração do Espírito (2Sm 23.1,2),
como também os planos de escolher maestros e corais com orquestras de
acompanhamentos (1Cr 28.12,13).

Portanto, os Salmos são únicos e imensamente diferente das obras de


compositores seculares. Ambas podem refletir a profundidade da agonia
experimenta pelo espírito humano atormentado, com toda a sua comoção, e
expressar a alegria extasiante da alma libertada, mas apenas os Salmos chegam a
um plano superior através da unção criativa do ES.

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Relatos específicos mostram que o ES opera criando vida (104.30); que


acompanha fielmente os crentes (139.7); que guia e instrui (143.10); que sustém o
penitente (51.11-12); e que interage com o rebelde (106.33).

Esboço de Salmos

I. Livro I 1.1-41.13

Cânticos introdutórios 1.1-2.12


Cânticos de Davi 3.1-41.12
Doxologia 41.13

II. Livro II 42.1-72.20

Cânticos dos filhos de Corá 42.1-49.20


Cânticos de Asafe 50.1-23
Cânticos de Davi 51.1-71.24
Cânticos de Salomão 72.1-17
Doxologia 72.18,19
Versículo de conclusão 72.20

III. Livro III 73.1-89.52

Cânticos de Asafe 73.1-83.18


Cânticos dos filhos de Corá 84.1-85.13
Cânticos de Davi 86.1-17
Cânticos dos filhos de Corá 87.1-88.18
Cânticos de Etã 89.1-51
Doxologia 89.52

IV. Livro IV 90.1-106.48

Cânticos de Moisés 90.1-17


Cânticos anônimos 91.1-92.15
Cânticos “O Senhor Reina” 93.1-100.5
Cânticos de Davi 101.1-8; 103.1-22
Cânticos anônimos 102.1-28; 104.1-106.47
Doxologia 106.48

V. Livro V 107.1-150.6

Cânticos de ação de graças 107.1-43


Cânticos de Davi 108.1-110.7
Hallel Egípcio 111.1-118.29
Cânticos Alfabético sobre a lei 119.1-176
Cânticos dos degraus 120.1-134.3
Cânticos anônimos 135.1-137.9
Cânticos de Davi 138.1-145.21

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Cânticos “Louvai ao Senhor” 146.1-149.9


Doxologia 150.1-6

Provérbios (Pv)

Autor: Salomão, Agur e rei o Lemuel Data: Cerca de 950 aC

Autor

Salomão, rei de Israel, era filho de Davi e de Bate-Seba. Ele reinou por
quarenta anos, de 970 a 930 aC, assumindo o trono quando tinha cerca de vinte
anos de idade.

Sem dúvida influenciado pelos Salmos escritos por seu pai, Salomão nos
deixou mais livros do que qualquer outro escritor do AT, excetuando-se Moisés.
Parece provável que Cantares de Salomão tenha sido escrito quando ele era um
jovem romântico; Provérbios, quando estava mais maduro e no auge de seu poder;
Eclesiastes, quando já estava mais idoso, mais inclinado a conclusões filosóficas-e
talvez mais cínico. Se poder não se mostrava em campos de batalha, mas no
domínio da mente: meditação, planejamento, negociação e organização.

A reputação de Salomão para a sabedoria provém não apenas de seus


resultados práticos, como no caso da disputa de um bebê (1Rs 3.16-27), mas
também de declarações diretas das Escrituras. Em 1Rs 3.12 Deus diz: “Eis que te
dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois
de ti teu igual se não levantará.” Em 1Rs 4.31 ele é considerado “mais sábio do que
todos os homens”, seguindo uma citação de vários nomes de homens sábios para
comparação.

A respeito de Agur e do rei Lemuel (301; 31.1) nada se sabe, exceto que,
pelos seus nomes, não são israelitas. A sabedoria é universal, não nacional.

Data

Uma vez que o Livro de Pv é uma compilação, sua composição estendeu-se


por um longo período, com a obra principal datada de cerca de 950 a.C. Os caps.
25-29 são identificados como transcritos pelos “homens de Ezequias”, o que situa a
cópia em cerca de 720 A.C embora o material em si fosse de Salomão, talvez
retirado de um documento separado encontrado no tempo de Ezequias.

Conteúdo

Sob a liderança de Salomão, Israel alcançou sua maior extensão geográfica e


desfrutou da menor violência de todos os períodos monárquico. “Pacifico”, o

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significado de seu nome, descreve o reinado de Salomão. E paz, com sabedoria,


trouxe prosperidade sem precedentes para a nação, o que se tornou motivo de
respeito e admiração para a rainha de Sabá (1Rs 10.6-9) e pra outros governantes
da época. Palavras sábias, como música ou outras formas de arte, tendiam a
florescer em tal época, e então durar pelas gerações seguintes.

O livro de Pv não é apenas uma coleção de provérbios, mas uma coleção de


coleções. Seu pensamento ou tema unificador é: “O temor do SENHOR é o princípio
da sabedoria” (9.10), aparecendo de outra maneira como: “O temor do SENHOR é o
principio (ou parte principal) da ciência” (1.7). Dentre a diversidade de exemplos,
algumas verdades se repetem:

A sabedoria (a habilidade de julgar e agir conforme as orientações de Deus) é o


mais valioso dos bens.

A Sabedoria está disponível para qualquer um, mas o preço é alto.

A Sabedoria tem sua origem em Deus, não na própria pessoa e vem por meio da
atenção à instrução.

A Sabedoria e a justiça andam juntas. É bom ser sábio, e é sábio ser bom.

O homem mau sofre as conseqüências de seus atos maus.

O ingênuo, o tolo, o preguiçoso, o ignorante, o orgulhoso, o libertino e o


pecador nunca devem ser admirados.

Muitos contrastes se repetem ao longo do livro. A antítese ajuda a clarear o sentido


de muitas palavras-chaves. Entre várias idéias que são colocadas em contraste
estão:

Sabedoria em oposição a Loucura


Justiça em oposição a Impiedade
Bem em oposição ao Mal
Vida em oposição a Morte
Prosperidade em oposição a Pobreza
Honra em oposição a Desonra
Permanente em oposição a Transitório
Verdade em oposição a Falsidade
Ação em oposição a Preguiça
Amigo em oposição a Inimigo
Prudência em oposição a Precipitação
Fidelidade em oposição a Adultério
Paz em oposição a Violência
Boa Vontade em oposição a Ira
Deus em oposição ao Homem

O Espírito Santo em Ação

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O ES não é mencionado diretamente no Livro de Pv. Mas a sabedoria se


refere ao seu espírito (1.23), que é, sem dúvida, o ES. De fato, um ponto principal do
livro é que a sabedoria sem Deus é impossível; assim, nesse sentido, seu espírito
tem destaque em toda parte. No entanto, a palavra predominante traduzida por
“espírito” no livro tem quase sempre o sentido de “atitude” ou “comportamento”,
nunca implicando uma personalidade.

Em nossa época, um tempo de ação especial do ES, é o Espírito que nos


ajuda a garimpar as riquezas de Pv, mais do que Pv nos ajuda a entender o Espírito.
Foi dito a respeito do AT e do NT. “O Novo está encoberto no Antigo; o Antigo está
revelado no Novo”.

No caso do Livro de Pv, o Espírito Santo no NT demonstra como a sabedoria


do Livro (que vem apenas através da justiça) é colocada em prática.

Esboço de Provérbios

I. Introdução 1.1-7

Título, propósito e introdução 1.1-6


Tema ou lema 1.7

II. Avisos de um pai e advertências da Sabedoria 1.8-8.36

Avisos de um pai, parte um 1.8-19


Advertências da Sabedoria, parte um 1.20-33
Avisos de um pai, parte dois 2.1-7.27
Advertências da Sabedoria, parte dois 8.1-36

III. O caminho da Sabedoria em oposição ao caminho da Loucura 9.1-18


IV. Provérbios de Salomão e palavras do sábio 10.1-29.27

Provérbios de Salomão— primeira coleção 10.1-22.16


Palavras do sábio— primeira coleção 22.17-24.22
Palavras do sábio— segunda coleção (pelos homens de Ezequias) 25.1-29.27

V. Provérbios de Agur 30.1-33

A vida de moderação temente a Deus 30.1-14


As maravilhas da vida observadas sobre a terra 30.15-31
A insensatez do orgulho e da ira 30.32,33

VI. Provérbio do rei Lemuel 31.1-31

Conselhos de uma mãe para um filho nobre 31.1-9


Um poema acróstico sobre a esposa perfeita 31.10-31

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Eclesiastes (Ec)

Autor: Salomão Data: Cerca de 931 aC

Autor e Data

O nome Eclesiastes deriva do termo grego ekklesia (“assembléia”) e significa


“aqueles que falam a uma assem-bléia”. O termo hebraico correspondente é qohelet,
que significa “aquele que convoca uma assembléia” recebendo muitas vezes a
tradução de “Professor” ou “Pregador” em outras versões da Bíblia.

Eclesiastes e, geralmente creditado a Salomão (cerca de 971 a 931 aC),


escrito em sua velhice. O tom pessimista que impregna o livro talvez seja um efeito
do estado espiritual de Salomão na época (ver 1Rs 11). Embora não mencionado
em 1Rs, Salomão provavelmente recobrou a consciência antes de morrer,
arrependeu-se e voltou-se para Deus. Ec 1.1 parece ser uma referência a Salomão:
“Palavra do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém”. Alusões à sabedoria de
Salomão (1.16), à riqueza (2.8), aos servos (2.8), aos prazeres (2.3)e a atividade de
edificação estão espalhadas por todo o livro.

Contexto

O livro evidencia um período em que, para o autor, as soluções tradicionais


pras as grandes questões da vida, particularmente para o sentido da vida, perderam
a sua relevância. Ao invés de responder estas questões com citações da Escritura, o
Pregador introduz uma metodologia baseada na observação e na indução. A
sabedoria, quando encontrada em outra literatura sapiencial da Bíblia (Jó, Pv e
certos Sl), é sinônimo de virtude e piedade; e sua antítese, a loucura, representa a
maldade. No livro de Ec, a palavra “sabedoria”, às vezes, é usada nesse sentido
quando se trata da interpretação israelita tradicional sobre a sabedoria (como em
7.1-8.9; 10.1-11.16). Mas no capítulo de abertura (1.12-18), o autor lida com a
sabedoria enquanto o processo de puro pensamento, semelhante à filosofia frega,
com questionamento dos valores absolutos. Mesmo sem contestar a existência de
Deus, a qual confere sentido à criação, o Pregador está determinado a procurar
esse sentido através da sua própria experiência e observação, a fim de poder
verificar esse sentido pessoalmente e transmiti-lo aos seus discípulos.

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Conteúdo

O livro de Ec apresenta todos os indícios de ser um ensaio literário


cuidadosamente composto que precisa ser compreendido em sua totalidade antes
de poder ser entendido em parte. O Conteúdo do livro é definido por versos quase
idênticos (1.2; 12.8), que circunscrevem o livro ao antecipar e resumir as conclusões
do autor. O tema é definido em 1.3: “Que vantagem tem o homem de todo o seu
trabalho, que ele faz debaixo do sol?” Ou, pode a verdadeira sabedoria ser
encontrada por um ser humano à parte da revelação de Deus?

A busca do Pregador é por algum tipo de valor (“vantagem) fixo, imutável, que
possa ser achado nesta vida (“debaixo do sol”), que possa servir como base de uma
vida adequada. O termo hebraico traduzido pro “vantagem” é yitron (1.3) e também
pode ser traduzido por “ganho”, “valor”. “Vaidade” é uma palavra –chave no livro,
traduzida do termo hebraico hebel (lit. “fôlego”), indicando assim aquilo que é mortal,
transitório e efêmero. Tentando cada um dos caminhos propostos pela humanidade
para alcançar o valor procurado, ele os acha evasivos (“aflição de espírito”), fugazes
e transitórios (“vaidade”).

A “sabedoria” de 1.12-18 está desprovida de valor verdadeiro. E a resposta


também não é encontrada no prazer, na riqueza, em grandes realizações (2.1-11),
em uma doutrina de compensação (2.12-17) ou no materialismo (2.18-26).

Qual deve ser nossa atitude diante do fato de que nem as realizações nem as
coisas materiais são yitron, ou seja, não têm valor permanente? A resposta introduz
o tema secundário do livro: devemos desfrutar tanto a vida como também as coisas
que Deus nos tem concedido (3.11-12; 5.18-20; 9.7-10), lembrando que, no final,
Deus nos julgará pelo modo como fizemos isso (11.7-10)

Mesmo a própria vida humana, em qualquer sentido humanista, secular, não


pode ser considerada como o yitron que o Pregador procura. Mesmo a relação de
vida e morte é um tema subordinado no livro.

Mas retomando à busca principal do Pregador: será que essa busca está
destinada a terminar (12.8) como começou (1.2), numa nota de desespero? A
constante investigação do Pregador por um sentido para toda a existência
demonstra que ele é um otimista, não um pessimista, e o seu fracasso em descobrir
algum valor absoluto, permanente, nesta vida (“debaixo do sol”), não significa que a
sua busca seja um fracasso. Ao contrário, ele se acha forçado (pela observação de
Deus pôs ordem no universo quando este foi criado, 3.1-14) a buscar o valor que
tanto procura no mundo do porvir (não “debaixo do sol”, mas “acima do sol”, por
assim dizer). Embora não afirme isso especificamente, a lógica que envolve toda a
sua busca compele a encontrar o único verdadeiro yitron no temor (reverência) e na
obediência a Deus (11.7-12.7). Isso é afirmado no epílogo: o dever de toda a
humanidade é a reverência a Deus e o cumprimento dos seus mandamentos
(12.13). Isso precisa acontecer, mesmo que durante esta vida não haja justiça
verdadeira , pois Deus, no fim, trará a juízo tudo o que existe (11.9; 12.14). Com
esta observação profunda o livro termina.

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O Espírito Santo em Ação

Todas as referenciam ao “espírito” em Ec são referentes à força vital que


anima o ser humano ou o animal (ver 3.18-21). Apesar disso, o livro antecipa alguns
dos problemas enfrentados pelo apóstolo Paulo na implementação de dons
espirituais em 1Co 12-14. As pessoas que acreditam que Deus lhes fale através do
ES em sonhos e visões (Jl 2.28-32; At 2.17-21) agiriam bem se prestassem atenção
na sábia advertência do Pregador de que nem todo sonho é voz de Deus (5.3).
Paulo aparenta ter isso em mente ao falar sobre os dons de línguas e profecias em
1Co 14.9, aconselhando uma manifestação ordenada, seguida de um julgamento da
assembléia sobre a declaração. Da mesma forma, a ênfase do Pregador na
reverência e na obediência a Deus é paralela à preocupação de Paulo com a
edificação da igreja (1Co 14.5). Os verdadeiros dons espirituais-manifestações
genuínas de ações ou expressões miraculosas-acontecem em espírito de reverência
pra a glória de Deus através de Cristo e para a edificação dos crentes.

Esboço de Eclesiastes:

I- Prólogo 1.1-2

a) Identificação do Livro 1.1


b) Resumos das investigações do Pregador 1.2

II- Estabelecimento do Problema 1.3-11

a) Estabelecimento do problema: Pode-se encontrar algum valor verdadeiro nesta


vida? 1.3
b) Exposição do problema: Uma refutação das soluções humanísticas 1.4-11

III- Tentativas de solução para o problema 1.12-2.26

a) A refutação da razão pura: A sabedoria humana, sozinha, é inútil. 1.12-18


b) O fracasso do hedonismo: O prazer não tem sentido em si mesmo. 2.1-11
c) O fracasso da compensação: O sábio e o tolo encaram um fim comum 2.12-17
d) O fracasso da materialismo. 2.18-26

IV- Desenvolvimento do tema 3.1 - 6.12

a) Inutilidade dos esforços humanos em mudar a ordem criada. 3.1-15


b) Inutilidade de um fim igual a criaturas desiguais. 3.16-22
c) Inutilidade de um vida oprimida 4.1-3
d) Inutilidade da inveja. 4.4-6
e) Inutilidade de ser sozinho. 4.7-12
f) Inutilidade de uma monarquia hereditária. 4.13-16
g) Inutilidade do fingimento numa religião formal. 5.1-7

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h) Inutilidade de sistemas de valores materialistas. 5.8-14


i) Inutilidade de deixar para trás, na morte, os produtos do trabalho 5.15-20
j) Inutilidade da futilidade de uma vida despojada. 6.1-9
l) Inutilidade do determinismo da natureza. 6.10-12

V- A sabedoria prática e os seus usos. 7.1 - 8.9

a) Provérbios moralizantes sobre vida e morte, bem e mal. 7.1-10


b) A sabedoria e as suas aplicações. 7.11-22
c) Observações sábias variadas. 7-23 - 8.1
d) A sabedoria na corte do rei. 8.2-9

VI- Um retorno ao tema. 8.10 - 9.18

a) Inutilidade da compensação (novamente) 8.10 - 9.12


b) Inutilidade da natureza instável do homem (novamente) 9.13-18

VII- Mais sobre a sabedoria e seus usos 10.1 - 11.6

VIII- O único valor é temer a Deus e obedecê-Lo. 11.7 - 12.7

a) O primeiro resumo das conclusões 11.7-10


b) O segundo resumo: alegoria da velhice e morte 12.1-7

IX- Epílogo: Confirmação da conclusão 12.8-14

a) Resumo das conclusões do Pregador 12.8


b) Resumo das conclusões do pregador através de um discípulo. 12.9-14

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Cantares (Ct)

Autor: Salomão Data: Entre 970 a 930 aC

Autor e Data

A autoria de Salomão é contestada, mas a glória do simbolismo salomônico é


essencial em Cantares. Jesus referiu-se duas vezes à glória e sabedoria de
Salomão (Mt 6.29; 12.42). Como filho real de Davi, Salomão tece um lugar singular
na história da aliança (2Sm 7.12,13). (Seus dois nomes de nascimento, que
simbolizam paz (Salomão) e amor (Jedidias), aplica-se diretamente a Ct (2Sm 12.24-
25); 1Cr 22.9). O glorioso reino de Salomão foi como uma restauração do jardim do
Éden (1Rs 4.20-34), e o templo e o palácio que construiu personificam as verdades
do tabernáculo e a conquista da Terra Prometida (1Rs 6.7). Salomão encaixa-se
perfeitamente como a benção personificada do amor da aliança, visto que ele
aparece em Ct com toda a sua perfeição real (1.2-4; 5.10-16).

