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CRESCIMENTO

Secretarias Pedro e Paulo Apóstolo

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APRESENTAÇÃO
“Porque meu povo se perde por falta de conhecimento”...
(Oséias 4,6)

É com muita alegria que a Renovação Carismática Católica da Diocese de Londrina,


através das Secretarias Pedro e Paulo Apóstolo, apresenta a Apostila para Crescimentos que
deverá fazer parte da formação de nossos participantes de grupo de oração, tendo como
objetivo a formação católica concreta, o conhecimento da palavra de Deus e uma melhor
identidade com a RCC.

Esta apostila destina-se a todos os grupos de oração a saber; Grupos de Adultos,


Jovens e Adolescentes e tem como base a organização de um crescimento completo com
aproximadamente 12 meses de duração, respeitando a realidade de cada comunidade, porém
salientando a necessidade de que todo o material, isto é, todos os ensinos, sejam ministrados
até o término do crescimento. É importante ressaltar no entanto, que esta apostila não deve
ser o único material de pesquisa, mas deve se observar os livros contidos na bibliografia da
mesma, além de outras publicações.

O crescimento geralmente, inicia-se após a Experiência de Oração ou Seminário de


Vida no Espírito, após 4 ou 5 meses aconteceria o Encontro de Dons Carismáticos e por fim o
Encontro de “Eis-me Aqui”. Temas conjuntos ou extensos, podem ser feitos em tardes de
formação, não tendo necessidade de se ter um encontro mais prolongado. Exemplo disso é
acontecer uma tarde ou dia de formação para tratar de Espiritualidade e Sexualidade, ou
Falsas Doutrinas. Recomenda-se que ao longo do crescimento se tenha, para gerar unidade
entre os participantes, dias de bate-papo, partilhas, adorações ao Santíssimo Sacramento etc.

Para a confecção do calendário, o critério ficaria sob a responsabilidade dos


coordenadores, observando a realidade de cada grupo, eventos da paróquia, da RCC e
Diocese, podendo ser realizado semanalmente com duração de 1h30 à 2h00, ou
quinzenalmente com uma duração maior. As Secretarias Pedro e Paulo Apóstolo estarão à
disposição para dúvidas, auxílio na confecção do calendário e sugestão de pregadores.

Queremos agradecer a todos que nos ajudaram com sugestões, auxílio em subsídios de
material, bibliografias, além do Núcleo Diocesano da Secretaria Pedro, que confeccionou o
material contido nesta Apostila.

Que Deus nos abençoe e nos coloque sempre a frente a avançar, dessa forma
poderemos com obediência e boa vontade, colher os frutos no futuro, frutos que serão servos
maduros, grupos mais consistentes e principalmente, bons católicos, que amam Maria, Jesus e
sua Igreja.

“Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro.
E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro
Deus e a Vida Eterna.” (IJO 5,20).

Secretaria Pedro Secretaria Paulo Apóstolo Coordenação Geral - RCC


Marco Antonio Cito Célia Dias Sonia Secco Cândido

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ÍNDICE

Vida de oração........................................................................................................................ 04

A Bíblia .................................................................................................................................. 10

História da RCC, Ofensiva Nacional e o projeto Reavivando a Chama ................................. 21

A Santíssima Trindade ............................................................................................................ 28

Dons Infusos e Efusos ou Carismáticos................................................................................... 30

História da Salvação .................................................................................................................37

Evangelhos .............................................................................................................................. 44

Os Sacramentos ....................................................................................................................... 48

História da Igreja Católica Apostólica Romana....................................................................... 62

O Credo Apostólico ou oração do Creio.................................................................................. 78

Os Atos dos Apóstolos ............................................................................................................ 82

Maria Santíssima..................................................................................................................... 85

A Liturgia................................................................................................................................. 92

Missa parte por parte .............................................................................................................. 98

Outras Denominações, falsas doutrinas e “Nova Era”........................................................... 105

Comunhão dos Santos ........................................................................................................... 131

Oração do Pai Nosso ............................................................................................................. 134

Espiritualidade, Maturidade Humana, Afetividade e Sexualidade ...................................... 139

Santos e Santidade .................................................................................................................150

Céu, Inferno e Purgatório ...................................................................................................... 157

Os Anjos ............................................................................................................................... 166

Os Dogmas da Igreja.............................................................................................................. 173

Sugestões de Horário e Cronograma .................................................................................... 195

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VIDA DE ORAÇÃO

"Quem reza certamente se salva; quem não reza certamente se condena".


Sto. Afonso de Ligório.

O modelo de oração de Jesus

Jesus iniciou sua vida pública com oração. Em seu batismo no momento de oração o céu se
abriu o Espírito Santo desceu sobre ele, e a voz de Deus foi ouvida do céu. É o mesmo para
nós: tão logo começamos a orar é o momento em que os céus se abrem. Deus e o homem se
encontram em perfeita comunhão. As limitações humanas desaparecem e entra em cena o
Deus do universo. Se reconhecêssemos o que faz por nós a oração entraríamos mais
freqüentemente na presença de Deus através da oração!
Não só os céus se abrem quando oramos como também o Espírito Santo desce sobre nós. Que
empolgante essa verdade! Jesus quando veio nos salvar só podia estar em um lugar de cada
vez ,mas hoje o Consolador, o Espírito Santo pode estar conosco em qualquer lugar e a
qualquer hora. O Espírito Santo nos capacita quando oramos. Quando Jesus orou ouviu a doce
voz do Pai dizendo “Este é meu Filho amado”. Como todos nós desejamos ouvir as palavras
de segurança do amor de Deus! Essas coisas todas acontecem quando oramos. Os grandes
pregadores podem mover multidões mas até mesmo a mais simples oração fala direto ao
coração de Deus.

Jesus gostava de orar sozinho em lugares solitários. Muitas vezes ia até uma montanha para
orar e continuava em oração a noite toda. Antes de uma decisão importante como a escolha
dos apóstolos ele conversou com o Pai. Mesmo quando estava com os discípulos ele se
afastava para orar sozinho. Por vezes ele orava com um pequeno grupo de discípulos.
Podemos também nos reunir em oração com dois ou três amigos. Jesus prometeu que onde
dois ou três estiverem reunidos no seu nome Ele estará no meio deles. Jesus não apenas orou
com os amigos orou por eles. Disse a Simão: “mas eu roguei por ti para que a tua fé não
desfaleça. E tu quando te converteres fortalece teus irmãos” (Lucas 22:32).
Paulo também orou por seus amigos e queria que eles soubessem de suas orações. Muitas e
muitas vezes ele orou pelas comunidades iniciadas, por seus "filhos na fé" encorajando-os
com suas orações. Da mesma maneira nossos amigos são encorajados quando sabem que
oramos por eles.

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Jesus não orou para conseguir o que queria mas para receber força para cumprir a vontade do
Pai. Ele estava em perfeita harmonia com o Pai. Ao enfrentar a cruz ele disse: “Pai se queres
afasta de mim este cálice todavia não se faça a minha vontade mas a tua” (Lucas 22:42). A
oração nos ajuda a fazer a vontade de Deus.
Em suas orações Jesus perdoava aqueles que o crucificavam dizendo: “Pai perdoa-lhes pois
não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Como perdoar aqueles que nos ferem? Somente pela
oração.

O último ato de Jesus antes de morrer foi uma oração, o final natural de uma vida de oração.
Nós também podemos nos consagrar a Deus. Para Jesus a oração era tão natural quanto
respirar. Se sinceramente desejamos ser como Cristo sigamos Seu exemplo!
A oração não custa nada financeiramente. Onde e quando nos encontramos em humildade na
presença do Senhor estamos ligados a um Deus maravilhoso. Jesus iniciou o ministério com
oração e terminou o seu ministério sobre a terra com oração. Se Ele viveu em oração quanto
mais nós necessitamos orar!

O QUE É ORAÇÃO ?

A oração cristã é uma relação de Aliança entre Deus e o homem em Cristo. CIC 2564.

Orar primordialmente é falar com Deus é manter comunhão com Ele, é estar junto
plenamente buscando conhecê-lo mais e mais, orar é mergulhar em um caminho de
intimidade e busca pelo Senhor , sim uma busca por reatar os laços rompidos pelo pecado
original que separou o homem de Deus. Adão mantinha comunhão com Deus, o Senhor
passeava junto a Adão pelo paraíso olhavam toda a criação juntos "Tendo pois, o Senhor Deus
formado da terra todos os animais dos campos, e todas a aves dos céus, levou-os ao homem ,
para ver como ele os havia de chamar...” (Gênesis 2,19) , o Senhor se alegrava em mostrar ao
homem toda a criação e partilhar com ele, havia uma estreita ligação entre Criador e criatura,
uma afinidade recíproca.

Mas o homem pecou e pecando foi separado de seu Criador e Senhor, foi privado pelo pecado
de manter a mesma comunhão e afinidade de outrora, agora o homem tinha medo de seu
Senhor e se escondia de sua Presença (Gênesis 3,10).

Esta separação ocasionada pelo pecado é representada pelo véu que dentro do Tabernáculo
construído por Moisés e pelo Templo construído por Salomão separava o povo do Lugar
Santo onde estava "Arca da Aliança, a Presença de Deus " o "Santos dos Santos" local onde

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somente o sacerdote entrava e mesmo assim uma vez por ano para estar com Deus, ..."Farás
um véu de púrpura violeta , de escarlate ,de carmesim e de linho retorcido , sobre o qual
serão artisticamente bordados querubins. Suspendê-lo-ás sobre as quatro colunas de madeira
de acácia revestida de ouro , com pregos de ouro , sobre quatro pedestais de prata. Colocarás
o véu debaixo dos colchetes, e é ali, atrás do véu que colocarás a arca da aliança. Esse véu
servirá para separar o "santo" do "santo dos santos"(Êxodo 26,31-34) ver também (Hebreus
9-14).

Mas através do sacrifício de Jesus pelo seu sangue esta separação foi rompida " Jesus de
novo lançou um grande brado , e entregou a alma. E eis que o véu do templo se rasgou de
alto a baixo, a terra tremeu...” (Mateus 27,49-50). O Senhor Jesus rasgou o véu e permitiu que
através do Seu Sangue tivesse-mos livre acesso ao Pai. Por este motivo, irmãos temos ampla
confiança de poder entrar no santuário eterno em virtude do Sangue de Jesus, pelo caminho
novo e vivo que nos abriu através do véu... (Hebreus10, 19-20)

Por isso Jesus vai dizer: "Até agora nada pediste em meu Nome. Pedi e recebereis, e vossa
alegria será perfeita" (João 16,24). Através de Jesus temos livre acesso ao coração do Pai e
Nele podemos desfrutar das riquezas que ele reserva para nossas almas.

A oração um momento intimo com o Senhor

A oração quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede
de que nós tenhamos sede Dele. (Santo Agostinho).

Acima de tudo a oração é a expressão de amor de um filho que ama seu Pai. E por amar quer
estar com Ele e poder dizer como o salmista “Eu prefiro ser um porteiro em sua casa do que
estar em qualquer lugar Senhor!” (Salmo 84 vers.11)
Davi amava a Deus por isso foi chamado o Homem segundo o coração de Deus, Davi tinha
tanto desejo de estar com o Senhor e o amava tanto que disse “ uma coisa só te peço é habitar
todos os dias em sua casa..” (Salmos 26 ,4).

Orar é ir além de saber que Deus esta nos ouvindo, é querer estar junto dele. Davi queria
habitar na presença e também disse “ aquele que habita no esconderijo do altíssimo a sombra
do onipotente descansará” (Salmo 90) Davi tinha seu prazer e seu descanso em estar com o
Senhor. Davi também declarou “a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” veja que
interessante Davi faz questão de dizer do “Deus vivo” o que ele quer dizer com isso? Ele diz
que ela (sua alma) tem sede de um Deus que está presente e pode ser experimentado ele não

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quer um Deus de ouvir falar , ele quer e tem sede de uma experiência de vida com este Deus.
(cf. Jó 42,25). Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor, meu
coração e minha carne exultam pelo Deus vivo. (Salmo 83,3).
Era esta sede e esta fome que movia Davi a querer estar cada vez mais junto do seu Senhor a
buscá-lo incessantemente, creio que o segredo para a Oração é o desejo desesperado de um
coração que arde apaixonado faminto pelo seu Senhor.
Jesus nos olha como um noivo apaixonado ele espera ardentemente pela nossa companhia,
seus olhos são olhos de amor e este amor não pode acabar, as infinitas águas não poderiam
apagar este amor (Cânticos 8,6). Atrai-me e correrei (Cânticos 1 ,4). A oração deve acontecer
em nós com o anseio dos apaixonados que se buscam que se atraem que se querem. A oração
apaixonada nos leva estar com Aquele que nós amamos.

Todos que andaram com Jesus assimilaram algumas de suas características

Pedro (Mateus 26,73). Pedro e João (Atos 4.13).

Assim orar é passar tempo com O Senhor é estar ao seu lado, absorvendo suas características
seu modo de falar, de orar, de ver, de viver e principalmente sua forma de amar.
A verdadeira oração consiste em estar com Jesus e estar junto com Ele implica em mudança,
sim implica em mudança, pois quando nós, imperfeitos, fracos e impuros nos encontramos
com aquele é Santo que é Supremo a Sua Luz nos toca e nos muda. A oração restaura o
homem a semelhança de Deus e o faz participar do poder do amor de Deus que salva a
multidão. (CIC 2572).

A Oração Eficaz

Porque muito pode a oração do justo pela sua eficácia. (Tiago 5.16).

Um turista de passagem em uma cidade perguntou a um senhor que estava sentado em uma
praça: Nasceu aqui nesta cidade algum grande homem? E então aquele senhor lhe respondeu
“não somente bebês”! Ninguém nasce um grande herói de oração, grandes homens e
mulheres de oração são formados no campo da prática!

A perseverança é o segredo de uma oração eficaz

Não nos cansemos de fazer o bem, porque ao seu tempo colheremos, se não desfalecermos.
(Galatas 6.9).

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Existe um ditado que diz “ pela perseverança a lesma entrou na arca de Noé”. Certa vezes
um homem foi chamado a orar por uma jovem que estava enferma em um hospital, ele foi
mas o que ele não sabia é que ela estava em coma a quase um ano, quando ele a viu naquele
estado em coma com uma traqueotomia em sua garganta, com um tubo de alimentação o
choque foi tão grande que ele definiu a cena como: “vê-la pela primeira vez foi como esperar
uma receita médica e receber uma cirurgia no cérebro”, sua fé se abalou mas ele orou ,
embora achou que Deus podia curar aquela jovem naquela ora, não foi isto que aconteceu foi
necessário de três a quatro oras todas as semanas em intensa oração durante um ano e então
Deus a curou.

Se Deus é soberano, isto significa que Ele realiza o que Ele quer e quando quiser. E
então porque orar ?

A resposta está no fato do Senhor ter nos colocado, constituído como seus cooperadores;
devemos orar porque o Senhor nos incumbiu como responsáveis por cuidar de sua criação.
“Nós somos cooperadores com Deus e vós o campo de Deus...” (1Cor.3,9).

Adão era comparável ou semelhante a Deus tão semelhante que era como uma aparição dEle.
Deus foi reconhecido em Adão, "O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do
Éden para cultivá-lo e guardá-lo (Gênesis 2.15), a palavra guardá-lo no hebraico “Shamar”
que significa Zelar Proteger , então Adão era o responsável , vigia , aquele que tinha que
zelar .

"Façamos o homem nossa imagem e semelhança . Que ele reine sobre os peixes do mar,
sobre as aves do céus, sobre os animais domésticos e sobre toda terra ...(Gênesis 1,26-28).
Adão feito imagem e semelhança, se pararmos para pensar é como quando vemos alguém
que em uma primeira olhada parece ser algum conhecido e então olhamos novamente e
percebemos não ser é só alguém semelhante parecido. Foi assim que aconteceu com toda a
criação quando viu Adão. O Senhor quer que oremos porque ele nos colocou como
responsáveis por esta terra ele espera um homem que se coloque na brecha pela nações pelo
mundo, clamando, intercedendo junto ao coração de seu Senhor.

"Tenho procurado entre eles alguém que construísse o muro e se detivesse sobre a brecha
diante de mim , em favor da terra, a fim de prevenir a sua destruição... (Ezequiel 22,30-31)
Temos o dever de zelar em oração buscando , suplicando a Deus por nós ,nossas casas ,
famílias, por todo o mundo para que a vontade de Deus aconteça. Embora Deus não esteja
limitado a nós, Ele quer precisar de nós.

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No livro de Daniel no capítulo 9 Diz que Daniel descobriu lendo o livro do profeta Jeremias,
que o cativeiro na Babilônia seria de setenta anos, e Daniel diz no versículo 3 “voltei meu
rosto ao Senhor Deus para o buscar com oração e súplicas com jejum pano de saco e cinzas"
Daniel cumpriu o seu papel de "Zelador" clamou a Deus pela libertação do Povo. A palavra
diz no evangelho de Mateus 11,12 que “o reino de Deus é arrebatado pelos violentos ..”
violentos em oração.

Mas porque minha oração parece não ser respondida?

Salmo 65,17-19: "Se eu intentasse no coração o mal, não me teria ouvido o Senhor" a
intenção má no coração e a vaidade faz com que Deus não nos atenda.

I Pedro 3.12: o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.

Isaías 59,12: iniquidades fazem separação entre vós e Deus.

Tiago 4.3: “pedis e não recebereis , porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas
paixões”.

Chaves para oração

Atos 1,14 - Oração de concordância.

Mateus 6.7-8 - Não usar de vãs repetições.

I João 5.14-15 - Orar alinhados a vontade de Deus.

João 15,7 - Permanecer em Jesus e em sua palavra.

Mateus 6.6 - Ter um momento só seu com o Senhor.

Marco 9,23 e Mateus 7,7 - Pedir e buscar com fé.

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A Bíblia

A Bíblia é a Palavra, a boca de Deus falando a nós. A Palavra “Bíblia” vem do grego
“biblos”, que significa “livro”. Daí, o diminutivo “biblíon” = livrinho, que no plural fica
“Bíblia”. O Próprio nome da Bíblia no diz que ela é um Livro por excelência. Mas é um livro
feito por muitos livros. É um livro Humano Divino: Humano porque foi feito escrito por
homens e divino porque foi inspirado por Deus. Os livros da Bíblia foram escritos em três
línguas muito antigas: o Hebraico (todos os livros do Antigo Testamento), Aramaico
(Evangelho de Mateus) e Grego (livros do Novo Testamento).

A Bíblia foi escrita num intervalo de tempo de aproximadamente 14 séculos, 1400 anos,
desde o século XIII a.C. até o século I d.C. isto implica em conceitos diferentes dos nosso;
portanto, não se pode ler a Bíblia com a mesma mentalidade e valores do nosso tempo. Algo
que era normal naquele tempo pode hoje nos parecer um absurdo; Deus quis usar o homem
para transmitir a sua Palavra.

O povo da Bíblia

A Bíblia surge no meio de um povo do Oriente, o Povo de Israel. Este povo cria uma
literatura que relata sua historia, suas reflexões, sua sabedoria, sua oração. Toda essa literatura
é inspirada pela sua fé no único Deus que lhes revela: “Estou sempre com vocês!” O povo da
Bíblia mora perto do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio. Inicialmente é um grupo de
migrantes, vindos da Mesopotânia (hoje Iraque), são chamados Hebreus e descendem de
Abraão. Muita gente quer ser dona da terra onde moram esses hebreus. Os cananeus, outros
moradores de lá, a chamam de Canaã. Os Israelitas a chamam de Israel. Mais tarde será
chamada Palestina: terra dos Filisteus.

Os Patriarcas

Com Abraão se inicia a história do Povo da Bíblia. Abraão sai da Mesopotânia, à procura de uma
terra com sua família, e vai morar em Canaã. Isto se dá aproximadamente pelo ano de 1850 a.C.

Em Canaã nascem os filhos, os netos. A família vai se multiplicando. Abraão, Isaac e Jacó são
chamados Patriarcas. Eles são os primeiros pais e fundadores do Povo da Bíblia.

O Povo muda para o Egito

Muita gente se muda para o Egito, onde a terra é mais fértil. Entre eles estão Jacó e sua
família (Jacó vai atrás do seu filho José que tinha sido vendido por seus outros filhos). Com o

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passar dos tempos, os faraós (reis) do Egito, começam a escravizar os povos, entre outros, os
Hebreus.

Libertação e volta à sua terra

Surge no meio do povo um líder que chefia um movimento de libertação. Com a ajuda de
Deus, faz o povo fugir da opressão dos reis do Egito. Este líder é Moisés. O povo caminha
pelo deserto durante 40 anos, de volta a Canaã. Moisés morre antes de o povo entrar naquela
terra. Em seu lugar fica Josué, como principal líder do povo. Depois da morte de Josué, o
povo é liderado por outros chefes, chamados Juizes. O último deles é Samuel.

Os primeiros reis

Para ser mais forte contra os ataques dos seus inimigos, o povo deseja um Rei, assim como o
têm outros povos vizinhos. O primeiro é Saul. O segundo é Davi. É considerado o rei mais
importante que o povo da Bíblia teve em toda a história. Davi vence todos os povos vizinhos,
une povo e aumenta seu reino. Como capital escolhe Jerusalém. O terceiro rei é Salomão –
900 a.C.

Divisão do Reino

Depois da morte do rei Salomão há muitas lutas políticas e brigas. O reino acaba dividido em
dois: O Norte, que não quer aceitar o filho de Salomão como rei. Fica com o nome: Reino do
Norte, ou Israel. E o Sul, que fica fiel à família de Davi. O Reino do Sul se chama: Reino de
Judá.

As dominações

Os grandes impérios daquele tempo não deixam o povo da Bíblia em paz. Em 724–725 a.C., a
Assíria invade o Reino do Norte (Israel) e toma posse daquela região. Mais ou menos 150
anos depois, o Império da Babilônia vence a Assíria e toma posse do Sul (Judá), pondo fim à
sua existência. Os babilônios levam boa parte da população de Judá para Babilônia, onde
permanece durante 50 anos (587–538 a.C.). É o tempo do Exílio. Mas a Babilônia, por sua
vez, é vencida pela Pérsia. O rei dos Persas deixa o povo judeu voltar para sua terra. Daí em
diante, os judeus são quase sempre dominados por povos estrangeiros. É nesta época de
dominação que surge a esperança de um Messias, um novo Davi, que salvará seu povo. Até
aqui formam os livros do Antigo Testamento.

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Jesus Cristo

No meio de um tempo de grande agitação e de grandes esperanças políticas e religiosas, vem


Jesus. Vem anunciar o amor de Deus, especialmente para os pequenos, os pobres, os
pecadores. Entra em grande choque com líderes do seu povo e termina morrendo numa cruz.
Depois do sofrimento e do escândalo da sua morte violenta, seus seguidores O vêem
ressuscitado e proclamam: “O Senhor está vivo!”. Fortificado pelo poder do espírito Santo,
vão anunciar esta boa nova a todos os povos. Assim surge a Igreja que se espalha rapidamente
no mundo daquele tempo. E nesta época e neste contexto surgem o Novo Testamento.

Deus também caminha com o seu povo

Já vimos que, inicialmente, o Povo da Bíblia é um punhado de gente simples, que vai
crescendo e se multiplicando. Mas acontecem coisas importantes na vida dessa gente: a
mudança para o Egito, a pressão sofrida no país, a saída sob a liderança de Moisés, a passagem
pelo deserto. Assim, o Povo aprende a lutar, a observar e a refletir sobre tudo o que acontece.
Vão descobrindo a mão de Deus em tudo isso e expressam sua fé em celebrações festivas, em
cantos e orações. Contam de pai para filho as grandes obras de Deus. De volta à terra de
Canaã, liderados pelos Juizes, e, mais tarde pelos primeiros reis, o Povo vai se unindo mais.
Começa a formar uma nação mais bem organizada, com uma certa liderança no mundo
daquele tempo. E escrevem. O quê? A vida do Povo: suas lutas suas reflexões, suas orações,
seus cantos. Assim, a Bíblia vai sendo escrita. E assim continua. Há divisão do Reino, as
dominações estrangeiras, a volta para a terra. O povo vai vivendo, sofrendo, lutando, rezando
e outros escritos da Bíblia vão surgindo. Eles são obras especialmente de homens que falam
inspirados por Deus: os profetas. Eles vão ajudar o Povo a refletir melhor e a compreender o
que Deus espera. Vão ajudar também o Povo a viver melhor, a celebrar, a lutar, a não perder a
esperança.

A Bíblia é um reflexo de uma vivência do povo com seu Deus e de Deus com seu Povo. Deus
está na história do Povo, e, por isto, está na Bíblia. Por sua vez, a Bíblia vai ajudar o Povo a
viver. É Deus, através da Bíblia, que anima e orienta seu povo para continuar a lutar e nunca
desanimar. É por isso que dizemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, Revelação de Deus.

A Aliança

O Povo da Bíblia vai descobrindo, cada vez mais, quais os laços que o ligam a Deus. Dizem:
“Deus nos ama”. Os Profetas gostam de comparar a Deus com um marido todo dedicado à sua
esposa. Deus é o esposo; o Povo, a comunidade, é a esposa. Também gostam de outra

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comparação: o Povo de Israel, em vez de procurar aliar-se a um Império poderoso, faz aliança
com o próprio Deus. Nós, hoje, chamamos de “aliança” o anel de casamento. É porque o anel
lembra o compromisso do casal: Amor, Fidelidade até a morte. Assim é o amor de Deus para
com seu povo. Por isso chamamos a Bíblia o “Livro da Aliança”. Na tradução para outras
línguas, a palavra “Aliança” foi substituída por “pacto” e, depois, menos exatamente, por
“testamento”. Daí o uso das expressões “Antigo Testamento” e “Novo Testamento” para
indicar a Antiga e a Nova Aliança. Antigo e Novo Testamento indicam também a coleção de
Livros da Bíblia que tratam da Antiga e da Nova Aliança.

A divisão da Bíblia

A Bíblia está dividida em duas grandes partes: O Antigo Testamento (que se abrevia AT) ou
Velho Testamento; e Novo Testamento (que se abrevia NT). Correspondem às duas grandes
etapas da história do Povo de Deus: a Antiga Aliança (antes de Jesus) e a Nova Aliança (a
partir de Jesus). A Bíblia é como uma coleção ou uma biblioteca. Ela contém 73 livros de
épocas e estilos diferentes. O Antigo Testamento Católico contém 46 livros e o Novo
Testamento 27 livros.

Antigo testamento

O Pentateuco

Os primeiros 5 livros do Antigo Testamento são chamados “Pentateuco”. É uma palavra grega
que significa “cinco livros”. Esses 5 livros são também chamados “Torá” (= Lei) porque
contém a Lei da Antiga Aliança.

ƒ GÊNESIS (Gn) – O livros que traz reflexões sobre as origens do mundo, do homem, do

pecado, do povo de Deus;


ƒ ÊXODO (Ex) – a saída. Reflete sobre a saída do povo hebreu do Egito sob a liderança de

Moisés;
ƒ LEVÍTICO (Lv) – se chama assim porque traz as leis do culto e as obrigações dos sacerdote,
levitas e de todo o povo.
ƒ NÚMEROS (Nm) – se chama assim porque começa com a contagem do Povo de Israel;
ƒ DEUTERONÔMIO (Dt) – Segunda Lei. É o livro que relata novamente a promulgação da
Lei da Aliança. Convida à conversão e fidelidade.

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OUTROS LIVROS

• LIVROS HISTÓRICOS – são 16 livros que narram histórias do Povo e seus líderes: Josué,
Juizes, Rute, Samuel I, Samuel II, Crônicas, I, Crônicas II, Reis I, Reis II, Esdra, Neemias,
Tobias, Judite, Ester, Macabeus I e Macabeus II

• LIVROS SAPIENCIAIS OU DE SABEDORIA – são 7 livros. Neles encontramos a


expressão da sabedoria e dos sentimentos do povo: ditados, poesias, cantos, orações, etc.

• LIVROS PROFÉTICOS – são 18 livros. Trazem a vida e a mensagem dos Profetas: Isaías,
Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Quando foi escrito o Antigo testamento

Os textos da Bíblia começaram a ser escritos desde os tempos anteriores a Moisés (1200 a.C.).
Escrever era uma arte rara e cara, pois se escrevia em tábuas de madeira, papiro, pergaminho
(couro de carneiro). Moisés foi o primeiro codificador das leis e tradições orais e escritas de
Israel. Essas tradições foram crescendo aos poucos por outros escritores no decorrer dos
séculos, sem que houvesse uma catalogação rigorosa das mesmas. Assim, foi se formando a
literatura Sagrada de Israel.

Até o século XVIII d.C, admitia-se que Moisés tinha escrito o Pentateuco; mas, nos últimos
século, os estudos mais apurados mostraram que não deve Ter sido Moisés autor desta obra.
A teoria que a Igreja Católica aceita é seguinte: O povo de Israel, desde que Deus chamou
Abrão de Ur na Caldéia, foi formando a sua tradição histórica e jurídica. Moisés deve ter sido
quem fez a primeira codificação das Leis de Israel, por ordem de Deus, no século XIII a.C.
Após Moisés, o bloco e tradições foi enriquecido com novas leis devido às mudanças
históricas e sociais de Israel. A partir de Salomão (972-932), passou a existir na corte dos reis,
tanto de Judá quanto da Samaria um grupo de escritores que zelavam pelas tradições de Israel,
eram os escribas e sacerdotes. Do seu trabalho surgiram quatro coleções de narrativas
históricas que deram origem ao Pentateuco. Vale lembrar que o Antigo Testamento foi escrito
aos poucos em épocas diferentes e por diversos autores, por isso, as vezes, pode conter o
mesmo assunto de maneiras diferentes; outras vezes, num mesmo capítulo, estão entrelaçados
textos de épocas distintas.

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Como foi conservado e multiplicado

Naquela época se escrevia, com tinta e caneta, em folhas de papiro (depois costuradas para
formar rolos) ou em pedaço de couro ou pergaminho (depois ajuntados em forma de livro). O
texto original era copiado muitas vezes. Só no século XV as Bíblias começaram a ser
impressas e aí se introduziu a divisão em capítulo e versículos, que usamos até hoje.

Novo Testamento

O livro lido nas primeiras comunidades cristãs era o Antigo Testamento. O Novo Testamento
ainda não estava escrito. Jesus não escreveu e nem mandou escrever nada. Nem os apóstolos e
discípulos tinham gravador para registrar as palavras de Jesus. Os apóstolos começaram a
pregar. Transmitiam oralmente o que Jesus tinha feito e ensinado. Daqui e dali surgiram
resumos. Tais resumos serviram de base para os Evangelhos que foram escritos mais tarde,
perto do ano 50. Nas comunidades cristãs também se refletia sobre o ensinamento de Paulo,
colocaram por escrito suas orientações através de “cartas” ou “epístolas”. Assim surgiram os
livros do Novo Testamento.

• EVANGELHOS E ATOS - Mateus, Marcos, Lucas e João e os Atos dos Apóstolos.

• 14 EPÍSTOLAS DE PAULO
Aos Romanos, Galátas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1º Tessalonicenses, 2º
Tessalonicenses, 1º Timóteo, 2º Timóteo, a Tito, a Filêmon e aos Hebreus

• 7 EPÍSTOLAS CATÓLICAS
I Carta de Pedro, II Carta de Pedro, I Carta de João, II Carta de João, Judas e Tiago

• APOCALIPSE
O último Livro da Sagrada Escritura que nos fala da vitória final de Jesus Cristo.

Os Evangelhos

São os 4 Evangelhos que vêm logo no começo do Novo Testamento. A palavra “Evangelho”
quer dizer: Boa Nova, Boas Notícias. Os Evangelhos proclamam como Boa Nova que Jesus é
o Cristo, o Salvador. Narram as ações e palavras de Jesus, mas do jeito como diversas
comunidades cristãs as refletiram. Assim temos, nos 4 Evangelhos, pontos de vistas
diferentes sobre a vida e a mensagem de Jesus. Os Autores dos Evangelhos são considerados
Mateus, Marcos, Lucas e João. Eles colocaram por escrito tradições vindas desde os apóstolos
e reflexões das comunidades cristãs.

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Atos dos Apóstolos

É um livro provavelmente escrito por Lucas, tido como uma continuação do 3º Evangelho. Este livro
narra a vida dos Apóstolos, especialmente de Pedro e Paulo, suas atividades e sua pregação,
desde a ressurreição de Jesus até a chegada do Evangelho à Capital do Império, Roma.
Descreve também um pouco da vida das primeiras comunidades cristãs, para apresentá-las
como modelo a ser seguido também pelos cristãos de outras épocas.

Cartas de são Paulo

São atribuídas a Paulo 14 cartas. Delas, 9 são dirigidas a comunidade que Paulo fundava ou
confirmava e, de vez em quando, voltava para ajudá-las, animá-las e resolver problemas.

Quando não podia ir pessoalmente, enviava longas cartas. As 9 cartas são: Romanos,
Corintios I e II, Galatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses I e II.
Seguem as 3 cartas chamadas Cartas Pastorais. Estas cartas não são dirigidas a comunidade,
mas a seus líderes ou “pastores”. Daí o nome de “Cartas Pastorais”. São elas: Timóteo I e II e
Tito. Há ainda uma carta dirigida a um cristão, chamado Filêmon. A última é uma carta
dirigida, em geral, aos Hebreus. Esta e, provavelmente, algumas das outras cartas não foram
escritas por Paulo pessoalmente, mas por discípulos dele.

As cartas que São Paulo escreveu pessoalmente, são mais antigas que os Evangelhos. A mais
antiga é a primeira carta aos Tessalonicenses, escrita em 51, que é também o mais antigo livro
do NT. Paulo morreu em 64 (ou 67), antes que fosse escrito o primeiro Evangelho, o de
Marcos.

Epístolas Católicas

São 7 cartas ou epístolas “católicas”. São chamadas assim, porque não se dirigem a uma
pessoa ou a uma determinada comunidade, mas a todas as igrejas cristãs, (“Católico” significa
“Universal”). São elas: Carta de Tiago, Pedro I e II, João I e II e Judas.

Apocalipse

Este livro é atribuído a São João. “Apocalipse” significa “Revelação”. O autor deste livro
deseja sustentar a fé dos primeiros cristãos e encorajá-los a suportar com firmeza as primeiras
perseguições, principalmente as de Nero e Domiciano, imperadores romanos. O autor usa uma
linguagem simbólica, mas que é entendida pelos cristãos. Assim, descreve a derrota dos
perseguidores e a vitória final de Cristo. Não é um livro de “mistérios”, nem anuncia

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desgraças para os cristãos. Pelo contrário, é um livro que conforta e dá coragem. O Apocalipse
é o último livro da Bíblia.

A importância da Igreja

Se não fosse a Igreja Católica, não existiria a Bíblia como a temos hoje, com os 73 livros
canônicos, isto é, inspirados pelo Espírito Santo. Foi num longo processo de discernimento
que a Igreja, desde o tempo dos Apóstolos, foi “berçando” a Bíblia, e descobrindo os livros
inspirados. Se você acredita no dogma da infalibilidade de Igreja, então pode acreditar na
Bíblia como Palavra de Deus. Mas se você não acredita, então a Bíblia perde a sua inerrância,
isto é, ausência de erro. Esta conclusão nos leva a outra também importantíssima, que é a
seguinte: se foi a Igreja, que guiada pelo Espírito Santo, compôs a Bíblia, logo, é ela também
a única autoridade capaz de interpretar segundo o que Deus quis nos dizer de fato. Por que a
Igreja tem tanta certeza de que ela não erra naquilo que é essencial para levar os seus filhos à
salvação? Por causa das grandes promessas que o próprio Senhor lhe fez, garantindo que ela
guardaria sem erros o “Depósito da Fé” que Jesus nos deixou através dos Apóstolos.
Demorou alguns séculos para que a Igreja chegasse à forma final da Bíblia. Em vários
Concílios, alguns regionais outros universal, a Igreja estudou o cânon da Bíblia, isto é, o seu
índice.

Garante-nos o Catecismo da Igreja e o Concílio Vaticano II que: “Foi a tradição apostólica


que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados”
(DV 8; CIC, 120). Portanto, sem a tradição da Igreja não teríamos a Bíblia. Santo Agostinho
dizia: “Eu não acreditaria no Evangelho, se a isso não me levasse a autoridade da Igreja
Católica” (CIC, 119).

Por que a Bíblia Católica é diferente da Bíblia Protestante?

A Bíblia protestante tem apenas 66 livros, porque Lutero, e principalmente os seus


seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou
Sirácida), I e II Macabeus, além de Ester 10,4-16 e Daniel 3,24-20; 13-14. Estes livros são
chamados também de “deuterocanônicos” (deutero = segundo; cânon = lista). Os outros são
chamados de “protocanônico” (proto = primeiro; Cânon = lista). A razão para isso remonta do
ano 100 da era cristã, quando por partes dos rabinos judeus, se realizou um Sínodo, em
Jâmnia (ou Jabnes) no sul da Palestina, isto se deu porque começavam a surgir os Evangelhos
e o Atos dos Apóstolos, portanto era necessário para os judeus, definirem a Bíblia Judaica.

Neste Sínodo foi definido os seguintes critérios:

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1 – Os livros deveriam ser escritos na Terra Santa;
2 – Escrito somente em hebraico, nem aramaico, nem grego;
3 – Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
4 – Sem contradição com a Torá ou Lei de Moisés.

Todavia, cerca de 200 anos antes de Cristo, já existia uma forte colônia de judeus que viviam
em Alexandria no Egito, e falavam grego. Os judeus de Alexandria antes do Sínodo de
Jâmnia, através de 70 sábios judeus, já haviam traduzido a Bíblia do hebraico para o grego.
Surgiu então a chamada versão grega chamada dos Setenta. Havia portanto no começo do
Cristianismo duas Bíblias Judaicas, em hebraico e a versão completa com todos os livros, a
versão dos Setenta.

Os Apóstolos e os Evangelistas optaram pela versão dos Setenta, considerando assim,


canônicos os livros rejeitados no concílio de Jâmnia. Das 350 citações do Antigo Testamento
que há no novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra que era esta a Bíblia
usada pelos Apóstolos. Vimos, portanto que mais por critérios nacionalistas que religiosos, os
judeus não aceitaram os livros que hoje formam a Bíblia católica, sendo, mais tarde, adotada
também por Martinho Lutero que rejeitou por oposição a Igreja a versão dos Setenta.

Constituição Apostólica “DEI VERBUM”

Através da Dei Verbum o Concílio Vaticano II quis ensinar a todos como entender a
revelação de Deus aos homens, através da Bíblia e da Tradição. O ideal é que se leia na
íntegra a Dei Verbum. Algumas edições da Bíblia Ave-Maria trazem no início o seu texto
integral. Estude-o atentamente, pois é uma Constituição Dogmática, isto é, sem erro,
indispensável para quem deseja entender bem o que seja a Revelação de Deus.

A Dei Verbum, recomenda três pontos ao se ler a Palavra de Deus:

1 – CONTEÚDO E UNIDADE DA ESCRITURA INTEIRA – quer dizer, não interpretar uma


parte da Escritura fora do seu contexto integral. Muitas vezes um versículo só será bem
entendido quando lido juntamente com outros.

2 – A TRADIÇÃO VIVA DA IGREJA – Observar como a Tradição da Igreja interpretou a


parte que está sob estudo; especialmente pesar a palavra dos Papas, Santos Padres da Igreja e
seus doutores.

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3 – ANALOGIA DA FÉ – isto é, verificar a coesão das verdades da fé entre si, uma não pode
ser oposta a outra, pois o Espírito Santo não se contradiz.

O CONCÍLIO VATICANO II indica também três critérios para uma interpretação da


Escritura conforme ao Espírito Santo que a inspirou:

A) Prestar muita atenção ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira


B) Ler a escritura dentro da Tradição viva da Igreja inteira
C) Estar atento “à analogia da fé” (Rom, 12,6)

Catecismo da Igreja Católica

O Catecismo da Igreja nos ensina que há dois sentidos nas Escrituras, segundo uma antiga
tradição da Igreja.

1 – O SENTIDO LITERAL – é dado pelo significado das palavras da Escritura e descoberto


pela exegese (estudo profundo do texto bíblico) que segue as regras da correta interpretação.

2 – O SENTIDO ESPIRITUAL – graças à unidade do projeto de Deus não somente o texto da


Escritura, mas também as realidades e os acontecimentos de que fala, podem ser sinais. O
espiritual pode ser subdividido em alegórico, moral e anagógico.

• O sentido alegórico – podemos adquirir uma compreensão mais profunda dos


acontecimentos reconhecendo a significação deles em Cristo; assim, a travessia do Mar
Vermelho é um sinal da vitória de Cristo, e também é um sinal do Batismo.
• O sentido moral – os acontecimentos relatados na Escritura podem conduzir-nos a um
justo agir.
• O sentido anagógico – podemos ver realidades e acontecimentos na sua significação
eterna, conduzindo-nos para a nossa Pátria. Assim, a Igreja na terra é sinal da Jerusalém
Celeste.

Os livros Apócrifos

São aqueles livros que foram escritos pelo povo de Deus, mas que não foram considerados
pelo Magistério da Igreja como revelados pelo Espírito Santo, e portanto, não são canônicos,
isto é, não fazem parte do cânon (índice) da Bíblia. As razões que levaram a Igreja a não
considerá-los como Palavra de Deus, é que muitos são fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e
outros personagens bíblicos, além de possuírem até heresias como o gnosticismo. Neles há
algumas verdades históricas, e isto faz a Igreja considerá-los importantes nos estudos. Há
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livros apócrifos referentes ao Novo e ao Antigo Testamento. Exemplos deste livros são por
exemplo no AT: 1 e 2 Henoque, Apocalipse de Abraão, Escada de Jacó, 3 e 4 Esdras, Vida
dos Profetas, etc. E no NT, podemos citar: Proto-Evangelho de Tiago, Evangelho de
Nicodemos, História de José o carpinteiro, Atos de João, Atos de Tadeu, Epístolas de
Barnabé, Apocalipse de Pedro, entre outros.

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Renovação Carismática Católica

Conhecendo a história

A RCC surgiu na Igreja Católica no momento em que se começava a procurar caminhos para
por em prática uma renovação eclesial desejada pelo Concilio Vaticano II.

“Repita-se em todo povo cristão o espetáculo dos Apóstolos reunidos em Jerusalém, depois da
ascensão de Jesus aos céus, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de
pensamento e de oração com Pedro, Pastor dos cordeiros e das ovelhas.
Digne-se o Espírito Santo escutar de forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas
as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como o de um Novo
Pentecostes e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a
Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o Reino do Divino Salvador, Reino de Verdade
e Justiça, Reino de Amor e de Paz” ( Oração para a preparação do Concílio Vaticano II - João
XXIII).

Foi esta oração que o Espírito atendeu literalmente. Sabemos que João XXIII pediu não uma
graça qualquer, particular, restrita, mas a graça de uma renovação na Igreja, de um Novo
Pentecostes para toda a Igreja; e o Espírito Santo atendeu. Não se havia passado um ano
sequer ao término do Concílio, quando, em outubro de 1966, começou a despontar o
movimento religioso chamado agora “Renovação Carismática”. Nesta circunstância, a
Renovação aparece como um acontecimento pós-conciliar estreitamente vinculado ao próprio
Concilio, em uma conjuntura histórica importante para a Igreja Católica.

Outono de 1966: “Um grupo de pessoas, membros de faculdades da Universidade de


Duquesne do Espírito Santo, reuniam-se frequentemente para momentos de oração fervorosa
e para conversar sobre a vitalidade de sua vida de fé. Aqueles professores haviam se dedicado
durante muitos anos ao serviço de Jesus Cristo, entregando-se a várias atividades apostólicas.
Apesar disso, estavam sentindo que algo faltava em sua vida cristã pessoal. Ainda que não
pudessem especificar o porquê, cada um reconhecia que havia certo vazio, falta de
dinamismo, debilidade espiritual, em suas orações e atividades. Era como se a vida cristã
dependesse demasiado de seus próprios esforços, como se avançassem sob seu próprio poder
e motivados por sua própria vontade.

Conscientes de que a força da comunidade cristã primitiva estivera na vinda do Espírito Santo
em Pentecostes, começaram a orar para que esse divino Espírito manifestasse neles Sua

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presença cheia de poder, em favor de sua própria vida espiritual e do trabalho apostólico.
Dessa forma, os professores de Pittsburgh (EUA) começaram a pedir em oração que o
Espírito Santo lhes concedesse uma renovação e que o vazio que seus esforços humanos
haviam deixado fosse plenificado com a vida poderosa do Senhor ressuscitado. Cada dia
rezavam uns pelos outros: “Vem, Espírito Santo!”. A partir de 1967, houve uma explosão de
manifestações de Deus na vida de muitos grupos que insistentemente pediam a renovação no
Espírito Santo. Em diversos lugares do mundo se experimentou uma nova efusão do Espírito
Santo.

No começo dos anos 70, alguns sacerdotes jesuítas, entre eles Pe. Eduardo Dougherty, S.J.,
Pe. Haroido Rahm, S.J. e Pe. Saies, começaram a realizar retiros chamados de Experiência do
Espírito Santo, mais tarde Experiências de Oração, que se espalharam por todo o Brasil.
Realizavam Grupos de Oração, reuniões de planejamento e, à medida que isso acontecia, a
RCC se expandia. Simultaneamente outros padres e leigos, em diversos pontos, começaram
também a experimentar um novo ardor na evangelização e nos trabalhos apostólicos. A RCC
se espalhou no Brasil rapidamente, promovendo uma renovação na vida espiritual de muitos
católicos atuantes e na de outros que retornaram renovados à Igreja. A Renovação atingiu os
lideres já engajados em movimentos como Cursilhos, Encontro de Casais, Treinamento de
Liderança Cristã (TLC) e gradativamente foi se ampliando como uma nova força de
evangelização com identidade própria. A Renovação Carismática Católica, resgatando os
valores da Igreja, dentre eles, a Pessoa do Espírito Santo, conquista o seu espaço como
Movimento Eclesial.

Espiritualidade da RCC

A RCC tem sua espiritualidade fundamentada em Pentecostes. É uma Espiritualidade


Pentecostal. pois expressa derramamento perene do Espírito da Promessa iniciado naquele
dia. Tomando o texto Atos dos Apóstolos 2,1ss podemos notar alguns sinais deste
derramamento:

- Grande manifestação do poder de Deus; o Barulho, Vento, Línguas de Fogo

O Pentecostes acontece de uma maneira sensível, audível e visível, como São Pedro atesta em
seu discurso inicial “recebeu de Deus o Espírito prometido e o derramou como estais vendo e
ouvindo”(Atos 2, 33). Imediatamente manifestaram-se sinais do poder de Deus (carismas).
Como conseqüência deste derramamento, os Apóstolos, cheios do poder de Deus e dos seus
sinais, saíram para evangelizar a multidão que se ajuntava, atraída pelo ruído que se produziu.

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O Batismo no Espírito Santo tem que ser uma experiência sensível para nós, que nos
impulsiona a realizar a Missão, que nos faz sair do comodismo. Deve ser uma experiência tão
“ruidosa” que atraia a multidão. Ruidosa porque gera uma mudança de vida, porque manifesta
o poder de Deus e não por barulhos, simplesmente, ou por gritos e músicas ensurdecedoras.

A Evangelização deve manifestar esses sinais sensíveis, pois assim, se o povo não crer nas
palavras, crerá nas obras que estão vendo. A espiritualidade da RCC é o Batismo no Espírito
Santo com a manifestação poderosa dos carismas e dos frutos que sinalizam o processo de
santificação gerado pelo Espírito Santo.

Grupo de Oração

O Grupo de Oração é o principal Serviço e expressão da RCC. Deve promover a experiência


de Pentecostes, ou facilitar esta experiência para o fiel, e acompanhá-lo no caminhar
espiritual. Daí ser o instrumento principal da RCC na promoção da experiência pentecostal na
Igreja que chamamos de Batismo no Espírito Santo.

O Grupo de Oração é o lugar onde o povo vai se encontrar com Deus. Sua finalidade, então, é
anunciar o Querigma, isto é, fazer o primeiro anúncio - o anúncio da Boa Nova -, tendo em
vista o Batismo no Espírito Santo e o engajamento nas comunidades. Não há medidas para o
Batismo no Espírito Santo, e os Grupos do Oração existem para levar as pessoas a esse
Batismo. Cheias do Espírito de Deus, consequentemente as pessoas se abrem ao louvor e
vivenciam que, quando louvamos a Deus com o coração, Ele nos devolve esse louvor
transformado em bênçãos e graças. Bênçãos de cura, de libertação. Bênçãos que vêm de
encontro às nossas carências.

O elemento mais importante de um Grupo de Oração é o POVO. O Grupo acontece em torno


das pessoas que o frequentam. As perguntas de discernimento para a preparação do Grupo de
Oração devem partir da necessidade dessas pessoas. Quem são essas pessoas? Como elas
estão? O que elas buscam no Grupo de Oração? O que precisam? Como levá-las ao Batismo
no Espírito Santo? O que Deus quer falar a elas? As pessoas que vão ao Grupo de Oração têm
a dignidade da filiação divina e cabe ao Grupo resgatar essa riqueza que talvez nem elas
próprias conheçam. Daí a necessidade de terem um tratamento personalizado, carinhoso,
especial. Muitas dessas pessoas estão decepcionadas, tristes, depressivas, amarguradas,
magoadas, fechadas pela sua timidez, revoltadas, muitas delas não têm formação cristã e não
têm nenhuma orientação, trazem dentro de si uma fé que não responde às suas ansiedades.

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Também as pessoas que, apesar das dificuldades, se sentem bem, alegres, felizes, estão
presentes no Grupo para louvar e bendizer o Senhor pelos Seus feitos em suas vidas.

Assim, os participantes dos Grupos de Oração são de diversos tipos, a exemplo da multidão
presente no dia de Pentecostes: curiosos, necessitados, ociosos, perseverantes. Mas todos
amados por Deus. A carência maior em todos os que vão ao Grupo de Oração é o amor.
Proporcionar às pessoas dos Grupos de Oração a experiência do amor de Deus que está no
meio de nós é levá-las à experiência de Pentecostes, é levá-las a experimentar o que aquela
multidão experimentou. Tal experiência deve produzir no coração dessas pessoas o desejo de
uma maior conversão para serem perseverantes e, assim, crescerem na vida de oração, na
Eucaristia, na doutrina e na fraternidade. Por isso, devem essas pessoas buscar um Grupo de
Perseverança, a fim de que tenha continuidade o seu processo de conversão, o seu
crescimento na vida nova trazida pelo Espírito Santo.

“Se confessares com tua boca que Jesus é Senhor e creres em teu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Pois quem crê obtém a justiça, e quem confessa com
a boca, a salvação(...) Porque todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo” (Rom
10,9-10.13).

Organização da RCC

RCC foi se organizando nas Paróquias, nas Dioceses e nos Estados, através das Equipes ou
Núcleos de Serviço que se formavam com as pessoas que se comprometiam mais diretamente,
tendo todo seu trabalho orientado por uma Comissão Nacional. Depois de algum tempo,
formou-se também o Conselho Nacional que é composto pelos Coordenadores Estaduais.

No início da década de 90, o Conselho Nacional da RCC detectou uma perda de identidade,
um esfriamento na missão, uma quebra na unidade da RCC em muitos lugares do Brasil.
Então, reunidos rezando e pedindo ao Senhor que mostrasse como solucionar este problema,
gerador de uma anemia espiritual nas lideranças da RCC, esmorecimento nos trabalhos
pastorais, separações, etc., muitas palavras foram colocadas por Deus como exortação,
correção e reavivamento. Após muito discernir os “sinais dos tempos” e as palavras do Senhor
(Ag. 1,5-9), surgiu o Projeto de ação da RCC denominado “Ofensiva Nacional”, nascendo as
Secretarias para os respectivos serviços da RCC.

Ofensiva Nacional

A OFENSIVA NACIONAL visa colocar a RCC em marcha, na UNIDADE ajuntando todas

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as suas expressões, retomando aquilo que é a sua identidade: a vivência da graça do Batismo
no Espírito Santo. Assim a Ofensiva Nacional parte de três pontos:

UNIDADE - unidade de ensino, das expressões e da ação, sem a qual todo esforço seria
perdido.
IDENTIDADE - vivência do Batismo no Espírito Santo, com todas as suas conseqüências,
visando uma vida de santidade e serviço
MISSÃO - Como Renovação Espiritual na Igreja, em comunhão com seus pastores,
evangelizar com renovado ardor missionário e formar em santidade e serviço o Povo de
Deus, a partir do Batismo no Espírito Santo.

Secretarias

A SECRETARIAS na RCC foram criadas para atender suas várias expressões e articular suas
ações; incrementado-as nas dioceses. A função de cada SECRETARIA é: coordenar os
diversos projetos desenvolvidos para cada expressão da RCC, dando assessoria às
coordenações estadual e diocesana, desenvolvendo encontros, cursos, seminários, para o
crescimento das diversas expressões da RCC.

• Secretaria Ágape (Família)


• Secretaria Marcos (Juventude)
• Secretaria Davi (Músicos)
• Secretaria Lucas (Universitários)
• Secretaria Marta (Ação Social)
• Secretaria Pedro (Pregadores)
• Secretaria Rafael (Cura e Libertação)
• Secretaria Moisés (Intercessão)
• Secretaria Matias (Fé e Política)
• Secretaria Paulo Apóstolo (Formação)
• Secretaria Gabriel (Comunicação)
• Secretaria Atos 2 (CR’ s)
• Secretaria Renascem (Seminaristas)
• Secretaria Cristo Sacerdote (Sacerdotes)

Atualmente a RCC está presente, de maneira organizada e realizando um trabalho pastoral,


em 268 Dioceses do Brasil, chegando a evangelizar perto de 65.000 Grupos de Oração, com
aproximadamente 9.000.000 de pessoas.

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Ultimamente, Deus tem exortado a RCC à ousadia de avançar para conquistar a terra
prometida. E este o empenho que se espera neste momento da RCC diante da necessidade da
redescoberta por toda a Igreja do sentido novo da evangelização que é repleto de frutos do
alto, à medida que se torna fruto de um Pentecostes pessoal.

NOVO PROJETO RCC BRASIL – REAVIVANDO A CHAMA.

" Espaço Privilegiado"

O Conselho Nacional da RCC reuniu Conselheiros e Secretários Nacionais com a


Presidência para a sua Assembléia Geral anual, em Mariápolis, Vargem Grande (São
Paulo), de 17 a 20 de outubro de 2001.A reunião foi precedida de um retiro de silêncio,
conduzido por Pe. Hércules Daniel, Secretaria Cristo Sacerdote, e do Diretor Espiritual do
Conselho Nacional, Pe. Antonello.

Motivação: um deserto de oração, para obter do Senhor uma visão profética para a RCC
do Brasil hoje.

Base de reflexão: em audiência mariana dominical, em 20 de maio deste ano, o Santo


Padre nos advertiu: " Em cada momento mas, especialmente nos decisivos, a Igreja
coloca-se à escuta do Espírito Santo...". Quanto ao nosso papel como Movimento, temos
a graça profética de revelar à Igreja a dimensão carismática que lhe é própria.

