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APROVADO:
1. Aconselhamento
2.Psicolog ia
3.Teologia
O ministério de aconselhamento é um ministério de suma importância, tanto para a vida
da Igreja como para a vida do(a) pastor(a). Não há como fugir dessa tarefa. O aconselhamento é
parte integrante do ministério pastoral, e, ás vezes, não lhe é dado a importância que merece.
A pessoa portadora de uma doença incurável, ou um paciente terminal passa por estágios
que o pastor deve saber diferenciar e acompanhar cada um na vida do paciente. Além do
paciente, o pastor deve estar atento à família do moribundo, que também é merecedora de
atenção e cuidados pastorais.
Em ambos, é dever do pastor caminhar junto de seu povo. Ele não pode fugir disto.
Gostaria de agradecer a Deus por ter me chamado para o ministério pastoral, e por ter me
ajudado e capacitado a alcançar esta meta.
Agradeço ao meu orientador pela paciência e disponibilidade com que sempre me atendia.
INTRODUÇÃO.................…………………………………………………………07
I - O ENIG MA DA MORT E
A Morte - o que é? .......................... .......................... ......................... 12
Por que temos medo de morrer?............................……………………….14
O morrer no antigo Israel............... .............. ........................................19
NotasBibliográficas........................................................................................21
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
resp onsa bili dade de trat ar dos afli tos. Tradicionalmente, a responsabilidade
padre ou ao rab ino . Que r o pas tor ten ha ace ito ou não ess as
até apreciado o peso das expectativas do povo, o past or é aque le de quem o povo
ser um ministério de grande responsabilidade por parte, não somente do pastor, mas da
pastoral", onde era da responsabilidade do pastor (e somente dele) aconselhar o seu povo.
Hoje, a Igreja tem tido uma visãomais ampla da Palavra de Deus e, COM a abertura da Igreja
os leigos.
pode realizar aconselhamento eficaz sem ele. Cremos que, para que o aconselhamento
seja cristão é preciso ser le vad o a ef eit o em har mo nia com a obr a re gen er ado ra
todos os traços da personalidade que poderiam ser expostos, diante dos consultantes
como o "fruto" do Espírito. Deixar de lado o Espírito Santo equivale negar a depravação
e da obra expiatória de Cristo, e eia vez disto, deixa-se para o consultante nada mais do
que uma casca de justiça le gal ist a bas ead a nas obr as, o que só pod e le va r,
pessoas com doenças incuráveis, verifiquei que há uma lacuna em nosso preparo neste
ministério, tanto para leigos como para clérigos. Temos visto e realizado cursos, em
para moribun dos. Isto também foi verific ado em nosso currículo teológico: a
para uma matéria de suma importância, pois em todo o tempo o pastor é chamado à
aconselhar.
incuráveis, e se eu não acreditava que Deus podia curar tais pessoas. Neste final
medicina; doenças como a AIDS e o terrível vírus Ebola, sem levar em conta que o
existem pessoas que Deus cura e outros que Deus não cura. Creio na operação curadora de
morte: o que é? Por que temos medo da morte? Vemos ainda como o Antigo Israel
visita no hospital e no lar. Para ambos os casos, o pastor deve estar preparado e
conhecer muito bem o "terreno" onde está pisando.
último, que é o da aceitação do fato de estar morrendo. Todos esses estágios são por
demais dolorosos, tanto para o moribundo, quanto para os seus familiares. Cabe ao
conselheiro(a) ter uma personalidade formada e possuir auto controle para poder
até sua fase final, passa pelos mesmos estágios que o doente. Como no caso do
A MORTE – O QUE É?
morreu em ditosa velhice, avançado em anos. Saul tomou da espada e se lançou sobre
ela. Seu filho Jônatas foi assassinado na flor da juve ntud e. Juda s, o trai dor,
enf orco u-se. Enoqu e foi arrebatado e não foi mais visto(1) O que é a morte?
por ela e que, por outro lado, nada podemos fazer senão enfrentá-la
sim, pois como se costuma dizer, a morte é o único inimigo do homem que o mesmo
não podevencer.
morte, até Jesus Cristo, o Verbo feito carne, teve que enfrentá-la. Exceto dois
Parece que a morte tem certa afinidade com Deus- ser misteriosa,
indefinível. Todos os homens são mortais; isso significa que ninguém domina a
morte. Não somos nós que dominamos a morte; ela é que nos domina.
morte faz parte do seu poderio. Ela reina e determina fundamentalmente o homem
em suas relações mais humanas. Pelo simples fato de perguntarmos por ela, a
morte passa a integrar a nossa vida de forma singular. E aí se revela uma relação de
existência básica entre o homem e a morte: ela é o que de mais próprio temos.
