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Modelagem Matemática para Dimensionamento de um

Parafuso de Arquimedes - Análise Numérica


Franklin L. Santos1 , Rafael T. Nunes 1 , Tales V. S. Correia1 , Rodolfo Q. Oliveira1
1
Universidade Salvador (UNIFACS) – Salvador, BA – Brasil
Departamento de Engenharia e Arquitetura
Curso de Engenharia Elétrica
Caixa Postal 41.950-275

{franklin lima, rafael nunes, talesvsc, rodolfo}@unifacs.edu.br

1. Objetivos
1. Determinar a potência no eixo do Parafuso de Arquimedes necessária para a
elevação de 500 mL de água;
2. determinar o número de espiras e consequentemente seu ângulo de inclinação e
passo de modo a obter um redimento razoável.
Consideremos à 25◦ C:
• Massa especı́fica (ρ) = 997, 0479 kg/m3
• Vazão (Q) = 5, 56 × 10−6 m3 /s
• Aceleração da gravidade (g) = 9, 8 m/s2
• Viscosidade (µ) = 0, 001 P a · s
As dimensões do projeto
• Comprimento do Parafuso Sem-Fim (nPT ou L) = 0, 42 m
• Diâmetro (D) = 0, 07 m

2. Análise e Cálculos
A potência da bomba é dada por [1]:

PB = ρgQhB (1)
onde:
ρ é a massa especı́fica do material a ser transportado;
g é a aceleração gravitacional;
Q é a vazão de escoamento do material; e
hB é a carga de elevação que a bomba deverá fornecer.
Substituindo os valores constantes na Eq. (1) e realizando as operações, temos

3
kg m −6 m
PB = 1000 · 9, 8 · 5, 56 · 10 · hB m (2)
m3 s2 s
resultando
N
PB = 0, 054488 · hB m (3)
s
hB é dado por

hB = hT + hTp (4)
onde:
hT é o comprimento do eixo do parafuso, ou seja, é igual a nPT ; e
hTp é o somatório das perdas.
hT é uma constante e corresponde ao comprimento do parafuso, que é de n passos
de PT cm cada, ou seja, nPT = 0, 42 m.
Sabemos que o produto entre o número de passos, n, e o tamanho do passo, PT , é
0, 42 m, no entanto não conhecemos n, nem PT . Se aumentarmos o número de passos, n,
diminuiremos o ângulo θ, vide a Figura 1.

Figura 1. Modelo de Parafuso de Arquimedes Vertical

Podemos afirmar então que

PT
tg θ = → PT = 2πR · tg θ (5)
2πR
Podemos reescrever a Eq. (4) assim

hB = nPT + hTp → hB = n (2πR · tg θ) +hTp (6)


| {z }
PT

Calcularemos, em breve, o número de passos, n, e seu tamanho, PT , este último


com base no ângulo de inclinação θ da espira da helicoide. Mas vamos determinar, agora,
a perda total, hTp .
hTp é dado por

hTp =
X X
hp,d + hp,l (7)
onde:
hp,d é a perda distribuı́da, devido ao atrito viscoso ao longo da tubulação entre as duas
seções consideradas; e
hp,l é a perda localizada, devido aos acessórios ou acidentes localizados em determinadas
posições nas tubulações, tais como válvulas, variações na seção transversal, curvas, etc.

Considerando um duto isento de acessórios ou acidentes localizados, temos a se-


guinta simplificação:

n
hTp = hp,d → hTp = n · hp,d
X
(8)
1

hp,d é dado por

L V̄ 2
hp,d = f · · (9)
D 2g
onde:
f é o fator de atrito;
L é o comprimento do duto;
D é o diâmetro do duto.
V̄ é a velocidade média de escoamento;
g é a acelação gravitacional;

Substituindo as constantes, obtemos

hp,d = 0, 306122449 · f · V̄ 2 (10)

O fator de atrito, f , é determinado experimentalmente, mas para escoamentos


laminares pode ser determinado analiticamente por

64
f= (11)
Re
onde:
Re é o número de Reynolds do escoamento.

O número de Reynolds do escoamento é dado por

ρV̄ D
Re = (12)
µ
onde:
ρ é a massa especı́fica do material;
V̄ a velocidade média de escoamento
D diâmetro do duto.
µ é a viscosidade do material.
Substituindo os valores constantes, temos

Re = 70000 · V̄ (13)

A velocidade média, V̄ , para um duto é dada por

4Q
V̄ = (14)
πD2
onde:
Q é a vazão;
D diâmetro do duto.
Substituindo os valores constantes, temos

V̄ = 1, 444737116 · 10−3 m/s (15)

Substituindo V̄ , na Eq. (13), temos

Re = 101, 13 (16)

Re é menor que 2100 o que confirma que o escoamento é laminar e por isso
podemos determinar o fator de atrito, f , pela Eq. (11), obtemos, então

64
f= → f ≈ 0, 632838815 (17)
Re
Podemos determinar a perda localizada, hp,d , substituindo os valores de V̄ e f na
Eq. (10), obtendo-se

hp,d = 4, 043579 · 10−7 m (18)

Como hTp é n vezes hp,d , a nova expressão que relaciona a potência da bomba, as
dimensões do duto e as perdas será:
 
N  −7 

PB = 0, 054488 ·
n (2πR · tg θ) +n(4, 043579 · 10 ) m (19)
s | {z } | {z }
PT hp,d

Substituindo os valores constantes (π e R) e agrupando os termos semelhantes,


temos

N h i
PB = 0, 054488 · n(0, 219911485 · tg θ + 4, 043579 · 10−7 ) m (20)
s

Como
0, 42
nPT = 0, 42 m → PT = m (21)
n
e

PT = 2πR · tg θ (22)

igualando as Eq. (21) e (22) e substituindo os termos constantes (π e R) temos


que

n · tg θ = 2πR · 0, 42 → n · tg θ ≈ 1, 91 (23)

Isolando tg θ

1, 91
tg θ ≈ (24)
n
Atribuindo valores inteiros para n, temos
3. Análise Dimensional (Opcional)
3.1. Potência da bomba, PB
ρ Q
g z}|{
h
z}|{ z}|{
3B
kg m m z}|{
[PB ] = 3 · 2 · · m (25)
m s s
Simplificando

m 1
[PB ] = kg · · ·m (26)
s2 s
N
= ·m (27)
s
= J · s−1 (28)
= W (29)

4. Agradecimentos
Agradecemos, em especial, ao professor Alexandre Barral que nos auxiliou no desenvol-
vimento desta análise.

5. Referências
[1] LIVI, C. P. Fundamentos de Fenômenos de Transporte: Um Texto para Cursos
Básicos. 1A Edição. Editora LTC. Rio de Janeiro - RJ, 2010.

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