Embora Ct não forneça informações precisas sobre o contexto, Salomão


reinou em Israel de 970 a 930 aC. Linguagem e ideais similares também são
encontrados na oração que Davi fez no templo por Salomão e pelo povo durante a
entronização de Salomão (1Cr 29)

Características e Conteúdo

O livro de Ct é a melhor de todas as canções, um trabalho literário de arte e


uma obra-prima teológica. No séc. II, um dos maiores rabinos, Akida bem Joseph,
disse: “No mundo inteiro, não há nada que se iguale ao dia em que o Cântico dos
Cânticos foi entregue a Israel.” O livro de Ct, em si, é como a sua fruta favorita, a
romã, em cores vivas e repleto de sementes. Bastante diferente de qualquer outro
livro bíblico. Ele merece consideração especial como arquétipo bíblico que
apresenta, de um modo novo, as realidades básicas das relações humanas. Ct

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emprega linguagem simbólica pra expressar verdades eternas, em semelhança ao


Livro de Apocalipses.

Ct contém descrições da mulher sulamita juntamente com uma exibição


completa dos produtos de seu jardim. Isso deve ser entendido como um paralelo
poético do amor conjugal e como bênçãos ao povo da aliança, em sua terra.

Claras indicações são dadas na descoberta das bênçãos da aliança: “sai-te


pelas pisadas das ovelhas” (1.8). Aqui, o termo “pisadas” é, literalmente, “marcas de
calcanhar”, e pode ser uma alusão a Jacó, o patriarca cujo nome conota “um
calcanhar”. A função pastoril de Jacó e a sua constante luta pela bênção de Deus e
do homem são citadas como a norma bíblica para o povo de Deus (Os 12.3-
4,12,14). Ele nasceu segurando o calcanhar do seu irmão, um manipulador
congênito. Foi “desconjuntado” com ardil no âmago de seu ser, como ilustrado por
seu mancar em Maanaim (Gn 32). Foi forçado a viver fora de sua terra sob a
ameaça de um irmão irado. Retornou pra sua terra depois de 20 anos com uma
instituição familiar defeituosa. Ardil, falta de amor, ciúme, raiva e amor de aluguel (de
mandrágora, um suposto afrodisíaco) entraram nessa fraca estrutura. Os próprios
nomes das Doze Tribos mostram a necessidade de uma nova história familiar.

A sulamita ajuda e reescreve essa história. (Ela executa a dança memorial de


Maanaim (6.13); ver Gn 32.2). Quando encontra a quem ama, ela o detém e não o
deixa partir (3.4; ver Gn 32.26). Mandrágoras perfumadas crescem nos campos dela
(7.11-13; ver Gn 30.14). Quando as filhas vêem, chama-a bem– aventurada ou feliz
(6.9; ver Gn 30.13). Na sulamita, a corrompida árvore familiar produz “frutos
excelentes”, os melhores (7.13; ver Dt 33.13-17). As bênçãos da aliança que havia
sido distorcida são redimidas.

Os mesmos acontecimentos também podem ser visto como retratos do amor


conjugal. Dessa maneira, ela detém o seu marido e não o deixa partir (3.4). É o seu
marido que elogia sua beleza (6.4-10). E a procissão de um casamento real e a
alegria recíproca do noivo e da noiva aparecem retratadas em 3.6-5.1.

O Espírito Santo em Ação

De acordo com Rm 5.5, “o amor de Deus está derramado em nosso coração


pelo ES”. Baseado em Jesus Cristo, o ES é o poder de ligação e união do amor. A
feliz unidade revelada em Ct é inconcebível à parte do ES. A própria formas do livro
como cântico e símbolo são adaptadas especialmente ao Espírito, pois ele mesmo
faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (At 2.17; Ef 5.18,19). Um jogo de
palavras sutil, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o ES, Sl 104.29,30) de
Gn 2.7 parece vir à tona em Ct. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17;
4.6), no “soprar” do vento no jardim da sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na
fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8).

Esboço de Cantares

I. Cenas de abertura 1.1-2.7

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Lembrando o amor do rei de bom nome 1.1-4


A morena e agradável guarda de vinhas 1.5,6
Procurando amor nas pisadas do rebanho 1.7,8
Removendo as marcas da escravidão 1.9-11
A linguagem do amor 1.12-17
O espírito e a árvore 2.1-6
A primeira súplica 2.7

II. A busca por abertura 2.8-3.5

Começando a busca 2.8-15


A alegria do amor no frescor do dia 2.16,17
A procura determinada pelo objetivo principal 3.1-4
A segunda súplica 3.5

III. A busca por mutualidade 3.6-5.8

A carruagem matrimonial real do amor da aliança 3.6-11


Conhecendo sulamita 4.1-7
Uma visão sobre a terra de cima do monte Hermom 4.8
Uma vida de união íntima num banquete no jardim 4.9-5.1
A queda da sulamita 5.2-7
A terceira súplica 5.8

IV. A busca por unidade 5.9 –8.4

Conhecendo Salomão 5.9-6.3


A glória triunfante da sulamita 6.4-10
O nobre povo da sulamita 6.11-12
A dança memorial de Maanaim 6.13-7.9
O início do novo amor de iguais 7.9 –8.3
A quarta súplica 8.4

V. Últimas cenas com resumo de realizações 8.5-14

alcançando o objetivo principal 8.5


Alcançando o amor autêntico 8.6,7
Alcançando ao maternidade e a paz 8.8-10
Obtendo uma vinha igual a de Salomão 8.11-12
Obtendo a herança 8.13-14

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Isaías (Is)

Autor: Isaias Data: Entre 700 - 690 aC

Autor

O primeiro versículo deste livro coloca Isaías, o filho de Amoz, como o seu
autor. O nome “Isaias” significa “O SENHOR é salvação”. A visão e a profecia são
reivindicadas quaro vezes por Isaías; seu nome é mencionado mais doze vezes no
livro. Seu nome também aparece doze vezes em 2Rs e quatro vezes em 2Cr.

O Livro de Is é citado diretamente no NT vinte e uma vezes sendo atribuído


em cada caso ao profeta Isaías. Argumentos diversos favorecem a autoria única: 1)
palavras-chave e frases-chave estão igualmente distribuídas através de todo o livro;
2) referências à paisagem e as cores locais são uniformes. A beleza de estilo
superior na poesia hebraica nos últimos capítulos de Is pode ser explicada pela
mudança de assunto, de julgamento e súplica para consolo e segurança.

Data

O profeta coloca que ele profetizou durante os reinados de “Uzias, Jotão,


Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Alguns aceitam que o seu chamado para o
ofício profético tenha sido feito no ano que o rei Uzias morreu, que foi em cerca de
740 aC (6.1,8). Entretanto, é provável que ele tenha começado durante a ultima
década do reinado de Uzias. Por Isaías mencionar a morte do rei da Assíria,
Senaqueribe, que morreu em cerca de 680 aC (37.37,38), ele deve ter sobrevivido a
Ezequias por alguns anos. A tradição diz que Isaías foi martirizado durante o reinado
de Manassés, filho de Ezequias. Muitos acreditam que a forma “serrados” em Hb

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11.37 é uma referência à morte de Isaías. A primeira parte do livro pode ter sido
escrita nos primeiros anos de Isaías, e oca capítulos posteriores, após a sua retirada
da vida pública.

Se Isaías começa profetizando em cerca de 750 aC, o seu ministério pode ter
se sobreposto aos ministérios de Amós e Oséias em Israel, bem como o de Miquéias
em Judá.

Contexto Histórico

Isaias profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel. Ambos


os reinos do Norte e do Sul haviam experimentado cerca de meio século de poder e
prosperidade crescentes. Israel, governado por Jeroboão e outros seis reis de menor
importância, tinha sucumbido ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e Ezequias,
manteve uma conformidade exterior à ortodoxia, mas, gradualmente, caiu num sério
declínio moral e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram
tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na
busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que
queriam agradar os homens (5.7-12,18-23; 22.12-14). Embora estivesse para vir
mais uma avivamento a Judá sob o rei Josias (640-609 aC), estava claro para Isaías
que a aliança registrada por Moisés em Dt 30.11-20 havia sido tão inteiramente
violada, que o cativeiro e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim como o era
para Israel.

Isaías entrou em seu ministério aproximadamente na época da fundação de


Roma e dos primeiros Jogos Olímpicos dos gregos. As forças européias ainda não
estavam preparadas para grandes conquistas, mas diversas potências asiáticas
estavam olhando para além de suas fronteiras. A Assíria, particularmente, estava
inclinada a conquistas ao sul e ao oeste. O profeta, que era um estudioso dos
assuntos mundiais, podia ver que o conflito era iminente. A Assíria conquistou
Samaria em 721 aC.

Cristo Revelado

Depois de sua ressurreição, Jesus caminhava com dois de seus discípulos e


“explicava-lhes o que dele se achava em todas a Escrituras” (Lc 24.27). Para fazer
isso, ele deve ter extraído muita coisa do Livro de Is, porque dezessete capítulos
contêm referências proféticas a Cristo.

Cristo é citado como o “Senhor, Renovo do Senhor, Emanuel, Maravilhoso


Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Raiz de Jessé, Pedra
Angular, Rei, Pastor, Servo do SENHOR, Eleito, Cordeiro de Deus, Líder e
Comandante, Redentor e Ungido”

O Cap. 53 é o grande capítulo do AT que profetiza a obra expiatória do


Messias. Nenhum texto em ambos os testamentos expõe de um modo tão completo
o propósito da morte vicária de Cristo na cruz. Ele é citado diretamente nove ou dez
vezes por escritores do NT: 52.15 (Rm 15.21); 53.1 (Jo 12.38; Rm 10.16); 53.4 (Mt

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8.17); 53.5 (Rm 4.25; 1Pe 2.24); 53.7-8 (At 8.32-33); 53.9 (1Pe 2.22); 53.10 (1Co
15.3-4); 53.12 (Lc 22.37). Também existem muitos cumprimentos de detalhes no
cap. 53 em adição às citações diretas.

O Espírito Santo em Ação

O ES é mencionado especificamente quinze vezes, sem contar as referências


ao poder, efeito ou influência do Espírito que não citam seu nome. Há três
categorias gerais sob as quais a obra do ES pode ser descrita:

A unção do Espírito sobre o Messias pra fortalecê-lo, para seu domínio e governo
como Rei no trono de Davi (11.1-12); como o Servo sofredor do Senhor, que irá
fazer cura, libertação, iluminação e justiça às nações (42.1-9); como o Ungido
(Messias) em seus dois adventos (61.1-3; Lc 4.17-21).

O derramamento do Espírito sobre Israel para lhes dar triunfo em sua reabilitação
conforme o padrão do Êxodo (44.1-5; 63.1-5), para protegê-los de seus inimigos
(59.19) e para preservar Israel em relacionamento de concerto com o SENHOR
(59.21). Entretanto, Israel deve ser cuidadoso para não se rebelar e contristar o ES
(63.10; Ef 4.30)

A operação do ES na criação e na preservação da natureza (40.30; ver


também 48.16)

O Senhor Jesus, que teve seu ministério terreno realizado no poder e unção do ES,
como Isaías havia profetizado, prometeu derramar seu Espírito sobre a Igreja, pra
fortalecê-la para o ministério no cumprimento da Grande Comissão.

Esboço de Isaías

I. Profecia de denúncia e convite ( parte I) 1.1-35.10

Mensagem de Julgamento e promessas 1.1-6.13


Mensagem concernentes ao Emanuel 7.1-12.6
Mensagem de Julgamento sobre as nações 13.1-24.23
Mensagem de Julgamento, louvor, promessa 25.1-27.13
Os infortúnios dos descrentes imorais em Israel 28.1– 33.24
Resumo 34.1-35.10.

II. O procedimento de Deus com Ezequias 36.1-39.8

Deus liberta Judá 36.1-37.38


Deus cura Ezequias 38.1-22
Deus censura Ezequias 39.1-8

III. Profecia de consolo e paz (parte II) 40.1-66.24

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A garantia de consolo e paz 40.1-48.22


O Servo do Senhor, o Autor do consolo e da paz 49.1-57.21
A realização do consolo e da paz 58.1-66.24

Jeremias (Jr)

Autor: Jeremias Data: Entre 626—586 aC

Autor

Jeremias, filhos de Hilquias, foi um profeta da cidade leveita de Anatote e


talvez tenha sido descendente de Abiatar. O significado do seu nome é incerto, mas
“O SENHOR exalta” e “O Senhor lança” são possibilidades. A vida pessoal desse
profeta é mais conhecida do que a de qualquer outro profeta do AT porque ele nos
deixou muitas marcas de seus pensamentos, preocupações e frustrações.

Jeremias recebeu a ordem de não se casar ou ter filhos para ilustrar a sua
mensagem: o julgamento era iminente, e a próxima geração seria exterminada. Seu
companheiro e amigo chegado era o seu escriba Baruque. Jeremias tinha poucos
amigos além dele. Ao que parece, são qualificados como amigos apenas Aicão,
Gedalias, filho de Aicão e Ebede-Meleque. Isso de deve em parte por causa da
mensagem de ruína proclamada por ele, uma mensagem contrária à esperança do
povo e que incluía uma sugestão de rendição aos babilônios. Apesar dessa
mensagem de ruína, da sua severa repreensão aos líderes e do desprezo pela

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idolatria, o seu coração doía pelo povo, pois abia que a salvação de Israel não esta
desassociada da fé em Deus e de um relacionamento de aliança correto, expresso
pela obediência.

Data

Jeremias profetizou a Judá durante os reinados de Josias, Jeoaqui, Jeconias


e Zedequias. O seu chamado é datado de 626 aC, e o seu ministério continuou até
pouco tempo depois da queda de Jerusalém, em 586 aC. O profeta Sofonias
precedeu ligeiramente a Jeremias e Naum, Habacuque e Obdias forma
contemporâneos seus. Ezequiel foi um contemporâneo mais jovem, profeizando na
Babilônia de 593 aC a 571 aC.

Contexto Histórico

Jeremias iniciou seu ministério no reinado de Josias, um rei bom que adiou
temporariamente o juízo de Deus prometido por causa do governo terrível de
Manassés. Os acontecimentos estavam mudando rapidamente o Oriente Próximo.
Josias tinha iniciado uma reforma, a qual incluía a destruição dos lugares altos
pagãos em Judá e Samaria. Entretanto, a reforma teve um efeito pouco duradouro
sobre o povo. Assurbanipal, o último grande rei assírio, morreu em 627 aC. A Assíria
estava enfraquecendo, e Josias expandindo o seu território para o norte. A
Babilônia, sob o domínio de Nabopolasar, e o Egito, sob Neco, estavam tentando
sustentar sua autoridade sobre Judá.

Em 609 aC, Josias foi morto em Megido ao tentar impedir o Faraó Neco de ir
contra o que restava da Assíria. Três filhos de Josias (Joacaz, Jeoaquim e
Zedequias) e um neto (Joaquim) sucederam-no no trono. Jeremias viu a insensatez
da linha de ação política desses reis e alertou-os sobre os planos de Deus para
Judá, mas nenhum deles deu atenção à advertência. Jeoaquim foi abertamente
hostil a Jeremias e destruiu um rolo enviado a ele, cortando-o em algumas colunas e
jogando-as no fogo. Zedequias foi um governante fraco e vacilante, buscando às
vezes os conselhos de Jeremias, outras vezes permitindo que os inimigos de
Jeremias o maltratassem e o aprisionassem.

Conteúdo

O livro consiste principalmente em uma breve introdução (1.1-3), uma coleção


de oráculos contra Judá e Jerusalém, que Jeremias ditou ao seu escriba Baruque
(1.4-20.18), oráculos contra nações estrangeiras (25.15-38; caps 46-51),
acontecimentos sobre Jeremias escritos em terceira pessoa, provavelmente por
Baruque (caps 26-45), e um apêndice histórico (cap 52), que é quase idêntico a 2Rs
24-25. As profecias do livro não estão em ordem cronológica.

