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O jogo na visão histórica, cultural.

Para uma concepção maior sobre a temática proposta, é proeminente falar sobre
o jogo buscando situá-lo numa visão histórica cultural e pedagógica. Desde a Grécia
antiga o lúdico está presente na vida do homem, representado pelos jogos que deram
origem as olimpíadas, estes eram realizados em honra a Zeus, o maior dos deuses do
Olimpo. Os jogos eram realizados em Olímpia, na Elida e além de festa religiosa, eram
também um grande acontecimento cultural, prestigiado por líderes políticos,
negociantes e, sobretudo, artistas, pois representavam uma excelente oportunidade para
escritores, músicos, pintores e escultores divulgar as suas obras. Além da religiosidade,
os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que
compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam
aos esportes e a manutenção de um corpo saudável.
Platão(427 a.c- 348 a.c) um dos maiores pensadores gregos afirma que os
primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos praticados em
comum pelos dois sexos, sob vigilância e que a educação propriamente dita deveria
iniciar-se aos sete anos. O pensador dava ao esporte tão difundido na época, valor
educativo, moral, colocando em pé de igualdade com a cultura intelectual e em estreita
colaboração com ela na formação do caráter e da personalidade.
Platão também introduziu de modo bastante diferente uma prática matemática
lúdica, enfatizada hoje em dia. Ele aplicava exercícios de cálculos ligados a problemas
concretos, extraídos da vida e dos negócios e afirmava:
Todas as crianças devem estudar a matemática, pelo menos o
grau elementar, introduzindo desde o início, atrativos em
forma de jogo. Além de que problemas elementares de
cálculos não devem ter apenas aplicações práticas, eles
devem atingir um nível superior de abstração.

No período Medieval, época de grandes lutas e conquistas, os homens eram


preparados para combates simulados, estes considerados jogos.
Mesmo entre os egípcios, romanos e maias, os jogos serviam como um meio
para a geração mais jovem aprender com os mais velhos os valores e conhecimentos
bem como normas dos padrões de vida social. Com a ascensão do cristianismo, os jogos
foram perdendo seu valor, pois eram considerados profanos e imorais sem nenhuma
significação.
A partir do século XVI, os humanistas começaram a perceber os valores
educativos dos jogos, e os colégios jesuítas foram os primeiros a recolocá-los em
prática. Aos poucos, as pessoas de bem e os amantes da ordem formaram uma opinião
menos radical com relação aos jogos.
Froebel (1782-1852) educador alemão, foi um dos primeiros que contribuíram
para a utilização dos jogos na educação. Ele considerava a Educação infantil
indispensável para a formação da criança, o objetivo das atividades nos jardins de
infância era possibilitar brincadeiras criativas e atividades para oferecer o máximo e
tirar proveito educativo da atividade lúdica.
Antigamente os jogos, como: rouba-bandeira, jogar pião, bolinha de gude, pega-
pega, esconde-esconde, traziam muitos benefícios físicos, sociais e intelectuais, assim
como a brincadeira da forca que é ideal para ajudar na solução de erros freqüentes de
ortografia. Atualmente as crianças preferem os jogos eletrônicos, muitas vezes
carregados de violência e nada fazem para ajudar manter um bom peso ou desenvolver o
corpo, só se desenvolve a mente, e ainda sim, em muitos dos casos de forma negativa
para uma criança.
O jogo além de ser divertido, tinha um cunho educativo, suas atividades
auxiliavam os alunos em muitos sentidos como na socialização, comportamento
individual e coletivo, coordenação, vocabulário. O brinquedo por ter uma ligação
inerente com a cultura promove a socialização da criança, uma vez que difunde a
cultura e é um aporte de aprendizagem.
O lúdico, desde os tempos antigos, faz parte da vida humana, mas cada época,
cada sociedade e cultura têm as suas brincadeiras próprias, resgatando suas lembranças
e valores, regras e fantasias.
REFERÊNCIAS

BROUGÉRE, Gillles. Brinquedo e cultura. 4º edição. São Paulo: Cortez, 2001.


NEGRINI, A. A aprendizagem e desenvolvimento infantil: simbolismo e jogo.
Porto Alegre: Prodil, 1994.

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