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Introdução Física
05 Lições do Rio Grande: Referencial 85 Por que ensinar e aprender Física?
urricular para as escolas estaduais
C
86 Como ensinar Física?
11 Referenciais Curriculares da Educação
90 Temas estruturantes
Básica para o Século 21
91 Conteúdos fundamentais
25 Por que competências e habilidades na
educação básica? 95 Estratégias para ação
29 A gestão da escola comprometida com a 102 A origem do universo - Anexo
aprendizagem
105 Referências
39 Referencial da Área de Ciências da
Natureza: Ciências, Biologia, Física e Química
Química 109 Por que ensinar e aprender Química?
43 Integração entre as Áreas 109 A leitura e a produção de textos em
Ciências Química
Biologia
65 Por que ensinar e aprender Biologia?
65 Escola: lugar de encontro
68 Competências gerais da área de Ciências
da Natureza e seus desdobramentos para
o ensino e a aprendizagem da Biologia no
ensino médio
69 Habilidades específicas e conceitos
estruturantes para a aprendizagem de
Biologia no ensino médio
70 Conteúdos da Biologia e sua seleção no
ensino médio
71 Temas Estruturantes e sua organização
no ensino de Biologia
81 Referências
No Brasil e no Rio Grande do Sul, hoje ensino médio, há ainda o problema de ina-
o principal desafio é melhorar a qualidade dequação entre os turnos, com falta de vagas
da educação de nossos alunos. E isso é di- no diurno.
fícil. Até algum tempo atrás, precisávamos Mas o grande desafio em todo o Brasil e
aumentar o numero de vagas. O desafio era no Rio Grande do Sul é a falta de qualida-
expandir o acesso à educação escolar. Isso de da educação escolar oferecida às nossas
era mais fácil, pois se tratava de construir crianças e jovens. Colocamos muitos alunos
uma escola, inaugurá-la e aumentar o nú- na escola e os recursos públicos destinados
mero de matrículas. à escola pública não aumentaram na mesma
Hoje, o acesso à escola está, em grande proporção e, em consequência, caiu a qua-
parte, resolvido ou relativamente encaminha- lidade, as condições físicas das escolas pio-
do em todo o País e aqui no Estado, especial- raram, baixou o valor dos salários dos pro-
mente no ensino fundamental e médio. Ainda fessores, cresceram as taxas de reprovação e
é problema na educação infantil, responsabi- repetência e reduziu-se a aprendizagem.
lidade dos Municípios, e é também problema Melhorar a qualidade é muito mais difí-
na educação profissional, responsabilidade cil. Em primeiro lugar, ninguém tem a fór-
dos Estados. Mas no ensino fundamental no mula pronta, pois, para começar, já não é
RS, é de 98% a taxa de escolarização das tão simples conceituar, nos dias de hoje, o
crianças nas escolas estaduais, municipais que é qualidade da educação. Depois, não
ou particulares. E 77% dos jovens de 15 a 17 é palpável, não se “pega com a mão”, como
anos estão matriculados no sistema de ensi- escola construída e número de alunos matri-
no. É um percentual ainda pequeno quando culados. E depois, não é tão rápido.
comparado com a meta de escolarizar no Construir escola é possível de se fazer no
mínimo 98% também da população nessa tempo de um governo e de capitalizar poli-
faixa etária. E muitos desses jovens ainda es- ticamente. Qualidade da educação é mais
tão atrasados, cursando o ensino fundamen- lenta no tempo, mais devagar. E tem mais um
tal. Entretanto, somadas as vagas nas escolas problema. De modo legítimo, os governantes
públicas e particulares do ensino médio, há movimentam-se atendendo a demandas da
vaga para todos os jovens de 15 a 17 anos população. E educação de qualidade não
residentes no Rio Grande do Sul. é ainda uma demanda de todos. Por isso,
É verdade que existe problema na distri- apesar dos discursos políticos e eleitorais, na
buição geográfica dessas vagas. Às vezes prática a educação não tem sido prioridade
faltam vagas em alguns lugares e há excesso dos governos. Nas pesquisas de opinião, em
noutros, principalmente nas cidades grandes geral, segurança, saúde e às vezes também
e mais populosas, naquelas que recebem emprego aparecem antes da educação nas
população de outras regiões ou de fora do preocupações da população. Isso porque já
Estado. Às vezes, nas cidades grandes, falta há vaga para todos, ou quase todos na es-
em alguns bairros e sobra em outros. E no cola pública, e, por exemplo, tem merenda
Na origem dos estados modernos, a defi- mensões continentais, com grande diversidade
nição do que se deve aprender na escola es- regional e marcantes desigualdades sociais na
teve associada à busca da unidade nacional distribuição da renda e do acesso à qualidade
e da igualdade formal entre os cidadãos, daí de vida. Estabelecer currículos nessa realidade
o caráter público e leigo que o currículo as- é uma tarefa nada trivial, que a LDB inicia e
sume na maioria dos países. Desse processo ordena em duas perspectivas.
resulta a presença, na quase totalidade das A primeira perspectiva, a partir da qual a
nações democráticas, de leis de educação LDB regula o currículo, é política e se refere
que estabelecem o currículo nacional, ainda à divisão de tarefas entre a União e os entes
que os níveis de especificação sejam distintos federados quando estabelece para toda a
de um país para outro. educação básica, em seu Art. 26, que “Os
As profundas mudanças ocorridas no currículos do ensino fundamental e Médio
mundo após a segunda guerra mundial pro- devem ter uma base nacional comum, a ser
vocaram rupturas e revisões das bases demo- complementada, em cada sistema de ensi-
cráticas da educação. A partir da segunda no e estabelecimento escolar, por uma parte
metade do século 20, os currículos nacio- diversificada, exigida pelas características
nais passam por sucessivas reorganizações. regionais e locais da sociedade, da cultu-
Além de incorporar a rápida transformação ra, da economia e da clientela”. Diferente-
da ciência e da cultura, essas revisões tam- mente das leis de diretrizes e bases que a
bém deram ênfases crescentes aos valores da antecederam, a LDB não definiu, nem dele-
diversidade e da equidade, como forma de gou a nenhuma outra instância, a definição
superar a intolerância e a injustiça social. de “disciplinas” ou “matérias” obrigatórias
Finalmente, desde o limiar do século 21, a para integrar a base nacional comum a que
revolução tecnológica está impondo a todas se refere o Art. 26.