Jeremias tinha um coração compassivo para com o seu povo e orou por ele
mesmo quando o Senhor lhe disse que não fizesse isso. Ainda assim, condenaram
os governantes, os sacerdotes e os falsos profetas por levar o povo à perdição.
Atacou também o povo por sua idolatria e proclamou um juízo severo a menos que o

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povo se arrependesse. Conhecendo as intenções de Deus, defendeu a rendição à


Babilônia e escreveu aos que já estavam no exílio para que se estabelecessem e
vivessem suas vidas normalmente. Foi estigmatizado por muitos como traidor por
causa da sua pregação. Entretanto, Jeremias tinha em seu coração o melhor para o
povo. Sabia que a nação seria destruída caso a aliança de Deus não fosse honrada.
Mas Deus também se interessava pelos indivíduos e seu relacionamento para com
ele. Como Ezequiel, Jeremias enfatizou a responsabilidade individual.

Jeremias era apenas um jovem quando foi chamado para carregar uma
severa mensagem de ruína ao seu povo. Tentou evitar essa tarefa, mas foi incapaz
de permanecer calado. O povo tornara-se tão corrupto sob Manassés que Deus
resolveu dar um fim à nação. Derrotado e levado ao exílio, o povo iria refletir sobre o
que lhe acontecera e por quê. E depois do castigo e arrependimento apropriados,
Deus traria uma remanescente de volta a Judá, puniria as nações que os havia
punido e cumpriria a sua antiga aliança com Israel, Davi e os levitas. E ainda lhes
daria uma nova aliança e escreveria a sua lei em seus corações. O trono de Davi
seria novamente estabelecido, e sacerdotes fiéis serviriam ao povo.

Os oráculos contra as nações estrangeiras ilustram a soberania de Deus


sobre todo o mundo. Todas as nações pertencem a ele e todas devem a ele por sua
conduta.

Cristo Revelado

Através de sua ação e atitude, Jeremias retrata um estilo de vida similar ao de


Cristo e, por esta razão, pode ser considerado um tipo de Cristo no AT. Ele
demonstrou grande compaixão pelo seu povo e chorou por ele. Sofreu muito nas
mãos do povo, mas perdoou. Jeremias é uma das personalidades mais parecidas
com Cristo no AT.

Diversas passagens de Jeremias são aludidas por Jesus em seu ensino: “é,
pois, esta casa, que se chama pelo meu nome, um caverna de salteadores aos
vossos olhos?” (7.11; Mt 21.13); “que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvido
e não ouvis” (5.21; Mc 8.18); “achareis descanso para a vossa alma”(6.16; Mt
11.19); “ovelhas perdidas forma o meu povo” (50.6; Mt 10.6).

O Espírito Santo em Ação

Um símbolo do ES é o fogo. Deus assegurou a jeremias: “converterei as


minhas palavras na tua boca em fogo” (5.14). Em certo momento, Jeremias quis
parar de mencionar a Deus, mas “isso foi no meu coração como fogo ardente,
encerrado nos meus ossos; e estou fatigado de sofrer e não posso” (20.9). Hoje,
chamaríamos a isso a obra do ES em Jeremias.

Além do trabalho normal de inspirar o profeta e revelar-lhe a mensagem de


Deus, também é o ES quem cumpre a promessa do novo concerto que irá colocar a
lei de Deus na mente de seu povo e escrevê-la no seu coração.

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Esboço de Jeremias

I. O chamado de Jeremias 1.1-9


II. Coleção de discursos 2.1-33.26

Primeiro oráculos 2.1-6.30


Sermão do templo e abusos no culto 7.1-8.3
Assuntos diversos 8.4-10.25
Eventos na vida de Jeremias 11.1-13.27
Seca e outras catástrofes 14.1-15.21
Advertência e promessas 16.1-17.18
A santificação do sábado 17.19-27
Lições do oleiro 18.1-20.18
Oráculos contra leis, profetas e povo 21.1-24.10
O exílio babilônico 25.1-29.32
O livro de consolação 30.1-35.19

III. Apêndice histórico 34.1-35.19

Advertência a Zedequias 34.1-7


Revogada a libertação de escravos 34.8-22
O exemplo dos recabitas 35.1-19

IV. Julgamentos e sofrimentos de Jeremias 36.1-45.5

Jeoaquim e os rolos 36.1-32


Cerco e queda de Jerusalém 37.1-40.6
Gedalias e o seu assassinato 40.7-41.18
A fuga para o Egito 42.1-43.7
Jeremias no Egito 43.8-44.30
Oráculos para Baruque 45.1-5

V. Oráculos contra nações estrangeiras 46.1-51.64

Contra o Egito 46.1-28


Contra os filisteus 47.1-7
Contra Moabe 48.1-47
Contra os amonitas 49.1-6
Contra Edom 49.7-22
Contra Damasco 49.23-27
Contra Quedar e Hazor 49.28-33
Contra Helão 49.34-39
Contra a Babilônia 50.1-3

VI. Apêndice histórico 52.1-34

O reinado de Zedequias 52.1-3


Cerco e queda de Jerusalém 52.4-27

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Sumário de três deportações 52.28-30


Libertação de Joaquim 52.31-34

Lamentações (Lm)

Autor: Jeremias Data: 587 aC

Autor

Como era o costumes, os judeus usavam a primeira palavra do livro como seu
título, e isso originalmente ficou conhecido como “ekah, “como”!” Essa palavra era
comumente usada para significar “Ai!” compara com seu uso em 2.1; 4.1 Is 1.21.
Alguns também de referiam ao livro como qinot ou “lamentações”, e é assim que
chegamos ao títulos que usamos.

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O autor não é mencionado, mas tradições que vêm de muito antes de Cristo
sustentam que Jeremias o tenha escrito. Existe muitas semelhanças entre os textos
de Lm e Jeremias

Contexto Histórico

O povo de Judá foi capaz de pensar que eles eram a única raças escolhida
por Deus. Como tal, eles sentiram que poderiam sempre experimentar boas coisas.
Deus tinha feito um concerto de bênçãos com eles, mas isto tudo era condicional.
Uma descarada desobediência poderia significar que os bons aspectos das bênçãos
poderiam ser substituídos por um castigo. O cumprimento das promessas de bênção
podiam sempre pular algumas gerações de israelitas que eram desobedientes.

Os Livros de 2Rs e 2Cr descrevem o declínio moral do Reino de Judá (apesar


das advertências proféticas), que conduzia à derrota e ao cativeiro (ver 2.17).
Quando o rei Zedequias se rebelou contra os babilônios, aos quais o povo de Judá
ficou sujeito. Nabucodonosor atacou Jerusalém (2Rs 24.20). Enquanto ele estava
sitiando a cidade, o povo que estava dentro da cidade estava faminto. Quanto eles
romperam o muro, Zedequias e os soldados procuraram fugir (2Rs 25.4). Mas eles
logo foram levados cativos. Nubuzaradã, capitão da guarda de Nabucodonosor,
destruiu a mairo parte de Jerusalém, queimou o templo e levou a toda, exceto as
pessoas mais pobres, para o exílio (2Rs 25.8-12)

Os poemas deste livro parecem ter sido compostos durante e após o tempo
no qual tudo isso estava acontecendo. Esses poemas se tornam especialmente
penetrantes quando contratam as antigas bênçãos e forças de Judá com o caos e o
sofrimento que seus pecados haviam levado sobre si. O povo escolhido e protegido
tinha perdido tudo e estava numa situação de desesperança. Tudo que tinha
significado para esse povo havia sido destruído. Mas o poema também descreve o
ministério de Jeremias, mandado novamente como profeta para falar a respeito das
circunstâncias modificadas do povo de Deus. Ele ajudou o povo a dar a expressão
necessária para as suas aflições e também deu conforto para ele. Ele também os
ajudou a pensar a respeito da mão de Deus sobre eles em forma de castigo e
ajudou para se submetessem penitentemente ao julgamento que eles mereceram
até que isso tivesse passado (3.28-33) Somente após uma completa humilhação é
que o povo estaria em condições de pensar sobre uma restauração.

Temas

As lamentações caracterizam seis temas principais, todos relacionados com o


conceito de sofrimento:

O sofrimento deles era o resultado dos seus pecados. Esse forte tema é visto
em cada capítulo ( como em 1.5; 2.14; 3.42; 4.13; 5.16). No tempo em que foram
escritos, isso era obviamente aceiro. Até mesmo os babilônios reconheceram o fato
(Jr 40.3). Eles sabiam que o seu sofrimento não havia v indo sobre eles por acaso.
Ele foi devido à ira de Deus provocada por seus pecados (2.1). Ele estava lidando
com a situação espiritual deles, e eles tinham de sentir isso de modo pessoal.

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O sofrimento deles era visto como se causado por Deus e não por seres
humanos.
O sofrimento deles poderia conduzi-los a Deus. O profeta está constantemente
consciente de Deus, dos seus propósitos e do relacionamento de Deus com seu
povo. Aqui não há indicação de que o sofrimento seja resultado de um total
abandono de Deus ou de uma erradicação dos seus princípios da mente deles.

Sofrimento, lágrimas e oração devem andar juntos. Eles foram encorajados a


abrir seu coração a Deus, chorar diante dele e contar a ela todos dos detalhes de
sua dor, mágoa e frustração. Cada capítulo, exceto o 4, termina com uma oração.

A oração deve ser sempre feita buscando algum fio de esperança. A oração
nunca deve ser derrotada pela aflição. Após detalhadas descrições de sofrimento e
aflição, nos primeiros dois capítulos e meio, uma nova compreensão parece surgir
em 3.21-24. Aqui, fala acerca da esperança e, também, da misericórdia, compaixão
e fidelidade de Deus. Isso era uma prova de que uma manifestação da disciplina de
Deus não significava que o seu amor havia cessado. Quando a disciplina tivesse
atingido seu propósito, as circunstâncias mudariam (3.31,32). Deus pode ter usado a
Babilônia, mas isso não significava que os babilônios eram seus eleitos ou que ele
era a favor de seus métodos cruéis (3.34-36). O futuro continha um vindicação de
Israel sobre seus inimigos (3.26.32)

A responsabilidade deles era de submeter pacientemente aos seus


sofrimentos. As suas aflições tinham de ser aceitas com paciência, com a
consciência de que isto iria terminar quando a vontade de Deus tivesse sido
cumprida (3.26-32).

O Espírito Santo em Ação

A aflição divina sobre os pecados de Israel (2.1-6) no lembra que o ES é,


freqüentemente, entristecido pelo nosso comportamento (Is 63.10). O
arrependimento é também uma manifestação da obra do ES entre o povo de Deus
(3.40-42; Jo 16.7-11)

Esboço de Lamentações

I. O primeiro poema: a miséria, o pecado e a oração de Jerusalém 1.1-22

A derrota, humilhação, sofrimento e pecado de Jerusalém 1.1-11


Falando ao mundo descuidado sobre seu castigo 1.12-19
Uma oração por ajuda em grande aflição 1.20-22

II. O segundo poema: a destruição mandada por Deus e a reação do profeta 2.1-22

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Como o próprio Deus destruiu Israel 2.1-10


O sofrimento do profeta, desesperança e exortação à oração 2.11-19
A oração angustiada de Judá 2.20-22

III. O terceiro poema: a severidade e misericórdia de Deus; a submissão e a oração


do povo 3.1-66

A severidade do castigo conduz a pensamentos de misericórdia 3.1-24


Submissão e humildade trazem misericórdia 3.35-39
O arrependimento deles chega tarde demais 3.40-47
O profeta e o povo confiam em Deus pra vindicação no fim 3.48-66

IV. O quarto poema: devastação, o resultado da desobediência 4.1-22

A devastação do povo e de seus líderes 4.1-11


A desobediência e seus resultados 4.12-20
Edom será castigado e Israel será ajudado 4.21.22

V. O quinto poema: uma oração registrando o sofrimento e apelos finais de


Jerusalém 5.1-22

Uma lembrança de seu estado lamentável 5.1-10


Ninguém está isento do sofrimento 5.11-14
Todo o orgulho e a alegria se foram 5.15-18
O apelo final desesperado 5.19-22

Ezequiel (Ez)

Autor: Ezequiel Data: Entre 593 - 573 aC

Autor

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O autor, cujo nome significa “Deus fortalece”. É identificado como “Ezequeil,


filho de Buzi, o sacerdote” (1.3). Embora essa identificação tenha sido questionada,
parece não haver razão válida para se duvidar disso. Ele era, provavelmente, um
membro da família sacerdotal dos zadoqueus, que se tornaram importantes durante
as reformas de Josias (621 aC). Ele foi treinado para o sacerdócio durante o reinado
de Joaquim, foi deportado para a Babilônia (1.1; 33.21; 40.1) em 597 aC e
estabeleceu-se em Tel– Abibe, situada no canal do rio Quebar, perto de Nipur (1.1).
Seu ministério coincidiu brevemente ao de Jeremias.

Data

O chamado de Ezequiel veio a ele em 593 aC, o quinto ano do reinado de


Joaquim. A última data dada por oráculo (29.17) é, provavelmente, 571 aC, fazendo
de seu ministério cerca de vinte anos de duração. A morte de sua esposa ocorreu ao
mesmo tempo da destruição de Jerusalém, em 587 aC (24.1,15-17). Exilado por
ocasião do segundo cerco de Jerusalém, por volta de sua iminente e completa
destruição incluída a partida da presença de Deus. Partes foram também,
aparentemente escritas após a destruição de Jerusalém.

Conteúdo

A personalidade de Ezequiel reflete uma força mística. A proximidade de seu


contato com o Espírito, suas visões e a freqüência com a qual a palavra do Senhor
vinha até ele fornecem uma conexão entre os profetas extáticos mais antigos e os
profetas e escritores clássicos. Suas experiências espirituais também anteciparam a
atividade do ES no NT. A ele adequadamente pertence o título de “carismático”.

A mensagem de Ez foi endereçada ao resto dos pervertidos de Judá exilados


na Babilônia. A responsabilidade moral do indivíduo é um tema de primeira
importância em sua mensagem. A responsabilidade coletiva não mais resguarda o
indivíduo. Cada um deve aceitar uma responsabilidade pessoal pela desgraça da
nação. Cada um é responsável pelo seu pecado individual (18.24). Foi o peso do
pecado acumulado de cada indivíduo que contribui para o rompimento do concerto
de Deus com Israel, e cada qual leva uma porção da culpa pelo julgamento que
resultou no exílio.

O livro está facilmente dividido em três seções: o julgamento de Judá (4-24), o


julgamento das nações pagãs ( 25-32) e as futuras bênçãos pelo concerto de Deus
com o povo (33-48).

Dois temas teológicos agem como um equilíbrio no pensamento do profeta.


Na doutrina do homem em Ez, ele colocou a ênfase no dever pessoal (18.4: “a alma
que pecar, essa morrerá”). Por outro lado, ele enfatizou a graça divina no
renascimento da nação. O arrependimento do remanescente fiel entre os exilados
resultaria na recriação de Israel a partir dos ossos secos (37.11-14). O divino
Espírito os estimularia a uma nova vida. Por essa ênfase no ES na regeneração, Ez
antecipava a doutrina do NT do ES, especialmente no Evangelho de João.

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O Espírito Santo em Ação

Quer a revelação profética sejam apresentadas simbolicamente em visões,


sinais, ações de parábolas ou em fala humana, Ez reivindica por eles o poder e a
autoridade do ES. Além disso, há inúmeras referências ao Espírito de Deus no livro.
Alguém pode quase que caracterizar o Livro de Ez como “os Atos do ES” no AT.
Várias dessas referências merecem uma tensão em especial.

Em 11.5, o profeta afirma autobiograficamente que o Espírito do Senhor “caiu”


sobre ele e lhe “disse”. O oráculo que segue é desse modo, a Palavra de Deus nas
palavras de Ezequiel, inspirado pelo ES. O mesmo (11.24) apresenta o Espírito
como ativo em uma visão: “Depois, o Espírito me levantou e me levou em visão à
Caldéia, para os do cativeiro.”

Talvez a situação melhor conhecida da atividade do Espírito esteja no cap.


37, a visão do vale dos ossos secos: “Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor
me levou em Espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de
ossos...”(v.1) A visão subseqüente relata o renascimento espiritual do restante do
ovo que estava, até então, no exílio.

Um aspecto final da ação do Espírito na vida do profeta é achado em 36.26:


“E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo.” Não é
somente um ato externo do Espírito o “cair sobre” alguém, mas também a
profetizada experiência subjetiva da presença do Espírito dentro, tal como Ezequiel
inigualavelmente experimentou quando o Espírito “entrou” nele (2.2). Ezequiel
antecipou a experiência do concerto do “novo nascimento”, o qual seria dado pelo
Espírito.

Esboço de Ezequiel

I. O início da visão e chamada de Ezequiel 1.1-3.21

Visões introdutórias 1.1-28


O encargo dos profetas 2.1-3.21

II. Profecias e visões sobre a destruição de Jerusalém 3.22-24.27

Oráculos de julgamento 3.22-7.27


Visões de idolatria no templo 8.1-11.25
O exílio e cativeiro de Judá 12.1-24.27

III. Oráculos da ruína contra nações estrangeiras 25.1-32.32

Contra Amom 25.1-7


Contra Moabe 25.8-11
Contra Edom 25.12-14
Contra a Filistia 25.15-17
Contra Tiro 26.1-28.19

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Contra Sidom 28.20-26


Contra Egito 29.1-32.32

IV. Profecias de restauração 33.1-48.35

Ezequiel como vigia 33.1-33


Deus como Pastor 34.1-31
Julgamento contra Edom 35.1-15
Restauração de Israel 36.1-37.28
Julgamento contra Gogue 38.1-39.29
Restauração do templo 40.1-46.24
Restauração da terra 47.1-48.35

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Daniel (Dn)

Autor: Daniel Data: Final do séc. VI aC

Autor

Daniel foi deportado, enquanto adolescente, no ano de 605 aC, para a


Babilônia, onde viveu mais de sessentas anos. Possivelmente fosse de uma família
de classe alta de Jerusalém. Isaias e Ezequias (Is 39.7) haviam profetizado a
deportação para a Babilônia dos descendentes da família real. Inicialmente, Daniel
serviu como estagiário na corte de Nabucodonosor. Mais tarde, tornou-se
conselheiro de reis estrangeiros.

