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É sabido que o advento deste segmento mudou (pelo menos nos últimos 10 anos,
período em que o mercado de assessorias de imprensa aumentou e se
profissionalizou consideravelmente) a visão dos jornalistas de redação sobre a
função e importância do assessor de imprensa. São realizados contatos e acessos
entre as duas partes, que resultam ao longo do dia na elaboração e produção de
reportagens, notas e grandes matérias, quiçá capas de jornais e/ou revistas. Em
“Vinte anos de boas notícias”, as autoras Ângela Cassiano e Suze Smaniotto
abordam o trabalho realizado pelos assessores de imprensa:
Por mais estranho que soe aos ouvidos, as notícias também são fabricadas. Não em
um sentido pejorativo, que denote o desvirtuamento da realidade ou o
mascaramento dos fatos, impingindo mentiras aos leitores, mas produzidas.
Hoje tudo – ou quase tudo – é um produto. E a notícia, a informação, não escapa a
esta regra. Tem as suas particularidades, seu processo de produção, sua forma de
consumo peculiar [...] com seus próprios apelos de venda, suas embalagens, seus
públicos bem definidos (CASSIANO-ÂNGELA; SMANIOTTO-SUZE, 2002: 36, 37).
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release: texto/material distribuído para a imprensa sobre assunto ao qual se pretende dar divulgação.
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Não é uma questão de dependência, mas muito mais de sobrevivência das
redações no sentido de inovar, apresentar criatividade e relevância ao leitor.
Seguramente, sem o recebimento diário de informações vindas das assessorias, a
mídia impressa seria limitada e dependeria muito mais da boa vontade ou da
morosidade em conseguir dados e informações por meio dos órgãos públicos e
instituições. Ou, ainda, os redatores podem ficar à espera dos departamentos de
marketing de uma empresa, aguardando pelo envio do que foi solicitado.
A mecânica é simples: o jornalista de redação está sempre atrás das fo ntes e não
dos intermediários, que até ajudam no processo, mas são dispensáveis quando se
consegue o acesso direto. Seu raciocínio é o de que, lidando com um universo
muito grande de informações, o assessor tem todas as condições de ser parte
integrante desse processo, passando aos colegas de redação não só aquelas
informações de seu próprio interesse ou da empresa que assessora, mas também
informações do interesse dos jornalistas.
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II – Histórico da Assessoria de Imprensa / Como trabalham
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qualificados e bem relacionados. E as redações, que são de um modo geral as
interlocutoras preferenciais de qualquer assessoria, valorizam, dentre elas, as que
garantem as melhores e mais confiáveis informações e que têm sempre alguma
boa dica e sugestão de pauta nas mãos.
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Atualmente as agências contam com núcleos de atendimento especializados em
determinado segmento ou setor, no qual os clientes atendidos pela agência fazem
parte e/ou representam no mercado. Não é uma regra, mas em geral as
assessorias trabalham com núcleos compostos por: Diretor, Coordenador,
Atendimento, Assistente e Estagiário.
Vale ressaltar que apesar de todo o apoio de equipe, mesmo com um ou outro
profissional faltante no núcleo oficial, o atendimento da conta é o interface2 entre o
cliente (assessorado) e a imprensa (jornalista). Ele realiza esse trabalho de
intermediar jornalista, notícia e fonte. Obrigatoriamente o assessor de imprensa
deve ser um profundo conhecedor do mercado de atuação de seu cliente, de seu
próprio mercado e da imprensa, seja ela especializada ou não. A exigência desse
perfil é justificável.
O assessor de imprensa pode nunca ter passado por uma redação, mas ele
precisa ter faro do que é ou não interessante, saber transformar as informações
tornando-as atraentes e acima de tudo, saber sobre todas as peculiaridades e
necessidades de cada tipo de mídia e principalmente , como funciona cada
veículo, para “mirar e acertar”.
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Outra característica fundamental é o acompanhamento dos processos de
comunicação de seu cliente com a imprensa. Depois que uma matéria é
publicada, o repórter já esta com outra pauta nas mãos e pronto para uma nova
reportagem. Para o assessor de imprensa, o trabalho não acaba nesta etapa. O
que advém da notícia gerada, quais os próximos passos, como disseminar a
mesma informação para outros veículos e avaliação (positiva ou negativa) dos
resultados gerados pelo seu trabalho e o impacto disso para o cliente e seu
mercado de atuação são etapas que fazem parte do trabalho de um assessor.
Não pode haver hoje em uma agência um profissional que pense limitado e que
trabalhe preterindo este ou aquele veículo. Alem de cumprir um plano estratégico
de divulgação em que veículos especializados ou de interesse de cada cliente
serão acessados, cumprindo determinado plano, é obrigação do assessor também
se comunicar e informar veículos de menor porte ou relevância. E o profissional de
hoje, se não tiver este pensamento macro, está sujeito a passar por situações
desconfortáveis entre colegas de profissão.