Somos fruto do Concílio Vaticano II. Sabemos que quando o Espírito Santo intervém,
muda radicalmente as pessoas e a história. Sabemos que o Espírito Santo está presente e
age. A dimensão carismática é co-essencial à Igreja. O Papa disse em Fiuggi: "A
Renovação Carismática tem ajudado muitos cristãos a redescobrirem a presença do
Espírito Santo em suas vidas". A nós foi dada a graça de trabalhar esta dimensão, a graça
profética que é manifestada pelos carismas. O Conselho Nacional e os Secretários
Nacionais colocaram-se à escuta do Espírito para atualizar esta graça, para ouvir o que o
Espírito está dizendo hoje à Igreja. Nossa escuta expressou-se no compromisso de assumir
o rumo que nos impulsiona à missão: levar às pessoas do nosso tempo a caminhar para a
verdadeira felicidade, através de uma vida renovada.

A escuta e o discernimento nos levaram novamente à palavra de Ageu 1, 13 -14, onde o


Senhor já havia suscitado, através da Ofensiva Nacional, a reconstrução da casa. E, na
palavra de 1 Mac 12, 35 - 38 ( v.37 - "Formaram-se grupos para reconstruir a cidade..."), o

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Senhor nos mostrou a necessidade da reconstrução dos muros, através de pequenos
grupos. Discernimos através desta palavra que estes pequenos grupos são os nossos
grupos de oração e que um reavivamento se fará através deles, dando continuidade à
caminhada iniciada pela Ofensiva Nacional.

Profecia: " Eu quero vos lembrar que Eu sou a Cabeça, por isso Eu hoje vos dou uma
mentalidade nova. Deixai os conceitos e os preconceitos. Eu hoje vos dou, não só um
coração novo mas, uma mentalidade nova. Levai adiante a minha obra".

Confirmação: 2 Cor 10,5: "Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta
contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e o reduzimos à obediência
a Cristo".

Após a escuta: foram discernidos os sinais que revelam problemas que retêm o avanço da
obra, por exemplo, o enfraquecimento dos grupos de oração com a falta de manifestações
carismáticas, da falta de entusiasmo e do louvor comunitário. Outros problemas referem -
se à omissão e acomodação dos líderes, à falta de oração pessoal e ao afastamento dos
líderes dos grupos de oração. É necessário maior esclarecimento sobre a missão das
Secretarias e das Coordenações diocesanas e estaduais. Lançou-se o Projeto " Reavivando
a Chama", com enfoque principal nos grupos de oração e no resgate da dimensão
querigmática dos grupos.

Outras prioridades: relacionamento com as comunidades, fortalecimento da intercessão


(unida aos coordenadores nacionais e diocesanos, mosteiros e ordens contemplativas) e
formação dirigida aos coordenadores de grupos de oração e diocesanos. Vida de oração e
de santidade sendo almejada por todos os membros da RCC.

As Secretarias terão como objetivo atingir os grupos de oração, que por sua vez,
deverão ser instrumentos de formação de todo o povo. Animados com o novo projeto "
Reavivando a Chama", " nós, pois, retornamos todos à muralha, cada um ao seu
trabalho" (Nee 4, 9b), pois que o "circuito foi completado, embora só com a metade da
altura" (Nee 3, 38).

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Santíssima Trindade

Em nome do Pai do Filho do Espírito Santo. Fomos nós que iniciamos esta saudação? Não é
bíblica, nós fomos batizados assim. (Mt 28,19). O Padre nos saúda no início da missa como
São Paulo aos Corintios: 2cor 13,13: “A graça de Nosso Senhor...”

A escritura nos traz que há 3 pessoas em Deus: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo,
mas é um só Deus! Entre o Pai, o Filho e o Espírito, que são 3 pessoas distintas, existe um
amor tão profundo que eles formam uma só natureza: a Natureza Divina. A Igreja chama
também de substância, os três são a mesma substância, uma só essência. Sendo para nós isso
difícil de compreender a Igreja declara: “Mistério da Santíssima Trindade”. Mistério – é
absolutamente incompreensível para o homem, afinal Deus é grande demais para ser colocado
dentro das estreitas medidas da inteligência humana: tudo aquilo que a inteligência humana é
capaz de explicar:

“É mais fácil meter a água do mar numa pocinha cavada na areia da praia, do que colocar
Deus no intelecto humano” Sto Agostinho.

Diante deste mistério não temos palavras para explicar o que cremos, aqui se calam a lógica
humana, a ciência, as línguas, a sabedoria, para que fale tão somente a fé:

“Querer sondar este mistério é temeridade, crer nele é piedade, chegar a compreende-lo é
vida eterna”. São Bernardo.

É o próprio Deus que se revela três pessoas

O Pai é revelado pelo Filho

Por que Pai?


1 – Porque é o Criador do mundo (assim chamado desde o Antigo Testamento)
2 – Porque é Bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos (Is 66,13)
3 – Jesus revela: Deus é eternamente Pai em relação a seu Filho único! Mt 11,27

Reciprocamente, Deus Filho só é Filho em relação a seu Pai

Por isso Jesus o Verbo que “no início estava junto de Deus” e que “é Deus” Jo1,1. E o Verbo
se fez carne... Jo 1,14. Jesus estava pois no princípio pois foi gerado por Deus Pai antes de
todos os séculos. A Igreja diz: Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro – Jesus Deus
Filho.

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O Pai e o Filho são revelados pelo Espírito Santo

Antes da sua Páscoa, Jesus anuncia o envio de um “outro Paráclito = Defensor”: o Espírito
Santo. Em ação desde a criação do mundo em Gen 1,2; falou pelos profetas no Antigo
Testamento, Ele estará agora junto dos discípulos e Neles, a fim de ensiná-los e conduzi-los à
Verdade (ao Pai e ao Filho). Jo 14,16-17; Jo 14,26; Jo 16,13. O Espírito Santo é assim
revelado como uma outra pessoa Divina: Jo 15,26, procede do Pai, tem origem. E como Pai e
Filho são um, Ele procede do Pai e do Filho: é enviado pelo Pai, em nome do Filho como
unos em Jo 14,26. Resumindo: A Trindade é UNA. Não professamos três Deuses, mas um só
Deus em três pessoas. Eles são distintos em sua origem: é o Pai que gera, o Filho que é
gerado, o Espírito Santo que procede. A obra Divina, no entanto, é uma obra comum das três
pessoas divinas, contudo, cada pessoa opera a obra comum segundo a sua propriedade pessoal
(qualidade própria), o que nós percebemos nas missões divinas.

CADA UM TEM UMA MISSÃO NA SANTÍSSIMA TRINDADE:

PAI – é o Criador. Deus todo Poderoso, Criador do céu e da terra. (Ele cumpre a sua missão,
ma são inseparáveis. São Unos. O Verbo também estava lá.

FILHO – é o Salvador. É o nosso Redentor: Em Jesus Cristo nosso Senhor. Jesus: Hebraico:
Deus Salva; Cristo: tradução grega do termo hebraico; Messias, ungido do Senhor; Deus
Filho. CIC 430. Sua missão Redentora (ápice): foi crucificado, morto e sepultado, desceu a
mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia !

ESPÍRITO SANTO – é o Santificador. (CIC 687). Opera interiormente a obra da salvação –


santificar, restaurar. Funda a Igreja em Atos 2: manifesta a Igreja e também propaga a Igreja.
O Espírito Santo constrói assim o corpo místico de Cristo que somos nós a Igreja, seus
membros. Como? Se I Jo 4,8 diz que Deus é Amor, o Amor é o primeiro Dom, este amor, diz
em Rm 5,5 foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado, ou seja, o
Espírito Santo é o Dom de Deus, Ele contém todos os demais dons. E é através dos dons que
o Espírito Santo edifica a cada um de nós, a comunidade, a Igreja.

O fim último de toda esta missão, Criação, Salvação e Santificação, é a nossa entrada na
unidade trina, na unidade perfeita da Santíssima Trindade. Vida eterna com Deus. Mas desde
já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade. I Cor 6,19 – “Não sabeis que o
vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós?” Pois “Se alguém me ama – diz o
Senhor Jesus – guardará a minha Palavra, e o meu Pai o amará e uniremos a ele, e faremos
Nele a nossa morada”. (Jo 14, 23).

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Dons infusos e dons carismáticos

Dons Infusos - os dons que recebemos na Crisma:

Recebemos quando somos crismados - os 7 dons - são os que acompanham o Espírito Santo
sempre que nos é dado e que visam o fortalecimento e o aperfeiçoamento de cada um. Os 7
dons são individuais para o cristão para o robustecimento da vida cristã pessoal e para o
testemunho a dar no mundo. São eles:

1 - Sabedoria: busca-se por este dom não a sabedoria do mundo e seus valores, mas a
verdade que se identifica com Jesus e que nos toma felizes -Mt 10,19-20; lCor 1,23-24. Este
dom nos faz entender melhor a vida sobrenatural - IRs 3,9.

2 - Entendimento: aceitamos as verdades reveladas por Deus; mesmo não compreendendo


todo o mistério, entendemos que ali está a salvação - IJo 5, 20. Este dom nos dá uma
compreensão profunda das verdades reveladas.

3 - Conselho: luz que o Espírito nos dá para distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do
falso e, assim, orientarmos acertadamente nossas vidas e a vida de quem nos pede orientação
e conselho. Este dom nos faz saber, pronta e seguramente o que convém dizer e o que convém
fazer nas diversas circunstâncias.

4 - Fortaleza: dom da coragem e da força espiritual para vivermos a fé e suas consequências;


dom do testemunho da fé viva em Deus, especialmente nos momentos mais difíceis - 2Tim 1,
7. É o dom do testemunho da fé viva em Deus, especialmente nas situações cruciais.

5 - Ciência: nos faz conhecer a verdade que é a Vida. Por ele, o Espírito Santo nos guia
indicando o caminho a seguir, na realização de nossa vocação e da vontade de Deus a nosso
respeito; é o conhecimento de Deus e de seus mistérios - ICor 2, 1-5; Fil 3,8-11. Dom de
santificação que nos faz conhecer as coisas criadas, nas suas relações com o Criador. E a
ciência de Deus revelada aos simples - Mt 11, 25.

6 - Piedade: produz em nós uma afeição para com Deus, adorando-O com amor sobrenatural e
santo ardor, e uma tema afeição para com as pessoas e coisas divinas. Por ele, o Espírito
Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus, dando-lhe a devida glória e louvor. É também
chamado dom da oração ou espiritualidade cristã, do relacionamento com Deus numa vida
com graça, justiça, paz e alegria no Espírito - Rom. 14, 17.

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7 - Temor de Deus: por ele imprime-se em nossa alma o desejo de estar estreitamente unido a
Deus, por amor, reverenciando sua santidade e nos afastando do pecado; é o santo temor de
não pecar; é o respeito pelas coisas santas, é o temor de não cumprir fielmente seus
mandamentos, de não dar a Deus a devida glória; busca-se o cumprimento da santa e amorosa
vontade de Deus, como Jesus no ensinou - Jo 5, 3; 6, 38; 8, 29- 34; Lc 23, 42.

Dons Efusos ou Carismáticos:

São os “Carismas” - dons de serviço - dons de poder para o serviço da comunidade cristã. São
concedidos para a edificação do Corpo de Cristo. São dados para que o homem possa fazer
alguma coisa para a comunidade. Quando falamos em dons carismáticos, falamos de graças
de Deus e de ação divina na Igreja e em nossas vidas. Se a Igreja nasce de Deus e é
manifestada no mundo aos homens na pessoa e na missão de Jesus, edificada sobre os
Apóstolos, ela é também vivificada pelo Espírito Santo, enviado no Pentecostes, a fim de
santificar a Igreja e adorná-la com seus frutos - Ef 4, 11-12 lCor 12, 4-7; Gal 5, 22.

É do Espírito Santo que a Igreja recebe seus Carismas conforme lhe apraz. O Espirito e os
Carismas pertencem à Igreja unicamente porque ela os recebeu com dons gratuitos do Pai por
Jesus Cristo. Por conseguinte, os Carismas, como todos os outros dons espirituais, são a
manifestação de uma única realidade: a vida abundante do Espírito, pois os dons não são
separáveis do Doador. O Espírito Santo é o dom por excelência. E a Ele que devemos aspirar
mais do que os dons, como diz Santo Agostinho “não vossos dons, Senhor, mas Vós”. Como
primeiro dom de Cristo à sua Igreja, é o Dom que encerra em si todos os outros dons.

Os Carismas são graças, isto é, são manifestações de Deus em nós; são ação criadora de Deus
presente e atuante no homem dados a nós como dons gratuitos, não dependendo de méritos
nem esforços humanos, como dons espirituais, que provêm do Espírito Santo, que consistem
em um poder, capacidade para realizar algo, e cuja finalidade é um serviço em favor da
comunidade cristã. Os dons em si não aumentam a santidade, podem levar a ela e não
devemos nos impacientar quando seus efeitos não são tão imediatos quanto gostaríamos que
fossem. Podemos aperfeiçoar os dons, exercitando-os sempre que possível e necessário e
ampliando nossa compreensão, quer pelo estudo, quanto pela oração.

Algumas condições para recebermos e perseverarmos na vida carismática:

A simplicidade de coração e sua pureza, a eliminação do pecado e das faltas que são
obstáculos à ação de Deus, a vida sacramental, a assiduidade da meditação da Palavra, a vida
de oração, o desejo de servir, a perseverança à recepção dos dons espirituais. Jesus nos

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convida a pedir - Lc.11,9-12. Deus quer que cada cristão conheça quais são os seus dons e
saiba como desenvolvê-los. A medida que trabalhamos conscientemente, procurando co-
nhecer a maneira como o Senhor está agindo em nós, desejando que Ele aja, tendo fé que Ele
agirá através de nós, e encorajando-nos mutuamente, veremos o poder de Deus manifestar-se
cada vez mais, através dos dons carismáticos.

Como receber os dons

Rezar para obter os carismas / tornar-se disponível / desprendimento / remover os


obstáculos / Pregar o evangelho

O Dom de Línguas

O dom de línguas é o mais simples dos carismas, mas é também o mais bonitos. É a oração
que brota do coração. É o Espírito Santo falando com o Pai através de nós. É uma oração
completa e poderosa. O dom de línguas nasceu com a própria Igreja. O dom de línguas é uma
oração especial, para a qual somos movidos pelo próprio Espírito (ICor 12,11). Enquanto
oramos em línguas nos sentimos envolvidos por um mistério e sentimos uma profunda alegria
e paz.

Para que serve o dom de línguas?

Rm 8, 26-27, trata-se de um dom que o Espírito Santo preparou para suprir nossa fraqueza,
nossa incapacidade e ignorância ante as nossas próprias necessidades e as da comunidade. O
dom de línguas é uma oração apropriada para qualquer circunstância, porque sabemos que é o
Espírito que inspira as intenções e as palavras mais adequadas a fim de chegarem diretamente
ao coração de Deus. O dom de línguas é o mais fácil de deixar plena liberdade ao Espírito
para glorificar a Jesus e ao Pai, através de nós.

Quando se recebe o dom de línguas?

Não há regra fixa. Alguns o recebem simultaneamente com a efusão no espirito, outros há que
o recebem após alguns dias ou semanas. Para receber o dom de línguas é necessário que os
batizados não ponham obstáculos, mas que colaborem com Deus, o doador.

Quando rezar em línguas?

Tratando-se de uma oração particular pode-se fazê-la sempre que se queira: no quarto, na rua,
no trabalho, na cura de um enfermo, ou para pedir um favor especial. É oportuno rezar em
línguas quando estivermos distraídos e quando não conseguirmos rezar de outra maneira;

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quando estivermos fatigados ou deprimidos, quando tivermos que tomar decisões importantes.
Enfim é conveniente rezarmos em línguas toda vez que quisermos glorificar o Senhor e não
encontrarmos as palavras adequadas. São Paulo nos exorta a rezarmos sempre no Espírito:
“por meio de toda a espécie de oração e de súplicas, orai incessantemente movidos pelo
Espírito” (Ef 6,18).

O Dom da Interpretação das Línguas

"Aquele que tem o dom das línguas que reze para ter o dom de interpretá-las” (I Cor 14,13).
A interpretação das línguas é o segundo dom do Espírito Santo. Quando há um profecia em
línguas, a assembleia deve manter-se no mais absoluto silêncio, enquanto o Espírito não
conceder o dom da interpretação. A interpretação não é tradução literal da mensagem.. As
línguas e a interpretação são dons que se completam. Sucede, por vezes, que a mensagem em
línguas é muito breve ao passo que a interpretação é constituída por muitas palavras.

O Dom da Profecia

“E profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas” (At 2,17). A profecia é uma mensagem do
céu. Mensagem de alegria, esclarecimento, exortação, encorajamento e esperança. É Jesus que
nos quer falar por meio do Espírito. Ele quer nos falar do amor do Pai e dizer-nos que Ele
mesmo está vivo e presente, pronto a cuidar de cada um de nós. “Quando o Espírito da
verdade, vier, guiar-vos-á por toda a verdade. E que não vos falará por si mesmo, mas dirá
tudo o que ouve e vos anunciará as coisas vindouras” (Jo 16,12). Jesus se serve de homens
(nem sempre perfeitos, pois é a mensagem que interessa, não o transmissor) para transmitir-
nos o que ele tem a nos dizer. Profecia é uma mensagem especial do Senhor dirigida a uma
comunidade ou a um indivíduo, mediante a inspiração do Espírito Santo. Profetizar é
portanto, falar em nome de Deus. A profecia como vimos, pode ser feita em línguas, neste
caso, requer-se a interpretação.

Como ouvir uma profecia

Quando os reunidos em oração ouvirem o inicio da profecia, devem entrar em profundo e


rigoroso silêncio de escuta; todos imediatamente. Ouvida a profecia o grupo continuará em
profundo silêncio para acolher, meditar e assimilar a palavra que veio de Deus. Depois, deve
ser devidamente seguida de uma resposta à Deus.

Como confirmar a profecia

Depois que a mensagem é proclamada todos devem estar em uma atitude de escuta para que o

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Senhor então confirme a profecia (ICor 14,29), através de moções dadas a outros membros da
comunidade. Deus pode se utilizar da própria Palavra, de visões, sentimentos ou palavras para
confirmar a veracidade da Profecia. A mensagem proferida pela boca do profeta poderia não
vir de Deus, mas simplesmente da cabeça ou da oração do profeta. Para isso deve-se notar se a
profecia contém alguma afirmação contrária a sã doutrina, à Bíblia ou algum dogma da Igreja,
sendo assim, deve ser rejeitada de pronto, pois se trata de uma falsa profecia. “Não extingais
o Espírito, não desprezeis as profecias, mas examinai tudo, retendo o que é bom” (I Ts 5. 19-
21).

O Dom de Cura e Milagres

“.... imporão as mãos nos doentes e eles recobrarão a saúde”. Jesus cura hoje, da mesma
forma como quando estava entre os apóstolos. Jesus deu aos apóstolos os mesmos poderes
carismáticos que ele possuía: “curai os enfermos” (Mc 16). Depois de Pentecostes, certos de
terem recebido os mesmos poderes que o Mestre, os apóstolos os praticavam. “Não tenho
ouro nem prata - dizia Pedro ao homem coxo - mas o que tenho te dou: em nome de Jesus
Cristo, levanta-te e anda” At 3,6). Este não foi um caso excepcional, mas o início da era das
curas na Igreja. Até a própria sombra de Pedro curava os enfermos. (At 5,12). Jesus veio curar
todas as enfermidades: espirituais, físicas e psicológicas. As enfermidades da alma ou
espirituais, cura-as com os sacramentos. As enfermidades físicas e psicológicas ou seja do
corpo e da mente cura-as de três maneiras: pela medicina, diretamente, pelos sacramentos.

Jesus cura pelos meios naturais, isto é, através dos médicos e dos remédios, pois estes são
instrumentos em suas mãos. “Todas as coisas foram feitas por meio dele" (Jo 1,3). Os
remédios embora produzidos pelos homens, em última análise são compostos de elementos
naturais criados por Deus. E Deus que usa as mão dos médicos para livrar muitos corpos da
morte. Jesus está vivo entre nós, pronto para nos libertar das enfermidades e das culpas.
Precisamos ensinar aos doentes que sempre recorram à Ele e não só em casos desesperadores.
Não há enfermidades que Ele não possa curar. Para orarmos por um doente, e necessário que
antes de mais nada ele queira ficar curado. O doente deve pedir a cura com fé. Alguns
obstáculos que por ventura poderão bloquear a intervenção divina devem ser afastados:
pecados graves não confessados, fortes ressentimentos, ódio ou rancor, não perdoar o mal que
os outros fizeram, etc.

Devemos nos preparar para orar por enfermos

Primeiramente devemos nos preparar pela oração, jejum, missa, comunhão, terço, etc...

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Devemos pedir o dom do discernimento para sabermos como devemos pedir, devemos
preparar o enfermo para o arrependimento ou fortalecer a sua fé. Orar com palavras simples e
espontâneas Devemos orar com serenidade, e sem preocupação de vermos logo os efeitos.
A cura pode ser imediata, lenta ou não se realizar, milagres são curas impossíveis de se
realizar aos olhos da medicina, como doenças incuráveis por exemplo.

O dom da Fé

“Esta é a arma que vence o mundo: a nossa fé” (I Jo 5,4). A fé é a nossa “energia atómica”,
capaz de aniquilar todas as forças infernais. A fé é um dom de Deus; um raio de luz que parte
de Deus para a alma humana. Claro que para vingar, a fé deve encontrar terreno adequado.
Em geral a fé não invade corações trancados. “A fé vem da pregação e a pregação é feita por
mandato de Cristo” (Rm 10, 17). Fé significa entrega total a Deus e a sua providência.

Deus ao criar-nos preparou um plano para cada um de nós. Deus não nos revela todo o plano
que ele traçou para nós, porque quer que vivamos da fé . A criança que anda de automóvel
junto com seu pai, não sabe onde este a levará, mas ela permanece tranquila e alegre, porque
sabe que seu pai a levará para um lugar bom e agradável. Quando temos um problema,
devemos entregá-lo a Deus. A tarefa de dar a solução é Dele e não nossa. O homem de fé não
crê simplesmente que Deus pode fazer a cura ou o que foi pedido, mas crê que o fará de fato
ou antes que Ele já o fez. Concluindo, podemos dizer que o dom da fé é um carisma
relacionado com os demais. O dom da fé serve de preparação para usar os outros,
principalmente o dom da cura e o dom dos milagres.

O dom do Discernimento dos Espíritos

O dom do discernimento é o protetor dos demais dons. E ele que nos capacita para sabermos
usar os demais dons. Sem discernimento os demais dons podem se tomar perigosos, pois uma
coisa boa pode servir para o mal. Saber discernir é pensar como Deus pensa, querer o que
Deus quer, e fazer a sua vontade. “Um líder sem discernimento é um estorvo para a
comunidade”. Quando não há discernimento surgem muitos problemas. Estes são os
principais problemas de uma comunidade sem discernimento:

- divisões, inveja e discórdias;


- problemas de relacionamentos pessoais entre os irmãos;
- mal uso dos carismas;
- abusos na ceia do Senhor.

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“O Senhor deu-nos poder para a edificação, não para a destruição” (II Cor 12,18).

O dom da Palavra de Ciência

“A um é concedido, por meio do Espírito a linguagem da ciência (I Cor 12,18). O carisma da


palavra de ciência, não podemos adquirir através do estudo, onde aplicamos a nossa
inteligência e a nossa vontade. Podemos definir este dom como uma revelação sobrenatural
relativa a situações, fatos, eventos passados, presente ou futuros, não conhecidos por meios
humanos. Poderíamos chamá-lo de diagnóstico que Deus faz de um fato, de um problema, de
um estado de espírito, de uma situação e cujo resultado é comunicado à nossa mente. Este
dom faz com que a nossa inteligência penetre nas verdades divinas sem que empreguemos o
esforço do raciocínio. Também Jesus exerceu este dom. Revelou os pecados do paralítico e a
vida passada da Samaritana. O dom da palavra de ciência em geral vem acompanhado da
linguagem da sabedoria.

O dom da Palavra de Sabedoria

“A um é concedida, por meio do Espírito, a linguagem da sabedoria” (I Cor 12,8). Este


carisma é a aplicação prática e o uso reto do dom da palavra de ciência.
O dom de ciência apresenta-nos o panorama da situação e com o dom da sabedoria o Senhor
nos revela qual deve ser o nosso comportamento em cada situação.

Com o dom da palavra de ciência o Espírito Santo nos faz ver, com o dom da sabedoria Ele
nos faz agir. E este dom que recebemos devemos defender a verdade de qualquer espécie de
ataque. E este o dom que recebemos quando temos decisões difíceis para tomar.

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História da Salvação

Após o pecado de nossos primeiros pais (Adão e Eva), Deus faz uma promessa de Salvação a
eles: “O homem seria libertado do pecado com todas as suas consequências e o maligno seria
derrotado por um descendente da mulher, que lhe esmagaria a cabeça”.
Mas nós vemos que com o passar das gerações, mais a maldade do homem se estendia por
toda a terra. Deus se vê obrigado a purificar a humanidade e manda um dilúvio salvando-se
apenas um homem e sua família, Noé que foi o Pai do novo gênero humano. Mas o pecado
continua enraizado na natureza do homem, e os filhos de Noé voltam ao pecado, pretendem
chegar a deus, alcançá-lo, ser igual a Ele, construíram então a Torre de Babel. (Gn 11).

Não entenderam, como nós também ainda não entendemos muitas vezes que, o homem por si
mesmo é incapaz de chegar a Deus. E incapaz de salvar-se a si mesmo, o caminho é inverso,
Deus é que chega ao homem. Passam-se os séculos, mas Deus não se esquece de sua
promessa. Chegado o tempo oportuno, Ele põe em prática seu plano de salvação, Deus vai
constituir, depois instruir seu povo de cujas raízes nascerá o Salvador: Jesus Cristo !!!

1) Deus constituirá seu povo de 3 formas

a) externamente - multiplicando-o numericamente;


b) internamente - com a doação da Lei e a Aliança no Monte Sinai;
c) politicamente - na terra prometida com a Monarquia;

2) Depois Deus instruirá também de 3 formas

a) pela palavra dos profetas;


b) pelo sofrimento do deserto;
e) pela esperança da vinda do Messias;

1) ABRÃO - Abraão

Abrão era um politeísta, servia a outros deuses, viva em Haran e Deus não escolheu por
nenhum mérito seu, mas é que ele tinha decidido por em ação seu plano de Salvação. E aqui
começa a vida propriamente do patriarca. Abrão já tinha terras e riquezas, mas não tinha
descendentes. Deus pede que ele deixe tudo, seu futuro será incerto, terá que romper com seu
passado pagão. renunciar a estabilidade econômica, esquecer a segurança de seu lar e partir. É
um passo vazio, mas de exclusividade com Deus. No entanto, Deus deixa entrever uma
grande recompensa: "Tua recompensa será grande, farei de ti uma grande nação... Abrão

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acredita nas promessas de Deus e parte já com 75 anos de idade.

Deus desde o inicio da história da Salvação nos mostra que seus caminhos serão diferentes
dos critérios humanos. Tudo que é impossível ao homem é possível a Deus. Abrão dá um
passo na fé e obedece a Deus, mas Deus demora, e ele sente a angustia de ver o tempo passar
e resolve intervir. (acaba tendo um filho com Agar escrava de Sara sua esposa).
Passam-se 24 anos de espera até a realização da promessa de Deus, agora foi o poder de Deus
e não o engenho humano que interveio. Deus troca o nome de Abrão para Abraão e de Sarai
para Sara e os abençoa. Assim, quando Abraão tinha 100 anos e Sara 90 anos, eles tiveram
um filho cujo nome foi Isaac. Quando o menino cresce, Deus pede a Abraão mais uma prova
de sua fé, que seria o sacrifício de Isaac, e Abraão obedece, porém no último momento Deus
interveio e não deixa que ele mate seu filho (Gen. 22).

Somente a partir dessa experiência, quando descobriu que a vida de Isaac era puro dom da
providência divina, foi que Abraão compreendeu que apesar de suas fraquezas, limitações e
pecados em sua vida, o plano de Deus estava se realizando plenamente. “Multiplicarei a tua
posteridade como as estrelas do céus, e como a areia na praia, porque obedecestes a minha
voz” (Gen. 22,1 8). Depois da morte e de Sara, ele casou outra vez com Cetura e teve 6 filhos,
morreu com 185 anos e foi pai de uma grande nação. Deus abençoou em tudo (Gen. 24,1).

2) JACÓ

O filho de Abraão, Isaac, quando tinha 40 anos, casou-se com Rebeca, que também era estéril.
Ele rogou a Deus e ela ficou grávida e tiveram dois filhos, Esaú e Jacó. Jacó era um
oportunista e com uma mentira apropria-se da primogenitura que pertencia a Esaú,
chantageando o irmão que estava com fome. Depois interceptou a benção de seu pai,
aproveitando a que seu pai já estava velho e não enxergava direito. Todavia não foi a sua
astúcia que conseguiu tudo, mas uma vez Deus não se limitou aos moldes humanos e escolheu
quem foi de sua vontade. A glória de Jacó a quem se dá o nome de ISRAEL, reside em sua
fraqueza, pois assim mais resplandece o poder de Deus. Quanto mais fraco ele é, mais
sobressai o poder divino. Deus o fará pai de 12 filhos, fundamento das 12 Tribos de Israel.
Benção de Jacó aos seus filhos (Gn.49, 1-28).

3) JOSÉ NO EGITO

Os últimos 13 capítulos de Gênesis, são dedicados a esse filho de Jacó. José, o sonhador que
é vendido pelos irmãos e levado para o Egito como escravo e na prisão interpreta sonhos do
faraó, que o torna seu Ministro. Ele traz para Egito seus irmãos e seu pai Jacó e lhes dá as

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melhores terras do Egito (Gen. 50,20). Após a morte de Jacó e de José muitos anos se
passaram, mais ou menos 2 séculos.

4) MOISÉS

Os descendentes de Israel se tornam muitos e o Faraó Ramsés II do Egito se preocupou


porque se tornaram em maior número e mais fortes que os egípcios e resolveu torná-los
escravos (Ex. 1, 13-14). O Faraó deu ordens às parteiras para que ao nascer um israelita, se
fosse homem, o fizesse morrer. Mas esse método também não deu cedo. porque as israelitas
temiam a Deus e não cumpriram a ordem. São nessas circunstâncias que Deus decide
constituir os filhos de Abraão como um povo.

Nasce Moisés (retirado das águas), que era formoso aos olhos de Deus (At 7,20). Sua mãe o
escondeu por 3 meses, depois não podendo mantê-lo oculto, colocou-o numa cesta de vime,
levou-se ao Rio Nilo onde a filha do faraó o encontrou e se encantou por ele. Deus, serviu-se
até mesmo do faraó e de sua casa para levar adiante a salvação. O próprio faraó que tinha
proposto aniquilar o povo de Deus, educa e prepara em sua casa o maior libertador de todos
os tempos. Moisés tem boa educação, mas gosta de andar no meio do povo, sempre se
compadeceu de seu povo.

Um dia matou um soldado egípcio que batia num israelita, ocultou o corpo na areia, só que foi
descoberto e fugiu para o deserto de Madiã, pois o faraó queria matá-lo. Todavia o plano de
Deus caminhava através dessas circunstâncias. Antes de confiar-lhe a missão, Deus o obriga a
renunciar a tudo que ele tinha; seus privilégios (filho da filha do faraó); sua cultura e sua
sabedoria. Deus o despoja de todas as seguranças humanas para deixar bem claro que a
libertação de seu povo, não vai se fundamentar nem na força, nem na sabedoria dos homens,
mas unicamente no poder divino.

No deserto, Deus educa e faz amadurecer o libertador de seu povo. Moisés casa-se com
Sífora, tem 2 filhos e passa a cuidar do rebanho de seu sogro Jetro, e vivia feliz. Um dia
resolve ir além do deserto e sua história se transforma por inteiro. Tem um encontro com
Deus no Monte Horeb, e a partir daí sua vida nunca mais foi a mesma (Ex. 3). Deus o envia de
volta ao Egito onde anuncia ao Faraó que foi chamado pelo Deus único a libertar o seu povo,
como o Faraó o ignora, Deus envia ao Egito as 10 pragas rãs, mosquitos, úlceras, gafanhotos,
trevas etc. e por fim a morte dos primogênitos egípcios, inclusive o filho do faraó. Nessa noite
começa uma longa caminhada que vai durar 40 anos, até a terra prometida. Não tomam o
caminho mais curto, mas aquele que Deus traçou Foi preciso atravessar o mar Vermelho; que

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caísse Maná do céu; viessem as codornizes (codornas), acalmar a murmuração, o mau humor,
reclamações, o deserto é lugar de prova. Mesmo com suas fraquezas, Moisés era um grande
homem de Deus, o grande intercessor.

A Aliança no Monte Sinai:

Aliança é o termo jurídico que os israelitas usaram para anunciar suas relações com Deus,
revela uma mútua união de amor entre eles. Os capítulos 19 a 24 do Êxodo, são o núcleo mais
importante do Antigo Testamento. O quadro que o autor apresenta é impressionante e não tem
paralelo (Ex 19, 16-20). Esse luxo de detalhes tão abundantes é apenas a moldura do
essencial: Deus que desce ao homem para santificá-lo e dar-lhe a lei (10 mandamentos), que
são as "cláusulas" da Aliança “Eu serei teu Deus e tu serás meu povo”. No Sinai estabeleceu-
se um matrimonio entre Deus e seu povo. Enquanto permanecesse fiel a Javé, será um povo
unido em seu interior, e o Messias sairá deste povo. Com 120 anos Moisés passa a direção do
povo de Deus a Josué, seu sucessor que entrará na terra prometida.

Depois de ter cumprido uma das missões mais difíceis que Deus tinha confiado a um homem
sobre a terra, e de ter repetido a benção de Jacó aos seus descendentes, Moisés sobe ao Monte
Nebo onde morre. Moisés foi o maior dos profetas, o mais glorioso de todos os homens e o
mais querido de Deus. Ele resume o Antigo Testamento, aparece em Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio.

5) JOSUÉ

Foi escolhido por Deus para introduzir e estabelecer o povo na terra prometida. Esta conquista
não foi fácil, foi um trabalho árduo e perigoso submeter a terra. Deus repete isso a seu povo.
Ele concede a terra, mas cabe ao homem submetê-la. Poderíamos sintetizar dizendo Deus faz
o que o homem não pode fazer, mas não o substitui naquilo que o homem pode realizar. Isto é
até mesmo para nós.

As 12 tribos são governadas então por juizes, não havia um governo comum, o único vínculo
era o culto a Javé Deus Uno. Para se estabelecer era preciso expulsar os antigos moradores da
terra, por isso esse período é caracterizado tanto pelas constantes invasões dos inimigos, como
pela infidelidade do povo. Eles eram oprimidos e humilhados por serem um povo fraco e
desorganizado, Deus mandava um novo juiz que os livrava da opressão e eles voltavam a
infidelidade. O último juiz foi Samuel. Crescia a necessidade de um governo geral que
unificasse as tribos. Israel quer um rei como as outras nações. Vem então a Monarquia.

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7) DAVI

Deus escolhe Saul como primeiro Rei de Israel, porém ele não é dócil ao Espírito Santo, é
invejoso, ciumento dos dons que Deus concedeu a seu servo Davi, trata de matá-lo. A figura
de Saul é trágica, pois foi eleito por Deus e é rejeitado, porque teve mais confiança em si
mesmo e abandonou Javé, por isso o Espírito Santo também o abandonou.

Davi é um dos mais importantes personagens de toda história sagrada. Davi é um grande Rei e
cantor. E chamado o rei modelo de Israel, e tipo do Messias que há de nascer de sua linhagem.
Pastor, filho de Isaí, nascido em Belém de Judá, foi ungido pelo profeta Samuel. Davi é um
homem, segundo o coração de Deus, que canta, ora, chora dança e ama. Depois de conquistar
Jerusalém, fazendo-a Cidade Santa e capital do Reino, a Arca da Aliança é trazida para
Jerusalém e a cidade de Davi será seu Sacrário.

Davi também é um homem fraco e falha, se enamora de Betzabé, casada com Urias, e prepara
a morte de seu marido. Depois disto acontecido, leva Betzabé para seu palácio. Deus manda o
profeta Natã até ele e o repreende, Davi se arrepende, pede perdão a Deus (SI. 51). O pecado
chorado serviu para que o eleito de Deus não esquecesse sua miséria e que sem Deus não era
possível fazer algo bom. Davi envelheceu e Adonias, seu filho, muito orgulhoso resolve se
proclamar rei em seu lugar. Mas estes não eram os planos de Deus nem a vontade de Davi.
Para seu sucessor ele indicou Salomão, filho de Betzabé.

8) SALOMÃO

O sucessor de Davi é seu filho Salomão. O filho daquela com quem Davi cometeu um dos
maiores pecados de sua vida, e é o testemunho vivo de que Deus perdoou Davi totalmente.
"Deus quando perdoa, esquece, nós também devemos esquecer se não estaremos duvidando
da misericórdia de’ Deus. Com Salomão o reino atinge o máximo do apogeu comercial,
cultural, político e bélico. Salomão edifica o templo de Javé, onde coloca a Arca da Aliança
(480 anos depois da saída do Egito).

Como agradecimento Deus concede a ele qualquer coisa que ele peça, Salomão pede “um
Coração que escute” (1 Rs 3,9). Este coração atento ao Senhor dará a Salomão uma sabedoria
extraordinária. A ele virão rei e rainhas, pecadores e prostitutas e para cada um ele terá
sempre uma palavra de sabedoria e paz. Salomão é responsável por 3 livros da Bíblia:
Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos. Será também um homem limitado. A vida de
opulência o levará a idolatria Teve mais de 700 esposas de classe principesca e 300
concubinas, e as suas mulheres perverteram-lhe o coração. Já velho, elas o seduziram seu

41
coração para seguir outros deuses (1 Rs 11, 4-6). Morre Salomão e seu filho Roboão assume,
briga com o servo de seu pai Jeroboão e separam as tribos. 10 tribos ficaram com Jeroboão, e
2 ficaram com Roboão (Judá e Benjamim).

Por fim, 19 reis sucederam cada um. Estavam sempre em brigas. Para corrigir e melhorar os
reis e o povo, Deus envia-lhes os profetas homens inspirados como Elias e Elíseu, Isaías,
Jeremias, Oséias, Ezequiel, Daniel, Amós, Joel, Sofonias, Zacarias, Malaquias e outros. Os
profetas não são aqueles que falam de Deus, mas os que falam em nome de Deus. Os profetas
tiveram papel muito importante no desenvolvimento religioso e na formação do povo de
Deus, eles tinham geralmente quatro facetas:

a) Severo: rigoroso com a fidelidade a Deus;


b) Consolador: conforta e reanima o povo — Livro da Consolação (Is. 40-5 5), ápice desta
profecia;
c) Edificante: a palavra de Deus ensina, corrige e educa na justiça;
d) Exortativo: faz um chamamento, alerta o povo para a pureza e santidade;

9) CISMA

Israel se divide política e religiosamente e se precipita para o desmoronamento por causa de


sua infidelidade. O povo eleito perde sua razão de ser, não havia mais remédio para a rebeldia
de Israel e o castigo é a última coisa que Deus utiliza para que seu povo se converta. Assim:

• Do Templo de Salomão não fica pedra sobre pedra;


• A Arca da Aliança, sinal de presença de Deus desaparece para sempre;
• A Terra concedida por Deus, converte-se em terreno baldio;
• Povo de Deus, escolhido por Ele é lançado no meio das outras nações;

Em 586 Nabucodosor com seu poderoso exército invade Jerusalém e reduz a nada a antiga
glória salomânica (II Cron. 17-20). É a última etapa de purificação. No exílio começa-se a
descobrir que a dor e o sofrimento são meios para a educação do povo. Tem valor formativo e
construtivo dentro do plano de Deus. A dor, a solidão, o silêncio e a cruz entram no plano de
Deus para educar-nos e formar-nos embora nem nós, nem ninguém o compreenda.

Estamos diante do último capitulo de preparação para a vinda de Jesus, mais do que nunca na
História da Salvação, quem leva adiante o plano de Deus não são os sábios e poderosos deste
mundo, mas os pequenos e simples, os pobres de Javé, pobres não economicamente e
socialmente, mas em disposição interior voltadas para Deus. Esse longo peregrinar do povo
42
escolhido foi coroado por uma mulher. (cf. Is 7). Nela chega ao cume a preparação que
precedeu a vinda do Messias. Seu nome era Maria e morava numa aldeia ignorada pelo
Antigo Testamento (Nazaré da Galiléia). Ela é o final glorioso de todas as etapas preparatórias
à vinda do Salvador e o laço de união com o Novo Testamento. Com ela e nela se cumpre a
promessa maior e mais importante que Deus tenha feito ao homem caído.

10) CONCLUSÃO

A História da salvação nos mostra, portanto, o projeto de Deus após o pecado


original, Deus, apesar de nossa desobediência no paraíso, sempre procurou reatar a Aliança
que nós mesmo rompemos com Ele. Com Abraão e todos os patriarcas, aprendemos exemplos
de homens limitados, pecadores, que ouviram a voz de Deus e foram tementes a Ele, homens
simples, que foram obedientes a Deus e foram, pelos desígnios de Dele, fundamentais para a
edificação do povo escolhido e a preparação da vinda de Cristo.

43
OS EVANGELHOS

A palavra “Evangelho” vem do grego “evangélion” que quer dizer “Boa Notícia”. Para os
apóstolos era “aquilo que Jesus fez e disse” (At 1,1). É a força renovadora do mundo e do
homem. A igreja reconhece como canônicos (inspirados por Deus) os quatros Evangelhos:
Mateus, Marcos, Lucas e João. O três primeiros são chamados de “sinóticos” porque podem
ser lidos em paralelo, já de o São João é bastante diferente. Existem também evangelhos
apócrifos que a Igreja não reconheceu como Palavra de Deus. São os de Tomé, de Tiago, de
Nicodemos, de Pedro, os Evangelhos da Infância, etc. eles contém verdades históricas junto
com narrações fantasiosas e heresias.

Os Evangelhos são simbolizados pelos animais descritos em Ez 1,10 e Ap 4,6-8: o leão


(Marcos), o touro (Lucas), o homem (Mateus), a águia (João). Foi a tradição da Igreja nos
séculos II a IV que tomou esta simbologia tendo em vista o início de cada evangelho. Mateus
começa apresentando a genealogia de Jesus (homem); Marcos tem início com João no
deserto, que é tido como morada do leão; Lucas começa com Zacarias a sacrificar no Templo
um touro, e João começa com o Verbo eterno que das alturas desce como uma águia para se
encarnar.

Jesus pregou sem nada deixar escrito, mas garantiu aos Apóstolos na última Ceia, que o
Espírito Santo os faria “relembrar todas as coisas” (Jo 14, 25) e lhes “ensinaria toda a
verdade” (Jo 16,13). Desta promessa, e com certeza, a Igreja que nasceu com Pedro e os
Apóstolos, sabe que nunca errou o caminho da salvação. De 20 a 30 anos após a morte de
Jesus os Apóstolos sentiram a necessidade de escrever o que pregaram durante esses anos,
para que as demais comunidades fora da Terra Santa pudessem conhecer a mensagem de
Jesus. Os Evangelhos são conjuntos de Livros Inspirados, portanto palavra viva de Deus, que
trazem os ensinamentos, milagres e a narração da morte e gloriosa ressurreição de nosso
Senhor Jesus Cristo. Foram escritos por discípulos ou seguidores de Jesus, todos nos anos
seguintes à Ascensão de Cristo aos Céus. Os Evangelistas são: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Destes, Mateus e João foram discípulos diretos de Jesus, enquanto Marcos e Lucas,
seguidores destes.

O principal propósito dos Evangelistas é demonstrar que Jesus de Nazaré é o Messias


prometido e enviado por Deus a todo o povo de Israel e a todos os homens. Visam, também,
levar a Boa-Nova da Salvação a todos, mediante o Batismo, o arrependimento dos pecados e a
conversão dos costumes. Cada Evangelista tinha um propósito específico ao escrever seu
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Evangelho. Isso porque eram dirigidas às comunidades cristãs fundadas em diferentes lugares,
conforme a conversão e a propagação do Cristianismo. Todos foram traduzidos para o grego,
língua universal na época.

Evangelho de Mateus

Mateus foi um dos doze Apóstolos de Cristo, exatamente aquele que Jesus chamou para
segui-lo, quando se encontrava em um posto de cobrança de taxas, pois era cobrador de
impostos. Jesus disse: “Vem e segue-me. O homem levantou-se e o seguiu”(Mt 8,9).

O Evangelho de Mateus é o primeiro que aparece na Bíblia. É o primeiro que foi escrito em
Israel e em Aramaico, por volta do ano 50. Serviu de modelo para Marcos e Lucas. O texto de
Mateus foi traduzido para o grego, tendo em vista que o mundo romano da época falava o
grego. O texto aramaico de Mateus se perdeu. Já no ano 130, o Bispo Pápis, de Hierápolis, na
Frígia, fala deste texto. Também Santo Irineu (200), que foi discípulo de S. Policarpo, que por
sua vez foi discípulo de S. João evangelista, fala do Evangelho de Mateus no século II.
Comprova-se aí a historicidade do Evangelho de Mateus. Ele escreveu para os judeus de sua
terra, convertidos ao cristianismo. Era o único dos apóstolos habituado à arte de escrever, a
calcular e a narrar os fatos. Compreende-se que os próprios Apóstolos o tenham escolhido
para esta tarefa. O objetivo da narração foi mostrar aos judeus que Jesus era o Messias
anunciado pelos profetas, por isso, cita muitas vezes o Antigo Testamento e as profecias sobre
o Messias. Um de seus principais pontos é o ensino de Jesus sobre as “Bem-Aventuranças”,
bem como o dramático confronto de Jesus com o demônio, no deserto.

O Autor demonstra claramente que Jesus é o “Rei de Israel”, vindo da Casa de Davi, e o
Redentor do Homem. Mateus descreve de modo bastante intenso o processo de prisão,
condenação, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Seu relato termina com a declaração
missionária de toda a Igreja: “Ide e fazei com que todas as nações se tornem discípulos.
Batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinai-as a observar tudo que vos
ordenei. Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos”. (Mt 28,16 e ss).

Evangelho de Marcos

O segundo Evangelho relatado no Novo Testamento é o de Marcos. Marcos não foi discípulo
direto de Jesus, mas seguidor dos Apóstolos, especialmente de Pedro, que o chama de filho
(1Pe 5,13). Foi também companheiro de São Paulo na primeira viagem missionária (At 13,5;
Cl 4,10; 2Tm 4,11).

45
Ao que parece, foi o primeiro a escrever a vida de Jesus, antes mesmo de Mateus, e isso por
volta do ano 50-55 d.C. Seu nome aparece nos “Atos dos Apóstolos”. É o menor de todos e o
menos sistemático na apresentação dos temas. Marcos nos apresenta Jesus como “O Grande
Servo de Israel”, que veio ao mundo para “Sacrificar-se pelos homens”. Como Mateus,
Marcos relata a Ressurreição de Cristo, primeiro às mulheres, como a Maria Madalena, e em
seguida a seus Apóstolos. Marcos termina seu Evangelho de forma também missionária. “Ide
por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer será salvo; o que
não crer será condenado”. ( Mc 16,15 ).

Evangelho de Lucas

Lucas não era judeu como Mateus e Marcos, mas pagão de Antioquia da Síria (Cl 4,10-14).
Era culto e médico. Ligou-se profundamente a São Paulo e o acompanhou em trechos da
Segunda e terceira viagem missionária do apóstolo (At 16,10-37; 20,5,21). No ano 60 foi para
Roma com Paulo (At 27, 1-28) e ficou com ele durante o seu primeiro cativeiro (Cl 4, 14; Fm
24) e acompanhou Paulo no segundo cativeiro (2Tm 4,11). A Tradição da Igreja dá
testemunho deste Evangelho.

O texto foi escrito em grego, numa linguagem culta e há uma afinidade com a linguagem e a
doutrina de São Paulo. Foi escrito por volta do ano 70. Como escreveu para os pagãos
convertidos ao cristianismo, não se preocupou como o que só interessava aos judeus.
O evangelho de Lucas é talvez o mais gracioso em estilo e em citações de fatos do nascimento
e da infância de Jesus. O próprio evangelista nos diz que tentou se informar de todas as
palavras, ações e milagres de Jesus. Ao que tudo indica, colheu informações inclusive de
Maria, relatadas principalmente no início de seu Evangelho. É Lucas quem nos relata a
anunciação do anjo Gabriel a Nossa Senhora, o nascimento de Jesus numa gruta de Belém, a
visitação de Maria a sua parente Isabel (mãe de João Batista), o episódio do menino Jesus aos
12 anos discutindo com os doutores da Lei no Templo de Jerusalém, etc.

Mateus mostra um Jesus como Mestre notável por seus sermões – o novo Moisés, Marcos o
apresenta como o herói admirável (o Leão da tribo de Judá – Ap 5,5), Lucas se detém mais
nos traços delicados e misericordiosos da alma de Jesus. É o evangelho as salvação e da
misericórdia. É também o evangelho da Espírito Santo e da oração. E não deixa de ser
também o evangelho da pobreza e da alegria dos pequenos e humildes que colocam a
confiança toda em Deus. Foi Lucas quem também narrou o Livro “Atos dos Apóstolos”, onde
se narram os fatos, viagens e acontecimentos da vida dos primeiros cristãos, principalmente
de Pedro e Paulo.

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Evangelho de João

São João era filho de Zebedeu e Salomé e irmão de Tiago maior. Testemunhou tudo o que
narrou, com profundo conhecimento. É o “discípulo que Jesus amava” (Jo 21, 40). Este
Evangelho foi escrito entre os anos 95 e 100 d.C, provavelmente em Éfeso onde João residia.
João não quis repetir o que os três primeiros evangelhos já tinham narrado, mas usou essas
fontes. Escreveu um evangelho profundamente meditado e teológico, mais do que histórico
como os outros. Contudo, não cedeu a ficções ou fantasias sobre o Mestre mostrando
inclusive dados que os outros evangelhos não têm.

O último evangelista canônico do Novo Testamento é o Apóstolo João, o mais jovem


seguidor de Cristo, autor também do último Livro da Bíblia, o “Apocalipse”, ou Livro das
Revelações. O Evangelho de João é de cunho eminentemente “Espiritual”, pois enfatiza a
todo o momento o caráter Divino de Jesus. Não que os demais Evangelistas não o façam, mas
em João essa característica é fundamental. Por esse motivo, João inicia sua narração com seu
famoso “Prólogo”, onde diz que “O Verbo era Deus”. E ainda: “E o Verbo se fez carne e
habitou entre nos”.

Pela leitura atenta de seu Evangelho, percebe-se que João já supunha conhecida, por seus
leitores, a vida de Jesus, narrada pelos demais evangelistas, e que desejava completar de modo
mais “teológico” o que os seus colegas escreveram. De fato, segundo os estudos de
especialistas bíblicos, o cristianismo já se encontrava bastante difundido por todo o império
romano, e não havia a necessidade de se estender muito sobre o cotidiano de Jesus, e sim
sobre sua divindade e harmonia com Deus-Pai. Ainda assim, é emocionante o relato dos
milagres de Jesus, como a ressurreição de Lázaro, a cura do cego de nascença e outros, com
todo seu colorido diálogo e riqueza de imagens que os caracterizam. A parte final de seu
Evangelho, a partir do capítulo 14, é um estudo sublime de alta teologia, onde Nosso Senhor
Jesus Cristo explica sua origem Divina, sua relação com Deus-Pai e a vinda do Espírito Santo,
“que vos lembrará de tudo que Eu vos disse, e vos ensinará outras tantas coisas”. É nesse
momento que Jesus ora: “Para que todos sejam um, como nós somos um, Ó Pai”.

47
OS SACRAMENTOS.

O que é um sacramento?

O Sacramento é um sinal ou ação visível. Sendo sinal externo quer insinuar que ele indica e
simboliza algo, uma realidade. Pôr exemplo: fumaça é sinal que há fogo em algum lugar.
Assim também existe nos sacramentos um sinal visível que é apercebido pelos nossos
sentidos, pôr ex.: água, óleo, pão e vinho ou palavras que são proferidas. Pelo material Deus
quer conduzir os homens ao espiritual. Sacramentos são sinais sagrados instituídos pôr Jesus
Cristo que conferem ao homem a graça de honrar a Deus, santificar sua alma e praticar a
caridade e a justiça.

Quais são os sacramentos da Igreja?

Os sacramentos da nova lei foram instituídos por Cristo e são sete, a saber: o Batismo, a
Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio.
Os sete sacramentos atingem todas s etapas e todos os momentos importantes da vida do
Cristão: dão à vida de fé do cristão origem e crescimento, cura e missão. Nisto existe uma
certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual. CIC 1210

Deus Oferece a todos os homens a sua graça, mas a colaboração do homem e indispensável
para que a graça produza o seu efeito.

01 - Batismo

O santo Batismo é o fundamento de toda vida cristã, o pórtico da vida no Espírito (“vitae
spiritualis ianua”) e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismos somos
libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, e
somos incorporados à Igreja e feitos participantes em sua missão. CIC 1213. Disse Jesus a
Nicodemos: Em verdade te digo, quem não nascer da água e do Espírito Santo não poderá
entrar no reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espirito é
espirito. Não te maravilhes que tenha dito: necessário vos é nascer de novo. (João 3,1-5).

O valor do Batismo. Pôr que o batismo é o sacramento mais necessário?

Assim é necessário que todos se convertam a Cristo e sejam incorporados em Cristo, no seu
corpo, pelo Batismo. O Batismo é necessário para todos os homens, porque só pelo Batismo
recebemos vida nova em Cristo. Quem quiser participar da vida da graça deve ser primeiro
batizado, pois sem o batismo os outros sacramento não podem ser recebidos validamente.
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Muitos homens recebem o batismo de desejo, isto é, se conhecesse o valor e a necessidade do
batismo, ele receberia o sacramento e faria tudo o que fosse necessário para cumprir a vontade
de Deus e se salvar. Ele será salvo por caminhos e meios que são conhecidos só ao Divino
Espirito Santo.

Também o Batismo de sangue substitui o batismo das águas. Recebem o Batismo de sangue
os mártires que sofrem uma morte violenta pôr amor de Cristo antes de serem batizados com
água , são batizados no seu próprio sangue. Quem perder a sua vida pôr minha causa, salvá-la-
á. (Mateus 10,39).

O que é o Batismo?

O Batismo que nos salva, não consiste em uma remoção das impurezas do corpo, mas é um
compromisso solene de uma consciência boa para com Deus, pela ressurreição de Jesus
Cristo, Mas quando a bondade de Deus apareceu, ele salvou-nos na sua misericórdia pelo
banho regenerador no Espirito Santo. O Batismo é o sacramento em que o homem renasce de
água e do Espirito Santo para a vida nova em Cristo. Já no Antigo Testamento encontramos
várias figuras e símbolos a respeito do valor e do sentido do batismo. Ex.: o dilúvio, só se
salvou quem estava na arca. Só se salva quem se batiza. A passagem pelo mar vermelho. Os
Israelitas deixaram a terra da escravidão para entrarem na terra da promessa. Quem se batiza é
libertado do pecado, para viver a liberdade dos filhos de Deus.

Pelo Batismo o homem é regenerado para participar da vida divina, é incorporado em Cristo,
inserido no seu mistério, é morto, sepultado e ressuscitado com Ele. Recebe o Espirito de
doação, transformando-o assim num verdadeiro adorador que o Pai procura. Mas o Batismo é
apenas o início ou ponto de partida da vida Cristã. O cristão consegue somente a plenitude da
vida em Cristo quando pratica a fé e se engaja ativamente na comunidade cristã, participando
da vida e missão da igreja.

Quais são os efeitos do Batismo?