A importância de Daniel como profeta foi confirmado por Jesus em Mt 24.15.

O nome Daniel significa “Deus é meu juiz” Sua inabalável consagração a


Jeová e suas lealdades ao povo de Deus comprovaram fortemente essa verdade na
vida de Daniel.

Data

Embora o cerco e a deportação de cativos para a Babilônia tenham durado


vários anos, os homens fortes e corajosos, os habilitados e os instruídos foram
retirados de Jerusalém logo no início da guerra (2Rs 24.14). A data do cativeiro de
Daniel costumeiramente aceita é de 605 aC. Sua profecia abrange o espaço de
tempo de sua vida.

Contexto Histórico

Juntamente com milhares de cativos de Judá levados para o exílio na


Babilônia, entre 605 a 582 aC, os tesouros do palácio de Salomão e do templo
também levados. Os babilônios haviam subjugado todas as províncias governadas
pela Assíria e haviam consolidado o seu império numa área que abrangia grande
parte do Oriente Médio.

Para governar um reino tão diversificado numa área de tamanha extensão,


necessitava-se de uma burocracia administrativa especial. Escravos instruídos ou
habilitados que as circunstâncias requeriam tornaram-se a mão de obra do governo.
Por causa de sua sabedoria, conhecimento e boa aparência, quatro jovens hebreus
forma selecionados para o programa de treinamento (1.4). Devido ao caráter
excepcional de Daniel, Hananias, Misael e Azarias, estes jovens foram
contemplados com funções relevantes no palácio do rei. Daniel sobrepujou a todos
os homens sábios daquele vasto império (6.1-3).

Conteúdo

O propósito é mostrar que o Deus de Israel, o único Deus, mantém sob seu
controle o destino de todas as nações.

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Daniel se compõe de três partes principais: Introdução à pessoa de Daniel (1),


os testes decisivos do caráter de Daniel e o desenvolvimento de suas habilidades de
interpretação profética (2-7) e a série de visões de Daniel sobre reinos e
acontecimentos futuros (8-12). Nesta parte final, Daniel se apresenta como livro
profético básico para a compreensão de muitas coisas da Bíblia. Muitos aspectos de
profecias relacionadas com os tempos do fim dependem da compreensão deste
livro. Os comentários de Jesus no Sermão do Monte das Oliveiras (Mt 24; 25) e
muitas das revelações dadas ao apóstolo Paulo encontram harmonia e coesão em
Dn (ver Rm 11; 2Ts 2). Da mesma forma, Daniel se torna um companheiro de estudo
necessário do Livro de Apocalipse.

Embora a interpretação de Daniel, como também Apocalipse, seja feita de


maneira bastante diversificada, para muitos o enfoque da dispensação tornou-se
bastante aceito. Esse enfoque na interpretação encontra em Dn as chaves que
ajudam a desvendar os mistérios de assuntos como o Anticristo, a grande tribulação,
a segunda vinda de Cristo, os Tempos dos Gentios, as ressurreições futuras e
juízos. Esse enfoque também vê as profecias que ainda estão por se cumprir
girando em torno de dois eixos principais: 1) o destino futuro da cidade de
Jerusalém; 2) o destino futuro do povo de Daniel; judeus nacionais (9.24).

Os escritos de Daniel cobrem o governo de dois reinos, Babilônia e Medo–


Persa, e quatro reis: Nabucodonosor (2.11-4.37); Belsazar (5.1-31); Dario (6.1-28) e
Ciro (10.1-11.1).

Cristo Revelado

A primeira vez que se vê Cristo é na figura do “quarto” (homem) ao lado de


Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha de fogo (3.25). Os três
permaneceram fiéis ao seu Deus; agora, Deus permanece fiel a eles no fogo do
julgamento e livra-os, inclusive do “cheiro de fogo” (3.27).

Outra referência a Cristo se encontra na visão da noite de Daniel (7.13). Ele


descreve “que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do Homem”, referindo-se à
segunda vinda de Cristo.

Outra visão de Cristo se acha em 10.5-6, onde a descrição de Jesus é


bastante idêntica à de João em Ap 1.13-16.

O Espírito Santo em Ação

O Espírito Santo nunca anuncia sua presença em Daniel, mas ele está
nitidamente em ação. A habilidade de Daniel e dos outros hebreus de interpretarem
sonhos se devia ao poder do ES. As profecias, tanto as que se aplicavam ao local
quanto ao futuro, indicam discernimento sobrenatural dado a Daniel pelo ES.

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Esboço de Daniel

I. As convicções religiosas de Deus 1.1-21

O exílio de Judá 1.1-2


A decisão de Daniel de manter-se separado 1.3-21

II. O primeiro sonho de Nabucodonosor 2.1-49

O sonho esquecido 2.1-28


A revelação e a interpretação de Daniel 2.29-45
Daniel é honrado através de promoção 2.46-49

III. A libertação da fornalha de fogo 3.1-30

Convocação para adorar a estátua de ouro 3.1-7


A recusa dos três hebreus de se prostrarem perante a estátua 3.8-18
Os três hebreus são miraculosamente protegidos 3.19-25
O rei confessa o Deus verdadeiro 3.26-30

IV. O segundo sonho de Nabucodonosor 4.1-37

O sonho de Nabucodonosor 4.1-37


A Interpretação da Daniel 4.19-27
O cumprimento do sonho 4.28-33
A oração e restauração de Nabucodonosor 4.34-37

V. A festa blasfema de Belsazar 5.1-31

A escrita manual na parede 5.1-9


A interpretação de Daniel da escritura 5.10-31

VI. Daniel na cova dos leões 6.1-28

Complô contra Daniel 6.1-9


Daniel é lançado na cova dos leões 6.10-17
Daniel é liberado 6.18-28

VII. A primeira visão de Daniel 7.1-28

O sonho da Daniel sobre os quatro animais 7.1-14


A Interpretação de Daniel 7.15-28

VIII. A segunda visão de Daniel 8.1-27

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O sonho de Daniel sobre um carneiro, um bode e sobre os chifres 8.1-14


A interpretação de Gabriel 8.15-27

IX. A profecia das setentas semana 9.1-17

A oração de Daniel 9.1-19


A Visão da Daniel 9.20-27

X. A visão final de Daniel 10.1-12.13

A visão de Daniel de um ser glorioso 10.1-9


A visita de um anjo 10.10-21
Guerra entre reis do Norte e do Sul 11.2-45
O tempo da tribulação 12.1-13

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Oséias (Os)

Autor: Oséias Data: Cerca de 750 aC

Autor

Oséias cujo nome significa “salvação” ou “libertação” foi escolhido por Deus
pra levar sua mensagem a seu povo através do seu casamento com uma mulher
que seria infiel a ele. Sua sensibilidade em relação à condição do pecado de seus
compatriotas e sua sensibilidades em relação ao coração amoroso de Deus o
fizeram apto pra realizar esse difícil ministério.

Contexto Histórico e Data

Oséias mostra a situação histórica de seu ministério através da nomeação


dos reais do Reino do Sul, de Judá (Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias), e o rei do Reino
do Norte, de Israel ( Jeroboão II), que reinou durante o período de sua profecia (1.1).
Isso estabelece as datas de 755 aC a 715 aC. Embora todas as indicações quanto
ao sucesso exterior parecessem positivas a Israel, um desastre vindo por baixo
estava se aproximando. O povo desse príodo regozijava-se na paz, abundância e
prosperidade; mas a anarquia estava preparando-se e ela traria o colapso político da
nação em alguns curtos anos. Oséias descreve a condição social características de
seu tempo: líderes corruptos, vida familiar instável, imoralidade generalizada, ódio
entre classes e pobreza. Embora as pessoas continuassem umas formas de
adoração, a idolatria era mais e mais aceita, e os sacerdotes estavam falhando na
tarefa de guiar o povo nos caminhos da justiça. Apesar das trevas desse tempo,
Oséias oferece esperança para inspirar seu povo a voltar-se novamente para Deus.

Conteúdo

O Livro de Oséias é a respeito de um povo que tinha necessidade de ouvir


sobre o amor de Deus, de um Deus que queria falar com eles e da maneira singular
que Deus escolher para demonstrar seu amor a seu povo. O povo pensava que o
amor poderia ser comprado (“... mercou Efraim amores”, 8.9), que o amor era uma
busca de uma autogratificação (“Irei atrás de meus namorados, que me dão...” 2.5) e
que amando objetos sem calor, pudesse conseguir benefícios positivos (“... Se
tornaram abomináveis como aquilo que amaram”, 9.10). Deus quis que Israel
conhecesse seu amor, um povo que buscou objetos sem valor (“Quando Israel era
menino, eu o amei...” 11.1), foi guiado com uma meiga disciplina (“cordas de amor”,

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11.4) e que persistiu, apesar de o povo correr e da resistência dele (“Como te


deixaria?”, 11.8).

O problema era como levar a mensagem de um Deus de amor a um povo que


não estava inclinado a dar ouvido e, provavelmente, não entender, se eles
ouvissem. A solução de Deus era deixar o profeta ser seu próprio sermão.

Oséias se casaria com uma mulher impura (“mulher de prostituições”, 1.2), a


amaria inteiramente, e dela teria filhos (1.3), e iria atrás dela, e traria de volta quando
ela se desviasse (“Vai outra vez, ama uma mulher”, 3.1). Em resumo, Oséias tinha
de mostrar seu próprio amor a Gomer, o tipo de amor que Deus tinha por Israel.

Cristo Revelado

Os escritores do NT descrevem Oséias como o responsável por ensinar a


vida e o ministério de Cristo. Mateus vê em 11.1, uma profecia cumprida quando
Jesus, quando bebê, foi literalmente levado e trazido do Egito, um paralelo com a
longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt 2.15). O Escritor de Hebreus acha em
Jesus Aquele que capacita os crentes a oferecerem sacrifícios aceitáveis de louvor
pelos quais nós nos tornamos recipientes do perdão misericordioso de Deus (14.2;
Hb 13.15). A Pedro, Jesus provê a base pela qual aqueles que estavam fora da
família de Deus agora são admitidos a um relacionamento com ele (1.6,9; 1Pe 2.10).
O Paulo Jesus cumpre a promessa de Oséias de que Alguém quebraria o poder da
morte e da sepultura e traria a vitória da ressurreição (13.14; 1Co 15.55). Os
ensinamentos de Paulo acerca de Cristo como o Noivo e a igreja como a noiva
correspondem à cerimônia de casamento e os votos pelos quais Deus entra num
permanente relacionamento com Israel (2.19,20; Ef 5.25-32).

Jesus também, em pelo menos dois de seus sermões aos fariseus, tira seu
texto de Oséias. Quando questionado acerca da sua permanência no lar dos
pecadores e cobradores de impostos, Jesus cita Oséias para mostrar que Deus não
deseja apenas palavras vazias ou rituais desumanos, mas um cuidado genuíno e
preocupação com mas pessoas (6.6; Mt 9.13). E, quando os fariseus acusam os
discípulos de Jesus de violar o sábado, Jesus os defende com o mesmo lembrete de
que o coração de Deus coloca o interesse pelas necessidades humanas acima das
formalidades religiosas (Mt 12.7).

O Espírito Santo em Ação

O Livro de Oséias ensina duas notáveis lições a respeito do ES: 1) É


importante depender da presença do Espírito e 2) coisas negativas acontecem
quando o Espírito está longe de uma vida. “““ Uma “vez Oséias usa a frase “o
espírito de luxuria”, e uma vez,” “o espírito da prostituição” (4.12; 5.4), e conta as
conseqüências de ser preenchido com um espírito impuro. Como Paulo em Efésios,
Oséias relaciona tal espírito com o vinho, que escraviza o coração. Esse espírito de
luxuria também faz as pessoas se desvirem para falsos caminhos e falas adorações,
em contraste com o ES, que nos guia para caminhos verdadeiros e para a
verdadeira adoração (4.11-13; Ef 5.17-21).

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Esboço de Oséias

I. Oséias e Gomer 1.1-3.5

O casamento de Oséias e Gomer 1.1-9


O Casamento do SENHOR com Israel 1.10-2.23

II. O SENHOR e Israel 4.1-14.9

Amor e restauração 11.1-14.9

Joel (Jl)

Autor: Joel Data: Entre 835—805 aC

Autor

O nome Joel significa, literalmente, “Jeová é Deus”. Este é um nome muito


comum em Israel, e Joel, o profeta, é especificado como o filho de Petuel. Nada é
conhecido a respeito dele ou das circunstâncias de sua vida. Provavelmente que ele
tenha vivido em Judá e profetizado em Jerusalém.

Data

Não há como datar o livro com absoluta certeza, e os estudiosos variam em


suas opiniões. Há referências tanto em Amós como em Isaías, que também estão
em Joel (comparar Am 1.2 com Jl 3.16 e Is 13.6 com Jl 1.15) É opinião de muitos
conservadores que Amós e Isaias tenham tomado emprestado de Joel, fazendo-o
um dos mais antigos dos profetas menores.

Além do mais, a adoração a Deus, a qual o sumo sacerdote Joiada restaurou


durante o reinado de Joás (2Rs 11; 2Cr 23.16), é suposta por Joel. Portanto muitos
sustentam que Joel profetizou durante os primeiros trinta anos do reinado de Joás
(835-796 aC), quando Joiada era o conselheiro do rei. Isso colocaria o ministério de
Jl por volta de 835-805 aC.

Contexto Histórico

Joel profetizou numa época de grande devastação de toda a terra de Judá.


Uma enorme praga de locustas havia despido a zona rural de toda a vegetação,
destruiu até as pastagens tanto das ovelhas como do gado, até mesmo tirou a casca
das árvores de figo. Em apenas algumas horas, o que tinha sido uma terra bonita,
verdejante, havia se tornado um lugar de desolação e destruição. Descrição
contemporânea do poder destrutivo dos enxames de locustas confirma a descrição
de Jl acerca da praga. A praga das locustas acerca do que Jl escreveu era maior
que qualquer um jamais havia visto. Toda a safra foi perdida, e as sementes da safra
para o plantio seguinte também foram destruídas. A fome e a seca se apoderaram

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de toda a terra. Tanto o povo como os animais estavam morrendo. Ela foi tão
profunda e desastrosa, que Joel viu uma explicação: era o julgamento de Deus.

Conteúdo

O Livro de Jl está naturalmente dividido em duas seções. A primeira (1.1-


2.27) trata do presente julgamento de Deus, um chamado ao arrependimento e a
promessa de restauração.

A segunda seção (2.28-3.21) explica que essa praga, horrível como ela pode
ser, não é nada comparada ao julgamento de Deus que está a caminho. Este era um
tempo em que não somente Judá, mas também todas as nações do mundo serão
chamadas diante de Deus.

Todavia, nós não podemos deixar de notar a mais notável seção desta curta
profecia. Através do ES, Joel olha centenas de anos à frente, para um tempo em
que Deus irá derramar o seu Espírito “sobre toda a carne” (2.28). Isso será um
prelúdio da devastação e julgamento do Dia do Senhor. Será um tempo em que
todos os crentes sentirão a habitação do ES e irão formar uma comunidade profética
na terra. Será um tempo em que a profecia virá de jovens e velhos, de igual modo;
quando tanto homens como mulheres irão profetizar. A salvação não será apenas a
ingualável bênção sobre Judá. Será um tempo em que “todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo” (2.32)

O Espírito Santo em Ação

Joel é notável em suas referências ao ES. Foi obviamente o ES que inspirou


o profeta a ver a mão do Senhor em tudo o que está acontecendo e ser capaz de
saltar em direção ao terrível Dia do Senhor.

Mas a passagem mais espantosa em Jl é 2.28-32. Ali, o profeta vê um tempo


futuro, “depois”, quando o Espírito de Deus for derramado “sobre toda a carne”.
Jovens e velhos, de igual modo, tanto homens como mulheres, irão experimentar
esse derramamento.

Esboço de Joel

I. A mão do Senhor no presente 1.1-2.27

A destruição pelas locustas 1.2-2.11


O arrependimento de Judá 2.12-17
A restauração do Senhor 2.18-27

II. O dia do Senhor no futuro 2.28-3.21

A graça do Senhor 2.28-32


O Julgamento do Senhor 3.1-17
A Bênção do Senhor 3.18-21

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Amós (Am)

Autor: Amós Data: Entre 760 –750 aC

Autor

Amós, cujo nome significa “Aquele eu suporta o jugo”, era um nativo da


pequena cidade de Tecoa, situada nas colinas de Judá, a cerca de 16 km ao sul de
Jerusalém. Ele é o primeiro dos assim chamados profetas escritores do séc. VIII aC.
Os outros incluem Oséias a Israel e Miqueias e Isaias a Judá. Amós rejeitou
treinamento como um profeta profissional, admitindo que ele era um pastor de
ovelhas e cultivador de sicômoros. Apesar do seu histórico não-profissional, Amós
foi chamado para entregar a mensagem de Deus ao Reino do Norte, Israel.

