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Produção de

energia a partir
de óleos
vegetais
Universidade Estadual de
Goiás
Engenharia Agrícola
Acadêmico: Rodrigo Moura
Pereira
O termo biodiesel é utilizado de forma
genérica para combustíveis produzidos a
partir de fontes renováveis, como óleos
vegetais e gorduras animais, para serem
utilizados na geração de energia, em
substituição ao óleo diesel em motores
de ignição por compressão.
 ROSA et al (2003) aponta o início da
discussão de forma estratégica da utilização
do uso energético dos óleos vegetais no Brasil
pelo Governo Federal, em 1975 com a
primeira crise nas cotações internacionais do
petróleo, episódio conhecido como “choque
do petróleo”, originado pela formação de
cartéis de preços por parte da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo - OPEP.
 Desde 1997 o protocolo de Kyoto estabeleceu
metas de redução da emissão de gases
causadores do efeito estufa pelos países, e daí
decorreu a discussão sobre a transformação das
matrizes energéticas, através da substituição do
uso de combustíveis fósseis por biocombustíveis,
entre outros mecanismos redutores da emissão
de CO2.
Discussões sobre o
aproveitamento de óleos
vegetais no século XX
ANO LOCAL CITAÇÃO SOBRE ÓLEOS VEGETAIS

1922 FRANÇA “Solução para tornar o país independente dos países produtores
de petróleo”

1923 BRASIL “Grande riqueza em oleaginosas que o Brasil possui, porém o alto
custo da produção do óleo vegetal tornava-o anti-econômico”
como combustível”
1932 EUROPA “Craqueamento de óleo de algodão produzindo derivados da
faixa da gasolina e do diesel. Reconhecida a inconveniência sob
o ponto de vista econômico”
1938 BRASIL “O entrave do alto preço dos óleos vegetais poderia ser afastado
aliando a agricultura à química, o que viabilizaria o “petróleo
sintético””.
1939-45 CHINA “Craqueamento em batelada de óleos vegetais, para produção
de carburantes, com aumento de pressão de 20%, em virtude da
viscosidade”.
1952 FRANÇA “Viabilidade técnica de uso de óleos vegetais não comestíveis,
devido a alta acidez, por transesterificação, como o óleo de
dendê”.
 Há uma grande diversidade de matérias-
primas e de processos para a produção
de óleo vegetal, pode-se citar o girassol,
amendoim, algodão, dendê, côco,
babaçu, mamona e principalmente a
soja. A versatilidade de matérias primas
para a produção do biodiesel inclui a
utilização de óleos vegetais já utilizados.
Utilização de óleos vegetais in
natura em motores do ciclo
diesel com injeção direta
 Utilização de misturas de óleos vegetais
com diesel
 Utilização de óleos vegetais craqueados
 Utilização de ésteres de óleos vegetais
 Em30 de outubro de 2002, o Ministério da
Ciência e Tecnologia lança o Programa
Brasileiro de Desenvolvimento
Tecnológico do Biodiesel – PROBIODIESEL.
 Finalmente, em 06 de dezembro de 2004, foi
lançado o Programa Nacional de Produção e
Uso do Biodiesel - PNPB, que estabeleceu as
bases legais para a introdução do biodiesel
na Matriz Energética Brasileira. Neste ano
houve o lançamento do Marco Regulatório
que estabelece as condições legais para a
produção do biodiesel na Matriz Energética
Brasileira de combustíveis líquidos.
 Estudos realizados pelo órgão
encarregado da implementação do
biodiesel nos Estados Unidos consideram
o Brasil como o paraíso para a produção
de biodiesel no mundo como o país
capaz de promover a substituição de,
pelo menos 60% do óleo diesel no mundo
(LIMA, 2005).
As diversidades sociais, econômicas e ambientais
geram motivações regionais distintas para a
produção e consumo do biodiesel.
 Amazônia : produção de oleaginosas de palmeiras
ex: Dendê (5000 kg/ha/ano)
 Maranhão, parte do Piauí, Goiás, Mato Grosso, e
Pará predominância de imensas florestas de
babaçu.
 Região Nordeste e Norte de Minas Gerais mamona,
algodão, amendoim.
Comparação das características físico-químicas do óleo diesel e biodiesel
Características Origem do Biodiesel Óleo diesel

Mamona Milho Algodão Pequi mineral

Densidade a 20° C 0,9190 0,8760 0,8750 0,8650 0,8050-0,8650


(g/cm³)
Viscosidade a 37,8° 21,60 5,40 6,00 5,20 2,00-5,40
(cSt)
Inflamabilidade (°C) 208 196 184 186 55

Ponto de fluidez (°C) -30 -9 -3 +5 -6

Destilação a 50% (°C) 326 341 340 336 250(65%)

Destilação a 90% (°C) 334 343 342 346 350(85%)

Corrosividade 0 0 0 0 2
Teor de cinzas (%) 0 0 0 0 0,01
Teor de enxofre (%) 0 0 0 0 0,8