Quem ouve e aceita a Boa Nova de Cristo recebe pelo batismo a cidadania no reino de Deus.
Deus o recebe com grande bondade como seu filho. João escreve: Vede que amor nos tem o
Pai. Seu amor é tão grande que somos chamados filhos de Deus e de fato, o somos. (1 João
3,1). O amor de Deus sempre está perto e o acompanha em todos os seus caminhos, e
mesmo ele esquecendo de Deus, o amor do Pai persegue o filho ingrato.

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O Batismo é administrado só uma vez. Quem foi batizado pertence a Deus para sempre, foi
marcado com um selo sagrado, o Espírito Santo foi colocado no seu coração. (II Cor1,22; Ef
4, 5-6). Pelo Batismo somos filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo: o batismo apaga em
nós o pecado original e nos comunica a vida nova da graça de Cristo: (graça santificante),
nos aceita na comunidade dos fiéis Igreja) e nos faz herdeiros da glória do céu.

Pôr que a Igreja batiza crianças?

O Batismo é antes de tudo uma graça de Deus que Ele oferece gratuitamente ao homem e
também às crianças. Porque então negar esta graça às crianças? O pecado original também
existe nas crianças (Sl 50) . Pôr que não tirá-lo pelo batismo? Pelo batismo a criança torna-se
filha de Deus e membro do corpo de Cristo. Se cremos na comunhão dos Santos, isto é: todos
os fiéis que pertencem a igreja pelo batismo, participam da sua vida e suas graças pôr que
então excluir as crianças desta vida? A Igreja batiza a criança, porque também ela necessita
do batismo e tem direito de participar dos frutos da obra redentora de Cristo desde o início de
sua vida.

Compromisso do Batismo

Quem foi batizado, está obrigado perante Deus e a comunidade cristã de professar a sua fé,
dedicar-se ao apostolado da Igreja, dar testemunho de uma vida cristã na oração, honestidade,
justiça e caridade.

Símbolos do Batismo

O óleo dos catecúmenos - O espírito de Cristo deve penetrar na vida do cristão e fortalecê-lo
na luta contra as forças do mal. Como o óleo penetra na pele da criança, assim Cristo penetra
na vida da pessoa.
Unção com óleo da Crisma - Sacerdotes e reis antigamente eram ungidos com óleo. A unção
do batizando na testa significa que ele de agora em diante participa do sacerdócio e realeza de
Cristo.
Veste Branca - é símbolo de que o cristão foi revestido de Cristo, veste da graça.
Vela acesa - na alma da criança foi acesa uma nova luz, luz da graça, da fé, que deve ser
conservada até o fim da vida.

02- Confirmação ou Crisma

Com efeito, “pelo sacramento da Confirmação (os fiéis) são vinculados mais perfeitamente à
Igreja, enriquecidos da força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados

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à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo devem difundir e defender tanto por
palavras como por obras”. CIC 1285

Crisma: porque é unção com óleo da Crisma.

Esta unção deveria ser o resultado de uma opção consciente do jovem cristão, uma
confirmação daquilo que ele recebeu no Batismo. Pelo Batismo ele foi introduzido na
comunidade cristã. Pelo sacramento da Crisma ele confirma pessoalmente este ingresso.
Confirma e ratifica a decisão que os pais e padrinhos tomaram em seu lugar na hora do
Batismo. Pôr isso, é o sacramento dos que já chegaram a uma certa maturidade na fé.

Confirmação, uma decisão pessoal

Envolve uma opção consciente. O cristão, deixou de ser criança, recebe o Espírito Santo e
sabe que se espera dele agora, pôr isso a crisma também é chamada sacramento do
apostolado, sacramento da maturidade ou sacramento da juventude cristã. Neste sacramento o
cristão recebe as graças ou os dons do Espirito Santo para professar firmemente a sua fé.

O sacramento da Crisma não é de absoluta necessidade para a salvação. Mas para o cristão
crescido na fé, é um encontro consciente com Deus e com a comunidade. E num país como o
nosso, onde tanta gente pára no bê-a-bá da religião e nunca mais evolui espiritualmente,
podemos concluir que este sacramento deve ser muito mais valorizado e vivido. Na Crisma
recebemos a Espírito Santo com os seus dons, para entender e viver os ensinamentos da nossa
fé e construir um mundo melhor no amor, santidade, verdade e justiça.

• O crisma é um óleo santo perfumado bálsamo e bento solenemente pelo bispo. Assim como
o óleo fortalece o corpo, a confirmação deve fortalecer a alma. O bálsamo impede putrefação
e espalha um odor agradável. Indica que o crismando deve se preservar da podridão do
pecado e espalhar o odor da virtude cristã.
• O sinal da cruz na testa significa que foi impresso na alma do crismando um caráter sagrado
e indelével e que ele nunca deve se envergonhar da cruz, mas confessar francamente o Cristo
crucificado.

03 - Eucaristia

A Santa Eucaristia conclui a iniciação cristã. Os que foram elevados à dignidade do


sacerdócio régio pelo Batismo e configurados mais profundamente a Cristo pela
Confirmação, estes, por meio da Eucaristia, participam com toda a comunidade do próprio

51
sacrifício do Senhor. CIC 1322.

São João começa o seu relato da última ceia em Jerusalém com as palavras: percebendo Jesus
que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam
no mundo, amou-os até o fim. Nesta ocasião Jesus entregou aos apóstolos seu grande
testemunho de amor, a Eucaristia, que é o cume, a coroa do amor de Deus para com os
homens. Na celebração da Eucaristia Jesus se oferece em sacrifício pôr todos nós, e ao mesmo
tempo se dá em alimento a todos os fiéis.

A Eucaristia é o mistério da nossa fé, mas também é o mistério do amor. E o ápice da nossa
religião, é o centro e ponto culminante de toda a vida de comunidade.
Ela é o memorial da morte e ressurreição do Senhor, é o sacramento de piedade, sinal de
unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo. A Alma se enche de
graça e nos é concebido o penhor da glória futura. A Eucaristia é fonte e coroa de toda a
evangelização porque torna presente a Cristo, autor da salvação.

Deus é um pedagogo sábio e prudente.

Muitos séculos antes de dar aos homens a sagrada eucaristia, ele preparou seu povo para este
mistério de amor. Figuras, símbolos e acontecimentos nos Antigo e Novo Testamentos,
preparou o espírito do homem, mostrando valor, sentido e eficácia deste sacramento.

Exemplos

- O sacrifício de Melquisedec indica a matéria da Eucaristia, pão e vinho.


- Quando Jesus mudou a água em vinho, Ele provou que também tem poder de mudar vinho
em seu sangue.
- Na multiplicação dos pães Jesus prova que tem poder absoluto sobre o pão, e que o pão
eucarístico não se acaba para ser dado em alimento aos homens nas fraquezas de sua vida..
- Como Abraão devia sacrificar seu único filho, Deus oferece seu único filho Jesus no
sacrifício da cruz que é posto presente em cada missa.
A Eucaristia é o alimento maravilhoso que Deus oferece ao seu povo na viagem para a
eternidade, é o verdadeiro pão do céu.

Quando e como Jesus prometeu instituir a Sagrada Eucaristia?

Foi na sinagoga de Cafarnaum que Cristo prometeu aos judeus o sacramento da Eucaristia. O
pão que eu vos darei é minha carne para a vida do mundo. Então os Judeus murmuravam
entre si e diziam: como este nos pode dar a sua carne para comer? Jesus respondeu: “Em

52
verdade, em verdade eu vos digo, se não comeis a carne do Filho do Homem e não beberdes o
seu sangue então a vida não entrará em vós. Quem come minha carne e bebe o meu sangue
terá a vida eterna e eu o ressuscitarei no dia do juízo. Pois a minha carne é verdadeiro
alimento e o meu sangue a verdadeira bebida”. (cf. Jo 6).

A Sagrada Eucaristia nos conta: na noite antes de ser traído, Ele tomou o pão, agradeceu,
partiu-o e deu-o aos discípulos com as palavras: “Tomai e comei todos vós, isto é o meu
corpos que é entregue pôr vós. Tomai e bebeis isto é o meu sangue da nova e eterna aliança
que será derramado pôr vós para remissão dos pecados”. Com estas palavras Jesus instituiu a
Eucaristia, que é banquete e sacrifício ao mesmo tempo. Corpo que é imolado e oferecido a
comer. Sangue que é derramado e oferecido a beber. E o memorial da morte e da ressurreição
de Cristo.

Encarregou os apóstolos de fazer em sua memória o que tinha feito. Eles cumpriram esta
ordem e as transmitiram aos seus sucessores. Assim a Igreja celebra continuamente a
Eucaristia em memória do Senhor até Ele voltar no fim dos séculos.

Eucaristia fonte de amor e união

A Eucaristia nasce do amor e gera amor. A Eucaristia quer fortalecer o amor fraterno entre os
homens a fim de que todos vivam em perfeita união de paz e justiça. As próprias espécies
usadas na Eucaristia indicam este sentido. Muitos grãos de trigo formam uma hóstia e muitas
uvas espremidas oferecem o vinho da consagração, para que a hóstia e vinho consagrados
fazem de muitos um só corpo, uma só família, a família de Cristo, a Igreja.

A Eucaristia cria em nós corações, transformados pelo amor, fazendo a nossa convivência
neste mundo mais humana, mais digna, mais cristã. Esta participação autêntica e consciente
significa e realiza supressão de tudo o que divide os homens e efetua o encontro de todos a
um nível superior, onde toda oposição fica eliminada. A Eucaristia torna-se assim o grande
instrumento da aproximação dos homens entre si. Toda vez que os homens de coração sincero
receberem este Sacramento sentem entre si um novo impulso para se relacionar mais entre si,
respeitando os direitos dos próximos e cumprindo os seus deveres na sociedade humana.

Como devemos comungar

O fruto espiritual da comunhão depende em grande parte do nosso modo de comungar. A


comunhão exige uma preparação espiritual e corporal. Condição essencial para uma boa e
válida comunhão é estar em estado de graça, isto é, livre de todo o pecado grave. Quem

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indignadamente comer deste pão, come e bebe a sua própria condenação. Antes de tudo cada
um examine cuidadosamente a sua consciência, se está em estado de graça. Quem julgar estar
em pecado grave, deve primeiro receber o sacramento da confissão. Não basta rezar
simplesmente o ato de contrição.

Quem quiser comungar deve ter a reta intenção, isto é, sentir o desejo de receber Jesus para
santificação da sua vida. Nunca comungar pôr outros motivos. Ex.: pôr influência, pôr
vaidade, para ser visto e considerado piedoso, por rotina ou para fazer gosto para as outras
pessoas. Seriam comunhões inválidas, prejudicando a vida espiritual da nossa alma. Quem
quiser comungar prepare-se cuidadosamente pôr atos de piedade, humildade e fé. Se
conscientize bem da sublimidade da santa comunhão. Toda a humildade, piedade e fé é pouco
diante de tão grande mistério. A preparação corporal consiste no jejum eucarístico, isto é,
abster-se uma hora antes da comunhão de qualquer alimento, sólido e líquido, a não ser água.
Quem for comungar venha decentemente vestido, roupa limpa e decente, primar pela
simplicidade e modéstia como convém ao ato. A comunhão exige o máximo respeito e
reverência.

04 - Penitência

“Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o


perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram
pecando, e a qual colabora para sua conversão com caridade, exemplo e orações”. CIC
1422.

Deus nos aceitou como amigos, podemos nos sentar a sua mesa, mas nem sempre
correspondemos ao seu amor e nem sempre ouvimos a sua voz. Não obedecemos seus
mandamentos e não amamos os irmãos como Ele nos amou. Sentimos em nós a inclinação
para o mal, embora nos esforcemos por fazer o bem, praticamos o que é desagradável aos
olhos de Deus. (Rom 7,19). Também no mundo em que vivemos ao lado das belezas e
riquezas, descobrimos muitos males. O mal se avoluma ao nosso redor e parece que não há
forças para detê-lo. Diariamente ouvimos falar de assassinados, seduções, opressões,
violências, torturas, sexo desenfreado, miséria, fome, guerra, ódio e vingança, até os que se
gloriam do nome de cristão, fazem coro nesta ladainha de crimes.

Mas onde superabundou o pecado, superabundou também a graça. Deus não abandona o
homem no seu pecado. Ele não quer a morte do pecador , mas sim que ele viva e se converta.
Ele oferece o seu perdão, nos deu o sacramento do perdão. Depois da filiação Divina, o

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perdão é o melhor dos Dons de Deus. Depois de nos ter dado a sua amizade o perdão é o ato
mais bondoso de Deus. Cristo que veio restabelecer a amizade entre Deus e os homens, nos
trouxe o perdão, que chamamos Penitência ou Confissão.

Deus ama o pecador?

Deus é amor. (cf. IJO 3). O amor que nunca se acaba, que tudo compreende e tudo perdoa. O
amor que não se esquece de ninguém, nem do mais ingrato pecador. Deus é o amor que crê e
confia no homem, mesmo que o homem se afaste de sua lei e da sua casa. Deus é o pai que
espera ansiosamente a volta do filho. O amor levou Deus a tal ponto, que não poupou seu
filho único, mas o entregou à morte na cruz para salvar o que estava perdido. (Jo 3,16).

Jesus nos conta as mais belas parábolas, que nos mostra o quando Deus nos ama. Recordamos
as parábolas: A Dracma Perdida (Lc 15,8-10); As Cem Ovelhas (Mt18,11-14);
O Filho Pródigo (Lc 15,11-32).

Mas não apenas pelas parábolas conhecemos o amor de Deus para com os pecadores,
sobretudo através das atitudes de Jesus. Lembramos apenas algumas : A Mulher adúltera, A
Samaritana, O Paralítico: ‘filho tenha confiança teus pecados te serão perdoados’, O Bom
Ladrão: ‘ainda hoje estará comigo no paraíso’. Em verdade, Jesus ama e persegue os
pecadores com seu amor para salvá-los. Jesus institui o sacramento da penitência com as
palavras: recebei o Espirito Santo, a quem vos perdoardes os pecados serão perdoados, a
quem os retiverdes serão retidos. (cf. Jo 20).

Por que devemos nos confessar a um sacerdote?

Cristo estabeleceu como norma que o perdão dos pecados nos viesse através de terceiros, da
mesma forma como os outros sacramentos. Instituindo aos apóstolos e seus sucessores como
seus intermediários: a quem vos perdoardes os pecados, a eles serão perdoados. Quando há
pecado grave é necessário se confessar antes de receber a Sagrada Comunhão. Mas é justo e
conveniente que confessemos os pecados leves afim de nos humilhar e purificar também das
faltas pequenas.

O sacerdote nos ajuda com seus conselhos e Cristo nos ajuda com a sua graça para emendar a
nossa vida. Confessar-se, deveria ser o motivo de máxima alegria para você, homem.

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Modo de se confessar

O sacramento da penitência não é um ato de momento, mas exige um caminhar, um progredir


pôr diversos etapas. A preparação, a confissão dos pecados, a ação de graças e finalmente a
etapa de executar o que prometemos na confissão. Geralmente falamos em cinco partes, que
exige a boa confissão:

1- Exame de consciência – cair em si e refletir sobre a vida que esta vivendo.


2- Arrependimento - Colocar-se diante de Deus e se arrepender dos pecados.
3- Bom propósito - a promessa de melhorar.
4- A confissão - Acusar-se humildemente ao padre, dos pecados cometidos.
5- A satisfação - Cumprir a penitência dada pelo sacerdote, tentar não pecar mais.

Para nós humanos, é muito difícil não pecar mais. Mas pelo menos tente!

05 - Unção dos Enfermos

“Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, a Igreja toda entrega os
doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os alivie e salve. Exorta os
mesmos a que livremente se associem à paixão e morte de Cristo e contribuam para o bem do
povo de Deus. CIC 1499.

Cristo está perto de nós. Durante toda a nossa vida nos acompanha. Ele se lembra de uma
maneira especial dos doentes. Para eles instituiu um sacramento próprio. Neste Sacramento,
Cristo se encontra com os enfermos e lhes trás conforto nas dores da doença.

O que é o sacramento dos Enfermos?

Pela Santa Unção dos enfermos, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, que sofreu e
foi glorificado. O sacerdote pede ao Senhor que Ele os alivie e salve, e exorta os doentes a
unirem-se livremente à Paixão e Morte de Cristo e contribuírem assim para o bem do povo de
Deus. O Sacramento dos enfermos é o sacramento instituído pôr Cristo para conferir ao
doente força e ânimo nas suas dores, alimentar a esperança e lhe perdoar os pecados.

Quem deve receber este sacramento?

A Extrema Unção, que também melhor pode ser chamada Unção dos Enfermos, não é um
sacramento só dos que estão no fim da vida, certamente já é tempo oportuno para recebe-lo,
quando a pessoa começa pôr doença ou pôr velhice, a estar em perigo de morte. Durante

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muito tempo este sacramento foi considerado com sacramento dos moribundos. Pôr isso foi
chamado extrema ou última unção. Era considerado prenuncio da morte ou bilhete de ingresso
no céu.

O sacramento dos enfermos tem mais o sentido de confortar o doente. Pode ser ministrado as
pessoas com doença grave, com idade avançado, e antes de uma operação grave.
O sacramento dos enfermos conforta o doente, perdoa o pecado quando não é possível uma
confissão e muitas vezes restitui a saúde. (cf. Ti 5, 13ss.).

06 - Ordem

A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos
continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é portanto o sacramento do
ministério apostólico. Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado. CIC
1536.

Por que Cristo instituiu o sacerdócio?

Cristo é o único Sacerdote que está no meio do Antigo Testamento. Ele é o chefe de todo o
culto que se oferece ao Pai. E o enviado do Pai. Na Igreja, Cristo ainda hoje continua na sua
função sagrada, pois é Ele que prega e administra os sacramentos. No seu sacerdócio Eterno
que recebeu do Pai, Ele continuou celebrando o sacrifício santo e imaculado que é a missa,
continua tirando o pecado do mundo nos sacramentos do batismo e da penitência, continua
curando os doentes, no sacramento dos enfermos, abençoando as famílias na sacramento do
matrimônio. Ele continua pregando a palavra de Deus, ajudando, aconselhando e consolando
o seu povo. Do seu sacerdócio eterno Cristo fez participar o Papa, os bispos, os padres e
diáconos. Cristo entrega sua tarefa santificadora a homens dentro da própria comunidade
humana, para realizar a salvação e santificação de todos. Cristo oferece seu poder de
consagrar, dar seu corpo em comunhão, perdoar os pecados, pregar a santa palavra a homens
pôr ele escolhidos e predestinados.

Quem é o sacerdote?

O sacerdócio é um chamado de Deus. Deus toma a iniciativa, corno aconteceu com os


apóstolos. Cristo chamou Pedro, João, Tiago (Mt 10,2-4). Ele não considera a classe social e
nem cultura ou a raça dos escolhidos. Ele chama a quem ele quer. Ser sacerdote, portanto não
é mera função jurídica. Não como que a comunidade pudesse escolher. Ele é chamado e
instituído pôr Deus. Nem o sacerdote pode arvorares desta dignidade e nem uma vez aceita

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esta missão, pode renunciá-la, como se fosse um funcionário público ou operário que pede sua
conta e procura outro trabalho.

Opção Sacerdotal - opção irrevogável

Uma vez que o sacerdote aceita o chamado de Deus e se ordena livremente, a sua opção é
irrevogável. Ele começa um novo gênero de vida, ele se consagra de uma maneira total,
radical a Deus e a serviço dos homens. Ele não é sacerdote a prazo, mas para sempre. Te és
sacerdote in eterno, para sempre, no tempo e na eternidade. Naturalmente a comunidade tem o
direito e o dever de se manifestar a respeito de idoneidade e dignidade do candidato ao
ministério sacerdotal.

Critérios para vocação

Também os responsáveis pela formação e ordenação dos seminaristas, futuros sacerdotes


devem procurar descobrir se existe no candidato sinais autênticos de sua vocação sacerdotal.
Pôr exemplo: amor à oração, disposição a servir aos outros, amor à igreja, espírito de
renúncia, carisma do celibato, dotes intelectuais suficientes para sua missão, bom trato ao
próximo, etc. O sacerdote é sacer-dote, um sagrado dote de Deus à humanidade, que pertence
exclusivamente a Deus e ao serviço de Deus junto aos homens. Daí tudo o que ele fizer e
disser deve trazer um cunho sacerdotal, deve ser sacerdotalizado.

Sacerdote homem da fé e oração

O sacerdote é o homem da oração, o homem de Deus que vive em Deus e para Deus. Pela
oração constante, profunda e fervorosa ele leva uma vida de íntima união com Deus.
Seria um grande prejuízo para a própria comunidade se o sacerdote se esquecesse da oração,
se dedicando exageradamente a atividades externas. O sacerdote é o homem da fé, ele vive da
fé. A fé o ilumina nas suas decisões e atitudes, a fé o sustenta, conforta e anima nas decepções
da vida. Evangelizar instruir os fiéis nos ensinamentos divinos, conforta-los com as
esperanças que emanam da palavra de Deus, é uma das principais tarefas do sacerdote.

Qual o relacionamento que deve haver entre sacerdotes e fiéis?

O sacerdote vive para o comunidade, mas também precisa da comunidade, para seu sustento
físico e espiritual. A sua missão nem sempre é fácil, muitas vezes ele é pedra de contradição,
porque aceitou o desafio de Moisés: conduzir um povo a seu destino. É necessário que o padre
encontre na comunidade, onde ele trabalha um clima de compreensão mútua, perdão e amor,
que formam a alma de toda a família cristã. Entre padre e fiéis deve existir clima de

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confiança, amor, respeito e ajuda mútua nos trabalhos pastorais e sobretudo oração recíproca.
- -i
07- Matrimônio

“A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da
vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da
prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor”. CIC
1601.

O matrimônio poderá ser chamado também: a consagração dos pais. Pois por este sacramento
é santificada a família e consagrada ao Senhor, para ser um pequeno santuário, uma igreja
doméstica, onde pai e mãe dentro do sacerdócio comum dos fiéis realizam a sua missão. É o
sacerdócio da família.

O que é a família do plano de Deus?

A família é a imagem de Deus, pois ela revela Deus no mais íntimo do seu mistério. Pois
Deus não é solidão, mas é família, Pai, Filho, Espírito Santo; a Família Divina. Homens e
mulheres são chamados pôr deus para um vida de íntima comunhão e amor. Esta vida tem
como modelo e fonte o amor de Cristo pela sua Igreja.

Por que os católicos recebem o sacramento do matrimônio?

Já no paraíso, Deus uniu homem à mulher pôr um vínculo sagrado. Jesus elevou esta aliança à
dignidade de sacramento. Os noivos que recebem este sacramento, estão dispostos a fazer
uma aliança para a vida toda e se comprometem mutuamente viver unidos no amor e
fidelidade até a morte os separar. Muitos não conhecem e nem prezam o valor e a importância
do sacramento do amor conjugal. Devido a pouca instrução religiosa ou pôr comodismo e
descuido, já não procuram o casamento religioso, contentando-se com o casamento civil.

Por isso, os esposos cristãos são robustecidos como que consagrados para os deveres e
dignidade de seu encargo pôr um sacramento especial. Imbuídos do espírito de Cristo,
desempenham a sua missão conjugal e familiar e se aproximam cada vez mais de sua própria
perfeição e mútua santificação.

O sacramento do matrimônio une os esposos para uma santa e indissolúvel aliança e lhes
oferece as graças necessárias para cumprirem os seus deveres de esposos e pais.

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Missão da família na sociedade de hoje

Sobretudo a família tem sido a grande transmissora de valores culturais, éticos e espirituais,
que ela transmitiu de geração em geração. Sobretudo no plano religioso e cristão ela tem sido
o principal e as vezes, o único canal pelo qual se comunicou a fé dos pais aos filhos em várias
gerações. O tempo presente precisa do testemunho vivo de uma família sadia, íntegra na sua
moral e sua fé. Neste mundo de ódio e perturbação, precisamos do testemunho de uma família
onde esposo e filhos no seu relacionamento cotidiano são instrumentos e ministros do amor de
Cristo.

Contra os ídolos do egoísmo, do dinheiro, do poder e do prazer de consumir demasiadamente,


a família cristã coloca o seu valioso contra testemunho de uma vida de fé e de renúncia em
humildade e modéstia servindo a Deus e ao seu próximo. No meio de tantas famílias
desajustadas e frustradas, a família cristã coloca hoje o testemunho da igreja doméstica que
apesar de uma eventual pobreza e sofrimento vive feliz, porque vive unida na fé, no amor e na
oração. A família hoje, deve possuir coragem de acolher para si um estilo de vida simples e
modesta em contraste com a cultura e espírito consumista do mundo moderno.

Metas da educação hoje

Educação para uma fé madura. A fé é a luz na vida do homem que lhe mostra a estrada para
seu último destino, Deus. A experiência mostra quanto é importante na vida do homem e da
sociedade a fé em Deus. Educação para o serviço. Desde cedo o jovem deve aprender a
renunciar aos interesses próprios e abrir-se para as necessidades dos outros, sentido-se
também responsável pelo crescimento e desenvolvimento da comunidade onde vive.

Educação para a transformação. A educação deve sempre levar em consideração a realidade


de hoje, onde a maioria dos homens vive numa situação de miséria e sofrimento, devido ao
egoísmo dos homens e as grandes injustiças sociais. Daí é preciso formar personalidades
fortes, capazes e dispostas a colaborar na transformação das estruturas pecaminosas para
construir um mundo de amor, de harmonia e fraternidade.

Educação para o amor

Num mundo que prega o amor livre e onde a vida sexual é desvirtuada do sublime plano de
Deus, é de máxima importância que os filhos recebam dos país, da escola e da igreja uma
sólida educação para a grandeza, santidade e sentido do amor. Amor que é capaz de servir,
renunciar a si mesmo e doar-se para fazer a felicidade do outro. De máxima importância é

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hoje uma sadia e sincera educação sexual, para que os jovens possam enfrentar a onda da
pornografia e da imoralidade que hoje destroi maliciosamente todo sentimento do pudor,
castidade e pureza, para propagar a liberdade do amor e do sexo.

Os que dizer dos que não são casados religiosamente?

Há casais ambos solteiros e desimpedidos, que vivem juntos, mas, pôr ignorância, descuido e
outros motivos, não contraíram matrimônio religioso, vivem amasiados, como diz o povo.
Por uma catequese eficiente, pôr conselhos e convites deve se fazer tudo para que eles
procurem receber a sacramento do matrimônio, para saírem do pecado e participarem ativa e
vivamente da vida da igreja: porque só depois de casados na Igreja podem adquirir o direito
de receber os sacramentos, a confissão, comunhão e crisma. Enquanto não estiverem casados
na igreja eles vivem numa união ilícita, no pecado, pôr isso também não podem receber os
sacramentos da igreja.

Muito mais delicado, porém, é o caso dos que já contraíram uma vez casamento religioso ou
civil com uma pessoa mas pôr uma insuperável incompatibilidade de caráter e temperamento
ou pôr outros motivos se separaram e agora vivem em companhia de um outro, talvez em
plena harmonia e com grande número de filhos. Conscientes de sua situação, pôr verdadeiros
motivos de fé desejam agora participar da vida e dos sacramentos da Igreja. infelizmente estes
casos hoje se repetem inúmeras vezes.

O que dizer a estes casais?

Sem dúvida estes casos, merecem da parte da igreja toda atenção, compreensão e ajuda
fraterna, pois a igreja, como mãe, não pode rejeitar os que a procuram na sua aflição e
angústia. Seria antievangélico e desumano desprezar ou julgá-los. De outro lado, a igreja
também não pode abdicar da indissolubilidade e unidade do matrimônio, pois não é uma
simples lei disciplinar da igreja, mas a indissolubilidade matrimonial tem como fundamento a
própria palavra de Cristo.

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HISTORIA DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA

Igreja — (Grego), Eclesia = Casa de encontro;


Católica — (Grego), Universal para todos;
Apostólica = Apóstolo = Seguidor, Aprendiz;
Romana = Sede da Igreja, fundada em Roma.

IGREJA ANTIGA OU PRIMITIVA

• Pentecostes + ou - no ano 36 d.C., Atos 2, 1-13, “... vinda do Espírito Santo sobre os
apóstolos e Maria em Jerusalém...” O Espírito Santo desce como línguas de fogo,
presença de Deus (Epifania) — “Transforma” homens fracos e despreparados em
intrépidos pregadores do Jesus Ressuscitado, o Cristo.

As comunidades se destacam, (a repartição do bens, caridade imensa), a consciência de ter


que se formar comunidades onde a fração do pão e as orações em comum criam uma união
fraterna entre os homens.(cf. At 2,42ss). Refeição em comum, como sinal de acolhimento ao
seio da comunidade. Os apóstolos são assíduos pregadores dos ensinamentos de Jesus,
lançando assim a liturgia da Palavra, como outro pilar da vida Cristã (Atos. 2,42).

Pedro, sempre colocado como chefe e guia da vida Cristã das comunidades. Já aqui nestes
tempos temos o Batismo (do Grego mergulho) incorporação ao corpo Místico de Cristo, pela
imposição das mãos, há a transmissão dos dons aos batizados.

• Concílio de Jerusalém (ano 49); divide cristãos, (aceitam a boa nova) e Judeus (ficam
presos às Leis de Moisés). Pedro participa deste.

• Perseguição Romana — inicia no ano de 64, Nero quer justificar incêndio em Roma,
morre Pedro e Paulo, termina perseguições e no ano de 313, promulga o Edito de Milão
pelo Imperador Constantino, filho de Santa Helena. Estima-se 100.000 mártires (Mártir -
Grego = Testemunho).

• Ano de 325 — Concílio de Nicéia: inicia a oração do Credo ou Creio, como determinante
de nossa fé — Santo Anastácio Bispo de Alexandria.
• Ano de 355 - PAPA LITIRIO, o primeiro a usar o titulo de Papa.
• Ano de 380 - dito de Tessalônica - Teodósio (Imperador), religião Católica Romana é
religião oficial do Império.

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• Ano de 390 — Imperador Teodósio divide o Império Romano em 2, do Ocidente —
Capital Roma, do Oriente — Capital Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul na
Turquia), e nunca mais se uniram.

Início da instrumentação da fé pelo Estado, este fato custará muito caro à pureza da vida
baseada no Evangelho, a instituição só será novamente livre em 1929, com tratado de Latrão
que concede ao Papa o Vaticano como sede da Santa Sé.

• Século IV a VII — Período dos Padres da Igreja ou Santos Padres, homens de fé e de


capacidades intelectuais avantajadas. Colocam a literatura Cristã bem com o modo de
vida social Cristão dentro de parâmetros aceitos até hoje. Destaques como Santo
Agostinho e São Gerônimo (Bíblia Vulgata). Ano de 431 — Concílio Éfeso —
Maternidade Divina de Maria. Ano de 451 — Caldecônia — afirma a dupla natureza de
Cristo, Humana e Divina.

• Concilio de Elvira Séc. IV — Instaura Celibato nesta Diocese, medida regional que com o
tempo se espalha.
• Igreja Primitiva — romper com Judaísmo para ser Universalista, tornando-se aberta e não
uma assembleia fechada de pessoas que se digam santas e irrepreensíveis. Aceita todo o
povo e os convida a serem Santos e pecadores, propondo para isto o Sacramento da
Reconciliação e não mais oferendas e sacrifícios.

Ano de 476 — Fim do Império Romano Ocidental — invasão dos povos Bárbaros, deposição
de Rômulos Augusto, pelos Germanos.

IGREJA NA IDADE MÉDIA - SÉCULO V AO SÉCULO XV

• Idade Média - Idade da Fé, estruturação da Igreja como Instituição.

Alta Idade Média (Séc. V ao Séc. X) — Forma e desenvolve o Feudalismo.


Baixa Idade Média (Séc. X ao Séc. XV) - Decadência do Feudalismo.

Idade Média compreende a queda do Império Romano do Ocidente (476) à tomada


Constantinopla pelos Turcos Muçulmanos em 1453, ou queda do Império Romano do
Oriente. A queda do Império Romano causou uma desagregação social e comercial,
empobrecendo o povo e apagando o “brilho” das cidades. O povo perde a Cultura e o idioma
latino, comum à todos, migram para o campo onde cultivam a terra para subsistir, a grande

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massa camponesa agora é pobre e analfabeta. A Igreja mantém em meio a isto o idioma latino
e parte da sua estruturação hierárquica é baseada na do Império. Como exemplo os
paramentos dos padres ainda hoje lembram as Togas Romanas.

• O distanciamento entre povo e Clero foi inevitável e marcante. Surge assim as devoções
populares, como: Rosário, Via Sacra, devoção aos Santos e Mártires, às relíquias, como
uma forma de manter o contato com Deus.
• Como a Igreja entra neste período mais bem preparada já que manteve o idioma único e a
“biblioteca” com os conhecimentos de então, a instituição se aproxima dos Reis e
Governantes, para tentar de todas as formas reestruturar o Império.

Com a fragmentação do território do antigo Império, as fortalezas (cidades fortificadas por


muros) adquirem grande autonomia e influência, todas as terras circunvizinhas são
propriedade do Nobre, ele as cede a quem bem queira, em regime de concessão em troca de
fidelidade, seja na partilha da colheita, seja na participação em guerras. Houve a
particularização do Estado, cada senhor faz sua Lei.

Como quase todos são analfabetos, a palavra empenhada (juramento) tem valor inestimável,
sendo a base de todas as relações. Logo a traição e a mentira são abomináveis. Nesta
sociedade, a ignorância é total, a força espiritual, o etério e inexplicável domina o homem,
enchendo-o de medo e pavor, Reis e Camponeses curvam-se frente dos membros da Igreja,
pois estes detinham conhecimentos extraordinários, como plantar, cultivar o solo, construção
de grandes obras, plantas medicinais (herança dos conhecimentos Greco-Romanos), além das
“coisas de Deus”.

• A Igreja nesta época se caracteriza pela vida monástica (Mosteiros) onde os homens se
afastam do mundo para viver perto de Deus, o contingente das Igrejas havia “inchado”
muito, com perda de qualidade do fiel, logo estes fiéis querem se recolher, se isolar
(Monásticos — Grego = solitário; eremita — latim = eremus = deserto), surge assim a
vida religiosa e as ordens religiosas.

Ano de 529 — Mosteiros de Monte Cassino ou mais tarde Mosteiro de São Bento — Monges
Beneditinos, são os monges que se espalham pelo Continente Europeu. Ao redor destes
mosteiros, cidades surgiram. São Bento é o pai da Europa, cultura Europeia soma bárbaros,
romano e fé Católica. Nestes tempos a conversão dos bárbaros era a meta principal para
formar novamente o Império, caracteriza esta ação a conversão de Rei dos Francos, Clóvis e

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de 3 mil guerreiros seus à fé Católica, bem como a atuação de São Patrício entre os Anglo
Saxões.

• Ano 750 - Pepino o Breve, retoma os territórios Pontifícios (Capital Roma) dos
Lombardos, e os devolve à Igreja, permanecendo como propriedade da Igreja até 1870.

Nos anos 800 a Igreja se une aos Germanos (genericamente chamados de bárbaros), com a
coroação de Carlos Magno (pelo Papa Leão III), vislumbre de um Império Cristão e de uma
Cristandade Universal.

Séc. VII - surge Maomé e o Islã, sepultando o sonho de uma humanidade unida em Cristo.

A união entre igreja e império (poder Civil e poder Religioso) será causador de intrigas e luta
pelo poder, afastando a fé do centro das preocupações da Igreja da época.

BAIXA IDADE MÉDIA SÉC. X À SÉC. XV

• Época do florescimento da Cultura Religiosa Cristã. É Conhecido como período


Escolástico, São Thomaz de Aquino é desta época.

Ano 910 - As ordens de Clumy (derivam dos Beneditinos) e Cister serão as fontes de onde
sairão grandes Pastores para a Igreja e para os Homens, mantendo em meio a grandes desvios
da sociedade da época o fervor e o respeito aos Evangelhos.

• Ano 1100 - As ordens Mendicantes - Franciscanos e Dominicanos, surgem como antítese


ao Clero da época que estava bastante corrompido pelas riquezas e condutas libertinas. A
simplicidade, humildade e pobreza pregadas nos Evangelhos serão sublimadas e levadas
às últimas consequências. O testemunho destes homens mudaram a concepção de fé então
vigente. São Columbano institui a confissão auricular e particular, com absolvição
imediata (na Gália, futura França).

Nestes tempos, praticamente todos os cargos Episcopais e Abaciais, foram postos à venda, era
nomeado quem oferecia mais dinheiro e fidelidade ao soberano, o nomeado por sua vez
apoderava-se dos bens da “sua” Igreja para pagar seus compromissos. É de se admirar que
mesmo em meio a tantos problemas e dificuldades a Igreja tenha desempenhado sua missão
Evangelizadora/Redentora e nunca tenha faltado homens e mulheres dignos e santos para seus
quadros.

Simonia — Comércio das coisas sagradas. Nícolaísmo — Não observância do celibato, o

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nome é em relação ao Papa Nicolau I, que no Séc. LX, fez grandes reformas na estrutura da
Igreja. Nepotismo Atribuir cargos à parentes — Nepoti - (Italiano) = sobrinho. A entrega de
cargos e/ou benefícios era uma cerimônia chamada investidura. Muitos padres, abades, bispos
até cardeais eram “investidos” de sua autoridade, desta forma constituindo um grave abuso de
intromissão do poder temporal (Rei ou Imperador) nos assuntos religiosos/espirituais, com
conseqüência desastrosas para ação pastoral e evangélica da Igreja..

• No ano de 1075 - Papa Gregório VII (o Papa mais importante da Idade Média), vai se
opor firmemente a isto, proíbe todos religiosos a aceitar investidura dos Ofícios Sagrados.

Ano de 1076 - Imperador do Santo Império Romano Germânico, Henrique IV, sentindo-se
atingido convoca dieta (assembleia) em WORMS. Declara o Papa Gregório VII deposto, e a
excomunhão do monarca, foi a resposta do Papa. Para o contexto da época era um golpe fatal
ao Imperador que “arrependido” enfrenta o frio e os Alpes e durante 3 dias espera à frente do
castelo, onde o Papa se encontrava, para ser perdoado. Recebendo perdão Henrique IV retorna
à Alemanha, reúne exército e ataca a Itália (territórios pontifícios) para prender o Papa. Os
Normandos expulsam os alemães, porém saqueiam Roma. O Papa, desolado, retira-se para
Salermo, onde, esgotado pelas fadigas e dores, morre em 1085, deixando a frase "Amei a
justiça, odiei a iniquidade, por isso morro no exílio”.

• Ano de 1099 - Convocada as cruzadas pelo Papa Urbano II, no Concílio de Clermont. A
motivação religiosa é determinante para a Cristandade tentar tomar dos Turcos os locais
santos (Jerusalém), bem como evitar seu avanço sobre o continente e permitir que os
peregrinos católicos cheguem em segurança à terra santa.

Ano 1100 - A primeira Cruzada, comanda por Godofredo de Bulhão, foi a única que
conseguiu tomar Jerusalém.

Ano de 1122 - Concordata de Worms, resolve a questão das investiduras, onde os bispos
seriam eleitos pelo Clero, recebendo do Papa o legado ou investidura espiritual, simbolizado
pelo BÁCULO e ANEL. A Igreja sai deste conflito podendo eleger seus designados aos
cargos que bem entendesse, converteu-se na mais poderosa instituição da Europa Feudal. As
Catedrais góticas expressam em pedras a fé do povo deste tempo.

Ano de 1230 - A III Cruzada é chamada Cruzada dos 3 Reis Católicos — Rei Ricardo
Coração de Leão(Inglaterra), Rei Felipe Augusto (França), Frederico Barba Roxa
(Alemanha).
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• Ano de 1200 - Primeira Universidade para estudos Teológicos e Filosóficos, é a de Paris,
terreno doado pelo Padre Sorbone, depois vieram Oxford , Salamanca e outras.

• Ano de 1198-1216 - Papa lnocêncio III - Papa que teve maior poder na história da Igreja.
Sua idéia sobre a missão do papado eram radicais para seu tempo, na vacança do cargo de
papa um Cardeal deveria assumir, e não ser nomeado pelo Imperador um sucessor, até a
eleição, pelo conclave (conclave – latim = fechar com chave). Foi Tutor de Frederico II
(Imperador Alemão). supremo senhor feudal na Sicília e Inglaterra, mais alta autoridade
moral da Europa em seu tempo. Seu poder era supra Nacional e ele se impunha sobre os
Reis e Imperadores como representante de Deus sobre a terra.

Convocou o maior Concílio da Idade Média o IV Latrão (1215). onde define-se a Doutrina da
Transubstanciação, dever Cristão de Confessar e Comungar no tempo Pascal, propagação da
Fé e cura da alma como tarefa dos Bispos, aprova as Ordens Franciscanas e Dominicanas.
Seu pontificado de quase 20 anos colocou a Igreja no centro de todas as grandes decisões
religiosas e temporais, nada acontecia sem sua anuência. Deu inicio as obras da construção do
Vaticano. Morreu em Perugia, vitimado pela peste em 1216, em seu leito de morte foi
assistido por São Francisco de Assis.

Com a morte de Inocêncio III, entra em declínio a Cristandade unida pela fé, sob égide do
Papa. Também o sistema feudal entra em decadência; uma burguesia emergente
(comerciantes, principalmente) começa a se destacar na sociedade, junto com revoltas de
camponeses e operários. Uma mentalidade Capitalista (visão de lucro, salários, etc...)
começam aparecer.

• Ano de 1232 — Tribunais da Santa Inquisição - Gregório IX, tribunais locais, submetidos
ao Papa (direito Canônico), criados para solucionar, a princípio, questões doutrinárias e
disciplinares da Igreja. Para fugir das violências cometidas pelos senhores feudais,
baseados nas Ordálias Divinas, o povo pede para ter intermediação da Igreja em outras
questões (nesta época não há Direito Civil algum). Muitas injustiças e exageros foram
cometidos, mas muita correção nos modos também A tortura como meio de se obter
confissão é aceita na época como um meio legal dentro do processo investigativo.

Ano de 1290, São Luiz IX. tomba mortalmente ferido, próximo a Jerusalém, sem poder
alcançá-la, morre assim o último cavaleiro cruzado.

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• Ano de 1300— Papa Bonifácio VIII e Rei Felipe, o Belo (França) entram em conflito pela
disputa do direito de aplicação da justiça. Os legalistas do Rei descobrem o direito
Romano e conseguem assim justificar melhor seus atos.

Felipe manda falsificar uma bula Papal. Provocando um mal estar junto à população Francesa,
com este argumento, tropas marcham para Roma e prendem o Papa. Este, logo morre, sem
receber nenhum apoio do outros Reis Católicos, este episódio marca claramente a perda de
poder temporal do Papa e a individualização dos Países, sentido de nacionalidade fica mais
definido.

• Ano de 1348 — Peste Negra mata 1/3 da população Europeia. Surge aqui a caricatura da
morte como esqueleto com a foice numa mão (ceifar vidas) e ampulheta na outra (é
chegado o momento), o povo procura misericórdia Divina (procissão dos flagelantes) para
suas mazelas e não encontra respostas.

• Ano de 1309-1378 — Os Papas de Avinhão — Papa Clemente V, Bispo Francês, eleito


por interferência do Rei, muda-se para Avinhão, feudo da Igreja na França. Permanecem
seus sucessores (quase todos Franceses) neste local até 1378, quando Gregório XI à
pedido de Santa Catarina de Siena volta à Roma, mas logo morre. Este período é
conhecido também como Cativeiro de Avinhon, em lembrança ao Cativeiro da Babilônia.

Os Bispos em Roma elegem Urbano VI e os Bispos em Avinhão elegem Clemente VII, dois
Papas, uma igreja — CISMA do OCIDENTE — permanecem estas divergências (houve um
tempo com “3 Papas” — Avinhão, Roma e Pisa), até 1417.

• Ano de 1414 — 1418 — Concílio de Constânça, convocado pelo Imperador Cigismundo


da Alemanha, determina a renúncia dos Papas e antipapas em favor de Martinho V, que
era consenso das 3 facções envolvidas, reunindo em torno de si a Igreja e fazendo um
pontificado de 14 anos.

Ano de 1453 — Queda de Constantinopla sob domínio Turco Muçulmano, caracteriza o fim
do império Romano do Oriente e da Idade Média.

IDADE MODERNA

• Séc. XV queda Constantinopla 1453 — Rev. Francesa 1789 - Séc. XVIII.

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Caracterizada pela mudança no modo de produção feudal (agrícola) para produção capitalista
(visando lucros). Socialmente, temos a ascensão e predomínio da burguesia e a afirmação do
humanismo. Politicamente, ocorre afirmação do poder Real através das Monarquias
Absolutistas e a consolidação do Estado Nacional.

Na Religião ocorre a maior crise pela qual passou a Igreja com a quebra da unidade Católica,
com aparecimento do Protestantismo (1517). Nas ciências as invenções da pólvora, bússola e
a imprensa alteram em definitivo os destinos da humanidade, assim como descobertas, das
novas terras, e expansões marítimas.

HUMANISMO - Estudo da Cultura Greco Romana, em que o homem é o centro e a razão de


tudo — antropocentrismo.

RENASCENÇA - Constitui o desenvolvimento da cultura humanista leiga e antropocêntrica,


Itália é o berço e centro da Renascença.

MECENAS - Autoridades que favorecem e protegem os artistas — Leonardo da Vinci


(Monalisa, Santa Ceia), Michelangelo (capela Cistina, Pietá, Davi), Rafaello (Madomas).

A Renascença, também afeta as ciências, na qual o Cristianismo e o método experimental são


pilares para novo desenvolvimento, a rejeição frontal ao místico e ao mágico traz ao homem
um espírito crítico, curioso e objetivo frente aos fenômenos do mundo. A experimentação e
análise de resultados justificam tudo.

• Nicolau Copérníco ( era padre) - Teoria Heliocentrica;


• Galileu Galilei — Telescópio, Movimentos Terrestre;
• J. Kepler — Órbita elíptica dos astros;
• Isac Newton — Lei da Gravidade;
• André Versálio — Pai da anatomia humana.

A Igreja nesta época, tem os Papas envolvidos com as artes e a política Europeia. O poder
Papal estava em declínio desde o cisma ocidente (Avinhão) e se acentua com a Renascença
que prega a negação do divino/místico. A Cúria vive em extremo luxo, cada Cardeal tem seu
palácio e sua Corte, os custo são muito elevados, impostos, taxas e indulgências são usados
para levantar dinheiro junto aos fiéis. Os mosteiros perdem o rigor e entram em decadência.
Vocação religiosa perde espaço para interesses econômicos e sociais, a disciplina religiosa
desaparece.

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Neste contexto os clamores por reformas na Igreja se avolumam. Porém, isto não foi levado à
sério pelas autoridades eclesiásticas, criando o clima favorável ao protesto do monge
agostiniano Martinho Lutero em 1517.

• Martinho Lutero — Entre 1515 e 1517 viveu uma forte crise pessoal e religiosa, a solução
lhe pareceu estar na compreensão da justiça de Deus, que ele colocou em Rom. 3, 28, a
expressão máxima desta sua compreensão. Entrementes, começa na Alemanha, onde
Lutero morava, o recolhimento de esmolas através de indulgências, para a conclusão da
Basílica de São Pedro. O Bispo Tetzel, ao propor a indulgencia comete alguns excessos e
passa explorar a credulidade popular. Lutero se revolta contra isto e propõe 95 teses para
um debate acadêmico sobre assuntos políticos, dogmas de fé e vida religiosa, entre 1517 e
1520. Todas as tentativas de reaproximação com a Igreja foram frustradas e em 1521
Lutero é excomungado pelo Papa Leão X, após recusar-se a se retratar.

Lutero fixou residência em Witemberg (seu antigo convento), se casou com a ex-freira
Catarina Bora, teve filhos e morreu em 1546.

Dieta de Spira (1529) — Proíbe a expansão do Luteranismo, os príncipes de 6 cidades


protestam contra, (de onde vem o nome protestantes).

• Edito de Mantes (1598) — Rei Henrique IV da França promulga lei de tolerância


religiosa, pois ele era protestante e a grande maioria do povo francês, católica. Na
Alemanha, dividiu em Países menores e apropriou-se de terras da Igreja por príncipes e
nobres protestantes. Imposição do idioma alemão-saxônico, pois a Bíblia Protestante fora
traduzida por Lutero. O casamento dentro do “novo clero” é aceito.

• Na Inglaterra, o Rei Henrique VIII, apoiado por um advogado, Tomas Cromweli, se


proclama chefe da Igreja Inglesa e assim anula seu casamento com Catarina de Aragão
(católica) e pode se casar com Ana Bolena; surge a Igreja Anglicana que tem cerimonial
Católico, teologia Calvinista (caracterizada pela austeridade e zelo religioso).

• Contra Reforma ou Reforma Católica — diante da rápida expansão protestante, as reações


reformistas dentro da Igreja tiveram espaço, 2 acontecimentos marcantes:

Papa Paulo III em 1540, aprova a ordem fundada por Santo Inácio de Loyola “Companhia de
Jesus” que tem na missiologia da pregação, sua maior virtude. As escolas Jesuítas se
espalham por toda Europa, América e Oriente. Os Jesuítas eram homens de grande formação

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teológica cristã e muito disciplinados, foram Baluartes na defesa da fé Católica em todo
mundo de então.

• Concílio de Trento — convocado por Paulo III em 1545. Durou até 1563 com Pio IV.
Suas diretrizes governam a Igreja por 400 anos até o concílio Vaticano II em 1965. O
Concílio trouxe uma renovação moral, jurídica e disciplinar. Colocou a Igreja como
mediadora, guardiã e interprete da palavra revelada, esta é fonte de graças através dos
sacramentos. Os sacerdotes são os que oferecem o autêntico sacrifício, distintos assim dos
leigos (afastou mais ainda o povo de participar da missa). Matrimônio é sacramental e
indissolúvel, necessidade de registros paroquiais de batizados e casamentos. Atesta a
veneração ao santos, como exemplo a serem seguidos, heróis de fé. Manteve a unidade
dentro de um contexto de divisões, Igreja é o Corpo Místico de Cristo. Determina a
necessidade de nossa cooperação dentro do projeto da salvação através dos sacramentos,
do testemunho de fé e das obras. Criação Seminários para formação do clero. Papa Pio V,
canonizado no séc. XVIII, patrocinou a edição do catecismo romano, de 1566, a da Bíblia
Vulgata em 1568. Proclamou São Tomás doutor da Igreja.

• Papa Gregório XIII (1572-1585) — Fundou a Universidade dos Jesuítas, denominada


gregoriana, reformou o calendário Juliano da época baseado em estudos mais adequados
do tempo em relação à vida de Jesus Cristo = Calendário Gregoriano. Organizou os
cânticos sacros em métrica e rimas definidas, acordes de anjos ou celestiais — Canto
Gregoriano

• Papa Sisto V (1585 — 1590) — Inicia a revisão da Vulgata.


• Papa Clemente VIII — 1592— Conclui revisão Bíblica, com a edição Sisto-Clementina
da Bíblia latina.
• No séc. XVIII a Europa tem no absolutismo real seu regime político. Basicamente, isto
quer dizer que todos os poderes estão nas mãos dos reis, a ingerência nos assuntos da
Igreja é inevitável galicanismo. Os reis se consideram herdeiros divinos, logo a unidade
política dependerá de unidade religiosa do povo. Religião Católica é oficial dentro deste
Estado e o rei torna-se seu defensor. A Igreja é o braço do Estado responsável pelo
assistencialismo (responsabilidade pelos órgãos, doentes e velhos, surgem assim os
orfanatos, hospitais — casas de misericórdias, asilos). A partir do séc. XVII a França é a
grande potência Católica, daí todas as questões envolvendo o alto clero neste País vai
influenciar os outros países e a Igreja como um todo.

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1673 — Rei Luís XIV reivindica o direito de regalia de todas as dioceses e abadias, que diz
que, em caso de sede vacante, o rei receberia a rendas e poderia nomear o titular.
1682 — A assembleia geral do clero da França se curva ao poder real e aceita o galacanismo.

• Papa Inocêncio XI ( 1667-1689) não aceita a intervenção real que agora é lei na França,
cria-se o impasse, Bispos indicados pelo rei não são aceitos pelo Papa.

Núncio apostólico Francês (espécie de diplomata que representa a santa sé) é expulso e os
territórios de Avinhão que pertencem à Igreja são tomados. 1801 - Napoleão e Pio VII
revogam as Leis Galicanistas e a renovação do episcopado francês é feito pelo Papa.

• No início do Séc. XVIII, quase todos fiéis faziam a Páscoa, o povo escutava atentamente
aos grandes pregadores (as homilias duravam horas). Surgem novos estatutos religiosos
(trapistas, passionistas, redentoristas, etc...) Um forte sentido de unidade e uma sincera
aspiração à santidade dá a um grupo exíguo de sacerdote e leigos a vida e exemplo da
Igreja pós-tridentina, mas o quadro social é mais complexo e amplo, a Igreja é rica e o
segmento clerical é dominante na sociedade e goza privilégios, a Igreja se acomoda frente
ao pauperismo do povo e das causas que o motivam, segura de si não se envolve com seu
povo. Esta igreja é também autoritária e agora suspeita de tudo que vem do mundo
secular, fortemente influenciado pelo protestantismo. A incompreensão e intolerância,
bem como medo e ignorância geram episódios dolorosos como os de Galileu Galilei, que
quase foi queimado na fogueira por blasfêmia.

A ausência de uma base Bíblica e Litúrgica leva à incompreensão da piedade Divina. Grande
parte da população é analfabeta e não entende latim, mantido no Concílio de Trento com
língua oficial da Igreja. Acentua-se as devoções populares como manifestações de fé do povo,
práticas de fé exteriores como culto aos Santos Padroeiros, às relíquias. Porém nem sempre se
convertiam em mudanças interiores.

O MOVIMENTO ILUMINISTA

• É o movimento filosófico ocorrido no séc. XVIII, em que a razão (e somente ela) é a base
do entendimento sobre o homem, mundo e sociedade. As conquistas científicas justificam
o universo, a razão humana está no centro, a teoria teocêntria da Idade média é colocada
como retrógrada, Filósofos iluministas criticam fortemente as desigualdades sociais, as
monarquias absolutistas e pregam a intolerância à religião.

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Expoentes iluministas sociais, meados séc. XVIII;

Montesquieu — Separa Poder em 3: Legislativo, Judiciário e Executivo, seu livro. O


Espírito das Leis;
Voltaire — Prega o deísmo, religião da natureza, existe um Deus único, autor do
Universo, mas incapaz de agir neste universo.
Rousseau — Igualdade social, democracia, sua obra principal: “O contrato Social na
Economia”.
Adam Smith — Inglês estabelece a lei da oferta e da procura, surge a escola liberal;
Quesnay e Gournay — Deus estabeleceu leis naturais perfeitas, quanto menos intervenção
do homem melhor. Deixai fazer, deixai passar, o mundo se auto regula.

A ENCICLOPÉDIA

Edição da idéias iluministas em forma de livros, eram vendidos a baixo preço e escrito no
idioma local, logo alcança grande repercussão no seio da sociedade. Os filósofos e
economistas também expõem suas idéias em viva voz nas praças e nos salões, por terem clara
tendência anticlerical. Os estragos na imagem da Igreja foram profundos e determinantes no
futuro do povo Europeu ocidental, principalmente Católico.

