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Texto Bíblico: Josué 12: 1-24

Tema: O projeto divino


Nestes últimos meses, os noticiários e reportagens mostram que as obras do PAC estão
paradas. Vários projetos estão apenas no papel, porque faltam recursos financeiros para
prosseguir com os investimentos em infra-estrutura. Nos próximos anos, o Brasil será palco de
eventos que atraem muitos turistas como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, mas algumas obras
de ampliação e modernização dos aeroportos ainda nem começaram. São projetos que não saem
do papel e atrasam ainda mais o desenvolvimento do país. Os jornalistas mais irônicos afirmam
que o PAC “empacou”, e não vai sair mais do lugar.
Porém, diferentemente do PAC em nosso país, Deus tinha um projeto para o Seu povo que
estava em plena execução no livro de Josué. Ao lermos este livro certamente perceberemos que
os projetos divinos não ficam no papel, pois a terra estava sendo conquistada paulatinamente
pelo povo liderado por Josué, sob a supervisão e auxílio do Senhor. O texto em Josué 12 aponta
um relatório das conquistas e vitórias do povo, sob a liderança de Moisés e de Josué. Ao
observamos este contexto, fica evidente que os projetos de Deus não ficam no papel, pois Ele
está sempre trabalhando para cumprir os Seus propósitos (Fl. 1:6; Jo. 5:17). Os servos de Deus
estão diretamente inseridos neste projeto, e com base nisso eu gostaria de afirmar que:
“Alguns fatos devem ser considerados com relação ao projeto divino para Seus servos”
1º – CADA SERVO DO SENHOR TEM A SUA PRÓPRIA FRENTE DE BATALHA
Estas duas listas de reis e povos conquistados não querem oferecer um pano de fundo de
competição entre os líderes (Moisés e Josué). Moisés liderou o povo na conquista de territórios
que ficavam antes da travessia do Jordão e Josué liderou o povo na conquista de territórios que
ficavam dalém do Jordão. O texto quer nos comunicar que, no projeto divino para Seus servos,
as lutas que são travadas por cada crente são diferenciadas. Ou seja, as frentes de batalha que
estão diante de cada servo do Senhor são distintas.
As frentes de batalha na vida de José foram duras, mas não podemos esquecer que foram
divinamente orquestradas para cumprir o projeto divino na vida do Seu servo. Ele passou por
traição dos irmãos (bullying), calúnias, calabouços, também enfrentou maus-tratos e foi
esquecido na prisão por um longo tempo. Já as frentes de batalha na vida de Daniel foram
outras. Ele esteve diretamente envolvido com o governo do rei Dario e foi constituído um dos
120 sátrapas, porém manteve-se fiel seguindo ao Senhor de todo o coração. E assim,
observamos ao longo da Bíblia que as frentes de batalha são diferenciadas para os servos do
Senhor. Deus não trabalha com um molde pronto; do barro Ele faz cada vaso como lhe apraz.
As frentes de batalha na minha vida são diferentes das frentes de batalha na vida de
outros irmãos. O propósito das frentes de batalha é o mesmo, que é produzir um eterno peso de
glória, acima de toda comparação (2 Co. 4:17–18) e nos conformar à imagem de Cristo Jesus
(Rm. 8:29). O projeto divino para os Seus servos é o mesmo, e Ele há de cumpri-lo por meio de
Sua amorosa providência em nossas vidas.
Não é uma atitude sábia ficar comparando “frentes de batalha”, porque Deus molda o
cristão diante das lutas diárias que cada servo tem diante de si. Aprouve a Deus, na Sua
soberania, orquestrar as frentes de batalha que todos nós teríamos que enfrentar. Por não
entender suas frentes de batalha, muitos crentes reclamam da família na qual nasceram ou das
circunstâncias desfavoráveis do seu dia-a-dia. Meu irmão, entenda que Deus tem um propósito
em sua vida em meio às lutas e que a sua responsabilidade é florescer onde está plantado.
Além disso, existem frentes de batalha diferentes em relação ao pecado “que nos assedia
diariamente”. Certas situações podem não constituir tentação para um crente, mas são muito
tentadoras para outro. Isso acontece, porque cada crente possui um velho homem distinto, o
qual precisa mortificar sem piedade. Na sua frente de batalha, Paulo esmurrava o seu próprio
corpo e o reduzia à escravidão (1 Co. 9:27) para não ser achado desqualificado.
2º – CADA SERVO DO SENHOR FOI SUPRIDO DE RECURSOS PARA SUA FRENTE DE BATALHA
Moisés e Josué foram amplamente supridos dos recursos necessários para empreender
suas batalhas. Deus não deixou de fortalecer Moisés na conquista daquém do Jordão, e nem
deixou de fortalecer Josué na conquista dalém do Jordão. O Senhor encorajou o seu servo Josué,
logo após a morte de Moisés: “Assim como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei,
nem te desampararei. Sê forte e corajoso!” (Js. 1: 5-6). É desta forma que Deus dá andamento
ao seu projeto na vida dos Seus servos: suprimento abundante de recursos para as frentes de
batalha.
O Senhor dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor (Is.
40:29). Os recursos de Deus são abundantes em meio à tentação: Ele não permitirá que sejamos
tentados além do que podemos suportar. E mesmo quando formos tentados Ele providenciará
um escape, para que possamos suportar (1 Co. 10:13). A graça divina é uma fonte inesgotável
de recursos para sermos vitoriosos em nossas frentes de batalha. Paulo experimentou uma
frente de batalha e foi somente a graça do Senhor que o sustentou (2 Co. 12: 7-10). O Senhor
nos prometeu que estará conosco em nossas frentes de batalha, suprindo-nos com recursos e
oferecendo-nos graça em ocasião oportuna.
A própria Palavra de Deus ao nosso dispor é um recurso valioso, pois tudo que foi escrito
para o nosso ensino foi escrito. Quando vivemos sobre a Palavra de Deus, ou seja, apoiados nela
e confiantes na sua orientação, com certeza seremos vitoriosos em nossas frentes de batalha.
Quando os cristãos estão reclamando de suas frentes de batalha, murmurando a respeito
das lutas e dificuldades na vida, o vazamento logo pode ser identificado: não estão utilizando os
recursos que Deus disponibilizou. A Bíblia nos ensina que “pelo seu divino poder, nos têm sido
doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2 Pe. 1: 3-4), ou seja, não nos foi
negado nenhum recurso – estamos fartamente supridos.
A letra do Hino 473 nos lembra que temos a ajuda divina em meio às lutas que travamos
em nossas frentes de batalha: Sim, a luta do bem é suprema / Quando, sob o comando de Deus
/ A vitória é completa e segura / Porque temos a ajuda dos céus.