dez horas após ocorrida a morte.Mas, informações biológicas sobre o morrer e a morte
nada mais podem explicitar senão como finda e como findou uma vida humana
sob o aspecto da corporalidade desta vida. O homem pode morrer mais cedo ou
mais tarde. Existe a morte por velhice, ou seja, como fim de uma vida humana
decorrente morte. A morte não é o fim de uma realidade que tenha exauri do
todas as suas possib ilidad es. Ela coloca a pergunta pela discrepância entre a
de uma cultura que nega a morte. Em grande parte dos casos, lidamos como nosso
medo da sorte negando o próprio fato da morte. Por exemplo, os moribundos são
colocadas no fim de um corredor onde "não são perturbadas" (ou não perturbam).
podem vê-las durante horas restritas de visitas, que raramente são mais que duas
horas por dia. A sós a maior parte do dia e a noite inteira, o moribundo é
deixado, até que morra, em ambiente estranho, entre estranhos, sem que, de um
modo geral, ninguém lhe explique o que lhe esta acontecendo. Os médicos não
pacientes.
fisicamente sozinha, é difícil que alguém esteja com ela, sentindo e compartilhando
de seus sentimentos de dor, perplexidade e ira. Quando uma pessoa está com
uma doença incurá vel, ou se torna um pacien te termin al, sua mente e
capacidade de raciocínio pode ser afetada. Com isso, quando ela tenta
fato de não conseguir expressar, de mane ira clara, as suas afli ções, rece ios e
medo s. Como conse qüên cia, poucas pessoas se disporão a ouvi—la
realmente; núme ro ainda meno r de pesso as saber ão lhe dar respo stas
coerentes. Se, por outro lado, ela não compartil har os seus sentimentos,
sente solitária. Ela geralmente esconde os seus triunfos e derrota s com todo
situação e o que sente a respeito, para não perturbar, chocar ou ser inconveniente
para os que estão ao seu redor. Ela fica esperando passivamente, deixando
que os outros cuidem e tratem dela, e não discute a situação, porque tem medo de
perder as poucas pessoas que vêm tratá-la e passar algum tempo com ela.
muna palavra: solidão. Mesmo que o moribundo não fique em quarto do hospital,
rodeado pela família e amigos, sabe que o fato da morte em si significa separação
das coisas, lugares e pessoas familiares, que lhe são queridas. A morte é a
porta que leva do mundo conhecido para o desconhecido.
naturalmentetemosmedo damorte.
Quando saímos de casa para viajar, mesmo que seja por curto espaço, sentimos
comparada, a grosso modo, a essa viagem,sendo que nela não há serviço postal nem
telefone, nem oportunidade de voltar para uma visitinha. O pensamento da morte
geralmente não nos faz ansiar e desejar que ela aconteça. Pensamos em nossa
própria morte com relutância e peso no coração. Os filhos faltam crescer, falta alcançar
aquele emprego, ou seja, sempre nos faltaterminar oucomeçaralguma coisa.Se alguém nos
dissesse amanhã que nossa expectativa de vida é uma questão de meses,
"com certeza", que determinada pessoa está à morte, não nos é conhecido
quando ela ocorrerá. Às vezes, pessoas que dão entrada em hospitais "â beira da
morte", levam semanas ou meses até que morram; outros passam pelos hospitais
para fazerem pequenas cirurgias que não oferecem riscos e morrem por quaisquer
pensar sobre esta monografia, procurei conversar com outras pessoas sobre os tipos
de morte e procurei também a ler sobre isso. E ficou claro que a morte nunca aconteceda
residência para morrer com a família. Passaram-se alguns meses sem que nada
acontecesse e houve até uma certa melhora no seu estado de saúde. Certa noite, ela
agradeceu a Deus por vir buscá-la, se despediu da enfermeira que cuidava dela,
.-.
Algumas enfermidades incuráveis podem desfigurar
acontece durante a morte não pode ser entendido enquanto não a experimentarmos.
Personagens bíblicos, como Lázaro, que voltou da morte através do poder curador
respeito do mundo vindouro estudando a Bíblia, mas não podemos saber de maneira
completa o que é morrer. A morte, por definição, é irreversível. Isso faz parte do seu
mistério e é uma fonte de nosso temor. Assim,as experiências dos que tiveram a ventura
cedo é privar-se da benção que é a vida, privar-se de gozar uma vida e vivê-la até sua
testamento, a mortalidade infantil era grande, e o orgulho do pai era criar seus filhos
Quando uma pessoa morria, era sepultada imediatamente. O clima seco da região
provoca a rápida decomposição, de maneira que o sepultamento deve ser feito com
própria casa.
sepultura" (3); afirma também que o morto vai a Sheol. Sheol é embaixo; desce-se
a ele para dele nunca mais voltar. O Antigo Testamento também afirma que uma
KOPP, Ruth - Quand o algué m que você ama está morre ndo. - Rio de
Janeiro, Juerp, 1989, cap.l.