A MAÇONARIA

Deriva das corporações de pedreiros e construtores da idade média, os segredos das grandes
obras góticas eram passados de geração em geração. Seus ritos e métodos sempre foram
sigilosos. Início: Séc. XVIII, burgueses intelectuais e aristocratas se filiam às associações de
construtores e começam a introduzir nestas entidades aspectos mais voltados ao social a
filantropia. Com o tempo, novas doutrinas são incorporadas na busca de um aperfeiçoamento
filosófico do homem, fora e acima das religiões e dos governos. Inglaterra (171), várias
“lojas” se juntam sob uma só designação e é eleito ou nomeado o primeiro Grão Mestre. A
partir daqui os maçons se espalham rapidamente. A maçonaria contempla todos os homens
sob uma única religião, que está acima de todas, onde o “grande Arquiteto do Universo”
recebe honras e reconhecimento, sem, contudo, aceitarem nada sobrenatural. É a demolição
da ordem atual religiosa e social, para a reconstrução da verdadeira fraternidade humana sob
sua égide. O Iluminismo antropocêntrico favoreceu muito a disseminação da maçonaria na
Europa. Nos Séc. XVIII e XIX, era moda negar a religiosidade. Desde o início a Igreja se
coloca contra as ideias da maçonaria.

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Extinção da Companhia de Jesus

Pela sua grande expansão os Jesuítas causaram desconfortos nas ordens mais antigas e
principalmente nos protestantes e maçons. No séc. XVIII havia 669 colégios e outros tantos
pequenos institutos Jesuítas, onde 22.600 religiosos serviam. Era de longe a maior e mais
influente ordem religiosa, porém, este sucesso não deixaria de ter um preço. Ideologicamente,
os Jesuítas eram contrários às idéias iluministas. Assim sendo eram um obstáculo e a
destruição da influência da Igreja sobre o homem da época teria que passar pela destruição da
Companhia. Uma enorme quantidade de boatos acusatórios começam a surgir para denegrir a
imagem dos Jesuítas. O exemplo que envolve o Brasil Colônia caracteriza esta ação: Marques
de Pombal (que era maçon) levanta a possibilidade de que o atentado sofrido pelo Rei D. José
I teria sido possível pois seu confessor era Jesuíta e este levou informações valiosas aos
possíveis agressores. A partir deste fato o governo Português expulsa os jesuítas de suas terras
e das colônias. Estamos em 1759. Outros fatos semelhantes explodem por todos os lados e em
1773 o Papa Franciscano Clemente XIV extingue a Companhia, pelo BREVE DOMINUS AC
REDENTOR NOSTER. Em 1814, o Papa Pio VII restabelece a Companhia, porém, nunca
mais recobrará seu esplendor.

• A Segunda metade do séc. XVIII acontecem 2 dos mais importantes fenômenos da


humanidade:

Revolução industrial

Pelo emprego das máquinas à vapor o homem consegue multiplicar as capacidades


produtivas, encurtar as distâncias, aumento as possibilidades de lucros, amplia as
necessidades de matérias primas, alimentando assim o expansionismo colonial. O liberalismo
econômico massacra o homem do proletariado e grandes injustiças trabalhistas são cometidas,
a questão social nas cidades agora industrializadas tornam-se gravíssimas. Os burgueses
(classe média) ascendem dentro do poder político pois eles tem muito dinheiro.

Revolução francesa

Ocorre paralelamente à Industrial entre os anos 1789-1799. Caracteriza-se pela ruptura com o
antigo regime medieval. Seu lema igualdade, liberdade e fraternidade, se difunde por todo o
mundo, levando o homem deste tempo a questionar a ordem sócio-econômica e política,
almejando melhorias para a vida do homem comum. A França era o País símbolo do antigo
regime feudal, monárquico e absolutista. Uma forte crise econômica e a fraqueza de caráter
do Rei Luís XVI levam a edolir a revolução.

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• Características mais importantes:
- Tomada da Bastilha pelo povo — prisão onde ficavam os inimigos da monarquia,
muitas vezes injustamente presos.
- Declaração dos direitos do homem
- Divisão do poder civil em 3 poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
- Países vizinhos temem pelas consequências e coligam-se para se defenderem sentido
isto os revolucionários mais radicais (Robespierre, Danton e Marat) tomam o poder,
colocam o povo contra o clero e nobres, o massacre explode, a guilhotina funciona a
todo vapor.
- O culto extremado da razão levou ao deísmo, a profanação das Igrejas, assassinato
em massa de padres e religiosas que não juravam obedecer à constituição civil, Papa
Pio VI confronta o Estado.
- O terror atinge até lideres extremistas e Robespierre é guilhotinado em 1795,
conservadores retomam o poder, é o fim do terror.
- Grande desordem social, economia e política se segue, em jovem General de nome
Napoleão Bonaparte manobra habilmente dentro do poder revolucionário, começa sua
ascensão.
- Final da Idade Moderna, temos uma nova ordem social baseada no Iluminismo
racionalista e antropocêntrico, na economia a industrialização e o colonialismo
contrapõem-se à agricultura medieval, geograficamente a Europa está desarrumada
pelas guerras Napoleônicas, as fronteiras foram apagadas, a Igreja sofreu enormes
perdas.
- 1799 Papa Pio VI tem os estados pontifícios tomados pela França.

IDADE COMTEPORÃNEA - 1800- ATUALIDADE

• A igreja mantém atitude conservadora perante as mudanças políticas liberais, apoia a


criação da Santa Aliança encabeçada pelo Czar Russo Alexandre I, que pretendia defender
as monarquias Europeias, que fossem atadas pelos liberais, até 1830. Foi reprimido ideais
mais fervorosos.

Papa Pio VII retorna os Estados da Igreja em 1801 através de medidas diplomáticas, aceita
coroar Napoleão. Este toma a coroa de suas mãos e se auto coroa dentro da Catedral de Notre
Dame. Humilhando o Papa, invade novamente os estados pontifícios e faz o papa prisioneiro
da França até 1814. Congresso de Viena (1815) — Restruturar o mapa da Europa após
convulsões da revolução e das guerras Napoleônicas. Durante este congresso, o Cardeal

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Consalve secretário do Vaticano e sob ordens de Pio VII. Consegue de volta os territórios
pontifícios, mas na Itália de então, estas extensas terras legítimas da Igreja eram motivo de
cobiça. Com a política estando nas mãos agora dos burgueses/liberais um movimento anti
clerical foi orquestrado, principalmente pelos maçons, pregando que a Igreja era um
empecilho para o progresso da sociedade civil.

Após 1840 nova onda revolucionária busca maiores direitos civis previstos em constituição.
Redução das injustiças sociais causadas pela revolução industrial e pelo capitalismo.

• 1848 — publicado o manifesto comunista de Karl Marx.


• 1867 — Primeira edição do livro “O Capital”- Marx e F. Engels.
• Papa Pio IX (1846 — 1878) teve o mais longo pontificado da história, 31 anos e 7 meses.
Perde os territórios pontifícios para Itália unificada (186l).
• 1854 — Proclamado dogma da Imaculada Conceição.
• 1869 — Convoca concilio Vaticano I — proclamação da infabilidade pontifícia, nas
questões de moral e fé quando fala sobre a luz do Espírito Santo.
• 1871 — A cidade de Roma é tomada pelo exército Italiano, o Papa é refém no Vaticano
de onde pede e não obtém qualquer apoio das monarquia Católicas (França em guerra com
a Rússia) está criado o conflito entre a Igreja e o estado Italiano. Questão Romana, só foi
resolvida em 1929.

• Papa Leão XIII (1878-1903) Inicia abertura da igreja e tenta reconciliá-la aos tempos
modernos. Reconhece o valor dos regimes democráticos e o republicano.

- Criou a diocese de Curitiba 1892 — Primeiro Bispo do Paraná e Santa Catarina, Dom José
Camargo de Barros.
- Eleva a Cátedra de Pedro à mestra dos povos.
- Encíclica Rerun Novarum alerta sobre a questão social humana envolvida no capitalismo.
- Grande habilidade política e conciliatória;
- Abriu os arquivos do Vaticano à todos os interessados;

• Pio X (1903-1914) — Foi canonizado em 1954, manteve uma atividade prevalentemente


religiosa e pastoral. Grande reformador da Igreja contemporânea, proíbe o envolvimento
do poder secular no condave. Reestrutura a Cúria Romana, elabora o novo Catecismo que
leva seu nome e o difunde pelo mundo todo. Fundou o Instituto Bíblico do Vaticano em
1909.

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- Estimula a comunhão da criança só após idade da razão;
- 1910— Reage contra o modernismo através do Sacrorum Antistitum prescreve o juramento
anti modernista que era a recitação do Creio.
- O modernismo surge na virada do Séc. XX exigindo uma consciência religiosa individual
que está acima da revelação da Igreja.
- Em várias partes da Europa os governos republicanos se separam da Igreja (não religião
oficial) confiscam propriedades eclesiástica e perseguem religiosos.
- Papa pressente a corrida belicosa na Europa e pede Paz, não é ,ouvido, 1914 inicia Primeira
(hiena Mundial. Neste mesmo ano o Papa morre.

• Papa Bento XV (1914-1922) — Manteve-se imparcial dentro do conflito armado,


desagradando os aliados.

- Cria no Vaticano um posto de informações sobre prisioneiros de guerra e deportados.


- Pediu Paz justa e equilibrada para evitar novos conflitos. Na encíclica Beatossimum coloca o
egoísmo nacionalista, afastamento de Deus e o materialismo consumista como causas da
guerra. A Primeira Grande Guerra matou 10 milhões de pessoas e feriu 20 milhões. 1917—
Revolução Comunista na Rússia.

• Papa Pio XI (1922 — 1939) Pacto de Latrão 1929 — Papa deixa de ser prisioneiro no
Vaticano, durante seu papado temos ascensão do totalitarismo em várias partes do mundo.
Escreveu a Encíclica Quas Primas — Institui a festa de Cristo Rei.

• Papa Pio XII (1939— 1958) — Homem culto e de forte formação diplomática, eleito já no
primeiro dia do Conclave.

- Lutou muito pela paz e a tolerância entre as nações para rejeitar a guerra.
- Durante a guerra, reativa a obra pontifícia de assistência para auxiliar os povos envolvidos -
na guerra. Em 1950 proclama a dogma da Assunção Corpórea de Maria ao Céu, estabelece
uma teologia mais moderna. Em 1953 Estabelece a Fundação Pio XII para o apostolado leigo.
Em 1958 falece fechando assim o ciclo tridentino da Igreja, suas obras e sua espiritualidade
eram mescladas pelo individualismo e autoritarismo típico das premissas tridentinas.

• Papa João XXIII (1958— 1963)


- Convoca Concílio Vaticano II — aberto 1962. Muito viajado conhece as necessidades da
Igreja e do mundo, era um homem alegre extrovertido, foi profundamente amado.

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Símbolo da Fé - Creio Apostólico.

Quem diz creio diz “dou minha adesão aquilo que nós cremos”. Quem reza o Creio está em
comum acordo com a Igreja Universal, pois contido nesta oração está a síntese de nossa fé. O
símbolo está, pois, dividido em três partes: Primeiro fala-se da primeira Pessoa divina e da
obra admirável da criação; em seguida, da segunda Pessoa divina e do Mistério da Redenção
dos homens; finalmente, da terceira Pessoa divina, fonte e princípio da nossa santificação. A
nossa fé católica consiste em adorar um só Deus na Trindade e a Trindade na Unidade, sem
confundir as pessoas, sem dividir a natureza: uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a
do Espírito Santo. Mas uma só é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; igual a
glória, igual a majestade.

São dozes os artigos de fé contido na oração do Creio:

CREIO EM DEUS PAI TODO-PODEROSO CRIADOR DO CEU E DA TERRA.

Nossa profissão de fé começa com Deus, pois Deus é o primeiro e o último (IS 44,6). Pois
crendo em Deus, e que você passa a aceitar todos os outro artigos de fé. Deus é todo poderoso
porque seu poder é universal: tudo pode, tudo criou, tudo governa; é amoroso, porque Deus é
nosso Pai; é misterioso porque só pela fé podemos conhecer a onipotência Divina.

Deus criou o universo – o mundo dos anjos e o mundo dos homens – livremente, diretamente,
sem nenhuma ajuda, com o poder infinito do criar, isto é, de dar a existência a quem não tinha
de forma alguma (o que significa “criar do nada”). Deus criou o homem “à sua imagem e
semelhança; criou-o homem e mulher”. O homem é uno, de corpo e alma. A doutrina de fé
afirma que a alma, espiritual e imortal, é criada imediatamente por Deus.

Atribuindo a Deus o nome de PAI, a linguagem da fé indica principalmente dois atributos de


Deus: que ele é a origem primeira de tudo e é, ao mesmo tempo, bondade e solicitude
amorosa para com todos os seus filhos. Mas essa ternura amorosa de Deus é melhor indicada
pela imagem da maternidade, que exprime ainda melhor a intimidade de Deus com sua
criatura. Por isso, podemos dizer com João Paulo I: Deus é Pai e é Mãe também. Aliás, é o
que nos aponta o salmo 130 e Isaías no capítulo 66, versículo 13.

Convém porém, notar que Deus transcende a distinção humana dos sexos. Ele não é homem
nem mulher, Ele é Deus. Por isso, supera a paternidade e a maternidade humanas. Ninguém é
pai nem mãe, como Deus o é (cf. CIC 239).
78
E EM JESUS CRISTO SEU ÚNICO FILHO NOSSO SENHOR

Segunda pessoa da Trindade - Filho unigênito do Pai. – Mc 1,1 – O Cristo. Nosso Senhor Fi1
2,9.

Jesus Cristo é o filho de Deus, feito homem. Verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Na
unidade de sua Pessoa divina, ele possui duas naturezas, a divina e a humana, não
confundidas, mas unidas numa só pessoa, a pessoa do Verbo encarnado. Chama-se este
mistério de mistério da Encarnação.

QUE FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPIRITO SANTO, NASCEU DA


VIRGEM MARIA.

Jesus foi gerado no seio de Maria pela ação do Espírito Santo. Porque o verbo se fez carne - Jo 1, 2 - Nasceu da
virgem (cf. Is 7,14). Maria é chamada verdadeiramente “Mãe de Deus” porque ela é a mãe do Filho eterno de
Deus feito homem, que é verdadeiro Deus. Maria concebeu a Jesus virgem e permaneceu virgem até sua morte.
A fé da Igreja crê que a Santíssima Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada à glória do
céu de corpo e alma, onde já participa da glória da Ressurreição de seu Filho, antecipando a ressurreição de
todos os membros de seu Corpo Místico. Crê também que a Santíssima Virgem Maria, a nova Eva, a Mãe da
Igreja, no céu continua sua missão materna para com os membros do Corpo de Cristo. O que a fé católica

crê a respeito de Maria se fundamenta naquilo que ela crê a respeito de Jesus; mas o que ela
ensina a respeito de Maria por sua vez estabelece sua fé em Cristo. CIC 487.

PADECEU SOBRE PÕNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO


SEPULTADO.

Mt 27, lss – Narração da Paixão de Cristo. Por mistério da Redenção entende-se o amor de
Deus que nos amou e nos enviou seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados,
para “no Cristo reconciliar todas as coisas, as da terra e as do céu”. Enquanto o corpo de Jesus
esteve no sepulcro, a Pessoa divina do Verbo continuou a assumir tanto a alma como o corpo
de Jesus, separados pela morte. Por isso, o corpo de Cristo morto, “não conheceu a corrupção”
(Atos 13, 37).

DESCEU A MANSÃO DOS MORTOS, RESSUSCITOU AO TERCEIRO DIA.

Jesus morreu realmente e, por sua morte por nós, Ele venceu a morte e o demônio, que tem o
“poder da morte” (Hb 2, 14). Descendo ao lugar dos mortos, Jesus abriu as portas do céu para
os justos que o precederam na morte.

Ressuscitou, venceu a morte - ICOR 15,17-19.

79
A nossa fé na Ressurreição de Jesus tem por objeto um fato historicamente atestado pelos
discípulos que reencontraram realmente o Ressuscitado e, ao mesmo tempo, misteriosamente
transcendente porque significa a entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus.

SUBIU AOS CÉUS, ESTÁ SENTADO A DIREITA DE DEUS PAI TODO-


PODEROSO, DONDE HÁ DE VIR A JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS.

Atos 1 e Hb9, 27.

Por isso entendemos que Jesus após sua Ascensão está a direita do Pai no céu, onde, até sua
volta gloriosa, realiza nosso juízo particular, como atesta a escatologia da Igreja.

CREIO NO ESPÍRITO SANTO

Terceira pessoa da Santíssima Trindade, pela ação do Espírito Santo em Maria, o Pai envia ao
mundo seu filho, pela unção do Espírito Jesus é consagrado o Cristo (o Messias), pela sua
morte e ressurreição, Jesus é constituído Senhor na glória e de lá derrama o Espírito Santo
sobre a Igreja, conforme prometera aos apóstolos. Sendo assim o Espírito Santo atua na Igreja
de Cristo através da palavra de Deus, que Ele inspirou; na Sagrada Tradição e no Sagrado
Magistério, que Ele assiste; na liturgia sacramental, na qual por palavras e sinais, Ele nos
comunica a graça de Cristo; na oração, na qual Ele intercede pelos orantes; nos carismas e
ministérios, pelos quais a Igreja é edificada e no testemunho dos santos, onde Ele manifesta a
santidade da Igreja e onde continua a obra da salvação. Jo 16, 12-13; /Jo 20,21-23.

NA SANTA IGREJA CATÓLICA

Igreja - eklesia = assembleia de povos; todos nós - ICOR 12,27ss. A Igreja é visível e
espiritual, sociedade hierárquica e Corpo Místico de Cristo, sacramento da salvação e sinal da
comunhão de Deus e dos homens. A Igreja e una, santa e pecadora.

NA COMUNHÃO DOS SANTOS

Comunhão (participação) - dos santos (do que é sagrado).


Igreja Peregrina ou Militante (Terra) / Igreja Padecente (Purgatório) / Igreja Triunfante (Céu).

Nós cremos na comunhão de todos os fiéis em Cristo: os que estão peregrinos sobre a terra, os
defuntos que completam sua purificação no purgatório e os bem-aventurados no céu. Formam
todos uma só Igreja e nós cremos que nesta comunhão são ouvidas todas as preces.

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NA REMISSÃO DOS PECADOS

A fé nos ensina que, por vontade de Cristo, a Igreja possui o poder de perdoar os pecados dos
batizados e que ela o exerce habitualmente pelos seus ministros no sacramento da penitência.

NA RESSUREIÇÁO DA CARNE

Pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição, Deus dará vida incorruptível ao
nosso corpo transformado, reunindo-o à nossa alma. Como o Cristo ressuscitou e vive para
sempre, assim também nós ressuscitaremos no último dia. Rm 8,11- 11s 4,16.

NA VIDA ETERNA

Nós cremos que aqueles que estão reunidos com Jesus e com Maria no paraíso formam a
Igreja do céu, onde, na eterna bem-aventurança, vêem a Deus face a face, intercedem por nós
e ajudam nossa fraqueza com solicitude fraterna. (Credo de Paulo VI). Mt 25, 31; o Juízo final
se dará com a volta de Cristo; Deus quer que todos sejam salvos ITim 2,4.

AMÉM

Quer dizer Assim Seja. Jesus Cristo é o Amém (Ap 3,14). Quem diz amém diz eu Creio. Crer
é dizer Amém as palavras, às promessas, aos mandamentos, à revelação de Deus. É confiar
totalmente Naquele que é o Amém do infinito amor e da perfeita fidelidade.
Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós,
Deus Pai Todo-Poderoso, Na unidade do Espírito Santo,
toda honra e toda glória agora e para sempre!

Amém

81
Atos dos Apóstolos

Escrito por São Lucas (em grego, ano 63) Esta autoria é devido a comparações feitas entre o
livro de Atos e o evangelho de Lucas , observa os mesmos traços de escrita , uma linguagem
culta , greco-romana. Conta a história da Igreja desde a Ascensão de Jesus, o Pentecostes, o
martírio de Estevão, a conversão de Saulo, as viagens de Pedro e Paulo, ou seja, em todo o
livro, é narrado o nascimento de nossa Igreja. É Chamado de o 5º evangelho ou o livro do
Espírito Santo.

Sua finalidade: Mostrar a solidez e a autenticidade dos ensinamentos cristãos, o inicio da


igreja e seus primeiros gestos, para sustentar a perseverança e a confiança dos cristão que
viviam fora da Palestina , nos grandes centros urbano, onde se desenvolveu a missão de
Paulo.

Personagens Principais

Pedro: Porta-voz representante dos “doze”, permanece em ligação constante com a Igreja
local de Jerusalém .

Paulo: É o líder da equipe missionária extrapalestinense, em contato e comunhão com a


Igreja local de Antioquia

Credibilidade histórica dos Atos.

A distância dos acontecimentos narrados vai no mínimo de 30 anos a no máximo 50 anos


depois d.C. e abrange um período de + ou - 30 d.C. O autor teve de utilizar informações que
não podiam ser sempre de primeira mão, pois grande parte dos protagonista já estavam
mortos. Na primeira parte, nota-se certa falta de organicidade no desenvolvimento. O
processo avança mais por aproximação de relatos ou ciclos narrativos autônomos do que por
seqüência coerente ou linear dos fatos. Na segunda parte, Paulo é o protagonista, a alternância
do esquema de viagem com o da atividade missionária confere maior homogeneidade ao
tecido narrativo.

Para explicar esses fatos se supôs a existência de fontes diversas. Mas, o autor do Atos,
elaborou o material de acordo com suas peculiaridades estilistico-religiosas e seu projeto
ideal. Outro crédito que se tem , é o fato do autor ter participado de alguns momentos na
história dos Atos, como pode ser observada pelo uso da 1° pessoa do plural , por exemplo, no
trecho que narra uma das viagens de Paulo (At 27,1 e 28, 16).

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O livro se divide em 2 partes

1 - Pedro – Atos de 1 a 12

Pedro leva o Evangelho em Jerusalém após o pentecostes, vai a Judéia e a Samaria, batiza o
primeiro pagão, Cornélio e preside o Concílio de Jerusalém onde se discutiu a causa dos
circuncidados, principais passagens.

- Pentecostes Æ At 2
- Discurso de Pedro Æ At 2,37
- Formação das Comunidades Æ At 2,42
- Prisão de Pedro e João Æ At 4
- Eleição dos Diáconos Æ At 6
- Discurso de Estevão e seu martírio Æ At 7
- Batismo de Cornélio Æ At 10
- Morte de Tiago e prisão de Pedro Æ At 12

No Atos dos Apóstolos, capítulo 15, temos Concílio Apostólico de Jerusalém, no ano de 49
este concílio, além de abrir as portas da Igreja definitivamente para todos, circuncidados ou
não, marca o encontro de Pedro e Paulo e o início da parte paulina dos Atos dos Apóstolos.

2 - Paulo - Atos de 12 a 28

Paulo é o evangelizador dos gentios e o apóstolo missionário, realiza várias viagens


apostólicas e funda importantes comunidades, das quais várias cartas são escritas por ele para
instruir e exortar após sua primeira estada.

- Sua Conversão Æ At 9
- Paulo e Timóteo Æ At 16
- Pregação em Atenas Æ At 17
- Relíquias de Paulo Æ At 19
- Os exorcistas Judeus Æ At 19
- A Janela de Êutico Æ At 20
- Prisão, pregação e soltura Æ At 21 a 26
- Viagem a Roma, naufrágio, Malta e Roma ÆAt 27 e 28.

O Atos dos Apóstolos é o documento testemunhal e histórico do nascimento da Igreja, o


nascimento dos cristãos e da primeira comunidade católica, é o livro do Espírito Santo, mostra

83
os discípulos sendo agora conduzidos pelo paráclito (Jo 16,12-13) prometido por Jesus,
levando a boa nova à toda parte, batizando os pagãos e levando a palavra de Deus onde o
Espírito os conduzia.

Temas mais de “maior valor” dos Atos

1. A força do Espírito:
⇒ O pentecostes cristão ( pentekosté – qüinquagésimo, antiga festa agriculta );
⇒ O Espírito Santo e a missão cristã; O espírito Santo, fonte de Liberdade;
⇒ O Pentecostes dos pagão e dos outros grupos.

2. A força da Palavra:
⇒ Valor do anúncio cristão;
⇒ O método do anúncio cristão;
⇒ O cumprimento das Escrituras; Convite à conversão.

3. A palavra e a vida da comunidade:


⇒ O serviço da palavra de Deus;
⇒ Os protagonistas históricos da palavra;
⇒ Formas de anúncio.

4. A comunidade Cristã:
⇒ A escuta da palavra;
⇒ Comunhão fraterna;
⇒ As orações.

5. Etapas e estruturas da comunidade cristã:


⇒ O batismo cristão;
⇒ Fração do pão;
⇒ Imposição das mãos;
⇒ Estruturas da comunidade.

6. A missão cristã:
⇒ Origem da missão;
⇒ Os protagonistas da missão.

7. Evangelho e lei:
⇒ Papel da lei e das instituições
⇒ O concílio de Jerusalém

8. A igreja na história: relação com a sociedade e o poder político:


⇒ O movimento cristão em confronto com o poder judaico ;
⇒ Confronto dos cristãos com o poder romano;
⇒ Acusações do mundo judaico;
⇒ Paulo ante a autoridade imperial.

9. Relação entre o evangelho, religião e cultura:


⇒ Anúncio cristão e religiosidade;
⇒ Anúncio cristão e cultura.

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MARIA
Os Pais de nossa Senhora ( Sant’ana e São Joaquim)

Joaquim e Sant’ana eram um casal distinto, mais viviam tristes e humilhados porque já
estavam chegando à idade avançada e eram estéreis. Eram justo e observante das leis judaicas.
Era um casal de posses. Dividiam suas rendas anuais em três partes: Uma para as próprias
necessidades, a Segunda era reservada para o culto judaico e, finalmente a terceira era
distribuída entre os pobres. Eles sempre rezando confiantes que Deus teria suscitado uma
descendência. Joaquim se retirou para rezar.

Segundo a Sagrada Tradição, um Anjo apareceu a Joaquim comunicando—lhe a boa notícia :


“Joaquim, disse o anjo, tua oração foi ouvida, uma filha lhe será dada a quem darás o nome
de Maria”. Também Ana recebeu um aviso do anjo: “Ana, Ana, o senhor ouviu teu choro.
Conceberás e darás a luz e por toda a terra, falar-se-á de tua descendência”. Então fez voto
de consagrar a menina prometida por Deus ao serviço do Templo.

Quanto a origem do Pecado

Deus criou Lúcifer, que devia estar ali para ajudar na tarefa de Deus, mas, Lúcifer fez naquela
hora exatamente o contrário. E por sua astúcia aconteceu o pecado da desobediência dos
nossos primeiros pais. Maria, chamada também de Nova Eva, é a mulher que ao invés de
desobedecer ao seu Criador, se fez serva e foi co-autora da salvação, pois foi submissa a
Deus, não questionando sua condição de solteira, mas, com seu Sim, acolheu e acreditou na
palavra de Deus.

Anunciação do Anjo a Maria

E Anunciou à Virgem que ela seria a mãe do Salvador. (Lucas 1,26-38). Maria, mesmo
surpresa com tal saudação, não hesitou mas disse: Eis a serva do Senhor.

Pela sua adesão Total à vontade de do Pai, à obra redentora de seu filho, a cada moção do
Espirito Santo, à Virgem Maria é para a Igreja o modelo da Fé e da Caridade. Maria se tornou
de modo eminente o templo de Deus, na purificação de Jesus (Lc 2,22).

Virtudes de Maria

Caridade; Sofredora; Humildade; Piedade; Prudência; Amor; Serva; Mãe e Esposa; Fé;
Obediência; Pobreza; Pureza e Intercessora.

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Magnificat (Lc 1, 46ss). Canto de Louvor a Deus feito por Maria. O papel de Maria é levar a
todos o conhecimento de Jesus.

Dogmas de Fé sobre a Santíssima Virgem Maria

O que significa a palavra Dogma?

Ponto fundamental, considerado como indiscutível de uma crença religiosa ou filosófica.


Conjunto de doutrinas fundamentais do cristianismo. Proposição apresentada como
incontestável. Os dogmas são como placas sinalização que indicam o caminho de nossa fé;
foram criados para nos ajudar a continuarmos no rumo do santuário vivo, que é Jesus.

Maternidade Divina (Mãe de Deus)

O dogma da maternidade divina de Maria foi definido pelo Concílio de Éfeso, ano 431. Maria
não é somente mãe da parte Humana de Jesus Cristo, mas toda a sua pessoa de filho de Deus
encarnado.

Virgindade

Eis a virgem que concebe e dá à Luz um filho que se chamará “Emanuel”. (Is 7.14). É de fé
que Maria concebeu e deu a luz seu filho, sem prejuízo da sua virgindade e ficou sempre
virgem mesmo depois do parto. Mateus e Lucas coincidem ao falar da concepção virginal.
Segundo a eles, não é São José que engravida Maria, e realmente Jesus é concebido pelo
Espírito Santo. Maria é a única origem humana de Jesus. (Mt 1,16-25 e Lc 1,27.35).
Virgindade no parto ‘Santo Agostinho sustenta que a virgindade não começa com as marcas
no corpo, mas com a opção das pessoas. Em partes é aceito esse dogma por outras religiões.

Imaculada Conceição

Maria uma Mulher de carne e osso, enfrentando todo o tipo problema Como toda mulher do
seu tempo. É pela fé que Maria, no primeiro instante de sua conceição, por uma graça especial
de Deus, foi preservada de toda mancha de pecado original (Bula de Pio XI, Inefabilis Deus
de 8/12/1854). Maria é uma pessoa completamente por Deus, o templo humano onde habita a
graça e o pecado não entra. Não é um dogma definido por um concilio Ecumênico.

Assunção

Com o a ajuda da Bíblia, da filosofia e da Teologia, declara a Igreja desta forma: depois da
morte, o corpo se separa da alma, temporariamente. A alma que é a dimensão mais importante

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da pessoa onde esta sua identidade, vai para o encontro com Deus no “Juízo Particular”.
Dentro desse pensamento é que foi proclamado o dogma da Assunção. Maria, diferentemente
de nós, não precisou esperar a ressurreição da carne, ela já esta junto de Deus com o corpo
transformado, cheio de graça e de Luz. São Paulo diz que Jesus é o primeiro ressuscitado e
que nós o seguiremos (Cl 1,18 Rm 15,20-22).

É de fé que Maria, em virtude do Poder de Deus, subiu ao Céu de Corpo e Alma (Pio XII, em
1/11/1950) Aplica-se também a Maria, elevada ao Céu, a Mensagem do Apocalipse (Apoc
12,1).

Os Irmãos de Jesus

Irmão, na terminologia Bíblica significa:

a) Filhos do mesmo Pais

Adão uniu-se a Eva, sua esposa, a qual concebeu Caim e Abel. (Gên 4,1-2)

b) Filho do mesmo Pai ou da mesma Mãe


Doze eram os filho de Jacó. Filhos de Lia, Raquel, Bala ( serva de Raquel ), Zelfa ( serva de
Lia). (Gên 35,22-26)

c) Parentes Próximos

Abraão partiu, como o Senhor tinha ordenado e levou consigo Ló (Gên 12,4-5). Abraão disse
a Ló: Oh não haja rixas entre mim e ti nem entre os meus pastores e os teus, pois somos
irmãos (Gên 13,8)

d) Parentes Remotos, bem como membros de uma mesma tribo ou raça

Quisera de fato, eu próprio ser separado de Cristo, pelos meus irmãos, os da minha raça
quanto à carne (Rm 9,3; Lev 25,25 ; Num 20,3)

e) Os que pertencem à mesma fé

Enquanto Jesus falava às turbas, estavam fora sua mãe e seus irmão procurando falhar-lhe.
Disse alguém. “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora querem falar-te”. Ao que Jesus respondeu:
“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos” ? (Mt 12,46-50; Mc 3,31-35; Lc 8,19-21)

f) Os que pertencem a mesma natureza Humana

Disse Jesus: “Ouviste o que foi dito aos antigos”: Não matarás e quem matar será submetido
ao juízo. Eu, porem, vos digo: Todo aquele que irar contra seu irmão será submetido ao juízo.

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E quem chamar ao seu irmão “Raça” será submetido ao sinédrio (Mt 5,21-22; 7,3).

Irmãos Atribuídos a Jesus

Jesus desceu a Cafarnaum com a mãe, e os irmão e os discípulos, mas ai ficaram apenas
alguns dias. (Lc 8,19-20; At 1,14)

Destes irmãos, ao menos de quatro conhecemos os nomes:

a) Dos dois Tiagos apóstolos, um, Tiago Maior, irmão de João evangelista, é filho de
Zebedeu. (Lc 5,9-10)

b) Tiago Menor, irmão de Judas Tadeu (Mt 27,55-56)

“Cristo, no alto da cruz, não teria entregue sua Mãe Santíssima a um estranho, se ele tivesse
realmente tantos irmãos e sua Mãe tantos filhos”.

Mulher, eis ai o teu filho! Depois diz ao discípulo: Eis ai tua mãe. A expressão
PRIMOGÊNITO declara apenas que Cristo foi o primeiro a ser gerado no seio da Virgem,
sem, com isso, afirmar a existência de outro ou de outros filhos.

A “Mulher” da Bíblia

Porei inimizade entre ti e a Mulher; Este termo: Mulher vai ser repetido por mais três vezes na
Bíblia.

“Mulher... A minha hora ainda não chegou!” ( Jo 2, 1ss)

Para nós chamar-mos nossa mãe de Mulher é um termo ofensivo, assim também para os
judeus. Jesus sabia bem quem era a mulher. Justamente porque Jesus era o filho de Deus,
sabia muito bem que a primeira criatura concebida e projetada pelo Pai era esta Mulher:
MARIA. Em Lucas 1,42 Maria vai ser chamada por Isabel de: “Bendita mais do que todas as
mulheres". “Mulher eis ai o teu Filho!” (Jo 19, 25-26). Desde que o Pai fez a primeira das
criaturas, tu já és mãe desta humanidade que Eu estou salvando. E aqui está João. Os outros
me julgaram, me condenaram, mas aí está João. Representando toda essa humanidade salva.
Tu és a mulher, tu és a primeira criatura. Mãe desta humanidade. Então, Mulher: “Eis ai o teu
Filho! Filho eis aí tua Mãe!” . “Um grande sinal apareceu no céu: Uma Mulher vestida de sol,
a lua debaixo de seu pés, e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12,1)

Por que a Lua? A lua preside à noite, à escuridão. Ela tem o mal debaixo dos seus pés. Ela

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tem Lúcifer — que era luz e tomou-se o portador das trevas debaixo de seu pés. Uma coroa de
doze estrelas em sua cabeça. Ela é a Mulher. Ela é a Aurora ( que vem antes do Sol ) Jesus é o
Sol e Maria a Aurora. Aurora é o sol que está chegando (os clarões) antes de sol.

As Aparições existem mesmo ou são invenção das pessoas?

Por “Aparição” entende-se, linguagem teológica, toda manifestação sensível de uma pessoa
ou coisa cuja presença, nas circunstâncias em que ela se verifica, não poderia ser explicada
pelas leis comuns da natureza. As aparições não fazem parte do credo e dos dogmas
Católicos. Temos a liberdade de acreditar ou não essa experiência religiosa. Notemos porém
que, quando a aparição ou o comportamento do vidente em questão, não leva a nenhum
desvio da Sã Doutrina, não aparenta à princípio, desvio psicológico etc., mas evidencia a fé
católica, os sacramentos, a conversão dos pecadores, a Igreja permite o culto, a confecção de
Imagens de Nossa Senhora, construção de capelas ou Basílicas etc. Temos como maiores
exemplos as aparições de Fátima, Guadalupe e mais recentemente, em Medjgoure.

Devoção a Maria

a) Honrá-la como Cristo a honrou. Jesus desceu com José e Maria, veio para Nazaré e era-
lhes submisso. (Lc 2,41).
b) O Anjo Gabriel (Lc 2,28).
c) Como José seu Esposo que não há deixou desamparada ( Mt 1,19).
d) Sua Prima Isabel; Bendita és tu entre as Mulheres e bendito é o fruto te teu ventre! E de
onde me é dado a graça que venha visitar-me a Mãe do meu Senhor? ( Lc 1,42-43).
e) Honrá-la como a mulher do povo honrou. Ditoso o seio que trouxe e os peitos que te
amamentaram! (Lc 11,27).

A Instituição do Rosário

Festa de Nossa Senhora do Rosário 07/l0. O Rosário foi instituído pelo Papa Pio V no
aniversário da vitória alcançada sobre os turcos em Lepanto (1571) pelos Cristão em batalha
naval, atribuída ao auxílio da Santa Mãe de Deus com recitação do Rosário. É necessário,
contudo distinguir a oração do rosário da festa do santo rosário. O rosário é uma oração que
nasceu do amor da idade Média por Maria. A Tradição conta que esta oração foi instituída por
São Domingos a quem a Mãe de Deus recomendara como uma arma de proteção na luta
contra os hereges albigenses. O Papa Pio V animou vivamente a pratica da recitação do
rosário.

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Os Papas recomendam o Rosário

Pio IX: “Assim como São Domingos se valeu do Rosário como de uma espada para destruir a
nefanda heresia dos albigenses, assim também hoje os fiéis exercitando o uso desta arma —
que é a reza cotidiana do Rosário — facilmente conseguirão destruir os monstruosos erros e
impiedades que por todas as partes se levantam” (Encíclica Egregiis, de 3 de dezembro de
1856).

Leão XIII: “Queira Deus — é este um ardente desejo Nosso — que esta prática de piedade
retome em toda parte o seu antigo lugar de honra! Nas cidades e aldeias, nas famílias e nos
locais de trabalho, entre as elites e os humildes, seja o Rosário amado e venerado como
insigne distintivo da profissão cristã e o auxílio mais eficaz para nos propiciar a divina
clemência” (Encíclica Jucunda semper, de 8 de setembro de 1894).

São Pio X: “O Rosário é a mais bela e a mais preciosa de todas as orações à Medianeira de
todas as graças: é a prece que mais toca o coração da Mãe de Deus. Rezai-o todos os dias”.

Bento XV: “A Igreja, sobretudo por meio do Rosário, sempre encontrou nela a Mãe da graça
e a Mãe da misericórdia, precisamente conforme tem o costume de saudá-la. Por isso, os
Romanos Pontífices jamais deixaram passar ocasião alguma, até o presente, de exaltar com os
maiores louvores o Rosário mariano, e de enriquecê-lo com indulgências apostólicas”.

Pio XI: “Uma arma poderosíssima para pôr em fuga os demônios .... Ademais, o Rosário de
Maria é de grande valor não só para derrotar os que odeiam a Deus e os inimigos da Religião,
como também estimula, alimenta e atrai para as nossas almas as virtudes evangélicas”
(Encíclica Ingravescentibus malis, de 29 de setembro de 1937).

Pio XII: “Será vão o esforço de remediar a situação decadente da sociedade civil, se a família,
princípio e base de toda a sociedade humana, não se ajustar diligentemente à lei do
Evangelho. E nós afirmamos que, para desempenho cabal deste árduo dever, é sobretudo
conveniente o costume do Rosário em família” (Encíclica Ingruentium malorum, de 15 de
setembro de 1951).

João XXIII: “Como exercício de devoção cristã, entre os fiéis de rito latino, .... o Rosário
ocupa o primeiro lugar depois da Santa Missa e do Breviário, para os eclesiásticos, e da
participação nos Sacramentos, para os leigos” (Carta Apostólica Il religioso convegno, de 19
de setembro de 1961).

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Paulo VI: “Não deixeis de inculcar com toda a diligência e insistência o Rosário marial,
forma de oração tão grata à Virgem Mãe de Deus e tão freqüentemente recomendada pelos
Romanos Pontífices, pela qual se proporciona aos fiéis o mais excelente meio de cumprir de
modo suave e eficaz o preceito do Divino Mestre: ‘Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e
abrir-se-vos-á’ (Mt. 7, 7)” (Encíclica Mense maio, de 19 de abril de 1965).

João Paulo II: “O Rosário, lentamente recitado e meditado — em família, em comunidade,


pessoalmente — vos fará penetrar pouco a pouco nos sentimentos de Jesus Cristo e de sua
Mãe, evocando todos os acontecimentos que são a chave de nossa salvação” (Alocução de 6
de maio de 1980).

A Oração da Ave Maria

A oração é dividida em duas partes, e com duas falas: 1º A saudação do Anjo Gabriel (Lc
1,28) “Ave ( Maria ) cheia de graça o senhor é contigo” . 2º A saudação de Isabel (Lc 1,42)
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre (Jesus )”
E por último a parte introduzida pela Igreja: “Santa Maria Mãe de Deus, Rogai por nó
Pecadores, Agora e na hora de nossa morte. Amem” (Assim Seja).

Maria Intercessora

A maternidade de Maria, na economia da graça, perdura sem cessar, desde o consentimento


que ela prestou fielmente na anunciação e manteve sem vacilar ao pé da cruz, até à
consumação final de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, abandonou esta
missão salutar, mas, pela sua múltipla Intercessão, continua a obter — nos os dons da
Salvação eterna.com seu amor de Mãe cuida de seu Filho, que ainda peregrinam e se debatem
entre perigos e angústias, até que cheguem ao lugar escolhido por Deus. Por isso a Santíssima
Virgem é invocada, na Igreja com títulos de: Advogada; Auxiliadora; Amparo e Medianeira.
Nenhuma Criatura pode colocar-se no mesmo plano que o Verbo encarnado e redentor. A
Igreja não hesita em atribuir a Maria uma função assim subordinada; sente-se até
continuamente e recomenda-a ao amor dos fiéis, para que, apoiados nesta Proteção (Maria)
maternal, eles se unam mais intimamente ao Mediador e Salvador.

“A Mulher é forte pela consciência da Missão, forte pelo feito de que Deus lhe confia o homem”
Carta apostólica de João Paulo II

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A Liturgia

O vocábulo tem suas origens nas raízes gregas "léiton érgon" no significado de "obra pública"
ou "serviço" prestado ao Estado ou à divindade segundo a livre iniciativa de um particular ou
de um grupo. No decorrer do tempo, essa iniciativa perdeu seu caráter livre, tornou-se
institucionalizada ou imposta; assim, o vocábulo "leitourgia" do grego clássico tomou o
significado definitivo de "serviço", mais ou menos obrigatório, prestado ao Estado, à
divindade, a um particular.

Na antiga Grécia teve sobretudo o caráter de serviço de utilidade pública e, para exercê-lo, era
necessário ser muito rico. Era difundido numa centena de cidades gregas, mas especialmente
em Atenas, onde todo ano era designado em cada tribo um número igual de "liturgos". As
liturgias podiam ser periódicas, ou seja, recorrentes a cada ano, ou extraordinárias. Entre as
periódicas, teve altíssima consideração a instituição da "coregia" já em 508 a.C. para a
preparação de coros líricos ou trágicos no acompanhamento de represent ções teatrais,
inclusive dramáticas.

O "corego" vencedor obtinha como prêmio uma trípode de bronze, que depois oferecia ao
deus Dionísio, colocando-a sobre "monumentos corégicos": assim é em Atenas a rua das
Trípodes e, nas encostas da Acrópole, o recinto de Dionísio. Outra liturgia periódica foi a
"ginnasiarchia", para o treinamento atlético dos jovens e a provisão dos aparelhos úteis para
essa finalidade. Igualmente a "estiasi", banquete oferecido em reuniões públicas para festejar
alegres eventos públicos, ou convites para celebrar a divindade à frente dos membros da tribo.

Entre as liturgias extraordinárias, surgiu a que foi adotada em tempo de guerra: a "trierarchia",
que consistia na preparação e manutenção de barco e tripulação por parte do comandante. Era
liturgia muito onerosa porque podia custar de 40 a 60 minas. A seguir, esse encargo litúrgico
foi distribuído entre os 1200 cidadãos mais ricos, divididos em 20 "simmorias", ficando cada
uma delas incumbida de fornecer certo número de barcos. Essa instituição caiu em desuso
quando desapareceu a marinha ática. Todavia, a instituição da liturgia manteve-se no campo
esportivo e religioso nas cidades gregas até a época helenista e foi inclusive adotada também
pelos romanos, para a administração de suas províncias.

O caráter coletivo da liturgia teve grande valor social, porquanto permitia a unificação da
comunidade, por meio da prática religiosa. Diferentemente da religiosidade individual, a
coletiva tem necessidade de formas fixas de expressão: ações, gestos, palavras. Essas formas

92
têm caráter mágico nas sociedades mais primitivas, mas possuem também a sacralidade
própria dos mitos, assumindo, nas religiões politeístas, a forma de representação dramática da
história dos deuses, consolidando na repetição sua validez e autoridade. De todas as liturgias
das religiões antigas encontra-se testemunho na literatura ritual védica e bramânica na Índia,
nas representações com grafito e pinturas nos templos e nas tumbas do antigo Egito, nos
textos rituais babilônicos, nos poemas mitológicos destinados ao uso litúrgico descobertos em
Ras Shamra, nas epígrafes sagradas documentadas juntamente com representações sacrificais
e com cenas descritivas de festas por parte da civilização grega e romana. A liturgia tornou-se
assim manifestação do culto público, sancionado e codificado no conjunto das cerimônias, das
fórmulas e dos ritos necessários para expressá-lo. Esse significado permanece até hoje.

Reforma litúrgica após o concílio do Vaticano II

Com a reforma litúrgica que se seguiu ao Vaticano II, a celebração eucarística abandona a
língua "canônica" latina e realiza-se nas línguas nacionais para permitir uma participação
mais consciente da assembléia e sua inserção ativa na ação litúrgica. Com essa mesma
finalidade, o altar da celebração, fixo ou móvel, é posto fora do presbitério e voltado para a
assembléia dos fiéis. Reveste-se do caráter de altar "maior" o do presbitério, sobre o qual fica
o tabernáculo para a conservação e guarda das espécies eucarísticas consagradas e não
consumidas. O presbitério é a parte da igreja normalmente separada por balaustrada, cujo
acesso era proibido a pessoas estranhas ao culto e, por isso, reservado somente ao clero e seus
auxiliares. Hoje essa área não está mais interditada, nem às mulheres. Nela costuma ficar
habitualmente o coro durante as celebrações solenes. Outra significativa e inovadora
modificação é "o modo" como os fiéis se aproximam da Comunhão: do antigo ajoelhar-se
junto à balaustrada, em vigor até os anos 70, passou-se ao atual costume de comungar em pé.
Pode-se receber a hóstia consagrada diretamente na língua ou sobre as mãos. A comunhão é
dada sob as duas espécies também aos fiéis, por intenção ou por libação direta no cálice do
vinho, em celebrações de particular significado para a assembléia: por exemplo, durante
cerimônias de consagração religiosa e/ou secular, no final de um curso de exercícios
espirituais, na administração solene de sacramentos, ou por concessões estabelecidas pelo
direito canônico.

O ANO LITURGICO

AS ORIGENS: O DOMINGO E A PÁSCOA

O ano litúrgico é simplesmente a pessoa de Jesus Cristo e Seu mistério celebrado


sacramentalmente como "memória", "presença", "profecia". Na Igreja primitiva, o mistério, a
celebração, a pregação, a vida cristã tiveram um único centro vital: a Páscoa; o culto da Igreja
primitiva nasceu da Páscoa e para celebrar a Páscoa. Portanto, nos primeiros tempos não se
celebravam "os mistérios", mas "o mistério" de Cristo; assim, no início da vida cristã
encontra-se apenas o domingo como única festa, com a única denominação de "dia do
Senhor". Por influência das comunidades cristãs provenientes do judaísmo, surgiu depois um
"grande domingo", como celebração anual da Páscoa prolongada por 50 dias até o "feliz

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Pentecostes". Depois do século IV, sentiu-se a necessidade de contemplar e reviver os
diversos momentos da paixão, instaurando na liturgia um critério de "historicização" que, ao
se expressar, deu origem à "semana santa". A celebração do batismo na noite de Páscoa, já em
uso no século III, e a disciplina penitencial com a reconciliação dos penitentes na manhã de
quinta-feira santa, já no século V, fizeram nascer também o período preparatório da páscoa,
ou seja, a quaresma, inspirada nos "quarenta dias bíblicos".

O NATAL

O ciclo do Natal, ao contrário, nasceu independentemente do mistério pascal; na realidade,


surgiu como exigência de afastar os fiéis das celebrações pagãs e idolátricas do "sol invicto"
que aconteciam no solstício de inverno; somente depois das disputas teológicas dos séculos
IV e V é que o Natal se tornou afirmação de fé no mistério da encarnação. No final do século
IV, para criar uma espécie de paralelismo com o ciclo preparatório da festa pascal, instalou-se
também um ciclo preparatório de 4 ou 6 semanas para a festividade do Natal, ciclo esse
chamado de "Advento".

AS CELEBRAÇÕES DOS MÁRTIRES

À celebração do mistério pascal desde a metade do século III associou-se a dos mártires,
como testemunham em Roma os mais antigos grafitos da "Memoria apostolorum", que
remontam a 260, mais ou menos. "Martyr" significa testemunha, e a primeira testemunha é
Cristo, "testemunha fiel" (Ap 1,5); por isso, aqueles que derramaram seu sangue por Cristo
foram assemelhados a Ele no ato supremo do testemunho ao Pai e entraram por direito na
visão unitária do mistério pascal, sendo celebrados no "dies natalis" de seu ingresso na
Jerusalém celeste.

MARIA

Depois do concílio de Éfeso (431), que proclamou Maria Mãe de Deus, instaurou-se o culto a
ela dirigido, inserido no período natalino, com a comemoração da maternidade divina, tanto
no Oriente como no Ocidente. Dessa breve síntese conclui-se que o ano litúrgico não se
formou historicamente segundo critérios orgânicos, mas se desenvolveu e cresceu segundo
critérios de vida da Igreja, em relação a situações históricas e exigências pastorais. A reflexão
teológica sobre o ano litúrgico será um processo sucessivo e sempre aberto a contínuos
aprofundamentos.

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DO ANTIGO TESTAMENTO AO CRISTIANISMO

O elemento que caracteriza a religião judaica e cristã é o fato de Deus ter entrado na história,
por meio da revelação de Si mesmo em vista de uma salvação para a eternidade de todo o
universo criado. Essa inserção de Deus na história apresenta-se como "profecia", "eleição",
"aliança" no Antigo Testamento; como "realização plena, total, completa" no Novo
Testamento, na pessoa de Jesus, o Filho predileto do Pai, presente "ab aeterno" nesse projeto.
O ano litúrgico celebra o mistério de Deus em Cristo, fundamentando-se numa sucessão de
eventos que visam a parusia final em que "Deus será tudo em todos" (1Cor 15,28b). Cada
etapa do plano salvífico não só prepara a seguinte, mas já a inclui como uma semente que se
desenvolve: cada momento de seu crescimento contém a potencialidade do conjunto. O
mistério, por isso, deve ser considerado na radicalidade da unidade e da totalidade e na
dinâmica escatológica. A criação, então, não é uma premissa, mas o ato primeiro da história
da salvação; o Antigo Testamento não é preparação histórica para o evento da encarnação de
Jesus, mas é já salvação, embora não definitiva, que se realiza em Cristo: "Abraão, vosso pai,
alegrou-se porque haveria de ver meu dia. Viu e exultou" (Jo 8,56).

No tempo da "plenitude", quando Cristo assumiu a realidade humana, os mistérios daquela


salvação se realizaram: "Deus...deu-nos vida por Cristo...e nos ressuscitou com ele e nos
sentou nos céus em Cristo Jesus" (Ef 2,4-6). Também o "tempo da Igreja" une-se numa
unidade vital ao "tempo de Cristo", pois a salvação realizada em sua carne é comunicada pela
Igreja por meio da Palavra e dos Sacramentos a todos os homens disponíveis a acolhê-la; a
Igreja, unidade dos crentes, perpetua, renova e profetiza o mistério Deus-Cristo até o final dos
tempos. O ano litúrgico não espelha, então, a vida terrena de Jesus de Nazaré sob o ponto de
vista histórico-cronológico, embora dele não possa prescindir, mas, antes, Seu mistério
salvífico, que visa uma realização: a páscoa de morte-ressurreição. Somente este é o propósito
da pessoa e da missão de Jesus sobre a terra; esta é a perspectiva teológica dada pelos
Evangelhos e pelos livros seguintes do Novo Testamento. O outro aspecto fundamental que
dá valor e razão de ser ao ano litúrgico é o modo como, por intermédio dele, transmite-se,
ritualiza-se, torna-se presente e eficaz para todos os homens de todos os tempos e de todos os
países o evento pascal. Já no Antigo Testamento, o evento salvífico da saída do povo eleito do
Egito é perpetuado numa festa e num "rito memorial": "Este dia será para vós uma festa
memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como
instituição perpétua" (Ex 12,14).

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Todas as festas de Israel são uma celebração memorial ligada aos eventos pascais do Êxodo.
Cristo deu cumprimento aos eventos salvíficos do Antigo Testamento; nEle se realiza a
Escritura e com Ele se inaugura o ano do Senhor, ou seja, o que se repete hoje e que realiza
definitivamente todas as promessas de Deus; na sinagoga de Nazaré, depois de haver lido o
rolo do profeta Isaías, Ele concluirá: "Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir" (Lc
4,21). Quando Ele depois diz: "Fazei isto em minha memória" (Lc 22,19), insere, por meio do
rito da ceia, sua páscoa no tempo: a salvação perpetua-se na história humana com o memorial
eucarístico. A verdadeira festa da Igreja é o próprio Jesus, cordeiro pascal imolado e
glorificado. O fato de a celebração dos mistérios do Senhor se repetir no "círculo do ano" não
deve fazer pensar numa repetição cíclica segundo a visão pagã do mito do eterno retorno; a
história da salvação, assim ritualizada e repetida nas ações litúrgicas, não é somente uma
memória histórica, mas, antes, "seu cumprimento em cada um de nós, hoje, na medida de
nossa adesão pessoal; é um crescimento, um movimento aberto e ascensional, até o
cumprimento de nossa transformação em filhos de Deus por meio da redenção que nos foi
dada por nosso 'irmão' de graça e de adoção, Jesus, na continuidade de Sua presença entre nós
por obra do Espírito Santo". O ano litúrgico é o tempo de Deus. Ao Deus, Senhor do tempo,
que, com a encarnação, assumiu a temporalidade para um encontro pleno com o homem,
responde o homem que reconhece a senhoria dEle reservando e dando o tempo para a
comunhão com Ele. E dar o tempo significa dar a vida.

A estrutura do ano litúrgico

O ano litúrgico está subdividido no calendário romano segundo a seguinte cadência


cronológica:

- TEMPO DO ADVENTO, em quatro domingos, começa com as Primeiras Vésperas do


domingo que cai no dia 30 de novembro ou que lhe é mais próximo e termina antes das
Vésperas de Natal.

- TEMPO DE NATAL-EPIFANIA, inicia-se com as Primeiras Vésperas de Natal e termina


no domingo seguinte à Epifania, na qual se celebra o batismo de Jesus. No Natal há uma
missa de "vigília", que se celebra na noite de 24 de dezembro, antes ou depois das
Primeiras Vésperas. A oitava de Natal tem esta seqüência litúrgica: - no domingo dentro
da oitava, celebra-se a festa da Sagrada Família; caso não haja esse domingo, a festa é
celebrada em 30 de dezembro; - dia 26 de dezembro, celebra-se Santo Estêvão,
protomártir; - dia 27 de dezembro, celebra-se São João Evangelista; - dia 28 de dezembro,

96
celebram-se os Santos Inocentes; - dias 29,30,31 de dezembro são dias feriais dentro da
oitava.