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“Ele esquece que amanhã, quem sabe, o repórter ou editor dessa pequena
publicação, pode estar na própria Folha ou no Valor, etc.”, afirma Edu Vasques,
autor do Blog “Pérolas das Assessorias de Imprensa”.
Nem todo jornalista é um “assessor”. A grande maioria faz parte do corpo das
redações e tem circulando nas veias a adrenalina da busca da informação, do
“furo”, da notícia em primeira mão, enfim, a busca competitiva de ser inédito e
correr na frente. Esse profissional, em geral, não tem o perfil nem as
características necessárias para ser um assessor, um pensador estratégico da
informação e de sua veiculação (DUARTE-JORGE, 2002:218).
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III – Definição de Agenda Setting
O conceito de agenda setting é uma das chaves para entender também como a
agenda dos meios de comunicação (notícias) influencia a agenda pública (pauta
de discussões da sociedade). Por intermédio do modelo criado por Chapel Hill,
desenvolvido para realizar um tipo de análise semelhante nas eleições de 1968
nos EUA, o pesquisador conclui que, de fato, houve forte influência dos noticiários
na "agenda" dos dois candidatos.
Isso pôde ser comprovado por meio de uma metodologia estatística reconhecida
internacionalmente, o "time-lag". Consiste numa comparação entre os noticiários e
as propagandas dentro de um espaço de tempo. Segundo o cientista social "foi
possível notar que o que era dito nas peças publicitárias em poucos dias entrava
para a pauta das coberturas jornalísticas".
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crítico. Segundo o autor, isto se deve à situação cada vez mais competitiva entre
os meios de comunicação e o declínio das audiências.
Saindo do conceito e indo para a prática, o cenário hoje é mais moderno do que o
do antigo jornalismo, praticado nos tempos anteriores à popularização da
informática. Hoje, os produtores de notícia contam com computadores mais
rápidos, trabalham num ambiente de multiplicação dos meios de comunicação,
tendo também menos tempo para a apuração da notícia, sendo cobrados para
obter mais rapidez na divulgação dos fatos, o que demanda um perfil de novos
profissionais para atender às novas exigências do mercado. Em outras palavras, o
jornalismo de modernizou. As notícias factuais são passadas em tempo real para
os cidadãos. Com isso, matérias mais trabalhadas, grandes reportagens, furos e
denúncias são cada vez mais raras na cobertura da mídia.
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mudanças. Ainda: Não se compra espaços para matérias jornalísticas; para estes
casos estão à disposição os anúncios publicitários, negociados pelos setores de
marketing e comercial das corporações. Para não deixar dúvidas, o anúncio é
pago, uma matéria para ser veiculada necessita de “ganchos” e informações
interessantes sobre a empresa. E é este o papel do assessor, “peneirar” e avaliar
os assuntos relevantes de seu assessorado para que estes se transformem em
uma boa reportagem.
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de comunicação. Neste caso, a elaboração de uma pauta fria, ou “de gaveta”, por
parte do assessor, possibilita o jornalista observar a empresa sob um outro
aspecto, ao mesmo tempo em que se mantém o relacionamento saudável e de
lembrança entre assessor e redação.
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IV - O ponto de vista dos jornalistas na redação x o que pensam os
assessores de imprensa
6 – statu quo: expressão latina (in statu quo ante) que designa o estado atual das coisas , independente do momento.
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Fabio Barros assume que ainda há quem pense que estar realizando um trabalho
em uma assessoria é uma regressão na carreira ou sinal de incapacidade de
sobreviver nas redações. “O que mais me incomoda, porém, é o desconhecimento
que as empresas e os colegas das grandes redações têm do trabalho realizado
pela assessoria e da imprensa em geral”, diz ele.
Existe uma linha tênue entre os poderes de cada lado. Da mesma forma que o
jornalista tem o poder em suas mãos, por conta do veículo em que escreve ou fala
(radio e TV), o assessor de imprensa também exerce certo poder, pois detém as
informações de determinada empresa.
Cibelle Bouças, que já passou por uma assessoria de imprensa e hoje é repórter
do jornal Valor Econômico, afirma que a assessoria de imprensa é fundamental
para dar agilidade ao trabalho jornalístico. “Imagine se para cada pauta que faço
no dia, tivesse que ligar para uma empresa, pedir para a secretária o nome do
dirigente e tentar agendar as entrevistas? Eu levaria o triplo do tempo que gasto
atualmente para cumprir as pautas. Acho fundamental que repórter e assessor se
conscientizem de que um precisa do outro. Quando os dois realizam seu trabalho
com eficiência e respeito ao outro, os resultados são excelentes tanto para a
assessoria quanto para o veículo de comunicação”, diz a repórter Cibelle Bouças.