2. J üngel, p. 59.
3. Isaias38.18; Salmos28.1.
4. Jó14.12.
5. Jüngel,p.70.
II – O MINISTÉRIO DE ACONSELHAMENTO AOS DOENTES E
ENLUTADOS
e ministérios, existe um ministério que cresce hoje em dia, devido aos caos
mesmo com uma leve enfermidade. E a situação piora quando tem que ser
hospitalizado e, ainda mais, quando tem que sofrer uma intervenção cirúrgica.
não quer dizer que ele cesse de participar do Corpo de Cristo, de ser cristão.
intransferível e importante. Isso faz parte do trabalho do pastor e ele não pode
recusar.
conselheiro é o Espírito Santo. É Ele que nos ensina, nos usa e nos orienta na
intensidade e profundidade para que Deus possa usá-lo nessa tarefa de dar
conselhos.
nossa percepção da realidade. Por isso, uma pessoa doente não deve tomar
uma decisão importante quando submetida a pressão muito forte em sua vida,
sobretudo uma decisão que vá afetar a sua família ou seu rumo de vida.
dessas experiências, o pastor pode ajudar de modo mais eficiente aos que
uma experiência bíblica. Saber ler o texto certo que tenha a mensagem de
Deus para a situação específica exige um conhecimento prático para que nos
ACONSELHANDO OS DOENTES
podemos observar duas coisas importantes: existem doentes que Deus cura e
existem doentes que Deus não cura. Neste ponto, salientamos uma coisa: às
vezes o conselheiro(a) ora com duas pessoas doentes e uma recebe ajuda e
com certa freqüência: vale a pena orar? Nossa oração tem qualquer poder
para curar ou prolongar a vida? Como devemos orar? Nossa oração tem
qualquer poder para curar ou para prolongar a vida? Como devemos orar pelos
doentes moribundos?
nunca ocorrem da maneira que nós queremos. Deus criou o corpo humano
Deus age da maneira que Ele quer agir e quando Ele quer.
também não temos que suportar o peso da culpa quando alguém morre. Não é
Perde espaço. Como paciente, seu mundo está reduzido a um só quarto. Seu
Perde o controle daqueles que invadem o seu espaço. Em sua casa tem o
direito de entrar no seu quarto e tocar no seu corpo, e ele não pode impedir.
Perde o controle sobre o seu próprio corpo. Tem que submeter ao que está
hospital é entrar num ambiente muito especial, em que a vida está correndo
risco. Os médicos não querem que seus pacientes sejam postos em perigo e
os trazem sob total controle. Por isso, existem horários programados pela
Neste caso, o pastor ou o leigo deve ter a permissão para a visita e, acima de
tudo, saber fazer o trabalho. Temendo erros em casos assim, alguns hospitais
poderá partir para a eternidade antes de encontrar o caminho para o céu. Por
tipo de trabalho.
Se o moribundo encontra-se em sua casa, temos uma
certa facilidade em falar-lhe. Mas não devemos nos esquecer que, apesar de
estar em casa, ele ainda está doente e necessita dos mesmos cuidados, como
num hospital. Devemos escolher muito bem o horário da visita, a fim de não
fazer o aconselhamento.
3. Não prometa cura ao paciente ao orar por ele. Mostre-lhe que Deus tem um
6. Não mande o paciente orar. Você é que deve orar por ele. A menos que Ele
sinta este desejo e mostre que está em condições de fazê-lo. Mas pode ser
7. Não fale de inferno. Fale sempre de salvação. Evite falar de morte, mesmo
que seja para ir para o céu. Fale bastante de confiança, esperança, alegria,
8. Use tom firme e manso de voz na oração e no falar. A voz tem poderes
maravilhosos.
9. Não beije o paciente, mesmo que seja uma criança. O seu carinho deve ser
tiver acesso a ele, recite textos escolhidos da Palavra de Deus bem ao seu
ouvido, sem comentários. Por exemplo, João 3.16, Romanos 5.8, Salmos 23 e
NEGAÇÃO E ISOLAMENTO
IRA – RAIVA
A raiva desempenha um papel importante no curso de uma
enfermidade incurável. A despeito das opiniões em contrário, a raiva não é
automaticamente ou necessariamente um pecado. Ela apenas acontece.
Algumas vezes é apropriada e adequadamente expressa. Por exemplo, a raiva
pode resultar em grande benefício pessoal quando a expressamos
abertamente a Deus e permitimos que ela reaja a ela. Nessa situação podemos
nos encontrar face a face com ele de maneira nova e maravilhosa.