Data

Amós profetizou durante os reinados de Uzias, de Judá (792-740 aC), e


Jeroboão II de Israel (793-753 aC). Seu ministério foi realizado entre 760 e 750 Ac e
parece ter ocorrido em menos de dois anos.

Contexto Histórico

A metade do séc. VIII aC foi uma época de grande prosperidade tanto para
Israel como para Judá. Sob o domínio de Jeroboão, Israel havia conquistado
novamente o controle das rotas internacionais dos comércio-a Rodovia do Rei,
através da transjordânia, e o Caminho do Mar, através do vale de Jezreel e ao longo
da planície da costa. De acordo com 2Rs 14.25, ele restaurou as fronteiras de Israel
desde Lebo Hamate (ao norte) até o mar da Arabá (o mar Morto, ao sul). Judá, sob o
domínio de Uzias, reconquistou Elatae ( o porto marítimo de Ácaba) e expandiu-se
para o sudeste às custas dos filisteus. Israel e Judá haviam atingido novos auges

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políticos e militares, mas a situação religiosa estava fraca o tempo todo. A idolatria
estava exuberante; os ricos estavam vivendo na luxuria, enquanto os pobres
estavam oprimidos; a imoralidade havia generalizado; e o sistema judicial estava
corrompido. O povo interpretava sua prosperidade como um sinal da bênção de
Deus sobre eles. A tarefa de Amós era entregar a mensagem de que Deus estava
descontente com a nação.

Sua paciência já havia se esgotado. O castigo era inevitável. A nação seria


destruída a menos que houvesse uma mudança no coração deles-uma mudança na
qual a “Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso”
(5.24).

Conteúdo

O livro de Am é basicamente uma mensagem de julgamento> julgamento


sobre as nações, oráculos e visões de julgamento divino sobre Israel. O tema central
do livro é que o povo de Israel havia quebrado seu concerto com Deus. Como
resultado, o castigo de Deus sobre eles por causa do pecado será severo. Amós
começa com uma série de acusações contra os sete vizinhos de Israel, incluindo
Judá, e, depois, ele acusa Israel (1.3-1.16). Cada nação estrangeira tem de ser
castigada por ofensas especificas, seja contra Israel ou qualquer outra nação. Esse
julgamento sobre as nações nos ensina que Deus é um Monarca universal. Todas
as nações estão sob seu controle. Elas têm de prestar contas a Deus pelos maus
tratos às outras nações e povos. Israel e Judá, todavia serão punidos porque eles
quebraram seu concerto com Deus. A seção seguinte (3.1-6.14) é uma série de três
oráculos ou sermões direcionados contra Israel. Eles incluem a ameaça de exílio.
Uma terceira seção (7.1-9.10) é uma série de cinco visões e julgamento, em duas
das qual Deus se retira. Finalmente, Amós promete restauração para Israel (9.11-
15).

O Espírito Santo em Ação

A obra do ES não é mencionada especificamente em Am. O processo da


inspiração do profeta e a revelação da mensagem de Deus são geralmente
atribuídos por outros profetas ao Espírito (Is 48.16; Ez 3.24; Mq 3.8). Como é o caso
da maioria dos profetas, é quase impossível fazer uma distinção entre o Senhor e
seu Espírito. Am não menciona o Espírito em sua obra, mas aquelas ações
atribuídas ao Espírito por outros profetas estão presentes em Amós.

Esboço de Amós

I. Introdução 1.1-2
II. Julgamento sobre as nações 1.3 –2.16

Damasco 1.3-5
Gaza 1.6-8
Tiro 1.9-10
Edom 1.11-12

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Amom 1.13-15
Moabe 2.1-3
Judá 2.4-5
Israel 2.6-16

III. Oráculos contra Israel 3.1– 6.14

Julgamento sobre o povo escolhido de Deus 3.1-15


Julgamento de Deus sobre o povo insensíveis 4.1-13
Julgamento sobre o impenitente povo de Deus 5.1-6.14

IV. Visões de Julgamento 7.1-9.10

Visões de abrandamento 7.1-6


Visões de rigidez 7.7-9.10

V. A restauração de Israel 9.11-15

A tenda de Davi levantada 9.11-12


A terra e o povo restaurados e abençoados 9.13-1

Obadias (Ob)

Autor: Obadias Data: Após 586 aC

Autor

O profeta é conhecido somente como Obadias, “Servo/adorador de Jeová”.


Nenhuma outra informação está disponível a respeito dele.

Data

O fundo histórico da destruição de Jerusalém coloca a data da profecia de


Obadias logo após 586 aC, o ano no qual a cidade sagrada foi derrotada pelos
babilônios. A mensagem foi, provavelmente, dada durante o período do exílio de
Judá, quando Obadias alerta Edom sobre a vingança de Deus, que estava se
aproximando, e assegura a Judá quanto ao contínuo cuidado do Senhor.

Contexto Histórico

As relações entre Israel e Edom foram marcadas pela hostilidade através do


período do AT. O rancor começou quando os dois irmãos gêmeos Esaú e Jacó se
dividiram em disputa (ver Gn 27; 32– 33). Os descendentes de Esaú,
conseqüentemente, se estabeleceram numa área chamada Edom, situada ao sul do
mar Morto, enquanto os descendentes de Jacó continuaram em direção à Terra
Prometida, habitaram em Canaã e se tornaram o povo de Israel. Com o passar dos
anos numerosos conflitos se desenvolveram entre os edomitas e os israelitas.

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Essa amarga rivalidade forma o fundo histórico da profecia de Obadias.

Ao longo do período de cerca de 20 anos (605-586 aC), os babilônios


invadiram a terra de Israel e fizeram repetidos ataques à Jerusalém, a qual foi
finalmente devastada em 586 aC. Os edomitas viram essas incursões como uma
oportunidade para extinguir sua amarga sede contra Israel. Então, os edomitas
juntaram-se aos babilônios contra seus parentes e ajudaram a profanar a terra de
Israel.

Conteúdo

Obadias é o menor livro do AT. Ele começa com um título que identifica a profecia
como “visão de Obadias” e que atribui o pronunciamento do Senhor Jeová (v.1).

O livro é dividido em duas seções principais. A primeira (vs 1-14) é endereça


a Edom e anuncia sua inevitável queda. Da sua posição de soberba e falsa
segurança, Deus irá derribá-lo (vs 2-4). A terra e o povo serão saqueados e
espoliados, a destruição final e completa (vs 5-9). Por quê? Por causa da violência
que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v.10), porque Edom de regozijou com o
sofrimento de Israel e juntou-se com seus atacantes para roubar e violar Jerusalém
no dia da sua calamidade (vs 11-13) e porque os edomitas impediram a fuga do
povo de Judá e os entregou aos invasores (v.14)

A segunda seção principal da profecia reflete sobre o Dia do Senhor (vs 15-
21). Esse dia será um tempo de retribuição, de colher o que se havia plantado. Para
Edom, este é um pronunciamento de perdição (vs 15-16), mas, para Judá de
proclamação de liberdade (vs 17-20) Edom será julgado severamente, mas o povo
de Deus experimentará a abençoada e gloriosa restauração de sua terra. O monte
Sião governará as montanhas de Esaú, e o reino pertencerá ao Senhor (v.21)

O Espírito Santo em Ação

Em nenhum lugar Obadias faz referência específica ao ES ou ao Espírito de


Deus. A sua obra, todavia, deve ser admitida. Ele serve como a fonte de inspiração
para Obadias, como Aquele que comunica a “visão” (v.1) que constitui a mensagem
de Obadias. Além disso, embora não especificamente identificado como tal, ele
funciona como Aquele que instiga o julgamento de Edom, chamando as nações para
se levantarem contra o inimigo do povo de Deus. Embora Deus use agentes
humanos para executar sua justiça, atrás disso tudo, está a obra do seu Espírito,
empurrando, instigando e punindo de acordo com o plano de Deus.

Esboço de Obadias

I. Título 1
II. O decreto do Senhor Vs 1-14

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A condenação de Edom vs, 1-4


O colapso de Edom Vs. 5-9
Os crimes de Edom Vs 10-14

III. O Dia do Senhor Vs 15-21

O dia da retribuição divina Vs. 16-16


O dia da restituição divina vs. 17-20
O dia do domínio divino vs. 21

Jonas (Jn)

Autor: Jonas Data: Por volta de 760 AC ou após 612 Ac

Autor e Data

As questões da data e autoria de Jonas estão profundamente relacionas. Se


Jonas escreveu o Livro seria, obviamente, datado durante o reinado de Jeroboão II.
No início do séc. VIII, cerca de 793 a 753 aC. Se um narrador escreveu o livro, ele
poderia sido em qualquer tempo depois do acontecimento descrito nele.

Dentre aqueles que sustentam outro autor, que não seja Jonas, alguns datam
o livro na segunda metade do séc. VIII ou no início do século VII, baseado nas datas
pós-exílica, após a destruição de Nínive em 612 aC Essa disputa é baseada em 3.3,
que diz que Nínive era uma grande cidade. Aqueles que apóiam a data pré-exílica
explicam que isso pode ser meramente uma forma literária usada para contar a
história ou que Nínive existia, mas não era uma grande cidade.

Como indicado em 2Rs 14.25, Jonas era filho de Amitai e um nativo de Gate-
Hefer, um vilarejo situado a 5 Km em direção ao nordeste de Nazaré, dentro das

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fronteiras tribais de Zebulom. Profetizando durante o reinado de Jeroboão II e


precedendo imediatamente Amós, ele foi um forte nacionalista que estava
completamente consciente da destruição que os assírios haviam feito em Israel
através dos anos. Jonas achou difícil aceitar o fato de que Deus pudesse oferecer
misericórdia a Nínive da Assíria, uma vez que seus habitantes mereciam um
julgamento severo.

Ele foi o único profeta mandado para pregar aos gentios. Elias foi mandado
para Sarepta para morar lá durante uma temporada (1Rs 17.8-10), e Eliseu viajou a
Damasco (2Rs 8.7), mas somente a Jonas é que foi dada uma mensagem de
arrependimento e misericórdia, para pregar diretamente a uma cidade gentia. Sua
relutância em ir pregar estava baseada num desejo de ver seu declínio culminar
numa completa perda de poder. Também ele temeu que Deus pudesse mostrar
misericórdia, deste modo oferecendo aos assírios a oportunidade de molestar Israel.

O nome de Jonas significa “pomba” ou “pombo”. Quanto ao caráter, ele é


representado como obstinado, irritado, mal-humorado, impaciente e por seu hábito
de viver somente com seu clã. Politicamente, é obvio que ele era um amante leal de
Israel e um patriota comprometido. Religiosamente, ele professava um temor ao
Senhor como Deus do céu, o Criador do mar e da terra. Mas sua primeira
desobediência intencional, sua posterior re relutante obediência e a sua ira sobre a
extensão de misericórdia aos ninivitas revelam óbvias incoerências na aplicação da
sua fé. A história termina sem indicar como Jonas respondeu à exortação e`à lição
objetiva de Deus.

Contexto Histórico

Os assírios pagãos, inimigos de Israel de longa data, eram uma força dominante
entre os antigos de aproximadamente 885 a 665 aC. Relatos do AT descrevem seus
saques contra Israel e Judá, onde eles destruíram a zona rural e levaram cativos. O
poder assírio era mais fraco durante o tempo de Jonas, e Jeroboão II foi capaz de
reivindicar áreas da Palestina desde Hamate localizada em direção ao sul, até o mar
Morto, como havia sido profetizado por Jonas (2Rs 14.25)

Conteúdo

O livro de Jonas, embora tenha sido colocado entre os profetas no cânon, é


diferente do outros livros proféticos, pois ele não tem uma profecia que não
contenha uma mensagem; a história é a mensagem. A história recorda um dos mais
profundos conceitos teológicos encontrados no AT. Deus ama todas as pessoas e
deseja compartilhar seu perdão e misericórdia com elas. Israel havia sido
encarregado de entregar aquela mensagem, mas, de algum modo, eles não
compreenderam a importância dela. Essa falha conseqüentemente levou-os a um
orgulho religioso extremo. No Livro de Jonas, pode ser encontrada a semente do
farisaísmo no NT.

Deus pediu a Jonas, o profeta, para levantar-se e ir 1300 km pra o oriente, a


Nínive, uma cidade dos temidos e odiados assírios. Sua mensagem é pra ser um

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chamado ao arrependimento e uma promessa de misericórdia, caso eles responda


positivamente. Jonas sabe que, se Deus poupar Nínive, então aquela cidade estará
livre para saquear e roubar Israel novamente. Esse patriotismo nacionalista e seu
desdém a que a misericórdia seja oferecida para pessoas que não fazem parte do
concerto induzem Jonas a decidir deixar Israel e “fugir de diante da face do Senhor”.
Sem dúvida, ele esperava que o Espírito da profecia não o seguisse. Jonas está
descontente e. algum modo se convence do que uma viagem a Társis irá livra-lo da
responsabilidade que Deus colocou sobre ele.

A viagem a Társis logo fornece a evidência de que a presença e a influência


do Senhor não estão restritas à Palestina. Deus manda uma tempestade para
golpear o navio e causar circunstâncias que conduzem Jonas face à face ao seu
chamado missionário. Após determinarem que Jonas e seu Deus são responsáveis
pela tempestade, e após esgotarem todas as alternativas, os marinheiros atiraram
Jonas ao mar. Sem dúvida, Jonas e os marinheiros acharam que esse seria o fim de
Jonas; mas Deus havia preparado um grande peixe para engolir Jonas e, após três
dias e três noites, o peixe o jogou em terra firme.

Novamente, Deus manda Jonas levantar e ir a Nínive para entregar a


mensagem de libertação. Desta vez, o profeta concorda relutantemente em fazer a
viagem e entregar a mensagem de Deus. Para seu espanto, os ninivitas, desde a
pessoa mais humilde até o rei, se arrependeram e mostraram isso através do jejum
cerimonial, vestindo-se de panos de saco e assentando-se sobre a cinza. Até
mesmo os animais são obrigados a participar dessa conduta humilde.

O coração de Jonas ainda não está mudado, e ele reage com ira e confusão.
Por que Deus teria misericórdia de pessoas que abusaram da nação de Israel?
Talvez esperando que o arrependimento não tivesse sido genuíno, ou que Deus
fosse escolher outra estratégia, Jonas constrói um abrigo numa colina, com vista
para a cidade do lado oriente. Lá. Ele aguarda do dia indicado para o julgamento.

Deus usa esse tempo de esperar para ensinar uma valiosa lição a Jonas. Ele
prepa uma aboboreira para crescer durante a noite, num lugar que fizesse sombra
sobre a cabeça de Jonas. O profeta se regozija na sua boa sorte. Então, Deus
prepara um bicho pra comer o caule da aboboreira e a faz secar.

Ele, mais adiante, intensifica a situação desconfortável de Jonas, ao trazer um


vento calmoso, vindo do oriente, para secar o corpo morto de sede de Jonas. Ele
lamenta a morte da aboboreira e expressa seu descontentamento a Deus. Deus lhe
responde mostrando a incoerência de estar preocupado com uma aboboreira, mas
estar totalmente despreocupado acerca do destino dos habitantes de Nínive, a quem
Deus amava.

O Espírito Santo em Ação

E Espírito de Deus inspirou Jonas a profetizar naquela terra e a sua posição


seria recuperada por Israel. Isso aconteceu sob a liderança de Jeroboão II (2 Rs
14.25). Quando o Espírito conduziu Jonas para ir a Nínive profetizar contra o povo

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lá, o profeta se recusou a seguir a orientação do Senhor. O Espírito de Deus não


cessou sua obra, mas continuou a intervir na vida de Jonas e a induzi-lo a faze a
vontade de Deus. Quando Jonas se arrependeu, o Espírito operou um
arrependimento piedoso no coração do povo e eles responderam à mensagem de
julgamento. Quando Jonas se recusou a aceitar esta obra divina, o ES mostrou a ele
o contraste entre sua preocupação com uma aboboreira e a preocupação de Deus
com os habitantes da cidade.

Esboço de Jonas

I. A retirada ordenada 1.1-3

“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive” 1.1-2


Jonas foge para Tarsis 1.3

II. O retorno providencial 1.4-2.10

O Senhor manda uma tempestade 1.4-9


Os marinheiros o jogam no mar 1.10-16
O Senhor prepara uma grande peixe 1.17
Jonas ora 2.1-9
Ele é vomitado na terra 2.10

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III. A renovação bem-sucedida 3.1-10

Uma segunda chance de levantar e ir é dada a Jonas 3.1-3


Jonas prega 3.4
A população se converte 3.5-9
Deus demonstra piedade 3.10

IV. Uma reação negativa 4.1-11

Jonas desgostou-se 4.1-5


Deus ensina uma lição 4.6-11

Miquéias (Mq)

Autor: Miquéias Data: Entre 704 e 696 Ac

Autor

Miquéias foi contemporâneo de Isaías, no séc. VIII aC. Ambos concentraram


seu ministério no Reino do Sul, Judá, incluindo Samaria (Israel) e “as nações” no
objetivo das suas profecias. Durante alguns anos, no começo da sua carreira,
Miquéias foi, também, contemporâneo de Oséias, um profeta que morava no Reino
do Norte. Miquéias viveu numa cidade localizada a cerca de 32 km a sudoeste de
Jerusalém e profetizou principalmente naquela região.

