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NORMATÉCNICA
Sumário 1 Objetivo
Prefácio
1 Objetivo Esta Norma caracteriza processos de remoção de óleos
2 Definições e graxas, de origem mineral, visando fornecer subsídios
3 Requisitos à elaboração de projetos de tratamento de efluentes de
ANEXOS mineração, atendendo aos padrões legais vigentes
A Níveis de tratamento de óleos e graxas (máximo de 20 mg/L), às condições de saúde ocupacional
B Descrição dos níveis e técnicas do sistema de trata- e segurança, operacionalidade, economicidade, aban-
mento de oleos e graxas na mineração dono e minimização dos impactos ao meio ambiente.
C Seqüência de tratamento de óleos e graxas
D Tratamento dos resíduos sólidos impregnados de óleos 2 Definições
e graxas
E Bibliografia Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes
definições.
Prefácio
2.1 afluente do sistema de tratamento: Fração líquida,
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o sólida e gasosa que entra em um sistema.
Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Bra- 2.2 dispersões mecânicas: Distribuições de pequenas
sileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Setorial gotículas de óleo, cujo diâmetro pode variar desde micras
(ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), até frações do milímetro, e que apresentam estabilidade
formadas por representantes dos setores envolvidos, devido a forças de interações elétricas e forças outras
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros que as devidas à presença de materiais que modificam a
(universidades, laboratórios e outros). tensão superficial.
O grau de dificuldade de um problema de separação óleo/ Existe um nível terciário de tratamento, que consiste na
água é, então, uma função da distribuição granulométrica remoção de frações de óleo finamente dispersas e solú-
do óleo (distinguindo-se óleo livre de dispersões de óleo), veis. O tratamento terciário inclui a ultrafiltração e o trata-
da presença de agentes surfatantes, de óleos dissolvidos mento biológico.
e sólidos encharcados de óleo. A maior parte dos pro-
blemas envolve mais a parte química diferenciada do
A tabela A.1 do anexo A apresenta os níveis de tratamento
óleo, e eles têm uma gama de diferentes efeitos no trata-
mento necessário. mais utilizados na prática corrente, as técnicas envolvidas
por nível de tratamento, bem como uma descrição sucinta
3.4 Sistemas de tratamento de efluentes contendo da faixa de aplicabilidade das respectivas técnicas por
óleos e graxas nível de tratamento.
Os sistemas de tratamento de efluentes contendo óleos e
graxas podem envolver vários níveis de tratamento. No O anexo B apresenta uma descrição pormenorizada dos
nível primário, um tratamento inicial é usado para separar níveis e técnicas comumente usados no sistema de trata-
o óleo livre do óleo disperso, emulsificado e frações solú- mento dos óleos e graxas na mineração. O anexo C
veis. É também usado para remover os sólidos enchar- apresenta sugestão de seqüência de tratamento de óleos
cados de óleos/graxas. e graxas na mineração, objetivando-se a obtenção de
um efluente final com concentração de óleos e graxas
Os processos comuns de separação utilizam as técnicas
menores que 20 mg/L.
de sedimentação, flotação e técnicas relacionadas com
a centrifugação.
O anexo D apresenta técnicas de tratamento dos resíduos
No nível secundário de tratamento são usadas técnicas sólidos impregnados de óleos e graxas.
que visam a quebra das emulsões óleo/água e também
para remover o óleo disperso. As técnicas mais comuns
empregadas no nível secundário consistem no tratamento O anexo E apresenta a bibliografia sugerida a ser con-
químico e na coalescência. sultada ao longo do emprego desta Norma.
/ANEXO A
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Anexo A (informativo)
Níveis de tratamento de óleos e graxas
Tabela A.1 - Níveis de tratamento, técnicas e descrição dos sistemas de tratamento de óleos/graxas
na mineração
/ANEXO B
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Anexo B (informativo)
Descrição dos níveis e técnicas do sistema de tratamento de óleos e graxas na mineração
B.1 Tratamento primário (separação por gravidade) B.1.2 Critérios dos separadores API
B.1.1 Separadores do tipo API De modo geral, os critérios de projeto do separador API
devem ser condicionados à:
Separadores por gravidade baseados no princípio de
sedimentação formam o tratamento mais utilizado. Baseia- a) velocidade horizontal através do separador deve
se no princípio da diferença de gravidade específica entre ser maior que 15 vezes a velocidade de ascensão
a água e as gotículas imiscíveis de óleo e este princípio é do glóbulo de óleo crítico, com limite superior de
usado para conduzir o óleo livre para a superfície da 1 m/min;
água, onde então é removido. O separador API (American
Petroleum Institute) foi especificado segundo critérios b) profundidade de fluxo no separador deve estar
baseados na remoção de glóbulos de óleo maiores que dentro dos limites de 1 m a 2,5 m. A largura do separa-
150 µ (0,015 cm) em diâmetro. Parte do óleo (apenas a dor deve estar compreendida entre 2 m e 6 m;
fração correspondente ao óleo livre) se acumula na su-
perfície da lâmina líquida por possuir gravidade específica c) razão profundidade-largura deve estar dentro da
menor que a da água, mas o óleo emulsionado e pe- faixa de 0,3 e 0,5.
quenas partículas de óleo com diâmetro inferior a 150 µ
não são separados. Os sólidos encharcados com o óleo Os separadores CPI (corrogated plate interceptor) e PPI
devem sedimentar no fundo do separador. (parallel plate interceptor) também se baseiam no princí-
pio da sedimentação.
