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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Apresentação O que é o Comando Numérico


No desenvolvimento histórico das Máquinas Ferramentas Do ponto de vista do hardware , pode-se dizer que o Co-
de usinagem, sempre se procurou soluções que permitissem aumen- mando Numérico é um equipam ento eletrônico capaz de receber
tar a produtividade com qualidade superior associada a minimização informações através de entrada própria de dados, compilar estas
dos desgastes físicos na operação das máquinas. Muitas soluções informações e transmiti-las em forma de comando à máquina ferra-
surgiram, mas até recentemente, nenhuma oferecia flexibilidade menta de modo que esta, sem a intervenção do operador, realize as
necessária para o uso de uma mesma máquina na usinagem de operações na seqüência programada.
peças com diferentes configurações e em lotes reduzidos. Por outro lado, podemos entender o Comando Numérico como uma
forma de automação programável, baseada em softwares compostos
Um exemplo desta situação é o caso do torno. A evolução de símbolos, letras e números.
do torno universal, levou à criação do torno revólver, do torno copia- Para entendermos o princípio básico de funcionamento de
dor e torno automático, com programação elétrica ou mecânica, com uma máquina-ferrament a a Comando Numérico, devemos dividi-la,
emprego de "cames", etc. Em paralelo ao desenvolvimento da má- genericamente, em duas partes:
quina, visando o aumento dos recursos produtivos, outros fatores
colaboraram com sua evolução, que foi o desenvolvim ento das fer- 1-Comando Numérico
ramentas, desde as de aço rápido, metal duro às modernas ferra-
mentas com insertos de cerâmica. As condições de corte imposta O C.N. é composto de uma unidade de assimilação de in-
pelas novas ferramentas exigiram das máquinas novos conceitos de formações, recebidas através da leitora de fitas, entrada manual de
projetos, que permitissem a usinagem com rigidez e dentro destes, dados, micro e outros menos usuais.
novos parâmetros. Então, com a descoberta e, conseqüente aplica- Uma unidade calculadora, onde as informações recebidas
ção do Comando Numérico à Máquina Ferram enta de Usinagem, são processadas e retransmitidas às unidades motoras da máquina-
esta preencheu as lacunas existentes nos sistemas de trabalho com ferramenta.
peças complexas, reunindo as características de várias destas má- O circuito que integra a máquina-ferramenta ao C.N. é de-
quinas. nominado de interface, o qual será programado de acordo com as
características mecânicas da máquina.

2-Máquina-Ferramenta
Histórico
O projeto da máquina-ferram enta deverá objetivar os recur-
Em 1950, já se dizia em voz corrente, que a cibernética re- sos operacionais oferecidos pelo C.N.. Quanto mais recursos ofere-
volucionaria, completamente, as máquinas ferramentas de usina- cer, maior a versatilidade.
gem, mas não se sabia exatamente como. Houve tendências iniciais
de aplicar o computador para comando de máquinas, o que, de certa
forma, retardou o aparecimento do CNC. Somente quando este Vantagens do Comando Numérico
caminho foi abandonado principalmente por ordem econômica,
abriu-se para a pesquisa e o desenvolvimento do que seria o "Co- O Comando Numérico pode ser utilizado em qualquer tipo
mando Numérico". de máquina-ferramenta. Sua aplicação tem sido maior nas máquinas
de diferentes operações de usinagem, como Tornos, Fresadoras,
No conceito "Com ando Numérico", devemos entender "numérico", Furadeiras, Mandriladoras e Centros de Usinagem.
como significando por meio ou através de núm eros. Este conceito Basicamente, sua aplicação deve ser efetuada em empresas que
surgiu e tomou corpo, inicialmente nos idos de 1949/50, nos Estados utilizem as máquinas na usinagem de séries médias e repetitivas ou
Unidos da América e, mais precisamente, no Massachussets Institute em ferramentarias, que usinam peças complexas em lotes pequenos
of Technology, quando sob a tutela da Parsons Corporation e da ou unitários.
Força Áerea dos Estados Unidos, desenvolveu-se um projeto especí- A compra de uma máquina-ferram enta não poderá basear-
fico que tratava do "desenvolvimento de um sistema aplicável às se somente na demonstração de economia comparado com o siste-
máquinas-ferramenta para controlar a posição de seus fusos, de ma convencional, pois, o seu custo inicial ficará em segundo plano,
acordo com os dados fornecidos por um computador", idéia, contudo, quando analisarmos os seguintes critérios na aplicação de máquinas
basicamente simples. a C.N.

Entre 1955 e 1957, a Força Aérea Norte-Americana utilizou As principais vantagens são :
em suas oficinas máquinas C.N., cujas idéias foram apresentadas 1- Maior versatilidade do processo
pela "Parson Corporation". Nesta mesma época, várias empresas 2- Interpolações lineares e circulares
pesquisavam, isoladamente, o C.N. e sua aplicação. O M.I.T., Mas- 3- Corte de roscas
sachussets Institute os Tecnology, também participou das pesquisas 4- Sistema de posicionamento, controlado pelo C.N., de grande
e apresentou um comando com entrada de dados através de fita precisão.
magnética. A aplicação ainda não era significativa, pois faltava confi- 5- Redução na gama utilizável de ferram entas.
ança, os custos eram altos e a experiência muito pequena. Da déca- 6- Compactação do ciclo de usinagem.
da de 60, foram desenvolvidos novos sistemas, máquinas foram 7- Menor tempo de espera.
especialmente projetadas para receberem o C.N., e aumentou muita 8- Menor movimento da peça.
a aplicação no campo da metalurgia. Este desenvolvimento chega a 9- Menor tempo de preparação da máquina.
nossos dias satisfazendo os quesitos de confiança, experiência e 10- Menor interação entre homem/máquina. As dimensões depen-
viabilidade econômica. dem, quase que som ente, do comando da máquina.
11- Uso racional de ferram entas, face aos recursos do coman-
do/máquina, os quais executam as formas geométricas da peça, não
A história não termina, mas abre-se nova perspectiva de necessitando as mesmas de projetos especiais.
desenvolvim ento, que deixam de envolver somente Máquinas Opera- 12- Simplificação dos dispositivos.
trizes de usinagem, entrando em novas áreas. O desenvolvimento da 13- Aumento da qualidade de serviço.
eletrônica aliado ao grande progresso da tecnologia mecânica ga- 14- Facilidade na confecção de perfis simples e complexos, sem a
rantem estas perspectivas do crescimento. utilização de modelos.
15- Repetibilidade dentro dos limites próprios da máquina.
Atualmente, as palavras "Comando Numérico" começam a 16- Maior controle sobre desgaste das ferramentas.
ser mais freqüentemente entendidas como soluções de problemas de 17- Possibilidade de correção destes desgastes.
usinagem, principalmente, onde não se justifica o emprego de má-
quinas especiais. Em nosso país, já se iniciou o emprego de máqui-
nas com C.N., em substituição aos controles convencionais.

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18- Menor controle de qualidade. Botões de segurança / Chave geral


19- Seleção infinitesimal dos avanços. Os botões de segurança têm por objetividade a preservação do
20- Profundidade de corte perfeitamente controlável. equipamento. Quando pressionado causará a parada imediata dos
21- Troca automática de velocidades (2 gamas). eixos de movimento e de rotação da máquina.
22- Redução do refugo.
23- Menor estoque de peças em razão da rapidez de fabricação.
24- Maior segurança do operador.
25- Redução na fadiga do operador. Tipos de Comando
26- Economia na utilização de operários não qualificados.
27- Rápido intercâmbio de informações entre os setores de Planeja- Os tipos de comando são basicamente três:
mento e Produção.
28- Uso racional do arquivo de processos. 1-Comando ponto a ponto
29-Troca rápida de ferram entas.
O comando ponto a ponto é recomendável quando se exige somente
posicionamento em pontos program ados, com deslocamentos em
Painel de Comando avanço rápido.

O comando CNC é um equipamento eletrônico, dotado de Embora este tipo seja o tipo mais simples, ele garante o posiciona-
um processador ou mais de um, e de memórias de armazenamento, mento segundo os eixos geométricos da máquina dentro do intervalo
capaz de receber informações através de entrada própria de dados, de precisão e repetibilidade previstas.
processar e compilar estas informações, transmitindo-as em forma
de impulsos à máquina ferramenta, gerando o movimento simultâneo
dos eixos em combinação com seu sistema de medição e funções de
programação, de modo que esta sem a intervenção do operador,
realize as operações de usinagem na seqüência programada.

Os painéis de comando CNC diferem muito de um fabrican-


te para o outro, porém alguns elementos são básicos entre eles, tais
como:

2-Comando de percurso

O comando de percurso representa uma evolução do co-


mando ponto a ponto, isso porque, além do posicionamento dos
eixos, ele passa também a garantir a direção da ferram enta e o
avanço de corte.
É o comando que realiza separadamente os movimentos,
isto é, um de cada vez, os deslocamentos longitudinal e transversal
dos eixos de uma máquina. É indicado apenas para usinagens para-
lelas aos eixos da máquina.

Display / Vídeo
Através do display é possível monitorar todo o Status da máquina,
assim como efetuar e visualizar testes como os de analise de sintaxe
e teste gráfico-dinâmico, dentre outros.

Teclado Alfa-numérico
Através do teclado do comando é possível prom over toda a entrada
de dados necessária a execução de uma determinada peça, fazendo
inserções de caracteres que viabilizam a edição de program as, as
correções ou alterações de parâmetros etc..