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O Nome de Miquéias pressupõe uma semelhança com o Senhor: “Quem, ó


Deus, é semelhante a ti”. Miquéias era tão sincero e completamente comprometido,
que ele até quis ir despojado e nu pra fazer com que sua mensagem fosse
compreendida (1.8). A profecia de Miquéias produziu um impacto que se estendeu
muito além do seu ministério local. Um século depois, sua profecia foi lembrada e
citada (Jr 26.17-19), e acontecimentos ocorridos sete séculos mais tarde atestam a
autenticidade da profecia de Miquéias (Mt 2.1-6; Jo 7.41-43).

Data

Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração (1.1), durante os


reinados dos reis do Sul, Jotão (740-731 aC), Acaz (731-716 aC), e Ezequias (716-
686 aC). Visto que ele morreu durante a administração de Ezequias e antes da era
que coincide em parte com Manassés (696-642 aC), uma data entre 704 e 696 aC
parece ser provável.

Contexto Histórico

No período entre o início do reino dividido de Salomão (Israel ao Norte e Judá


ao Sul) e a destruição do templo, muito “alto” haviam sido introduzidos em Judá
através da influência de Samaria. Isso colocou a idolatria dos cananeus em disputa
com a verdadeira adoração no templo do Senhor (1.5). Miquéias mostra como essa
degeneração espiritual levará inevitavelmente o julgamento sobre toda a terra. E,
embora o rei Ezequias tenha tido uma notável vitória sobre Senaqueribe e o exercito
assírio, Judá estava presstes a cair, a não se que a nação se voltasse para Deus,
arrependendo-se de todo coração.

Conteúdo

O Livro de Mq é uma profecia acerca do Senhor, que não tem concorrentes


no perdão dos pecados e na compaixão pelos pecadores. Sua fidelidade
compassiva mantém um concerto com Abraão e seus descendentes. A “excelência
do nome do Senhor” (5.4) está caracterizada, bem como a face do Senhor (3.4), seu
louvor (2.9), seus caminhos (4.2), seus pensamentos (4.12), sua força (5.4), suas
justiças (6.5; 7.9) e sua conseqüente ira (7.9) e furor (5.15; 7.18) contra todas as
formas de rebelião moral.

Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua santidade, para


ser testemunha contra o povo (1.2). O fator mais notável no manejo do Senhor da
sua causa é quão fundo ele foi para apresentar sua contenda (6.2), até mesmo
desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu povo levar qualquer queixa
quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6.3). Além disso, aquele que
verdadeiramente se arrepende terá o Senhor como seu advogado de defesa (7.9)

Enquanto a Babilônia ainda não era um poder mundial que podia permanecer
independente da Assíria, o cativeiro babilônico (mais de um século depois) foi
claramente predito como o julgamento de Deus contra a rebelião feita contra ele
(1.16; 2.3,10; 4.10; 7.13). Mas, assim como Isaías, colega de Miquéias, a esperança

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foi estendida pra um restante a ser restaurado, que seja desse cativeiro ou de um
povo espiritualmente restaurado (a igreja) nos dias do Messias (2.12-13; 4.6-7;
5.3,7-8; 7.18). O Senhor libertaria o restante (2.12-13; 4.3-8,10; 5.9; 7.7)

Miquéias tinha de censurar a liderança da nação por destruir o rebanho que


lhes foi confiado. Entretanto, a grande compaixão de Deus colore cada uma das sua
atitudes e ações em relação ao seu povo, representando-o como uma filha
extraviada (1.13; 4.8,10,13), pois sua compaixão, que, uma vez, redimiu a Israel do
Egito 96.4), irá também redimir Judá da babilônia (4.10). Sua fidelidade compassiva
a Abraão e aos pais (7.20) é atualizada a cada nova geração. Essa mensagem está
focalizada numa única pergunta central para toda a profecia: “Quem, ó Deus, é
semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e que esqueces da rebelião do restante
da tua herança?” (7.18). A compaixão de Deus (7.18-19) é um atributo precioso a
que nenhuma deidade pode se igualar. A compaixão e a fidelidade do concerto são
exclusivos a Deus. A esperança do povo de viver sob a completa bênção de Deus
estava ligada à vinda de Messias. Deus, em seu amor, prevendo as glórias da sua
graça a ser manifesta em Jesus, manteve-se proclamando aquele Dia e reino futuros
como o acontecimento no qual o fiel devia por sua esperança.

Cristo Revelado

As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e


encorajamento. O livro se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor
(1.3-5). As profecias posteriores afirmarão o aspecto pessoal da sua chegada em
tempo histórico. Mas a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida no
princípio.

A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas.


Depois que a terra deles havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos
seria reunidos como ovelhas num curral. Então, alguém quebraria o cercado e os
levaria para fora da porta, em direção à liberdade. (2.12-13). E esse alguém é seu
“rei” e “Senhor”. O episódio completo harmoniza-se belamente com a proclamação
de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade, liberta os
cativos espirituais e físicos.

Mq 5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a
profecia bíblica como “a Palavra do Senhor” (1.1; 2.7; 4.2). A expressão “a Palavra”
do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo 1.1; Ap 19.13). A profecia de Mq
5.2 é, explicitamente, messiânica (“Senhor em Israel”) e especifica seu lugar de
nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida. Suas
palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha
nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra característica dessa profecia é
que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem em
Belém. Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com
o Eterno: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade.” Esta profecia confirma tanto a humanidade quanto a divindade do
Messias de um modo sublime.

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A profecia de Mq 5.4-5 afirma a condição de pastor de Messias (“apascentará


o povo”), sua unção (“na força do Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome
do Senhor”) e sua humanidade (“seu Deus”), seu domínio universal (“porque agora
será ele engrandecido até aos fins da terra”) e a sua posição como líder de um reino
de paz (“E este será a nossa paz”).

O climax da profecia (7.18-19), mais o versículo final (7.20), apesar de não


incluir o nome do Messias, definitivamente referem-se a ele. Na expressão da
misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que “subjugará as nossas
iniqüidades”, lançando-as nas profundezas do mar para que Deus possa perdoar os
pecados e trocar o pecado pela verdade.

O Espírito Santo em Ação

Uma referência singular ao ES ocorre no contraste feito por Mq da autoridade


que está por trás de seu ministério com aquela dos profetas falsos de seus dias.
Enquanto outros homens eram feitos corajosos pelos tóxicos para fabricar contos na
forma de profecias, o verdadeiro poder, a força e justiça que estão por trás da
mensagem de Mq vieram da sua unção pela “força do Espírito do Senhor” (3.8).

Esboço de Miquéias

Tema: Quem é como o Senhor?


I. A dramática cinda do Senhor em Julgamento 1.1-2.13

Sobre as cidades capitais de Samaria e Jerusalém 1.1-9


Sobre as cidades localizadas a sudoeste de Jerusalém 1.10-16
Sobre os crimes que trazem ocupação estrangeira 2.1-11
Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor 2.12-13

II. A condenação dos líderes feita pelo Senhor 3.1-12

Sobre os líderes que consomem o povo 3.1-4


Sobre os profetas, exceto Miquéias 3.5-8
Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e profetas 3.9-12

III. A vinda do reino universal do Senhor 4.1-5.15

Atração de todas as nações pelo nome do Senhor 4.1-5


Compaixão sobre o povo dependente e rejeitado 4.6-13
O lugar de nascimento e a administração do Messias 5.1-6
A restauração de um restante num lugar sem ídolos 5.7-15

IV. A apresentação da contenda do Senhor 6.1-7.6

O seu cuidado redentor na sua história 6.1-5


Suas expectativas para uma reação apropriada 6.6-8
Seu fundamento para o julgamento do ímpio 6.9-7.6

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V. A salvação do Senhor como a esperança do povo 7.7-20

Apesar do julgamento temporário 7.7-9


Apesar dos inimigos do povo 7.10—17
Por causa da sua incomparável compaixão 7.18-20

Naum (Na)

Autor: Naum Data: Pouco antes de 612 aC

Autor

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Naum, cujo nome significa “confortador” ou “cheio de conforto”, é


desconhecido, a não ser pelo breve título que inicia sua profecia. Sua identificação
como um “elcosita” não ajuda muito, visto que a localização de Elcose é incerta.
Carfanaum, uma cidade da Galiléia, tão proeminente no ministério de Jesus,
significa “Aldeia de Naum”, e alguns têm especulado, mas, sem prova concreta, que
seu nome deriva do profeta. Ele profetizou a Judá durante os reinados de Manassés,
Amom e Josias. Seus contemporâneos foram Sofonias, Habacuque e Jeremias.

Data

Em Na 3.8-10, o profeta narra o destino da cidade egípcia de Tebes, que foi


destruída em 663 aC. A queda de Nínive, ao redor da qual todo o livro gira,
aconteceu em 612 aC. A profecia de Naum deve ser datada entre esses dois
acontecimentos, visto que ele olha para trás para um e à frente para outro. É mais
provável que sua mensagem tenha sido entregue pouco antes da destruição de
Nínive, talvez quando os inimigos da Assíria estavam colocando suas forças em
ordem de batalha para o ataque final.

Contexto Histórico

O reino dos assírios havia sido uma nação próspera durante séculos, quando
o profeta Naum entrou em cena. Seu território se mudou com o passar dos anos por
causa das conquistas e derrotas dos seus governantes, localiza-se ao norte da
Babilônia, entre e além dos rios Tigre e Eufrates. Documentos antigos atestam a
crueldade dos assírios contra outras nações. Os reis assírios vangloriam-se de sua
brutalidade, celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram sobre os povos
conquistados.

A queda do império Assírio, cujo clímax foi a destruição da cidade de Nínive,


em 612 aC, é o assunto da profecia de Naum. O juízo que cai sobre o grande
opressor do mundo é o único motivo para o pronunciamento de Naum.
Conseqüêntemente, o profeta é judicial em seu estilo, incorporando antigos
“oráculos de julgamento”. A linguagem é poética, vigorosa e figurada, sublinhando a
intensidade do tema com o qual Naum luta.

Conteúdo

O livro de Naum focaliza-se num único interesse: a queda da cidade de


Nínive. Três seções principais, correspondentes aos três capítulos, abrangem a
profecia. A primeira descreve o grande poder de Deus e como aquele poder opera
na forma de proteção pra o justo, mas de julgamento para o ímpio. Embora Deus
nunca seja rápido em julgar, sua paciência não pode ser admitida sempre. Toda a
Terra está sob o seu controle; e, quando ele aparece em poder, até mesmo a
natureza treme diante dele (1.1-8). Na sua condição de miséria e aflição (1.12), Judá
podia facilmente duvidar da bondade de Deus e até mesmo questionar os inimigos
de seu povo (1.13-15) e remover a ameaça de uma nova angústia (1.9). A predição
do juízo sobre Nínive forma uma mensagem de consolação para Judá (1.15)

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A segunda seção principal, descreve a ida da destruição para Nínive (2.1-3).


Tentativas de defender a cidade contra seus atacantes serão em vão, porque o
Senhor já decretou a queda de Nínive e a ascensão de Judá (2.1-7). As portas do rio
se abrirão, inundando a cidade e varrendo todos os poderosos, e o palácio se
derreterá (2.6). O povo de Nínive será levado cativo (2.7); outros fugirão com terror
(2.8). Os tesouros preciosos serão saqueados (2.9); toda a força e autoconfiança se
consumirão (2.10). O covil do leão poderoso será desolado, porque “Eis que eu
estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-13).

O terceiro capítulo forma a seção final do livro. O julgamento de Deus parece


excessivamente cruel, mas ele é justificado em sua condenação. Nínive era uma
“cidade ensangüentada” (3.1), uma cidade culpada por espalhar o sangue inocente
de outras pessoas. Ele era uma cidade conhecida pela mentira, falsidade rapina e
devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a Deus; portanto, seu veredicto de
julgamento era inevitável (3.2-3, 5-7). Semelhante a Nô-Amom, uma cidade egípcia
que sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes defesas. Nínive não pode
escapar do julgamento divino (3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes
sucumbirão e o povo se derramará pelos montes (3.16-18). O julgamento de Deus
sobreveio, e os povos que a Assíria fez outrora vítimas tão impiedosamente baatem
palmas e celebram em resposta às boas-novas (3.19).

O Espírito Santo em Ação

Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Naum.


Todavia, a obra do Espírito na produção da profecia e na direção dos
acontecimentos descritos no livro deve ser admitida.

O cabeçalho do livro descreve-o como “visão de Naum “ (1.1). O ES funciona


aqui como o Revelador, Aquele que abre pra Naum o drama que revela diante e
comunica a mensagem do Senhor que ele está encarregado de entregar.

O ES também deve funcionar como o Grande Instigador na queda de Nínive.


Os inimigos, dentre eles os filhos da Babilônia, os medos e os citas, juntam suas
forças contra os assírios e saqueiam a cidade. Deus usa agentes humanos para
executar seu julgamento, mas atrás disso tudo está a obra do seu Espírito,
instigando, impelindo e punido de acordo com a vontade de Deus. Pela obra do
Espírito, o Senhor convocou suas tropas e as levou para a batalha vitoriosa.

Esboço de Naum

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I. Título
II. O veredicto de Deus 1.1-15

O zelo de Deus 1.2-6


A bondade de Deus 1.7
O julgamento de Nínive 1.8-14
A alegria de Judá 1.15
A vingança de Deus 2.1-13
A destruição de Nínive 2.1-12
A declaração do Senhor 2.13

IV. A vitória de Deus 3.1-19

Os pecados de Nínive 3.1-4


O cerco de Nínive 3.5-18
A celebração sobre Nínive 3.19

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Habacuque (Hc)

Autor: Habacuque Data: Cerca de 600 aC

Autor

O nome “Habacuque” significa “abraço” ou significando que ele foi “abraço por
Deus” e, desse modo, fortalecido por ele para sua difícil tarefa, ou “abraçando
outros”, dessa maneira encorajando-os nos tempos de crise nacional. A notação
musical encontrada em 3.19 pode indicar que Habacuque era qualificado para liderar
a adoração no templo como um membro da família levítica. O profeta está imbuído
de um senso de justiça, o qual não o deixará ignorar a violenta injustiça existente em
volta dele. Ele também aprendeu a necessidade de levar as questões mais
importantes sobre a vida para Aquele que criou e redime a vida.

Contexto Histórico

Habacuque viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá. Seu país
havia caído do auge das reformas de Josias para as profundezas do tratamento
violento de seus cidadãos, medidas opressoras contra o necessitado e a ruína do
sistema legal. O mundo localizado ao redor de Judá estava em guerra, com a
Babilônia levantando-se em ascensão sobre a Assíria e Egito. A ameaça de invasão
do Norte foi adicionado à desordem interna de Judá. Habacuque, provavelmente,
tenha escrito durante o intercalo entre a queda de Nínive, em 612 aC e a queda de
Jerusalém, em 586 aC.

Conteúdo

O Livro de Hc dá um relato de uma jornada espiritual, contando sobre a


trajetória de um homem da duvida à adoração. A diferença entre o início do Livro
(1.1-4) e o final do livro (3.17-19) é impressionante.

Nos primeiros quatro versículos, Hc é oprimido por circunstância existente ao


redor dele. Ele não consegue pensar em nada além da iniqüidade e da violência que
ele vê entre o seu povo. Embora Hc se dirija a Deus (1.2), ele crê que Deus se
retirou do cenário da terra: as palavras de Deus foram esquecidas; suas mãos não
se manifestam; Deus não pode ser encontra em lugar algum. Os homens estão na
direção, e os homens vis, por isso mesmo, também. E eles agem como seria
esperado que agissem os homens sem o controle de Deus. Estas palavras e frases
descrevem a cena: “iniqüidade... Vexação... Destruição... Violência... Contenda...
Litígio... A lei se afrouxa... A sentença nunca sai... O ímpio cerca o justo... Sai o juízo
pervertido”.

Quão diferente é a cena nos três últimos versículos do livro (3.17-19)! Tudo
mudou. O profeta não é mais controlado, nem ansioso por causa das circunstâncias,
pois sua visão foi elevada. Questões temporais não mais ocupam seus
pensamentos, mas seus pensamentos estão nas coisas do alto. Ao invés de estar

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sendo regido por considerações mundanas, Hc fixou sua esperança em Deus, pois
ele percebe que Deus tem interesse em suas criaturas. Ele é a fonte da alegria e
força do profeta. Hc descobriu que ele foi feito para algo acima: “E me fará andar
sobre as minhas alturas” (3.19). As palavras do último parágrafo contrastam
vividamente com aquelas no primeiro: “... Alegrarei-me no Senhor, exultarei no Deus
da minha salvação. Jeová, o Senhor, é a minha força... Pés como os das cervas...
Andar sobre as minhas alturas” (3.18,19). Assim, Hc foi da queixa à confiança, da
dúvida à confiança, do homem a Deus , dos vales aos montes altos.