as nações revisões curriculares com a finali- A segunda perspectiva é pedagógica e se
dade de incorporar também, e para todos, os refere ao paradigma curricular adotado pela
valores da autonomia, da sustentabilidade e Lei. Quando trata separadamente do ensino
da solidariedade, que serão necessárias para fundamental e do médio, a LDB traça as di-
a cidadania nas sociedades pós-industriais. retrizes dos currículos de ambos segundo um
Essa rápida retrospecção histórica é im- paradigma comum, expresso em termos de
portante para destacar que a construção de competências básicas a serem constituídas pe-
currículos não é um capricho pedagógico los alunos e não de conhecimentos disciplina-
nem um ato arbitrário dos níveis de condução res (Arts. 32, 35 e 36). As competências ficam
das políticas educacionais. É, sim, um dever assim estabelecidas como referência dos currí-
dos governos que estão gerenciando o Esta- culos da educação escolar pública e privada,
do num momento de rupturas e mudanças de dando destaque, entre outras, à capacidade
paradigmas educacionais. de aprender e de continuar aprendendo, à
O Brasil é um país complexo. Por ser fe- compreensão do sentido das ciências, das ar-
deração, a definição do currículo se inicia tes e das letras e ao uso das linguagens como
na regulação nacional – do Congresso e do recursos de aprendizagem. Também aqui a
Conselho Nacional de Educação, passa pela LDB não emprega o termo “matéria” ou “dis-
coordenação do Governo Federal, finaliza na ciplina”, nem utiliza os nomes tradicionais das
gestão estadual ou municipal para entrar em mesmas. Refere-se a “conteúdos curriculares”,
ação na escola. Além disso, é um país de di- “componentes” ou “estudos”.
2
Deste ponto em diante este documento incorpora algumas ideias das discussões e dos textos de trabalho do grupo responsável pela concepção do currículo
na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
A inseparabilidade entre
Um currículo que tem as competências competência e conhecimento
como referência, organiza-se por operado-
res curriculares transversais, que se referem Um currículo por competências não elimina
às competências gerais que devem ser per- nem secundariza os conteúdos. Sem conteúdos,
seguidas em todas as áreas ou disciplinas, recursos intelectuais, saberes ou conhecimen-
porque são competências indispensáveis para tos, não há o que possa ser mobilizado pelo
aprender qualquer conteúdo curricular. Es- sujeito para agir pertinentemente numa situa-
tes Referenciais adotam como competências ção dada, portanto não se constituem compe-
para aprender as cinco grandes competências tências. Os conteúdos são a substância do cur-
do ENEM, que podem ser consideradas seus rículo e para tanto se organizam em áreas do
operadores transversais: conhecimento ou disciplinas. É preciso, portan-
to, construir um currículo que não se limite ape-
•Dominar a norma culta e fazer uso das lin- nas às disciplinas, mas inclua necessariamente
as situações em que esses conteúdos devem
guagens matemática, artística e científica;
ser aprendidos para que sejam constituintes de
•Construir e aplicar conceitos das várias competências transversais.
áreas do conhecimento para a compreen-
são de fenômenos naturais, de processos
histórico-geográficos, da produção tecno- Isso significa que um currículo referido a com-
lógica e das manifestações artísticas; petências só tem coerência interna se conteúdos
•Selecionar, organizar, relacionar, interpre- disciplinares e procedimentos de promover, orien-
tar dados e informações representados tar e avaliar a aprendizagem sejam inseparáveis.
em diferentes formas, para tomar deci-
sões e enfrentar situações-problema; Para isso é preciso identificar, em cada
•Relacionar informações, representadas conteúdo ou disciplina, os conceitos mais im-
de diferentes formas, e conhecimentos portantes e as situações nas quais eles devem
disponíveis em situações concretas, para ser aprendidos de forma a constituírem com-
construir argumentação consistente; petências transversais como as do ENEM. A
•Recorrer aos conhecimentos desenvolvi- ausência desse trabalho resultou, no Brasil, na
dos na escola para elaborar propostas de anomia curricular instalada nos anos recentes,
intervenção solidária na realidade, res- de currículos em ação nas escolas que são di-
peitando os valores humanos e conside- vorciados das normas curriculares mais gerais
rando a diversidade sociocultural. e dos pressupostos teóricos que as orientam.
Referências:
ETTAYEBI, Moussadak; OPERTTI, Renato; JONNAERT, DENYER, Monique; FURNÉMONT, Jacques; POU-
Philippe. Logique de compétences et dévelopment cur- LAIN, Roger; VANLOUBBEECK, Georges. Las com-
riculaire: débats, perspectives et alternative pour les petencias em éducación: un balance. Mexico: Fon-
systèmes éducatifs. Paris: Harmattan, 2008. do de Cultura Económica, 2007.
