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Podemos considerar que números complexos são pares ordenados cujos componentes são de
números reais. Para definirmos as operações com números complexos vamos considerar,
z1 = ( x1, y1 ) e z 2 = (x 2 , y 2 ).
Desta forma, obtemos que:
Identidade:
Adição:
z 1 + z 2 = (x1 + x 2 , y1 + y 2 ) (1.2)
Multiplicação:
Exercício:
Mostre que estas operações obedecem as leis comutativa, associativa e distributiva da álgebra.
O número complexo que possui a forma especial (1,0) é chamado de unidade Real e usamos
escrever que, 1=(1,0).
Como conseqüência das notações acima, podemos escrever um número complexo em termos
da unidade Real e Imaginária, como
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Cálculo Avançado A - Números Complexos
x = Re (z ) e y = Im(z ) .
Note que Re(z) e Im(z) são, respectivamente, o primeiro e o segundo elementos do par
ordenado z=(x, y), sendo assim , são números Reais.
Observe que,
j2 = j ⋅ j = (0,1)(
. 0,1) = (− 1,0 ) = −1 . (1.5)
j0 = 1; j1 = j; j2 = −1; j3 = j2 j = − j; j4 = j3 j = − jj = 1K (1.6)
Ou seja,
()
j4n + k = j4n jk = j4 n jk = 1n jk = jk ; onde n = 0,1, 2,K e k = 1, 2, 3,K (1.7)
Isto é, dado um número z seu conjugado z é obtido pela troca de sinal da parte imaginária de z.
Geometricamente, esta operação implica em um rebatimento no eixo dos reais.
PROPRIEDADES :
( ) (z +2 z )
1) Re (z ) = Re z = ( ) (z 2− jz )
2) Im (z ) = − Im z =
3) z = z ⇔ z ∈ ℜ 4) z 1 + z 2 = z1 + z 2
z x x + y1y2 x 2 y1 − x1y2
z 3 = 1 ⇔ z1 = z 2 .z3 , log o z3 = 1 22 , , (1.8)
z2 x + y2 2
x 2 + y2
2
2 2
2
Cálculo Avançado A - Números Complexos
z1 z 1 z 2 x 1x 2 + y1 y 2 x y − x1y2
= ⋅ = + j 2 21 . (1.9)
z2 z 2 z2 x 2 + y2
2 2
x 2 + y 22
Um número complexo z = x + jy pode ser representado por um ponto no plano, como mostra
a figura 1.1. Podemos determinar este ponto através de coordenadas cartesianas, isto é, z = x + jy .
z
y
z
φ
x
Mas também podemos determinar o ponto z no plano conhecendo sua distância da origem e o ângulo
que forma com o eixo dos Reais positivos. Para tanto, vamos definir módulo e argumento de número
complexo.
Módulo de z:
(
r = z = x 2 + y2 )1/ 2 (1.10)
PROPRIEDADES :
1. z ≥ 0 2. z = 0 ⇔ z = 0
2
3. z = z 4. z = z.z
z1 z
5. z1.z 2 = z1 . z 2 6. = 1
z2 z2
OBSERVAÇÃO : O conjunto dos números complexos não é um conjunto ordenado, logo não
podem existir desigualdades entre números complexos, mas apenas entre seus módulos, que são
números Reais e Positivos.
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Cálculo Avançado A - Números Complexos
Argumento de z:
x y y
cos Θ = e sen Θ = ou = tan Θ . (1.11)
z z x
Devemos observar que Θ não é único, pois qualquer variação de um múltiplo inteiro de 2 π
resultará em um mesmo valor para o coseno e o seno de Θ. Assim, podemos escrever que:
z
z = x + jy = ( x + jy ) = z x + j y = z (cos(φ + 2 k π ) + j sin (φ + 2 k π)) . (1.13)
z z z
Note que a representação de um número complexo em sua forma polar (ou trigonométrica)
não é única, pois para cada k inteiro teremos uma representação distinta do mesmo número.
PROPRIEDADES :
z
1. arg (z1 ⋅ z 2 ) = arg z1 + arg z 2 2. arg 1 = arg z1 − arg z 2
z2
Sejam z 1 = r1 / φ1 + 2 k π e z 2 = r2 / φ 2 + 2 k π . Assim:
z1.z 2 = r1 ⋅ r2 / ( φ1 + φ 2 ) + 2 k π (1.15)
z1 r1
= / (φ1 − φ 2 ) + 2 k π (1.16)
z 2 r2
Exercício:
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Cálculo Avançado A - Números Complexos
Potenciação e Radiciação
z n = z. ⋅ z K z = r n / nφ + 2 kπ (1.17)
n vezes
z = r / φ + 2kπ (1.18)
ou
φ
s2 = r ⇔ s = r e 2ϕ = φ ⇔ ϕ = . (1.21)
2
φ
Assim uma das raízes quadradas de z é dada por, z1/ 2 = w = r / + 2kπ .
2
φ
s2 = r ⇔ s = r e 2ϕ = φ + 2π ⇔ ϕ = +π . (1.22)
2
1
Assim, a segunda raiz quadrada de z é dada por, z 2 = w = r / φ + (2 k + 1)π .