Índice de cetano 39,0 57,0 57,5 60,0 53,0


Cor (ASTM) 2,0 1,5 1,0 0,5 2,5

Fonte: Costa Neto, et al., 1999


Vantagens do Biodiesel
 Vantagem Ambiental: Redução de emissão
de 20% de enxofre, 9,8% de anidrido
carbônico, 14,2% de hidrocarbonetos não
queimados, 26,8% de material particulado e
4,6% de óxido de nitrogênio.
 Vantagem Econômica: Possibilita a venda de
créditos de carbono , a utilização do
biodiesel possibilita a redução das
importações de petróleo e diesel refinado.
 Vantagens Sociais: Criação de novos
postos de trabalho, aumento da oferta
de espécies de oleaginosas.
 Vantagem Técnica: Ausência de
necessidade de adaptações nos motores
de ciclo-diesel, segurança no transporte
e armazenagem.
Em termos de desvantagens podemos citar:
 Desvantagem técnica: Viscosidade do
biodiesel é em geral maior que a do diesel
mineral.
 Desvantagem econômica: Os custos de
produção ainda são maiores em relação ao
óleo diesel.
A utilização do óleo vegetal “in natura”
como combustível é indicado no caso
das comunidades isoladas, onde as
grandes usinas hidrelétricas ou a
instalação de linhas de transmissão são
impraticáveis
Equipamento Utilizado
 Para a produção de energia elétrica a
partir do biodiesel é necessária à
utilização dos equipamentos.
 Motor de Combustão Interna (Ciclo
Diesel)
 Gerador acoplado ao motor
 Em alguns casos, sistema de conversão
O fornecimento de energia para
consumo local pode ser feito através de
uma chave de intertravamento.
 Em experimento com óleo de mamona
verificou-se que o funcionamento com
baixa carga diminui o rendimento
consumindo 1.623 l/MWh. Funcionando
com 75% de sua potência máxima, o
consumo diminui para 268 l/MWh
 Nobalanço energético do biodiesel é
importante considerar os gastos
energéticos na fase agrícola,
abastecimento de tratores, transporte de
matéria prima e biodiesel entre a lavoura,
armazéns, usina e local de consumo
A maior parte da energia é consumida
na fase agrícola, notadamente pelo uso
de fertilizantes nitrogenados, que são
produzidos por processo de uso intensivo
de energia
 Segundo estudos realizados pelo Ministério de
Desenvolvimento Agrário, Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Ministério da Integração e Ministério das
Cidades, constataram que a cada 1% de óleo
diesel substituído pelo biodiesel, podem gerar
cerca de 45 mil empregos no campo, com
renda média anual de aproximadamente R$
4.900,00/emprego e considerando que a
cada emprego no campo, são gerados 3
empregos na cidade, totaliza a geração de
cerca de 180 mil empregos.
Aspectos Econômicos
Os financiamentos de produção de oleaginosas a
pequenos produtores possuem exigências contratuais
dentre a quais podemos destacar:
 As lavouras financiadas deverão estar dentro do
zoneamento agroecológico da cultura em questão.
 Financiar projetos de cultivo que utilizam sementes
certificadas.
 Restringir o financiamento a agricultores familiares
associados ou a pequenos agricultores em núcleos
produtivos organizados.
 Exigência de contratos de compra garantida da
produção ou carta de intenção de aquisição.
Para o financiamento de plantas de produção de
biodiesel é necessário:
 Restringir o financiamento, exclusivamente, para
pessoas jurídicas com sede e administração no
país, devendo o projeto prever a obtenção de
concessão ou autorização da Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
para produção de biodiesel, o Registro Especial
de produtor de biodiesel junto à Secretaria da
Receita Federal e a obtenção do Selo
“Combustível Social”.
 Nocaso de homologação pelo fabricante
para utilizar pelo menos 20% de biodiesel ou
óleo vegetal bruto adicionado ao diesel, o
prazo total de repagamento nas linhas
FINAME, FINAME-Agrícola, e FINAME-Leasing
poderá ser aumentado em 25%.
Atualmente todo agente econômico que se
interessa em produzir biodiesel dispõe de:
 Marco legal e regulatório concluído
 Incentivos tributários direcionados (inclusão
social e desenvolvimento regional)
 Garantia legal de tributação federal sobre o
biodiesel nunca superior à do diesel mineral.
 Financiamentos à toda cadeia produtiva
 Apoio à P&D
Fonte: BNDES
Fonte: BNDES
Fonte: BNDES
Referências Bibliográficas
 TOLMASQUIM, M. T. Fontes Renováveis de Energia no Brasil Rio de Janeiro: Editora
Interciência 2003
 KOGA, E. K. Biodiesel: Uma relação viável entre ciência, tecnologia, meio ambiente,
sociedade e economia Centro Educacional UNINOVE São Paulo – SP
 MORET, A. S. (2006) Óleo vegetal como combustível para energia elétrica em
pequenos aglomerados de Rondônia como forma de geração de renda
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
 OLIVEIRA, A. D. (2010) Biodiesel do óleo de pinhão manso degomado por
esterificação Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
 RAMOS, L. P. Biodiesel: Um projeto de sustentabilidade econômica e sócio ambiental
para o Brasil Universidade Federal do Paraná – UFPR
 ALBUQUERQUE, I. C. (2006) Eletrificação de comunidades isoladas através de óleo
vegetal produzido localmente Encontro Técnico-Científico da 6ª Ecolatina, Belo
Horizonte – MG
 CÂMARA, G. M. S. (2010) Biodiesel Brasil – Estado Atual da Arte Universidade de São
Paulo – USP/ESALQ
 ACCARINI, J. H. (2006) Consolidação do Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel (PNPB) Ministério do Desenvolvimento Agrário, Rio de Janeiro

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