O objetivo de nossa reflexão é analisar o pre foi e será uma necessidade do ser hu-
problema da aprendizagem relacionada ao mano. É que os recursos biológicos (esque-
desenvolvimento de competências e habili- mas inatos ou reflexos) de que dispomos ao
dades na educação básica. Em outras pa- nascer não são suficientes, ocorrendo o mes-
lavras, trata-se de pensar a questão – quais mo com os valores e condições sociocultu-
são os argumentos para a defesa de um cur- rais que lhes são complementares, expressos
rículo comprometido com o desenvolvimento como cuidados dos adultos. Por exemplo, a
de competências e habilidades na educação criança nasce sabendo mamar, isto é, nasce
básica? Sabemos que elas sempre foram com esquema reflexo de sucção. Mas neste
uma condição para a continuidade do exer- reflexo não estão previstos, nem poderiam
cício de profissões qualificadas e socialmente estar, as características (físicas, psicológicas,
valorizadas. Mas, hoje, temos duas altera- sociais, culturais, etc.) da mama e da mamãe,
ções fundamentais, que expressam conquis- que a amamentará. Da parte da mamãe é a
tas de direitos humanos e superação de de- mesma coisa. Mesmo que ter um filho seja
sigualdades sociais. Primeira, competências um projeto querido, sua mama cheia de leite
e habilidades são julgadas necessárias para e seu coração cheio de disponibilidade não
todas as profissões e ocupações. Segunda, substituem os esforços de sucção de seu fi-
mais que isto, são essenciais para uma boa lho, deste filho em particular, com suas ca-
gestão e cuidado da própria vida, na forma racterísticas e condições singulares, não pre-
complexa que assume, hoje. visíveis para a pessoa que cuidará dele. Para
O melhor momento e lugar para formar que esta interação entre dois particulares
competências profissionais é na escola supe- seja bem sucedida, mesmo que apoiada em
rior ou em cursos de habilitação. O melhor dois gerais (uma criança e uma mãe), ambos
momento e lugar para formar competências terão de aprender continuamente, terão de
e habilidades válidas para qualquer profissão reformular, corrigir, estender, aprofundar os
e que têm valor para a vida como um todo é aspectos adquiridos.
na educação básica, ou seja, no sistema de Aprender é uma necessidade constante do
ensino que a compõe (Escola de Educação In- ser humano, necessidade que encerra muitos
fantil, Escola Fundamental e Escola de Ensino conflitos e problemas, apesar de sua impor-
Médio). E se os conteúdos e os procedimentos tância. Nem sempre reunimos ou dominamos
relativos às competências e habilidades pro- os diferentes elementos que envolvem uma
fissionais são necessariamente especializados, aprendizagem. Cometemos erros. Calcula-
as competências e habilidades básicas só po- mos mal, não sabemos observar os aspec-
dem ser gerais e consideradas nas diferentes tos positivos e negativos que compreendem
disciplinas que compõem o currículo da edu- uma mesma coisa, nem sempre sabemos
cação básica. Daí nossa opção pelas com- ponderar os diferentes lados de um mesmo
petências valorizadas no Exame Nacional do problema. Daí a necessidade de fazer regula-
ensino médio (ENEM) como referência. ções, de prestar atenção, aperfeiçoar, orien-
Consideremos, agora, o problema da tar as ações em favor do resultado buscado.
aprendizagem em si mesma. Aprender sem- Este processo é sustentado pelo interesse de
Nos últimos anos, a sociedade brasileira sino médio. O SAERS avalia aprendizagens de
vem tomando consciência da necessidade de séries intermediárias, utilizando a mesma matriz
melhorar a qualidade do ensino oferecido à do SAEB. Embora tenham finalidade diversa,
maioria da população, por meio do fortaleci- essas avaliações tornam-se, em muitos casos,
mento e da qualificação da gestão da escola. referência para as aprendizagens na escola,
A gestão escolar deve mobilizar e articular as desempenhando outro papel além daquele
condições materiais e humanas necessárias à para o qual foram criados.
promoção da efetiva aprendizagem dos alu- Com a intenção de suprir essa lacuna, apre-
nos, tornando-os capazes de enfrentar os de- sentamos às escolas da rede estadual do RS
safios da sociedade do século XXI. estes Referenciais Curriculares que fixam, por
A partir da LDB (art.15), a escola passou a área de conhecimentos e disciplinas, aprendi-
ter maior autonomia nas áreas administrativa, zagens que devem ocorrer em cada momento
pedagógica e financeira, e a sua gestão tor- da educação básica, a partir da 5ª série do en-
nou-se mais complexa, o que passou a exigir sino fundamental, indicando a unidade mínima
da equipe gestora, além de uma visão global, que deve ser comum a uma rede de ensino.
a capacidade de reconhecer que na socieda-
de do conhecimento, a dimensão pedagógica Em consonância com as mais atualizadas
da gestão é a mais importante. Assim, o foco concepções de currículo, este Referencial des-
da gestão passa a ser pedagógico e as di- loca o foco do ensino para a aprendizagem,
mensões administrativa e financeira são meios o que significa organizar o processo educativo
para alcançar as finalidades da educação. para o desenvolvimento de competências bási-
Para responder às exigências da sociedade cas que a sociedade demanda.
do conhecimento, o Movimento Todos pela
Educação estabeleceu 5 metas para a educa-
ção brasileira, que devem ser cumpridas até Por isso, o planejamento das situações de
2022. Entre elas, a de número três prevê que aprendizagem em todas as áreas do conheci-
“todo aluno aprenda o que é adequado à sua mento, respeitadas suas especificidades, tem a
série”. Mas, o que é adequado a cada série? finalidade de levar o aluno a: expressar idéias
Hoje, na rede estadual, cada escola fixa o com clareza, oralmente e por escrito; ana-
que entende ser o adequado. Pois não há re- lisar informações e proposições de forma
ferências que definam as aprendizagens neces- contextualizada; ser capaz de tomar deci-
sárias em cada momento da educação básica, sões e argumentar; e resolver problemas/
o que abre espaço para os livros didáticos fa- conflitos. Essas competências estão previstas
zerem esse papel. Os parâmetros e as diretrizes na LDB em objetivos do ensino fundamental
curriculares nacionais têm caráter geral, não (artigo 32), como “o desenvolvimento da capa-
suprem essa necessidade. Apenas as matrizes cidade de aprender, tendo como meios básicos
de competência das avaliações externas, como o pleno domínio da leitura, da escrita e do cál-
o SAEB e a PROVA BRASIL, estabelecem um culo”, e do ensino médio, (artigo 35), em espe-
patamar de aprendizagens a serem atingidas cial, “a preparação básica para o trabalho e a
ao final da 4ª série/5º ano e da 8ª série/9º cidadania do educando, para continuar apren-
ano do ensino fundamental e do 3º ano do en- dendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
Fonte: Educação Escolar Brasileira: O que trouxemos do século XX ?, Guiomar Namo de Mello, 2004, com adaptações.