- TEMPO COMUM, da segunda-feira após o domingo do Batismo de Jesus até a noite que
precede a quarta-feira de cinzas; de um mínimo de 4 semanas a um máximo de 8;
recomeça depois na segunda-feira que segue Pentecostes e termina antes das Primeiras
Vésperas do 1º domingo do Advento. Compreende 33 ou 34 semanas durante o curso do
ano litúrgico. No último domingo desse tempo, celebra-se a solenidade de Cristo, Rei do
universo.

- TEMPO DA QUARESMA, da quarta-feira de cinzas até as Vésperas da quinta-feira santa,


com um mínimo de 5 domingos, incluindo o seguinte.

- SEMANA SANTA, o 6º domingo da Quaresma marca seu início e chama-se "Domingo de


Ramos". Termina na Vigília Pascal.

- TEMPO PASCAL, da Páscoa até o domingo de Pentecostes, com um máximo de 7


domingos. Os dias que se seguem à Páscoa constituem a oitava de Páscoa e se celebram
como solenidade do Senhor. O 40º dia depois da Páscoa celebra a solenidade da
Ascensão, transferida para o 7º domingo de Páscoa.

- DOMINGO DE PENTECOSTES, cai sempre 50 dias depois da Páscoa. O domingo depois


de Pentecostes celebra a festa da Santíssima Trindade. No domingo depois da festa da
Santíssima Trindade celebra-se a festa de Corpus Christi. No Brasil, a festa de Corpus
Christi é celebrada na quinta-feira seguinte à festa da Santíssima Trindade. Entre a
solenidade de Cristo Rei e o Advento pode-se inserir um domingo adicional de tempo
ordinário. Os domingos do Advento, da Quaresma e de Páscoa têm sempre preferência até
sobre festas do Senhor e sobre todas as solenidades. As solenidades que coincidem com
esses domingos são antecipadas para o sábado.

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A SANTA MISSA

A missa é a mais importante função sacra da Igreja cristã, católica e ortodoxa, celebrada pelo
sacerdote sobre o altar e representa o memorial do sacrifício da cruz por meio da oferta do
Corpo e Sangue de Cristo sob as espécies eucarísticas. O termo "missa" deriva de "missa",
equivalente a "missio", ou seja, despedida, e entrou em vigor a partir do século IV, quando
fazia parte do rito a despedida dos catecúmenos antes do Ofertório. Santo Agostinho
expressou com clareza essa despedida ritual: "Ecce post sermonem fit missa catechumenis,
manebunt fideles" - depois do sermão, faça-se a despedida dos catecúmenos, e fiquem os
fiéis.

Santo Ambrósio talvez tenha sido o primeiro a usar esse termo no significado atual. Segundo
o RITO, a missa distingue-se em: - missa em rito latino ou romano - missa em rito grego -
missa em rito armênio - missa em rito ambrosiano etc.

Segundo a SOLENIDADE: - missa lida ou baixa ou privada, ou seja, simplesmente recitada


pelo celebrante em todas as suas partes e sem canto - missa solene ou cantada em que o
celebrante é assistido pelo diácono e/ou outros acólitos.

- missa concelebrada, ou concelebração, que entrou em uso na segunda metade deste


século, da qual participam simultaneamente vários presbíteros na qualidade de
concelebrantes

- missa pontifical, antigamente chamada de "missa em pontifical", celebrada solenemente


por um bispo ou por um prelado com a assistência de numerosos ministros e sempre
cantada por um coral especial dirigido por um mestre de capela.

- missa papal celebrada pelo papa com cerimonial muito solene, de rico e vastíssimo ritual
que, com a reforma litúrgica do Vaticano II, ficou bastante reduzido, para dar lugar, ao
invés, à centralidade religiosa expressa tanto pela homilia papal dirigida ao mundo com a
ajuda da mídia, como pela incidência ecumênica com a presença de celebrantes e fiéis de
todo o mundo, aos quais é concedida a expressividade cultual dos ritos originais com
cantos, músicas e gestos.

- missa vespertina, celebrada na noite anterior à festa, que entrou em vigor com a
constituição apostólica de 6 de janeiro de 1953.

- missa fúnebre ou de réquiem, celebrada em sufrágio dos defuntos.

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A missa é o único e supremo rito sacrifical do cristianismo católico e desde os primeiros
séculos é o centro da vida litúrgica e mística da Igreja. Suas origens remontam ao "ágape"
cristão, refeição fraterna entre os primeiros cristãos; comunidade de amor fraterno em Santo
Inácio de Antioquia; comemoração da Ceia do Senhor, mas com significado exclusivamente
escatológico no século II. Instaurou-se o valor teológico da missa quando a ceia comum foi
separada da Eucaristia e, segundo o exemplo deixado por Cristo na última Ceia, os ritos
fundamentais foram três: - oferecimento do pão e, de modo separado, do vinho - consagração
precedida da oração de agradecimento; esta última baseada em formulários judaicos usados
depois das refeições, logo substituída por uma outra de caráter cristológico, segundo o que se
deduz da Didaché (Primeiro Catecismo da Igreja) - comunhão primeiro do pão eucarístico, seguida
separadamente pela do vinho. Durante a consagração, recitava-se a narração da instituição
eucarística. No culto dos primeiros cristãos já estão presentes a pregação, a leitura, orações e
hinos com finalidade didática.

Em sua "Apologia" pelos cristãos ao imperador Antonino Pio e no "Diálogo com Trifão", São
Justino, no ano 150, dá a primeira descrição da missa romana, dividida em duas partes: a
"didática", feita de leituras sagradas dos Apóstolos e dos Profetas, e a "sacrifical",
centralizada na Paixão e que já compreendia a epiclese, ou seja, a invocação do Logos sobre
os elementos que lhe seriam consagrados. A língua usada era o grego; o uso da língua latina
entrou por volta do século IV; antes desse século, vigorava aqui e ali o uso das leituras em
grego, aos poucos traduzidas para o latim; uma missa bilíngüe, enfim. O "cânon latino
definitivo" foi elaborado em Roma, embora quem nos dê testemunho dele seja o bispo de
Milão, Santo Ambrósio, em seu livro "De Sacramentis".

Entre o século II e o século IV, a celebração fraterna da missa difunde-se bastante, segundo o
testemunho de Tertuliano, que a define como "dilectio". Nos séculos V e VI, a liturgia romana
da missa começou a se difundir para além da Itália: na Espanha, o bispo Profuturo, em 538,
aprovou o cânon romano; em 563, o Sínodo de Praga ordenou que a liturgia romana
assimilasse a espanhola; o mesmo aconteceu na Inglaterra, depois da missão de Agostinho
ordenada por Gregório I. Nas Gálias, a reforma instaurada por Pepino e continuada por Carlos
Magno, com a intenção de substituir a missa galicana pela romana, teve influência no decurso
dos anos sobre o rito e as orações da própria missa romana; as incensações do altar, do
Evangelho, do celebrante, dos fiéis são de origem galicana, bem como os sinais da cruz
durante o cânon e o maior número de orações. O Intróito começou a fazer parte da missa
como canto pontifical por volta do século VI, pela solenidade a ela conferida pela presença do

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papa. Ainda sob influência da França, introduziram-se, por volta do século IX, melodias,
tropos e versetos entre os textos.

Outras inovações significativas aconteceram entre o século VIII e o século IX: o altar não foi
mais posto entre o celebrante e o povo, mas no fundo da abside, fazendo com que o sacerdote
realizasse o sacrifício voltando as costas para a assembléia; o clero acompanhava pondo-se
adiante do povo e não mais atrás do altar; este adquiriu dimensões maiores na largura: as
partes laterais eram usadas para leituras e orações, no centro apenas o sacrifício. Com o uso
do pão ázimo, introduziram-se a hóstia grande para uso do celebrante e as pequenas, reunidas
num cibório, para a comunhão dos fiéis ajoelhados.

O rito da elevação da hóstia consagrada foi introduzido somente por volta do século XII,
enquanto a do cálice passou a ser obrigatória em 1570 com o missal de Pio V. Esse texto,
publicado em 14 de julho de 1570, tornou-se norma para todas as Igrejas do Ocidente,
uniformizando seus textos e ritos, com exceção das Igrejas que possuíssem um ritual próprio
desde pelo menos 200 anos. Como rito, a missa, a partir do século XIII, costumava ser
dividida em duas partes: "missa dos catecúmenos" e "missa dos fiéis"; eram admitidos à
primeira parte os que aspiravam a se tornar cristãos e, uma vez que estavam ainda na fase de
preparação doutrinal, eram excluídos do sacrifício eucarístico e participavam somente da
liturgia da Palavra, com claro valor catequético; da segunda parte participavam todos os
crentes. O altar, colocado no alto de alguns degraus, significava a subida ao Gólgota; por isso,
as orações de introdução ao sacrifício eram recitadas pelo celebrante aos pés dos degraus:
remonta ao século IX a recitação do salmo 42, Judica me, Deus; com o Glória e o Confiteor,
cuja fórmula é do século XII, o sacerdote sobe ao altar, que incensa com três voltas, se a
missa é solene; a recitação do Credo, depois da leitura do Evangelho e da homilia, é
introduzida no século VI no Oriente e no século XI no rito latino. A segunda parte da missa
tinha início com o Ofertório.

Até o século XI eram os próprios fiéis que ofereciam o pão e o vinho do sacrifício, juntamente
com o que era necessário para os sacerdotes: um vestígio disso são as esmolas de hoje;
ofereciam pão ázimo, ou seja, não fermentado; isso não antes do século IX, em Roma; do
século XII em diante assume a forma da atual hóstia. O ofertório é uma relíquia dos cantos
que se costumavam fazer durante a cerimônia da coleta das ofertas. Seguiam-se orações,
chamadas "pequeno cânon" que, no rito latino, não são anteriores ao século XIV: "Suscipe",
"Sancte Pater", talvez de origem galicana, e o "Deus qui humanae substantiae", antiga oração
da liturgia natalícia romana; feita a oferta, procedia-se a uma nova incensação do altar,

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seguida do Lavabo, ou lavagem das mãos, à "Oratio super oblata secreta" e, finalmente, ao
Prefácio, que é a introdução à oração eucarística por excelência, ou seja, o "cânon" ou "cânon
actionis".

O Prefácio, chamado em outras liturgias de "prólogo", "conclusão", começa com um diálogo


entre celebrante e fiéis, continua com uma oração de agradecimento e termina com o Triságio,
ou Sanctus. Tem assim início o Cânon, fórmula usada desde o século VII, com o qual
acontece a consagração das duas espécies eucarísticas e sua dupla elevação, existente desde o
tempo da heresia de Berengário; todas as orações seguintes, sempre expressas em língua
latina, culminam com o doxologia "Per ipsum, cum ipso, in ipsum". Com o Pater, tem início a
parte da Comunhão: primeiro a fração da hóstia, o antiqüíssimo Agnus Dei, a oração e o beijo
da paz posteriores ao ano 1000, a comunhão do sacerdote, que, segundo a teologia católica, é
parte integrante do sacrifício. Durante a comunhão dos fiéis, cantava-se um salmo; restam
vestígios disso na atual oração da Communio. A oração do Postcommunio concluía a
celebração, às vezes, com a "Oratio supra populum"; depois, o "Ite, missa est" fazia a
despedida da assembléia, até o século IX. O Placeat com a bênção são posteriores ao ano
1000, e o último evangelho era de devoção particular até o século XV e era a leitura do
Prólogo de João.

A estrutura da missa

A missa, na acepção simplificativa popular, é a celebração dominical comunitária do mistério


pascal. No decurso dos séculos teve várias denominações, todas elas com fundamento
neotestamentário: "ceia do Senhor", "fração do pão", "oferta", "sacrifício", "memorial",
"missa e eucaristia". Ela é, essencialmente, uma "anamnese do Kyrios", memória do evento
em que Cristo passou do estado de fraqueza e de enfermidade na carne ao estado de glória, no
qual o Pai o constituiu Senhor da história e do cosmo e "espírito vivificante" para toda
criatura. A missa é o "sacramento" por excelência, porque "presença operante do Ressuscitado
que presta culto ao Pai no Espírito". Torna-se atual por meio da convocação dos crentes,
assembléia celebrante juntamente com Cristo, representado por seu ministro para isso
delegado, ou seja, o sacerdote. Ela se articula em 5 partes bem definidas:

1 - RITOS DE ENTRADA

Compostos pela "saudação trinitária" pronunciada pelo sacerdote, a quem se une a


assembléia; pela recíproca "confissão comunitária"; pela "imploração" da divina misericórdia

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com o canto em litania do "Kyrie", alternado entre o celebrante e os fiéis; o hino de louvor do
"Glória", recitado pelo celebrante juntamente com os fiéis; a "coleta", que é a primeira das
três grandes orações presidenciais e que sintetiza o significado das leituras seguintes;

2 - LITURGIA DA PALAVRA

Faz da assembléia uma "comunidade de escuta" com a "lectio prophetica" do Antigo


Testamento, o "salmo responsorial", escandido entre leitor e comunidade, a "lectio apostolica"
tirada dos Atos dos Apóstolos ou das epístolas de Paulo, o "canto aleluítico", que precede a
"liturgia Verbi" tirada do Evangelho de um dos quatro evangelistas segundo o ciclo anual; a
esta segue a "homilia", meditação aprofundada da proclamação da Palavra. A profissão de fé
com o "Credo", recitado pela assembléia juntamente com o sacerdote, é como um grande e
coletivo "Amém" a que se segue "a oração dos fiéis", intercessão pelas necessidades
universais;

3 - LITURGIA EUCARÍSTICA

Aqui começa a fase estritamente sacramental da celebração (da "mensa Verbi" à "mensa
sacramenti"): a atenção litúrgica desloca-se do ambão para o altar por meio do "ofertório", ou
seja, a oferta do pão e do vinho com a segunda oração presidencial, a "oração sobre as
oferendas"; segue-se a "oração eucarística", que consta do "praefatio" recitado somente pelo
celebrante, no qual se concentra o mistério celebrado n'"aquele" dia; terminado o prefácio, o
celebrante convoca toda a assembléia ao tríplice louvor do "Sanctus" para se recolher em
seguida na "palavra-memorial" ou epiclese consecratória sob intercessão do Espírito Santo,
concluída na anáfora de toda a assembléia; segue-se a grande oração das "intercessões", união
da Igreja itinerante com a Igreja gloriosa, agradecimento e intercessão ao mesmo tempo, e o
"memento" pelos vivos e pelos defuntos: essas duas orações são rezadas somente pelo
celebrante; a "doxologia" trinitária fecha a grande realidade misteriosamente realizada;

4 - RITOS DE COMUNHÃO

Constam da oração comunitária do "Pai Nosso", ponte entre a consagração e a consumação do


banquete; depois vem a "doxologia-aclamação" da assembléia, o augúrio e "a troca da paz", a
"fractio panis" com a invocação no "Agnus Dei" e o convívio, sinal do banquete no Reino;
terminam os ritos com a terceira oração presidencial, expressão de reconhecimento e súplica
de eficácia do mistério celebrado;

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5 - RITOS DE DESPEDIDA

Podem conter avisos do celebrante à comunidade, além da saudação final, do "a missa
terminou, ide em paz" e da bênção.

ESQUEMA OU ROTEIRO DA MISSA

1 - Rito de Entrada
Procissão de entrada (do celebrante)
Canto de Entrada (de pé)
Celebrante reverencia o altar e o beija (de pé)
Saudação e acolhida (pelo celebrante) (de pé)

Ato Penitencial – (de pé)


a) Exame de consciência e “confissão”
b) Absolvição sacerdotal

c) Senhor, tende piedade de nós (pode ser cantado)


Glória (só nas missas festivas - cantado ou recitado (de pé)
Coleta (oração oficiada pelo celebrante) (de pé)

2 - Liturgia da Palavra
Primeira leitura (feita por um leigo) (sentados),
Canto de Meditação (por todos) (sentados)
Segunda leitura (feita por um leigo) (sentados)
Canto de aclamação ao Evangelho (por todos) (de pé)
Leitura do Evangelho (pelo padre ou diácono) (de pé)
Homilia (pelo celebrante) (sentados)
Profissão de fé (credo) (de pé)
Oração dos fiéis (preces da comunidade) (de pé)

3 - Liturgia Eucarística

a) – Ofertório
Procissão das ofertas (cântico de Ofertório) (sentados)
Apresentação do pão (padre eleva a hóstia) (sentados)
Mistura umas gotas de água no vinho (sentados)
Apresentação do vinho (elevando o cálice) (sentados)
Purificação dos dedos do celebrante (sentados)
Orai, irmãos (de pé)

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Oração sobre as ofertas (de pé)

b) - Consagração (Antífona)
Prefácio (O Senhor esteja convosco (de pé)
Santo, Santo, Santo (de pé)
Invocação do Espírito Santo sobre as ofertas (de pé)
Narrativa da ceia (estando para ser entregue ...) (de pé)
Consagração do pão (Tomai e comei ...) (de joelhos)
Consagração do vinho (Tomai e bebei ...) (de joelhos)
Aclamação (Eis o mistério da fé) (de pé)
Lembrança da morte e ressurreição do Senhor (de pé)
Oração pela Igreja militante (de pé)
Oração pela Igreja padecente (de pé)
Oração pela Igreja triunfante (de pé)
Louvor final (Por Cristo , com Cristo, em Cristo ...) (de pé)

c) - Comunhão
Pai-Nosso (com introdução feita pelo celebrante) (de pé)
Pede a Deus que nos livre do mal (celebrante) (de pé)
Rito da paz (saudação da paz entre todos) (de pé)
Fração do pão (celebrante parte a hóstia grande) (de pé)
Cordeiro de Deus (recitado ou cantado) (de pé)

c1) - Rito da comunhão


Felizes os convidados (de pé)
Senhor, eu não sou digno (de pé)
Distribuição da comunhão (sentados depois da comunhão)
Purificação da cálice e âmbula (sentados)
Oração pós-comunhão (oficiada pelo celebrante) (de pé)

4 - Rito Final
Avisos e exortação do celebrante (sentados)
Bênçãos final (de pé)
Despedida (Vamos em paz...) (de pé)

104
Falsas Doutrinas

MT 16, 19s — Só Jesus tem o poder de fundar uma religião, e é por isso e não só por isso que
outras denominações fogem da vontade do próprio Cristo. O homem desde Gênesis se afastou
de Deus (pecado), e das mais diversas formas, e é isto que estaremos vendo.

IGREJA CATÓLICA Î Jesus a fundou, e nos salvando do pecado, subiu aos céus, mas
mandou o Espírito Santo para que nos transformando em templos deste mesmo espírito, e
entregando toda a autoridade de ligar e desligar ao Apóstolos, pudéssemos pregar a Boa
Nova. (cf. Mt 16,19). ICOR 12,12-27 — Somos parte do Corpo cuja cabeça é Cristo, a Igreja
portanto, não é apenas uma assembleia de pessoas que procuram viver bem, ela é o Cristo
atuante em nós pelo Espírito Santo e pela Eucaristia — Não se pode recomeçar a Igreja, pois
quem recomeçasse faria obra humana, separada de sua cabeça Cristo, ficando portanto, frágeis
a ação e interesses de homens. A Igreja com o Espírito Santo sempre agindo nela através da
sucessão apostólica, mudou em muita coisa, não precisando fundar várias outras Igrejas,
vejamos:

- Concílio de Jerusalém, ano de 49 d.C. At 15, 4-9.


Pedro — Apóstolo dos Gentios — circuncidados e convertidos. Paulo — Apóstolo dos
Pagãos — não circuncidados. Discussão se precisaria circuncidar os pagãos ou não.

- 313 d.C. — Edito de Milão — O Imperador Constantino dá paz a Igreja ela se multiplica e
converte todo o Império Romano e os Bárbaros.
- As grandes verdades de fé — Ssma. Trindade, Jesus Salvador, pecado — Niceia 1 (325
d.C.) — Constantinopla 1 (381 d.C.) — Efeso (431 d.C.).
- CVII — Mudança da Liturgia — Plano de ação do leigo — nasce a RCC — mudanças
feitas pelo Espírito Santo — além das diversas espiritualidades dentro da própria Igreja
(Igrejas particulares).

Vamos a partir de agora dividir o assunto em 6 blocos:


Doutrinas Monoteístas ÆJudaísmo e Islamismo
Igrejas Cristãs Protestantes Æ Luterana, Anglicana, Presbiteriana, Batista e Metodista.
Igrejas com roupagem Cristã Æ Pentecostais, Adventistas, Testemunhas de Jeóva,
Mormóns, A Igreja Brasileira. e a Universal do Reino de Deus.
Sociedades Secretas Æ Maçonaria
Panteístas Æ Budismo, PL, Seicho-no-iê. Espiritismo e Fenómenos Mediúnicos e Nova Era.

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JUDAÍSMO

A religião judaica iniciou-se com a idéia do Deus Único, no primeiro livro da Bíblia, o
Gênesis. Por volta de 1800 a.C., Abraão deixou a cidade de Ur – atual sul do Iraque e partiu
com sua esposa em busca da benção de Deus: terras e descendentes. Tempos depois, os filhos
dos filhos de Abraão, os israelitas, foram escravizados no Egito. E sofreram muito fazendo
trabalhos forçados na fabricação de tijolos do faraó. Aproximadamente no ano 1200 a.C.,
liderados por Moisés, se libertaram da escravidão no Egito e, depois de peregrinar 40 anos no
deserto, conquistaram Canaã, a Terra Prometida. Foi nesta passagem pelo deserto que Moisés
recebeu as duas tábuas da Lei, colocadas na Arca da Aliança. A Arca da Aliança acompanhou
os judeus durante toda a travessia do deserto, como sinal “da presença do Deus Único, Vivo e
Verdadeiro”, fiel a seu povo e merecedor de toda a fidelidade.

No ano 1000 a.C., a monarquia foi introduzida em Israel pelo rei Saul e atingiu seu ponto
mais alto durante os reinados de Davi, que fortaleceu a tradição judaica, e de Salomão, que
construiu o primeiro Templo de Jerusalém e nele guardou a Arca da Aliança.
Cerca de 750 a.C., as lideranças no país sofreram decadência religiosa, moral e política. Isso
provocou a reação dos profetas, que atacavam a opressão social, valorizando a justiça e os
ideais éticos. O reino foi dividido em dois: Norte (Israel) e Sul (Judá) sendo Jerusalém a
capital de Judá.

O reino do norte foi destruído pelos assírios em 722 a.C., e tal destruição enfraqueceu o poder
político e religioso daquela região. Pouco depois, em 587 a.C., os babilônios invadiram o
reino do sul e destruíram o Templo de Jerusalém. A maior parte da população foi deportada
para o exílio na Babilônia, e somente em 539 a.C., puderam retornar à sua terra. Passaram a
ser conhecidos como judeus (palavra derivada de Judá e Judéia).

Mais tarde, em 516 a.C., o Templo de Javé foi reerguido e ampliado pelo rei Herodes.
Porém, uma revolta contra os romanos, em 70 d.C., resultou novamente na destruição do
Templo. O Judaísmo passou a ser centrado nas sinagogas e os judeus se dispersaram pelo
Mediterrâneo.

Nos séculos XII e XIII, o judaísmo teve grande penetração na Espanha. No entanto, durante o
século XIV, os judeus foram exilados da Inglaterra e da França e em seguida, no ano de l492,
foram perseguidos e expulsos também da Espanha. A Noruega instituiu uma lei em 1687 que
negava aos judeus a permissão de entrar no país sem uma autorização. Somente no ano 1851,
esta cláusula foi anulada.

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A maior perseguição aos judeus ocorreu entre 1933 a 1945, na Alemanha nazista, onde 6
milhões de judeus foram exterminados. Após a Segunda Guerra Mundial, no ano 1948, foi
proclamado o Estado de Israel.

Doutrina

A religião judaica é monoteísta. Toda a vida depende de um único Deus e tudo o que é bom
vem Dele. O nome “Deus” é escrito nas letras IHVH, que em hebraico quer dizer “eu sou
quem sou”. É lido como ou Javé. Seu nome real é tão sagrado que os judeus normalmente
nem o pronunciam, substituindo-o por “o Senhor” ou “o Nome”. Foi Javé quem criou o
mundo e ensinou ao homem como viver em função dos seus deveres, seguindo somente a
Deus, ajudando e respeitando seu próximo. Não há distinção entre a parte ética e a parte
religiosa da doutrina judaica. Tudo pertence à Lei de Deus. Há 613 mandamentos, 248
afirmações e 365 proibições. Partem do princípio de “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo”.

Os judeus adotam a Tzedaká (uma doação durante as funções religiosas) como um dos 613
mitsvot, cujo princípio se refere à "Justiça Social", pois todo ser-humano, independente de
cor, raça, sexo e fé, é merecedor de todas as oportunidades de uma vida melhor.

Livros Sagrados

A Bíblia é o livro sagrado dos judeus. A Bíblia judaica eqüivale ao Antigo Testamento,
organizados em 24 livros divididos em três grupos:

1. A Lei (Torá) – o Pentateuco, os cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico,


Números e Deuteronômio. Contém as normas legais, morais e as regras do culto judaico.
Reunião de vários textos escritos no decorrer dos anos, tornando-se completo por volta de
400 a.C.

2. Os profetas (Neviim) – são livros históricos e proféticos que buscam uma interpretação
religiosa para a história. Os livros proféticos são: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze
Profetas Menores; Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

3. Os escritos (Ketuvin) – demais livros escritos, Os Salmos, textos poéticos com grande
significado histórico. Grande parte desses livros foi escrita durante o período dos reis,
podendo ser divididos em vários tipos, sendo os três mais importantes: cânticos de louvor

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(hinos), de lamentação (orações) e de ação de graças. O Livro de Jó – livro de grande
importância para a literatura mundial. O Livro de Daniel – a mais recente escritura do
Antigo Testamento, aproximadamente 165 a.C.

O Talmud – Estudo. Texto usado pelos rabinos em seus ensinamentos para orientar os fiéis
em situações concretas. (Contém leis, regras, preceitos morais, comentários, histórias e lendas
sobre “A Lei” ).

Lugares Sagrados

Sinagoga – Templo judaico sem imagens nem objetos no altar. Tem como foco principal a
Arca, uma espécie de armário situado na parede oriental, direcionada a Jerusalém. Dento da
Arca estão guardados os rolos da Tora, que estão escritos em pergaminho, e são envolvidos
por uma capa feita de material nobre, como seda, veludo, decorados com sinos, uma coroa e
um escudo de metal precioso. Dentro da sinagoga, a Arca está indicada por uma "luz eterna",
que nunca se apaga. Em hebraico, essa luz é chamada de "ner tamid".

Muro das Lamentações – A única parte que sobrou do segundo Templo de Jerusalém,
destruído no ano 70 d.C. pelo imperador Tito, reúne os judeus do mundo inteiro para fazerem
orações e entregarem seus pedidos escritos em pequenos papéis e colocados no grande Muro.

Túmulo do Rei Davi – localizado na colina do Monte Sião, o túmulo do Rei Davi é um dos
lugares mais visitados de Jerusalém.

Túmulo de Raquel - O túmulo de Raquel, esposa de Jacó, situa-se às margens da estrada que
liga Jerusalém e Belém. É um lugar muito visitado pelos Judeus.

ISLAMISMO

A religião islâmica surgiu em 610 d.C, com a mensagem revelada ao profeta Maomé
(Mohammad). O termo islam deriva da palavra “Salama” (estar em paz), e seu significado no
contexto religioso é a submissão voluntária à vontade de Deus. Os seguidores desta religião
são chamados de muçulmanos (aqueles que se submetem a Deus). O calendário muçulmano
iniciou-se no ano 622 da era comum, quando o profeta Maomé migrou para a cidade de
Madina.

No ano 749 EC, Bagdá se tornou a capital do mundo islâmico. Os muçulmanos conquistaram
a Espanha em 749 e a religião islâmica começou a se espalhar pela África, Ásia, Bálcãs e
sudeste da Europa a partir do ano 800.

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Após o falecimento do profeta Maomé (Mohammad), seus sucessores (os califas), passaram a
liderar os muçulmanos por um grande período até o ano de 1918, quando ocorreu a queda do
Império Otomano. No período entre 998-1030 d.C, o noroeste da Índia foi conquistado por
Mahmud de Ghazna. O Sudeste Asiático sofreu a influência do Islam durante o período de
1588 a 1629, principalmente na Indonésia e Sumatra. Em 1757, com o término da Batalha de
Palssey, na Índia, o controle muçulmano diminuiu naquela região, devido à vitória britânica.

A religião islâmica continuava sua expansão. Shehu Usman Dan Fodio, levou o Islam até a
África ocidental durante o ano 1804. Foi estabelecido um estado muçulmano no Sudão, no
período de 1885 a 1898, por Mahdi. Em 1947, o Paquistão foi criado pelos muçulmanos da
Índia. No século XX, em busca de emprego e novas oportunidades, muitos muçulmanos
emigraram para a Europa. Esta emigração resultou numa grande expansão da religião islâmica
nas décadas de 80 e 90, se tornando a religião que mais se expandiu no Ocidente durante esse
período. A maioria dos muçulmanos encontra-se no Oriente Médio, África e Ásia.

Constituem 95% da população nos países como Afeganistão, Argélia, Bahrein, Egito, Guiné,
Indonésia, Irã, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbia, Ilhas Maldiva, Mauritânia, Marrocos, Omã,
Paquistão, Catar, Arábia Saudita, Senegal, Somália, Tunísia, Turquia, Emirados Árabes
Unidos e Iêmen. No Cazaquistão, Tanzânia, Malásia e Moçambique, a população islâmica é
de 50% a 75%. Na Índia, Rússia, Tailândia, Zâmbia, Gana, Quênia, Madagascar, Suriname, o
percentual está entre 10% e 50%. Com grande concentração na África e na Ásia, o Islamismo
é praticado por uma sétima parte da população mundial, se confirmando como a segunda
maior religião do planeta. No Brasil há um milhão de muçulmanos espalhados por todo o
território nacional. As maiores comunidades se encontram nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Curitiba, Rio Grande do Sul e Foz do Iguaçu.

Doutrina

O foco principal do Islam é o Monoteísmo (a concepção do Deus único) e a revelação dEle ao


profeta Maomé (Mohammad). “Não há deus senão Alá ( Deus) , e Maomé é seu Profeta.” Os
muçulmanos seguem um conjunto de cinco obrigações religiosas, chamado de “Os cinco
Pilares”: credo, oração, zacat (caridade, jejum e a peregrinação à Caaba que fica na cidade de
Meca (Makkah).

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Livros Sagrados

O Corão (Alcorão) – livro sagrado dos muçulmanos que reúne as revelações para o profeta
Maomé (Mohammad). O primeiro Corão foi compilado por volta de 650 EC (Era Comum).
Este livro maravilhoso do ponto de vista dos ensinamentos e do seu estilo literário, é um
conjunto de 114 capítulos (suras), que se organizam da seguinte forma: os textos mais longos
vêm primeiro, seguidos pelos mais curtos. Exceção à regra, é a sura 1, que inicia o Corão.
Denominado “Al Fatiha” (a abertura), este capítulo inicial louva Alá e pede Sua orientação.
Para os muçulmanos, o Corão contém as palavras exatas de Deus, que conforme eram
reveladas a Maomé, este as recitava e seus seguidores as escreviam. Algumas histórias são de
profetas do Velho e do Novo Testamento da Bíblia.

Templos

Mesquitas - São os templos muçulmanos. A maioria possui planta retangular. Um arco na


parede, denominado “mihrab”, indica a direção de Kaaba. À sua direita, geralmente com três
degraus, está o “mimbar”, de onde o imã fala. Em grandes mesquitas do Oriente Médio,
oficiais ficam sobre uma plataforma denominada “dakka”; ao lado há o “kursi”, estante sobre
a qual é apoiado o Corão.
Kaaba – É o centro físico da fé islâmica. Todas as orações são feitas em sua direção. Primeiro
santuário construído por Ibrahim para adorar o Deus Único, a Kaaba está localizada na cidade
de Meca (Makkah). Estrutura oca em forma de cubo, com a pedra negra encravada no lado
oriental, constitui o início e o fim do Hajj – peregrinação à cidade de Meca (Makkah).

LUTERANISMO

Fundador: Martinho Lutero — Monge Agostiniano em 1529. A lº Manifestação de Lutero


contra a Igreja se deu em 31/10/1517, quando afixou 95 teses teológicas contra a Igreja na
porta de uma Igreja na Alemanha. Lutero foi chamado várias vezes a dialogar desde então,
mas com sua reação contrária aos Bispos alemães, sofreu a primeira Intervenção da Santa Sé,
sem resultado, foi excomungado definitivamente em 1521.

Doutrina

Somente a Bíblia e fonte de fé, a tradição oral e escrita dos primeiros cristão e dos Santos
Concílios de nada vale. A Bíblia deve ser livre na teoria do livre exame, sem intervenção do
Magistério, O Espírito Santo inspire a cada crente o sentido da bíblia. Como se vê, este
princípio gera o esfacelamento do próprio Protestantismo, pois cada cabeça tem sua sentença
e cada um pode reformar o Credo e fundar uma Igreja.

Apreciação

A Reforma Luterana começou querendo ser um alerta, porém, em vez de revigorar a Igreja,
dividiu-a. Toda reforma deve acontecer para gerar mais unidade e não o contrário.

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ANGLICANA

Fundador — Rei Henrique VIII em 1534,

O Rei no início do seu reinado era um grande defensor da fé católica, em 1521 escreveu um
livro contra Lutero, que lhe valeu da parte do Papa Leão X o título de defensor da fé, mas foi
vítima de paixão afetiva e excesso de orgulho. O Rei era então casado com Catarina de
Aragão e tinha filhos, porém apaixonou-se por uma dama da corte, Ana Bolena, e resolveu
pedir divórcio, o que lhe foi negado. Ele depois da negação do Papa conseguiu se casar com
Ana secretamente com autorização de um bispo corrupto da Inglaterra, o Papa descobrindo o
excomungou, então ele consegui do Parlamento o Ato de Supremacia, e em todo país ele se
tomou o chefe espiritual, papel que antes era exercido pelo Papa. Sob pena de morte aos
súditos que assim não o reconhecesse — Entre os que se recusaram estão João Fischer e
Tomás More, ambos decapitados em 1535 e canonizados em 1935.

PRESBITERIANISMO

Fundador: João Calvino em 1564 em Genebra. Calvino organizou a sua Igreja conforme
concepção própria: rejeitou a hierarquia episcopal, e instituiu o que ele chamava de
presbitério: formado pelos anciãos ou presbíteros de cada comunidade, acima de cada desses,
existe o Sínodo uma assembleia de presbíteros, daí o nome. Em 1567 se separam
definitivamente do Anglicanismo com a ajuda de John Knox e começam a formar Igrejas.

Doutrina
Calvino diz: Deus não predestina o homem somente para a glória mas também a perdição. A
Igreja diz que Deus não cria ninguém para a condenação mas para sermos todos salvos
(ITIM2,4). Se a criatura se perde, se deve ao abusa da liberdade, que o leva a rejeitar Deus.
Segundo Santo Agostinho que o Concílio de Trento (1 545-1563) reassumiu: - “Deus não
abandona a não ser que seja abandonado primeiro.

OS BATISTAS

Fundador: Jonh Smyth em 1604. Na Inglaterra.

Em Gainsborongh, Smyth funda uma comunidade, rejeitando o batismo de crianças (coisa que
Lutero não fazia), em consequência aplicou em si mesmo um segundo batismo. Seus
discípulos em 1612 na Inglaterra fundaram a primeira Igreja Batista.

111
Doutrina

Os Batistas professam pontos doutrinários do Calvinismo. / Deus predestina o homem a


perdição / a bíblia é a única fonte de doutrina — E sob essas teses, cada batista coloca seu
ponto de vista próprio.

Apreciação

Quanto ao batismo em particular, notemos o seguinte: E verdade que a bíblia não se refere a
batismo de crianças, mas também não ao contrário. A bíblia narra diversos batismos “com
toda a sua casa” — Atos l6, l3-15 — Por isto o escritor Origines por volta do ano 240 d.C.,
podia dizer — “A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar o Batismo aos pequeninos”.
Quanto a maneira de imergir, reconhecêssemos que na igreja antiga era realmente em rios,
porém com o crescimento da Igreja isso ficou inviável. Notemos que o que importa não é a
quantidade de água, mas a água mesma como símbolo de purificação.

METODISMO

Fundador: John Wesley 1729 — Inglaterra

Com o esfriamento do Anglicanismo (indiferença, racionalismo), dois irmãos, John e Charles


iniciaram um movimento estudantil destinado a afervorar os jovens: liam o Novo Testamento,
faziam orações, jejuns, buscando mais do que a ‘justificação pela fé” (objetivo protestante);
desejavam uma santificação mais pessoal. Clube Santo, e por causa da regularidade nos
estudos e de suas vidas Metodistas. Filho de Pastor John queria reformar a Igreja na
Inglaterra. O novo movimento não era para ser uma nova igreja, mas pela indiferença e pela
não aceitação, aos poucos o metodismo distanciando do Anglicanismo e finalmente John foi
proibido de pregar nos púpitos. John se ordenou ele mesmo pastor e seus primeiros discípulos
também embora fosse ele mesmo um simples pregador anglicano.

Doutrina

John não queria mudar nada na doutrina protestante só avivar a fé, imprimindo um caráter
mais pessoal a fé da pessoa. John era devoto de Maria e em uma carta redigida em 18 de julho
1749 demonstra isso claramente. O Metodismo enfim, tomou em seu início a aproximação
com a igreja quase muito próxima, porém não querendo Ter seus pastores destituídos, não
aceitou a declaração da igreja na Bula “Apostolicae Curae — 13/09/1896. — que dizia que a
ordenação sacerdotal dos metodistas era inválida.

112
PENTECOSTALISMO

A origem do pentecostalismo se prende a denominação protestante Metodista.

Dentro do Metodismo se formou um movimento chamado de Holiness (Santidade), para


aprofundar a vida espiritual, usando o método do “Batismo no Espírito» para renovar o
Metodismo com uso dos dons etc...

O Pastor Metodista W J. Seymor, fundou então um movimento dentro da Igreja, mas, não
tendo aceitação pelas Igreja Protestantes, em 1906 fundou a primeira comunidade usando esse
termo “genérico” de Pentecostais. Nenhuma denominação Protestante tende tanto a dividir-se
como os pentecostais, porque pelo uso sugestivo a emocional o ES, qualquer crente que
julgue ter uma visão ou uma profecia facilmente se acha “inspirado” por Deus afundar outra
denominação. No Brasil a população pentecostal compreende 75% dos protestantes, dada a
livre interpretação e também, pôr sermos um país de 30 mundo a religião pentecostal
Realçaremos aqui 5 Igrejas Pentecostais chamadas “tradicionais”.

Assembleia de Deus - É a corrente pentecostal mais clássica, veio dos EUA e tem um postura
teológica sem improvisos, possui uma hierarquia muito simples: pastores, diáconos,
missionário leigos.
Congregação Cristã no Brasil - 1909 - Luis Francescon, imigrante italiano no Brás-SP. /
Distingue-se da Assembleia de Deus pôr possuírem características próprias: Os fiéis oram de
joelhos Ias mulheres usam véu /A congregação faz o Batismo pôr imersão.
Cruzada o “Brasil para Cristo” - Fundador é o Sr. Manoel de Melo em 1955. Ex. pastor da
Assembleia de Deus. Montou um movimento a Tenda Divina, e depois a Cruzada. É a única
denominação que participa do CM na Suíça.
Deus é Amor – Fundador - Davi Miranda em 1962, cunhado de Manoel de Melo. A Igreja
hoje possui diversos programas de rádio em todo o país, divulgando sua doutrina milagrosa A
Igreja já sofreu diversos processos por charlatanismo, tendo essencialmente suas pregações
baseadas em milagres.
Igreja do Evangelho Quadrangular - Foi fundada em 1918, pela viúva Aímée Semple
McPerson. Tem em seus templos uma bandeira e quatro cores (amarelo, vermelho, azul e
roxo), com uma cruz vermelha no centro e o número 4 escrito no meio, simbolizando os
elementos essenciais de sua doutrina: conversão, cura divina, batismo no ES e a iminente
volta de Cristo a terra.

113
Ultrapentecostais - São grupos voltados quase que exclusivamente a prática de exorcismo e
curas milagrosas, tendo a creditar todas as desgraças do mundo a ação diabólica. Criam não
raro, um clima de pavor em tomo dos crentes, tendo a imaginar o demônio em tudo.
Geralmente os pastores tem formação muito simples, vindo de. seitas afro-brasileiras onde
lidavam com entidades “malignas e benéficas”. Não tem uma doutrina específica tendo cada
qual uma particularidade, sempre exaltando o milagre imediata e a visão nebulosa o mundo.

Apreciação

A tônica dos movimentos pentecostais está na grande estima pelos dons do Espírito Santo,
mas facilmente ensoberbecido pelo fiéis, tendo dai este tamanho sincretismo religioso.
É certo que o ES distribui seus dons e carismas, e realiza feitos sobrenaturais em quem a ele
se abre, mas o despreparo de muitos fiéis e a má fé de outros, levam a confundir não raro,
opiniões subjetivas e anseios pessoais ou interesseiros com “Dons do ES”. São Paulo já nos
advertia da importância do Discernimento do ES (ITes 5,19s.). Em suma, todos esses
movimentos Pentecostais chama a atenção da Igreja Católica a uma urgente e sólida
catequese.

ADVENTISTAS

Adventista vem do latim adventus - que significa vinda. Fundador: Willian Miller em 1844
mas a maior propagadora foi a Sra. Ellen Gould White. Willian sem religião, proclamou a
vinda de Jesus em 1843 - cf. Dn8,5-1 1 depois de fracassar várias vezes, a Sr. Ellen então
juntou todos os fiéis e montou uma Igreja que prega a volta de Cristo na terra (advento).

Doutrina

Os adventistas não crêem somente na bíblia tendo para ingressar na seita professar o seguinte
juramento: Aceita o espírito de profecia tal como se manifestou no seio da Igreja pelo
ministério e os escrito de E. G. White? O Comportamento dos fiéis se dá. pela atribuição de
iluminados dos mesmos, e a rigorosidade com que e levado suas crenças. O Dia do Senhor é
o Sábado, e não o Domingo. Não comem carne de porco, nem tomam café tomando assim, em
determinadas regras , uma postura fariseista.

Apreciação

Como se vê o Adventismo tem uma postura de Recuo ao Antigo Testamento. É surpreendente


o recuo de algumas denominações ao Antigo Testamento deixando de lado a revelação trazida
pôr Jesus Cristo.

114
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Fundador: Charles Russel em 1931 nos EUA.

Adventista, passou a afirmar que a volta de Jesus se daria 1914, fracassando desligou do ramo
em 1878. Após sua morte em 1916, Rutherford foi seu sucessor, pregando a volta de Abraão e
Jesus e chamando as pessoas junto com ele a serem testemunhas do fato.

Doutrina

Deus quis revelar seu nome aos pagãos JEOVÁ, uma maneira tardia de ler o nome de Deus
revelado a Moisés - JAHWEH, para não pronunciar o santo nome de Deus os primeiros
judeus davam o nome de JEOVÁ, que ficou não em uso no judaísmo mas sim no
protestantismo. Em Deus não há três pessoas - A Ssma. Trindade é absurdo aos olhos dos
Testemunhas. Em consequência disto Jesus não é Deus somente uma criatura, a 1º aliás,
Miguel Arcanjo.

Desde 1918 Jesus está reinando pôr mil anos (Ap20,6 entendido ao pé da letra). Os
testemunhas tem que proclamar isto, até 2.914 quando se dará o Harmaguedon (Ap16,6),
todos serão tentados e provados. Os que vencerem serão divididos em 2 Categoria: os 144.000
eleitos que irão para o céu c/ Jeová. O restante, os Jonadabs, serão salvos, mas ficarão na terra
como humanos, porém sem sofrimento. Não existe inferno, depois do Harmaguedon todos os
que não se converteram, serão aniquilados, o Inferno para os testemunhas são o túmulo.
Considera o Serviço Militar a. ONU expressões da denominação satânica neste mundo.

Apreciação

A Seita é a reforma da reforma, O fundador da seita julga ter redescoberto o Evangelho como
se ninguém até então tivesse o entendido. Se julgam os especiais, porque eles sabem a
verdade enquanto nós todos não, eles combatem todas as religiões como se todas fosse obra
do demônio.

Como receber os testemunhas - Atenda com educação, mas nunca compre suas publicações
visto que não são cristãos, automaticamente os livros fogem de nossa doutrina, pôr mais
benéficos que pareçam. - Não entre em discussão, coloque que você não está interessado, e se
não tiver outro jeito mostre um folheto católico e os coloque na defensiva, obrigando-os a se
explicarem.

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OS MORMONS

A Igreja de Jesus Cristo os Santos dos Últimos Dias

Fundador Joseph Smith em 1830 nos RUA de família metodista.

A Primeira visão de Smith se deu em 1820, quando viu dois anjos, que segundo ele, lhes
disseram para “restaurar a Igreja”. em 1822, conta ter recebido a visita de um outro anjo - o
“Anjo Moroni”, este lhe anunciava que ele iria encontrar placas de ouro que existiria a
história do povo de Deus na América. O texto era atribuído pelo anjo Moroni a um rei
chamado Mormom (dai o nome), o documento estava redigido em uma língua desconhecida
que ele também não entendia, então Moroni se deu duas pedras «Urim e Thumrnín» que
traduzia assim, os textos. Smith dizia que quem olhasse as placas morreria e assim, as deixava
escondidas. em 1930 ele publica então o LIVRO DOS MORMONS, e então sem demora o
anjo leva as placas embora.

O livro do Mormom é tido como a 30 Revelação depois do AT e NT da Bíblia.


Além disso, também atribui como leitura sagrada o livro Pérola de Grande Valor, coletâneas
de passagens bíblicas e não bíblicas, assim como a autobiografia de Smith e revelações que
ele teria tido de Deu.

Doutrina

Existe um Deus Trino, porém Deus tem carne e osso o filho e o ES são emanações do Pai.
O homem que não conheceu o Evangelho nesta vida pode conhecer depois de morto e receber
um batismo póstumo. O Batismo póstumo é uma das práticas mais estranhas do Mormoísmo,
e feito pôr uma procuração dada pelo defunto a um descendente deste defunto.

Apreciação

Estas poucas considerações são suficientes para afirmar que a doutrina mormom não é cristã,
pois atribui, que, além da Bíblia admitem urna nova revelação de Deus, que seria o Livro dos
Mormons, neste contexto, o próprio Jesus, Deus e Homem, Salvador do Mundo, fica apagado.

A IGREJA BRASILEIRA

ICAB - Igreja Católica Apostólica Brasileira.

Fundador D. Carlos Duarte Costa em 1946.

116
Dom Carlos, Bispo Católico foi nomeado bispo de Botucatu em 1924 pôr problemas de
obediência foi afastado e nomeado bispo auxiliar de Maura na África Ocidental. Ainda pôr
problemas, em 1944 foi suspenso de suas funções então a revelia, fundou a chamada Igreja
Brasileira, não dando atenção ao alerta da Santa Sé, foi excomungado em 1946. D. Carlos
ordenou pôr conta própria padres e diáconos que pregam em sua Igreja.

Doutrina

Precaríssima, tende ser uma cópia da Igreja Católica, porém retirando é claro, o primado de
Pedro. Fazem casamentos de divorciados etc., seu único êxito em enganar os fiéis se dá nos
ritos copiados da Igreja Católica

UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

Fundador: Sr. Edir Macedo em 1977.

Ex. praticante de Macumba, se filiou a Igreja Pentecostal Nova Vida, não contente fundou
com seu cunhado a “Igreja Cruzada do Caminho Eterno” sendo Edir o tesoureiro, em 1977 se
desentendeu com seu cunhado e fundou a Igreja Universal. Quatro anos depois ele mesmo se
deu o cargo de “bispo” - ESSE NEGÓCIO DE BISPO É só UM Titulo PARA ENVOLVER
OS CATÓLICOS – Jornal da Tarde, de 03/04/91 pg.16. Criando assim um vasto Império.

Doutrina

É feito o atendimento aos fiéis atribuindo tudo a Satanás, sendo suas orações e libertações
feitas por pastores em meio ao frenesi de reuniões específicas como descarrego etc.
O demônio é identificado como pomba-gira ou exu, o que é falso, o demônio é um anjo caído
e recebe a permissão de deus para tentar os homens, ao contrário, as entidades das religiões
afro-brasileiras são semideuses que não existem. Depois de libertas, as pessoas tem que
continuar frequentando a Igreja, pagando o dizimo regularmente e não fugindo de sua
doutrina, caso contrário correm o risco de terem os encostos de volta.

Apreciação

O Pressuposto que toda desgraça é causada pelo demônio deve ser superada. O HOMEM É
SUFICIENTEMENTE MAL PARA FAZER O MAL. A possessão diabólica é possível mas
ela é bem rara e não se pode fazer disso um show. Em suma, A IURD brincando com a
credulidade das pessoas construiu para si um vasto império, tendo tudo para aumentar.

117
Verifica-se porém onde a Igreja Católica possui um amplo trabalho pastoral a IURD recua,
deixando muitos crentes dispostos a voltar ao aprisco de Pedro.

ESPIRITISMO

Espiritismo foi o termo usado pôr Allan Kardec para designar a sua doutrina e distingui-las de
outros movimentos semelhantes. As bases do Espiritismo foram lançadas em 1857, com a
publicação do “Livro dos Espíritos”, seguindo de outras obras “célebres”, tais como o “Livro
dos Médiuns” e o “Evangelho Segundo o Espiritismo”. A referida doutrina nasceu na
tentativa de explicar fenômenos paranormais: Adivinhação, Casa Mal-assombradas, Dr. Fritz.

Deut 18, 10-11 - A doutrina espírita se baseia em três pontos:

Reencarnação ==> A alma humana, separada do corpo pela morte, ir durante


certo tempo, alojar-se em outro corpo humano para se purificar. A pessoa volta
a terra várias vezes até virar um espírito puro. Refutação Æ Hb 9,27 – A
doutrina da reencarnação nega a Redenção de Jesus por nós.

Mediunidade ==> Uma pessoa especial com “poderes”.

Comunicação com os mortos ==> Os mortos falam com os vivos para dizerem
como está o além – Refutação Æ Luc 16,20-41.

O ESPIRITISMO NEGA PELO MENOS 40 VERDADES DE FÉ. SENDO PORTANTO


INCOMPATÍVEL COM A FÉ CATÓLICA.

Reencarnação é o termo usado para indicar a passagem da alma de um a outro corpo humano.
Há um significado mais restrito da metempsicose, que indica a transmigração da alma humana
através de vários corpos dos homens, dos animais, das plantas etc”.

“No século IV, Orígenes tentou apresentar esta doutrina como sendo católica, inspirando-se
em Platão, levantando-se contra ele uma forte polêmica. Ela foi condenada pelo Concílio de
Constantinopla no ano de 543 (Papa Virgílio). O absurdo da reencarnação foi posto a nu em
declarações inequívocas do Magistério Eclesiástico, segundo o qual, após a morte, cada
indivíduo é julgado e recebe um destino eterno irrevogável (cfr. II Concílio de Lyon, ano
1274; Constituição Apostólica Benedictus Deus, de Bento XII, 29-1-1336; Decretum pro
graecis, do Concílio de Florença, 4-6-1439)” (22).

118
“Um decreto do Santo Ofício, de 4 de agosto de 1856, declara ilícita, herética e escandalosa a
prática de evocar as almas dos mortos, receber respostas etc.; a declaração da S. Penitenciária
(1º de fev./1882), declara ilícito assistir, ainda que passivamente, às consultas e jogos
espíritas. Leão XIII proibiu a leitura e a posse dos livros nos quais se ensina ou se recomenda
o sortilégio, a adivinhação, a magia, a evocação dos espíritos e semelhantes superstições”.

Espiritismo umbandista

D. Frei Boaventura Kloppenburg O.F.M., Bispo de Novo Hamburgo (RS), explica: “Não
podemos indicar uma data exata para a aparição, entre nós, daquilo que hoje se chama
espiritismo de Umbanda. Movimentos populares, de origem nitidamente africana, com
fachadas cristãs, mas fortemente paganizadas e diretamente influenciadas pelas práticas
espíritas, aos poucos se aglutinaram e continuam a coordenar-se ainda hoje, para formar a
umbanda (palavra africana que significa feitiçaria). O Batuque do Sul, a Macumba do Rio, o
Candomblé da Bahia, o Xangô de Pernambuco, o Catimbó do Nordeste, o Nagô ou as Casas
de Minas do Maranhão, a Pajelança da Amazônia: eis a matéria remota desse novo tipo de
Espiritismo. Os Kardecistas não toleram que se qualifique a Umbanda como espírita. Mas os
próprios umbandistas continuam a proclamar empenhadamente que também eles são
verdadeiros espíritas. A Federação Espírita Brasileira, numa solene declaração, publicada no
órgão oficial Reformador, de julho de 1953, página 149, acabou concedendo aos umbandistas
o ‘privilégio’ de se chamarem espíritas”.

CIC -2116- 2117 -Palavra da Santa Igreja sobre a Seita.

SOCIEDADES SECRETAS

MAÇONARIA

Pôr si só, já não podem ser consideradas cristãs, pois tudo o que é discriminatório (Homens),
secreto, com cara de religião deve ser rejeitado. Quem se filia a uma Sociedade Secreta não
pode prever o que lhe será imposto ou ordenado, uma vez que já está filiado.

A Igreja tem uma posição oficial quanto ao assunto, que foi feito pelo pronunciamento da
Santa Sé em 26/11/1983, antes da publicação do NOVO CÓDIGO DE DIREITO
CANÔNICO pelo Papa João Paulo II. Quem está participando de uma Sociedade Secreta,
está em estado de PECADO MORTAL, não podendo portanto, aproximar-se da Sagrada
Comunhão. A história de sua fundação está no conteúdo de História da Igreja desta Apostila.

119
PANTEÍSMO

Apreciação: Do grego Pan (Tudo) e theós (Deus) - panteísmo portanto, é o sistema que
identifica Deus com tudo e com o próprio homem; este traz no seu íntimo uma parcela de
Divindade. É uma forma de ateísmo, pois, em última análise, afirma que o próprio homem é
parcela da Divindade; donde se segue que nada há acima do ser humano nem existe
possibilidade de oração a Deus.
Todas as religiões panteístas, assim com as Seitas, são reencarnacionistas, tendo sucessivas
“vidas” para a purificação dos pecados.

BUDISMO

Nasceu nos séculos VI-V a.C. — Seu fundador foi Sidharta Gautama — O Buda. (O
“Iluminado”).

Essa religião é essencialmente monástica em sua origem, o esquema do pensamento do


Budismo se dá no problema da salvação do homem.
O ensinamento fundamental do budismo encontra-se nas Quatro verdades (“Santas
Verdades”).

A 1º enuncia o fato ao qual nenhum homem escapa: a existência universal da dor, tanto moral
quanto física.
A 2º enuncia a origem da dor universal: esta nasce da ignorância do homem que não sabe que
seu pequeno “eu” e ilusório e que, por conseguinte, só busca o prazer.
A 3º enuncia a meta a ser atingida: a cessação da dor pela destruição desta ignorância, o que
acarreta a cessação da sede da existência empírica.
A 4º finalmente, descreve o caminho com oito pistas que conduz à meta, a saber, sob o
aspecto negativo: a libertação da dor; sob o positivo O Nirvana, o Despertar final para a
Realidade, a Verdade e a Liberdade.

Essas verdades explicadas sem aprofundamento, nos permite ao menos notar que o Budismo e
uma terapia de salvação, o budismo se detém no que considera mais urgente: a libertação
efetiva e imediata do homem em relação ao que o aliena. Sendo Panteísta está fora daquilo
que a Palavra de Deus nos fala.

