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8 de abril de 1859, Prossnitz (hoje Prostejov, na República Checa)
27 de abril de 1938, Freiburg (Alemanha)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
X
Desde suas origens, observa Husserl, a filosofia pretendeu ser ciência
estrita, satisfazendo às exigências teóricas mais rigorosas e permitindo uma
vida regida por normas racionais. Jamais, no entanto, conseguiu justificar
essas pretensões, embora a filoso fia moderna, a partir de Descartes, seja
essencialmente crítica, concentrando -se, cada vez mais, na investigação
referente ao método.
O fruto desses esforços, no entanto, reduziu-se à fundação e à
emancipação das ciências da natureza e do espírito, e de novas disciplinas,
puramente matemáticas.
A filosofia, porém, que representa a irrecusável aspiração da humanidade
a um saber puro e absoluto, ainda não se estruturou como verdadeira ciência.
Kant costumava dizer que não se aprende a filosofia mas a filosofar,
reconhecendo, assim, o caráter não científico da filosofia.
Para Husserl, a filosofia não é uma ciência imperfeita - simplesmente ainda
não é uma ciência. Os supremos interesses da cultura humana, contudo,
exigem a elaboração de uma filosofia estritamente científica, o que implica a
crítica do naturalismo e do historicismo.
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Toda ciência natural, observa Husserl, é ingênua em se u ponto de partida,
inclusive a psicologia, na medida em que a psicologia é sempre psicofísica,
implicando, tácita ou expressamente, a posição e xistencial da natureza física.
Tal ingenuidade consiste, por exemplo, em reduzir à experiência o método da
ciência experimental, embora a ciência natural seja crítica a seu modo, quando
concatena as experiências, as interpreta e articula com o pensamento,
distinguindo entre experiências válidas e não válidas.
Essa crítica, contudo, não exclui a outra, que põ e em questão a
experiência em geral e o pensamento que resulta dessa experiência, pois os
problemas inerentes à ciência natural, enquanto tal, não podem ser resolvido s
pela própria ciência natural.
Assim, propondo-se investigar as relações da consciência com o ser em
geral, a teoria do conhecimento deverá considerar o ser como correlato da
consciência (ser lembrado, percebido, imaginado, desejado, etc.), procurando,
ao mesmo tempo, determinar a essência da consciência.
A "redução fenomenológica", na expressão de Husserl, é o processo que
consiste em pôr "entre parênteses" a existência dos conteúdos da consciência,
ou das vivências, e também do eu, enquanto sujeito psicofísico ou suporte
existencial da consciência, assim reduzida ao eu puro, ou transcendental.
Trata-se, portanto de se realizar uma redução "eidética ", ou seja, reduzir
as vivências à sua essência ("eidos"), objetos ideais que não se acham na
mente (hipótese psicológica), nem no mundo platônico das idéias (hipótese
metafísica), nem na inteligência divina (hipótese teológica). Tais objetos são
ideais, são "significações", alheias ao tempo e ao espaço, de validade
permanente.
Enquanto ciência, a fenomenologia é, assim, investigação de essências e
de relações entre essências, quer dizer, a determinação de configurações
essenciais da consciência e de seus correlatos intencionais, investigados e
fixados de modo puramente contemplativo em sua conexão sistemática.
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Após criticar a o psicologismo naturalista, Husserl empreende a crítica do
historicismo, que, a seu ver, se resol ve em relativismo e ceticismo. Nessa
perspectiva, as idéia de verdade, teoria e ciência perdem sua validade
absoluta.
Sendo um novo tipo de filosofia transcendental, a fenomenologia é, de
certo modo, um neocartesianismo. Husserl volta ao "cogito" de Descartes,
mas, com a idéia de intencionalidade da consciência, evita a confusão entre o
"ego" e a "res cogitans" (coisa pensante), pois, se pensar (em sentido amplo,
que envolve todas as operações da consciência) é sempre pensar em alguma
coisa, a fórmula correta não será "cogito ergo sum" ("penso, lo go existo"),
mas "ego cogito cogitatum" ("eu penso o pensado").
A filosofia de Husserl exerceu profunda influência não só em filósofos como
Heidegger e Max Scheler, Jean-Paul Sartre e Merleau-Ponty, Ortega y Gasset e
outros, mas também em psicólogos como Binswanger e Buytendijk. Sob a
influência das idéias de Husserl consti tui-se a escola fenomenológica, cujo
órgão de divulgação é o ^
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