1
Portela ´et alii´, 1997 e 1998; Fuller ´et alii´, 1999; Santiago, 1990 p. 47-60.
Reunião
Matemática
Considerações finais
A implementação do Referencial Curricu- e outras instituições, pois a apropriação do
lar na rede estadual de ensino é uma tarefa Referencial Curricular pela equipe gestora,
desafiadora que não pode ser de responsa- docentes e demais membros da comunidade
bilidade exclusiva da escola. Exige a cons- escolar, deve ser processual e sistemática.
tituição de uma rede de cooperação entre Nesta perspectiva, a SE disponibiliza-
escolas e CREs, Secretaria da Educação (SE) rá espaço virtual no seu site para apoio
Referências
MELLO, Guiomar Namo de. Educação Escolar Brasileira: o PORTELLA, Adélia e ATTA, Dilza. Dimensão Peda-
que trouxemos do século XX?. Porto Alegre: Artmed, 2004. gógica da Gestão da Educação. Guia de Consulta
PIMENTA.Selma Garrido. Questões sobre a organização para o programa de Apoio aos Secretários Munici-
do trabalho na escola. Disponínel em www.srmarioco- pais de Educação – PRASEM II. Brasília: FUNDES-
vas.sp.gov.br acesso em 19 julho 2009. COLA/MEC, 1999, p. 77-114.
Física e Química
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais que amplie a compreensão dos problemas a
(BRASIL, 1998), as áreas do conhecimento serem solucionados, sem que as fórmulas da
são integradas por meio de três eixos funda- física e da química e os sistemas de classifica-
mentais: representação e comunicação; inves- ção da biologia sejam ignorados na aprendi-
tigação e compreensão; e contextualização zagem desencadeada, mas que se tornem ins-
sociocultural. O aprendizado do corpo de trumentos para facilitá-la e não o único aspec-
conhecimentos da área de Ciências da Natu- to a ser aprendido, sob pena de serem cristali-
reza, englobando Ciências no ensino funda- zadas abordagens repetitivas que dificultam a
mental, e Biologia, Física e Química no ensi- autonomia do estudante. A área de Ciências
no médio, deve ser planejado levando-se em da Natureza promove pouco a leitura e pro-
conta esses três eixos, também chamados de dução de textos mais elaborados e reflexivos
competências gerais, a fim de garantir o pro- sobre os conteúdos escolares e os temas cien-
cesso desencadeado. A partir deles, pretende- tíficos atuais, atendo-se muitas vezes a escritas
se desenvolver prioritariamente as competên- extremamente simplificadas, quase telegráfi-
cias básicas de leitura, produção de textos e cas, o que parece dificultar a aprendizagem.
resolução de problemas, consideradas priori- Segundo Mario Osório Marques (MARQUES,
tárias na elaboração dos Referenciais Curricu- 1997), “escrever é preciso”, para organizar o
lares do Rio Grande do Sul. Ainda é importan- pensamento e as reflexões, de modo que a
te considerar, como reconhecido nos PCNs, escrita desencadeia novos pensamentos que,
que as Ciências Naturais, incluindo inúmeros por sua vez, resultam em novas escritas, que,
ramos da Ciência, tais como a Astronomia, num contínuo pensar, escrever, pensar e re-
a Biologia, a Física, a Química e as Geoci- escrever, propicia o desenvolvimento de um
ências, abordam diferentes conjuntos de fe- conhecimento científico sistematizado mais
nômenos naturais e geram representações apropriado. Para estudar a cinemática na dis-
do mundo ao buscar explicar a estrutura do ciplina de Física, por exemplo, manipular um
Universo, a organização espacial, o tempo, a grande conjunto de fórmulas não colabora
vida em geral e do ser humano, em particular, para a compreensão dos movimentos e dos
nos seus diferentes processos de organização conceitos envolvidos, como velocidade ou
e transformações; a energia e os movimentos aceleração. A construção de conhecimentos
micro, meso e macroscópicos; a constituição é favorecida se tais conceitos forem aborda-
da matéria. Na presente área, uma propos- dos a partir de situações, reais ou idealizadas,
ta de estruturação curricular que considere os que envolvam análise qualitativa, leitura e
três eixos temáticos e prepare para a compre- produção de textos, sem o uso excessivo de
ensão qualificada do mundo em que se vive fórmulas prontas. Isso está intimamente rela-
seria: cionado à resolução de problemas, na qual
os aspectos conceitual e qualitativo são essen-
• Representação ciais. Para resolver um problema, não basta
e comunicação uma simples manipulação de fórmulas: é pre-
ciso possuir um bom domínio conceitual da
a. Leitura e produção de textos: é situação em jogo. A aplicação de fórmulas,
necessário adotar um ensino mais conceitual, exaustivamente cobradas em muitas discipli-
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria MARQUES, M. O. Escrever é preciso: o princí-
de Educação Básica. Parâmetros curriculares pio da pesquisa. Ijuí: Ed. Unijuí. 1997.
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cia una teoría del crecimiento científico. Ma- ______. Pensamento e linguagem. São Paulo:
drid: Encuentro. 1986. Martins Fontes. 1989.
Transformação é a marca das sociedades mentos que cercam a vida dos estudantes no
modernas. O mundo contemporâneo revela- seu cotidiano, estão, frequentemente, em de-
se por sua inconstância e exige, cada vez sacordo com o conhecimento sistematizado
mais, pessoas com conhecimentos diversifi- pela ciência. Portanto, torna-se emergente e
cados e capazes de acompanhar e compre- necessário o desenvolvimento de ações que
ender as contínuas e aceleradas alterações visem ao letramento científico dos estudan-
sociais, ambientais, econômicas e tecnoló- tes, e a escola é um local privilegiado para
gicas. Alterações que refletem diretamente o que isso ocorra.