2) É melhor não responder dizendo: “Eu compreendo”. Substitua esta frase por
uma declaração como: “Posso imaginar como isso faz com que você sinta-se
irado.”
3) Procure evitar declarações de julgamento. Lembre-se que a pessoa irada
provavelmente sabe que está agindo de maneira abominável. Censurando-a
por seu comportamento, você fará com que ela sinta-se ainda mais culpada e
deprimida.
4) Faça com que seja criado ambiente propício para que a pessoa converse
acerca de sua ira e frustração. Mostre com a sua atitude que está tudo bem se
a pessoa desenganada manifestar a sua ira e que você está disposto a ouvir as
suas expressões de frustração e raiva.
5) Não espere demais de si mesmo. Lembre-se que você tem sentimentos com
que tem de se haver, e por vezes descobrirá que é impossível ficar perto da
pessoa irada. Em tal circunstancia, está certo encontrar uma explicação para
ausentar-se. Assuma a responsabilidade pelos seus sentimentos. Se você
precisa ausentar-se, planeje voltar no futuro para saber se a situação melhorou
e ficou mais fácil você ajudar o paciente.
BARGANHA
3
KUBLER-ROSS, p.91.
Embora haja diferença entre barganha e negação, ambas tem
função similar. O individuo que barganha está um passo mais perto de
enfrentar sua mortalidade. De fato, ele está pronto e disposto a enfrentar a
morte em um ponto definido no futuro se lhe for dado tão-somente um “prêmio
por conduta”, uma garantia de tempo extra.
ACEITAÇÃO
4
Idem, p.120.
IV – OS ENLUTADOS
A AFLIÇÃO INESPERADA
CARACTERÍSTICAS DO PESAR
O pesar traz uma séria de distúrbios somáticos, tais como
aperto na garganta, estrangulamento e falta de ar, a necessidade de suspirar
ou gemer, sensação de vazio no estômago, falta de força nos músculos,
calafrios, tremores e desconforto subjetivo intenso, descritos como tensão,
solidão ou dor mental.
O ENLUTADO SE ADAPTANDO
LÁGRIMAS
A resposta fisiológica do corpo inteiro à experiência da
perda é manifesta em derramamento de lágrimas. É normal e necessário
expressar nossa tristeza, chorando.
FORMAÇÃO DE FANTASIAS
É normal para o enlutado achar que o falecido ainda está
vivo, que pode ouvi-lo, pode sentir sua presença, esperar sua chegada em
casa, encontrá-lo em casa esperando o jantar e até por na mesma o seu prato.
O costume não cessa incessantemente. Por outro lado, alguém que continua
nessa fantasia não está aceitando a realidade da morte. O conselheiro, nas
suas visitas, deve detectar este problema e ajudar, suavemente, o enlutado a
se adaptar à realidade. A vida tem que continuar sem ele/ela.
SONHOS
Uma maneira de o enlutado se adaptar está no nível dos sonhos.
Sonhos são expressões do subconsciente entrando no processo de adaptação.
Em sonhos, a realidade da morte e o desejo de que o falecido continue vivo se
reconciliam.
MEMÓRIA SELETIVA
Essa experiência começa depois das lágrimas e do desespero. A
tendência é de dormir muito. A vida diária começa a voltar ao normal. Ter
menos preocupações com o passado e mais capacidade de concentrar-se no
presente com a renovada intenção de fazer decisões. (Decisões maiores
devem ser feitas depois de voltar à racionalidade.)
1) Young, p.77-78.
2) Idem, p.80.
3) Ibidem, p.81,
CONCLUSÃO
Devemos observar que hoje existe uma linha teológica que afirma
que o crente no Senhor Jesus não se entristece com os problemas e fatos que
o acometem, mas estão sempre alegres, inclusive nos momentos de dor. Creio
que a alegria da salvação que todo crente possui é muito superior aos
problemas da vida, e que mesmo a morte de um ente querido não pode apagá-
la. Entretanto, o cristão, como filho de Deus, é um ser vivo, um ser humano,
com sentimentos e emoções. Quando um ente querido ou amigo próximo
falece, há uma perda! Alguém que nos era chegado se foi. E não há motivos
para mascararmos nossos sentimentos. Jesus chorou ao chegar na casa do
amigo Lázaro, morto fazia quatro dias. E em outras passagens bíblicas vemos
Cristo manifestando seus sentimentos de amor, tristeza, raiva, preocupação,
medo. Por isso devemos cumprir cabalmente nosso ministério, chorando com
os que choram e nos alegrando com os que se alegram.
ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Vida Nova. São Paulo, Vida Nova, 1991,
15ª. Edição.
KOPP, Ruth. Quando alguém que você ama está morrendo. Rio de Janeiro,
Juerp, 1989.