A ascensão destes glóbulos se faz segundo a Lei de
Stokes: Controle cuidadoso de fluxo para estes separadores pode
permitir a separação de gotículas de óleo mais finas do
que aquelas do óleo livre. Literatura disponível no assunto
g D2
ν = (ρ - ρ )
18 µ w o
reporta que separadores de gravidade são eficientes na
remoção de óleos/graxas em efluentes, com uma média
do efluente final de 20 mg/L a 100 mg/L.
onde:
B.1.3 Equipamentos de flotação de ar
ν é a velocidade de ascensão;
Os equipamentos de flotação de ar utilizam o conceito de
separação por gravidade, mas tendem a ser mais efi-
g é a aceleração da gravidade; cientes que os equipamentos que usam o princípio da
sedimentação (separadores do tipo API) na remoção de
D é o diâmetro do glóbulo de óleo; óleo disperso, uma vez que a capacidade de flutuação é
aumentada pela anexação de pequenas bolhas de ar à
ρw é a massa específica da água; lenta ascensão dos glóbulos de óleo. Agentes coagu-
lantes são comumente usados para promover a aglo-
meração de matéria contendo óleo em flocos maiores,
ρo é a massa específica do óleo; que possam ser removidos facilmente. Em suma, os equi-
pamentos de flotação são precedidos de técnicas de
separação por gravidade já descritas acima e que
µ é a viscosidade do fluido.
removem a maior parte do óleo livre e as partículas sólidas
encharcadas de óleo, que sedimentaram no fundo do se-
A eficiência de um separador de gravidade depende parador. Isto reduz despesas com o volume de ar
fortemente de um projeto hidráulico eficiente e do tempo necessário e também com floculantes químicos usados
de residência para uma dada velocidade de ascensão e para promover a aglomeração de matéria contendo óleo,
da geometria do sistema. Longos tempos de residência em flocos maiores. No método, comercialmente mais
aumentam a eficiência do sistema de tratamento. Este usado, de se produzir bolhas, o ar é dissolvido no tanque
efeito é mostrado na figura B.1. separador à pressão de 2-4 atmosferas.
A remoção total de óleo dos afluentes jamais pode ser Dentro do tanque separador há um escape de pressão,
obtida apenas por meio de separadores de gravidade. resultando na formação de uma grande quantidade de
As partículas menores de óleo permanecem na água e bolhas de ar, que vão arrastar as partículas de óleo e ma-
os resíduos sólidos muito finos contaminados de óleo téria em suspensão para a superfície, de onde são retira-
devem ter densidade próxima à da água e devem passar das. Empregado junto com a floculação química, acelera
pelos separadores. o tratamento e melhora a aparência dos efluentes.
É importante que o esgotamento do afluente tenha fluxo O equipamento de flotação de ar é efetivo, segundo dados
laminar, evitando-se o movimento turbulento e a presença que a literatura disponível reporta, na produção de um
de agentes emulsificantes. efluente com 1 mg/L - 20 mg/L de óleo.
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Os centrifugadores são bastante efetivos na remoção de A geometria e a orientação dos elementos coalescentes
sólidos encharcados de óleo. A qualidade do efluente variam de um projeto para outro.
tem sido reportada na média de 50 mg/L até 70 mg/L de
óleos e graxas. B.3 Tratamento terciário
Dependendo do tipo de óleo, contéudo de substâncias É baseada na separação por ação de uma membrana de
surfactantes, etc., a qualidade do efluente final apresenta polímero (funciona como peneira) controlando o fluxo de
cerca de 1 mg/L - 50 mg/L de óleo. moléculas maiores que os poros da membrana. Aplica-
se pressão para aumentar o fluxo do líquido através da
B.2.2 Meios coalescentes membrana. As membranas tendem à colmatação devido
a presença de partículas suspensas e o fluxo tende, com
O uso de meios coalescentes varia dependendo do isto, a diminuir.
material usado e do tamanho efetivo do poro. Exemplos
de meios coalescentes são materiais fibrosos tais como A colmatação pode ser eliminada por retrolavagem ou
náilon ou propileno, os quais são dispostos de tal maneira por lavagem com detergentes. Este tratamento pode ser
a formar cartucho rígido. A firmeza do envelopamento e o utilizado para produzir um efluente essencialmente livre
diâmetro da fibra controla a porosidade efetiva destes de óleos/graxas.