120
PERFECT LIBERTV (PL)

Fundador: Tokuchika Míki em 29/09/1946.

A Mensagem: A mensagem da PL é mais de índole ética e moral. São normas para que a
pessoa se liberte mais e mais de suas paixões e consiga bom relacionamento com todos.
Algumas: Saberei viver agradecendo ás pessoas e às coisas. Esforçar-me-ei para não ser
levado pela ganância. Levarei uma vida de casado com verdadeira harmonia.Outras
mensagens: O homem em si é a manifestação de Deus; Viva evidente e positivo como o Sol.
Tudo progride e evolui. Todas essas mensagens são aparentemente benéficas, porém vários
textos peelístas mostram a sua origem panteístas

A PL atribui enorme importância ao seu Patriarca: O Patriarca sabe o porquê do estudo, o


porquê da infelicidade, o porquê das coisas malsucedidas, o porquê das doenças. Sabe
também qual o método para alcançar o sucesso a saúde, e a concretização dos ideais. (Jornal
PL, setembro 1974 pg2.)

Apreciação

Verifica-se que os preceitos da PL se baseiam na lei natural do cristianismo através da vida


sem o pecado. As suas orientações básicas saem da doutrina cristã. - É Panteísta.

SEICHO-NO-IÊ

Origem: Japão, cidade de Kobe em 11/1893. Fundador: Masaharu Taniguchi. Seicho-no-iê


significa: Casa da Longa Vida ou da Plenitude.

A Mensagem: Começo curioso, Taniguchi era um rapaz libertino que sala com muitas
mulheres e se contaminou com um tipo de vírus, procurou várias formas de cura até que um
cirurgião o curou, não satisfeito, alimentava escrúpulos, porque julgava ter contaminado a
filha do diretor de uma fábrica a qual tivera saído. Foi então que através de uma filosofia
implantada por ele teve uma ideia genial: O contágio de doenças não passa de uma ideia ou de
uma maneira de pensar. Foi desenvolvendo tal concepção de modo a chegar a uma conclusão
ainda mais ampla: “Não existe matéria, como não existe doenças, quem criou tudo isso foi o
coração. Segue-se disso que a doença pode ser curada com o coração”. Suas ideias foram
amadurecendo e em 1930 começou a publicar a Revista Seicho-no-iê, que no Brasil recebe o
nome de Pomba Branca Tomando daí em diante proporções de religiões com seu próprio
conceito de Deus.

121
Doutrina

A matéria não tem existência real. Só existe a realidade espiritual.


Consequência: o mal não existe; é pura ilusão, produto da mente humana o homem cria sua
doença e sua saúde, para quem cultiva os pensamentos positivos, o homem é feliz.
O Pecado também não existe; é irreal, pura ilusão uma vez que você é puro espírito, tendo
então nenhuma doutrina ética.

Apreciação

As razões que a Seicho-no-iê tanto atrai o público não está na sua doutrina, pois visto por uma
pessoa mais cética logo percebe quão ilógica é sua mensagem, mas sim nas curas milagrosa
que são operadas, uma vez que a “doença” não existe. Na verdade sabemos que a sugestão
pode Ter seus efeitos benéficos, mas geralmente não atinge a raiz das doenças orgânicas. Dai
o perigo de falsas curas.

NOVA ERA

A Nova Era ou New Age é um movimento que interpela constantemente o público com seus
impressos e símbolos... Vejamos qual a sua mensagem. Nome e origem da Nova Era

O nome é assaz sedutor. Decorre do fato de que o homem contemporâneo está decepcionado
por tudo que tem experimentado no século XX: o otimismo derivado do progresso da ciência
e da tecnologia foi duramente golpeado por duas guerras mundiais. Sobreveio uma relativa
prosperidade no Ocidente Europeu e na América do Norte... Isso, porém, não bastou para
responder aos anseios do homem ocidental, que, em meio ao progresso material, sentiu a
necessidade de saber por que e para que vive, luta e sofre; a ciência, porém, não foi capaz de
lhe responder. O recurso às drogas também foi frustrador. Daí a procura de correntes
“místicas”, aptas a pôr o homem em contato com o mistério: ocultismo, teosofia, espiritismo,
religiões orientais... Dessas fontes o homem contemporâneo espera algo de novo, que tome o
lugar dos vetustos valores do século XX.

Registramos ainda a concepção (que a autêntica ciência ignora, mas que a astrologia, pretensa
mística, professa) de que a era zodiacal do Peixe está para ceder à nova era, dita ´´do
Aquário´´. Afirmam os astrólogos que sempre que o sol muda de sinal no Zodíaco, ocorrem
mudanças radicais no setor da cultura humana, especialmente na religião. Assim, em 21 de

122
março do ano 1° da era cristã, o sol teria entrado no signo zodiacal do Peixe e apareceu o
cristianismo, cujo símbolo, dizem, é o Peixe.

Ora, afirmam os astrólogos (não os astrônomos): em breve o sol entrará no signo zodiacal do
Aquário; começará, então, uma nova era, caracterizada pela fartura...
Fartura principalmente de doutrinas esotéricas, que terão no Evangelho de São João o
“Evangelho do Aquário” (pois se diz que é essencialmente esotérico). O nome “Aquário”
implicará numa efusão de graças e luzes sobre o mundo, como dizem. Desaparecerá a religião
cristã, e surgirá uma nova religião mundial, síntese das anteriores e promotora de amor,
concórdia e felicidade. O retorno de Cristo inaugurará essa nova era; não, porém, o Cristo do
Evangelho, mas o Cristo “Avatar” (budista), que poderá ter o nome de “Maitreya”.

O Movimento da Nova Era não é preparado por uma pessoa ou um grupo, mas por “suave
conspiração” de muitas pessoas, que se sentem sufocadas por velhas instituições e moral
antiquada e, por isso, propõem uma nova espiritualidade, rica de revelações de seres
superiores. Todos os homens são convidados a entrar nessa “suave conspiração”, para criarem
juntos um mundo novo, pacífico e fraterno, como nenhuma outra instituição conseguiu
realizar até hoje. A “suave conspiração”, já em curso, parece estar mobilizando milhões de
pessoas, ligadas entre si pela aspiração à novidade, sem que tenham um chefe ou fundador
propriamente dito, nem sede social, nem livro que defina suas doutrinas e nem um corpo de
artigos que lhe dê estrutura.

Pode-se apenas dizer que o Movimento da Nova Era teve início na década de 70 na
Califórnia, como consequência do vazio deixado pelos mitos do progresso e do consumismo e
em virtude da sede de mística e valores transcendentais. Como primeiros referenciais do novo
movimento, estavam as religiões orientais existentes nos Estados Unidos, difundindo a yoga,
a meditação transcendental, o hare´krishna e as culturas alternativas: a dos hippies ou dos
“filhos das flores”, a dos psicodélicos, o esoterismo com seus segredos, as medicinas
alternativas, o espiritismo ou a transcomunicação (com os mortos), o feminismo, o
ecologismo, o pacifismo...

Como se vê, a Nova Era é um amálgama de ideias e movimentos diversos, de índole


fortemente sincretista. Daí a dificuldade de defini-la com precisão. Não obstante, podemos
assinalar algumas de suas notas mais típicas.

123
Características gerais

Indiquemos cinco notas distintivas do Movimento da Nova Era:

1. Holismo ou organicidade do universo

A física clássica de Newton tinha o universo na conta de imensa máquina, cujos elementos se
mantêm em equilíbrio mediante interação constante. Ora, a Nova Era adota o modelo
holístico, mais recente: o universo não constaria de partículas, mas de ondas de energia que
constituem um todo (holon, em grego), como uma rede de ligações e de interdependências;
quanto mais alguém aprofunda a realidade, dizem os holistas, tanto mais faz a experiência da
unidade do todo. O homem seria parte desse todo, participando da vida orgânica do conjunto,
sem poder sair dele como observador neutro ou sujeito independente. Em consequência, a
Nova Era afirma que Deus e o mundo, o espírito e a matéria são uma imensa vibração
energética onde todas as diferenças são apenas aparentes, e não reais.

2. Tônica nas religiões orientais

Embora seja sincretista, o Movimento da Nova Era prefere as teses das religiões orientais (que
geralmente são panteístas) aos artigos da fé cristã. Isso bem se entende, visto que o
cristianismo afirma a transcendência de Deus; Ele entra em diálogo com o homem, mas não é
o homem. O cristianismo possui um credo definido, evitando o sincretismo religioso.

A Nova Era incita seus adeptos a fazerem experiências “transpessoais”, segundo as quais o eu
se dilata, de modo a se sentir uma coisa só com a energia cósmica; tais experiências
possibilitariam ao homem entrar em contato com pessoas muito distantes, até com defuntos e
seres extraterrestres. Tais experiências podem ser estimuladas pelo uso de drogas e pelo
incentivo direto do cérebro (biofeedback). Também são estimulantes das experiências mística
da Nova Era a música, a dança e as artes em geral.

3. O channeling e o esoterismo gnóstico

Channeling (de channel, canal, em inglês) é a forma mais recente de espiritismo: o médium
faz as vezes de channel: recebe mensagens não de defuntos, mas sim de entidades superiores
(A divindade? Cristo? Fadas? O inconsciente coletivo?). Com essa concepção se combinam
resquícios do gnosticismo dos primeiros séculos: o homem possui uma centelha da divindade,
que o torna familiar ao Todo Divino (que é o universo).

124
4. Terapêutica

O Movimento da Nova Era se dedica também ao tratamento das doenças do corpo e da alma,
não mediante a medicina convencional, mas através do enfoque holístico, que recorre às
terapias “suaves”, como são a homeopatia e a acupuntura.

5. Otimismo

A perspectiva da Nova Era, de paz e felicidade, substitui a mentalidade derrotista de grande


parte da humanidade contemporânea; daí o sucesso do movimento. Pode-se dizer que a
expectativa de Nova Era corresponde à de um reino milenar de Cristo (milenarismo),
apregoada por algumas correntes cristãs de nossos dias. O Movimento da Nova Era fala do
retorno de Cristo, tal como é anunciado pelo livro O Retorno de Cristo (1948), da Sra. Alice
Bailey, teosofista e ocultista inglesa que teria recebido revelações de um mestre desencarnado
dito “o Tibetano”. O Cristo da Nova Era, porém, não é o do Evangelho; é o Cristo dito
“cósmico”, o Cristo Energia, o Espírito Crístico Universal...

Conclusão

Deve-se dizer que a mensagem do Movimento da Nova Era é, de ponta a ponta, contrária à
mensagem cristã. Nega a transcendência de Deus, a distinção entre espírito e matéria, a
existência do pecado, a divindade de Jesus Cristo, Deus feito homem... Cai no relativismo
religioso, fazendo da religião uma atitude sentimental e cega, e não a adesão à verdade; ora, a
perda de identidade da religião vem a ser o fim da mesma!

Símbolos da Nova Era

Símbolo oficial da sociedade Teosófica

No alto, a cruz suástica, que simboliza o movimento


cósmico; no centro a estrela de Davi, que representa
os processos de involução e evolução; dentro da
estrela a cruz com laço, símbolo de perversão sexual,
contra a pureza Sexual criada por Deus. E, em volta a
serpente que representa Satanás.

125
Símbolo da Besta

Este número tem qualidades sagradas e por isso,


deveria ser usado com maior freqüência possível para
representar a Nova era, segundo os ensinamentos da
Alice Bailey, suma-sacerdotiza da Sociedade
Teosófica.
Arco-íris
É o símbolo principal da Nova Era, mas apresentado
só a metade! Ele representa a ponte entre a alma
humana individual e a "Grande Mente Universal" ou
"Alma Universal", que é Lúcifer. Também é
considerado como "Ponte Mental" entre o homem e as
energias cósmicas e a cidade de Shambala, governada
por Lúcifer. Na Bíblia, o arco-íris é o símbolo da
Aliança entre Deus e o Seu povo.
Yin Yang

Representa o equilíbrio entre as forças contrárias:


negativo e positivo, bem e mal, preto e branco. O bem e
o mal é a mesma coisa, apenas são vibrações altas ou
baixas. Assim, a Nova Era afirma que Deus e Lúcifer se
completam, pois as forças opostas são parte da mesma
perspectiva divina.

Fita entrelaçada – Sem Fim

Significa a vida entrelaçada, onde há sempre uma


continuidade em outras encarnações. Também representa
o pacto de sangue entre os novaerinos, envolvendo
pessoas ou organizações. É usado para uma melhor
obediência entre os aliados do movimento Nova Era.

126
Borboleta

A borboleta é o símbolo próprio dos adeptos da nova


era ou dos "aquarianos". Como a lagarta entra no
casulo, transforma-se e sai em forma de borboleta,
assim a humanidade passa de uma era antiga,
transforma-se em todos os sentidos e entra na nova
era.

Signo de Lúcifer

Este sinal é o símbolo da bandeira de Lúcifer. O


círculo representa o planeta Terra como reino de
satanás. O ponto são os homens, instrumentos a
serviço deste reino.

Mão chifrada

Usado por artistas ligados à música (principalmente


Rock) e seus fãs. Simboliza o louvor em rituais
satânicos.

Cruz virada para baixo

Usado por grupos de Rock e adeptos da Nova Era.


Simboliza zombaria da cruz de Jesus. Usado também
em rituais satânicos.

SS
Usado por grupos nazistas e grupos de Rock também
em roupas, broches, tatuagens, etc. Simboliza o
louvor e invocação de satanás.

127
Besouro

Símbolo que mostra que a pessoa que usa tem poder


dentro do satanismo.

Lua-estrela

Usados em roupas, endereços, artes e também em


centros espíritas. Simboliza poder para transportar
através do cosmos.

Pirâmide
É tida como elemento que capta a energia
cósmica e beneficia as pessoas dando sorte nos
negócios.

Cruz suástica
Para o Movimento Nova Era simboliza o movimento
cósmico . É bem conhecida sua conotação com a
pessoa de Adolf Hitler e seu movimento nazista que
dizimou milhões de seres humanos na Segunda guerra
mundial. É conhecido, também no Brasil e em outras
partes do mundo, o renascimento deste movimento
nazista. A cruz suástica é inspiração de chamberlain,
um vidente satânico e conselheiro de Hitler. Foi ele
que inspirou a Hitler as idéias de um reino de terror e
poder.

128
Anarquia

O movimento prega a destruição de toda e qualquer


organização que não queira se integrar ao novo
sistema. Declara a anarquia do inferno a essas
organizações que resistem à adesão universal.

Cruz de Cabeça para Baixo ou “Cruz de Nero”

É uma cruz de cabeça para baixo, também chamada


de "pé-de-galinha". Simboliza a "verdadeira" paz sem
Cristo. O pé-de-galinha é uma cruz com os braços
quebrados e caídos. O círculo representa o inferno. Na
década de 60 foi usada pelos hippies; também foi
símbolo de ecologia no mundo, pois representa uma
árvore de cabeça para baixo. E esse símbolo simboliza
a Igreja de Satã nos Estados Unidos (EUA)
Unicórnio

É o símbolo da liberdade e promiscuidade sexual:


homossexualismo, lesbianismo, heterossexualismo,
fornicacionismo, sexo grupal, etc.

Cruz com laço


Simboliza o desprezo da virgindade, troca da parceiros
conforme a escolha pessoal. O movimento Nova Era
ensina que a sexualidade é a parte que purifica o ser
humano, eleva o espírito e embeleza o corpo. É a volta
ao paganismo antigo, cujos "deuses" promoviam as
danças com barulho excessivo, as orgias, a prostituição
ritual, etc.

129
Casal Transpessoal

Símbolo do fim do casamento representado pela letra


ômega, última letra do alfabeto grego. Os adeptos da
Nova Era dizem que o ser humano não deve pertencer a
nenhuma família possessiva, mas deve ficar sempre
livre para buscar outros parceiros.

Mancha

Usada principalmente em automóveis. É uma gota de


sangue em zombaria ao sangue redentor de Jesus.

Netuno

Simboliza a transformação das crenças. A cruz para


baixo significa que todas as crenças serão destruídas para
que o planeta Terra seja governado por Maitreya o
"Novo Messias".

Existem muitos outros símbolos, porém com esta apreciação, já observamos que, de forma
sutil, a Nova Era propaga sua doutrina e, sem informação podemos, nos mesmos sermos
canais de disseminação de mensagens anti-cristãs, inseridas nestas figuras. Com certeza, você
já viu muitos destes símbolos em camisetas, programas de televisão, comerciais, produtos etc.
É necessário estarmos atentos, porque, como vimos, a Nova Era comunica suas ideias não
sendo uma seita instituída, como o satanismo, por exemplo, mas ela é uma suave conspiração,
sem governantes diretos nem representantes que se digam adeptos de suas mensagens e
doutrina.

130
COMUNHÃO DOS SANTOS

A comunhão dos santos é uma das verdades de fé incluída no símbolo dos apóstolos: Creio na
Comunhão dos Santos. Somente no século V foi colocada entre os artigos do Creio.

Que se entende aqui por “comunhão” E quem são os santos?

Quando se fala em comunhão, logo vem à mente o Sacramento da Eucaristia. E quando se


fala dos Santos, logo se pensa nos bem aventurados do céu. Entretanto, aqui, os dois termos
assumem uma significação um tanto diferente, que se compreenderá bem examinando os
escritos de São Paulo. Santos eram chamados, na primitiva igreja, todos os indivíduos que
haviam aderido a fé cristã e haviam recebido o batismo. Chamavam-se assim seja porque,
abraçando o cristianismo, tinham sido santificados; seja porque só haviam tornado membros
do Corpo Místico de Cristo, que é a Glória do céu, morada dos Santos; seja finalmente
porquê, nos tempos apóstolos, os cristão eram realmente Santos, embora houvesse também
naquele tempo a Zizánia entre o trigo. São Paulo, em sua cartas, chama os primeiros cristão de
Santos: ICor 1, 1; Col 1,2. Hoje entendemos por Santos, dentro desta verdade de fé, todos os
fiéis que pertencem ao Corpo Místico de Cristo, ou seja, todos os membros da Igreja, que se
acham em Deus, a saber:

a) Os justos da terra, que formam a IGREJA MILITANTE


b) As almas do purgatório, que formam a IGREJA PADECENTE.
c) Os bem aventurados do céu que formam a IGREJA TRIUNFANTE.

Quanto à palavra Comunhão, significa aqui: união, participação, comunicação que parte da
cabeça (Cristo) e passa para os membros (Cristãos).

Por COMUNHÃO DOS SANTOS entendemos, pois:

1- Que todos os cristãos, em estado de graça, estão intimamente unidos aos bem-aventurados
do céu, às Almas do Purgatório e a todos os justos da terra.
2- Que, em virtude desta união formando um verdadeiro organismo vivo e dinâmico, cada
um participa do bem espiritual de todos os outros. Em outras palavras Comunhão dos
Santos é a intercomunicação de dons divinos entre todos aqueles que pertencem à Igreja
de Cristo.

E quais são esses bens?

O Tesouro inesgotável dos bens de que participam todos os membros do Corpo Místico é

131
constituído, antes de tudo dos méritos infinitos de Jesus Cristo, méritos que ele conquistou
com sua Paixão e Morte, com a oferta de sua vida ao Pai; os méritos inesgotáveis de Maria e
de todos os Santos; as preces e louvores que as almas do Purgatório elevam a Deus pelos seus
irmãos na fé. As orações, boas obras e sacrifícios de todos os Cristãos da terra; as Missas que
continuamente se celebram em todas as partes do mundo, missas que tem um valor infinito,
como o próprio Sacrifício de Cristo. De todo esse Tesouro infinito de méritos cada cristão
participa onde quer que esteja, em maior ou menor escala.

Neste momento, por exemplo, milhares de missas estão sendo celebradas, milhares de
Sacerdotes estão confessando , pregando, assistindo a Moribundos ou conferindo algum
sacramento, milhares de missionários estão trabalhando com ardor apostólico na conversão
dos infiéis, milhares de religiosos e religiosas estão meditando, rezando e se sacrificando no
silêncio dos claustros, milhares de doentes estão oferecendo seus sofrimentos a Deus e
sofrendo resignados, por amor de DEUS...

As boas obras ou ações de todos estes fiéis são pérolas que vão sendo lançadas no tesouro da
Igreja e de todas estas boas obras qualquer cristão onde quer que esteja, está participando. Se
a isto acrescentar os méritos alcançados continuamente pelas preces dos Santos do céu, pelas
almas do purgatório, das quais também todo o cristão participa, podemos ter uma ideia da
torrente de dons divinos que circula continuamente no Corpo Místico de Cristo ou na Igreja.

Disto se depreende que dentro da Igreja é inconcebível o egoísmo de quem dissesse: Quero
trabalhar só para o meu bem com as ações que pratico. Os merecimentos das boas obras que
qualquer cristão faz têm uma repercussão universal. Quem distribui os dons divinos,
acumulados na Igreja para aqueles que deles necessitam, é Deus.

Vantagens

Os anjos e Santos do céu conhecem as nossas lutas e fraquezas, as dificuldades que temos
para conservar-nos fiéis a Deus e alcançarmos a bem-aventurança eterna. Por isso rezam e
intercedem por nós. Dos méritos de suas orações nós participamos se pertencemos ao Corpo
Místico de Cristo.

As almas do purgatório também rezam pêlos cristãos da terra, porque são seus irmãos. Os
méritos que elas alcançam nos enriquecem. Nossa Comunhão com todos os justos da terra,
nos tornam merecedores de um cabedal tão grande de luz, forças e merecimentos, que só Deus
sabe.

132
Condições para participar da COMUNHAO DOS SANTOS

É necessário ser realmente membro do Corpo Místico de Cristo. A porta para entrar na
Comunhão dos Santos é o Batismo. E necessário, não ter sido excluído dessa Comunhão pela
excomunhão. Estão, pois, fora da Comunhão dos Santos: os Pagãos, os Hereges, Apóstatas,
Cismáticos, etc.

É necessário ser membro vivo da Igreja, estar em estado de graça ou viver em estado de graça.
Membros cortados não participam da vida do corpo, assim como os galhos secos ou cortados
da árvore não recebem seiva que passam por todas as partes vivas da árvore.

Esta é a verdade consoladora ou Dogma da Comunhão dos Santos. Portanto, a Virgem


Santíssima e os Santos intercedem por nós por meio de Jesus, recorrendo a seus méritos e sua
mediação. Isto ensinavam os apóstolos em “Creio na Comunhão dos Santos”.

133
Oração do Pai Nosso

" Um dia , Jesus rezava. Quando terminou um de seus discípulos pediu-lhe: Senhor, ensina-
nos a orar, como João Batista ensinou a seus discípulos' (Lucas 11.1). É em resposta a este
pedido é que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental. S.
Lucas traz um texto breve; S. Mateus , uma versão mais desenvolvida. A tradição litúrgica
da Igreja conservou o texto de S. Mateus:

Pai nosso que estais no céus,


Santificado seja vosso nome,
Venha a nós o vosso reino;
Seja feita vossa vontade;
Assim na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia nos daí hoje;
Perdoai nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
E não nos deixei cair em tentação ,
Livrai-nos do mal.

Bem cedo , o uso litúrgico concluiu a Oração do Senhor com uma doxologia " Pois vosso é o
reino o poder e a Glória para sempre.

A oração do Senhor

Pai Nosso

O Senhor Jesus nos mostra que podemos ousar nos aproximar de Deus com toda confiança e
intimidade, nos revelando Deus como Pai.

A) Santo Ambrósio: O homem não ousava levantar o rosto ao céu (diante de Deus), baixava
os olhos para a terra , e de repente recebeste a graça de Cristo: " todos os teus pecados estão
perdoados. De servo mau tornastes um bom filho e agora podes dizer Pai Nosso.... (CIC
2783) . Esta realmente era a realidade do homem ele não ousava olhar para Deus(todos os
profetas que viam o Senhor se jogavam por terra ex. Ezequiel, Isaías e outros)

B) São Cipriano: Quando Chamamos Deus de Pai precisamos lembrar que devemos nos
comportar como filhos de Deus .

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C) São João Crisóstomo : Não podeis chamar de Vosso Pai ao Deus de toda bondade, se
conservais um coração cruel e desumano; pois nesse caso já não tende mais em vós a marca
da bondade do Pai celeste. (o amor e sacrifício de Cristo Jesus, que nos faz filhos de Deus)

Quando dizemos Pai Nosso reconhecemos que todas as promessas de amor reveladas pelos
profetas se cumprem na nova aliança (no sacrifício de Jesus) em Cristo nós nos tornamos seu
povo , seus filhos e doravante Ele é nosso Deus Nosso Pai , o Pai de todos que aceitam a
Jesus como Senhor

Que Estais No Céu

Esta expressão não significa um lugar , mas sim uma maneira de ser; não uma distância de
Deus mas sua majestade " que estais no céu" = "que é superior a tudo que é humano" ou "
que é superior a tudo". (CIC 2794). Ele está além de tudo quanto podemos conceber a
respeito de Sua Santidade.

Santificado Seja Vosso Nome

O termo "santificar" deve ser entendido aqui não primeiramente em seu sentido causativo (só
Deus santifica, torna santo) mas sobretudo num sentido estimativo, ex: reconhecer como
Santo, tratar de forma Santa. (CIC 2807)
A um anseio neste pedido de Jesus, que o nome de Deus seja adorado, conhecido e que
todos aqueles que venham a conhecê-lo vivam de forma a honrar este nome com o seu
proceder e viver .
Em Malaquias 1.11-12 o Senhor diz: "Vós porém profanais o meu nome........ e ainda dizeis:
ai que cansaço! E mostrai desprezo pelo altar." O Senhor nos fala que profanamos ou seja
não Santificamos o seu nome quando desprezamos aquilo que Ele nos deu ou incumbiu de
fazer , sozinhos ou diante dos outros (ex.: santidade , testemunho pessoal).
Nós que participamos da Nova Aliança temos o privilégio de conhecer o nome do Senhor,
podemos ver no livro de Êxodo que Moisés perguntou a Deus “que responderei se
perguntarem qual é o Seu Nome”? e o Senhor respondeu “Eu sou aquele que Sou”(Êxodo
3.15) Mas na nova Aliança em Jesus o Senhor se mostra como "o Deus que Salva" e Jesus o
chama pelo nome de "ABA", para Jesus e para todos nós Seu Nome é ABA "Paizinho
Querido" Ele é nosso Pai amoroso.

Venha a nós O Vosso Reino

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São Cirilo de Jerusalém: Só um coração puro pode dizer com segurança venha o vosso
Reino.(CIC 2819)
Pedir a Deus que Venha o Seu Reino é pedir os atributos do reino de Deus em nossa vida
pessoal , na Igreja e no mundo. Pedir o Reino de Deus é pedir o modo de vida do Céu aqui e
agora.
São Cipriano: O Reino de Deus pode até significar o Cristo em Pessoa, a quem invocamos
com nossas súplicas todos os dias e cuja vinda queremos apressar por nossa espera. Assim
como Ele é nossa Ressurreição, pois é nele que ressuscitamos, assim também por ele
reinamos. (CIC 2816)
Este pedido é o " Maranatha" , o grito do Espírito e da Noiva : "Vem Senhor Jesus".
Tertuliano: Mesmo que esta oração (Pai Nosso) não nos tivesse imposto um dever de pedir a
vinda deste Reino , nós mesmos, por nossa iniciativa teríamos soltado este grito, apressando-
nos a ir abraçar nossas esperanças às almas dos mártires, que sob o altar, invocam o Senhor
com grandes gritos: " Até quando , Senhor, tardarás a pedir contas do nosso sangue aos
habitantes da terra?(Ap. 6,10). Eles devem, com efeito , obter justiça no fim dos tempos.
Senhor , apressa portanto a vinda do teu reinado. (CIC 2817)

Seja Feita Vossa Vontade assim na Terra como no Céu

A) A vontade primordial de Deus e que todos sejam salvos (1 TM 2 , 3-4)


B) Seja feita em nossa vida , na Igreja e no mundo a vontade do Senhor.

"Deu-nos a conhecer o mistério de sua vontade, conforme decisão prévia que lhe aprouve
tomar: a de em Cristo encabeçar todas as coisas... Nele, predestinados pelo propósito
daquele que tudo opera segundo o conselho de sua Vontade, fomos feitos sua herança"(Ef
1,9-11).

Pedimos que se realize plenamente este desígnio amoroso na terra, como já acontece no céu.
No Cristo , e por sua vontade humana, a Vontade do Pai foi realizada completa e
perfeitamente e uma vez por todas. Jesus disse ao entrar neste mundo : "Eis -me aqui , eu vim
, ó Deus, para fazer tua vontade"(Hb 10,7). Só Jesus pode dizer: "Faço sempre o que lhe
agrada"(Jo 8,29). Na oração de sua agonia, ele consente totalmente com esta vontade: " Não
a minha vontade mas a tua seja feita!"(Lc 22,42)

Orígenes: Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só espírito com ele, e com isso realizar
a sua Vontade ; dessa forma ela será cumprida perfeitamente na terra como no Céu.

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S. João Crisóstomo: Ele ordena aqui (na oração do Pai Nosso), a cada fiel que reza, que o
faça universalmente, isto é, por toda terra. Pois não diz "seja feita a vossa vontade" em mim
ou em vós, mas "em toda terra", a fim de que dela seja banido o erro, nela reine a verdade, o
vício seja destruído , a virtude floresça novamente, e que a terra não mais seja diferente do
céu. (CIC 2825)

O Senhor Jesus vivia em oração e lia a palavra de Deus , Ele nos deixou este exemplo pois só
através da leitura (da Sagrada Escritura/Sagrada Tradição/Sagrado Magistério) e oração
poderemos saber a vontade Deus para nossa vida e poder viver sua vontade, servindo de
testemunho e edificação para muitos.

O Pão nosso de cada dia nos Dai Hoje

"Dai-nos" é a demonstração da confiança dos filhos que tudo esperam de Seu Pai. Jesus nos
ensina a fazer este pedido , que glorifica efetivamente o nosso Pai, porque reconhece como
Ele é bom e além de toda bondade cuida de nós. É ele que cuida de tudo que precisamos " é
ele que da a todos os seres vivos o alimento"(Sl 104, 27).

" Dai-nos é ainda a expressão da Aliança : pertencemos a Ele e Ele pertence a nós, e Ele age
em nosso favor.
"O Pão nosso" o Pão que dá vida , no êxodo podemos ver que Deus dava todas as manhãs o
maná necessário para cada dia .
Neste texto "cada dia" é em sua língua original "epiousios ( pronuncia-se epiússios) esta
palavra tomada em sentido qualitativo , significa " o necessário a vida" e em sentido mais
amplo , todo bem suficiente para a subsistência. Literalmente designa diretamente o Pão da
Vida, o corpo de Cristo ," remédio de imortalidade" que sem o qual não temos a vida.

São Pedro Crisólogo: Cristo é Ele mesmo o pão que, semeado na virgem, levedado na carne,
amassado na Paixão , cozido no forno do sepulcro, colocado nas dispensas da Igreja, levado
aos altares proporciona cada dia aos fiéis um alimento celeste". (CIC 2837).

Perdoai-Nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido

Este pedido é surpreendente. Se comportasse apenas o primeiro membro da frase - "Perdoai-


nos as nossas ofensas"- poderia ser incluído , implicitamente, nos três primeiros pedidos da
Oração do Senhor, pois o Sacrifício de Cristo é " para a remissão dos pecados".

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Mas de acordo com um segundo membro da frase, nosso pedido não será atendido , a não ser
que tenhamos antes correspondido a uma exigência. Nosso pedido é voltado para o futuro,
nossa resposta deve tê-lo precedido; uma palavra os liga " Como". (CIC 2838).
Ora, e isso é tremendo, este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração
enquanto não tivermos perdoado aos que nos ofenderam. Recusando-nos a perdoar nossos
irmãos e irmãs, nosso coração se fecha, sua dureza o torna impermeável ao amor
misericordioso do Pai; perdoando e confessando nossos pecados , nosso coração se abre à
sua graça. (CIC 2840).

O perdão dá testemunho que o amor é maior, é mais forte que o pecado.


Mt. 5. 43-44; Mt 5 . 23-24

Não nos deixei cair em tentação

Jesus mostra aqui a raiz do pecado, pois nossos pecados são fruto do consentimento na
tentação. (CIC 2846)

Pois só se peca quando sedemos as tentações que nos afligem e a tentação por si só ,não é
pecado pois Jesus foi tentado e não pecou.
Não cair em tentação envolve uma decisão de valores e de coração "onde estiveres seu
tesouro também estará seu coração"(Mt. 6,21.)
Mas em meio a tentação Deus nos dá uma solução (1Cor 10,13). A tentação é vencida pelo
conhecimento da Palavra e pela oração (Luc 4.1-13).

Mas livrai-nos do mal

Além dos males humanos (acidentes, enfermidades etc.) o que está evidente e que o mal
caracterizado é a pessoa maligna do "diabo".
Neste pedido, o "mal "não é uma abstração , mas designa uma pessoa "satanás", o maligno, o
anjo que se opõe a Deus . É aquele que se atira no meio do plano de Deus e de sua obra de
salvação realizada em Cristo. (CIC 2851).Ao pedir que nos livre do "maligno " pedimos
igualmente que sejamos libertos de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais
ele é o autor ou instigador. (CIC 2854). Neste último pedido o Senhor nos convida como
Igreja a colocar diante do Pai todo sofrimento imposto pela mal no mundo ( guerras, fome ,
miséria etc.) para que Ele imponha a derrota final a "satanás" e seus anjos caídos.

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Afetividade, Maturidade Humana e Sexualidade

Transição da relação da Afetividade para a Sexualidade

Quando falamos de afetividade, mostramos a relação que pode existir entre homem e mulher -
é a “relação” - afetiva; onde tanto o homem como a mulher vão buscar sua afetividade juntos.
Vão dar início a um novo processo de amar e de ser afetivamente unido em particular, ela é só
do casal sem intromissão de ninguém.

Ser afetivo é deixar amar-se; o homem conquista a mulher e ela por sua vez se deixar
conquistar pelo homem, faz-se assim um laço de afetividade. Este laço não pode ser quebrado,
pois é momento de entrega e principalmente de conhecimento afetivo. O laço é quebrado com
a traição, desconfiança. desamor e as demais coisas que hoje a nossa sociedade apresente
através dos MCS (Meios de Comunicação Sociais), as novelas de televisão nos mostra a
traição (adultério) como uma coisa normal que pode acontecer com qualquer casal, os jovens
se identificam com a TV, e automaticamente se identificam com o adultério da TV. É “fácil
demais”. Assim nossa afetividade dá lugar a paixão que atualmente leva os jovens a se
entregarem a sociedade mundana que “está na moda”. Devido à tantas formas de nos
afastarmos da afetividade é que devemos lutar com toda a nossa força para reconquistar e
cada vez mais vivenciá-la em nossas vidas. Deixar tudo o que é do mundo, e procurar as
coisas que vem de Deus. Dizer um “basta” as vontades próprias e se entregar a Jesus.

Somos criaturas feitas de amor, com amor e para amar (cf. Jo 4,16).

Deus nos mostra o novo nascimento do amor, da relação afetiva. A afetividade vem trazer a
sexualidade, é uma necessidade que se for dada continuidade resultará em uma sexualidade de
amor, e não uma sexualidade de puro sexo, atravessamos a sexualidade e chegamos a
genitalidade e esquecemos que a afetividade traz a sexualidade, no tempo certo, e dai irá a
genitalidade, pois Deus é o criador, o homem tem a tarefas de procriação, que foi dada por
Deus. O amor é a chave de uma vida jovem no Espírito. “Ainda que eu falasse as línguas dos
homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como bronze que soa, ou como címbalo que
retine” (1 Cor 13,1).

Nisto existe pessoas que acreditam que o amor pode se desgastar com o tempo, pela falta de
atitudes amorosas e afetivas. E verdade que assumir logo de início as atitudes de casal -
relações sexuais, vida em comum - tem como efeito impedir muitas vezes o aprofundamento
do amor, interromper sua construção, viciar a sua verificação. O amor não é só o fogo do
sentimento, não é só um flash de uma paixão. O amor é um fogo que é um fogo. “O Amor é
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mais forte do que a morte; O fogo ardente do amor é uma chama divina! Toda água dos
oceanos não seria suficiente para apagar o fogo do AMOR” (Ct. 3,6).

O sacramento do matrimônio dá esta capacidade de renovar o amor bebendo da fonte que é o


amor. Temos que valorizar a vida, a vida matrimonial, temos que trabalhar nossos jovens
sobre a importância e a beleza de um matrimônio sadio e bem feito e ver os frutos desta
criação que Deus-Pai nos deu, é uma graça maravilhosa a que Deus coloca nas mãos do
homem.

Temos que ter uma juventude para Jesus, se isso significar ser santo, é a santidade que
teremos que buscar, precisamos de jovens santos, de famílias santas, de amor, namoro e
casamentos SANTOS. Santos para Deus para podermos entregar para Jesus e dizer: Toma,
Senhor, nosso coração é teu, único e exclusivamente TEU.

O homem foi criado por Deus com uma carência afetiva, o homem vai precisar da mulher,
uma companheira, uma pessoa que resolveu deixar tudo para viver com ele. Muitas das vezes
esta carência pode tomar-se doentia, daí tem origem o ciúme, o desinteresse pelo casamento,
ou sua continuidade. Podemos assim fazer uma relação com o matrimônio, noivado e namoro,
isto é, um mal casamento é reflexo de um mal noivado, e um mal noivado é resultado de um
mal namoro. O namoro de jovens deve ser santo, suas atitudes serão santas, construindo assim
uma nova vida de jovens renovados no Espírito de jovens transformados, e essa atitude de
transformação provém da criação.

O grande problema dos jovens no namoro é ultrapassar o “sinal vermelho”, temos que ter um
limite de chegada, pois é a falta desse limite que encontramos jovens ainda não maduros na
frente de famílias, que encontramos um alto índice de prostituição, de menores carentes, de
jovens que fogem de casa revoltados com seus pais. Ultrapassar o “sinal vermelho” é dar um
tiro na vida, na vida nova que Jesus nos convida a assumir e a ter convicção no que
afirmamos, dar esse tiro na vida significa selar a entrada a santidade no como, no amor e nas
feridas abertas não cicatrizadas.

O homem tem carências afetivas, mas isso não quer dizer que começaremos a brincar com os
sentimentos dos outros, brincar com o sexo e abusar dele fazendo o que bem entender. A
afetividade é amor, puro e de maneira santa, somos chamados por Deus a santidade ( ITs 4, 7-
8) mas sim a uma nova vida no Espírito, temos que exercitar um namoro santo, a Igreja
precisa de jovens santos, para com eles se tomarem verdadeiros santos.

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Carência afetiva é uma necessidade, o uso indevido dela toma-a pecado e de impureza para o
Nosso Deus. A afetividade nos apresenta a maturidade de três maneiras:

Maturidade Psicológica - Quando o jovem se toma maduro nos pensamentos, começou a ter
uma visão de mundo não infantil, mais jovem, de maneira mais crítica.
Maturidade Física - Quando o jovem amadurece em seu corpo, o homem toma forma de
homem, voz, músculos e seus órgãos masculinos se desenvolvem e ficam adultos, o mesmo
na mulher, isso significa um como podendo ver uma maturidade apenas física.
Maturidade de Atitudes - Quando o jovem alcança sua maturidade nas atitudes e atos, quando
começa a perceber com a maturidade psicológica o que vem a ser certo e o que vem a ser
errado.

A maturidade é sinal de que caminhamos na estrada certa, que evoluímos ao projeto de Cristo,
a imaturidade é sinal de que decaímos no oceano da desilusão e atravessamos a linha
imaginária do pensamento não evolutivo, para o pensamento não-involutivo, seria um sinal a
saída pós-maturidade do jovem a vida que o mundo oferece, aos prazeres sociais que hoje
conquistaram todos os extremos do mundo.

Por fim, a maturidade é sinal de responsabilidade, ser responsável em estar com o outro
respeitando, isso faz o amor crescer, ter responsabilidade tão qual a de um marido com sua
esposa, a maturidade e o grau que temos que buscar como jovens que querem ser santos, que
querem servir a Deus como Santos hoje, na sociedade, na escola, na rodinha de amigos, ser
santos, esta é a palavra chave de nosso grito. Queremos ser santos hoje. Nossa plena
maturidade é alcançarmos a maturidade psicológica, física e de atitudes.

Sexualidade Jovem Masculina

É importante que o homem se reconheça como “Todo masculino”, assim entenderemos que a
mulher é “Toda feminina”, a não compreensão disto pode gerar problemas futuros com
relação a namoro e casamento.

O masculino tem seus órgãos sexuais voltados a fecundação, os testículos são responsáveis
pela produção de hormônios sexuais, do esperma e espermatozóides. Este é o começo da
função dos testículos. Isto acontece em algum momento da adolescência. A partir de então, o
jovem tomou-se capaz de fecundar uma mulher. Uma parte dos hormônios são levados para a
corrente sanguínea e, por ela, para todo o como para dar e conservar a forma masculina, o

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jeito de homem, a barba, o cabelo, o rosto, braços, voz, força, coragem, etc. A falta de
hormônios masculinos pode tomar um homem efeminado. Os testículos desde quando
começam a funcionar, produzem permanentemente o material sexual, ou seja, o esperma com
os espermatozóides. Este material é armazenado no corpo, nas vesículas seminais, como um
depósito, quando o depósito está cheio o organismo e o psiquismo se mobilizam a esvaziá-lo,
assim acontece a necessidade de ejaculação, ou a ejaculação natural, ou a provocada por
masturbação, ou por relação sexual com uma pessoa do mesmo ou do outro sexo.

Necessidade de Ejaculação

Esta necessidade pode se manifestar de diversas maneiras, a vontade de tocar os órgão


genitais, de manipulá-los, provocar a excitação do pênis para fazer acontecer a ejaculação,
enquanto esta não acontece não sossego, o psiquismo toma conta e vem imagens,
pensamentos que só irão sair da mente quando acontecer a ejaculação. Se este já teve relações
sexuais com alguém, sente a vontade de se deter a revistas, livros e filmes excitantes,
formulando assim os seus desejos eróticos.

Todo homem tem a necessidade de ejaculação, pois o depósito está cheio e tem que esvaziar,
pois os testículos não param a sua produção toma-se improvável o homem viver sem esta
necessidade. Em muitos casos acontece a “Polução Noturna” isto é, a ejaculação à noite
enquanto se esta dormindo manipula-se ou sonha-se coisas eróticas e acontece a ejaculação,
não tendo pecado pois é uma necessidade.

Masturbação

A masturbação do homem é o ato voluntário de provocar os órgão genitais com a finalidade


de um forte prazer do orgasmo sexual. “Apresentamos cinco pontos onde pode acontecer a
provocação dos genitais que irão levar a ejaculação e ao orgasmo:

1. Através da manipulação do pênis, excitando-o até a ejaculação e ao natural orgasmo que


acompanha a ejaculação.
2. Através da provocação dos genitais a dois.
3. Por contatos eróticos com o corpo de outra pessoa.
4. Por olhar cenas e filmes tão eróticos que excitem e causem ejaculação e a chegada do
orgasmo sexual.
5. Por contatos físicos eróticos que excitem a ponto de causar ejaculação e orgasmo.

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A origem da masturbação vem de diversos pontos

Da necessidade de Ejaculação - O jovem se sente reprimido pelo fato dos testículos


produzirem material sexual, chegando a masturbar-se voluntariamente, sentindo uma tensão
que só acaba após o ato ser consumado.

Do vício - Cria-se um vício de tantas vezes ceder a necessidade de ejaculação que


involuntariamente e inconsolavelmente o leva a provocar a masturbação.

Tensões psíquicas da adolescência - O jovem passa diversas tensões que o leva a descarregar,
se aliviar das tensões na masturbação, é a saída mais rápida que se encontra. São resultado de
tensões na família, no colégio, a rebeldia, a liberdade, o jovem entra em crise e sai dela
através da masturbação.

Por carências afetivas - O jovem que não recebe amor, se sente só, e só provoca a
masturbação, é somente ele e os genitais, esta masturbação é busca direta e indiretamente.

“O que é pecado para que a masturbação seja considerada como pecado? Pecado tem outro
nome, mais claro, mais compreensível: desamor. Desamor é o contrário do amor. Pecado é
tudo que seja contrário ao amor e àquilo que o amor (verdadeiro) faz. Pecado é o ato de
desamor, algo que faz mal, que prejudica, que deixa consequências negativas, que destrói.
Pecado é toda atitude de desamor contra o próprio jovem, contra Deus, contra o outro, contra
a natureza, pecado é algo que prejudica a todos. Quando o nosso Deus dá mandamentos para
não agir de determinadas maneiras, é porque aquilo não é bom para nós. Pode nos prejudicar.
Todo mandamento é para o nosso bem. Também o mandamento que se refere à sexualidade.
A desobediência ao mandamento se torna pecado exatamente porque ele gera algum desamor,
alguma desordem, algum mal ou prejuízo.

O primeiro passo consiste em acreditar que se é dono da sexualidade: nem sempre, sem
dúvida, da imaginação, mas sim dos atos. A partir daqui pode começar a reeducação que vai
concluir e incluir com a necessidade do perdão (este fortifica a vontade e esperança), atos
realizados passo a passo, a vigilância dos olhos do coração, uma higiene de vida, doação de si
mesmo no serviço dos outros. Reeducação que é um caminho de vida e vai fazer de nós
homens e mulheres de pé, purificados e dispostos a mar e a sem dúvida receber muito amor.
Se formos analisar as atitudes e descobrir nelas o erro, o pecado, as ações voluntárias, talvez
estejamos caminhando ao lado oposto, verificamos que a atitude de masturbar-se é um
desamor, e todo desamor é um atentado a vida, a princípio é pecado toda atitude de

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masturbar-se é um desamor é um atentado a vida, a princípio é pecado toda atitude de
masturbação, mas não atitudes de necessidade de ejaculação.

Deus condena estas práticas, pois Ele deu a mulher ao homem, e toda a espécie de prazer que
um homem deve ter é com ela, e não em atos involuntários “a sós” ou até mesmo a dois de
mesmo sexo, todas estas práticas tem que ser reeducadas na família. Temos que ser fiéis ao
nosso Deus e aos seus mandamentos, ser indiscritível nos pensamentos, na inteligência e
principalmente nas atitudes, tanto morais como afetivas e sexuais. Além disso o ato de
masturbação pode causar sérios danos ao casamento, por exemplo o homem que tem o
costume de provocar masturbação, antes do ato sexual dar início ou até mesmo antes do
orgasmo, ele ejacula, sendo vergonhoso ao homem e frustrante para a mulher, tomar uma
decisão séria em uma reeducação sexual, e ao costume da vontade de Deus ao projeto tão
bonito que ele criou que é o milagre da procriação, isto é, um verdadeiro milagre, a
fecundação.

Um dos traços do comportamento do ser humano é o “domínio sobre a afetividade”.

A afetividade não é como um dos nossos outros estados “Psíquicos”, a afetividade não pode
ser medida com adjetividade como a inteligência. A afetividade é uma maneira de ser; por
isso dizemos que o ser humano é afetivo e não que tem uma afetividade. A afetividade é
caracterizada pela qualidade de experimentos (vivenciar) internamente a realidade exterior, e
sentir o impacto produzido no seu eu. E uma experiência interna “somática” dos conteúdos de
fora (para a consciência), no caso podemos estar até reprimidos ou inconsciente.

Também identificamos, como uma tendência a reagir com emoção e ela se manifesta com
efeitos sobre o corpo e o espirito. O afeto, é um estado emocional e caracterizado por produzir
ações quase que desprovidas de controle intencional, segundo pontos de vista objetivos e
morais; e por isso que, com frequência, encontramos como sinônimo de emoção. Em resumo
o estado afetivo elementar que oscila entre dois pólos: prazer e desprazer, agradável e
desagradável; um estado definido por uma reação de espera e exploração. Qualquer distúrbio
na vida afetiva poderá impedir o amadurecimento correto da personalidade, desencadeando os
processos doentios da regressão ou fixação. A criança por carecer ainda dos meios intelectuais
necessários para dominar suas emoções, é continuamente dominada pela afetividade no seu
querer e no seu agir. A criança, mesmo que não compreenda com clareza, sente e vivência as
situações com uma força extraordinária. Um distúrbio nesta área pode causar sérios danos
psíquicos na juventude possibilitando um não amadurecimento, fazendo desse jovem um
alienado para com os sentimentos, o psicológico e tanto religiosos.

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O adolescente se caracteriza por uma instabilidade afetiva sintomática. Seu psiquismo
apresenta-se como um complexo mundo de emoções, sentimentos, racionalizações, que
condicionam um agir ao mesmo tempo riquíssimo e contuso na sua incoerência. E aquela
pessoa que ora quer uma coisa e ora quer outra coisa, não se decide, no campo profissional
apresenta uma inconstância muito grande, o resultado de se viver mal a adolescência é se
prejudicar emocionalmente, já que o adolescente se toma vulnerável em seu psiquismo a
emoção.

O adulto, o ser humano maduro tem intelecto que lhe transmite o direito de transferir ou
deixar de lado, orientar, dirigir e aproveitar de maneira prática, dinâmica e construtiva sua
afetividade. Pode aproveitar a riqueza da afetividade sem ser submisso a ela. E a inteligência
em definitivo que assimila e determina de maneira decisiva, o modo de agir, mas por tem, um
aproveitamento da afetividade e da sensibilidade com um enriquecimento da personalidade
que dá calor e aproxima os outros da idéia que temos de mundo.

O adulto que consegue, habitualmente, tal controle funcional e afetivo da sua afetividade
espontânea, supera repugnância e atrações, sabe analisar os fatos e as pessoas mais profundas
nos conflitos com outras pessoas, sabe agüentar e superar as situações. A contemplação
profunda de nós mesmos converterá toda riqueza do sentimento e da afetividade em energia
propulsora do crescimento pessoal através da vida do amor. Trata-se de um verdadeiro e
eficaz conhecimento, bem significativo e transformador, e não apenas de um ‘Luxo’
intelectual’.

O fator psicológico da vida tanto da criança, do adolescente e do adulto, implica de maneira


bem extensa no campo da afetividade, pois a maturidade é buscada, ela vem com o tempo,
mas só por isso não deve se ficar esperando ela chegar, temos que buscar a maturidade.

A afetividade (namoro) também coloca o jovem a amar ou até enjoar dessa pessoa sendo
simpática ou antipática, por isso deve ser controlada emocionalmente e ter uma boa vida tanto
pessoal como familiar, mas principalmente com Deus. Só assim seremos jovens de
maturidade ágil e lógico, obtendo respostas e perguntas, tendo seus anseios naturais de acordo
com sua identidade.

“Como a ideologia ocidental insiste em que a atividade sexual seja puramente instintiva, inata
e natural, relutamos em reconhecer que a sexualidade tem uma história. Pelo contrário
estamos convencidos de que ela é impenetrável à mudança e, por conseguinte, existe fora do

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tempo. No entanto indicamos a existência de vária mudanças importantes tanto no
comportamento sexual como no significado que lhe atribuímos. Os historiadores sociais
apontam incontáveis provas de tais mudanças, as quais deixem claro que a sexualidade,
efetivamente, possui uma história”.

Entrando na história da sexualidade vamos encontrar o principal meio de se chegar a


sexualidade - O corpo. Muitas conclusões infelizes, meias-verdades sobre o corpo percorrem
as ruas. Para as filosofias do extremo oriente, o como é um tipo de envelope que pode ser
trocado, o que permitiria ter dezenas, senão centenas de diferentes formas corporais. O corpo
para essas filosofias está completamente desligado da alma.

O corpo não é uma coisa. Ele é alguém. Ele é eu mesmo. E a pessoa que eu sou. Mas a minha
pessoa não se reduz a meu corpo, como também a minha alma não se reduz a minha pessoa.
Entretanto, nem tudo é tão simples! Nossa sexualidade não é mais transparente a luz. Uma
sombra, um peso a perturbam. Uma trágica desconexão pode ocorrer entre a atração do sexo e
a transmissão da vida. Entre o amor e fecundidade. Entre a sexualidade e genitalidade. Entre
sexo e pessoa. Entre coração e corpo. Entre alegria e gozo. O papa nos mostra uma realidade
bem concreta do que acontece ao corpo na sociedade hoje. “Adoração do corpo? Não, nunca!
Desprezo do corpo? Também não! Controle do corpo? Sim. Transfiguração do corpo? Mais
ainda!” (João Paulo II aos jovens - Parque dos Príncipes - Paris 1980)

Sexualidade e Modernidade

Nos dias de hoje, são comuns as opiniões, mesmo dentro de grupos de evangelização e em
outras comunidades católicas, de que se deve quebrar um “tabu” existente a respeito do sexo
antes do casamento, jovens cristãos solteiros buscando, muitas vezes, encontrar justificativa
para seus atos, talvez com receio da impopularidade perante os colegas. Alguns tentam
aplacar suas consciências proferindo frases do tipo: “as relações humanas hoje são mais
evoluídas”, ou então “só faço com o(a) namorado(a) e isso não tem problema”, ou ainda “se
não fizermos, seremos tachados de ultrapassados” e até mesmo dizem “precisamos nos
conhecer sexualmente antes do casamento”.

Diante dessas realidades, logo surgem as questões:

Vale a pena ser casto? Virgindade entre solteiros ainda é um bem a ser cultivado?

Antes de qualquer outra coisa, lembro, a quem gosta de debater temas polêmicos - como a
sexualidade -, que é interessante que nos mova a caridade, a instrução mútua e a intenção de

146
nos corrigir fraternalmente, para que não nos assalte o desejo estéril de jogar pedras uns nos
outros.

Sobre o tema, vamos considerar dois aspectos:

Pelo mandamento Divino e o sentimento Humano.

Quanto ao mandamento divino, perguntemo-nos: O que vamos fazer quando apostolamos nos
movimentos de evangelização da juventude ou no nosso cotidiano? Com certeza, ajudar a
levar os jovens a uma verdadeira conversão à mensagem de Cristo (Ele mesmo nos ordena
que façamos isso - cf. Mc 16,15). Mas qual é essa mensagem? Não seria aquela contida na
Bíblia e interpretada pelo Magistério da Igreja?

Ou seria a Bíblia ultrapassada?

Quanto à sexualidade, quando Cristo nos diz para sermos castos até em pensamento (cf. Mt
5,27ss), teria dito Ele apenas para a gente daquela época? E quanto a São Paulo - teria ele
animado apenas a comunidade da Galácia à pureza (cf. Gl 5,16-26) e a de Corinto à
continência (cf. 1 Cor 7,8-9)?

Se dissermos sim às três últimas perguntas (ou seja, a Bíblia, então, não se refere à nossa
época) estaremos como que institucionalizando o “supermercado da fé”, no qual só nos
aproximamos das mercadorias que nos aprazem. Nesse supermercado, compraríamos o que
achamos mais agradável (talvez a oração, a participação na Santa Missa e outros
mandamentos mais simples de serem seguidos) e desprezaríamos o que achamos menos
conveniente (a castidade e a confissão, para quem acha isso “pedir muito”). Enfim, pensemos
bem: buscamos uma conversão à real mensagem do Evangelho (ou seja, às vontades do único
e verdadeiro Deus) ou à ideia particular (e não a da Igreja) que temos dessa mensagem?