impacto atual da ciência na tecnologia, desta No ambiente escolar é possível o plane-
na natureza, na indústria, no comportamen- jamento de situações de aprendizagem que
to, na saúde e, de modo geral, na qualidade visem construir, junto aos alunos, novos en-
de vida das populações. tendimentos das relações entre ciência, tec-
Nesse sentido, parafraseando o historia- nologia e sociedade. A sala de aula é o am-
dor Erick Hobsbawm, ensinar Ciências deve biente propício para se explicitar e discutir di-
vincular-se a um objetivo maior que é a for- ferentes noções e conhecimentos cotidianos
mação para a cidadania, a autonomia e o e compará-los com noções e conhecimentos
letramento científico-tecnológico, numa so- fundamentados pela prática científica.
ciedade que solicita mais do que “aprendi- Devemos, portanto, compreender que o
zes”, solicita “feiticeiros”. Para Hobsbawm, ensino de Ciências no ensino fundamental
aprendizes e feiticeiros representam dois deve servir à formação de pessoas que pos-
arquétipos de cidadãos. Os primeiros sen- sam participar e usufruir das oportunidades,
do usuários e consumidores de tecnologia, das responsabilidades e dos desafios ineren-
sem conhecer seus fundamentos, princípios tes a uma sociedade na qual a influência da
e efeitos. Os segundos, ao contrário, conhe- C&T se torna cada vez mais presente. Para
cem a Ciência e, assim, ao fazerem uso de isso, deve-se construir base sólida de no-
seus desdobramentos tecnológicos, agem de ções, ideias, habilidades, conceitos e prin-
forma autônoma, responsável, crítica e mais cípios científicos, garantindo que o aluno se
consciente. Sendo esta uma característica familiarize com o mundo natural, reconhe-
daqueles que têm acesso ao conhecimento ça sua diversidade e sua unidade e possa
científico. Por isso, consideramos que é papel identificar e analisar processos tecnológicos
da escola, enquanto instituição mobilizadora implementados pela humanidade. Conside-
de transformações sociais, formar cada vez ramos que tais fundamentos favorecem a
mais feiticeiros e menos aprendizes. tomada de decisões, por parte dos alunos,
Consideramos, portanto, que seja indis- que sejam subsidiadas em informações e
pensável que todas as pessoas, e não ape- análises bem fundamentadas, afetando fa-
nas cientistas, devam ser educadas para se- voravelmente suas vidas e organizando um
rem consumidoras críticas de conhecimentos conjunto de valores mediado na consciência
científicos, desenvolvendo a habilidade de da importância de seu próprio aperfeiçoa-
analisar o tipo de conhecimento gerado e o mento e no aperfeiçoamento das relações
seu modo de produção pela ciência. sociais e nas relações que travamos com a
Podemos observar que o conhecimento do natureza e seus recursos.
dia a dia, aquele envolvido com os aconteci- No entanto, a impressão de muitos pro-
- Reconhecer consequên- - Poluição do ar, da água 10. Coleta de dados e leitura de notícias
cias da poluição da água, e do solo. sobre: poluição do meio ambiente e identifi-
do ar e do solo para a saú- - Aquecimento global e cação de agentes causadores e de medidas
de humana e meio ambien- efeito estufa. saneadoras; consequências do aquecimento
te, valorizando medidas de - Água, um bem que preci- global e do efeito estufa para o meio ambiente
saneamento e de controle a sa ser preservado. e a vida na Terra; consumo excessivo da água
Tecnologia poluição. - Reaproveitamento, reci- potável. Após apropriação do conhecimento,
e - Identificar causas e con- clagem e coleta seletiva do os alunos poderão debater os temas e planejar
sociedade sequências do aquecimento lixo. ações de intervenção ou mudança de hábitos
global e do efeito estufa, para melhorar as condições ambientais e de
bem como as medidas para vida na Terra.
solução do problema.
- Identificar a importância 11. Consulta à comunidade escolar ou do
das redes de abastecimento bairro em que residem sobre a organização
de água. do lixo para coleta, bem como entrevista com
- Compreender as fases e agentes públicos responsáveis, para coletar
características de tratamen- dados e informações sobre o destino do lixo
to da água e do esgoto e na sua cidade. Organização dos resultados da
medidas de racionalização consulta, elaboração e interpretação de gráfi-
da água potável. cos/tabelas e formulação de diagnóstico por
escrito, bem como planejamento de ação de
- Reconhecer as doenças conscientização sobre a importância da coleta
transmitidas pela água, solo seletiva, reaproveitamento e reciclagem do lixo
e ar e as formas de evitá- - Doenças humanas virais, no Município.
las, relacionando-as a hábi- bacterianas e parasitárias.
tos de higiene. 12. Organização e realização em equipes de
Ser - Reconhecer os antibióti- - Antibióticos e vacinas. campanhas de esclarecimento da comunidade
humano cos e problemas do seu uso sobre prevenção da saúde, com produção de
e saúde prolongado. material visual, como cartazes, panfletos, car-
- Identificar a natureza dos tas, etc., para divulgação.
vírus e as condições em que
se multiplicam.
13. Visita a: estação de tratamento da água
e elaboração de texto narrativo ou represen-
tação em maquete sobre o que observou,
caracterizando as etapas do processo; posto
de saúde para conhecer e divulgar formas de
atendimento à população.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educa- sino médio: ciências da natureza, matemática e suas
ção Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: tecnologias. Brasília, 2006.
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1
PORTUGAL. Currículo Nacional de Ensino Básico: competências essenciais. Lisboa: Ministério de Educação. Disponível em: www.min-edu.pt/
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1. Interação entre os seres vivos Vida e ambiente interagem, resultando em estruturas organizadas (sistemas),
que se transformam e interferem umas nas outras, desorganizando-se, reorga-
nizando-se e evoluindo. A visão sistêmica coloca o ser humano como agente e
paciente das transformações que influenciam a permanência da vida no planeta
e o desenvolvimento sustentável (modelo explicativo).
Saúde relaciona-se não só à ausência de doenças, mas também às condições de
2. Qualidade de vida das populações vida das populações: renda, educação, trabalho, habitação, saneamento e saú-
humanas de ambiental, transporte, lazer, alimentação, longevidade, liberdade de expres-
são e participação democrática. Distribuição desigual de saúde e atendimento às
diversas populações humanas, em termos mundiais e brasileiro, é evidenciada
pelos indicadores sociais, econômicos e de saúde pública (regularidades, inva-
riâncias, transformações, sistemas).