Seletor de Variação
Através dos Seletores de Variação é possível modificar (Diminuir /
Aumentar) valores referentes ao Rpm ou Avanço programado, dentro
de uma determinada faixa estipulada pelo fabricante.

Volante Eletrônico
Através do volante eletrônico pode-se operar manualmente a movi-
mentação dos eixos da máquina.

Teclas de Função
As teclas de função são utilizadas quando da necessidade de aplica-
ções específicas, tais como registros de parâmetros, inserções de
correção de ferramentas, movimentações manuais e outras.

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3-Comando de Trajetória

O comando de trajetória é o tipo mais completo de coman-


do, pois realiza, instante por instante, o controle da posição da ferra-
menta na trajetória entre dois pontos. Garante o posicionamento
exato e controla a trajetória e o avanço da ferramenta, podendo os
carros ter movimentos simultâneos e perfeitamente conjugados, de
modo que se obtenham quaisquer ângulos ou perfis circulares com
qualquer raio.

Figura 2.
Parafuso de Esferas Recirculantes:
1- Parafuso
2- Porca de duas partes
3- Calço de espessura
4- Esferas

Transmissão de Movimento

Fuso com esferas recirculantes Os fusos de esferas também chamados de esferas recircu-
lantes, é atualmente o meio mais eficiente para se converter movi-
Durante a usinagem de peças nas máquinas operatrizes mento rotativo em movimento linear e vice versa.
são realizados movimentos de peças, ferramentas e carros. O siste- Os fusos de esferas podem ser utilizados em máquinas e
ma de transmissão muito usado para este movimento é o sistema de equipamentos dos mais variados setores propiciando assim uma
fuso e porca. O sistem a fuso-porca convencional tem o inconveniente ampla aplicação de mercado.
dos atritos significativos entre as roscas do parafuso e da porca que
provocam uma torção do parafuso, incompatível com as precisões de
usinagem requeridas, assim como um avanço repentino (solavanco) Vantagens dos fusos de esferas recirculantes:
a pequena velocidade (período de partida e parada dos carros).
A folga entre a rosca do parafuso e da porca também deve 1- Alto Rendimento
ser levada em conta quando se inverte o sentido de deslocamento,
sob pena de imprecisão de cota e até ruptura de ferramentas. Numa A redução de atrito possibilita um rendimento mecânico em torno de
máquina convencional corrige-se essa folga manualmente, mas 90%
numa máquina automática, isso não é possível.
As máquinas automáticas devem poder realizar acelera-
ções e desacelerações consideráveis e rápidas, bem como desloca-
mentos regulares à velocidades lentas, por isso os sistemas parafu-
so-porca clássicos (folga e atrito) são excluídos dos sistemas de
comando das máquinas CNC.
Pelo motivo exposto anteriormente, mesmo sendo onero-
sos, os sistemas parafuso-porca de esferas recirculantes são os
usados (fig.1) isso permite transformar o atrito das roscas parafuso-
porca num rolamento. A folga é retirada utilizando porcas duplas
reconciliáveis por sistema de anéis roscados e de calço de espessura
(fig.2), podendo-se atingir assim uma alta e repetitiva precisão nos
movimentos dos carros.

Figura 1.
Parafuso de Esferas Recirculantes:

1- Goteira de reciclagem das esferas


2- Movimento Regular
2- Porca
3- Parafuso
Os fusos de esferas possuem movimento regular também a
4- Esferas
rotações muito baixas, eliminando possíveis trepidações característi-
cas dos fusos de rosca comum (trapezoidal).

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3- Folga Axial Zero Para o amortecimento de vibrações são adotados barra-


A alta eficiência do contato por esferas permite precarga e- mentos de alta rigidez com enchim ento de concreto ou areia do
liminando por completo a folga axial. macho de fundição. No caso de tornos, muitos modelos foram proje-
tados com barramentos inclinados (Fig.5) para facilitar a rápida elimi-
4- Maior velocidade permitida nação de cavacos, produzidos em elevado volume e altas temperatu-
Os fusos de esferas permitem maior velocidade de rotação ras.
e possuem ponto de velocidade crítica muito superior aos fusos
trapezoidais.

5- Maior vida útil


Os sistemas com fusos trapezoidais necessitam de manu-
tenção após determinado período devido ao aparecimento de folga,
os fusos de esferas não necessitam de manutenção.

6- Receptividade de posição
A redução de desgaste por atrito permite a repetividade de
posicionamentos requeridos em certas máquinas, com precisão.

7- Mínima Lubrificação
Os fusos de esferas eliminam a necessidade constante de
lubrificação, característica dos fusos de rosca comum (trapezoidal).
A lubrificação é feita somente na montagem da máquina
com óleo ou graxa para rolamentos.

Guias e Barramento Motores

São elementos de vital importância em uma máquina ope- Motor de acionamento da árvore
ratriz, pois determinam toda a precisão geométrica da máquina. Cabe
a eles a responsabilidade de deslocar os carros porta-ferramentas de A rotação da peça nos tornos e a rotação da ferramenta
forma precisa. nas fresadoras é realizada pela árvore principal. O acionamento da
Varias formas de guias e barramentos foram utilizados, árvore é realizado através de motor de corrente alternada ou corrente
sempre visando reduzir o atrito e desgaste. Com o evento das má- contínua.
quinas CNC, o problema complicou-se pois, além de reduzir o des-
gaste, o problema da inércia tornou-se ponto crítico pelo efeito
"STICK-SLIP", que é a tendência a saltos que ocorrem em baixa
velocidade de escorregamento, tanto em movimentos translatórios
como rotatórios. Em velocidades pequenas (5 a 20 mm/min), a pelí-
cula de óleo lubrificante é rompida e ocorre atrito estático. Os ele-
mentos de transmissão são deformados elasticamente até que o
atrito estático seja superado. O carro avança então rapidamente sob
a ação das forças elásticas, restabelecendo-se o atrito cinemático. O
jogo pode repetir-se, tornando-se especialm ente incomodo em baixas
velocidades de posicionamento final ou em pontos de inversão de
contornos.
A escolha de materiais adequados, tais como, guias de
plástico (Fig.3), ou aditivos no óleo (bissulfeto de molibdênio) podem
ajudar na solução do problema. Outra solução de guias de baixo
atrito e reduzido desgaste, é as guias de rolamentos (Fig.4) e guias
hidrostáticas.

Quando o acionamento é feito por motor de corrente alter-


nada, a seleção de rotações é feita por uma caixa de engrenagens. A
gama de rotações disponíveis neste caso fica na dependência do
número de escalonamentos da caixa de engrenagens.
As árvores principais das máquinas CNC são geralmente
acionadas por motores de corrente contínua, onde as rotações po-
dem ser realizadas sem escalonamento e controladas através de um
tacômetro.
Neste caso pode-se utilizar qualquer rotação desejada den-
tro do campo de rotações da máquina.

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Em alguns tipos de usinagem, quando necessário atingir Quando necessário, também podem ser programados po-
um torque favorável ou modificar o campo de rotações, pode existir sicionamentos da contra-ponta, avanço e retrocesso do mangote e
no acionamento com motor de corrente contínua uma caixa de en- luneta, para uma melhor fixação de trabalho.
grenagens com 2, 3 ou 4 escalonamentos.

Motor de acionamento dos fusos

Em geral são utilizados motores de corrente contínua para


o acionamento dos avanços, que são regulados por um circuito de
potência e podem acionar ou frear em ambas as direções de movi-
mento.

Dispositivos de Troca de Ferramenta

Nos processos de usinagem são poucas as peças que po-


dem ser usinadas sem a troca de ferram entas, como se procura
realizar o maior número de operações possíveis numa única sujei-
ção, o sistema de troca de ferramentas em máquinas CNC, vem cada
vez mais sendo otimizados pelos fabricantes de máquinas.
Nos tornos CNC a troca de ferramentas pode ser realizado
Os movimentos de avanço devem ser realizados sem inter- manualmente ou automaticamente.
ferência de forças atuantes, por exemplo, força de corte, atrito estáti- Na troca manual de ferramentas, temos os suportes porta-
co etc. Para isso, os acionamentos desses movimentos devem ser ferramentas de troca rápida . Neste sistema a troca de ferramentas é
rígidos. feita pelo operador a cada parada de troca do program a executado.
Os acionamentos do avanço atendem as exigências sobre
uniformidade dos movimentos e da rapidez de reação na alteração
de velocidades.
São adotadas medidas de segurança eletrônicas adicionais
para se evitar sobrecarga do motor decorrente de:
- Gume de corte da ferramenta gasto;
- Picos de carga durante a aceleração e a freagem;
- Bloqueio do movimento do carro.

Em máquinas CNC de concepção simples e menores exi-


gências de precisão também são utilizados motores passo a passo
nos acionamentos do avanço. Para usinagem em altas velocidades é
necessário um elevado torque de partida e de freagem, não sendo
possível segurança no número de passos. Portanto sua aplicação é
restrita a pequenos torques.
Troca Rápida

Meios de Fixação da Peça


Numa forma de minimizar os tempos passivos durante a
Os meios de fixação de peças nas máquinas operatrizes execução de um trabalho pode-se utilizar um suporte porta-
CNC podem ser acionados para abertura e fechamento através do ferramentas "GANG TOOLS". Neste sistema a troca das ferramentas
programa CNC contido no comando da máquina, como veremos a utilizadas são comandadas pelo program a CNC, necessitando ape-
seguir. nas dos posicionamentos corretos das ferramentas, evitando assim
Nos tornos CNC em geral, é possível programar os movi- as paradas no programa para eventuais trocas manuais das mes-
mentos de abertura e fechamento das castanhas, assim como, as mas.
diferentes pressões de fixação.