3º – CADA SERVO DO SENHOR DEVE EVIDENCIAR PROGRESSO NA SUA FRENTE DE BATALHA


As listas das conquistas registradas neste capítulo do livro de Josué são lembretes
permanentes de que houve um avanço real. Os territórios que antes pertenciam aos povos
pagãos, agora pertencem ao povo de Israel. Este registro seria lido pelas gerações posteriores
para evidenciar o progresso na conquista de Canaã.
As frentes de batalha na vida cristã tem como objetivo nos aperfeiçoar cada vez mais em
santidade e no temor do Senhor. As provações servem para amadurecer-nos e tirar a escória,
para que sejamos vasos úteis ao nosso possuidor. De acordo com Rm. 5:3, as tribulações
produzem perseverança, a perseverança produz experiência, e a experiência, esperança. Ou
seja, o progresso deve ser evidenciado em meio às lutas e dissabores pelos quais passamos.
A afirmação de Jó no final da sua história chama muito a minha atenção. Sua frente de
batalha não foi fácil, mas ele evidenciou progresso em seu relacionamento com Deus quando
afirmou: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42:5).
Quem afirma ter sido regenerado por Cristo e ainda vive na meninice espiritual é um
estorvo ao Evangelho. O servo do Senhor que não dá evidências de avanço espiritual precisa
rever urgentemente a sua fé. Viver andando em círculos é uma triste realidade para muitos
cristãos, que cedem às pressões e esmorecem em meio à batalha. A vereda do justo é como luz
da aurora, que brilha mais e mais até ser dia perfeito (Pv. 4:18); este é o progresso rumo à
perfeita varonilidade em Cristo Jesus (Ef. 4:13).
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor,
o Espírito.” (2 Co. 3:18). Meu amado irmão, você tem visto transformações efetivas em sua vida
diante de suas frentes de batalha? Você está sendo transformado de glória em glória?

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