3. Diversidade da vida Caracterizar a diversidade da vida e sua distribuição nos diferentes ambientes
e compreender os mecanismos que favoreceram a variedade de seres vivos, é
condição para perceber os desequilíbrios ambientais, intensificados pela inter-
venção humana, a redução dessa diversidade, o que ameaça a sobrevivência da
própria vida no planeta (transformações, sistemas, simetrias, regularidades,
interações, invariantes).
4. Identidade dos seres vivos Características dos sistemas vivos: atividades vitais controladas pelo programa
genético no interior de célula. Familiarização com tecnologias de manipulação
do material genético (transgênicos e clonagem), e com o debate ético e ecológico
a elas associadas, que contribuem para o desenvolvimento de competências, de
avaliar riscos e benefícios dessas manipulações à saúde humana e ambiental e
fornecer elementos para tomada de posição diante dessas questões (transforma-
ções, sistemas, simetrias, regularidades, interações, invariantes).
5. Transmissão da vida, ética e Fundamentos da hereditariedade e transmissão dos caracteres em humanos, para
manipulação gênica conhecer, compreender e avaliar o significado das aplicações de conhecimentos
genéticos no diagnóstico e tratamento de doenças, na identificação de paterni-
dade ou de indivíduos, em investigações criminais ou acidentais. Introdução no
debate de implicações éticas, morais, políticas e econômicas de manipulações
genéticas, analisando-as e avaliando os riscos e benefícios para a humanidade e
o planeta. Por exemplo, uso de células-tronco em pesquisa (Caderno do Aluno,
2º e 3º ano EM); produção de vitaminas em plantas por transgenia. (transfor-
mações, sistemas, simetrias, regularidades, interações, invariantes, mode-
los, origem e evolução).
6. Origem e evolução da vida Origens da vida, da Terra, do Universo e do próprio ser humano são discutidas,
sob o ponto de vista científico e filosófico, envolvendo interpretações sobre a
história da vida, como por exemplo, a de que seu surgimento decorreu de aci-
dente ou projeto inscrito na constituição da matéria. Tratamento dessas questões
permite confrontar diferentes explicações sobre o assunto, de natureza científi-
ca, religiosa ou mitológica, elaboradas, em diferentes épocas. Evidencia-se a
transitoriedade dos conhecimentos científicos, estimula-se o posicionamento em
relação a questões polêmicas e dimensiona processos vitais em diferentes escalas
de tempo, além de favorecer a familiarização com mecanismos básicos, que
propiciam a evolução da vida e do ser humano (transformações, sistemas,
simetrias, regularidades, interações, invariantes, modelos).
A seguir, são apresentados exemplos de al- tem em uma postura de responsabilidade pelo
gumas dessas relações, que visam a facilitar aprender entre os alunos envolvidos no pro-
a organização das atividades a serem desen- cesso. O pressuposto orientador é que o obje-
volvidas em sala de aula, fundamentadas nos to de estudo da Biologia é o fenômeno da vida
temas estrutrantes, nas competências e habi- em toda a sua diversidade de manifestações.
lidades apontadas anteriormente e que inves- O aprendizado deverá permitir a compreen-
1. Interação entre os seres 3. Identidade dos seres vivos 5. Transmissão da vida, mani-
1o semestre pulação gênica e ética
vivos
2. Qualidade de vida das 4. A diversidade da vida
2o semestre populações humanas 6. Origem e evolução da vida
Na primeiro ano do ensino médio, o tema identificação das medidas mais efetivas para
estruturante parte do cenário atual da vida profilaxia, tratamento ou erradicação de algu-
no planeta. Os alunos, no primeiro semestre, mas delas. Esse tema sugere reflexões sobre a
têm a oportunidade de trabalhar com as se- qualidade de oferta de saúde pública no Brasil,
guintes unidades temáticas: interações entre as as taxas de mortalidade infantil, os índices de
comunidades biológicas e os fatores físicos e analfabetismo e a relação que esse quadro tem
químicos que compõem um ecossistema; rela- com a qualidade de vida da população.
ções de convivência e conflito entre as várias No primeiro semestre do segundo ano, a
espécies; interações alimentares; ciclos biogeo- ênfase é colocada na organização e no fun-
químicos; consequências da poluição; respon- cionamento das estruturas celulares comuns a
sabilidade compartilhada e uso sustentável da todos os seres vivos. No segundo semestre, a
biodiversidade. As populações humanas e suas diversidade dos seres vivos, da sua natureza
interações com o ambiente e outros seres vivos e organização, dos processos vitais e das di-
e a influência mútua na garantia da vida no ferentes estratégias fisiológicas utilizadas para
planeta Terra são o foco do segundo semes- resolver as necessidades básicas dos seres vi-
tre, que tem como unidades temáticas: saúde vos, bem como dos processos de adaptação.
das populações humanas, que permite avaliar Já no primeiro semestre do terceiro ano,
a realidade brasileira em relação à distribuição o tema trata da hereditariedade, transmis-
desigual de renda e as consequências para a são de características, com destaque para
saúde da população; as doenças e as suas a biotecnologia, a engenharia genética, em
diversas formas de contágio e transmissão; a especial o uso terapêutico das células-tronco
É premente o estímulo aos estudantes para com o estudante as condições de ler, decodifi-
avaliarem as vantagens e desvantagens dos car, interpretar, emitir julgamentos fundamen-
avanços das pesquisas biológicas e suas con- tados e expressar, de maneira escrita ou oral,
sequências para a vida, como, por exemplo, as reflexões e reconstruções que transformam
as técnicas de clonagem e de manipulação do as informações em conhecimentos. Informa-
DNA, da preservação da biodiversidade, da ções sem relação com os conhecimentos an-
qualidade de vida das populações humanas, teriores, seja no sentido de reforçá-los ou ne-
considerando valores éticos, morais, religio- gá-los, tornam-se vazias de significado, visto
sos, socioculturais, ecológicos e econômicos. que permanecem como estruturas estanques,
A sociedade do acúmulo de informações, cristalizadas e fragmentadas, sem conexão
transmitidas pelos meios de comunicação e com o cotidiano dos estudantes.
