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O Inventário é utilizado
como um meio de catalo-
gação de bens. Existem
várias tipologias de inven-
tário, no entanto, todos
eles têm em comum as
características de enume-
rar e descrever uma me-
mória pertencente a al-
guém num determinado
tempo e lugar.
Os inventários de bens
religiosos das igrejas pa-
roquiais ou de uma fre-
guesia são, sem dúvida,
documentos muito impor-
tantes para a história da
igreja e para o entendi- Imagem 1 – Cabeçalho do Inventário de 1788
mento destes núcleos so-
ciais e religiosos. São um meio que nos permite da metade do século XIX os registos paroquiais
explorar uma série de questões e que nos alerta deveriam ser feitos em duplicado e enviados tam-
relativamente ao tipo de património que uma igreja bém para a Câmara Eclesiástica.
paroquial albergava, assim como, os costumes Após a implementação da República, e a partir
litúrgicos e de culto local. de 1 de Abril de 1911, os livros paroquiais foram
Ambos os documentos que são aqui apresenta- entregues, por imposição legal, às repartições
dos, definem-se pela mesma tipologia, ou seja, do Registo Civil, criadas em 18 de Fevereiro do
a partir da leitura destes inventários, testemu- mesmo ano, onde permaneceram até à sua in-
nhamos dois momentos distintos relativamente corporação nos Arquivos Distritais.
à sua época, mas que têm como objectivo de- Actualmente denota-se de novo uma preocupa-
clarar e expor o espólio religioso da igreja paro- ção para a realização de novos inventários relati-
quial de Alvarenga. vamente ao património religioso. Existe uma von-
Normalmente estes inventários das igrejas en- tade por parte das instituições eclesiásticas para
contram-se nos livros paroquiais de cada fregue- se promover um inventário rigoroso e descritivo
sia. Já no século XVII, estes registos paroqui- dos bens móveis e imóveis, como forma de pre-
ais, entre eles, os inventários de bens das igre- servar a memória do património histórico e artís-
jas, eram efectuados com bastante rigor. Deve- tico da Igreja.
riam expressar os nomes de quem estaria pre- Estes documentos são prova de momentos da
sente nestes actos, a data e o local. Na segun- história da Igreja Paroquial de Alvarenga. Permi-
*
Técnico Superior de História - Gabinete de Património Histórico
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Técnica Superior de História de Arte (Estagiária) - Gabinete de Património Histórico
1
Não houve disponibilidade para fazer uma pesquisa no fundo do Governo Civil do Porto incorporado no Arquivo
Distrital do Porto. No Arquivo Municipal de Lousada a mesma documentação não faz parte do inventário do fundo
histórico, admitindo-se a hipótese de ter sido extraviada anteriormente à organização deste arquivo.
2
Foi respeitada a grafia original dos textos, procedendo-se apenas ao desdobramento das abreviaturas.
Fontes e Bibliografia
Fontes manuscritas e impressas Bibliografia
ARQUIVO DISTRITAL DO PORTO. Paróquia de Christos: Enciclopédia do Cristianismo. (2004). Lisboa: Edições
Alvarenga. Inventário de peças e ornamentos. Verbo.
E/12/2/3-9.8. Dicionário da Língua Portuguesa. [2002]. Porto: Departamento de
ARQUIVO CONTEMPORÂNEO DO MINISTÉRIO Dicionários da Porto Editora.
DAS FINANÇAS. Inventário de bens cultuais da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [1981]. Lisboa/Rio
freguesia de Alvarenga. [Consultado em de Janeiro: Editorial Enciclopédia, Vols. IV, V, VII, VIII, XVI, XX, XXVI,
18.2.2008]. Disponível em linha em http:// XXXIII.
www.sgmf.pt/Cultures/pt/SGMF/Internet/Arquivo. MOURA, M. L. B. (2004) – A guerra religiosa na I República. Cren-
Legislação Portuguesa. Ano 1911. (1912). Lis- ças e mitos num tempo de utopias. Lisboa: Editorial Notícias. (Poliedro
boa: Imprensa Nacional. (Lei de separação da da História).
Igreja do Estado de 20 de Abril de 1911, pp. 697 VASCONCELOS, M. da A. (1990) – Inventários dos Livros Paroquiais
e segs.). do Distrito de Braga. Introdução. Braga: Arquivo Distrital de Braga.