Se o centro do evangelho é a mudança e a transformação, o Livro de Hc


demonstra essa renovação evangélica. No centro da mudança e no centro do livro,
está este nítido credo da fé: “O justo, pela sua fé, viverá (2.4)”. Para o profeta, a
promessa é para proteção física em tempo de grande sublevação. Quando a
invasão, que foi predita pelas forças estrangeiras se tornar uma realidade, aquele
remanescente justo cujo Deus é o Senhor, cuja confiança e dependência estão nele,
será liberto, e eles viverão. Para os escritores do NT, tais como Pauo e o autor de
Hebreus, essa afirmação de fé confiante se torna uma demonstração do poder do
evangelho para dar a segurança da salvação eterna. Par

Cristo Revelado

Os termos usados em Hc 3.13 ligam a idéia de salvação com mo ungido do


Senhor. As raízes hebraicas dessas palavras refletem os dois nomes do nosso
Senhor: Jesus, que significa “salvação”, e Cristo “o ungido”. O contexto aqui é o
grande poder de Deus manifestado em favor do seu povo, através de um Rei
davídico, que lhes traria libertação dos seus inimigos. O Messias veio no tempo
determinado (2.3; Gl 4.4), foi dado a ele o nome de “Jesus” como a profecia pré-
natal de seu ministério (Mt 1.21), e nasceu “na cidade de Davi, o Salvador, que é
Cristo, o Senhor (Lc 2.11)”.

Enquanto Hc espera pela resposta às suas perguntas, Deus lhe concede o


presente de uma verdade que satisfaz suas ansiedades não-expressas, bem como
apresenta a solução para sua situação presente: “ O justo, pela sua fé, viverá” (2.4).
O Apóstolo Paulo vê essa afirmação da Hc como a pedra fundamental do evangelho
de Cristo (Rm 1.16-17). Cristo é a resposta para as necessidades humanas,
incluindo a purificação do pecado, o relacionamento com Deus e a esperança para o
futuro.

O Espírito Santo em Ação

Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Hc, existem


sugestões da sua vida operando no profeta. À medida que o profeta examina a
destuição causada pelos exércitos invasores, ele, contudo, expressa uma alegria
inabalável que nem mesmo um desastre de tão ampla escala pode roubar dele, nos
lembrando que “o futuro do Espírito é... Gozo” (Gl 5.22).

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Esboço de Habacuque

I. As perguntas de Hc 1.1-17

Uma pergunta acerca da preocupação de Deus 1.1-11

1) A pergunta declarada: “Por que Deus não faz alguma coisa? 1.1-5
2) A resposta dada: “Porque eis que suscito os caldeus” 1.6-11

Uma pergunta acerca dos métodos de Deus: “Por que Deus usa ímpios?” 1.12-17

II. A resposta de Deus 2.1-20

O profeta à espera 2.1


A resposta do Senhor 2.2-20

1) O alcance da resposta 2.2-3


2) A verdade central para os crentes 2.4
3) As conseqüências da verdade para os incrédulos 2.5-20

III. A oração de Hc 3.1-19

O poder do Senhor 3.1-16

1) Um grito de misericórdia 3.1-2


2) O poder da natureza 3.3-11
3) O poder contra as nações 3.12-16

A fé do profeta 3.17-19

1) Confiança apesar das circunstâncias 3.17-18


2) Confiança por causa de Deus 3.19

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Sofonias (Sf)

Autor: Sofonias Data: Cerca de 630 aC

Autor

O nome “Sofonias” significa “O Senhor escondeu” , foi um profeta de Judá.


Ele se identificou melhor do que qualquer outro dos profetas menores, remontando
sua linhagem quatro gerações até Ezequias, um bom rei que levou o povo de volta a
Deus durante o tempo do profeta Isaías. Sofonias foi contemporâneo ao rei Josias e
seu parente distante, há uma possibilidade que era amigos.

A intimidade de emoção boa como à familiaridade de lugar, quando Sofonias


escreve a respeito de Jerusalém (1.10-11), indicam que ele havia crescido lá. De
acordo com o arranjo das Escrituras hebraicas, Sofonias foi o último profeta a
escrever antes do cativeiro.

Data

Sofonias dá o período de tempo geral do seu escrito como sendo “nos dias de
Josias, filho de Amom, rei de Judá” (1.1), cerca de 640 a 609 aC. O auge da reforma
de Josias foi nos anos 620. Visto que a queda de Nínive em 612 aC ainda não havia
acontecido (2.13,15), a maioria dos estudiosos estabelece a data dos ecritos entre
630 3 627 aC. Seus contemporâneos incluem Jeremias e Naum.

Contexto Histórico

Aproximadamente 100 anos antes dessa profecia, o Reino do Norte ( Israel)


havia sido derrotado pela Assíria. O povo havia sido levado cativo, e a terra havia
sido recolonizada por estrangeiros. Sob o reinado de Manassés e do rei Amom, pai
do rei Josias, tributos haviam sido pagos para se evitar que a Assíria invadisse o
Reino do Sul.

A aliança com a Assíria não somente afetou a Judá politicamente , mas


também as práticas religiosas, sociais e de comportamento da Assíria impuseram
sua tendências em Judá. Proteção oficial foi dada em Judá para as artes mágicas e
adivinhados e encantadores. A religião astral se torno tão popular, que o rei
Manassés , construiu altares para adoração do sol, lua , estrelas, signos do zodíaco
e todos os astros dos céu, à entrada da Casa do Senhor (2Rs 23.11). A adoração da
deusa-mãe da Assíria se tornou uma prática que envolvia todos os membros das
famílias de Judá (Jr 7.18). Todavia à medida que o jovem Josias foi tomando conta

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das rédeas do governo, a ameaça assíria foi diminuindo. O golpe final ao seu poder
veio com uma revolta de uma Babilônia em ascensão, que resultou, finalmente, na
destruição de Nínive.

Conteúdo

Sofonias considerava o desenvolvimento político de Israel, de Judá e todas as


nações circunvizinhas da perspectiva de que o povo devia aprender que Deus
estava envolvido em todos os assuntos da história. Falando como um oráculo de
Deus, ele entende que Deus usa governos estrangeiros pra levar julgamento sobre
se rebelde povo escolhido. Sf está apavorado com o fato de que, após a catástrofe
das tribos do Norte, o povo de Judá ainda mantinha a absurda noção de que Deus
fosse incapaz de fazer bem ou mal ( 1.12).

Os escritos de Sofonias têm três componentes: 1) o pronunciamento de um


julgamento específico e, freqüentemente, o julgamento universal do pecado; 2) um
apelo ao arrependimento, porque Deus é justo e deseja perdoar; 3) uma promessa
segundo a qual o restante que fez de Deus seu refúgio será salvo.

Cristo Revelado

O significado do nome de Sofonias “ O Senhor Encobriu” conduz ao ministério


de Jesus. A verdade da Páscoa no Egito, onde aqueles que foram encobertos pela
marca de sangue nas portas foram protegidos do anjo da morte, é repetida na
promessa de 2.3, onde aqueles mansos da Terra que preservaram a justiça de Deus
serão encoberto no Dia da ira do Senhor. Cl 3.2-3 explica esse aspecto do ministério
de Cristo: “Pensai nas coisas que são de cima e não na que são terra; porque já
estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. “

O regozijo sobre um restante salvo (3.16-17) está relacionado com a Obra de


Jesus. ““Ele disse:” Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que
se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento”. (Lc 15.7) A figura de um alegre Redentor que aguarda receber os
seus é, novamente, descrita em Hb 12.2.

O Espírito Santo em Ação

Jesus disse que uma das obras do ES seria convencer o mundo do


julgamento, porque já o príncipe deste mundo está julgado (Jo 16.8-11). Desde a
sua vinda, o ES tem estado proclamando ao mundo, como Sofonias fez: “Congrega-
te... Antes que saia o decreto, e o dia passe como a palha; antes que venha sobre
vós a ira do Senhor”. (2.1-2).

Uma obra mais prazerosa do Es é encontrada na promessa de que Deus irá


restaurar nos lábio puros, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o
sirvam com um mesmo espírito (3.9).

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Esboço de Sofonias

Introdução 1.1

A identificação do autor 1.1


O tempo do escrito 1.1

I. O dia do julgamento contra Judá 1.2-13

O julgamento sobre toda a criação 1.2-3


Contra os líderes religiosos 1.4-7
Contra os líderes políticos 1.8-9
Contra os líderes do comércio 1.10-11
Contra os descrentes 1.12-13

II. O dia do Senhor 1.14-18

Próximo e se aproxima rapidamente 1.14


Um dia de indignação 1.15-16
A terra inteira para ser destruída 1.18

III. Um chamado ao arrependimento 2.1-3

Um chamado para congregar 2.1-2


Um chamado pra buscar o Senhor 2.3

IV. O dia do julgamento contras as nações circunvizinhas 2.4-15

Aos da borda do Mar—filisteus 2.4-7


Aos do oriente—Moabe e Amom 2.8-11
Aos do sul—Etiópia 2.12
Aos do Norte—Assíria 2.13-15

V. O dia do Julgamento contra Jerusalém 3.1-7

Contra os líderes 3.1-4


O Senhor é justo, no meio dela 3.5
Jerusalém não mudou 3.6-7

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VI. Um remanescente fiel 3.8-20

Falar com pureza e honestidade 3.8-13


Os juízos são afastados, e os inimigos são exterminados 3.4-15
O Senhor se regozijando 3.16-17
O povo restaurado 3.18-20

Ageu (Ag)

Autor: Ageu Data: Cerca de 520 aC

Autor

Ageu, cujo nome significa “Festivo”, foi um dos profetas pós-exílicos, um


contemporâneo de Zacarias. Ageu tinha as qualidades de um bom pastor. Em
encorajador cuja palavra estava em sintonia com o coração do povo e a mente de
Deus, ele foi o mensageiro do Senhor, com a mensagem do Senhor, levando ao seu
grupo desanimado a segurança da presença de Deus.

Data

O ministério de Ageu cobriu um período de um pouco menos de quatro


meses, durante o segundo reinado do rei Dario, que governou a Pérsia de 522 a 486
aC, Isso localiza Ageu na história em 520 aC.

Contexto Histórico

Ageu em 520 aC, ajuntou aos exilados que haviam retornada à sua terra natal
em 536 aC, para reconstruir o templo do Senhor. Eles haviam começado bem,
construindo um altar e oferecendo sacrifícios, estabelecendo, então, o fundamento
para a Casa do Senhor no ano seguinte. A construção havia cessado, todavia
quando os inimigos zombaram dos esforços dos construtores. Mas, o ministério de
Ageu e o de Zacarias fizeram com que o povo se reanimasse e completasse a tarefa
em cinco anos. O templo reconstruído foi dedicado em 515 aC

Conteúdo

O livro de Ag trata de três problemas comuns a todos os povos em todos os


tempos oferecendo soluções inspiradoras. O primeiro problema: o desinteresse (1.1-
15) Para despertá-los da sua atitude de indiferença, Deus fala duas vezes ao povo.
Primeiro, eles precisam perceber que são infrutíferos (1.5-6), porque eles tinham
abandonado a Casa de Deus e ido para sua própria casa (1.7-9). Todo esforço deles
para construir seu próprio reino nunca produzirá resultados permanentes. Após ver

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seu problema, o povo, então, precisa entender que Deus irá aceitar o que eles
fazem a fim de que Deus seja glorificado, se eles entregarem a ele o que eles têm
(1.8)

O Segundo problema: Desencorajamento (2.1-9) Ageu leva uma mensagem


destinada a tratar decisivamente do desencorajamento. A solução tem duas partes:
uma trata do problema urgente; a outra trata de uma solução a longo alcance. Por
hora, basta ao povo esforçar-se e trabalhar (2.4). A outra chave para combater o mal
é para os construtores saberem que eles estão construindo para o dia em que Deus
encher essa Casa com a glória que será maior do que a Glória do templo de
Salomão (2.9)

O terceiro problemas: Insatisfação (2.10-23) Agora que o povo está


trabalhando, ele esperam uma inversão imediata de todos os seus anos de
inatividade. Então os profetas vão com uma pergunta aos sacerdotes (2.12-13)
acerca das coisas limpas e imundas e da influência deles sobre a outra. A resposta
dos sacerdotes é que a imundície é infecciosa, enquanto a santidade não é. A
aplicação é obvia: Não espere que o trabalho de três meses desfaça a negligência
de dezesseis anos. A próxima palavra do Senhor ao povo é uma surpresa: “Mas
desde este dia vos abençoarei” (2.19). O povo precisava entender que as bênçãos
de Deus não podem ser ganhas como pagamento, mas vão como dádivas graciosas
de um Deus doador. Deus escolheu Zorababel para ser um anel de sela (2.23), isto
é, para representar a natureza do servo a ser cumprida, finalmente, no mais
importante Filho de Zorababel, Jesus. Notar o nome de Zorobabel em ambas as
listas genealógicas dos Evangelhos (Mt 1; Lc 3), indicando que a benção final, a
maior delas, é uma Pessoa, seu Filho Jesus Cristo.

Cristo Revelado

Duas referências a Cristo no Livro de Ag são destacadas. A primeira é 2.6-9,


que começa explicando que o Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma
atenção internacional. Após um transtorno entre os povos da terra, as nações serão
levadas ao templo para descobrir o que elas estavam procurando: Aquele que todas
as nações desejaram será mostrado em esplendor no templo. A presença dele irá
fazer com que a memória do glorioso templo de Salomão decaia, para que somente
a glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da presença de Cristo virá grande
paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá.
A segunda referência á vinda do Messias é 2.23. O livro finaliza com uma menção
de Zorobabel, que liga esse livro, perto do final do AT, ao primeiro do NT: Zorobabel
é uma pessoa listada nas genealogias de Jesus.

O Espírito Santo em Ação

Uma breve mas bonita referência ao ES é encontrada em 2.5. Os versículos


anteriores mostram o povo de Deus desencorajado, enquanto comparam o templo
que eles estão, agora, construindo com o glorioso templo de Salomão, que o novo
templo vai substituir. A palavra do Senhor a eles é: “Esforça-te... E esforçaí-vos.” A
motivação para fazer isso também está mencionada: “Porque eu sou convosco.”

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Ag 2.5, então explica como o ES vai interagir com o espírito do povo, a fim de
ter o trabalho concluído.

O v. 5 inclui estes importantes pontos:

O ES é uma parte vital no concerto de Deus com o seu povo, “segundo a


palavra que concertei convosco.”

O ES é um dom constante para o povo de Deus: “E o meu Espírito habitava


no meio de vós.”

A presença do ES remove o medo do coração do povo de Deus. Portanto:


“não temais.”

No centro do concerto de Deus com seu povo, está a constante operação do ES,
operando para libertá-los do medo, a fim de que eles possam se mover
corajosamente no cumprimento da comissão divina.

Esboço de Ageu

I. A primeira mensagem do Senhor: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos


1.1-15

Considerai o que tendes feito: negligenciastes a Casa de Deus 1.1-6


Considerai o que devíeis fazer: edificar a Casa de Deus 1.7-11
Os resultados de considerar vossos caminhos 1.12-15

II. A segunda mensagem do Senhor: Esforçaí-vos e trabalhai 2.1-9

A comparação do novo Templo com o templo de Salomão 2.1-3


Chamado para esforçar 2.4-5
A glória vindoura do novo templo 2.6-9

III. A terceira mensagem do Senhor: Eu vos abençoarei 2.10-23

Um pergunta aos sacerdotes 2.10-19


Uma promessa para Zorobabel 2.20-23

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Zacarias (Zc)

Autor: Zacarias Data: 520—475 aC

Autor

Zacarias, cujo nome significa “O Senhor se Lembra”, foi um dos profetas pós
– exílicos, um contemporâneo de Ageu. Com Ageu, ele foi chamado para despertar
os judeus que retornaram, para completar a tarefa de reconstruir o templo (ver Ed
6.14). Como filho de Baraquias, filhos de Ido, ele era de umas das famílias
sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos de todos os profetas do
AT, dado referências distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.

Data

O ministério de Zacarias começou em 520 aC, dois meses após Ageu haver
completado sua profecia. A visão dos primeiros capítulos foi dada, aparentemente,
enquanto o profeta ainda era um jovem (2.4). Os caps 7-8 ocorrem dois anos mais
tarde, em 518 aC. A referência à Grécia em 9.13 pode indicar que os caps. 9-14
foram escritos depois de 480, quando a Grécia substituiu a Pérsia como o grande
poder mundial. As profecias que abrangem o Livro de Zacarias foram reduzidas à
escrita entre 520 e 475 aC.

Contexto Histórico

Os exilados que retornaram à sua terra natal em 536 aC sob o decreto de


Ciro, estavam entre os mais pobres dos judeus cativos. Cerca de cinqüenta mil
pessoas retornaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e Josué.
Rapidamente, reconstruíram o altar e iniciaram a construção do templo. Logo,
todavia, a apatia se estabeleceu, à medida que eles foram cercados com a oposição
dos vizinhos samaritanos, que, finalmente foram capazes de conseguir uma ordem

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do governo da Pérsia para interromper a construção. Durante cerca de doze anos a


construção foi obstruída pelo desânimo e pela preocupação com outras atividades.
Zacarias e Ageu persuadiram o povo a voltar ao Senhor e aos seus propósitos para
restaurar o templo. Zacarias encorajou o povo de Deus indicando-lhe um dia,
quando o Messias reinaria de um templo restaurado, numa cidade restaurada.

Conteúdo

O livro de Zc começa com a veemente palavra do Senhor para o povo se


arrepender e se voltar novamente para seu Deus. O livro está repleto de referências
de Zc à palavra do Senhor. O profeta não entrega sua própria mensagem, mas ele,
fielmente, transmite a mensagem dada ele por Deus. O povo é chamado para se
arrepender de sua apatia e completar a tarefa que não foi terminada.