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imprensa não é porta -voz da empresa, ele depende também, para responder aos
pedidos de imprensa, do tempo da corporação para a qual trabalha, da agenda do
porta-voz e disponibilidade de entrevista ou de enviar respostas ao jornalista.
Tudo é feito com muito cuidado e cautela para não passar adiante nenhuma
informação errada ou incoerente. E, muitas vezes, o jornalista de redação não
respeita esses prazos, em beneficio do seu fechamento de edição ou reportagem.
7 – deadline: data final/prazo para entrega da reportagem ao editor; prazo de fechamento da matéria.
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V – O que diz a área acadêmica
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VI - A opinião dos assessores de imprensa e os proprietários das
assessorias
A executiva considera ainda que, não haverá grandes mudanças nos processos
de planejamento, mas nos formatos e critérios de importância do assunto.
“Informações mais diretas, formatos digitais, uso consciente do papel, a utilização
e intervenção com novos meios – blogs e comunidades virtuais – devem ter o
mesmo peso da imprensa convencional”, finaliza.
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muitas vezes não condizentes com a realidade da empresa ou dos fatos em
questão.
Um bom exemplo desta relação de inversão de papéis no que diz respeito ao foco
vem da assessora de imprensa que atende o Shopping Iguatemi São Paulo.
“Recebo em média dez ligações por dia de imprensa. Cinco delas estão em
sintonia com o propósito e a finalidade do Shopping – são pedidos de informações
para reportagens sobre moda, varejo, consumo, movimento. Mas as demais
ligações ou contatos são pedidos e solicitações que não agregam em nada e não
têm a menor relação com o Shopping. Por exemplo: uma árvore havia caído na
Rua Amauri, próximo ao Shopping Iguatemi São Paulo (Av. Brigadeiro Faria Lima,
2222) e duas emissoras de TV e um jornal de grande circulação queriam fazer
imagens internas do Shopping e entrevistas com clientes para saber se o trânsito
que havia se formado nas imediações estava atrapalhando as compras daquele
dia. Ou seja, sem o menor fundamento”, explica Erica Rabecchi.
Priscila Fiorin, que trabalha na Burson Marsteller – agência internacional com filial
no Brasil – avalia que o profissionalismo do setor também fez com que o
jornalismo de redação se aperfeiçoasse. “Hoje, a imprensa recebe informações
que antes não tinham acesso ou talvez, nem tivessem conhecimento se não fosse
a assessoria de imprensa”, explica a assessora.
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VII – Conclusão
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Um assessor é um agente de comunicação habilidoso, talentoso, com visão
estratégica, um pouco de jogo de cintura e um jornalista com faro apurado para
definir o que pode se tornar notícia dentro de qualquer universo de informações.
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VIII - Anexos
1.1 – E-mail enviado ao colunista Michel Telles, do jornal A Tribuna da Bahia (SA)
e do site www.balacobako.com.br.
1.2 – Nota publicada na íntegra em 11 de julho de 2007, no site
www.balacobako.com.br.
2.1 – E-mail enviado como SPAM sobre exposição de carros de alta performance,
no Market Place Shopping Center, em São Paulo (SP).
2.2 – Nota publicada na íntegra no site www.icarros.com.br (UOL), em 07 de julho
de 2007.
3.1 – E-mail enviado à jornalista Ângela Klinke, que assina a coluna Blue Chip, do
jornal Valor Econômico (SP), sobre a nova programação visual da grife Armani
Exchange.
3.2 – Após entrevista realizada com representante da marca (intermediada pela
assessoria de imprensa), a nota foi publicada com exclusividade, em 26 de julho
de 2007.
4.1 – E-mail enviado à jornalista Gorette Zenaide, do jornal O Norte (PB) sobre o
13º Concurso IBGM Design de Jóias.
4.2 – Nota publicada na íntegra no dia 26 de março de 2006.
5.1 – E-mail enviado à jornalista Tânia Muller, do jornal DCI (SP) sobre o novo
gerente da loja Giorgio Armani (SP).
5.2 – Nota publicada parcialmente na íntegra, na edição de 04 a 06 de agosto de
2007.
6.1 – E-mail enviado para a jornalista Karla Sarquis, que colabora na coluna
Persona (O Estado de S. Paulo) sobre o desfile da grife Armani Prive
6.2 – Nota publicada parcialmente na íntegra, no dia 02 de julho de 2007.
7.1 – E-mail enviado à jornalista Tânia Muller, do jornal DCI (SP), sobre o 13º
Concurso IBGM Design de Jóias.
7.2 – Nota publicada na integra no dia 23 de março de 2006.
8.1 – E-mail enviado ao site www.buxixo.com.br , direcionado à repórter Soraya
sobre o lançamento do livro da grife francesa Louis Vuitton.
8.2 – Nota e imagens publicadas na íntegra, em 07 de abril de 2006.
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IX – Bibliografia
MAMOU, Yves. A Culpa é da Imprensa. São Paulo: Editora Marco Zero, 1992.
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