2
w = r / φ + 2m π
1 2 φ
z= = r / + 2kπ + 2mπ para k = 0,1 e m int eiro . (1.23)
φ 2 2
w 2 = r / + ( 2m + 1) π
2
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Cálculo Avançado A - Números Complexos
Através do mesmo raciocínio anterior, podemos generalizar a fórmula (1.17) para calcular as
n raízes n-ésimas de um número complexo z, que são dadas pela fórmula:
A Função Exponencial:
∞ ∞ ∞
tn (− 1)n t2n +1 (− 1)n t 2n
et = ∑ n!
, sen t =
(2n + 1)! ∑ e cos t = ∑ (2n )! . (2.1)
n= 0 n =0 n =0
e jy
= ∑
∞
( j y) n =∑
∞
+ = ∑
n
( )+
n
( )
j 2n y 2n j2 n +1y 2n +1 ∞ j2 y 2 n j j 2 y 2n +1
=
n! (2n )! (2 n + 1)! (2n )! ( 2 n + 1)!
n =0 n = 0 n = 0 (2.2)
∞
(− 1) n
y 2n ∞
(− 1) y
n 2 n +1
= ∑ (2 n )! + j∑ = cos y + j sen y .
n= 0 n = 0 (2 n + 1)!
Portanto,
e z = e x (cos y + j sen y )
Observe que,
Isto quer dizer que podemos escrever um número complexo z em uma forma abreviada,
PROPRIEDADES :
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Cálculo Avançado A - Números Complexos
1. ez ≠ 0 2. e 0 = 1
3. e z1 + z 2 = e z1 ⋅ e z2 4. ez = e z
5. e z = e z+ 2 kπ j 6. ez = e x ( )
e arg ez = y
Utilizando a equação (2.3) acima e considerando que dois números complexos são iguais
quando suas partes real e imaginária são iguais, obtemos que:
e x >0 3π
e x cos y = 0 e e x seny = −1 → cos y = 0 e seny < 0 → y = + 2 kπ.
2
Conseqüentemente, sen y = -1 e ex = 1, ou seja, x = 0. Assim, as soluções da equação
3π
e z = − j , são z = 0 + j + 2kπ .
2
Por outro lado, existe um caminho mais simples de resolver a equação acima. Para tanto,
devemos considerar que dois números complexos não nulos serão iguais se tiverem o mesmo módulo e
seus argumentos diferirem em um múltiplo inteiro de 2π. Assim, utilizando a propriedade 6 acima,
teremos que:
( )
e z = e x = − j = 1 e arg e z = y = arg( − j) + 2 kπ =
3π
2
+ 2 kπ → x = 0 e y=
3π
2
+ 2 kπ .
e z − e− z
senh z = . (2.6a)
2
A função Coseno Hiperbólico de z:
ez + e− z
cosh z = . (2.6b)
2
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Cálculo Avançado A - Números Complexos
e jz − e − jz
sen z = . (2.6c)
2j
e jz + e − jz
cos z = . (2.6d)
2
As demais funções Trigonométricas e Hiperbólicas (tg z, sec z, tgh z, sech z, ...) são definidas
como nos reais e a nomenclatura é a mesma usada no caso real, pois quando restringimos o domínio
destas funções aos Reais elas coincidem com as respectivas funções Reais, mas note que nos
complexos, as interpretações geométricas estão perdidas.
OBSERVAÇÃO :
Uma ilustração desta afirmação será feita para cos z. Da equação (2.6d) tem-se que, se z é
Real,
sen 2 z + cos 2 z = 1
cosh 2 z − senh 2 z = 1
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Cálculo Avançado A - Números Complexos
e jz + e − jz e y + e− y e y − e −y
0 = cos z = = cos x − j sen x . (2.8)
2 2 2
Para que esta igualdade ocorra devemos ter que:
e y + e− y π
cos x = 0 e e y + e− y ≠ 0 ⇒ cos x = 0 ⇒ x = ( 2k + 1) .
2 2
e y − e −y
sen x = 0 e cos x = 0 ⇒ sen x ≠ 0 e e y − e − y = 0 ⇒ y = 0 .
2
π
z = (2k + 1) + j 0.
2
Outro caminho a ser utilizado consiste em transformar a função trigonométrica ou hiperbólica
envolvida em exponenciais. Assim:
1
cos z = 0 → e jz + e − jz = 0 → e jz = −e − jz = − jz
→ e 2 jz = −1
e
e 2 jz = −1 → ( )
e 2 jz = e −2y = − 1 = 1 e arg e 2 jz = 2 x = arg( −1) + 2 kπ = ( 2k + 1) π
π
→ y = 0 e x = ( 2k + 1) .
2
Exemplo 2: Vamos encontrar todos os pontos do plano complexo onde cosh z é zero, assim,
temos que:
( ) ( )
cosh z = 0 ⇔ e z + e− z = 0 ⇔ e x + e − x cos y + j e x − e− x sen y = 0
π (2.9)
⇔ cos y = 0 e ex − e− x = 0 ⇔ y = (2n + 1) e x = 0
2
Desta forma, todas soluções complexas da equação cosh z = 0 são:
π
z = 0 + j(2n + 1) ,
2
os quais são infinitos pontos igualmente espaçados sobre o eixo imaginário.