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O ENGENHEIRO CIVIL COMO VIABILIZADOR DE PRÁTICAS QUE REDUZAM

ACIDENTES DE TRABALHO1

1 - Resumo

O presente artigo enfatiza a necessidade da prevenção dos acidentes de trabalho no


setor da construção civil, viabilizado pelas normas e profissionais da área. Neste setor
o alto índice de acidentes de trabalho faz com que se busque uma maior eficiência nas
políticas de prevenção. Ao passo que em conjunto com o engenheiro civil se busca
uma maneira de se reduzir esse índice através de políticas eficazes.

Através de entrevista com engenheiro civil e de segurança buscou-se trazer a tona o


atual quadro em que se encontra o setor em Mossoró e relacionar sua legislação com
a problemática que envolve todos que participam dessa rede de serviços para o
trabalhador.

Palavras -chaves: Engenheiro Civil, Segurança, Acidentes, Mossoró.

2 - Introdução

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que


são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem
como proteger e integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
Atualmente há uma grande necessidade de tomar medidas mais eficazes em
relação à segurança do trabalhador, devido aos altos índices de acidentes no setor,
isso se deve as más políticas que as empresas estão aplicando bem como a
desatenção dos próprios trabalhadores.

Através de pesquisa de campo constata-se que está ocorrendo uma mudança


nas maneiras de se aplicar as normas e regulamentos de segurança, através dos
profissionais como o Engenheiro civil, Engenheiro de segurança para que haja uma
menor incidência de acidentes e uma maior educação dos trabalhadores.
O artigo enfatiza mediante entrevista com engenheiros civis, de segurança do
trabalho e técnicos a propensão do setor da construção civil relacionados aos
acontecimentos geradores de acidentes de trabalho. Especificaram-se os fatos criados
no dia-a-dia do trabalhador, procurando distinguir quais as principais causas e
conseqüências dos acidentes.

Buscou-se denominar quais normas regem esses tipos de serviços, quais os


equipamentos necessários para evitar os acidentes, que ambientes são mais propícios
para tais incidentes, qual o papel do engenheiro civil, engenheiro de segurança e
técnicos de segurança do trabalho na prevenção de acidentes nos canteiro de obras,
quais as estatísticas dos acidentes e métodos de prevenção.

Tratou-se os resultados de forma a aprimorar que técnicas podem ser


utilizadas de forma mais eficiente para diminuir tais sinistros ocasionados nos
canteiros de obra, bem como se a normatização possui veemência mediante seus
utilizadores.

3 - Desenvolvimento

O setor da construção civil atualmente é um dos líderes em acidentes de


trabalho no Brasil e no mundo. Fato que incitou a revisão das normas e legislações
vigentes buscando aprimorar os processos e o meio ambiente do trabalhador.

Não muito diferente ocorre em Mossoró, cidade que vem crescendo e


desenvolvendo-se em virtude da construção civil. Segundo Jácome, 2010 “existe a
necessidade de qualificação profissional, não só na formação do profissional em si,
deve ser exigido à interatividade com as normas que regem o serviço executado”

Contudo muitas pessoas da área inclusive os engenheiros que gerem as obras


já estão engajadas em fazer com que esse quadro diminua seus índices. Muitos
desses índices se dão em virtude da falta de informação, ou simplesmente pelo mal
uso de equipamentos de segurança. Exige-se que haja treinamento constante com os
colaboradores, além de revisões periódicas relacionadas às reais necessidades de
cada serviço.

Em função destas particularidades necessita-se normatizar os processos


buscando minimizar o impacto que as atividades criam, exatamente galgando o
equilíbrio entre o inicio e o fim dos processos.
3.1 – Normatização

As normas que regem a segurança dos trabalhadores vêm sendo revisadas em


busca do aprimoramento de seu uso e necessidades. Busca-se realinhar os processos
voltados exatamente a prática legal do trabalho.

Segundo JÁCOME, 2010, “as normas utilizadas atualmente realinham as


necessidades ao bem estar do trabalhador visando o cumprimento da CLT”, tem-se
como principais normas a:

• NR4 - que promove a saúde e protege a integridade do trabalhador no local de


trabalho;

• NR5 - onde se cria a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA


para organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento, uma
comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de
prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e
recomendações ao empregador para que melhore as condições de trabalho,
eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais.

• NR6 - fala dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI: Estabelece e


define os tipos de EPI's a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus
empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de
resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores;

• NR9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a


obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados,
do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à
preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência
de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos
naturais.

• NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção:


Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de
organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e
sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio
ambiente de trabalho na indústria da construção civil.