A escolha da pressão deve-ser feita de acordo com a rota-


ção da árvore devido à força centrífuga nas castanhas. Essa com-
pensação é feita com aumento da pressão a medida que aumenta-se
a rotação, pois as máquinas CNC trabalham freqüentemente com GANG TOOLS
rotações muito altas. Devido a problemas de deformação das peças,
nem sempre é possível aumentar-se a pressão a qualquer valor, por Na troca automática de ferramentas, os tornos possuem dispositivos
isso são utilizadas placas com compensação de força inercial. Estas de concepções que se diferenciam em função da quantidade de
são construídas de tal forma que a força de fixação hidráulica resul- ferramentas a serem usadas.
tante permanece constante nas castanhas para as altas rotações da
placa, não se alterando através da influência da força centrífuga.

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Podemos assim destacar alguns desses dispositivos: Magazine


No sistema magazine de m odo geral, a troca de ferramen-
Torre elétrica tas é realizado por um braço com duas garras. O programa posiciona
Neste sistema a troca automática de ferram entas é realiza- a próxim a ferramenta do magazine que entra em ação e interrompe a
da através do giro da mesma que é comandado pelo programa CNC, usinagem. Um braço com duas garras entra em ação, tirando de um
deixando a ferramenta na posição de trabalho. lado a nova ferram enta do magazine e do outro lado a ferramenta
que estava operando na àrvore principal da máquina.
As posições das ferramentas se invertem pelo giro de 180
graus do braço de garras o qual logo após introduz as ferramentas
em seus lugares e são de modo geral comandados com lógica dire-
cional.

Revolver
No sistema de revolver a troca é realizada com o giro ou
tombo do m esmo, que também é comandado pelo program a CNC,
até que a ferramenta desejada fique na posição de trabalho.

Os magazines de ferram entas podem ser projetados pelo


fabricante da máquina de várias maneiras para atender as necessi-
dades do processo de usinagem, visando a maior flexibilidade possí-
vel, a seguir veremos alguns tipos de magazines que podem ser
projetados.

Tipos de magazines

Em se tratando de troca de ferramentas automática, nesses


sistemas são de modo geral comandados com lógica direcional, ou
seja, para o posicionamento da ferramenta é percorrido o caminho
mais curto de giro ou tombo.

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A maioria das máquinas CNC podem ser equipadas com


transportador automático de cavacos. Embora opcional, o transporta-
dor, que pode ser acionado pelo programa de usinagem, é funda-
mental quando o volume de cavaco produzido for grande. O transpor-
tador possibilita um trabalho contínuo sem necessidade de interrup-
ção da usinagem para retirada manual de cavacos.

Sistema de Transmissão e Transporte de Cavaco

Como as máquinas CNC podem operar com altas veloci-


dades de corte nas usinagens é exigido que estas possuam um
sistema de refrigeração que possibilite refrigerar, lubrificar e auxiliar
na remoção dos cavacos. Esses sistemas geralmente, podem
trabalhar com dois valores de pressão (alta e baixa pressão), e al-
guns fabricantes ainda, adotam para torneamento, sistemas de fer-
Sistema de Medição da Máquina
ramentas onde o fluído refrigerante é conduzido através de canais no
interior do suporte porta-ferramentas.
A medição das posições dos carros pode ser direta ou indi-
reta.
Fluído refrigerante conduzido através do porta-ferramentas
Medição direta

Quando a medição for direta, utiliza-se uma escala e um


receptor/emissor, que são fixados, um no carro e outro no corpo da
máquina (figura abaixo).
Imperfeições nos eixos e nos acionamentos não influenci-
am nos resultados das medições. O sistema óptico de medição, faz a
leitura das divisões da escala de medição e transforma esta informa-
ção em sinal elétrico que é enviada ao comando.

Porém os sistemas com uso de mangueiras flexíveis tam-


bém é muito usado, tanto em tornos como em centros de usinagem.
Essas providências melhoram muito a refrigeração no local do corte.

Fluído refrigerante conduzido por mangueira flexível

Medição Indireta

Na medição indireta de posicionamento o curso do carro é tom ado


pelo giro de um eixo (fuso) de esferas recirculantes.
O sistema de medição é rotativo e registra o movimento de giro de
um disco de impulso, que está montado no eixo de esferas recircu-
lantes (Figura abaixo), onde o comando, levando em conta o passo
do eixo de esferas recirculantes, transforma os impulsos de giro em
Devido às altas pressões do fluído de corte, as máquinas CNC, são
deslocamento do carro.
equipadas de modo geral com portas protetoras contra respingos,
que possuem sistemas de segurança na sua abertura, aumentando
assim a segurança de trabalho.

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O sistema de medição conta cada número de campos cla-


ros-escuros, calculando assim a posição atual do carro pela diferença
em relação à sua posição anterior.
Para este procedimento de medição funcionar, após se ligar o co-
mando, o carro deve ser conduzido à uma posição cuja distância do
ponto zero da máquina, seja conhecido, o que ocorre no referencia-
mento da máquina.
Após este procedimento, o sistema de medição pode utili-
zar a escala da régua graduada para realizar as medições de posi-
cionamento.

Ainda em função dos tipos de escala adotado, diferencia-se


a medição de posicionamento em absoluta ou incremental.

Medição Absoluta

Na medição absoluta, é utilizado uma escala de medição


codificada, (figura abaixo), que a cada momento mostra a exata
posição do carro com referência ao Zero máquina (o ponto zero
máquina é um ponto de referência fixo na mesma, que define a ori-
gem de seu sistema de coordenadas). Importante é que o campo de
leitura da escala de medição estende-se pelo campo total de traba-
lho.

A codificação da escala de medição é realizada em forma


binária. Com isto, o comando pode em cada posição determinar um
valor numérico correspondente.
A palavra "absoluto" em correspondência à medição de po-
sicionamento, significa que os dados da posição são sempre mensu-
ráveis independente da condição da máquina e do comando, pois
eles sempre se baseiam em um ponto-zero fixo.
A palavra "Incremental" (incremento = a comprimentos i-
guais, pequenos percursos) significa, na medição de posicionamento,
que são m ensuráveis os aumentos e diminuições dos comprimentos
dos cursos de movimento.
O comando conta para cada movimento o número de in-
crementos (por exemplo, traços divisórios), sendo que cada nova
posição se diferencia da última.
Esses sistemas de medição, normalmente eletro-indutivo
ou óptico, são de alta precisão , capazes de resistir ao ambiente
industrial e às vibrações.

Transmissão da Dados

Uma vez de posse do programa CNC, pode-se transferir os


dados de programação para o comando de várias m aneiras, tais
como: Através da inserção manual de dados (A); Através de Fitas
perfuradas (B); Através de Fitas cassetes (Fitas magnéticas) (C);
Através de Disquetes (D); Através da utilização de Cabo de comuni-
cação RS232C (E), cuja evolução e desenvolvimento visou princi-
palmente minimizar a margem de erros de digitação e tempos perdi-
dos com a máquina parada para a inserção desses dados.

Medição Incremental

Na medição de posição incremental é utilizada uma escala


de medição com uma simples régua graduada, (figura abaixo). Esta
régua é composta de campos claros-escuros, cuja a leitura é efetua-
da pelo sistema de medição através do movimento de avanço do
carro.

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Figura - 3

Muitas máquinas CNC, permitem o movimento rotativo da


mesa de trabalho e do cabeçote da árvore (fig.4), dando maior flexibi-
lidade à máquina que pode através disso usinar diversos lados da
peça com diferentes ângulos de posicionamento.
Esses eixos rotativos da mesa e do cabeçote, possuem
comandos próprios e independentes dos eixos direcionais básicos
Programando em CNC – Linguagem ISO – DIN dos carros.
Os eixos rotativos são designados conforme a norma DIN,
Os movimentos das máquinas operatrizes CNC que dão o- com letras A, B, e C, primeiras letras do alfabeto, e os eixos princi-
rigem a geom etria da peça, são comandados e controlados pelo pais de avanço com as letras X, Y, e Z, últimas letras do alfabeto.
comando da máquina. Para que isso seja possível, o comando deve Para peças especiais são usadas máquinas com mais ei-
receber a informação que permite a ele reconhecer qual dos carros, xos além dos três básicos principais (fig.4, 5, e 6). Os centros de
mesas, cabeçotes ou árvores de rotação ele deve comandar e con- usinagem são um exemplo disso pois, além dos eixos básicos princi-
trolar num dado instante. pais de avanço, eixos rotativos da mesa e cabeçote freqüentemente
O programa CNC é quem fornece essas informações, a- possuem um eixo de avanço adicional.
través de designações normalizadas das direções e sentido dos Eixos de avanço adicionais aos eixos X, Y e Z, são desig-
movimentos dos componentes da máquina (fig.1,2 e 3). As direções nados de maneira geral pelas letras U, V e W.
e sentidos dos movimentos são designados conforme norma DIN
66217.

Figura - 1 Figura - 4

Figura - 5

Figura - 2

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Nas máquinas-ferramenta, o sistema de coordenada de-


terminado pela regra da mão direita pode variar de posição em fun-
ção do tipo de máquina, mas sempre respeitará a norma onde os
dedos apontam o sentido positivo dos eixos imaginários, com o eixo
"Z" coincidente ou paralelo ao eixo da árvore principal.
Para o comando de avanço e penetração nos tornos, bas-
tam apenas dois eixos imaginários.
Estes são designados pelas letras X e Z, onde o eixo X re-
laciona-se com o diâmetro da peça, e o eixo Z, relaciona-se com as
dimensões longitudinais da peça, (fig. 6 e 7 ).