Deus, então, assegura ao seu povo o seu amor e cuidado por eles, através de
oito visões. Avisão do homem e dos cavalos lembra ao povo o cuidado de Deus. A
Visão dos quatros chifres e dos quatro ferreiros trazem à memória o julgamento de
Deus. A Visão do homem com um cordel de medir, existe uma olhada apocalíptica
na vele e pacífica cidade de Deus. A visão grandiosa do castiçal todo revestido de
ouro entre os vasos de azeite assegura a Zorobabel que os propósitos de Deus
serão cumpridos somente pelo seu Espírito. A visão do rolo voante emite o
pronunciamento de Deus contra o furto e contra o juramento falso. A visão da mulher
num efa significa a santidade de Deus e a remoção do pecado. A visão dos quatro
carros retrata o soberano controle de Deus sobre a Terra.

As visões são seguidas por uma cena de coroação na qual Josué é coroado
tanto como rei como sacerdote. Isso é poderosamente um simbolismo da vinda do
Messias

.Nos caps 7-9, Deus usa a ocasião de uma questão sobre o jejum para
reforçar sua ordem para justiça e juízo, para substituir as formalidades religiosas.

Os caps 9-14 Contêm muita escatologia. (Estudos das últimas coisas)

Cristo Revelado

Zacarias é, às vezes, referido como o mais messiânico de toso os livros do


AT. Os caps 9-14 sãos as seções mais citadas dos profetas nas narrativas dos
Evangelhos. No apocalipse, Zacarias é citado mais do que qualquer profeta, exceto
Ezequiel.

Ele profetizou que o Messias virá como o Servo do Senhor, o Renovo (3.8),
como o homem cujo nome é Renovo (6.12); tanto como Rei como sacerdote 96;13),
e como o verdadeiro Pastor (11.4-11). Ele dá um expressivo testemunho sobre a
traição de Cristo por trinta moedas de prata ( 11.12-13), sua crucifixão (12.10), seus
sofrimentos (13.7) e sua segunda vinda (14.4).

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Duas referências a Cristo são de profundo significado. A entrada triunfante de


Jesus em Jerusalém é descrita com detalhes em 9.9, quatrocentos anos antes do
acontecimento (ver Mt 21.4; Mc 11.7-10). Um dos versículos mais dramáticos das
Escrituras proféticas é encontrado em 12.10, quando, na maioria dos manuscritos a
primeira pessoa é usada: “E olharão para mim, a quem traspassaram.” Jesus Cristo,
pessoalmente, profetizou sua definitiva recepção pela cada de Davi.

O Espírito Santo em Ação

O versículo mais freqüentemente citado do AT em referência à obra do ES é


4.6. Zorobabel é confortado na segurança de: 1) que a reconstrução do templo não
será por força militar ou por proeza humana, mas pelo ministério do ES; 2) que o ES
removerá cada obstáculo que está no caminho, que impede a conclusão do templo
de Deus.

Um triste comentário em 7.12 recorda ao povo sua rebelião contra as palavras


do Senhor pelos profetas. Essas palavras foram transmitidas pelo ES.

Esboço de Zacarias

I. O chamado ao arrependimento 1.1-6


II. As oito visões 1.7-6.15

O homem e os cavalos 1.7-17


Os quatro chifres e o ferreiro 1.18-21
O homem com um cordel de medir 2.1-13
O sumo sacerdote 3.1-10
O castiçal e o vaso de Azeite 4.1-14
O rolo voante 5.1-4
A mulher no meio do efa 5.5-11
Os quatro carros 6.1-8

III. A coroação do sumo sacerdote 6.9-15


IV. Ritual religioso ou arrependimento verdadeiro ? 7.1-14
V. A restauração de Sião 8.1-23
VI. O triunfo de Sião 8.1-23

A primeira profecia: O Messias rejeitado 9.1-11.17


A Segunda profecia: O Messias Reina 12.1-14.21

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Malaquias (Ml)

Autor: Malaquias Data: Cerca de 450 aC

Autor

Embora alguns atribuam Malaquias a um escritor anônimo, considerado por


alguns ter sido Esdras, usando o pseudônimo Mal’aki (“Meu mensageiro”), é melhor
considerar o livro como escrito pelo próprio profeta. Malaquias não é mencionado
em mais nenhum lugar na Bíblia, mas, de seus escritos, podemos aprender que ele
teve um grande amor pelo povo de Judá e pelas cerimônias do templo. Ele foi,
provavelmente, um contemporâneo de Neemias.

Data

A falta de menção de qualquer rei ou de incidentes históricos identificáveis torna a


datação um tanto difícil. O uso de várias palavras persas no texto e a referência a
um templo reconstruído (1.10) tornam a data pós– exílica simultânea com Neemias
mais provável ( cerca de 450 aC).

Contexto Histórico

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Como já foi mencionado, Malaquias é o último de muitos homens divinamente


inspirados que, num período de uns mil anos, predisseram a vinda do Justo. Não
somente eles profetizaram acerca da vinda do Messias, mas também explicaram
detalhadamente ao povo seus pecados e os advertiram a respeito do justo
julgamento de Deus.

Conteúdo

Na sua declaração de abertura, Malaquias salienta o amor imutável de Deus


por seu povo, devido à sua misericórdia, que dura para sempre. Este é o fundo
paras as reprovações e exortações que se seguem. Primeiro, o profeta salientam o
desdém aberto e arrogante dos sacerdotes pela Lei e sua influência negativa sobre
o povo. O profeta mostra que eles provocam muita queda no pecado. Portanto, ele
os adverte de que o Senhor não será um espectador inativo, mas, a não ser que
eles se arrependam, serão castigados severamente.

Depois, ele salienta, em termos não-ambíguos, a traição dos sacerdotes


leigos no divórcio de esposas fiéis e casamento de mulheres pagãs que praticam
adoração de ídolos. Isso é seguido por uma súplica fervorosa para vigiarem suas
paixões e serem fieis às esposas da sua mocidade, dadas a eles pelo Senhor.

O profeta, além disso, censura as práticas não-religiosas do povo, sua recusa


da justiça de Deus e sua defraudação ao Senhor, por reterem os dízimos e as
ofertas exigidas.

Numa linguagem fervorosa e brilhante, Malaquias continua a descrever o tipo


original do sacerdócio. Ele profetiza sobre o Sol da Justiça, sobre o Mensageiro do
concerto e o grande e terrível dia do julgamento divino, no qual o justo será
galardoado, e o ímpio, castigado.

Finalmente, ele exorta o povo a observar as Leis dadas a Israel através de


Moisés e promete a vinda do Messias e do seu precursor, Elias (João Batista). Essa
declaração conclui o AT e o liga à boas-novas da provisão de Deus no Sol da
Justiça descrita no NT.

Cristo Revelado

No último livro do AT, nós encontramos claras elocuções proféticas com


respeito ao repentino aparecimento de Cristo—o anjo do (novo) concerto (3.1).
Aquele dia será um tempo de julgamento. “Quem subsistirá, quando ele aparecer?”
(3.2) Ninguém, por suas próprias forças pode, mas, para aqueles que temem ao
Senhor, “o Sol da Justiça, Jesus (3.1) nascerá e salvação trará debaixo das suas
asas”, isto é, um triunfo vitorioso (4.2).

O Espírito Santo em Ação

A Obra do ES em Malaquias é evidente na sua pessoa e no ministério


profético. Seus escritos demonstram que ele foi um profeta dedicado-Uma pessoa

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nitidamente em sintonia com o ES. Como tal, ele podia ser efetivamente usado para
advertir o povo sobre seu comportamento pecaminoso e persuadi-lo a conformar sua
vida com a lei do Senhor. O ES, além disso, outorgou a ele o privilégio de levar a
linhagem de profetas escritores fiéis e dedicados a um término, permitindo a ele
proclamar com clareza e fervor a sua visão da vinda de Cristo.

Esboço de Malaquias

O Título 1.1
I. O amor do Senhor por Israel 1.2-5
II. O fracasso dos sacerdotes 1.6-2.9
III. A infidelidade do povo 2.10-16
IV. O dia do Julgamento 2.17-3-5
V. Bênção no dar 3.6-12
VI. O destino do ímpio e do Justo 3.13-4.3
VII. Exortação e Promessa 4.4-6

Todos os Esboços são: Fonte: Bíblia Plenitude

Pesos e Medidas no Novo Testamento

Somente os termos mais comuns mencionados no Novo Testamento serão


tratados aqui. Os equivalentes são aproximações gerais, visto que os padrões nem
sempre foram os mesmos em toda a parte, nem durante longos períodos de tempo.

Pesos e moedas Equivalente em Prata


Moeda (gr. Lepton) 1/8 asarion
Centavo, quadrante 1/4 asarion
(gr.Kodrantes)
Cetil asse (gr.asarion) 1/16 dinheiro
Dinheiro,denário. representava, em geral, o quase 4 gramas
salário do trabalhador por
um dia de trabalho
Dracma Aproximadamente igual 3,6 gramas
ao dinheiro

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Siclo 4 dracmas 14,4 gramas


Libra de prata 100 dracmas 360 gramas
Talento 6.000 dracmas 12.600 gramas
Arrátel, libra(Jo 12;3) 327,5 gramas

Medidas lineáres
côvado 45 centímetros
Braça 4 côvados 1,80 metro
Estádio 400 côvados 180 metros
Milha 1480 metros
Caminho de um Sábado 1080
metros(aproximado)

Medidas de capacidade Valores em litros


Almude(gr.modio) (Mt 5:15 ; Mr 421 8,75 litros
; Lc 11:33)
Medida (gr.sato) (Mt 13:33 ; Lc 13 litros
13:21)
Medida, barril (gr.bato) (Lc 16:6) 37 litros
Medida, alqueire(gr.koro)(Lc 16:7) 370 litros
Almude(gr.metretes) (Jo 2:6) 40 litros

Tempo

Hora ................Contava-se o dia desde o raiar até ao pôr-do-sol, estava dividido


em doze horas.(Jo 11:9). De igual modo, dividia-se a noite em doze horas, que
se contavam desde o por-do-sol até seu nascer na manhã seguinte. (At23:23).
A duração das horas variava de acordo com as estações do ano.

Vigília..............Cada uma das quatro partes em que se dividia a noite. Sua


duração variava com as estações do ano.
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Origem dos Povos

Amalequitas ----------- Esaú

Amonitas ---------------- Ló

Árabes --------------------- Ismael

Babilônicos -------------- Cão

Edom ou Idumeus ------ Esaú

Fenícios ------------------ Cão

Gregos -------------------- Jafé

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Hebreus ------------------ Sem

Judeus -------------------- Jacó

Medianitas --------------- Midiã

Moabitas ---------------- Ló

Medos -------------------- Jafé

Persas --------------------- Jafé

Sírios --------------------- Sem

Nomes e seus significados:

Abrão ------ Pai exaltado Ló ----- Mirra


Abraão ------ Pai de numerosas Nações Malaquias --- Mensageiro de Deus
Adão -------- Homem vermelho Manasés ----- Quem faz esquecer
Ageu -------- Festivo Mara --------- Amarga
Aser --------- Feliz Melquisedeque – Rei de Justiça
Benjamim – Filho da felicidade Miquéias –Quem é semelhante a Jeová
Dã ---------- Juiz
Daniel ------ Deus é o meu juiz Miriã -----Rebelião
Davi -------- Amado

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Naftali ---- Aminha luta ou Ganho na


Efraim ----- Dupla fertilidade
peleja
Eliseu ------ Deus é o Senhor Neemias – Jeová consolou
Esaú -------- Peludo Noé ------- Repouso
Ezeqiel ----- Deus fortaleceu ou Deus é
Noemi ---- Delícia
fortaleza
Gade -------- Boa fortuna Obadias --- Que adora a Jeová
Habacuque – O que abraça ou abraço Oséias ----- Salvação
Isaías -------- Jeová salvou ou Salvação
Raquel ---- Ovelha
de Jeová
Rebeca ---- Corda com laço
Isaque ------- Ele riu-se Roboão --- O povo cresce
Ismael ------- Deus ouve Rúben ----- Eis um filho
Issacar ------- Salário Rute ------- Vistosa
Jacó ---------- Suplantador, traidor Salomão – Pacífico
Samuel --- Ouvir de Deus ou Pedido a
Jeremias------ Jeová estabelece
Deus
Jeroboão ----- O povo tornou-se
numeroso
Joel ----------- Jeová é Deus Sara ------- Princesa
Jonas --------- pombo Sarai ------ Minha Princesa
José ---------- Possa ele acrescentar Saul ------- Pedido
Josué --------- Jeová é Salvador Simeão ---- Audição
Judá ---------- Objeto de louvor Sofonias – Jeová escondeu
Levi ---------- Associado Zacarias – Jeová se levantou
Lia ------------ Vaca Brava Zebulom --- Morada

Calendário hebraico

Calendário hebraico (do hebraico ‫ )ירבעה חולה‬ou Calendário judaico é o


nome do calendário utilizado dentro do judaísmo para a determinação da data das
festividades, dos serviços religiosos e de outros eventos da comunidade.

O calendário hebraico é um calendário do tipo lunar baseado nos ciclos da


Lua, composto alternadamente por 12 ou 13 meses de período igual ao de uma
lunação, de forma a que o primeiro dia de cada mês é sempre o primeiro dia de lua
nova. Nos tempos bíblicos a determinação dos tempos era realizada pela
observação direta de testemunhas designadas para este fim, método seguido pelos
Caraítas até os dias de hoje, os quais determinam o primeiro mês do ano como
Abib.

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O método atual entre os judeus rabínicos no entanto é um calendário fixo


criado devido à necessidade de um calendário permanente para comunidades que
vivessem fora de Israel. Este calendário tem base lunar, mas ajusta-se pelo
calendário solar (enquanto o Calendário antigo ajustava-se pela maturação da
colheita) para a inclusão de um novo mês, além de determinar o início do ano no
mês de Tishrei.

Meses do calendário judaico e suas durações

Nomes hebraicos dos meses e seus correspondentes babilônicos

Análogo
Número Hebraico Duração Notas
babilônico

1 Nissan 30 dias Nisanu ou Aviv no Tanakh

2 Iyar 29 dias Ayaru ou Ziv no Tanakh

3 Sivan 30 dias Simanu

4 Tammuz 29 dias Du`uzu

5 Av 30 dias Abu

6 Elul 29 dias Ululu

7 Tishrei 30 dias Tashritu chamado Eitanim no Tanakh

às vezes chamado Marcheshvan


29 ou 30
8 Heshvan Arakhsamna (Amargo Cheshvan); chamado de
dias
Bul no Tanakh

9 Kislev Kislimu às vezes chamado Chislev


29 ou 30

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dias

10 Tevet 29 dias Tebetu

11 Shevat 30 dias Shabatu

12 Adar I 30 dias Adaru

13 Adar II 29 dias Adaru

Dias da semana

Nome em
Número Dia Hebraico Abreviação
hebraico

1 Domingo ‫ יום ראשון‬Yom Rishon ‫( יום ׳א‬primeiro dia)

2 Segunda ‫ יום ֵׁשנִי‬Yom Sheni ‫( יום ׳ב‬segundo dia)

3 Terça ‫ִׁשי‬
ִ ‫ יום ְׁשל‬Yom Shlishi ‫( יום ׳ג‬terceiro dia)

4 Quarta ‫יום רביעי‬ Yom Reviʻi ‫( יום ׳ד‬quarto dia)

5 Quinta ‫ִיׁשי‬
ִ ‫ יום ֲחמ‬Yom Ḥamishi ‫( יום ׳ה‬quinto dia)

6 Sexta ‫ יום ִׁש ִׁשי‬Yom Shishi ‫( יום ׳ו‬sexto dia)

7 Sábado ‫ יום ְׁשבִיעִי‬Yom Shabbat ‫יום ׳ז‬ (sétimo dia ou dia do


Shabá)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SCHULTZ, Samuel, A História de Israel no Antigo Testamento, Editora


Vida Nova, SP, 1995.

HALLEY, Henry, Manual Bíblico, Editora Vida Nova, SP, 1994.

DOCKERY, David, Manual Bíblico Vida Nova, Editora Vida Nova, SP, 2001.

MILLARD, Alan, Descobertas dos Tempos Bíblicos, Editora Vida, SP, 1999.

GOWER, Ralph, Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, Editora CPAD,


RJ, 2002.

Arnold, Bill T. e Beyer, Bryan E. Descobrindo o Antigo Testamento. Editora


Cultura Cristã, São Paulo, 2001.

Millard, Alan; Stanley, Brian e Wrigth, David. Atlas Vida Nova da Bíblia e
História do Cristianismo. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo,
reimpressão, 1998.

ZENGER, Erich, Introdução ao Antigo Testamento. Editora Loyola, São


Paulo, Brasil, 2003.

TREBOLLE, Barrera Julio, A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã: Introdução à


História da Bíblia. Editora Vozes. São Paulo, 1995.

MEARS, C. Henrietta, Estudo Panorâmico da Bíblia. Editora Vida, São


Paulo SP, 1997.

ROST, L. Introdução aos livros apócrifos e pseudepígrafos do Antigo


Testamento e aos manuscritos de Qumran. São Paulo: Paulinas, 1980.

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Bíblia de Estudo Almeida. (2000). Tradução e Adaptação, com

acréscimos, da Santa Bíblia Valera, 1995: Edición de Estádio, Sociedades Bíblica

Unidas. Rio de Janeiro: SBB.

SITES CONSULTADOS:

www.vivos.com.br

Ilúmina - A Bíblia do século XXI

www.wikipedia.org/wiki/Antigo_Testamento

www.ifcs.ufrj.br/~frazao/apocrifos.htm

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