Afinal, cremos ou não no que diz a Bíblia? Cremos ou não que a Igreja, esposa amada de
Cristo, é a preciosa guardiã de seus ensinamentos (Lc 10,16)?
Se a Igreja pregasse o erro, cairíamos no absurdo de afirmar que Cristo teria mentido ao dizer
que as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela (cf. Mt 16,18)! E essa mesma Igreja de
Cristo, como ensina São Paulo, está construída sobre “uma só fé” (cf. Ef 4,5) e não sobre
crenças. Quanto à popularidade da mensagem de Cristo, bem sabemos da necessidade de nos
adequarmos ao que Deus nos pede e não o contrário! Essa verdade é insistentemente
afirmada, não deixando margem a dúvidas:
“nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus mas quem fizer a

147
vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). E ainda: “quem recebe os meus
mandamentos e os observa, esse é que me ama” (Jo 14,21).

Ademais, o próprio Cristo não evitou palavras duras quando necessário. Em Seu longo
discurso sobre o Pão da Vida (a Eucaristia, Jo 6,22-71), muitos O abandonaram dizendo
‘‘quem pode ouvir essas palavras duras?’’ E Cristo, se quisesse tão-somente a popularidade,
certamente teria pensado de outra forma, mas, em vez disso, disse aos que ficaram: “Quereis
vós também retirar-vos?” (cf. Jo 6,67). Assim também faz a Igreja:
entre a popularidade simplista (que atrairia inúmeros incautos) e os mandamentos, defende
sempre a 2º opção - por uma questão de ZELO. A Igreja nunca poderia modificar o que Cristo
ensinou, não é mesmo? Assim também devemos fazer nós - ir contra a avalanche de má
doutrina, de sensualidade e de maus costumes infundidos pelo mundo atual, ainda que
sejamos rotulados de retrógrados, ridículos e até mesmo, “trouxas”.

Ter consciência de que os valores da castidade e da virgindade são atuais (assim como toda a
Bíblia!) é essencial para que o jovem tenha força para ser fiel aos ensinamentos cristãos.
Afinal, não seguimos o cristianismo por questão de simpatia/antipatia, facilidade/dificuldade,
ou por ser popular/impopular, mas porque cremos ser esse o caminho da nossa salvação!!!

Com relação ao sentimento humano da sexualidade, é válida a seguinte reflexão,


especialmente aos que dizem querer “acompanhar a evolução do mundo moderno uma vez
que o sexo seja feito com muito amor e somente com o namorado...”. Com alguma certeza,
esses devem ter mantido relações sexuais com antigas namoradas (afinal, achavam que
também as amavam...).
Sendo esse o caso, será que no final desses relacionamentos anteriores (que acabou por falta
de amor, presumo), eles não continuavam a manter relações sexuais (por uma mera questão de
continuidade - afinal, o desejo sexual não é aplacado!), mesmo com o amor definhando?...
Então, cai por terra o argumento “só faço com minha namorada e com muito amor”. E, nesses
casos, ao final do relacionamento, restam mágoas, decepções (muitas vezes, consigo mesmo:
“errei no meu julgamento - ele(a) não é o que eu pensava...”) e desgaste emocional (por ser
inevitável o envolvimento dos sentimentos). Isso sem contar a tendência crescente de
fraquejar outra vez (com a prática do pecado, a natureza humana, frágil como é, se torna
muito mais complacente a ele)... Afinal, poderia o amor produzir desamor? E quem já passou
por essas mágoas e decepções pode compreender bem que os mandamentos divinos foram
feitos não apenas como uma exigência descabida, mas para que evitemos confusões,
sofrimentos e experiências que não nos levem à felicidade verdadeira e integral...

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Aproveitando a ocasião para falar sobre a tão falada “evolução da sociedade e do mundo
moderno”, vamos refletir se não é em nome dessa pretensa modernidade que o número de
ABORTOS explodiu (a mulher se diz “evoluída” e, assim sendo, teria “direito sobre seu
corpo”), o número de “RECASAMENTOS” e consequentes adultérios multiplicou uma
enormidade (afinal, dizem os cônjuges, “somos livres; temos o direito buscar outro
companheiro e sermos mais felizes”) e, como não poderia ser diferente, a SEXUALIDADE
ultrapassou todos os limites (dizem os namorados: “somos livres e evoluídos; temos direito de
nos amar”). Todos são casos em que belas palavras são usadas (“amor”, “liberdade”), mas
com significados duvidosos. Diante dessa dúvida entre o modo de viver atual e os preceitos da
Igreja (e de Deus), raciocinemos novamente: Seriam as leis morais de Deus passageiras?

Em última análise, aos namorados e noivos não é lícito dispor do corpo do companheiro,
ainda que se amem, pois eles ainda NÃO SE PERTENCEM (nas palavras do Padre Marcony,
da Catedral de Brasília). E essa pertença só é dada com, o Sacramento do Matrimonio.

Uma última pergunta: realmente acreditamos que Deus está presente nesse sacramento, ou
vemos o matrimônio como uma forma de “opressão e de impedimento da liberdade sexual”?
Diante de tantas reflexões, não hão de desanimar aqueles que já caíram em tentação mas
desejam uma real e profunda conversão. Além de conversar com caridade e seriedade com o
companheiro (o que também é muito difícil!), sugiro que se fortifiquem rezando para que seja
feita a vontade de Deus nas nossas vidas. Peçamos aos santos que intercedam por nós (como
São Francisco de Assis e Santa Maria Madalena, que cederam às tentações da carne, mas se
arrependeram e se tornaram exemplos de vida!) e, ao que reputo ser de crucial importância:
vivamos em comunidade, trocando experiências com aqueles que têm as mesmas
dificuldades. Poderemos fazer a vontade de Cristo vivendo uma VIRGINDADE
ESPIRITUAL (sim, ela realmente existe!), até o momento em que possamos expressar a Deus
a maturidade de nosso amor, recebendo a bênção sacramental no matrimônio.

Finalmente, aos que se queixam de que os tempos não são propícios a uma profunda vivência
cristã, fica o ensinamento de Santo Agostinho:

“Somos maiores que os tempos, porque NÓS é que fazemos os tempos ou damos aos tempos
o seu colorido próprio.”

Vale a pena pensar nisso!

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Santos e Santidade

O que é ser Santo?

Aquele que deixa todo o pecado; Aquele que é separado do impuro; Aquele que é dedicado e
consagrado a Deus.

O que é necessário para a canonização de um santo?

O primeiro passo é o processo de beatificação no qual se faz necessário a confirmação de um


milagre comprovado pela ciência e a proclamação de sua beatificação pelo Papa. Após o
servo de Deus se tornar beato, se continua o processo, onde obtendo-se a comprovação de um
segundo milagre acontece a canonização, também feita pelo Papa, onde o Sumo-pontífice o
insere no calendário católico e autoriza a confecção das veneráveis imagens.

Culto as imagens no Antigo Testamento

O livro do Êxodo (20,4) proíbe aos israelitas a confecção de imagens. Por quê? Porque
poderiam dar oportunidade para que o povo de Israel as adorasse, como faziam os povos
vizinhos. Os israelitas tendiam, sim, a imitar os gestos religiosos dos povos pagãos. Verifica-
se porém que a proibição de fazer imagens não era algo de absoluto. Em certos casos, o
Senhor mesmo mandou confeccionar imagens para sustentar a piedade de Israel; senão,
vejamos:

Ex 25, 17-22 – O Senhor mandou Moisés colocar dois querubins sobre a Arca da Aliança.

1Rs 6, 23-28 – O texto menciona os querubins postos junto à Arca da Aliança no templo de
Salomão.
1RS 6, 29s – As paredes do templo de Salomão foram revestidas de imagens dos querubins.
Nm 21, 4-9 – O Senhor Deus mandou confeccionar a serpente de bronze para curar o povo
mordido por serpentes.
1Rs 7, 23-26 – O mar de bronze colocado à entrada do palácio de Salomão era sustentado por
12 bois de metal.

O Novo Testamento

Pelo mistério da Encarnação, sabemos que Deus quis dirigir-se aos homens por meio da figura
humana de Jesus, o Messias. Este, por sua vez, quis ilustrar realidades invisíveis através das
imagens, inspiradas pelas coisas visíveis: assim, utilizou parábolas e alegorias que se referiam

150
aos lírios do campo, à figueira, aos pássaros do céu, ao bom pastor, à mulher que perdeu sua
moeda, ao filho pródigo...

Mais: a evolução dos povos, que foram aprimorando sua cultura, tornou menos sedutora a
prática da idolatria. Isto tudo fez com que os cristão compreendessem que a proibição de fazer
imagens já cumprira o seu papel junto ao povo de Israel; doravante prevaleceria a pedagogia
divina exercida na Encarnação, que levava aos homens a passar das coisas visíveis ao amor
pelas invisíveis. A meditação acerca das fases da vida de Jesus e a representação artísitica das
mesmas tornaram-se recursos através dos quais, o povo fiel procurou aproximar do Filho de
Deus.

Em conseqüência, os antigo cemitérios cristão (catacumbas) foram decorados com diversos


afrescos, geralmente inspirados em textos bíblicos: Noé salvo das águas do dilúvio, os três
jovens na fornalha cantando, Daniel na cova dos leões, os pães restantes na multiplicação feita
por Jesus, o Peixe – Ichthys -, que simbolizava o Cristo...

Nas Igrejas, as imagens tornaram-se a Bíblia dos iletrados, dos simples e das crianças,
exercendo funções pedagógicas de grande alcance. É o que notaram alguns escritores cristão
antigos: “O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente” (São
Gregório de Nissa, século IV). O Papa São Gregório Magno escreveu no século IV: “A
imagem é o livro daqueles que não sabem ler”.

A controvérsia iconoclasta

Nos séculos VIII e IX, verificou-se na Igreja uma disputa em torno do uso das imagens – a
luta iconoclasta. Por influência do Judaísmo, do Islamismo, de seitas e de antigas heresias
cristológicas, muitos cristãos do Oriente puseram-se a negar a legitimidade do culto das
imagens. Os imperadores bizantinos tomaram parte na querela, mais por motivos políticos do
que por razões religiosas. A controvérsia foi levada ao Concílio de Nicéia II (787); este, com
base nos raciocínios de grandes teólogos como São João Damasceno, reafirmou a validade do
culto das imagens; culto da veneração, e não de adoração, é preciso ressaltar. Com efeito, o
Concílio fez uma distinção entre latréia (adoração, reconhecimento da soberania absoluta de
Deus) e proskýnesis (veneração), tributável aos Santos e também às imagens sagradas, pois
elas representam os Santos ou o próprio Senhor. O culto das imagens é, portanto, relativo; só
se explica na medida que é tributado indiretamente àqueles representados pelas mesmas.

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Assim se pronunciaram os padres conciliares: “Definimos... que, como as representações da
Cruz,... assim também as veneráveis e santas imagens, em pintura, em mosaico ou de
qualquer outra matéria adequada, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus, nas casas e
nas estradas. O mesmo se faça com a imagem de Deus Nosso Senhor e de Jesus Cristo
Salvador, com as da... Santa Mãe de Deus, com as dos Santos anjos e as de todos os Santos e
justos. Quanto mais os fiéis contemplarem essas representações, mais serão levados a se
recordar dos modelos originais, a se voltar para eles, a lhes testemunhar... uma veneração
respeitosa, sem que isso seja adoração, pois esta só convém, segundo nossa fé, A Deus”
(Sessão de 13 de outubro de 787).

Porque pedimos intercessão dos Santos?

O texto de Eclesiastes data do século IV a.C. Reflete uma concepção escatológica muito
antiga entre os judeus. Estes imaginavam que a morte, pondo fim à nossa vida na Terra,
deixaria subsistir um núcleo da personalidade chamado rephaim; esse núcleo ficaria
inconsciente ou adormecido num subterrâneo chamado cheol. Está claro que, nessas
condições, os nossos irmãos falecidos não poderiam, no além, interceder por nós.

Acontece, porém, que essa concepção foi ultrapassada pelos próprios judeus. Assim, o livro
de Daniel, que é do século II a.C., fala da ressurreição da carne, ressurreição para a vida
eterna no caso dos justos: “Os que são esclarecidos, resplandecerão como o esplendor do
firmamento; e os que ensinaram a muitos a justiça, hão de ser como as estrelas por toda a
eternidade” (Dn 12,2s). Como se vê, o texto fala de vida consciente e gloriosa para os justos
no além. A mesma noção ocorre em textos da mesma época, como II Macabeus 7,9.11.14... e
Sabedoria 3, 1-5,23.

No Novo Testamento é nítida a afirmação de que, no além, os justos gozam de vida


Consciente e bem-aventurada. Assim, São Paulo desejava morrer para estar com Cristo - o
que lhe parecia melhor do que ficar na vida presente: “Para mim, viver é Cristo, e morrer é
lucro... Sinto-me num dilema: meu desejo é partir e estar com Cristo, pois isto me é muito
melhor...” (Fl 1,21.23). Ao bom ladrão, arrependido de suas faltas, Jesus prometeu: “Hoje
estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). O Apocalipse nos apresenta a corte celeste, onde é
celebrada solene liturgia com a participação dos justos que lavaram suas vestes no sangue do
Cordeiro: “Estes que estão trajados com vestes brancas... são os que vêm da grande
tribulação: lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro. É por isto que estão
diante do trono de Deus, servindo-lhe lhe dia e noite em seu templo” (Ap 7,13-15).

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“Eis que vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos,
povos e línguas. Estavam de pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados com vestes
brancas e com palmas na mão E, em alta voz, proclamavam: ‘A salvação pertence ao nosso
Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7,9s).

Mais: em Ap 6,9s, os mártires, junto ao altar de Deus nos céus clamam em alta voz: “Até
quando, ó Senhor Santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra
os habitantes da Terra? Como se vê, os justos no além estão conscientes: louvam a Deus e
acompanham a história dos homens na Terra, pedindo a restauração da ordem violada pelo
pecado.

De resto, a consciência de que os justos no além intercedem pelos seus irmãos militantes na
Terra, já estava viva no povo judaico anterior a Cristo. É o que atesta o livro 2º dos Macabeus,
datado do século II a.C. no capítulo 15, apresenta Onias, Sumo Sacerdote, e Jeremias, Profeta.
ambos falecidos, como grandes orantes em favor do povo de Deus peregrino na Terra: “Foi
este o espetáculo que coube a Judas Macabeu apreciar: Onias, que tinha sido Sumo Sacerdote,
homem honesto e bom, modesto no trato e de caráter manso, ... estava com as mãos
estendidas intercedendo por toda a comunidade dos judeus. Apareceu, a seguir, da mesma
forma, um homem notável pelos cabelos brancos e pela dignidade, sendo maravilhosa e
majestosíssima a superioridade que o circundava. Tomando então a palavra, disse Onias:
‘Este é o amigo dos seus irmãos, aquele que muito ora pelo povo e por toda a cidade santa.
Jeremias, o profeta de Deus”’.

São estes textos que explicam que a Tradição cristã, desde os seus primeiros decênios, tenha
praticado o culto de veneração dos Santos e tenha recorrido a eles para pedir sua intercessão
junto a Deus. Os Santos não nos dão coisa alguma, pois não são fontes de graça, mas podem
interceder por nós, como os cristãos intercedem pelos seus irmãos na Terra, pedindo a Deus
saúde, emprego, felicidade e outras graças. Deus, que nos fez solidários entre nós, não permite
que a morte extinga a comunhão que existe entre nós. Ele faz com que os justos na glória do
céu conheçam as preces que lhes dirigimos e as nossas necessidades, a fim de que possam
orar por nós, exercendo assim, o seu ministério de solidariedade e comunhão conosco. Dentre
os Santos existentes na glória, destaca-se especialmente Maria Santíssima, a Mãe a quem
Jesus confiou o gênero humano quando pendia da Cruz (cf Jo 19,26). Maria é, por excelência,
em virtude da sua maternidade, a Grande Orante em prol dos seus filhos peregrinos,
caminheiros em demanda da pátria celeste. Ela continua, no céu, o papel que iniciou em Caná,
quando, vendo a perplexidade do noivo, disse a seu Divino Filho: “Eles não têm mais vinho”

153
(Jo 2,3). Jesus atendeu imediatamente a Maria, e doou enorme quantidade de vinho.

Ora, Maria Santíssima faz algo de semelhante em nossos tempos, dizendo ao Senhor Jesus:
“Eles não têm pão, não têm casa, não têm saúde, não têm escola... não têm fé, não têm
esperança, não têm amor”. É de crer que Jesus, atento às preces de sua Mãe, lance um olhar
benigno sobre nós, como outrora o lançou sobre os convivas de Caná. Eis como se justificam
a intercessão dos Santos por nós e a devoção (não adoração) que nós lhes dedicamos.

As Relíquias dos Santos e o Incenso

Na era comum, já nas catacumbas, a reprodução de imagens e a guarda das relíquias dos
santos, já era costume dos primeiros cristãos. Qualquer um que visitar Roma verá as
catacumbas com pinturas, inclusive da Mãe de Deus. S. Lucas, um dos evangelistas, pintou
imagens de Nossa Senhora (fala-se em três pinturas). Uma das quais está exposta à veneração
dos fiéis na igreja de Loreto, Itália. O incenso era utilizado como ritual desde o Antigo
Testamento. Os capítulos 25 a 31 do Êxodo são a enumeração de todos os objetos que Deus
manda fazer e reservar para o seu culto. E não somente Deus manda separar estes objetos,
mas exige que sejam "consagrados, bentos ou ungidos" com uma unção especial. Ele mesmo
manda fazer o azeite da santa unção e diz: "E com ele ungirás a tenda da reunião e a arca do
testamento, e a mesa com todos os seus vasos, o altar do incenso e a pia com a sua base" (Ex
30, 26-30) Eis a origem da benção dos objetos e das pessoas consagradas a Deus. E na
categoria de objetos entram as imagens, as estátuas, que são objetos de culto, enquanto nos
lembram as virtudes dos santos que representam. Sobre relíquias, devemos explicar o seu
significado. Relíquia é aquilo que resta dos corpos dos santos, ou os objetos que estiveram
em contato com Cristo ou com os santos. As relíquias são veneráveis porque os corpos dos
santos foram templos e instrumentos do Espírito Santo e ressuscitarão um dia na glória (Conc.
de Tr. 25). O culto das relíquias é inato no homem: gostamos de conservar como recordação
os objetos que pertenceram aos homens ilustres, as armaduras dos grandes guerreiros, por
exemplo. O mesmo Deus honra as relíquias, porque se serve delas para operar milagres.
Muitos corpos de santos permanecem incorruptos, exalando bom odor etc. Já os hebreus
conservavam religiosamente as relíquias: Moisés levou do Egito o corpo de José (Ex. 13, 19);
os cristãos imitaram-lhe o exemplo.

Santo Inácio de Antioquia foi lançado no anfiteatro de Roma às feras, que lhe não deixaram
senão ossos; os seus discípulos procuraram-nos de noite e levaram-nos para Antioquia (no
ano 107). O mesmo se fez a S. Policarpo, bispo de Esmirna (166), queimado vivo; os seus
restos foram considerados jóias preciosas. Os túmulos dos mártires foram, desde a mais alta

154
antigüidade, os sítios onde se construíram Igrejas e altares para aí celebrar o Santo Sacrifício.
Muitas relíquias se guardam em relicários de prata, como a Cruz de Cristo ("lignum crucis") e
o presépio de Belém. Santo Agostinho conta uma multidão de curas e a ressurreição de duas
crianças obtidas na África do Norte pelas relíquias de S. Estevão. Já no Antigo Testamento
vemos um morto ressuscitar ao contato dos ossos do profeta Eliseu (4 Reis, 13, 21). Nada de
estranho há nisso, pois ao simples tocar da veste do Messias, quantos não foram curados (Mt
9, 22)? A simples passagem da sombra de S. Pedro curava doentes (At 5, 15), ou os lenços e
aventais de S. Paulo (At 19, 12). É evidente que o milagre não é produzido materialmente
pelas relíquias, mas pela vontade de Deus. Não há, pois, superstição alguma nas peregrinações
do povo cristãos a certos lugares em que Deus obra milagres pelas relíquias ou imagens dos
santos (S. Agostinho).

As diferenciações do Santos.

Existem dos mais de vinte mil santos canonizados da Igreja, diferenciações dadas pela Igreja e
pelo povo, a seguir, citaremos 3 tipos destas mesmas diferenciações.

Santos Doutores:

A Igreja Católica deu, até hoje, o título de “doutor ou doutora” da Igreja a 33 santos
canonizados, 30 homens e 3 mulheres que deram importante contribuição a Santa Igreja em
seus inscritos, livros e dissertações a respeito da nossa fé, dando inclusive maior peso em
definições de nossa doutrina e defesa de apostasia e heresias em seu tempo. Para que um santo
seja considerado “doutor” é necessário que um Papa assim o declare.
Os Santos Doutores em ordem cronológica, são:

1. S. Atanásio – (295 - ?), Alexandria – Egito.


2. S. Efrém – (306 – 373) – diácono e doutor – Nisibi – Mesopotâmia.
3. S. Hilário de Poitiers – (310 – 367) – bispo e doutor, Poitiers.
4. S. Cirilo de Jerusalém – (315 – 386) – bispo e doutor, Jerusalém.
5. S. Basílio Magno (330 – 369) – bispo e doutor, Cesaréia.
6. S. Gregório Nazianzeno – (330 – 379) – bispo e doutor, Nazianzo.
7. S. Ambrósio – (340 – 397) – bispo e doutor, Treves – Itália.
8. S. Jerônimo - (348 – 420) – presbítero e doutor, Strido – Itália.
9. S. João Crisóstomo – (349 – 407) – bispo e doutor, Antioquia.
10. S. Agostinho – (354 – 430) – bispo e doutor, Tagaste – Tunísia.
11. S. Cirilo de Alexandria – (370 – 442) – bispo e doutor, Egito.

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12. S. Pedro Crisólogo – (380 – 451) – bispo e doutor, Imola – Itália.
13. S. Leão Magno – (400 – 461) – papa e doutor, Toscana – Itália.
14. S. Gregório Magno – (540 – 604) – papa e doutor, Roma – Itália.
15. S. Isidoro – (560 – 636) – bispo e doutor, Sevilha.
16. S. João Damasceno – (650 – 749) – sacerdote e doutor, Dasmaco – Síria.
17. S. Beda Venerável – (672 – 735) – Newcastle – Inglaterra.
18. S. Pedro Damião – (1007 – 1072) – bispo e doutor, Ravena.
19. S. Anselmo – (1033 – 1109) – bispo e doutor, Cantebury – Inglaterra.
20. S. Bernando – (1090 – 1153) – abade e doutor, Dijon – França.
21. S. Antonio de Pádua – (1195 – 1231) – sacerdote e doutor, Lisboa – Portugual.
22. S. Alberto Magno – (1206 – 1280) – bispo e doutor, Baviera.
23. S. Boaventura – (1218 – 1274) – bispo e doutor, Bagnoregio.
24. S. Tomás de Aquino – (1225 – 1274) – sacerdote e doutor, Itália.
25. S. Catarina de Sena – (1347 – 1380) – Sena, Itália.
26. S. Tereza de Ávila – (1515 – 1582) – virgem e doutora, Ávila – Espanha.
27. S. Pedro Canísio – (1521 – 1597) – presbítero e doutor, Holanda.
28. S. João da Cruz – (1542 – 1591) – presbítero e doutor, Fonteveros – Espanha.
29. S. Roberto Delarmino – (1542 – 1621) – bispo e doutor, Montepulciano – Itália.
30. S. Lourenço de Brindes – (1559 – 1619) – sacerdote e doutor, Itália.
31. S. Francisco de Sales – (1567 – 1655) – bispo e doutor, Genebra.
32. S. Afonso de Ligório – (1696 – 1787) – bispo e doutor, Nápoles – Itália.
33. S. Tereza de Lisieux – (1873 – 1897) – virgem e doutora, Lisieux – França.

Santos Populares:

São aclamados por esta nomenclatura, os santos e santas que obtêm grande devoção
popular, como por exemplo S. Expedito, S. Rita de Cássia, S. Francisco de Assis, entre
outros.

Santos Mártires:

Cristãos que deram a vida para não negar sua fé, e por perseguição derramaram o seu
sangue por Jesus, são aclamados como mártires, como por exemplo S. Policarpo, S.
Sebastião, S. Tomás More, entre outros.

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Céu, Inferno e Purgatório

Trata-se de um tema muito polêmico. No conceito popular, é muito influenciado pelas crenças
não-cristãs, por tradições familiares, por histórias antigas contadas pelos pais, por novos
conceitos e idéias ligados ao esoterismo, misticismo, que confundem o povo e o levam a estar
cada vez mais longe da doutrina da nossa Igreja. Para que tenhamos uma boa compreensão a
respeito de céu, inferno e purgatório, faremos um estudo norteado pelo Catecismo da Igreja
Católica e iluminado pela luz do Evangelho, conhecendo mais profundamente assuntos
rel cionados à morte, ao Juízo Particular, ao Juízo Final e à Ressurreição dos mortos.

01. A Morte

Todos recebemos um grande dom de Deus como presente: a vida. Nascemos, vivemos
momentos ora pesarosos, ora triunfante, exultamos de alegria, padecemos de tristeza.
Experimentamos emoções novas e diferentes, amamos, somos amados... Enfim, vivemos
nossa vida que, é “o campo de provas da eternidade”, em que devemos provar a Deus se o
amor que temos por Ele é maior ou menor que o amor que temos pelos bens por Ele criados.
É um período de escolha entre o bem e o mal, sem retorno e breve, se comparado à eternidade
que nos aguarda. A Palavra de Deus nos diz:

“O homem é semelhante ao sopro da brisa. Seus dias são como a sombra que passa.” (Sl 143,
4)

Por ser somente um período, “a morte aparece como fim normal da vida” (CIC 1007). A vida
acaba para todos. Quando a alma separa-se do corpo e vai para junto de Deus, aí
concretiza-se a morte.

A morte, como vemos à luz da Palavra, é conseqüência do pecado. O Pe. Luiz Cechinato diz
que “Deus jamais teria criado o ser humano ‘à sua imagem e semelhança’ para depois
destiná-lo à morte”. Foi o homem que, na verdade, não aceitou o projeto de Deus e quis
passar a viver sendo conhecedor do bem e do mal.

“Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza.
Foi por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, E os que pertencem ao demônio
prová-la-ão” (Sb 2, 23-24)

157
Nesse ponto, podemos nos questionar: Jesus, sendo filho de Deus, o Verbo encarnado,
também experimentou da morte. Como um homem sem pecado pode experimentar da
conseqüência do pecado?

Obviamente, quando Jesus veio à Terra visando a Redenção da humanidade, aceitou a


condição humana e, com ela, a conseqüência do pecado do homem. Mas, não limitou-se a
isso: Jesus veio transformar o sentido da morte: “Sendo crucificado, Jesus assumiu sobre si a
‘maldição’ da morte e a transformou numa ‘benção’, que é a nossa salvação”.

“Cristo remiu-nos da maldição da lei, fazendo-se por nós maldição, pois está escrito:
Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro (Deut 21 23). Assim, a benção de Abraão se
estende aos gentios, em Cristo Jesus.” (Gl 3, 13-14).

Desde o sacrifício da cruz, para os cristãos, a morte veio concretizar o mais profundo desejo
de estar com Deus. Como diz o apóstolo Paulo:

“Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fil 1, 21).

“Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos” (2Tm
2,11). Santa Teresa de Jesus disse: “Quero ver a Deus e, para vê-lo, é preciso morrer”. Disse
também: “Eu não morro, entro na vida”

“Irmãos, não querermos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos
entristeçais, como os outros homens que não tem esperança. Se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram” (1Ts 4,13-14)

A liturgia da igreja também diz:

“Senhor, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E desfeito o
nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”. (CIC 1012)

Pe. Luiz Cechinato também coloca alguma recomendações para nos prepararmos para a
morte:

• “Ter a consciência em paz com Deus e com os outros, como se a gente fosse
morrer no fim daquele dia.

158
• São Paulo aconselha: ‘Se tiverdes raiva, evitai que ela se transforme em pecado.
Que o sol não se ponha sobre a vossa ira. Não deis lugar ao demônio’ (Ef 4, 26-
27).

• Em nossa preparação para a morte, rezemos sempre a ave-maria, na qual pedimos


a Nossa Senhora: ‘Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte’.

• Peçamos a Deus que nos livre de uma morte súbita e imprevista, para que
tenhamos tempo de dizer como Jesus: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito’
(Lc 23, 26).

02. O Juízo Particular

“Toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo.”(Mt 3, 10.)

Logo após a morte, nos apresentaremos para Deus, em estado de graça ou de pecado e
apresentaremos ao Criador os frutos que colhemos durante nossa jornada na vida terrestre.
Receberemos, ou ao, a merecida recompensa, segundo nossos atos e sentimentos, vinda
diretamente da JUSTIÇA de Deus. O julgamento solene e público de nossa alma se dará no
fim do mundo, com a segunda vinda de Jesus (Parusia). Nessa ocasião, acontecerá o Juízo
Final. Porém, acontecerá também um julgamento logo após a morte, denominado Juízo
Particular, como aconteceu com o rico e o lázaro (Cf. Lc 16, 19-31) e com o bom ladrão: “E
acrescentou: ‘Jesus, lembra-te de mim, quanto tiveres entrado no teu Reino!’ Jesus respondeu-
lhe: ‘Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.’ ” (Lc 23, 42-43). A nossa sentença
nos levará diretamente ao céu, a um tempo de purificação, ou ao inferno.

A) O céu

Quando a alma do fiel estiver confortada pelos sacramentos e com uma indulgência plenária
bem ganha no momento da morte, se estiver sem pecado na alma, o juízo será a imediata
visão de Deus, teologicamente chamada Visão Beatífica. Depois da ascensão de Jesus, todas
as almas sem a mancha do pecado vão diretamente para o céu. O Catecismo nos diz:

“Pela sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo nos ‘abriu’ o Céu. A vida dos bem-aventurados
consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo, que associou à
sua glorificação celeste os que creram nele e que ficaram fiéis à sua vontade. O céu é a

159
comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados a ele.” (CIC
1026)

Os capacitados a ver Deus face a face (cf. Jo 3, 2), segundo o Papa Bento XII, são:

• As almas de todos os santos mortos antes da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo;
• As almas de todos os fiéis mortos depois de receberem o Batismo de Cristo, nos
quais não houve nada a purificar quando morreram;
• As almas dos que, após a morte, já foram purificados de seus pecados.

Além da alegria da Visão Beatifica, também viveremos no céu outros gozos acidentais: a
presença do Redentor Jesus Cristo e de nossa querida mãe Santa Maria, que amamos tanto à
distância. Estaremos em companhia dos anjos e santos, entre os quais estarão nossos amigos e
familiares que já forma para a glória. É um momento eterno de um êxtase absoluto de
felicidade, “o impacto do Amor infinito que é Deus é uma sacudidela tão forte que aniquilaria
a alma se o próprio Deus não lhe desse a força necessária pra suster o peso da felicidade que é
Ele”.

B) A purificação final ou purgatório

Se a alma confessou seus pecados mortais e foi absolvida deles através do sacramento da
Reconciliação, quando separa-se do corpo, não contempla diretamente a face de Deus. Deve,
antes, passar por um período de purificação, em um “lugar” que chamamos purgatório. No
purgatório, como no inferno, há o que chamamos de pena de sentido. A alma sofre ao ver
adiado sua união com deus. Leo Trese diz que a alma “experimenta uma fome tão intensa de
Deus que se lança contra a barreira das suas imperfeições ainda presentes, até que, com a
agonia da separação, purga as imperfeições, quebra a barreira e encontra-se com Deus”. Trese
ainda afirma que o sofrimento no purgatório é diferente do sofrimento no inferno, já que, no
primeiro caso, a alma tem a certeza da salvação e não da condenação: “a alma do purgatório
não quer aparecer diante de Deus no seu estado de imperfeição, mas tem a felicidade de saber,
no meio de sua agonia, que no fim se reunirá a Ele”. A doutrina sobre o purgatório foi
formulada no Concílio de Florença (1479) e no Concílio de Trento (1542), baseada nos dois
textos bíblicos, comentados pelo Pe. Luiz Cechinato:

Primeiro Os irmãos Macabeus lutaram contra os pagãos, em defesa de


Israel. E, na roupa dos judeus mortos, encontraram alguns

160
objetos consagrados às divindades pagãs. Para os judeus, isso
era uma contaminação com os ídolos. Então Judas mandou
oferecer um sacrifício expiatório pelos que haviam tombado na
guerra, a fim de que fossem absolvidos de seus pecados. Na
Bíblia essa atitude é elogiada como “piedoso costume”. Era
sinal de crença na ressurreição. Está escrito: “De fato, se ele
(Judas) não esperasse que aqueles mortos viessem a ressuscitar,
seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos” (Cf. 2Mc12, 38-45).

Segundo Jesus Cristo disse: “Se alguém disser uma palavra contra o
Filho do Homem, lhe será perdoado, mas se disse contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no
mundo futuro” (Mt 12, 32). Diante desta afirmação, muitos
deduziram que alguns pecados serão perdoados na outra vida.
O perdão após a morte se apóia também na oração pelos
defuntos, como em (2 Mc 12, 38-45). A Igreja tem orado pelos
mortos e em favor deles oferece a }Deus, diariamente, o Santo
Sacrifício da Missa. Recomenda ainda as esmolas, as
indulgências e penitência em favor de nossos irmãos que
partiram deste mundo.

C) O inferno

Consideremos, agora, o caso mais desagradável: o que acontece com a alma que exclui-se do
projeto divino, não aceitando a salvação oferecida por Deus e morrendo em pecado mortal,
sem arrependimento e sem o vínculo de união com Deus? Esta alma perdeu-se para sempre e
está separada eternamente de Deus, como vemos no Catecismo da Igreja Católica, n. 1035:

O ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que


morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente depois da morte aos infernos,
onde sofrem as penas do inferno, “o fogo eterno”. A pena principal do Inferno consiste na
separação eterna de Deus, o Único em que o homem pode ter a vida e a felicidade para as
quais foi criado e às quais aspira.

O próprio Jesus refere-se por vezes, ao inferno, falando do “fogo que não se apaga” (Mc 9,
43) ou da “Geena” (Mt 5, 29), que era o Vale de Henon, ao sul de Jerusalém, onde se

161
ofereciam sacrifícios (e, muitas vezes, de crianças) ao deus Moloc (2 Rs 23, 10; Jr 19, 2-6).
Lá, eram jogados os cadáveres de animais e dos condenados para serem queimados. Portanto,
era um lugar de fogo contínuo. Porém, o fogo do inferno ao é o fogo dos fornos ou caldeiras,
visto que este não afetaria a alma. Os teólogos dizem que no inferno, há dois grandes
sofrimentos, ou penas:

A pena de sentido - Melhor expressada em linguagem humana por “fogo”, a dor moral e
espiritual pior que a dor física, o grande sofrimento.
A pena de dano - o pior sofrimento do inferno, a frustração total e definitiva da vida: a
separação eterna e definitiva de Deus, feita por livre escolha. A respeito disso, Leo Trese diz o
seguinte:

Suponho que, dentro do âmbito das verdades reveladas, cada qual imagina o inferno a seu
modo. Para mim, o que mais me abala quando penso nele é a sua terrível solidão. Vejo-me de
pé, despido e só, numa solidão imensa, cheia exclusivamente de ódio, ódio a Deus e a mim
mesmo, desejando morrer e sabendo que é impossível, sabendo também que este é o destino
que eu escolhi livremente a troco de um prato de lentilhas, ouvindo continuamente, cheia de
escárnio a voz da minha própria consciência: “É para sempre... sem descanso... sem alívio...
para sempre... para sempre...” Mas não existem palavras ou pincel que possam descrever o
horror do inferno na sua realidade. Que Deus nos livre dele a todos!

03. O Juízo Final

A ressurreição de todos os mortos, (At 24, 15) antecederá o Juízo Final. Este será “a hora
em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão; os que tiverem
praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento” (Jo 5, 28-29). Então Cristo “via em
sua glória, e todos os anjos com ele. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele
há de separar os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e
porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. E irão estes para o castigo eterno,
e os justos irão para a Vida Eterna” (Mt 25, 31.32.46). (CIC 1038).

Diante de Cristo, no Juízo Final, será desvendada definitivamente a verdade sobre a relação
de cada homem com Deus; O Juízo Final “há de revelar até as últimas consequências o que
tiver feito de bem ou deixado de fazer durante a sua vida terrestre” (CIC 1039). Só o Pai
conhece a hora e o dia desse Juízo (cf. At 1, 7). As tentativas de acertar a data da vinda
gloriosa de Jesus são feitas ao acaso, aleatoriamente e não estão de acordo com os
ensinamentos de Jesus.

162
04. A esperança de novos céus e de nova terra

A renovação que acontecerá após o Juízo Final, em que os justos reinarão para sempre com
Cristo, glorificados de copo e alma, é chamada de “novos céus e nova terra”. Nela, estará
consumado o projeto de Deus de “em Cristo encabeçar todas as coisas, as que estão no céu e
as que estão na terra” (Ef 1, 10).

São Paulo fala da integração entre céu e terra, onde o Senhor terá sua morada definitiva entre
os homens e “enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem
grito, nem dor” (Ap 21, 4). Os que estiverem unidos à Cristo formarão a “Esposa do
Cordeiro” (Ap 21, 9) e não será mais atingida pelas dores e pelo pecado. “A visão beatífica,
na qual deus se revelará de maneira inesgotável aos eleitos, será a fonte inexaurível da
felicidade, de paz e de comunhão mútua” (CIC 1045). Porém, a esperança do novo céu e da
nova terra não nos deve alienar da realidade. Sobre isso, o CIC nos fala:

Contudo, a expectativa de uma terra nova, longe de atenuar, deve antes impulsionar a
solicitude pelo aprimoramento desta terra. Nele cresce o corpo da nova família humana que
já pode apresentar algum esboço do novo século. Por isso, ainda que o progresso terrestre se
deva distinguir cuidadosamente do aumento do Reino de Deus, contudo ele é de grande
interesse para o reino de Deus, na medida em que pode contribuir para melhor organizar a
sociedade humana. (CIC 1049)

05. A ressurreição dos mortos

Crer que ressuscitaremos em Cristo foi, desde o início, uma “marca do cristão”.
Tertuliano (155 d.C.), jurista, dizia: A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos.
Crendo nela, somos cristãos. A ressurreição foi o combustível que moveu muitos mártires a
darem sua vida por Cristo, a exemplo dos sete irmãos Macabeus, torturados e mortos por
ordem do rei da Síria, Antíoco IV Epífanes:

Prestes a dar o último suspiro, disse ele: “Maldito, tu nos arrebatas a vida presente, mas o Rei
do universo nos ressuscitará para a vida eterna, se morrermos por fidelidade às suas leis.” (2
Mac 7, 9). E este disse, quando estava a ponto de expirar: “É uma sorte desejável perecer
pela mão humana com a esperança de que Deus nos ressuscite” (2 Mac 7, 14).

Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa. Diz: “Eu sou a ressurreição e a vida

163
aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11, 25). É o próprio Jesus que
ressuscitará os que nele tiverem crido:

“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou
tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida. Em
verdade, em verdade, vos digo: vem a hora, e já está aí, em que os mortos ouvirão a voz do
Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.” (Jo 5, 24-25)

O Catecismo diz:

A esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com o Cristo
ressuscitado. Ressuscitaremos com ele, como ele, por ele. (CIC 995). Porém, como crer que
este corpo tão manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna? De que maneira os
mortos ressuscitam? Para alcançarmos essas respostas, seguiremos o que o Pe. Luiz
Cechinato diz:

Que é ressuscitar? Quando o homem morre, seu corpo entra em


decomposição. A alma, porém, vai ao encontro de Deus.
Um dia, Deus restituirá a vida àquele corpo, unindo-o à
sua alma. Alguém poderá achar que isso é impossível,
porque os corpos dos mortos já viraram pó. Que dizer?
Precisamos olhar a vida a partir de Deus, e não a partir
do homem. Não podemos medir a ação de Deus tendo
como base a capacidade humana. “Para Deus, nada é
impossível” (Lc 1, 37).

Quem ressuscitará? Todos os mortos vão ressuscitar. A Bíblia diz: “Vem a


hora em que todos os que repousam nos sepulcros
ouvirão a voz do Filho de Deus e sairão; os que tiverem
feito o bem, sairão para uma ressurreição de vida; os que
tiverem praticado o mal, sairão para a sua condenação”
(Jo 5, 28-29).

De que maneira ressuscitará? Jesus ressuscitou com o seu próprio corpo. Ele até
disse aos discípulos: “ Vede as minhas mãos e os meus
pés. Sou eu mesmo! Apalpai-me e entendei que um

164
espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que
eu tenho” (Lc 24, 39). Outra coisa: a ressurreição será
definitiva. Não será como ao de Lázaro que foi
provisória: ele ressuscitou e tornou a morrer. São Paulo
fala que nosso corpo vai ser “transfigurado num corpo de
glória”, semelhante ao corpo glorioso de Cristo
ressuscitado (Fl 3,21). Como se dará isso? Trata-se de
um mistério do agir de Deus. Precisamos aceitar pela fé
aquilo que ultrapassa o nosso conhecimento humano.

Quando ressuscitará? A ressurreição definitiva se dará no “último dia”. Jesus


disse: “A vontade daquele que me enviou é esta: que eu
não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas o
ressuscite no último dia. Esta é a vontade de meu Pai:
Quem vê o Filho e nele crê, tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 39-40). Jesus fala de
sua vinda gloriosa, no fim do mundo, para julgar a
humanidade (cf. Mt 25, 31-46). São Paulo diz: “ Num
instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta
final, pois a trombeta tocará, e os mortos ressurgirão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. Sim, é
necessário que este ser corruptível revista a
incorruptibilidade, e que este ser mortal revista a
imortalidade” (1 Cor 15, 52-53)

Nossa ressurreição é apenas uma questão de tempo, já que, segundo o CIC 1002, “se é
verdade que Cristo nos ressuscitará ‘no último dia’, também é verdade que, de certo modo, já
ressuscitamos com Cristo. Pois, graça ao Espírito Santo, a vida cristã é, já agora na terra, uma
participação na morte e na ressurreição de Cristo: ‘Fostes sepultados com ele no batismo,
também com ele ressuscitastes, pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos (...)
Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à
direita de Deus (Cl 2 ,12; 3, 1)”. Participamos da vida do Cristo Ressuscitado, mas esta vida
permanece como que “escondida com Cristo em Deus” (cf. Cl 3, 3). Por ora, buscamos um
crescimento na fé e no amor, até o dia em que Jesus virá e seremos também “manifestados
com ele, cheios de glória” (Cl 3, 3).

165
ANJOS

Anjos existem?

“A existência dos seres espirituais, não-corporais, a que a Sagrada Escritura chama


habitualmente anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro quanto a
unanimidade da Tradição” (CIC 328).

Quem são os anjos ?

Nos livros mais antigos da Bíblia aparece uma figura um tanto misteriosa chamada em
hebraico mal’ak Yahveh - mensageiro do Senhor; (ver Gn -14; 18,2s; 21,17-19; 22,11-14;
31,11-13; Ex 2,2-6...). Trata-se de um mensageiro investido por Deus com determinada
missão e plenos poderes, de modo que é o próprio Deus quem intervém por meio do seu
emissário. Etimologicamente, portanto, “anjo” significa “mensageiro”, o que, como fala Santo
Agostinho, indica a função e não a natureza. Quase todas as páginas da Bíblia atestam a
existência desses puros espíritos. Basta recordar os querubins que guardam o Paraíso terrestre
(Gn 3,23); os três Anjos que aparecem a Abraão (Gn 18; 19); o Arcanjo Rafael, que
acompanha Tobias e o liberta (Tb 5,lss); o Arcanjo Gabriel, que anuncia a Encarnação do
Verbo; os Anjos que anunciam o nascimento de Jesus aos pastores, sua Ressurreição (Lc 1;
9,28; 24,4ss); os inúmeros Anjos do Apocalipse (1; 11; 8,4ss).

Com o tempo, os israelitas tendiam a distanciar Deus dos homens, acentua transcendência do
Eterno; isto os levou a desenvolver a noção de intermediários entre o Senhor Deus e os
homens; assim foi tomando vulto a doutrina relativa aos anjos. Nos tempos mais remotos da
história de Israel, o povo ameaçava cair no politeísmo; daí a sobriedade dos livros mais
antigos sobre o assunto. Todavia no decorrer dos séculos, essa ameaça foi cedendo a uma
noção, cada vez mais profunda, da transcendência de Deus, de modo que os escritores bíblicos
e extra-bíblicos (apócrifos) foram mais e mais falando de anjos; tenhamos em vista Tb 3,17;
12,15 (o anjo Rafael); Dn 10,13; 12,1 (Miguel, o protetor do povo de Deus); Dn 8,16 9,21
(Gabriel); Dn 10,13.20 (o anjo tutor de cada povo).

Baseando-se na Escritura e na Tradição, a Igreja definiu como “verdade de fé”, como vimos
acima, não apenas a existência dos Anjos, mas também sua criação. Comumente, considera-se
que eles foram criados antes dos homens, em número indeterminado. A Sagrada Escritura, e
especialmente São Paulo, que evoca a tradição, informa-nos que os Anjos são distribuídos em
nove hierarquias: Querubins, Serafins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Prin-
cipados, Arcanjos e Anjos.
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Diferenciação entre anjos bons e maus.

Depreende-se claramente das Sagradas Escrituras que os Anjos não são iguais em dignidade;
há Anjos superiores e inferiores. Suas funções também são diferentes. A Bíblia fala de Anjos
da guarda (Mt 18,10; At 12,15), de guias das criaturas (Tb 12), de protetores de cidades e
nações (Dn 12,1), de Anjos que louvam a Deus e executam Suas ordens (Lc 2,13ss), de Anjos
que estão diante do trono de Deus (Tb 12,15). Fala também, muitas vezes, de fileiras
inumeráveis, de imensos exércitos celestes. Tudo isso faz pensar numa ordem, numa
hierarquia celeste — como se disse acima —, no topo da qual se reconhece o Arcanjo São
Miguel (Ap 12,7-9).

No próprio ato da criação, os Anjos foram “elevados à ordem sobrenatural”, mas nem todos
perseveraram nela. Muitos abusaram de sua liberdade; num ato de soberba, rebelaram-se
contra Deus e imediatamente foram punidos e condenados ao inferno. Sto. Tomás de Aquino
ensina que cada anjo não apenas é diferente dos outros, mas constitui, por si, uma “espécie”.
Ainda de acordo com Sto. Tomás, os Anjos estão presentes em determinados lugares, onde
executam sua ação específica, e não alhures. Em nossos dias, os anjos estão muito em foco.
Não somente a piedade cristã os reconhece, mas também o esoterismo e a literatura
fantasiosa. Há, porém, aqueles que negam a existência dos anjos bons e maus, como se
fossem figuras mitológicas. Que dizer a propósito?

Aparece também no Antigo Testamento, a noção do anjo mau, adversário dos homens. Em Sb
2,23s lê-se o seguinte: “Deus criou o homem imortal e o fez à sua imagem e semelhança.
Mas, por inveja do diabo, entrou no mundo a morte; os que a ele pertencem, sofrem-na”. Há
aí uma alusão a Gn 3,1-5, onde a serpente aparece como imagem do diabo tentador. Este é um
ser inteligente, astuto e mentiroso, e não uma força neutra instintiva do homem; todavia é
sujeito a Deus, só age contra o homem por permissão do Senhor e o homem é capaz de
resistir-lhe (ver o caso de Jó).

Nos escritos do Novo Testamento ainda é mais patente a presença dos anjos, que de certo
modo fazem as vezes de cortesãos e arautos do Reino de Deus, trazidos à Terra por Jesus
Cristo. O Evangelho fala do “exército celeste” (Lc 2,13). Acompanham a mensagem da boa-
nova na família de João Batista, junto a Maria e José..., servem ao Cristo na sua natividade
(Lc 2,13), após as tentações (Mc 1,13), na agonia (Lc 22,43), na ressurreição (Mt 28,2-6), na
ascensão (At 1,19); alegram-se pela conversão dos pecadores (Lc 15,7.10)...

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Os anjos maus também ocorrem frequentemente no Novo Testamento com nomes diversos:
Satanás Adversário (Mc 1,13), Demônio (Mt 4,12; Lc 4,2), Belzebu (Mt 10,25), Beijai (2Cor
6,15)... Jesus diz que ele “é homicida desde o princípio e que não permaneceu na verdade” (Jo
8,44; cf IJo 3,8). O Maligno pediu os Apóstolos para os joeirar como trigo, mas Jesus rogou
por eles ao Pai (Lc 22,31) - o que mostra que o demônio só age com autorização de Deus.

O teólogo grego Dionísio Areopagita, no século VI, recolheu na Sagrada Escritura os nomes
dos anjos mencionados no Antigo e no Novo Testamentos e distribuiu-os numa hierarquia de
nove coros: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados,
Arcanjos, Anjos (em sentido estrito). Essa classificação partiria dos anjos mais perfeitos aos
menos perfeitos no plano ontológico; nada tem de dogmático.

O pecado dos anjos

Os anjos são criaturas que Deus fez boas (Deus nada pode fazer intrinsecamente mau), mas
que abusaram da sua liberdade e se afastaram de Deus pelo pecado. Que tipo de pecado terá
sido esse?

Há poucos dados na Revelação para responder. Julga-se, porém, que depois ter criado os
anjos, Deus elevou à graça sobrenatural (à semelhança do que se deu com os homens) e os
submeteu a uma prova. Uma parte dos anjos se terá rebelado contra Deus por soberba (este é
o pecado típico dos espíritos). Conforme alguns teólogos, a rebelião ocorreu quando Deus
anunciou aos anjos a encarnação do Filho (teriam de adorar Deus feito homem). As decisões
dos anjos, dotados de inteligência mais aguda são irrevogáveis. Não lhes resta margem para
conversão. Em consequência, avessos a Deus e ao seu plano de salvação. É preciso, porém,
que mantenhamos sóbrios ao falar dos anjos maus; não lhes podemos atribuir figura corpórea
(chifres, asas, tridentes, garras...). Sabemos que Deus é sumamente bom e justo, de modo que
o estado de perdição dos maus é plenamente compatível com tais predicados de Deus.

A atividade dos anjos no mundo.

Os anjos bons são ministros de Deus para a glória do Criador e a cão dos homens. Desde os
primeiros séculos, os cristãos crêem que cada ser humano tem seu anjo da guarda; isto estaria
insinuado em Mt 18,10. Tornou-se comum esta crença, que a Igreja soleniza mediante a festa
dos Santos Anjos da Guarda (dia 2 de outubro).
Quanto aos anjos maus, Deus lhes concede a autorização de tentar os homens; cf Lc 22,31; Ap
12,12, para que se fortaleça a virtude dos bons, portanto, em vista de um fim providencial.

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Satanás não é Todo-Poderoso; Santo Agostinho o compara a um cão acorrentado, que pode
ladrar muito, mas não pode morder senão a quem se lhe chega perto. São Paulo nos diz que
Deus não permite que sejamos tentados acima das nossas forças, mas, com a tentação, nos dá
os meios de sair dela vitoriosos (cf ICor 10,13). Além das tentações, a Sagrada Escritura
menciona a possessão diabólica. Esta é um estado em que o demônio se serve do corpo da
pessoa, falando por este e movendo-o à blasfêmia e a atitudes convulsivas, sem que o
possesso consiga resistir-lhe; a vontade, porém, do possesso fica isenta de pecado.

Pergunta-se: é possível tal estado de coisas?

Distinguimos: Os Evangelhos nos dizem que Jesus encontrou possessos e os exorcizou,


confirmando em todos os observadores a impressão de que existe possessão diabólica. Ora, se
não havia possessão, Jesus não somente terá realizado uma farsa teatral (para se adaptar a uma
crença dos judeus), mas terá confirmado os homens no erro; isto, porém, é inaceitável, pois
Jesus mesmo declarou: “Para isto nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo
18,37). Por conseguinte, é de crer que nos tempos de Jesus havia possessos.

Na história da Igreja foram, e são até hoje, apontados casos de possessão diabólica. A Igreja
admite a possibilidade de tal fenômeno; por isto tem um ritual de exorcismo. Todavia, os
progressos da psicologia e da medicina revelam que muitos dos sintomas outrora atribuídos à
ação direta do demônio, não são senão efeitos patológicos, nervosos ou parapsicológicos. Em
conseqüência, devemos ser sóbrios diante de notícias de possessão diabólica; principalmente
no Brasil, a grande maioria dos casos apresentados como de possessão não são senão estados
mórbidos; todavia, a presença dos cultos afro-brasileiros e espíritas entre nós sugere
facilmente às pessoas impressionáveis a idéia de que uma doença nervosa, renitente e feia é
resultado da possessão diabólica. Quanto mais os pacientes admitem isto, tanto mais se
sugestionam, apavoram e prejudicam. Daí a necessidade de esclarecimento do povo de Deus:
existe, sim, o demônio, mas a sua ação visa mais a induzir ao pecado do que às doenças ou
desgraças físicas. Que o cristão viva santamente, confiando em Deus, e nada terá a temer por
parte do Maligno: “Se Deus está conosco, quem estará contra nós?...” (Rm 8,31). Notemos
ainda que não se devem identificar os exus e orixás das religiões afro-brasileiras com os anjos
maus. Estes são meras criaturas de Deus, ao passo que as entidades cultuadas naqueles centros
religiosos são tidas como semideuses.

Como praticar uma correta devoção aos anjos?

A devoção aos anjos leva à prática da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja. Os anjos

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de luz nunca levam à desobediência, pois nesse caso estão afastados de Deus, chamando-se
demônios. Na Bíblia os anjos são sempre enviados por Deus para realizar uma missão junto
dos homens. E a finalidade principal dessa missão é chamá-los à conversão, para escapar da
condenação final. Santo Agostinho dizia: “É preciso honrar os anjos testemunhando-lhes
amor e respeito, mas não adoração, a qual somente a Deus é devido”. Quando São João, o
autor do livro do Apocalipse, quis ajoelhar-se diante de um anjo, ouviu dele as seguintes
palavras: “Não faças isso! Eu sou um servo, como tu e teus irmãos, possuidores do
testemunho de Jesus. Adora a Deus” (Ap 19,10). Os anjos são adorados quando os invocamos
como se fossem entidades mágicas, com o poder de trazer qualquer solução para a vida da
pessoa, independente do relacionamento com Deus. Essa é uma armadilha da Nova Era,
espalhando a moda dos anjos. Quando o homem deixa de crer no verdadeiro Deus, passa a
crer em qualquer coisa e comete enganos danosos para sua vida.

Somente conhecemos o nome de três anjos: Miguel, Rafael e Gabriel. Não devemos, portanto
estimular o desejo de se conhecer o nome de nosso anjo da guarda.

Podemos rezar pedindo o auxílio dos anjos?

Se os anjos são enviados para estar junto dos homens, tornam-se, como aconteceu com
Tobias, companheiros de caminhada pela vida. Podemos conversar com eles, pedindo sua
ajuda e proteção. O papa Pio XI afirmava: “Sempre me senti maravilhosamente assistido pelo
meu anjo da guarda. Experimentei continuamente que ele está bem perto de mim, pronto a
ajudar-me”. São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, ao chegar aos limites de sua paróquia,
ajoelhou-se e rezou ao seu anjo da guarda. E o fruto da sua oração foi a conversão da maioria
da população do lugar.

Onde os anjos vivem?

Eles vivem em todos os lugares: no céu, na terra, nos ares, na Igreja, no meio de nós, em
todos os lugares. Eles estão presentes desde o começo da vida. Citações na palavra de Deus
das diversas ações dos anjos em seus ministérios específicos: Proteger, Anunciar e Curar.