Figura - 6

Figura - 6
Regra da Mão Direita

As designações dos eixos básicos principais e dos eixos de


rotação são interdependentes, ou seja, obedecem a uma convenção
fixada pela regra da mão direita e pela seqüência das letras do alfa-
beto.
Todos os sistemas de coordenadas das máquinas CNC,
respeitam a regra da mão direita (fig.5). Para um sistema tridimensi-
onal, são utilizados três eixos perpendiculares entre si, que podem
ser designados com auxílio dos dedos da mão direita onde:

Polegar: Indica o sentido positivo do eixo imaginário X. Figura - 7


Indicador: Indica o sentido positivo do eixo imaginário Y.
Médio: Indica o sentido positivo do eixo im aginário Z. Embora a origem do eixo "X", seja no centro de rotação da
peça, a maioria dos com andos interpretam os valores nesse eixo
como sendo já o diâm etro da peça.
Para outros eixos de avanço, atribui-se o nome de eixos de
coordenadas Rotativas, e eixos de coordenadas Adicionais, com
suas designações correspondentes.

Eixos de avanço Rotativo

Aos eixos, designado por eixos rotativos, é atribuído letras


que os identificam junto ao comando, sendo elas as seguintes:

Eixo A: eixo de rotação em torno de X


Eixo B: eixo de rotação em torno de Y
Eixo C: eixo de rotação em torno de Z

As medidas dos giros são fornecidas e interpretadas pelo


comando através de ângulos.
Nas máquinas, onde a peça ou a ferramenta pode ser co-
mandada em movimentos giratório, designa-se os eixos giratórios,
pelos ângulos de rotação A, B, C (fig.8, 9 e 10).

Figura - 5

O eixo de giro na mesma direção do eixo (X), é designado


como (A), na mesma direção do eixo (Y), é designado como (B), e na
mesma direção do eixo (Z) é designado como (C).

Ou seja, a disposição dos eixos conforme a norma DIN


66217 são:

Avanços Lineares X Y Z
Avanços Rotativos A B C Figura - 8
Avanços Adicionais U V W

10
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Quadrantes

Os quadrantes são definidos a partir de uma origem pré de-


terminada, que no caso do torno é determinado por uma linha per-
pendicular a linha de centro do eixo árvore, e obedecem sempre a
mesma ordem independente do tipo de torre utilizada (torre Traseira
ou torre Dianteira), portanto o sinal positivo ou negativo introduzido
na dimensão a ser program ada é dado em função do quadrante onde
a ferramenta atuará.

Torre Traseira

Figura - 9

Figura - 10

O giro é positivo (+) quando, olhando-se do ponto-zero em


direção ao sentido positivo do eixo, o giro se realizar no sentido
horário (fig.11).

Figura -11

Eixos de avanço Adicional

Aos eixos, designado por eixos Adicionais , é atribuído le-


tras que os identificam junto ao comando, sendo elas as seguintes:

Eixo U: eixo co-direcional ao eixo X


Eixo V: eixo co-direcional ao eixo Y
Eixo W: eixo co-direcional ao eixo Z

11
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Torre Dianteira No Torno para a programação CNC, o sistema de coorde-


nadas utilizado compõe-se de dois eixos (X e Z), cujo ponto de inter-
secção corresponde a origem, ou seja, ao ponto zero do sistema, e
toma como referência a linha de centro do eixo árvore da máquina,
onde todo movimento transversal a ele corresponde ao eixo de coor-
denadas X (em geral relativo a diâmetro), e todo m ovimento longitu-
dinal corresponde ao eixo Z (comprimento).

Na Fresadora é necessária a representação espacial da


peça, para isso o sistema de coordenadas utilizado compõe-se de
três eixos (X,Y,Z), cujo ponto de intersecção corresponde a origem,
ou seja, o ponto zero do sistema, que geralmente é definido em um
canto da peça, através do qual será tomada as medidas dimensio-
nais.

Sistema de Coordenadas Absolutas

Neste sistema, na origem pré-estabelecida como sendo X0,


Z0, o ponto X0 é definida pela linha de centro do eixo árvore, e Z0 é
definida por qualquer linha perpendicular à linha de centro do eixo
árvore.
Este processo é denominado "ZERO FLUTUANTE", ou se-
ja pode-se flutuar em relação ao eixo Z, porém, uma vez definida a
origem ela se torna uma Origem Fixa, ou seja não muda mais.
Durante a programação normalmente a origem (X0,Z0), é
pré-estabelecida no fundo da peça (encosto da castanha) fig. 1, ou
na face da mesma fig. 2, conforme ilustração abaixo:

Origem (X0,Z0)

Sistemas de Coordenadas

Toda geometria da peça é obtida com o auxílio de um sis-


tema de coordenadas.
O sistema de coordenadas é definido, por linhas retas que
se cruzam perpendicularmente determinando em sua intersecção
uma origem, ou seja o "Ponto Zero".
Obedecendo a regra da mão direita, e uma origem deter-
minada, tais retas representam os eixos de movimento da máquina
(X,Y,Z), através dos quais serão tomadas as medidas dimensionais
das peças utilizadas para a programação.

Figura - 1

12
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Exemplo:

Figura -2

Exemplo:

Exercícios de Fixação

Preencher as coordenadas em branco

Sistema de Coordenadas Incrementais

A origem no sistem a de Coordenadas Incrementais é esta-


belecida em cada movimento da ferram enta.
Qualquer deslocamento efetuado irá gerar uma nova origem , ou seja
qualquer ponto atingido pela ferramenta, a origem das coordenadas
passará a ser o ponto alcançado.
Todas as medidas são feitas através da distância a ser deslocada.
Note-se que o ponto A é a origem do deslocamento para o
ponto B, e B será a origem para o deslocamento até o ponto C, e Coordenadas Absolutas
assim sucessivam ente. Movimentos Coordenadas
Para X Z
A
A B
B C
C D
D E
E F
F G
G H

13
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Pontos de Referência

Os movimentos das ferramentas na usinagem de uma peça


exigem do comando um domínio total da área de trabalho da máqui- Ponto Zero Peça W
na, e para que isso ocorra é necessário que ele reconheça alguns
pontos básicos: O ponto zero peça "W", é o ponto que define a origem
(X0,Z0) do sistema de coordenadas da peça. Este ponto é definido
no program a através de um código de função preparatória "G", e
determinado na máquina pelo operador na preparação da mesma
(Preset), levando em consideração apenas a medida de comprimento
no eixo "Z", tomada em relação ao zero máquina.

Ponto de Trajetória N

O ponto de trajetória "N" é um ponto no espaço (fig. 2). Po-


rém, uma vez referenciada a máquina suas coordenadas de posicio-
namento dentro da área de trabalho são reconhecidas pelo comando,
e servirá como referência na obtenção dos balanços das ferramentas
(bX, bZ), quando montadas na máquina durante a preparação da
mesma, (ver ponta útil da ferramenta).

Figura - 2

Ponto Comandado da Ferramenta P (Ponta útil)

É o ponto de atuação da ferramenta no perfil programado.


Porém para que isso ocorra é necessário definir os valores de balan-
ço em X e Z das ferramentas operantes, tendo como referência nas
tomadas de medidas o ponto de trajetória "N" (fig. 3). Tais valores
introduzidos no comando durante a preparação da máquina, servem
para efetuar os cálculos necessários para que o ponto de trajetória
"N" se dê afastado do perfil programado, permitindo assim a atuação
da ponta útil das ferramentas (P) na usinagem da peça (fig.4).
Figura - 1

Ponto de Referência de Máquina R

O ponto de Referenciamento é uma coordenada definida


na área de trabalho através de chaves limites e cames, que servem
para a aferição e controle do sistema de medição dos eixos de mo-
vimento da máquina Tal coordenada é determinada pelo fabricante
da máquina.

Ponto Zero Máquina M


Figura - 3
O ponto Zero da máquina é o ponto Zero para o sistema de
coordenadas da máquina (X0, Z0), e também o ponto inicial para
todos os demais sistemas de coordenadas e pontos de referência
existentes. Geralmente é determinado após o referenciamento da
máquina.

14
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Funções Auxiliares
As funções auxiliares formam um grupo de funções que
completam as informações transmitidas ao comando através das
funções preparatórias e funções de posicionamento, principalmente
com informações tecnológicas.
Dentre as funções auxiliares podemos destacar as seguin-
tes:

Função N

Cada bloco ou sentença de informação é identificado pela


função "N", seguida de até 4 dígitos.
A função "N" deverá ser informada no início do bloco ou
Figura - 4 sentença.
Se usada, esta função deveria ser incrementada com valo-
res por exemplo, de 5 em 5 ou 10 em 10, deixando assim espaço
Tipos de Função de Programação para possíveis modificações no programa.

Um programa CNC é composto de várias funções de pro-


gramação que deverão ser reconhecidas pelo comando, e que terão
por objetivo fazer com que cada instrução recebida seja executada Exemplo:
:
dentro do processo de usinagem.
N50 G00 X130. Z140. #
Tais instruções deverão orientar o comando quanto ao O
que Fazer? Onde Fazer? e Como Fazer ? através de funções N55 G01 X132. Z138. F.2 #
:
codificadas.
As funções de programação podem ser divididas da se-
guinte forma:
Função # (EOB - END OF BLOCK)

PROGRAMAÇÂO-CNC A função auxiliar "EOB", é representado pelo caractere "#",


e é utilizada no final de cada bloco ou sentença com o intuito de
finaliza-la para que outra possa ser aberta.