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10
(%)
20 Temperatura média
de de
30o30°
óleo(%)
Temperatura média
Conteúdo inicial de óleo de 4545
Conteúdo inicial de óleo de ± ±4mg/l
4 mg/L
deÓleo
30
Remoçãode
40
Remoção
50
60
70
80
0 40 80 120 160 200
Tempo
Tem pode r
de residência
Residência
Figura B.1 - Efeito do tempo de residência na remoção do óleo nos separadores gravitacionais (Cheremisinoff,
Trattner and Tabakin, 1989)
/ANEXO C
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Anexo C (informativo)
Seqüência de tratamento de óleos e graxas
OFICINAS POSTOS DE
- Lubrificantes ............................................................................... ABASTECIMENTO
................................................................................
- Detergentes
- Água de - Combustível
lavagem - Água de Chuva
- Óleos e graxas (mínimo)
(equipamentos)
- Água de chuva
(mínimo)
t t
TRATAMENTO PRIMÁRIO ............................................................ TRATAMENTO PRIMÁRIO
t t t
t
Sólidos Água + óleo
Sólidos + óleo
Óleo livre encharcados Sólidos em suspensão
de óleo
....................................................................................................................
...............................................................
t t
TRATAMENTO SECUNDÁRIO
t t t
t
Sólidos Sólidos + óleo Água + óleo
encharcados Sólidos em suspensão
Óleo livre
de óleo
...................................
t t
TRATAMENTO TERCIÁRIO
/ANEXO D
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Anexo D (informativo)
Tratamento dos resíduos sólidos impregnados de óleos e graxas
D.1 Os resíduos sólidos de granulometria mais aberta bono e água. Óleos e graxas são degradados pelos micro-
(arenosa) contaminados com óleos e graxas podem ser organismos através de três maneiras de metabolismo:
usados em misturas asfálticas quentes. Esta é uma respiração aeróbica, respiração anaeróbica e fermentação.
técnica universalmente aceita. Entretanto, argilas
De modo geral, os elementos químicos necessários para
contaminadas com óleos e graxas não podem ser usa-
uma biorremediação de sucesso incluem oxigênio, água,
das na confecção de asfaltos, devido ao fato de não pro-
nutrientes, temperatura moderada e pH controlado; o fator
duzirem concreto asfáltico de boa qualidade, e podem
primário que limita o crescimento microbiológico no solo é
até danificar o compartimento do equipamento de a falta ou escassez de uma fonte de energia apropriada e
produção asfáltica, que coleta finos ou partículas finas. disponível. Devem existir no mínimo 11 macro e micro-
Outra técnica de disposição é a colocação em aterros nutrientes em formas e quantidades apropriadas para o
industriais. crescimento microbiológico. Estes incluem: nitrogênio,
Os resíduos sólidos de granulometria mais fina (argi- potássio, sódio, enxofre, cálcio, magnésio, ferro, manganês,
losa) contaminados com óleos e graxas podem ser zinco e cobre. O pH apropriado é entre 6 e 8. Para a maioria
depositados em aterros e submetidos a tratamento das espécies, o pH ideal é ligeiramente maior que 7. A
biológico. Podem também ser colocados em aterros temperatura de 50oC representa um limite superior razoável
industriais, incinerados ou aproveitados na industria para a atividade microbiológica.
cerâmica. A seguir é descrito o tratamento biológico dos
D.2 A tabela D.1 apresenta os gêneros mais usados de
resíduos sólidos impregnados de óleos e graxas.
bactérias e fungos que degradam os hidrocarbonetos. É
Hidrocarbonetos são degradados diretamente pela afortunado que microorganismos de solo possuem a
bactéria ou indiretamente através de co-metabolismo. habilidade de transformar uma ampla gama de produtos
O co-metabolismo ocorre através de enzimas produ- químicos orgânicos derivados do petróleo contendo uma
zidas pela bactérias. O produto final é o dióxido de car- vasta gama de aditivos.
Tabela D.1 - Gêneros de bactérias e fungos isolados do solo, mais usados, com habilidade de degradar
hidrocarbonetos (Bossert and Bartha, 1984)
Bactéria Fungos
Achromobacter Acremonium
Acinetobacter Aspergillus
Alcaligenes Aureobasidium
Arthrobacter Beauveria
Bacillus Botrytis
Brevibacterium Candida
Chromobacterium Chrysosporium
Corynebacterium Cladosporium
Cytophaga Cochliobolus
Erwinia Cylindrocarpon
Flavobacterium Debaryomyces
Micrococcus Fusarium
Mycobacterium Geotrichum
Nocardia Gliocladium
Proteus Graphium
Pseudomonas Humicola
Sarcina Monilia
Serratia Mortierella
Spirillum Paecilomyces
Streptomyces Penicillium
Vibrio Phoma
Xanthomonas Rhodotorula
Saccharomyces
Scolecobasidium
Sporobolomyces
Sprotrichum
Spicaria
Tolypocladium
Torulopsis
Trichoderma
Verticillium
/ANEXO E
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Anexo E (informativo)
Bibliografia
Constituições: Federal, Estaduais e Leis Orgânicas Muni- Paul N. Cheremisinoff, p. 355-366. Gulf Publishing
cipais Company, Houston, 1989
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