pela rede mundial de computadores, quase Sugestões de trabalhos a serem realizados
imediatamente após os fatos ou pesquisas te- para garantir a aprendizagem serão facil-
rem ocorrido, exige um professor consciente mente identificados, pois contextualizar não
de que sua função ultrapassa o patamar de é meramente exemplificar com situações vi-
transmissor das novidades. É essencial projetar vidas por eles, apenas como acessórias sem
Referências
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MOREIRA, M. A.; OSTERMANN, F. Sobre o ensino do
88 Eixos (E)
88
Representação e Investigação e Contextualização
comunicação (E1) compreensão (E2) sociocultural (E3)
1. Apropriar-se da lingua- 1. Selecionar fontes de 1. Perceber que a Física cons-
gem da Física, reconhe- pesquisa confiáveis, titui parte da cultura con-
cendo conceitos físicos, junto com notícias so- temporânea, sendo resul-
a partir de leituras sobre bre Física veiculadas tado de uma construção
situações reais ou ideali- pela mídia ou tópicos humana inserida em um
zadas, envolvendo aná- de Física publicados em processo histórico e social,
lise qualitativa dessas revistas especializadas. discutindo criticamente as-
situações, sem uso exces- 2. Formular perguntas re- pectos do senso comum,
sivo de fórmulas prontas. levantes sobre tais tó- veiculados pela produção
2. Reconhecer a linguagem picos de Física, expres- literária e artística.
da Física como constituí- sando-as claramente e 2. Identificar a Física em dife-
da de símbolos, figuras, com a linguagem apro- rentes âmbitos e contextos
gráficos, equações ou ta- priada, reconhecendo culturais: literatura, artes
belas, reconhecendo nes- os conceitos centrais plásticas, teatro, música,
sas representações não envolvidos e fenômenos reconhecendo que essa
Ler e escrever textuais as informações a serem investigados. Ciência permeia o mundo
(CB1) essenciais nelas contidas 3. Elaborar textos comu- em que vivemos.
e vinculando tais infor- nicando resultados de 3. Problematizar, por meio
mações aos conceitos pesquisa, detalhando de elaboração de textos,
físicos relevantes embuti- claramente objetivos, o papel social da Ciên-
dos nessas informações. desenvolvimento e con- cia e da tecnologia no
Competências básicas (CB)
A figura refere-se a um pedreiro que lança com grande velocidade um tijolo para seu companheiro (não 89
89
mostrado na figura), sobre um piso horizontal com
atrito. Os pontos A e B são pontos da trajetória
do tijolo após o lançamento, quando ele já
está deslizando; no ponto C, o tijolo está
finalmente em repouso. As setas nos
desenhos seguintes simbolizam as forças
horizontais sobre o tijolo nos pontos
A, B e C. Qual dos desenhos melhor
representa essa(s) força(s)?
a) (iguais)
b)
c)
d)
e)
Em outro exemplo, pode-se usar a ética última terça-feira, 17/6, uma palestra na Câma-
ambiental e a incidência de raios para de- ra dos Deputados, em Brasília (DF). Com o tema
“Raios: o impacto em energia e meio ambiente
senvolver as competências requeridas:
num cenário de aquecimento”, o evento fez parte
das ações da EcoCâmara, com apoio do Detec,
Tema para debate: leia atenta e silenciosamente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimen-
os textos abaixo e discuta com o grande grupo e com to e da Frente Parlamentar Ambientalista, para o
o professor as seguintes questões: mês do Meio Ambiente.
• O desenvolvimento científico e tecnológico, nas A palestra tratou da influência das mudanças cli-
sociedades industriais, pode influir no aumento da máticas na incidência de raios sobre a Terra. Nes-
incidência dos raios nas cidades? se contexto, o pesquisador abordou o aumento da
• As pessoas que lutam pela preservação ambiental temperatura média do planeta. “A estimativa é de
falam muito sobre as graves consequências dos que o número de raios seja em torno de 30% maior
danos ambientais para o planeta, alertando para para cada grau de aumento da temperatura do pla-
o perigo que todos os seres vivos correm se o ho- neta”, disse Dr. Osmar durante as explicações sobre
mem não mudar de atitude a respeito disso. Essas o tema.
pessoas são exageradas ou têm argumentos que
mostram que corremos mesmo esse perigo? Super-raios podem estar ligados a queimadas:
(Jornal Valeparaibano, de 3 de maio 2008 - jornal.
Boletim n. 212, de 19 de jun. 2008 valeparaibano.com.br/2008/05/03/sjc/raios1.html)
(www.inpe.br/webelat/homepage/)
Pesquisadores do INPE (Instituto Nacional de Pesqui-
sas Espaciais), em São José dos Campos, tentarão
O Dr. Osmar Pinto Junior, coordenador do Grupo descobrir se o fenômeno dos super-raios – descargas
de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Na- atmosféricas até dez vezes mais intensas que os raios
cional de Pesquisas Espaciais (INPE), realizou, na comuns – está associado à ocorrência de queimadas.
Temas estruturantes
Os PCN+ Ciências da Natureza (BRASIL, enfoques com que o conhecimento físico
2002) privilegiam seis temas estruturadores deve ser trabalhado para que seja possível
com abrangência para organizar o ensino de promover as competências desejadas, indi-
Física: cando uma forma de organização para o
1. Movimentos: variações e conservações trabalho em sala de aula no ensino médio”
2. Calor, ambiente e usos de energia (BRASIL, 2002, p. 79). São sugeridas três se-
3. Som, imagem e informação quências para desenvolvimento dos temas
4. Equipamentos elétricos e telecomunicações estruturadores e a de número três será ilus-
5. Matéria e radiação trada, explorando seu potencial de promo-
6. Universo, Terra e vida ver maior integração entre as disciplinas das
De acordo com esse documento, “os te- Ciências da Natureza. Essa sequência está
mas, na verdade, exemplificam e sinalizam reproduzida no quadro a seguir.
