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1. Introdução
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Ponencia presentada al VIII Congreso Latinoamericano de Sociología Rural, Porto de Galinhas, 2010.
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Aprovada em 1979 pela Assembléia Geral da ONU, a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas e
Discriminação contra a Mulher (CEDAW) passou a vigorar apenas a partir de 1981. No Brasil, entrou em
vigor em 1984 com reservas e a partir de 1994 na sua integralidade. (FUNAG/IPRI/Ministério das Relações
Exteriores: 2003).
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O artigo 14 da CEDAW estabelece o compromisso dos países em garantir a participação das mulheres na
elaboração e execução dos planos de desenvolvimento, assegurando educação e assistência técnica, e em
apoiar cooperativas como forma de obter a igualdade de acesso às oportunidades econômicas, acesso ao
crédito, aos instrumentos de comercialização e à tecnologia apropriada. (ONU, CEDAW, 1975).
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A Carta do Campesino prevê o compromisso com a igualdade das mulheres nos “processos sociais,
econômicos e políticos de desenvolvimento rural” e nos “benefícios da melhoria das condições de vida das
zonas rurais”. Cf. www.fao.org.
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Para um quadro da situação das mulheres rurais e das políticas públicas dirigidas a elas nos países do
Mercosul ver “Gênero, Agricultura Familiar e Reforma Agrária no Mercosul”, Brasília, NEAD Debate 9,
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Brasília, 2006. Para uma visão geral sobre a agricultura familiar
nos países da região ver Brady (2008).
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Cf. MDA/NEAD, 2006.
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Estudos iniciados nas cadeias produtivas do tomate e da carne suína que analisam a inserção das
mulheres, a organização do trabalho reprodutivo e a participação das mulheres na produção e na
comercialização.
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Aprovada em 2007, resolução do GMC recomenda que os registros a serem adotados ou que estão em
fase de elaboração em cada país considerem a titularidade conjunta obrigatória para homens e mulheres em
situação de casamento ou união estável.
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Para uma análise detalhada do marco legal e dos instrumentos de acesso igualitário à terra nos países do
Mercosul ver REAF/SN Brasileira, 2008 e HORA, 2008.
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Um marco neste sentido é o II Plano Nacional de Reforma Agrária e o Plano de Políticas para as
Mulheres do Brasil que prevêem o direito igualitário à terra (titulação conjunta obrigatória, acesso
preferencial a mulheres chefes de família), ações de apoio à organização produtiva (crédito, capacitação e
assistência técnica) e à participação nos espaços de controle social das políticas públicas.
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Considerações finais
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MERCOSUL/VI REAF/ DT No. 02/06, anexo VII.
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implicou em sua efetivação. Isso fica evidenciado pela crítica dos movimentos
sociais e por manifestações dos próprios governos nacionais e dos fóruns
regionais do Mercosul.
As institucionalidades pré-existentes no Mercosul para efetivar
compromissos internacionais e responder às demandas sociais pouco tratavam
da agenda das mulheres rurais. Mesmo nos poucos casos em que estas
demandas eram incorporadas, a efetivação dos direito não contava com o
respaldo de estruturas internas aos ministérios e órgãos responsáveis por ações
finalísticas. Com exceção do Brasil, que já conta com a efetiva implementação
de políticas de igualdade para as mulheres rurais, o que se encontra na região
são organismos centralizados de coordenação de políticas gerais que dialogam,
em maior ou menor grau, com a agenda das mulheres rurais.
Nos anos recentes, diferentes iniciativas da sociedade civil têm
contribuído para renovar a agenda de gênero, alargando o campo de
reconhecimento dos direitos das mulheres previamente definido pelas
conferências internacionais, e os inserido na elaboração de alternativas sociais e
econômicas. A mudança na correlação de forças na região em prol de interesses
soberanos e da democratização, associada a um maior comprometimento dos
governos com a agricultura familiar e as relações de gênero impulsionado por
lutas sociais, e em particular pela ação política das mulheres rurais, resultaram
no reconhecimento da importância da agenda de gênero na REAF.
Pode-se constatar que a Reunião Especializada da Agricultura Familiar,
nos últimos cinco anos, promoveu um esforço integrado para diagnosticar estes
problemas e construiu medidas efetivas para avançar nesta agenda. Num
espaço orientado para a integração solidária, as fortalezas existentes em alguns
países estão sendo convertidas em insumos para construir uma agenda regional
voltada para superar os limites vivenciados pelos Estados membros. Fruto deste
esforço comum, foram elaboradas e estão sendo implementadas ações
concretas capazes de promover a autonomia econômica e garantir os direitos
das mulheres rurais, como indicam o Programa Regional de Fortalecimento
Institucional de Políticas de Igualdade de Gênero na Agricultura Familiar.
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Referências
Documentos Consultados
CONSENSO DE MEXICO. Cepal Documento da Sala de Conferência. Mexico
DF 2004. (mimeo.)
CONSENSO DE QUITO. X Conferência Regional sobre la Mujer de America
Latina y el Caribe. Ministerio de Desarrollo Social. Instituto Nacional de la Mujer
2008.
COPROFAM. Carta de Montevideo: Propuesta de la Coprofam al Consejo del
Mercosur. Montevideo/Uruguay 16/12/2003 (mimeo.)
FAO. Gobierno de Chile. Ministério de Agricultura. Transversalización del
enfoque de género en la institucionalidad del Ministério de Agricultura. Periodo
2000-2006. Santiago de Chile, abril de 2007.
FUNDAÇÃO ALEXANDRE GUSMÃO; INSTITUTO DE PESQUISA DE
RELAÇÕES INTERNACIONAIS; MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES.
A Defesa das mulheres: instrumentos internacionais – Brasília: 2003.
II PLAN NACIONAL DE IGUALDAD DE OPORTUNIDADES ENTRE MUJERES
Y HOMBRES 2003-2007. Secretaria de la Mujer – Presidencia de la República.
Fondo de Población de las Naciones Unidas, Asunción, Septiembre del 2005.
INDAP/ODEPA/MUCECH/IICA. Pequeña Argricultura em Chile: rasgos
socioproductivos, institucionalidad y clasificación territorial para la innovación.
Santiago: INDAP/ODEPA/MUCECH/IICA, 2006.
Ley de Igualdad de Oportunidades para la Mujer. mimeo.
MERCOSUL. MERCOSUL/GMC/ATA Nº 03/08. Encaminha para aprovação o
Programa Regional de Fortalecimento Institucional de Gênero na Agricultura
Familiar no Mercosul.
MERCOSUL. MERCOSUL/GMC/P. REC. Nº 01/08. Encaminha solicitação para
aprovação de diretrizes para a igualdade de gênero em políticas públicas para a
agricultura familiar.
MERCOSUL. MERCOSUL/IX REAF REC. N° 01/08 – Diretriz es para a igualdade
de gênero em políticas públicas para a agricultura familiar.
MERCOSUL. Resolução MERCOSUR/GMC/RES Nº 11/04. Instituí a Reunião
Especializada da Agricultura Familiar.
MERCOSUL. Tratado de Assunção – Paraguai. 1991.
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