Funções Exemplo:
Preparatórias – G
N10 G1 X45. Z66. F.15 #
G00
G01 Função S
.
. Através desta função o comando recebe informações quan-
. to ao valor da velocidade de corte de duas maneiras diferentes:

DIRETA:
Quando utilizado junto com a função G96, o valor da fun-
Funções de ção auxiliar "S", entra como valor de velocidade de corte constante,
Posicionamento com o qual o comando executa os cálculos de rpm em função do
diâmetro da peça, ocasionando assim uma variação de rotação
Principal durante a usinagem.
Auxiliar Deve-se limitar o rpm máxim o alcançado em função da ve-
locidade de corte requerida, programando-se a função G92 seguida
da função auxiliar "S", entrando neste caso como valor máximo de
rotação à atingir.
Funções
Complementares Exemplo:

Auxiliar: G96# (Programação em velocidade de corte constante)


S 200.# (Valor da velocidade de corte)
N G92 S3000 M03 # (Limitação de rpm máximo e sentido de giro)
F
S
T INDIRETA:
P Quando utilizado com a função G97 o valor da função au-
L xiliar "S", entra apenas como valor de rotação constante a ser usada
H da máquina, com um formato de função S4 (4 dígitos).
/
Exemplo:
EOB
... G97 # ( Programação em rpm direta )
S3000 M3# ( rpm constante e sentido de giro )
Miscelâneas (M):
M00
M02
...

15
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Função T Exemplo:

A função "T" é usada para selecionar as ferramentas na N00 ;EIXO #


torre informando para a máquina o seu zeramento ( PRE-SET ), raio :
do inserto, sentido de corte e corretores. H70
N30 T0101;BROCA #
Exemplo: N35 G54 #
N40 G00 X30. Z75.#
N40 T 01 01 # :
N70 T0202; DESBASTE INTERNO#
Onde: :
O primeiro numeral (01), representa qual ferramenta será usada. N200 M30 #
O segundo numeral (01), representa o corretor usado para as medi-
das e desgaste do inserto. Portanto: O comando ao ler a função H70 desvia automaticamente
para a sentença N70.

Função P
Função / (Barra)
A função "P" identifica programas e sub-programas na
memória do comando. Utilizamos a função ( / ) barra quando for necessário inibir a
Todo programa existente no comando é identificado através da execução de blocos no programa, sem alterar a programação.
função auxiliar "P", pela qual poderá ser chamado no diretório de Se o caractere "/" for digitado na frente de alguns blocos,
programas, renumerados ou até mesmo apagados. estes serão ignorados pelo comando, desde que o operador tenha
selecionado a opção "INIBE BLOCOS" na página de "REFERÊN-
Nota: Se um sub-programa é renumerado, as referências a este CIAS DE TRABALHO".
programa contidas em outros, não são automaticamente atualizadas. Caso a opção INIBE BLOCOS não seja selecionado, o co-
mando executará os blocos normalmente, inclusive os que contive-
rem o caractere "/".
Função F Exemplo:

Através da função "F" programa-se a velocidade de avanço / N90 M08 #


para o trabalho em usinagem. Este avanço poderá ser em pol/rot :
(quando utilizada as funções G70 com G94), com formato de função f
2.4, ou em mm/rot (quando utilizada as funções G71 com G95), com
formato de função f 2.2

Nota: Na maioria dos comandos, ligou a máquina ela já assume G71


com G95 (mm/rot) como condição básica de funcionamento. Funções Miscelânea

Exemplo: As funções Miscelâneas "M" formam um grupo de funções


que abrangem os recursos da máquina não cobertos pelas funções
N10 G1 X45. Z66. F.15 # preparatórias, posicionamento, auxiliares e especiais, ou seja são
funções complementares.
Estas funções têm formato M2 (2 dígitos), e são determina-
dos de acordo com a máquina.
Função L As funções Miscelâneas estão definidas de acordo com a
norma DIN 66025 dentre as quais podem os destacar as seguintes:
A função "L" define o número de repetições que uma de-
terminada operação deve ser executado.
M00 - Parada programada
Exemplo:
O código "M00" causa parada imediata do programa, refri-
: gerante de corte, eixo árvore, e um aviso de "AGUARDANDO INÍ-
N80 P10 L3 # (Esta sentença define que o subprograma 10 será CIO" é mostrado no vídeo ao operador.
repetido 3 vezes) O início é dado novamente por intervenção manual, através
do botão "CYCLE START".
Pode-se cham ar um sub-program a para múltiplas repeti-
ções, programando-se um bloco contendo a função "P" (com o núme-
ro do sub-programa) e "L" (com o número de vezes que o sub-
programa deverá ser executado).

Função H

A função auxiliar "H" precedida de um valor numérico, exe-


cuta desvios incondicionais no programa e deverá ser programado A função M00 é programada geralmente para que o opera-
em um bloco separado. dor possa virar a peça na placa, trocar a ferramenta manualmente,
Esta função deve ser usada em programas contendo nú- trocar faixas de rotações, etc.
meros seqüenciais "N", pois o desvio ocorre para um determinado
bloco que contenha uma seqüência, onde "N" tem um valor exata-
mente igual ao determinado na função "H".

16
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

M02 - Final de programa M06 - Libera o giro da torre para a troca automá-
tica da ferramenta
Esta função é usada para indicar o fim de programa exis-
tente na memória do comando. Em máquinas que possuam troca automática de ferramen-
tas, toda vez que se seleciona uma determinada face da torre, atra-
vés da função "T", esta deve ser acompanhada da função M06 que
permite o giro da torre, para que haja a troca das mesmas.

M03 - Sentido horário de rotação do eixo árvore

Esta função gira o eixo árvore no sentido horário olhando-


se frontalmente.

Necessariamente, a função M06 não precisa vir no mesmo


bloco da função "T".

M07 - Liga o refrigerante de corte (alta pressão)

Este código aciona o motor da bomba de refrigerante de


corte e cancela-se por M09, M00, M02, M30.
A função M03 é cancelada por: M00, M02, M05 e M30.

M04 - Sentido anti-horário de rotação do eixo ár-


vore

Esta função gira o eixo árvore no sentido anti-horário o-


lhando-se frontalmente.

M08 - Liga o refrigerante de corte (baixa pressão)

Este código aciona o motor da bomba de refrigerante de


corte e é cancelado por M09, M00, M02, M30.

A função M04 é cancelada por: M00, M02, M05 e M30.

M05 - Desliga o eixo árvore sem orientação


M09 - Desliga o refrigerante de corte
Esta função quando program ada para imediatam ente a ro-
tação do eixo árvore, cancelando as funções M03 ou M04. Este código desliga o motor da bomba do refrigerante de corte e
está ativo ao inicia-se o programa.

A função M05 ao iniciar-se o programa já está ativa e é


cancelada pelas funções M03 e M04.

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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

M10 - Faixa de rotação M26 - Recua o mangote da contra ponta

Esta função tem por finalidade indicar a faixa de rotação a Esta função quando ativada efetua o recuo da manga do
ser utilizada dentro da etapa de usinagem. contra-ponto.
Portanto deve-se observar por parte do programador os va-
lores de rotação mínima e máxima da faixa a ser utilizada, e por parte
do operador as posições das alavancas na máquina, de acordo com
as especificações do fabricante da mesma.

M27 - Avança o mangote da contra ponta

Esta função quando ativada efetua o avanço da m anga do


contra-ponto.

M11 - Faixa de rotação

Exemplo:
M11 # ( rpm de 18 a 475, Faixa I, posições A C)

M12 - Faixa de rotação

Exemplo:
M12 # (rpm de 28 a 750, Faixa I I, posições B C) M30 - Final do programa

Esta função tem a mesma aplicação da função M02 para


M13 - Faixa de rotação comandos que trabalham com memória, ou seja fim de programa.

Exemplo:
M13 # (rpm de 75 a 1900, Faixa I I I, posições B C)

M14 - Faixa de rotação

Exemplo:
M14 # (rpm de 118 a 3000, Faixa I V, posições B C)

Funções Preparatórias G
M24 - Abre a placa de fixação
As funções Preparatórias "G" formam um grupo de funções
O código "M24" abre a placa de fixação da peça. que definem à máquina O que fazer, preparando-a para executar um
tipo de operação, ou para receber uma determinada informação.
O formato da função é g2 (dois dígitos numéricos), e vai de
g00 a g99. Abaixo veremos alguns exemplos de funções preparató-
rias.

Funções "G"

G00 Interpolação linear rápida


G01 Interpolação linear com avanço program ado
G02 Interpolação circular Horária
M25 - Fecha a placa de fixação G03 Interpolação circular Anti-horária
G04 Tempo de permanência
O código "M25" fecha a placa de fixação da peça. G20 Programação em diâmetro
G21 Programação em raio
G33 Ciclo básico de roscamento
G40 Cancela compensação do raio da ponta da ferramenta
G41 Compensação do raio da ponta da ferramenta (à esquerda)
G42 Compensação do raio da ponta da ferramenta (à direita)
G53 Cancela todos os deslocamentos de ponto zero (DPZ´s)
G54 Ativa o primeiro deslocamento de ponto zero da peça (1º DPZ)
G55 Ativa o segundo deslocamento de ponto zero da peça(2º DPZ)
G70 Programação em Polegada
G71 Programação em Milímetros
G90 Programação em coordenadas absolutas
G91 Programação em coordenadas incrementais

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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

G94 Estabelece a programação em avanço por minuto


G95 Estabelece a programação em avanço por rotação
G96 Programação em velocidade de corte constante
G97 Programação em RPM direta
G99 Define a programação em função do zero máquina.