Conteúdos fundamentais
Os conteúdos fundamentais podem ser física moderna e contemporânea, termodinâ-
desenvolvidos de acordo com as unidades te- mica ou eletromagnetismo podem ser con-
máticas dos temas estruturadores, citadas nos textualizados na unidade O Universo e sua
PCN+ (BRASIL, 2002, p. 79). Para o tema Origem e a contextualização sociocultural da
estruturador Universo, Terra e vida, são as ciência, sua natureza e diversos outros deba-
seguintes: Terra e Sistema Solar, O Universo tes podem ocorrer no contexto da unidade
e sua Origem e Compreensão Humana do Compreensão Humana do Universo.
Universo. Para um maior detalhamento des- Em uma linha mais tradicional, todos os
sas unidades temáticas, é importante a leitura temas estruturadores podem ser estudados
dos PCN+, na parte referente à Física. Os usando, por exemplo, a sequência apresen-
conteúdos de todo o ensino médio podem tada no Quadro 2. É o que ilustra o quadro
facilmente se relacionar com essas unidades a seguir, ao mostrar algumas competências
temáticas, que podem ser interessante pas- específicas a serem desenvolvidas para cada
so inicial na aprendizagem de Física. Como tema estruturador, bem como para as unida-
exemplo, a mecânica pode ser ensinada no des temáticas, bloco de conteúdos e suges-
contexto da unidade Terra e Sistema Solar; tões de estratégias.
4. Compreender a evolução
tecnológica relacionada
às máquinas mecânicas
e suas transformações ao
longo dos tempos.
Nuvens e gases
1
Observe que aqui as estratégias não guardam necessariamente uma correspondência com as competências específicas do Quadro 1.
Referências
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gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf>. Acesso em: 8 ved by Schoolgirl’s Geography Lesson. Disponível
jan. 2009. em: <http://www.news.nationalgeographic.com/
______. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino news/2005/01/0118_050118_tsunami_geography_
Básico. PCN+: ensino médio. Brasília, 2002. Disponível lesson.html>. Acesso em: 8 jan. 2009.
2
Colaborou na elaboração do presente Referencial Curricular a professora Érica Regina Mozena.
10 12
1012
1011 108
1010 104
Formação de galáxias
109 1
108 10-4
Temperatura
107 do centro 10-8
106 do Sol 10-12
105 10-16
sobre matéria
104 10-20
Temperatura
predomina
1.000 10-24
Radiação
da superfície
nucelar
10 10-32
1 Temperatura
ambiente 1 1 1 1 1 1 104 106 108 1010
(Terra) minuto hora dia mês ano séc. anos anos anos anos
0,00010,01 1 100 104 106 108 1010 1012 1014 1016 1018 Tempo
(s)
Hoje
Temperatura e densidade médias do Universo em relação ao tempo. Fonte: MARTINS, 1994, p.159.
1
Que em inglês significa Grande Explosão.
ABDALLA, M. C. B. O discreto charme das tempo: do Big Bang aos buracos negros. Rio de 105 105
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sente e futuro. Porto Alegre: Globo, 1961. org.br/fne/Vol2/Num1/particulas.pdf>. Aces-
HAWKING, Stephan W. Uma breve história do so em: 8 jan. 2009.
RP1. Consultar e pesquisar diferentes fontes de informação para propor alternativas de so-
lução de problemas que tenham relação com a Química, argumentando e apresentando
razões e justificativas, por exemplo: em uma discussão sobre o lixo, apresentar argumentos
contra ou a favor da incineração, acumulação em aterro e reciclagem.
RP2. Dada uma situação-problema, envolvendo diferentes dados de natureza química,
identificar as informações relevantes e os procedimentos e estratégias adequadas para
solucioná-la (por exemplo, avaliar a viabilidade de uma fonte de água para consumo
doméstico, como recurso hidromineral, e refrigeração na indústria).
Resolver
RP3. Selecionar e utilizar materiais e equipamentos adequados para fazer medidas, cálcu-
Problemas los e realizar experimentos. Fazer previsões e estimativas de quantidades e suas variações
para os resultados de medidas.
RP4. Elaborar e utilizar modelos científicos que modifiquem as explicações do senso co-
mum. Reconhecer, nas limitações de um modelo explicativo, a necessidade de alterá-lo.
RP5. Reconhecer e compreender a Ciência e a tecnologia química como criação humana,
portanto inseridas na história e na sociedade em diferentes épocas. Perceber a complexa
relação entre Ciência, tecnologia e ambiente ao longo da história.
RP6. Compreender e avaliar a Ciência e tecnologia química sob o ponto de vista ético
para exercer a cidadania com responsabilidade, integridade e respeito.
- (L6) Identificar variáveis que podem modificar a rapidez de uma transformação química
(concentração, temperatura, pressão, estado de agregação, catalisador).
- (L6) Compreender de forma qualitativa o conceito de potenciais-padrões de eletrodo.
- (L6) Reconhecer que, em certas transformações químicas, há coexistência de reagentes
e produtos (estado de equilíbrio químico, extensão da transformação).
- (L6) Identificar variáveis que perturbam o estado de equilíbrio químico.
- (L7) Reconhecer e identificar transformações químicas que ocorrem em diferentes in-
tervalos de tempo.
- (L8) Compreender o conceito de pH e interpretar sua representação/expressão
Transformações quantitativa.
- (E1) Descrever transformações que ocorrem nas substâncias presentes em processos
eletroquímicos.
- (E3) Avaliar informações em veículos de comunicação escritas sobre a magnitude do
problema aquecimento global.
- (RP3) Determinar experimentalmente a influência de fatores como concentração, tem-
peratura e superfície de contato, sobre a velocidade de uma reação - de um compri-
mido antiácido, por exemplo.
- (RP4) Escrever fórmulas químicas de substâncias, usando o número de oxidação; es-
crever equações químicas, envolvendo estas substâncias em processos de oxirredução.
- (L5) Compreender a relação entre energia elétrica produzida e consumida na transfor-
mação química e os processos de oxidação e redução.
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