Professional Documents
Culture Documents
RESUMO
Este artigo traz para a discussão um tema complexo e delicado que é a adoção de
crianças por casais homossexuais, não somente pelo preconceito enfrentado por
esses casais, mas também pelas crianças que irão entrar neste mundo que também
é bastante complexo (homossexualismo).
Segundo Kelly Kotlinski esta relação entre animais ocorre não por confusão de
instinto e sim por querer, nunca numa tentativa de justificar ser algo natural, adivindo
da própria natureza.
A mudança trazida pela atual constituição, passou a impor uma nova conceituação
de família, já que foi excluída a idéia de família vinculada exclusivamente ao
casamento. O que passa a ser fundamental ao direito de família é a caracterização
da entidade familiar e as conseqüências jurídicas dessa caracterização.
ADOÇÃO HOMOSSEXUAL
Desde que haja amor, afeto, essas formações humanas merecem ser chamadas de
família. Portanto, o convívio homoafetivo gera uma família e deve ser reconhecida
como uma união estável.
PRECONCEITO
Com relação à adoção por pessoas do mesmo sexo existe um grande mito de que
os filhos do casal homossexual sofreriam seqüelas psicológicas. Lembrando que os
homossexuais são frutos de relacionamentos heterossexuais.
Portanto, entende-se que a orientação sexual dos pais não tem relação alguma com
o assunto de cuidado e amor para com as crianças.
"Os profissionais relatam que tiveram que aprender a lidar com essa novidade e
foram buscar informações, dados científicos, para fundamentar os pareceres e
decisões frente a essa nova demanda. Já os casais apresentam um conceito de
família baseado nas próprias vivências com suas famílias de origem", conta Alana.
"Mas todos entenderam que o grupo familiar vai muito além do vínculo biológico, de
consanguinidade, e que ter uma família é uma aspiração legítima de todo ser
humano, independentemente das diferenças individuais, pois está muito mais
relacionado ao afetivo do que ao biológico".
Os casais entrevistados relataram que o processo de adoção não foi fácil. Um deles,
que pediu a adoção de uma menina hoje com sete anos, inicialmente teve parecer
indeferido pelo promotor, que alegou que a legislação não previa esse tipo de
adoção. Já a juíza da cidade onde mora o primeiro casal, deferiu o pedido a partir de
uma avaliação da situação social da cidade, na qual ela examinou quantas crianças
estavam abrigadas, à espera de adoção. Em outro caso, onde o casal tem a tutela
de quatro irmãos, o processo de adoção ainda está em andamento. As crianças
estão sob guarda provisória, esperando a decisão final da justiça.
"Apesar das dificuldades, os casais observaram que foram muito bem acolhidos no
fórum", afirma Alana. Segundo o orientador da pesquisa, há muitos casos de
homossexuais que entram com o pedido de adoção, mas somente no nome de um
deles, sem mencionar que convivem com um parceiro por temerem que isso possa
prejudicar o processo de avaliação a que são submetidos. "A novidade mostrada
pelo estudo é que alguns casais resolveram expressar e reivindicar os seus direitos"
ressalta.
Convívio
Na entrevista com as crianças, Alana utilizou técnicas lúdicas, focalizando o convívio
familiar e não abordando diretamente a questão da adoção. "Sobre a
homossexualidade, o casal que adotou os quatro irmãos contou que logo que as
crianças chegaram, foram conversar sobre a questão e a reação delas foi tranqüila,
riram e disseram que já sabiam. Já o casal que adotou a menina disse que ela
questionou: - se um era pai, o que seria o outro? E a resposta que obteve foi
simples: - é pai também", relata.
O respeito pela história pregressa de cada criança também chamou a atenção. "A
menina, por exemplo, ao ser adotada, tinha o direito a um novo registro de
nascimento, com outro nome se fosse o desejo dos pais adotantes, mas o casal
preservou o nome pelo qual ela já era chamada", diz o professor. "Isso é
fundamental para assegurar o desenvolvimento da criança e preservar sua
identidade, já que sua história não começa com a adoção".
Diálogo
A pesquisadora diz que os casais têm uma preocupação intensa com a educação
das crianças. Estabeleceram o diálogo como forma de aproximação com os filhos e
que também se preocuparam com a exposição dessas crianças na mídia em função
da repercussão que os casos tiveram. "Por outro lado, os casais vêem esse
processo como algo que pode servir de estímulo para outros casais homoafetivos
pleitearem a adoção", conclui.
Por outro lado existe outra corrente que diz ser muito pequeno o número de crianças
estudadas o que torna cientificamente impossível conclusão que possa ser
representativa sobre o assunto abordado.
A principal justificativa é que umas parcelas muito grandes das crianças estudadas
são de curta idade, pré-adolescentes, pelo que é quase impossível valorizar
verdadeiramente a influência da sua personalidade e orientação sexual da
convivência com homossexuais, bem como a maior parte destes estudos não fazem
um acompanhamento no tempo das crianças, mas sim apóiam as suas conclusões
numa entrevista e num questionário. Sem segmento no tempo é impossível chegar
a nenhuma conclusão sobre a incidência da personalidade das crianças em
qualquer situação (Blanco, 2007).