As funções Preparatórias "G", podem ser MODAIS ou


NÃO MODAIS.

MODAIS: São as funções que uma vez program adas permanecem


na memória do comando, valendo para todos os blocos posteriores, a
menos que modificadas por uma outra função ou a mesma, com
parâmetros diferentes. Dentre as várias instruções modais podemos
citar as funções G00 (interpolação linear com avanço rápido), G01
(interpolação linear com avanço programado) e F (valor de avanço de
corte).

NÃO MODAIS: São as funções que todas as vezes que requeridas,


devem ser programadas, ou seja, são válidas somente no bloco que
Onde:
as contém. Dentre as várias instruções não m odais podemos citar as
funções G02 (interpolação circular horária) e G03 (interpolação circu-
X... - Definição de posicionamento final no eixo X (diâmetro)
lar anti-horária).
Z... - Definição de posicionamento final no eixo Z (comprimento)
M... - Definição de Função Miscelânea (opcional)
No exemplo abaixo, temos duas condições diferentes de
# - Fim de bloco ou sentença
digitação, descrevendo o mesmo trecho de um programa, onde a
diferença está na utilização da condição Modal, que permite uma
Exemplo:
programação mais enxuta.
N10 G00 X95. Z70. #
Exemplo:
Programação onde não se fez uso da condição Modal.
Observações:
- A função G00 é Modal portanto cancela (G01,G02,G03).
:
- Graficam ente é representada por linhas tracejadas e é dada em
N40 G00 X150. Z150.
metros por minuto.
N45 G00 X21. Z72.
- Utilizar a função G00 somente para posicionam entos sem nenhum
N50 G01 X21. Z70. F.25
tipo de usinagem.
N55 G01 X25. Z68. F.25
- Função entre parênteses é opcional.
N60 G01 X25. Z40. F.25
N65 G02 X35. Z35. R5.
N70 G03 X45. Z30. R5.
N75 G01 X50. Z30. F.1 G01 Interpolação linear com avanço programado
:
A função G01, realiza movimentos retilíneos com qualquer
Conclusão: Nesta condição foram efetuadas sucessivas repetições ângulo, calculado através das coordenadas de posicionamento des-
de parâmetros, onde um dos maiores problemas é o de carregar critas, utilizando-se de uma velocidade de avanço (F) pré-
mais rápida a memória do comando. determinada pelo programador.

Programação onde se fez uso da condição Modal. Sintaxe da sentença: G01 X... Z... F... (M...) #

:
G00 X150. Z150.
X21. Z72.
G01 Z70. F.25
X25. Z68.
Z40.
G02 X35. Z35. R5. (Não Modal)
G03 X45. Z30. R5. (Não Modal)
X50. F.1
:

Conclusão: Nesta condição enquanto a instrução modal não for


modificada ou cancelada, ela permanecerá na memória do comando
não havendo necessidade de sucessivas repetições parâmetros.

Grupo das Funções Preparatórias onde:

G00 Interpolação linear com avanço rápido X... - Definição de posicionamento final no eixo X (diâmetro)
Z... - Definição de posicionamento final no eixo Z (comprimento)
A função G00, realiza movimentos nos eixos da máquina F... - Avanço programado
com a maior velocidade de avanço disponível, portanto, deve ser M... - Definição de Função Miscelânea (opcional)
utilizada somente para posicionamentos sem nenhum tipo de usina- # - Fim de bloco ou sentença
gem.
A velocidade de avanço pode variar para cada modelo de máquina, e Exemplo:
é determinada pelo fabricante da mesma. :
N25 G01 X20. Z42. F.1#
Sintaxe da sentença: G00 X... Z... (M...) #

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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Observações: G00 X31. Z37. # (Posicionamento para o 2º passe)


-O avanço é um dado importante de corte e é obtido levando-se em G01 X31. Z20.2 # (Segunda Passada)
conta o material, a ferramenta e a operação a ser executada. G00 X36. Z37. # (Recuo angular)
-Geralmente nos tornos CNC utiliza-se o avanço em mm/rotação, G00 X26. Z37. # (Posicionamento para o 3º passe)
mas também pode ser utilizado mm/min. G01 X26. Z20.2 # (Terceira Passada)
-A função G01 é Modal portanto cancela (G00,G02,G03) . G00 X31. Z37. # (Recuo angular)
-A função Miscelânea "M..."., é opcional . G00 X21. Z37. # (Posicionamento para o 4º passe)
G01 X21. Z20.2 # (Quarta Passada)
G00 X26. Z37. # (Recuo angular)
Exemplo da função G01 G00 X0 Z37. # (Posicionamento para início do acaba/o)
G01 X0 Z35. F.15 # (Aproximação da ferram enta)
Objetivo: G01 X20. Z35. # (Faceamento)
G01 X20. Z20. # (Torneamento do rebaixo)
Usinar a peça abaixo usando as funções G00 e G01. G01 X41. Z20. # (Faceamento do rebaixo)
G01 X41. Z12. # (Torneamento do diâmetro externo)
- Desbastar a peça com passes de 5 mm no diâmetro. G01 X45. Z12. # (Afastamento da ferramenta)
- Deixar um sobremetal para acabam ento de 1 mm no diâmetro e 0,2 G00 X150. Z150. M09# (Ponto de troca final e desliga refrig.)
mm na face. M30 # (Final de Programa)
- Efetuar o desbaste e o acabamento com a mesma ferramenta.

Desenho da peça: G02 - G03 Interpolação circular


Material: Aço O 41mm X 35 mm
Nas interpolações circulares a ferramenta deve deslocar-se
entre dois pontos, executando a usinagem de arcos pré-definidos,
através de um a movimentação apropriada e simultânea dos eixos.
A interpolação circular é regida pela regra da mão direita e
deslocará a ferramenta da seguinte forma:

A - Ao longo de uma circunferência, definida pelo tipo de torre utiliza-


da (dianteira ou traseira) e pelo sentido de corte da usinagem.

- No sentido horário G02


- No sentido anti-horário G03

Ferramenta

Programa de Execução:

EIXO # ( Nome )
T0101 # (Chamada da ferramenta e Corretores)
B - Em um plano de trabalho selecionado (XY, XZ ou YZ).
G54 # (Origem Zero peça)
M13 # (Faixa de rotação)
- G17 plano X - Y
G96 # (Programação em Velocidade de corte constante Vc)
- G18 plano X - Z (torno)
S180. # (Valor de Vc)
- G19 plano Y - Z
G92 S1000 M03 # (Lim. máx de rpm e sent. de giro do eixo árv.)
G00 X150. Z150. # (Ponto de troca inicial)
G00 X36. Z37. M08 # (Posiciona/o para o 1º passe e liga refrig.)
G01 X36. Z20.2 F.25 # (Primeira passada)
G00 X41. Z 37. # (Recuo angular)

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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Exemplo da Função G02 ou G03 com R

Objetivo:

Aplicar as funções de Interpolação Circular G02/G03, usando a fun-


ção "R", somente como acabamento.

1. DESENHO DA PEÇA

C - Do ponto inicial (P1) até o ponto final (P2) descrevendo uma


trajetória circular.

A Interpolação circular pode ser efetuada da seguinte forma: 2. FERRAMENTA

⇒ 1- Através da definição do valor do raio, pela função "R" de forma


Absoluta.

G01 X... Z... # (Ponto inicial P1)


Sintaxe da Sentença: G02 / G03 X... Z... R... # (Ponto final P2)

3. PROGRAMA:

: Desbaste anterior
N40 T0202; ACABAMENTO # Chamada de ferramenta e Corretor
N45 G54 # Origem zero peça
N50 M13 # Faixa de rotação
N55 G96 # Prog. em Vc constante
N60 S180. # Valor de Vc
N65 G92 S1500 M03 # Limite de RPM e Sent. de giro do eixo árv.
N70 G00 X0 Z82. M08 # Posicionamento rápido
N75 G42 # Compensação do raio da ferram enta
Onde: N80 G01 X0. Z80. F.2 # Aproximação
N85 G01 X21. Z80. # Faceia
X - Definição do posicionamento final no eixo X (diâmetro). N90 G01 X24. Z78.5 # Interpola chanfro
Z - Definição do posicionamento final no eixo Z (comprimento). N95 G01 X24. Z50. # Torneia diâmetro menor
R - Raio N100 G02 X44. Z40. R 10. # Interpola raio anti-horário
# - Fim de bloco N105 G01 X50. Z25. # Interpola o ângulo
N110 G01 X74. Z25. # Faceia
Exemplo: N115 G03 X80. Z22. R 3. # Interpola o raio horário
N120 G01 X80. Z12. # Torneia o diâmetro maior
N20 G01 X30. Z25. # (Ponto inicial P1) N125 G40 # Descompensação do raio da ferramenta
N25 G03 X40. Z30. R5. # (Ponto final P2) N130 G01 X84. Z12. # Afasta a ferram enta
N135 G00 X150. Z150. M09 # Pto de troca final e Desliga o refrig.
N140 M30 # Final de program a
Obs:
As funções G02 e G03 não são modais, cancelam a função G00 e só
autorizam o código G01 para movimentos subseqüentes.

21
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

⇒ 2- Através das coordenadas do centro do arco, pelas funções "I" 1. DESENHO DA PEÇA:
e "K", de forma Absoluta.