3.1.1 – Mapas de risco

Consiste na representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos


locais de trabalho capazes de acarretar prejuízos á saúde dos trabalhadores,
representa-se sobre a planta baixa da empresa, podendo ser completo ou parcial

Fonte: Google

3.2 – Principais causas e conseqüências dos acidentes de trabalho

Os acidentes de trabalho podem ser causados por diversos fatores tais como
atos inseguros que consistem na violação de um procedimento aceito como seguro,
que pode levar a ocorrência de um acidente, exemplos muito comuns são: Agir sem
permissão, Deixar de chamar a atenção, não usar EPI, brincar em local de trabalho e
não cumprir as normas de segurança. Outra causa muito comum são condições
inseguras de trabalho onde denominamos as falhas técnicas, que presentes no
ambiente, comprometem a segurança dos trabalhadores e a própria segurança das
instalações e dos equipamentos, exemplifica-se com a falta de dispositivos de
proteção ou inadequados, Iluminação inadequada, ventilação inadequada etc...Temos
ainda a ordem e limpeza do ambiente, neste contexto, a ordem e a limpeza
constituem um fator de influência positiva no comportamento do trabalhador, já que
passagens obstruídas e sujas dificultam os acessos.

Deve-se deixar claro que o baixo nível escolar e a falta de noção dos riscos
que correm nas obras, principalmente as clandestinas figuram também como grandes
precursores dos altos níveis de acidente, aumentando assim as estatísticas.

3.2.1 – Campanhas e medidas de prevenção

De imediato devem-se rever as normas que regem a segurança do trabalhador


analisando suas habilidades, suas funções e suas conseqüências. Atualmente é
imprescindível a adoção de procedimentos para melhorar as práticas determinadas
pelas normas através de programas de prevenção dos acidentes como trabalhador. O
risco deve ser minimizado, ou seja, a probabilidade de um evento causar danos
pessoais temporários ou permanentes deve ser diminuído ao máximo.

As medidas de prevenção e de proteção devem ser implementadas na seguinte


ordem de prioridade de acordo com o Sistema de Gestão de Riscos( Fonte: Revista
Proteção Ed. 222 ano 2010)

• Eliminar o fator de risco e riscos


• Controlar o fator de risco e risco na fonte com adoção de medidas de controle
de engenharia ou organizacionais
• Reduzir ao mínimo os fatores de risco e riscos através da concepção de
sistemas seguros de trabalho que compreendam medidas administrativas de
controle.

Diante destes aspectos possibilita-se manter os baixos níveis de acidentes


procurando modificar as estatísticas da OIT(Organização Internacional do Trabalho)
que estima que a cada ano cerca de 2,3 milhões de rabalhadores morram por doenças
e acidentes relacionados ao trabalho.
No Brasil, de acordo com dados da Previdência Social, demonstrados na
Revista CIPA, foram registrados 412 mil acidentes no trabalho em 1993, 388 mil em 94
e 424 mil em 95. Neste último ano, ocorreram 3.381 óbitos por esta causa, portanto,
em nosso país, os acidentes no trabalho causam por dia 1.160 vítimas fatais (número
maior do que o de óbitos em acidentes de transito).
Engana-se quem pensa que só as medidas de prevenção são suficientes para
evitar acidentes, o uso de equipamentos é fundamental para evitar danos maiores a
saúde.

Fonte: Revista Techne 2004

3.2.2 – Epi´s

São os equipamentos utilizados para a proteção dos operários durante a


realização de seu trabalho. No ramo da construção civil dividem-se em proteção para
a cabeça, proteção para o tronco, proteção para os braços e mãos, proteção para as
pernas e pés e cintos de segurança.
É de suma importância que haja nos produtos a certificações que regulamentam o uso
dos mesmos, aumentando ainda mais a eficácia do seu uso.

4.0 – Considerações Finais

A Indústria da Construção Civil consiste num setor que se caracteriza por ter
com constância exclusão social. Os trabalhadores não tiveram a devida concepção
escolar, não têm esperança de uma melhor qualidade de vida e possuem uma baixa
remuneração. Os trabalhadores consideram sua atividade de pouco risco, sem essa
consciência e o pouco conhecimento sobre as normas e procedimentos referentes aos
acidentes de trabalho tudo se torna mais contundente.
Conclui-se com este artigo a real necessidade do aprimoramento das técnicas
e processos construtivos, visando à prevenção de acidentes. Diante dos fatos
relatados tanto em Mossoró quanto no resto do país, constatou-se que ainda se está
longe do ideal quando se trata de aprimorar os processos em busca da excelência.

O papel do engenheiro civil e de segurança, juntamente com os técnicos tende a ser


muito mais árduo, visando organizar, controlar e gerir os canteiros de obra.
5.0 – Bibliografia

Os Acidentes do Trabalho nas Atividades Econômicas. Revista CIPA - Caderno


Informativo de Prevenção de Acidentes. São Paulo: CIPA Publicações, ano xviii, n.

207, p. 48 - 72, 1997.

Revista Proteção, Revista Mensal de Saúde e Segurança do Trabalho.São Paulo


Proteção Publicações,Ano XXIII, nº 222, p.82, 2010.

Segurança e Medicina do Trabalho.Manual de legislação Atlas, São Paulo, Ed. 63,


Atlas AS, 2009

Resultado da fiscalização em segurança e saúde do trabalho. Net, Maio 2010.


Disponível em:WWW.mte.gov.br.acesso em: 04 de julho de 2010.

Jácome, Jarbas. O engº civil como viabilizador de práticas que reduzam acidentes de
trabalho1

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