Proteger

A batalha no céu MIGUEL e seus anjos (Apoc. 12-7). Os anjos protegem a porta do paraíso (e
expulsou-o, e colocou ao oriente do Jardim do Édem, QUERUBINS, armados de urna espada,
flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida. (Gen. 3-24)

Protegem a Hagar e seu filho efaz que ela seja obediente.

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Gênesis 16-7: “Hajar, escrava de Saraí, donde vens? Volta para tua senhora, ordenou o anjo
do Senhor, e Humilha-te diante dele.

Protegem a Lot.
Gênesis 19, 20.27: “Apressa-te e refugia4e lá porque nada posso fazer antes que lá tenha
chegado. Gênesis 19-14: “Levantai-vos, sai daqui porque o Senhor vai destruir essa cidade.

Proteger a Isac.
Gênesis 22-12: “Não estendas tua mão contra o menino, e não lhe j1m~u sida. Agora eu sei
que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho.

Protegem o povo na caminhada.


Êxodo 23, 30.23: “Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te
conduzir ao lugar que te preparei.

Proteger a Tobias.
Tobias 5-1 5: “Eu o levarei até lá e te reconduzirei

Proteger ao menino Jesus.


Mateus 2.13: “Levanta, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica até que eu te
avise, porque Herodes vai procurar o menino para matar. Mateus 2.20: “Levanta-te toma o
menino e sua mãe e retoma a terra de Israel

Anunciar

Os anjos mensageiros, são aqueles encarregados de trazer ao povo a boa nova, ou seja,
anunciar a salvação. O anjo responsável pela boa nova ao mundo, é o arcanjo GABRIEL.
Uma das responsabilidades dos anjos mensageiros, é de anunciar aquilo que humanamente
falando é impossível, fazer gerar a vida onde é estéril.

Nascimento de Ismael.
Gênesis 16.11: “Disse ainda mais — estais grávida, e vai dar ‘a luz um filho, dar-lhes-ás o
nome de Ismael Gênesis 18-10: “E ele lhe disse: voltarei dentro de um ano, a esta época; Sara,
tua mulher terá um filho.

Nascimento de João Batista.


Lucas 1 -11.13: “Não tentas Zacarias, porque foi ouvida tua oração, Isabel, tua mulher dar-te-
ás um filho e chamaste-as João.

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Nascimento de Jesus.
Lucas 1,26-33: “Ave cheia de graça o Senhor é contigo Eis que conceberás e darás a luz a um
filho e lhe porás o nome de Jesus.

Curar

Uma das funções dos anjos na Terra é também curar. Curar as feridas e traumas deixados pelo
inimigo. Para esse ministério Deus envia o seu Arcanjo Rafael que significa “Deus cura”.

Tobias 5-13: “O anjo disse-lhe: Tem ânimo porque é fácil a Deus curar-te”
Tobias 6-15: “O anjo pede a Tobias que faça os remédios para cura. Abra o peixe tire o
coração, fígado e o fel que servirão de remédio muito eficaz”
Cura Sara dos sete demónios. Cura Tobit. Tobias 12-14: “Agora o Senhor enviou-me para
curar-te e livrar do demônio Sara, mulher de teu filho.”

Como são os anjos segundo a Sagrada Escritura

Ex. 25-18: “Farás dois querubins de ouro. Terão estes querubins suas asa estendidas para o
alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face iluminada.”
Tob. 5-5: “Tobias encontrou um jovem de belo aspecto equipado para a viagem”
Is. 6-2: “Os serafins se mantinham junto dele Cada um deles tinham seis asas; com um par
velavam a face, com outro cobriam os pés e com o terceiro voavam”

Anjos na vida de Jesus

Mt 2-13: “O anjo pede a José que vá com Maria e o menino Jesus para o Egito.”
Mateus 2-19: A volta do Egito; Mt 4-11: Os anjos alimentam Jesus
Lc. 22,43: Os anjos consolam Jesus; Jo 1-51: Jesus conversa com Natanael “Verás o céu
aberto e os anjos descer e subir sobe o Filho do Homem”; Jo 20-12: A ressurreição;
Exorcismo breve do Papa Leão XIII (1884)
Oração a nosso Anjo da Guarda

Santo Anjo do Senhor;


São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede
meu zeloso guardador,
já que a ti me confiou nossa proteção contra a maldade e as ciladas do demônio.
a piedade divina,
Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos;
sempre me rege,
guarda, governa e ilumina. e vós, Príncipe da milícia celeste, pela força divina,
Amém
precipitai no Inferno satanás e os outros espíritos
malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas.
Amém

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OS DOGMAS DA IGREJA

“O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando


define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão
irrevogável na fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas
têm uma conexão necessária. Há uma conexão orgânica entre a nossa vida espiritual e os
dogmas. Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e tornam seguro.
Inversamente, se a nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos
para acolher a luz dos dogmas da fé.” (CIC 88/89).

Dogma, portanto, é uma verdade revelada por Deus, e, como tal, diretamente proposta pela
Igreja à nossa fé. A Revelação, fonte do dogma, dá a conhecer o ensinamento divino em seu
próprio conceito: tal é a primazia de Pedro e de seus discípulos e, como conseqüência, a
infalibilidade pontifícia. Para que uma verdade revelada seja um dogma é necessário que este
proponha diretamente à nossa fé por uma definição solene da Igreja o pelo ensinamento de
seu magistério ordinário.

No Evangelho se sublinha várias vezes a natureza da fé. Está descrita como uma adesão ao
ensinamento divino anunciado por Cristo ou pregada em seu nome e com sua autoridade pelos
Apóstolos. No Evangelho de São Marcos encontramos:
"Depois lhes disse: 'Ide pelo mundo e pregai a boa nova a toda criação. O que crer e for
batizado se salvará; o que não crer, será condenado.'" (Mc 16,15-16). "A fé é o fundamento da
esperança; é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1).

Do século I ao IV, esta doutrina se manifesta pela insistência com a qual os Santos Padres
afirmaram a obrigação de crer integramente na doutrina ensinada por Jesus Cristo aos
Apóstolos. Para que o ensinamento divino contido nas Sagradas Escrituras seja um dogma são
necessárias duas condições:

- O sentido deve estar suficientemente manifestado.

- Esta doutrina deve ser proposta pela Igreja como revelada. Quando o texto das escrituras
estiver definido pela Igreja como contendo um dogma revelado, com sentido preciso e
determinado, é um dever restrito para os exegetas católicos aceitá-lo. A revelação feita por
Jesus Cristo e anunciada aos Apóstolos tem seu caráter definitivo e imutável e a doutrina de
São Paulo mostra bem este caráter. Relacionamos os dogmas da Igreja segundo os pilares de
nossa fé: a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Sagrado Magistério.
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• Dogmas sobre Deus

1. A Existência de Deus
2. A Existência de Deus como Objeto de Fé
3. A Unicidade de Deus
4. Deus é Eterno
5. Santíssima Trindade

• Dogmas sobre Jesus Cristo

1. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência


2. Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam
3. Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e
uma própria operação física
4. Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus
5. Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício
6. Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte
na cruz
7. Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os
mortos
8. Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai

• Dogmas sobre a Criação do Mundo

1. Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada


2. Caráter temporal do mundo
3. Conservação do mundo

• Dogmas sobre o Ser Humano

1. O homem é formado por corpo material e alma espiritual


2. O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por
imitação
3. O homem caído não pode redimir a si próprio

• Dogmas Marianos

1. A Imaculada Conceição de Maria

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2. Maria, Mãe de Deus
3. A Assunção de Maria
4. A Virgem

• Dogmas sobre o Papa e a Igreja

1. A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo


2. Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e
como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o
primado de jurisdição
3. O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não
somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da
Igreja
4. O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex cátedra
5. A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes

• Dogmas sobre os Sacramentos

1. O Batismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo


2. A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento
3. A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o
Batismo
4. A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é
necessária para a salvação
5. A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo
6. Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a
substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue
7. A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
8. A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
9. O matrimônio é verdadeiro e próprio Sacramento

• Dogmas sobre as Últimas Coisas (Escatologia)

1. A Morte e sua origem


2. O Céu (Paraíso)
3. O Inferno
4. O Purgatório

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5. O Fim do mundo e a Segunda Vinda de Cristo
6. A Ressurreição dos Mortos no Último Dia
7. O Juízo Universal

A EXISTÊNCIA DE DEUS

Possibilidade de reconhecer a Deus como a única luz da razão natural - O concilio Vaticano I
(1869-1870), sob Pio IX (1846-1870), declarou:

"Se alguém disser que Deus vivo e verdadeiro, criador e Senhor nosso, não pode ser
reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana por meio das coisas que foram
feitas, seja excomungado." (Dz. 1806). "A mesma Santa Mãe Igreja sustenta e ensina que
Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da
razão humana partindo das coisas criadas." (cf. Dz. 1785).

Sagrada Escritura: Sab.13,1-9.15; Rm 1,20.

A idéia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-Lo com facilidade,
e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra.

A EXISTÊNCIA DE DEUS COMO OBJETO DE FÉ

A existência de Deus não apenas é objeto do conhecimento da razão natural, mas também é
objeto da fé sobrenatural - Segundo o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-
1878), declarou em 24 de abril de 1870:

"A Santa Igreja Católica Apostólica e Romana, crê e confessa que existe um único Deus
Verdadeiro" (Dz. 1782).

Este mesmo Concílio condenou como herética a negação da existência de Deus:

"Se alguém negar que apenas Deus é o Verdadeiro Criador e Senhor das coisas visíveis e
invisíveis, seja excomungado" (Dz. 1801).

Sagrada Escritura: Hb 11,6.

A revelação sobrenatural da existência de Deus confirma o conhecimento natural de Deus, faz


com que todos possam conhecer a existência de Deus com facilidade. Não existe contradição
no sentido de que uma pessoa possa temer ao mesmo tempo a ciência e a fé da existência de
Deus, já que, em ambos os casos, o objeto formal é diverso:

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Evidência Natural X Revelação Divina

Ao primeiro chegamos pela razão natural e, ao segundo, pela razão ilimitada da fé.

A UNICIDADE DE DEUS

Não existe mais que um único Deus - O concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III (1198-
1216) declarou:

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que Deus é apenas Um" (Dz. 428). "A
santa Igreja Católica Apostólica romana crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro
e Vivo" (Dz. 1782).

Sagrada Escritura: Dt 6,4; 1 Cor. 8,4; At 14,14; 17,23; Rm 3,39; Ef 4,6; 1Tim 1,17; 2,5.

Os Santos Padres provam a unicidade de Deus por Sua perfeição absoluta e pela unidade da
ordem do mundo. Diz Tertuliano:

"O Ser Supremo e Excelentíssimo precisa ser único, e não pode haver igual a Ele, porque se
não for assim, Ele não seria o Ser Supremo, e como Deus é o Ser Supremo, com razão diz
nossa verdade Cristã: Se Deus não é o Único, não há nenhum Deus"

São Tomás [de Aquino] deduz especulativamente a unicidade de Deus devido à Sua
simplicidade, da infinidade de Suas perdições e da unidade do universo (S.Th. I,11,3).

A história comparada das religiões nos ensina que a evolução religiosa da humanidade não
passou do politeísmo ao monoteísmo, mas sim, ao contrário, ou seja, do monoteísmo ao
politeísmo (cf. Rm 1,18). Se opõe a este dogma básico do Cristianismo o politeísmo dos
pagãos e o dualismo agnóstico-maniqueista que supunha a existência de dois princípios não
criados e eternos.

DEUS É ETERNO

Deus não tem princípio nem fim - O Concílio IV de Latrão e o Concílio Vaticano atribuem a
Deus a eternidade:

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Verdadeiro Deus


eterno..." (Dz. 428). "A Santa Igreja Católica, Apostólica Romana crê e confessa que existe
um único Deus Verdadeiro, Vivo, Eterno, Imenso, Incompreensível, Infinito em Seu
entendimento e vontade e em toda perfeição" (Dz. 1782).

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O Dogma diz que Deus possui o Ser Divino sem princípio nem fim, sem sucessão alguma, em
um agora permanente e indivisível.

Sagrada Escritura: Sl 89,2; Sl 2,7; Jo 8,58.

Especulativamente, a eternidade de Deus se demonstra por sua absoluta imutabilidade; a razão


última da eternidade de Deus é a plenitude absoluta de um ser que exclui toda potencialidade
e, portanto, toda sucessão (S.Th. I,10,2-3).

SANTÍSSIMA TRINDADE

Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência
divina que é numericamente a mesma - O Concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III (1198-
1216) diz:

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Deus Eterno,


Verdadeiro, Imenso, Imutável, Incompreensível, Onipotente e Inefável; Pai, Filho e Espírito
Santo; três pessoas certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente
simples. O Pai não vem de ninguém, O Filho apenas do Pai, e o Espírito Santo de Um e de
Outro, sem começo, sempre, e sem fim" (Dz.428).

O dogma da Trindade é declarado por este Concílio, mas o Concílio de Florença (1438-1445),
sob Eugênio IV (1431-1447), apresentou um compêndio desta doutrina que pode ser
considerada como a meta final da evolução do dogma:

"Por razão desta unidade, o Pai está todo no Filho todo no Espírito Santo; o Filho está todo no
Pai e todo no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho. Nenhum
precede ao outro em eternidade, ou o excede em grandeza, ou o sobrepuja em poder..." (Dz.
704).

JESUS CRISTO É VERDADEIRO DEUS E FILHO DE DEUS POR ESSÊNCIA

Declara o Símbolo "Quicumque" do Concílio de Toledo (400-447):

"É necessário para a eterna salvação crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus
Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes
dos séculos..." (Dz. 40).

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O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas
perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.

Sagrada Escritura: Is 7,14; 8,8; Is 9,6; Mt 23,17; Mt 17,5; Lc 2,49; Mt 11,27.

Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum
com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:

"As obras que faço em nome de Meu Pai dão testemunho de Mim..." (Jo 10,25).

JESUS POSSUI DUAS NATUREZAS QUE NÃO SE TRANSFORMAM NEM SE


CONFUNDEM

Afirma São Leão I Magno (440-461) em sua epístola dogmática de 13 de Junho de 449:

"Ficando então a salvo a propriedade de uma e outra natureza... natureza íntegra e perfeita de
verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso" (Dz. 143 ss.)

Também diz o Concílio de Calcedônia (451, IV Ecumênico):

"...Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na
humanidade... que se há de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem
divisão, sem separação e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união,
conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma só pessoa" (Dz. 148).

Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra
natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.

Sagrada Escritura: Jo 1,14; Fil 2,6-7.

CADA UMA DAS DUAS NATUREZAS EM CRISTO POSSUI UMA PRÓPRIA


VONTADE FÍSICA E UMA PRÓPRIA OPERAÇÃO FÍSICA

Declara o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agatão (678-681):

"Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem
também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não
seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas
não se opõe uma a outra como afirmam os ímpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).

Sagrada Escritura: Mt 26,39; Lc 22,42; Jo. 6,38; Jo 10,18.

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Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a
vontade humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à
vontade Divina.

JESUS CRISTO, AINDA QUE HOMEM, É FILHO NATURAL DE DEUS

Diz o Concílio de Trento (1545-1563), na sessão IV de 13 de Janeiro de 1547 (sob Paulo III;
1534-1549):

"...O Pai celestial... quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo..."
(Dz. 794, 299, 309).

Sagrada Escritura: Rm 8,32; Jo 3,16; Mt 3,17; Jo 1,14.

Os Santos Padres sempre rechaçaram a doutrina da dupla filiação de Cristo. O sentido do


dogma é: a pessoa que subsiste na natureza humana (de Cristo) é o filho natural de Deus. A
filiação é propriedade da pessoa, não da natureza. Em Cristo não existe mais que uma pessoa
que procede do Pai por geração eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo não pode haver mais
que uma filiação de Deus: a natural.

CRISTO IMOLOU A SI MESMO NA CRUZ COMO VERDADEIRO E PRÓPRIO


SACRIFÍCIO

Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), a 17 de Setembro de


1562:

"O Sacrossanto Concílio... ensina, declara, ordena, que na Missa está contido e de modo não
cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente
no altar da cruz..." (Dz. 940-122-951).

Sagrada Escritura: Jo 1,29;Ef. 5,2; Rm 3,25; Hb 9,28.

O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada
Eucaristia recordou o sacrifício de Sua morte:

"Este é Meu corpo que será entregue por vós..." (Lc 22,19).

Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua
natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.

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CRISTO NOS RESGATOU E RECONCILIOU COM DEUS POR MEIO DO
SACRIFÍCIO DE SUA MORTE NA CRUZ

Declara o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):

"O concílio... por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda... Este Deus e Senhor
Nosso, Jesus Cristo quis oferecer a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a
hora da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão..." (Dz. 938). "... que nos

reconciliou com Deus por meio de Seu Sangue fazendo-Se por nós a Justiça, a Santidade e a
Redenção..." (Dz 790).

Sagrada Escritura: Mt 20,28; 1Tm 2,6; Rm 3,24;1Tm 2,14; Mt 26,28.

São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecadores com Deus, ou seja, a
restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus (cf. Rm 5,10).

AO TERCEIRO DIA DEPOIS DE SUA MORTE, CRISTO RESSUSCITOU


GLORIOSO DENTRE OS MORTOS

Expõe o XI Concílio de Toledo (675), sob Adeodato (672-676):

"...ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro." (Dz. 286)

Sua razão foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o
Pai e o Espírito Santo. Foi causa instrumental a parte humana de Cristo, unida
hipostaticamente com a divindade, ou seja, o corpo e a Alma. É negada a ressurreição de
Cristo em todas as formas de racionalismo antigo e moderno. Tal negação foi condenada por
Pio X (Dz. 2036).

Sagrada Escritura: Sl 15,10;Mt. 12,40; At 4,33.

Do ponto de vista apologético: a ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade


dos ensinamentos de nosso Senhor:

"... e se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vazia e também a vossa fé..." (1Cor 15,14).

CRISTO SUBIU EM CORPO E ALMA AOS CÉUS E ESTÁ SENTADO À DIREITA


DE DEUS PAI

Sob Inocêncio III (1198-1216), declarou o IV Concilio de Latrão (1215):

"...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu


em Corpo e Alma..." (Dz. 429).

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Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico:

"...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...".

Cristo subiu aos céus por sua própria virtude. O racionalismo é contrário a este dogma. O
testemunho claro desta verdade da época apostólica, não deixa tempo suficiente para
formação de lendas.

Sagrada Escritura: Jo 6,63; 14,2; 16,28; Mc 16,19; Lc 24,51.

TUDO O QUE EXISTE FOI CRIADO POR DEUS A PARTIR DO NADA

Afirma o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1877):

"Proclamamos e declaramos desta cátedra de Pedro... que unicamente este Verdadeiro Deus...
criou do nada uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, a angélica e a mundana, e
logo a humana, como comum, constituída de espírito e corpo" (Dz. 1783).

Também o Concílio de Latrão, em 1215: "...Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis,


espirituais e corporais, que por Sua onipotente virtude, existente desde o princípio dos
tempos, criou do nada a uma e outra criatura..." (Dz. 428).

Sagrada Escritura: Gn. 1,1; 2Mc 7,28; Hb 11,3.

A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da revelação cristã, mas
também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais,
baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência.

CARÁTER TEMPORAL DO MUNDO

O mundo teve princípio no tempo - O Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-
1878), afirma:

"Determinamos declarar desta cátedra de São Pedro... desde o princípio do tempo, criou do
nada..." (Dz. 1783). "...Criador de todas as coisas..." (Dz. 428).

Sagrada Escritura: Jo 17,5; Ef 1,4; Sl 101,26.

A doutrina da eternidade do mundo foi condenada (cf. Dz. 501-503). Contra a filosofia pagã e
o materialismo moderno que suponha a eternidade do mundo, ou melhor dizendo, da matéria
cósmica, a Igreja ensina que o mundo não existe desde toda a eternidade, mas teve um
princípio no tempo. O progresso da física atômica permite inferir, pelo processo de

182
desintegração dos elementos radiativos, qual seja a idade da terra e do universo, provando
positivamente o princípio do mundo no tempo (Discurso de Pio XII, 22 Novembro 1951:
Sobre a demonstração da existência de Deus à luz das modernas ciências naturais).

CONSERVAÇÃO DO MUNDO

Deus conserva na existência a todas as coisas criadas - Diz o Concílio Vaticano I (1869-
1870), sob Pio IX (1846-1877), a 24 de Abril de 1870:

"A Igreja Católica declara a partir desta cátedra... Tudo o que Deus criou, com sua
providência o conserva e governa..." (Dz. 1784).

Sagrada Escritura: Sb 11,26; Jo 5,17; Col 1,17.

A ação conservadora de Deus é um constante influxo causal pelo que mantém as coisas na
existência. São Tomas de Aquino define a conservação do mundo como continuação da ação
criadora de Deus. É condizente à sabedoria e bondade de Deus conservar na existência as
criaturas que são vestígio das perfeições divinas e servem, portanto, para dar glória a Deus

O HOMEM É FORMADO POR CORPO MATERIAL E ALMA ESPIRITUAL

Afirma o IV Concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III (1198-1216): "... a humana,
composta de espirito e corpo..." (Dz. 428). E o Concílio Vaticano I (1869-70), sob Pio IX
(1846-78): "...a humana como comum constituída de corpo e alma..." (Dz. 1783).

Segundo a doutrina da Igreja, o corpo é parte essencialmente constituinte da natureza humana,


e não carga e estorvo como disseram alguns (Platão e outros Originalistas). Igualmente, para
defender o dogma católico contra os que dizem que consta de três partes essenciais: o corpo, a
alma animal e a alma espiritual, o Concílio de Constantinopla declarou: "... que o homem tem
apenas uma alma racional e intelectual..." (Dz. 338).

A alma espiritual é o princípio da vida espiritual e ao mesmo tempo o é da vida animal


(vegetativa e sensitiva) (Dz. 1655).

Sagrada Escritura: Gn 2,7; Ecl 12,7; Mt 10,28.

Se prova especulativamente a unicidade da alma no homem por testemunho da própria


consciência, pela qual somos conscientes de que o mesmo Eu, que é o princípio da atividade
espiritual, é o mesmo que gere a sensibilidade e a vida vegetativa.

183
O PECADO DE ADÃO SE PROPAGA A TODOS SEUS DESCENDENTES POR
GERAÇÃO, NÃO POR IMITAÇÃO

O Concílio de Trento condena a doutrina de que Adão perdeu para si apenas, e não também
para nós todos, a justiça e Santidade que havia recebido de Deus. Positivamente ensina que o
Pecado, que é morte da alma, se propaga de Adão a todos seus descendentes por geração e
não por imitação, e que é inerente a cada indivíduo.

"Tal pecado se apaga pelos méritos da Redenção de Cristo, os quais se aplicam


ordinariamente tanto aos adultos como às crianças por meio do Sacramento do Batismo. Por
isso, até as crianças recém-nascidas recebem o Batismo para remissão dos pecados." (Dz.
791).

Sagrada Escritura: Sl 50,7; Rm 5,12-21.

O efeito do Batismo, segundo a doutrina do Concílio de Trento, é apagar realmente em nós o


pecado e não apenas que não nos impute uma culpa estranha (Dz. 792).

O HOMEM CAÍDO NÃO PODE REDIMIR A SI PRÓPRIO

Assim ensina o Concílio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549):

"Que os homens caídos eram de tal forma escravos do pecado que se achavam sob a servidão
do demônio e da morte, que nem os gentios poderiam livrar-se nem levantar-se com a força da
natureza, nem os judeus poderiam faze-lo com a força da lei mosaica..." (Dz. 793).

O Concílio Vaticano II no decreto "Ad Gentes" nº 8 declara:

"Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a ordem sobrenatural,
destruída pelo pecado. Se opõe à doutrina católica o pelagianismo, segundo o qual, o homem
tem em sua livre vontade o poder de redimir-se a si mesmo, e é contrário também ao dogma
católico o moderno racionalismo com suas diversas teorias de 'auto-redenção'".

Sagrada Escritura: Rm 3,23.

A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA

O Papa Pio IX, na Bula "Ineffabilis Deus", de 8 de Dezembro de l854 definiu solenemente o
dogma da Imaculada Conceição de Maria:

184
"Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem
Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus
onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada
imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e
constantemente acreditada por todos os fiéis" (Dz. 1641).

a. Maria desde o primeiro instante que é constituída como pessoa no seio de sua mãe, o é
sem mancha alguma de pecado (= pecado original).
b. Como foi concebida sem pecado:

1. Ausência de toda mancha de pecado.


2. Lema da graça Santificante.
3. Ausência da inclinação o mal.

c. Este privilégio e dom gratuito foi concedido apenas à Virgem e a ninguém mais, em
atenção àquela que havia sido predestinada para ser a Mãe de Deus.
d. Em previsão dos méritos de Cristo porque a Maria a Redenção foi aplicada antes da
morte do Senhor.

Sagrada Escritura: Gn 3,15; Lc 1,28; Lc 1,42.

MARIA, MÃE DE DEUS

O Concilio de Éfeso (431), sob o Papa São Clementino I (422-432), definiu solenemente que:

"Se alguém afirmar que o Emanuel (Cristo) não é verdadeiramente Deus, e que portanto, a
Santíssima Virgem não é Mãe de Deus, porque deu à luz segundo a carne ao Verbo de Deus
feito carne, seja excomungado." (Dz. 113).

Muitos Concílios repetiram e confirmaram esta doutrina:

· Concílio de Calcedônia (Dz. 148).


· Concílio de Constantinopla II (Dz. 218, 256).
· Concílio de Constantinopla III (Dz. 290).

Maria gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito
nascido, não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o
Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana;

185
então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e
Verdadeiro Homem.

Sagrada Escritura: Is 7,14; Lc 1,31; Lc 1,35; Gl 4,4; Rm 9, 5

A ASSUNÇÃO DE MARIA

O Papa Pio XII, na Bula "Munificentissimus Deus", de 1º de Novembro de 1950, proclamou


solenemente o dogma da assunção de Maria ao céu:

"Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada


Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena, foi assumpta em
corpo e alma à gloria celeste" (Dz. 2333).

A IGREJA FOI FUNDADA PELO DEUS E HOMEM, JESUS CRISTO

A Constituição Dogmática sobre a Igreja, aprovada pelo Concílio do Vaticano I (1869-1870),


sob o papa Pio IX (1846-1878), declara:

"Determinamos proclamar e declarar desta cátedra de Pedro... O Pastor eterno e guardião de


nossas almas para converter em perene a obra salutar da Redenção decretou edificar a Santa
Igreja, na qual, como casa do Deus Vivo, todos os fiéis estejam unidos pelo vínculo da fé e
caridade...".

Pio X, contra os erros modernistas declarou:

"A Igreja foi fundada de modo rápido e pessoal por Cristo Verdadeiro e Histórico durante o
tempo de sua vida sobre a terra..." (Dz. 2145).

Isto quer dizer que Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da
mesma, no tocante a doutrina, culto e constituição. Os reformadores ensinaram que Cristo
havia fundado uma Igreja invisível. A Organização jurídica era pura instrução humana.

Sagrada Escritura: Lc 16,13; Mc 4,34; Mt 13,52; Mt 18,7; Lc 22,19; Mt 28,19.

CRISTO CONSTITUIU O APÓSTOLO SÃO PEDRO COMO PRIMEIRO ENTRE OS


APÓSTOLOS E COMO CABEÇA VISÍVEL DE TODA IGREJA, CONFERINDO-
LHE IMEDIATA E PESSOALMENTE O PRIMADO DE JURISDIÇÃO

Diz o Concílio de Florença (1438-1445), sob Eugênio IV (1431-1447), pela bula "Etentur
coeli", de 6 de Julho de 1439:

186
"Definimos que todos os cristãos devem crer e receber esta verdade de fé... que a Sé
Apostólica e o Pontífice Romano é o sucessor do bem-aventurado Pedro e tem o primado
sobre todo rebanho..." (Dz. 694).

Afirma também o Concílio Vaticano I (1869-1870), na Constituição dogmática sobre a Igreja


de Cristo:

"Se alguém disser que o bem-aventurado Pedro Apóstolo, não foi constituído por Jesus Cristo
nosso Senhor, como príncipe de todos os Apóstolos e cabeça visível de toda a Igreja, seja
excomungado." (Dz. 1823).

Sagrada Escritura: Mt 16, 17-19; Jo 21,15-17; At 1,15.

O PAPA POSSUI O PLENO E SUPREMO PODER DE JURISDIÇÃO SOBRE TODA


A IGREJA, NÃO SOMENTE EM COISAS DE FÉ E COSTUMES, MAS TAMBÉM NA
DISCIPLINA E GOVERNO DA IGREJA

Ensina o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878):

"Se alguém disser que o Pontífice Romano tem apenas o dever de inspeção e direção, mas não
pleno e supremo poder de jurisdição sobre a Igreja universal, não só nas matérias que
pertencem à fé e aos costumes, mas também naquelas de regime e disciplina da Igreja...seja
excomungado" (Dz. 1831 cf. Dz. 1827).

Conforme esta declaração, o poder do Papa é:

1. De Jurisdição: verdadeiro poder de governo que é potestade: legislativa, jurídica (litigiosa)


e coercitiva.
2. Universal: se estende a todos os pastores e fiéis da Igreja em matéria de ensinamento e
governo.
3. Supremo: nenhum outro sujeito possui o poder igual ou maior. Por isto, a coletividade de
todos os Bispos não está acima do Papa.
4. Pleno: o Papa pode resolver por si mesmo qualquer assunto que caia dentro da jurisdição
eclesiástica sem nada requerer dos Bispos nem de toda a Igreja.
5. Ordinário: é ligado com seu ofício em virtude de uma ordenação divina e não foi delegado
por nenhum superior em jurisdição.
6. Episcopal: o Papa é ao mesmo tempo bispo universal de toda a Igreja e da diocese de
Roma.

187
7. Imediato: pode exercer sem instância prévia sobre os Bispos e fiéis. Por este poder do Papa
de tratar livremente com todos os bispos e fiéis da Igreja, se condena toda a ordenação do
poder civil que subordinam a comunicação oficial com a Santa Sé a um controle civil e fazem
depender a obrigatoriedade das disposições pontifícias a uma boa visão das autoridades civis.
(Dz. 1829)

O PAPA É INFALÍVEL SEMPRE QUE SE PRONUNCIA EX CATEDRA

Ensina o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878), na Sessão IV de 18 Julho


1870:

"...ensinamos e definimos ser dogma divinamente revelado que o Pontífice Romano, quando
fala ex cátedra, isto é, quando cumprindo seu cargo de pastor e doutor de todos os cristãos,
define por sua suprema autoridade apostólica que uma doutrina sobre a fé e costumes deve ser
sustentada pela Igreja universal, pela assistência divina que lhe foi prometida na pessoa de
Pedro, goza daquela infalibilidade que o Redentor divino quis que estivera provisionada sua
Igreja na definição sobre a matéria da fé e costumes, e portanto, as definições do Bispo de
Roma são irreformáveis por si mesmas e não por razão do consentimento da Igreja." (Dz.
1839; Dz. 466-694).

Para compreender este dogma, convém ter na lembrança:

1. Sujeito da infalibilidade é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e


não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais) a quem o Papa confere parte
de sua autoridade magistral.
2. Objeto da infalibilidade são as verdades de fé e costumes, reveladas ou em íntima conexão
com a revelação divina.
3. Condição da infalibilidade é que o Papa fale ex cátedra:
a. Que fale como pastor e mestre de todos os fiéis fazendo uso de sua suprema autoridade.
b. Que tenha a intenção de definir alguma doutrina de fé ou costume para que seja acreditada
por todos os fiéis. As encíclicas pontificais não são definições ex cátedra.
4. Razão da infalibilidade é a assistência sobrenatural do Espírito Santo, que preserva o
supremo mestre da Igreja de todo erro.
5. Conseqüência da infalibilidade é que a definição ex cátedra dos Papas sejam por si mesmas
irreformáveis, sem a intervenção ulterior de qualquer autoridade.

Sagrada Escritura: Mt 16,18; Jo 21,15-17; Lc 22,31.

188
Para poder cumprir com a função de ordenar eficazmente, é necessário que os Papas gozem
de infalibilidade em matéria de fé e costumes.

A IGREJA É INFALÍVEL QUANDO FAZ DEFINIÇÃO EM MATÉRIA DE FÉ E


COSTUMES

Declara o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878):

"O pontífice Romano quando fala ex cátedra... possui aquela infalibilidade que o Divino
Salvador quis que estivesse dotada sua Igreja quando definisse algo em matéria de fé e
costumes" (Dz. 1839).

O Concílio Vaticano I, na definição da infalibilidade do Papa, pressupõe a infalibilidade da


Igreja. São contrários a este dogma os que, ao rechaçar a hierarquia (Papa), rechaçam também
o Magistério da autoridade da Igreja.

Sagrada Escritura: Jo 14,16; Mc 16,16;Lc 10,16;

Os Apóstolos e seus sucessores (a Igreja) se acham livres do perigo de errar ao pregar a fé


(Dz. 1793-1798).

Estão sujeitos à infalibilidade:

1. O Papa, quando fala ex cátedra.


2. O episcopado pleno, com o Papa cabeça do episcopado, é infalível quando reunido em
concílio universal ou disperso pelo rebanho da terra, ensina e promove uma verdade de fé ou
de costumes para que todos os fiéis a sustentem.

Obs: cada Bispo em particular não é infalível ao anunciar a verdade revelada (ex.: Nestório
caiu em erro e heresia). Mas cada bispo em sua diocese, por razão de seu cargo, é mestre
autorizado da verdade revelada enquanto esteja em comunhão com a Sé Apostólica e professe
a doutrina universal da Igreja.

O BATISMO É VERDADEIRO SACRAMENTO INSTITUÍDO POR JESUS CRISTO

A CONFIRMAÇÃO É VERDADEIRO E PRÓPRIO SACRAMENTO

A IGREJA RECEBEU DE CRISTO O PODER DE PERDOAR OS PECADOS


COMETIDOS APÓS O BATISMO

Define o Concílio de Trento (1545-1563), sob Júlio III (1550-1565):

189
"...foi comunicada aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores o poder de perdoar e de reter
os pecados para reconciliar aos fiéis caídos depois do Batismo." (Com. 3; Dz. 894.).

O poder de perdoar não foi concedido aos Apóstolos como carisma pessoal, mas sim à Igreja
como instituição permanente para passá-lo aos sucessores dos Apóstolos.

A CONFISSÃO SACRAMENTAL DOS PECADOS ESTÁ PRESCRITA POR


DIREITO DIVINO E É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃO

O Papa Leão Magno, contra os abusos da confissão pública declarou: "basta indicar a culpa da
consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta." (Dz. 145).

A EUCARISTIA É VERDADEIRO SACRAMENTO INSTITUÍDO POR CRISTO

· A matéria: o pão e vinho.


· A forma: as palavras da consagração.
· A graça interna: indicada e produzida pelo signo é a união com Cristo e a vida eterna:

1. "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele" (Jo 6,56).
2. "Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna." (Jo 6,54).

CRISTO ESTÁ PRESENTE NO SACRAMENTO DO ALTAR PELA


TRANSUBSTANCIAÇÃO DE TODA A SUBSTÂNCIA DO PÃO EM SEU CORPO E
TODA SUBSTÂNCIA DO VINHO EM SEU SANGUE

"Transubstanciação" é uma conversão no sentido passivo; é o trânsito de uma coisa a outra.


Cessam as substâncias de Pão e Vinho, pois sucedem em seus lugares o Corpo e o Sangue de
Cristo. A Transubstanciação é uma conversão milagrosa e singular diferente das conversões
naturais, porque não apenas a matéria como também a forma do pão e do vinho são
convertidas; apenas os acidentes permanecem sem mudar: continuamos vendo o pão e o
vinho, mas substancialmente já não o são, porque neles está realmente o Corpo, o Sangue,
Alma e Divindade de Cristo.

Sagrada Escritura: Mc 14,22;Lc 22,19.

A UNÇÃO DOS ENFERMOS É VERDADEIRO E PRÓPRIO SACRAMENTO


INSTITUÍDO POR CRISTO

Pio X condenou a sentença modernista que pretende que o Apóstolo São Tiago tenha, em sua
carta, apenas recomendado uma prática piedosa (Dz. 2048).

190
A ORDEM É VERDADEIRO E PRÓPRIO SACRAMENTO INSTITUÍDO POR
CRISTO

Existe na Igreja um sacerdócio visível e externo: "Se alguém disser que na Igreja católica não

existe uma hierarquia instituída por ordenação Divina, que consta de Bispos, Presbíteros e
Ministros, seja excomungado." (Dz. 966). E é uma hierarquia instituída por ordenação divina.

Sagrada Escritura: At 6,6; At 14,22.

O MATRIMÔNIO É VERDADEIRO E PRÓPRIO SACRAMENTO INSTITUÍDO


POR CRISTO

A MORTE E SUA ORIGEM

A morte, na atual ordem de salvação, é conseqüência primitiva do pecado.

Ainda que o homem seja mortal por natureza, já que seu ser é composto de partes distintas,
por revelação sabemos que Deus dotou o homem, no paraíso, do Dom pré-natural da
imortalidade do corpo. Mas por castigo, ao quebrar a ordem Divina, ficou condenado a
morrer.

O CÉU (PARAÍSO)

As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado
entram no céu. Benedito XII (1334-1342), pela Constituição "Benedictus Deus", de 29 de
Janeiro de 1336, proclama:

"Por esta constituição que há de valer para sempre e por autoridade apostólica definimos...
que segundo a ordenação de Deus, as almas completamente purificadas entram no céu e
contemplam imediatamente a essência divina, vendo-a face a face, pois a referida Divina
essência lhes é manifestada imediata e abertamente, de maneira clara e sem véus, e as almas
em virtude dessa visão e esse gozo, são verdadeiramente ditosas e terão vida eterna e eterno
descanso" (Dz. 530).

Também o Símbolo apostólico declara: "Creio na vida eterna" (Dz. 6 e 9).

Os atos que integram a felicidade celestial são de entendimento, e este por um Dom
sobrenatural "lumen gloriae" é capacitado para o ato da visão de Deus (Sl 35,10; Ap 22,5) de
amor e gozo.

O INFERNO

191
As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vão ao inferno. Benedito XII (1334-
1342), na Constituição "Benedictus Deus", de 29.01.1336, declara:

"Segundo a comum ordenação de Deus, as almas dos que morrem em pecado mortal,
imediatamente depois da morte, baixam ao inferno, onde são atormentadas com suplícios
infernais." (Dz. 531).

O inferno é um lugar de eterno sofrimento onde se acham as almas dos réprobos. Negam a
existência do inferno aqueles que não acreditam na imortalidade pessoal (materialismo).

Sagrada Escritura: Mt 5,29; Mt 10,28; Mt 23,15; Mt 25,41; Mt 25,46; 2Ts 1,9.

O PURGATÓRIO

As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por
penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação.
O II Concílio de Leão (1274), sob Gregório X (1271-1276), afirma:

"As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com verdadeiro arrependimento
de seus pecados, antes de ter satisfeito com verdadeiros frutos de penitência por seus pecados
de atos e omissão, são purificadas depois da morte com as penas do purgatório..." (Dz. 464).

Para São Gregório Magno, esta última frase indica que as culpas podem ser perdoadas neste
mundo e também no futuro. A existência do Purgatório se prova especulativamente pela
Santidade e Justiça de Deus. Esta exige que apenas as almas completamente purificada sejam
exibidas no céu; Sua Justiça reclama que sejam pagos os restos de penas pendentes, e por
outro lado, proíbe que as almas unidas em caridade com Deus, sejam atiradas ao inferno. Por
isso se admite um estado intermediário que purifique e de duração limitada.
O FIM DO MUNDO E A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens. O
Símbolo Niceno-Constantinopolitano, aprovado pelo I Concílio de Constantinopla (381), sob
São Dâmaso (366-384), declara:

"...e outra vez deverá vir com glória para julgar aos vivos e aos mortos... " (Dz. 86).

Sagrada Escritura: Mt 16,27; Mc 8,38; Lc. 9,26; Mt 24,30; cf. Dn 7,13; 2Ts 1,8; 1Cor 1,8;

Sinais precursores da segunda vinda:

192
1. Pregação do Evangelho por todo o mundo: "Esta Boa Nova do Reino deverá ser
proclamada no mundo inteiro, para dar testemunho a todas as nações. E então, virá o fim..."
(Mt 21,14). "E é preciso que antes seja proclamada a Boa Nova a todas as nações..." (Mc
13,10).

2. A conversão dos judeus: "Então não quero que ignoreis, irmãos, este mistério, que não
ocorra que vos presumais de sábios, o amadurecimento parcial que sobreveio a Israel,
perdurará até entre a totalidade dos gentios, e assim todo Israel será salvo, como diz a
Escritura: Virá de Sion o Libertador, afastará de Jacó as impiedades. E esta será Minha
Aliança com eles quando tenham apagado seus pecados... " (Rm 11,25-27; totalidade moral).

3. A apostasia da fé: "Jesus lhes respondeu: Olhai para que ninguém vos engane, porque virão
muitos usurpando Meu nome e dizendo 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos..." (Mt 24,4;
falsos profetas). "Que ninguém os engane de nenhuma maneira. Primeiro deverá vir a
apostasia e manifestar-se o homem ímpio, o filho de perdição, o adversário que se eleva sobre
tudo o que leva o nome de Deus, ou é objeto de culto, até o extremo de sentar-se ele mesmo
no Santuário de Deus e proclamar que ele mesmo é Deus..." (2Ts 2,3; apostasia da fé Cristã).

4. Antes da apostasia, manifestar-se-á o Anticristo: "Antes da apostasia, se manifestará o


homem com iniquidade..." (2Ts 2,3; pessoa determinada a ser o instrumento de Satã).

5. Grandes calamidades: enchentes, calamidades ou catástrofes naturais serão o prelúdio da


vinda do Senhor: "Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol se escurecerá, a lua
não dará seu resplendor, as estrelas cairão do céu e as forças dos céus serão sacudidas..." (Mt
24,29, cf. Is 13,10: "Quando as estrelas do céu e a constelação de Orion já não iluminarem, e
o sol estiver obscurecido, e não brilhe a luz da lua...").

A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS NO ÚLTIMO DIA

É declarado pelo Símbolo "Quicumque" (chamado também "Atanasiano"). De fato, este


símbolo alcançou tanta autoridade na Igreja, ocidental como oriental, que entrou no uso
litúrgico e deve ser tida por verdadeira a definição de fé:

"...É pois, a fé certa que cremos e confessamos que ... e à Sua vinda, todos os homens deverão
ressuscitar com seus corpos..." (Dz. 40).

Também o Símbolo Apostólico confessa: "creio ... na ressurreição da carne..."

193
Sagradas Escrituras: Mt 22,29; Mt 22,29; Jo 6,39; Jo 11,25.

O JUÍZO UNIVERSAL

Cristo, depois de seu retorno, julgará a todos os homens. É o que expressa o Símbolo
"Quicumque":

É, pois a fé certa que cremos e confessamos que ... dali haverá de vir a julgar os vivos e os
mortos..."

Sagradas Escrituras: Mt 11, 22; Mt 16,27; At 10,42.

194
SUGESTÃO PARA HORÁRIO DE EXPERIENCIA DE ORAÇÃO - 01

Sexta

19:00 – 20:00 - RECEPÇÃO E JANTAR


20:00 – 20:30 - ANIMAÇÃO
20:30 – 21:00 - SEMEADOR
21:00 – 22:00 - AMOR DO PAI

Sábado

08:00 – 08:30 - DESPERTAR E ANIMAÇÃO


08:30 – 09:00 - FILHO PRÓDIGO
09:00 – 09:30 - CAFÉ
09:30 – 10:30 - PECADO
10:30 – 10:45 - DESERTO
10:45 – 11:00 - ANIMAÇÃO
11:00 – 12:00 - JESUS SALVADOR
12:00 – 13:30 - ALMOÇO
13:30 – 14:00 - TEATRO
14:00 – 15:00 - CONFISSÕES
15:00 – 15:30 - CAFÉ
15:30 – 16:00 - ANIMAÇÃO
16:00 – 17:00 - FÉ E CONVERSÃO
17:00 – 18:00 - BANHO
18:00 – 18:15 - ANIMAÇÃO
18:15 – 19:00 - MARIA
19:00 – 20:15 - JANTAR
20:15 – 22:00 - ORAÇÃO DE CURA

Domingo

08:00 – 08:30 - DESPERTAR


08:30 – 09:00 - SAMARITANA
09:00 – 09:30 - CAFÉ
09:30 – 10:00 - ANIMAÇÃO
10:00 – 12:00 - ESPÍRITO SANTO E EFUSÃO
12:30 – 13:30 - ALMOÇO
13:30 – 13:50 - ANIMAÇÃO
13:50 – 14:40 - JESUS SENHOR
14:40 - 15:00 - INTERVALO E ANIMAÇÃO
15:00 - 15:40 - PERSEVERANÇA
15:40 - 16:00 - PREPARAÇÃO PARA MISSA
16:00 - 17:00 - SANTA MISSA
17:00 - ENCERRAMENTO

195
SUGESTÃO PARA HORÁRIO DE EXPERIENCIA DE ORAÇÃO - 02

Sexta

19:00 – 20:00 - RECEPÇÃO E JANTAR


20:00 – 20:30 - ANIMAÇÃO
20:30 – 21:00 - SEMEADOR
21:00 – 22:00 - AMOR DO PAI

Sábado

08:00 – 08:30 - ACOLHIDA E ANIMAÇÃO


08:30 – 09:00 - FILHO PRÓDIGO
09:00 – 09:30 - CAFÉ
09:30 – 10:45 - PECADO E SALVAÇÃO
10:45 – 11:00 - DESERTO
11:00 – 11:20 - ANIMAÇÃO
11:20 - 11:50 - CENÁCULO
12:00 – 13:30 - ALMOÇO
13:30 - 14:00 - TEATRO
14:00 - 14:20 - PREPARAÇÃO PARA CONFISSÕES
14:20 – 15:20 - CONFISSÕES
15:20 – 15:50 - ANIMAÇÃO
15:50 – 16:50 - JESUS SENHOR
16:50 – 17:30 - CAFÉ
17:30 – 17:50 - ANIMAÇÃO
17:50 – 18:40 - MARIA
18:40 – 20:00 - JANTAR
20:00 – 22:00 - ORAÇÃO DE CURA

Domingo

08:00 – 08:30 - DESPERTAR


08:30 – 09:00 - SAMARITANA
09:00 – 09:30 - CAFÉ
09:30 – 10:00 - ANIMAÇÃO
10:00 – 12:00 - ESPÍRITO SANTO E EFUSÃO
12:30 – 13:30 - ALMOÇO
13:30 – 14:00 - ANIMAÇÃO
14:00 – 14:40 - PERSEVERANÇA
14:40 - 15:00 - PREPARAÇÃO PARA MISSA
15:00 - 16:00 - SANTA MISSA
16:00 - ENCERRAMENTO

196
SUGESTÃO PARA HORÁRIO DE ENCONTRO DE DONS - 01

SEXTA:

19:00 AS 20:00 – ACOLHIDA E JANTAR


20:00 ÀS 20:40 - ANIMAÇÃO
20:40 ÀS 21:10 - CARISMAS E SUA UTILIZAÇÃO
21:10 ÀS 21:50 - DOM DE LINGUAS E INTERPRETAÇÃO
21:50 ÀS 22:30 – ORAÇÃO

SÁBADO:

08:00 AS 08:30 - DESPERTAR


08:30 ÀS 09:00 - CAFE
09:00 ÀS 09:30 - ORAÇÃO DA MANHÃ
09:30 ÀS 10:10 - DOM DE DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
10:10 ÀS 11:00 – DOM DE SABEDORIA E DE CIENCIA
11:00 ÀS 12:00 – ORAÇÃO
12:00 AS 13:00 - ALMOÇO
13:00 AS 13:30 - ANIMAÇÃO
13:30 ÀS 14:15 - CENÁCULO
14:15 ÀS 14:30 - ANIMAÇÃO
14:30 ÀS 15:10 – DOM DA PROFECIA
15:10 ÀS 15:50 – DOM DA FÉ
15:50 ÀS 16:10 - INTERVALO + ANIMAÇÃO
16:10 ÀS 16:50 – DOM DE MILAGRES
16:50 ÀS 17:00 – DÚVIDAS / PARTILHA
17:00 ÀS 19:00 - BANHO
19:00 ÀS 20:00 - JANTAR
20:00 ÀS 21:00 - DOM DE CURA E LIBERTAÇÃO
21:00 AS 23:30 – ORAÇAO

DOMINGO:

08:00 ÀS 08:30 - DESPERTAR


08:30 AS 09:00 - CAFE
09:00 ÀS 09:30 - ORAÇÃO DA MANHA
09:30 ÀS 09:50 - ANIMAÇÃO
09:50 ÀS 10:50 - REPOUSO NO ESPÍRITO
10:50 ÀS 12:00 – ORAÇÃO
12:00 AS 13:30 - ALMOÇO
13:30 ÀS 14:00 - ANIMAÇÃO
14:00 ÀS 14:30 – DOM DA CARIDADE
14:30 ÀS 15:00 - CENÁCULO
15:00 ÀS 15:30 - PREPARAÇÃO P/ MISSA
15:30 ÀS 16:30 - MISSA
16:30 - ENCERRAMENTO

197
SUGESTÃO PARA HORÁRIO DE ENCONTRO DE “EIS-ME AQUI” - 01

Sábado

07:00 às 08:00 – Chegada


08:00 às 08:30 – Café da manhã
08:30 às 09:00 – Animação & Oração
09:00 às 09:30 – Pregação: Eutico
09:30 às 10:00 – Pregação: Ministério da Palavra
10:00 às 10:10 – Intervalo
10:10 às 10:30 – Animação
10:30 às 11:00 – Pregação: Ministério de Música
11:00 às 11:30 – Pregação: Ministério de Intercessão
11:30 às 12:00 – Pregação: Ministério de Cura e Libertação
12:00 às 13:30 – Almoço
13:30 às 14:00 – Animação
14:00 às 14:30 – Pregação: Ministério de Pastoreio
14:30 às 15:00 – Pregação: Julgamento Constituído - (Obediência)
15:00 às 15:30 – Cenáculo
15:30 às 15:50 – Café da Tarde
15:50 às 16:00 – Animação
16:00 às 17:00 – Pregação: Lava Pés
17:00 às 19:00 – Banho
19:00 às 20:00 – Jantar
20:00 às 20:50 – Pregação: Ser Servo (Perfil do Servo)
20:00 às 22:00 – Oração

Domingo

07:30 às 08:00 – Acordar


08:00 às 08:30 – Café da manhã
08:30 às 09:00 – Animação
09:00 às 09:50 – Pregação: Comunidade/Perseverança
09:50 às 10:00 – Intervalo
10:00 às 10:10 – Animação
10:10 às 11:00 – Pregação: Eis-me aqui
11:00 às 11:40 – Oração Eis-me aqui
11:40 às 12:00 – Dúvidas / Partilha
12:00 às 13:00 – Almoço
13:00 às 13:30 – Animação
13:30 Às 14:00 – CENÁCULO
14:30 Às 15:00 – Preparação Para Missa
15:00 Às 16:00 - SANTA MISSA
16:00 - Encerramento

198
SUGESTÃO PARA MONTAGEM DO CRONOGRAMA DO CRESCIMENTO

VIDA DE ORAÇÃO – 01 Ensino

A BÍBLIA – 02 Ensinos

HISTÓRIA DA RCC – 01 Ensino

A SANTÍSSIMA TRINDADE - 01 Ensino

DONS INFUSOS E EFUSOS OU CARISMÁTICOS – 01 Ensino + O ENCONTRO

HISTÓRIA DA SALVAÇÃO – 02 Ensinos

EVANGELHOS – 01 Ensino

OS SACRAMENTOS – 01 ou 02 Ensinos

HISTÓRIA DA IGREJA CATÓLICA – 01 ou 02 Ensinos

O CREDO APOSTÓLICO OU ORAÇÃO DO CREIO – 01 Ensino

OS ATOS DOS APOSTÓLOS - 01 Ensino

MARIA SANTÍSSIMA – 01 Ensino

A LITURGIA – 01 Ensino

MISSA PARTE POR PARTE - 01 Ensino

FALSAS DOUTRINAS E “NOVA ERA” – Tarde de Formação ou 3 Ensinos

COMUNHÃO DOS SANTOS – 01 Ensino

ORAÇÃO DO PAI NOSSO – 01 Ensino

ESPIRITUALIDADE, AFETIVIDADE E SEXUALIDADE – Tarde de Formação

SANTOS E SANTIDADE – 01 Ensino

CÉU, INFERNO E PURGATÓRIO – 01 Ensino

OS ANJOS – 01 ou 02 Ensinos

OS DOGMAS DA IGREJA – 01 ou 02 Ensinos

Adoração e Orações em Comunidade – Ao menos 02 dias ao longo do ano.

Bate-papos e Partilhas – Ao menos 02 dias ao longo do ano.

ENCONTRO DE “EIS-ME AQUI”

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Bibliografia

A fé explicada. 6 ed. Leo Trese. Ed. Quadrante.


Anjos, companheiros no dia-a-dia. Pe. Jonas Abib. Ed. Loyola.
As sete súplicas do Pai-Nosso. Ernst Dassmann. Coleção Paulo Apóstolo vol 19. Ed.
Santuário.
Bíblia de Jerusalém.
Bíblia Sagrada Edição Pastoral. Ed. Paulus.
Bíblia Sagrada. Edição Ave Maria.
Bíblia Sagrada. Tradução Ecumênica (TEB).
Carismas. Coleção Paulo Apóstolo vol 3. Ed. Santuário.
Catecismo da Igreja Católica. 3. ed. Edições Loyola.

Católico Pode ou não pode? Por quê? Pe. Alberto Luiz Gambarini. Ed. Ágape.

Católicos Perguntam, Dom Estevão Bettecourt - Editora Santo Antonio.


Como um Novo Pentecostes. Patti Gallagher Mansfield. Ed. Louva-a-Deus.
Compendio do Vaticano II – Editora Vozes.
Curso de Liturgia. Pe. Joãozinho, SCJ. Ed. Loyola.
Didaqué. Ed. Paulus.
Documento 53 – CNBB. Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica.
E sereis minhas Testemunhas. Coleção Paulo Apóstolo vol 1. Ed. Santuário.

Escola da Fé. Vol I – A Sagrada Tradição. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cleófas.

Escola da Fé. Vol II – A Sagrada Escritura. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cleófas.

Escola da Fé. Vol III – O Sagrado Magistério. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cleófas.
História da Igreja. Pierre Pierrard. Ed. Paulinas.
Igreja Catolica, denominações cristãs e correntes religiosas. Coleção Paulo Apóstolo vol 17.
Dom Estevão Bettecourt – Editora Santuário.
Jovens em Renovação. Pe. Alírio J. Pedrini, SCJ. Ed. Loyola.
Na Escola dos Santos Doutores. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cleófas.
Nossa fé segundo o Catecismo da Igreja Católica. Luiz Cehcinato, Ed. Santuário. Coleção
Ekklesia volume 1.
O Peregrino Russo Editora Paulus.
O Poder de Curar. Pe Francis MacNutt. Edições Loyola.
O que é preciso saber sobre a Renovação Carismática. D. Antônio de Miranda, SDN. Ed.
Santuário.

200
O Santo do Dia. Dom Servilio Conti , J.M.C. Ed. Loyola.
Orando com Poder. Pe. Jonas Abib. Edições Loyola.
Os Santos de Cada Dia. J. Alves. Ed. Paulinas.
Para Falar de Anjos. Ed. Loyola.

Sites: Dercio Antonio Paganini, Canção Nova e Sacramusic.

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