G01 X... Z... # (Ponto inicial P1)


Sintaxe da Sentença: G02 / G03 X... Z... I... K... # (Ponto final P2)

2. FERRAMENTAS:
Onde:
X - Definição do posicionamento final no eixo X (diâmetro).
Z - Definição do posicionamento final no eixo Z (comprimento).
I - Coordenada do centro do arco, co-direcional paralela ao eixo X
(em diâmetro).
K - Coordenada do centro do arco, co-direcional paralela ao eixo Z
(em relação ao Zero Peça).
# - Fim de bloco

As funções I e K são programadas tomando-se como refe-


rência a distância entre os centros do arco no eixo "X", e a distância
entre o centro do arco em relação a origem do sistema de coorde-
nadas da peça, no eixo “Z”.
3. PROGRAMA:

Exemplo: : Desbaste anterior


N40 T0202; ACABAMENTO # Chamada de ferramenta e Corretor
N20 G01 X30. Z25. # (Ponto inicial P1) N45 G54 # Origem zero peça
N25 G03 X40. Z30. I30. K20. # (Ponto final P2) N50 M13 # Faixa de rotação
: N55 G96 # Prog. em Vc constante
N60 S180. # Valor de Vc
Notas: N65 G92 S1500 M03 # Limite de RPM e Sentido de giro do eixo
A função "I" deve ser programada em diâmetro. árvore
Caso o centro do arco ultrapasse a linha de centro devere- N70 G00 X0 Z82. M08 # Posicionamento rápido
mos dar o sinal correspondente ao quadrante. N75 G42 # Compensação do raio da ferram enta
O sentido de execução da usinagem do arco define se este N80 G01 X0. Z80. F.2 # Aproximação
é horário ou anti-horário. N85 G01 X21. Z80. # Faceia
Observações: N90 G01 X24. Z78.5 # Interpola chanfro
No caso de termos ferramentas trabalhando em quadrantes N95 G01 X24. Z50. # Torneia diâmetro menor
diferentes, no eixo transversal (quadrante negativo), devem os inver- N100 G02 X44. Z40. I44. K50. # Interpola raio anti-horário
ter o código de interpolação circular ( G02 e G03 ) em relação ao N105 G01 X50. Z25. # Interpola o ângulo
sentido da ferramenta. N110 G01 X74. Z25. # Faceia
N115 G03 X80. Z22. I74. K22. # Interpola o raio horário
Antes da execução do bloco contendo a interpolação circu- N120 G01 X80. Z12. # Torneia o diâmetro maior
lar o comando verifica automaticamente o arco e se for geometrica- N125 G40 # Descompensação do raio da ferramenta
mente impossível a execução, o com ando pára, m ostrando a mensa- N130 G01 X84. Z12. # Afasta a ferramenta
gem G02/G03 -DEF.ILEGAL. N135 G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca final e Desliga o
refrigerante
N140 M30 # Final de program a
Exemplo da Função G02 ou G03 com I e K

Objetivo: G04 Tempo de permanência


Aplicar as funções de Interpolação Circular G02/G03, usando as
A função G04, é a função que determina um tempo de
funções " I e K ", somente como acabamento.
permanência da ferram enta parada.
Com esta função entre um deslocamento e outro da ferra-
menta, pode-se programar um determinado tempo para que a mes-
ma permaneça sem movimento. A função G04 executa essa perma-
nência parada, cuja duração é definida por um valor "D" associado,
que define o tempo em segundos ( 00,01 a 99,99 segundos ).

22
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Sintaxe da Sentença: G04 D... # A função G17 é utilizada nas Fresadoras e Centros de Usi-
nagem CNC, onde o comando assume G17 com o condição básica
Onde: de funcionamento (Default), assim que a máquina é ligada.
D - Tempo de permanência em segundos.
A função G17 é modal e cancela G18 e G19.
Exemplo 01 (Canal)

Função G18 Seleção do Plano X, Z

A função G18 seleciona o plano de trabalho que envolve os


eixo X e Z, obedecendo a regra da mão direita, no qual se pretende
executar interpolações circulares e/ou se fazer compensações do
raio da ferramenta.
A função G18 é utilizada nos Tornos CNC, onde o coman-
do assume G18 como condição básica de funcionamento (Default),
assim que a máquina é ligada.
: A função G18 é modal e cancela G17 e G19
N30 G00 X29. Z-20. M08 #
N35 G01 X20. Z-20. F .05 #
N40 G04 D1. #
N45 G00 X29. Z-20. #
N50 G00 X150. Z50. M09 #
:

Exemplo 02 (Furo de centro)

Função G19 Seleção do Plano Y, Z

A função G19 seleciona o plano de trabalho que envolve


: os eixos Y e Z, obedecendo a regra da mão direita, no qual se
N30 G00 X0 Z2. M08 # pretende executar interpolações circulares e/ou se fazer compensa-
N35 G01 X0 Z-1. F .05 # ções do raio da ferramenta.
N40 G04 D1. # A função G19 é modal e cancela G17 e G18.
N45 G01 X0 Z-6.5 #
N50 G04 D1. #
N55 G00 X0 Z2. #
N60 G00 X150. Z50. M09 #
:

Obs:
- Na primeira vez que um bloco com G04 aparece no programa, a
função "D" deve ser incluída no bloco
- A função G04 não é MODAL porém os novos tempos usados nos
blocos seguintes e que tiverem o mesmo valor da função "D", podem
ser requeridos apenas com a programação da função G04.

Função G17 Seleção do Plano X,Y

A função G17 seleciona o plano de trabalho que envolve os


eixos X e Y , obedecendo a regra da mão direita, no qual se preten-
de executar interpolações circulares e/ou se fazer compensações do
raio da ferramenta.

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o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

G20 Programação em Diâmetro N35 G41 #


N40 G01 X... Z... F... # (Este bloco será utilizado para a compensa-
Esta função define o valor dimensional associado com o ei- ção)
xo X especificado em diâmetro, e aplica-se aos códigos de progra-
mação X, I e U.
Compensação do raio da ferramenta G42 (à direi-
ta)

A função G42 é Modal portanto cancela G40 e implica em


compensação similar a G41, exceto que a direção de compensação à
direita da peça a ser usinada, vista em relação ao sentido de avanço
de corte.
Como na função G41 a função G42 deverá ser program ada
em um bloco separado e ser seguido por um bloco de aproximação.
A função G20 é um comando Modal e encontra-se ativa
quando ligamos a máquina, caso necessário acioná-la deverá ser Exemplo:
programada em um bloco separado, antes de qualquer movimento
relativo à programação em diâmetro. N35 G42 #
Ela cancela qualquer função G21 anterior (programação N40 G01 X... Z... F... # (Este bloco será utilizado para a compensa-
em raio). ção)
Pode-se verificar na pagina de "STATUS" da máquina, a
função comandada em destaque. Observações:
1. A escolha do código G41 ou G42 adequado para cada caso, será
feito em função do sentido longitudinal de corte na usinagem.
2. Nunca se deve usar o código G00 (avanço rápido) quando se
G21 Programação em Raio estiver compensando o raio da ferram enta (comando Mach 8L).
Esta função define o valor dimensional associado com o ei- 3. Os ciclos fixos não são possíveis quando estiver compensando o
xo X especificado em raio, e aplica-se aos códigos de programação raio da ferramenta.
X,I e U. 4. A função "L" (lado de corte da ferramenta para compensação), e
"R" (raio do inserto), deverá ser informado ao com ando pelo operador
no Pre-Set da máquina.

Cancela a compensação do raio da ferramenta


G40

A função G40 é Modal e cancela as funções de compensação previ-


amente solicitadas G41 ou G42, e esta ativa quando a máquina é
A função G21 é um comando Modal e deve ser program a- ligada.
da em um bloco separado, antes de qualquer movimento relativo à A função G40 deve ser programada em um bloco separado, e quan-
programação em raio. do solicitada pode utilizar o bloco posterior com avanço linear G01
Ela cancela qualquer função G20 anterior e será mostrada para efetuar a descompensação, onde se recomenda que não haja
na página de "STATUS" em destaque. nenhum tipo de usinagem

Exemplo:
Códigos de Compensação do raio da Ferramenta
N35 G40 #
N40 G01 X... Z... F... # (Este bloco será utilizado para a descom-
Funções de compensação do raio da ferramenta pensação)
G41,G42,G40
Códigos de compensação do raio da ferramenta
As funções de compensação G41 e G42, se baseiam na Torre traseira
regra da mão direita, e selecionam o valor do raio da ponta da fer-
ramenta, estando ela à esquerda ou à direita da peça a ser usinada,
vista em relação ao sentido do avanço de corte da ferramenta, para
os devidos cálculos de compensação, devendo após sua utilização
ser canceladas pela função G40.

Compensação do raio da ferramenta G41 (à es-


querda)

A função G41 é Modal portanto cancela G40 e seleciona o


valor do raio do inserto para os cálculos de compensação, estando à
esquerda da peça a ser usinada, vista em relação ao sentido de
avanço de corte.

A função da compensação deve ser programada em um


bloco separado e ser seguido por um bloco de aproximação em
movimento linear G01, para que o comando possa fazer a compen-
sação de raio da ferramenta dentro deste movim ento, onde se reco-
menda que não haja nenhum tipo de usinagem.

Exemplo:

24
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Obs: Quadrante negativo invertem-se os códigos.

Códigos de compensação do raio da ferramenta


Torre Dianteira

Porém em situações de usinagem como torneamentos de


superfícies cônicas ou curvilíneas, há necessidade de se fazer a
compensação do raio da ferramenta, para que não haja distorções de
dimensionamento final da peça, em função do ponto comandado não
equivaler à ponta útil da ferram enta.

Torneamento cônico

Obs: Quadrante negativo invertem-se os códigos.

Compensação do Raio da Ferramenta

Nas máquinas CNC, o comando entende como ponta da


ferramenta o ponto comandado da mesma.
O ponto comandado é um ponto no espaço que se encon-
tra no cruzam ento das linhas X e Z que tangenciam o raio do inserto.
Porém a ponta útil da ferramenta, na verdade são todos os pontos de
contato que tangenciam o raio do inserto.
Torneamento curvilíneo

Em algumas situações de usinagem o ponto comandado não interfe-


re no dimensionam ento final da peça, como no caso de faceamentos
e torneamentos cilíndricos. Nestas situações de usinagem a compensação do raio da
Nesses casos o ponto comandado equivale a ponta útil da ferram en- ferramenta se dá através de cálculos efetuados pelo comando, em
ta, ou seja o ponto de contato tangencial do raio do inserto. função do valor do raio do inserto determinado no ajuste da máquina
para cada ferramenta operante, transferindo com esses cálculos o
Torneamento cilíndrico ponto comandado para a ponta útil da ferramenta.
Nas figuras abaixo podemos ver claramente a aplicação da
compensação do raio da ferramenta.

Sem compensação:

Faceamento

25
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Com compensação: A função G54, assim como G55, são funções que definem
na programação a origem Zero Peça. Na preparação da máquina, ela
representa uma distância pré-determinada por A (para G54), e B
(paraG55), entre o ponto zero máquina "M", e o ponto zero peça
"W", e seus valores referem-se somente ao eixo "Z".
A função G53 cancela os valores determinados pelas fun-
ções G54 e G55, retornando-os ao ponto zero máquina "M".

Para efetuarmos a compensação do raio da ferramenta, é necessário


informar ao comando através do programa o código de compensação
e na preparação da máquina o lado de ataque da ferramenta.

Lado de Ataque da Ferramenta O ponto zero peça "W" como origem do sistema de coor-
denadas da peça (X0,Z0), pode ser definido na face de encosto da
O lado de corte "L" é um dado definido pelo operador na castanha (fig.1) ou na face da própria peça (fig.2), sendo chamado no
preparação da máquina (Pre-Set), informando ao comando o lado de programa através das funções G54 ou G55 definido pelo programa-
ataque das ferram entas operantes durante a usinagem. dor, e determinado na máquina pelo operador na preparação da
Esta definição se dá através de códigos, levando-se em mesma.
consideração a orientação dos eixos, e é um dado essencial para
que o comando faça os cálculos de compensação.
Caso o comando não receba esta informação ele fará uso
de seu valor padrão "L00" o que pode acarretar em distorção dimen-
sional da peça.

Códigos:

Observações:
Uma peça poderá ter mais que uma origem zero peça "W",
conforme a necessidade.
Os códigos G54 e G55, quando utilizados, devem ser pro-
gramados para todas as ferramentas do programa que exijam a
confirmação da mudança do zero peça, a não observância deste
detalhe em certas condições, como por exemplo uma usinagem
iniciando no meio do programa onde o com ando levará em conside-
ração o zero máquina poderá acarretar em colisões indesejáveis.
Obs: Os códigos acima se aplicam tanto para torre traseira como
para torre dianteira.
G70 Programação em Polegada

G53 G54 G55 - Deslocamento de Ponto Zero Esta função prepara o comando para computar todas as
entradas de dados dimensionais em polegada.
Deslocamento de ponto zero "DPZ" G54, G55, G53

G54 (1º DPZ) G55 (2º DPZ) G53 (Cancela)

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o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

G90 Programação em Coordenadas Absolutas

A função G90 é Modal e prepara a máquina para executar


operações em coordenadas absolutas, que usam como referência
uma origem ( Zero Peça W ), pré-determinada para programação.

A função G70 é Modal e quando utilizada deve ser progra-


mada em um bloco separado.

G71 Programação em Milímetro

Esta função prepara o comando para computar todas as Observação:


entradas de dados dimensionais em milímetros. As máquinas ao serem ligadas já assumem G90 como
condição básica de funcionamento.

G91 Programação em Coordenadas Incrementais

A função G91 é Modal e prepara a máquina para executar


todas as operações em coordenadas incrementais. Assim todas as
medidas são feitas através da distância a se deslocar.
Neste caso, a origem das coordenadas de qualquer ponto é o ponto
anterior ao deslocamento.

A função G71 é Modal, e se necessário, deverá ser pro-


gramado em um bloco separado.

G73 Interpolação Linear Ponto a ponto

A função G73 informa aos eixos para se movimentarem ao


longo de uma linha reta, com uma velocidade específica programada
com a função F. Ela é similar ao modo G01, exceto que o Controle
espera um sinal "em posição", antes de continuar com o próximo
movimento. Isto elimina o arredondam ento de contorno, quando se
deseja ter cantos vivos em uma peça. G92 Definição de Origem temporária / Limite de
A função G73 é modal e cancela G00 e G01. RPM
Sintaxe da sentença: G73 X... Z... M... # O código G92 é utilizado como dupla função, Origem de
sistema de coordenadas absolutas e Limite de rotação do eixo árvo-
re.

1. G92 como: Nova origem do sistema de coordenadas

A função G92 acompanhada das funções de posicionamen-


to X e Z estabelece na memória do comando, uma nova origem do
sistema de coordenadas absolutas (X0,Z0), através da qual efetuará
os cálculos dos posicionamentos posteriores.

Exemplo:
N30 G92 X150. Z150. #

Onde:

X... - Definição de posicionamento final no eixo X (diâmetro)


Z... - Definição de posicionamento final no eixo Z (comprimento)
M... - Definição de Função Miscelânea (opcional)
# - Fim de bloco ou sentença

Exemplo:
:
N10 G73 X95. Z70. # A função G92 é Modal e deve ser dada no início de cada
: programa podendo ser cancelada pela função G99.

27
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Os valores da função G92 podem ser positivos ou negati- G96 Programação em Velocidade de Corte Cons-
vos, dependendo do quadrante utilizado pela ferram enta.
tante
A função G96 é Modal e seleciona o modo de programação
2. G92 como: Limite máximo de rotação do eixo árvore G92 em velocidade de corte constante por minuto, cuja objetivo é promo-
ver a variação calculada da rpm em função do diâmetro. Ela deverá
Quando utilizarmos o código G92 junto com a função auxi- ser programada em bloco separado precedido pela função auxiliar
liar S 4 ( 4 dígitos ), estaremos limitando a rotação do eixo-árvore. "S", a qual entra como um valor de velocidade de corte.
O valor da velocidade de corte dado pela função auxiliar
Exemplo: "S" é computado pelo comando em pés/minuto quando utilizado
N40 G92 S3000 M3 # juntamente com a função G70 ou metros/minuto quando utilizado
juntamente com a função G71, para efeito dos cálculos da rotação.
O cancelamento da função G96 se da pela função G97.
O cálculo da rotação é feito em função do diâmetro usinado
e do valor da velocidade de corte requerida pela função "S", deste
modo a velocidade de corte é mantida variando-se apenas a rotação,
à medida que se varia o diâmetro usinado.

Fórmulas:

Estamos permitindo que o eixo-árvore gire até 3000 rpm no máximo.


Onde:
N = RPM
Vc = Velocidade de corte
G94 Programação em Avanço por minuto D = Diâmetro usinado

A função G94 é Modal e prepara o comando para computar Obs:


todos os avanços programados pela função auxiliar ‘f’ em pol/min Quanto maior o diâmetro menor o rpm, e quanto menor o
quando utilizado juntamente com a função G70 ou mm/min quando diâmetro maior o rpm.
utilizado juntamente com a função G71. A modificação manual da rpm, poderá ser feita através do
seletor de variação da rpm do painel de comando da máquina, que
varia de 50% até 125% da rpm programada.

Após definição de aplicação encontraremos o seguinte for-


mato para a função ‘f’:
f 3.1 formato para pol/min (G94 com G70)
f 4 formato para mm/min (G94 com G71)
Após definição de aplicação encontraremos o seguinte formato para
função "S".
S 4.1 para pés/minuto (G96 com G70)
G95 Programação em Avanço por rotação
S 3.1 para metros por minuto (G96 com G71)
A função G95 é Modal prepara o comando para computar Nota
todos os avanços programados pela função auxiliar ‘ A máxima rpm alcançada pela velocidade de corte constante pode
f’ em pol/rot quando utilizado juntam ente com a função G70 ou ser limitada programando-se a função G92.
mm/rot quando utilizado juntamente com a função G71.
Exemplo:
:
N40 G96 # (Programação em velocidade de corte constante)
N45 S 200.# (Valor da velocidade de corte )
N50 G92 S3000 M3 # (Limitação máxima da rpm e sentido de giro
da placa ).
:

G97 Programação em RPM direta

A função G97 é Modal e seleciona o modo de programação


Após definição da aplicação encontraremos o seguinte for- em rpm direta, cujo valor é dado pela função auxiliar "S" usando um
mato para função ‘f’: formato S4 (4 dígitos), desta forma não haverá variação de rotação.
f 2.4 formato para pol/rot (G95 com G70) A função G97 é Modal e é cancelada pela função G96, e
f 2.2 formato para mm/rot (G95 com G71) deve ser program ada em bloco separado.
A modificação manual da rpm, poderá ser feita através do
Muitas máquinas ao serem ligadas já assumem G95 com a seletor de variação da rpm do painel de comando da máquina, que
função G71 como condição básica de funcionam ento. varia de 50% até 125% da rpm programada.

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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Exemplo:
:
N65 G97# (Programação em rpm direta)
N70 S2500 M3 # (Valor da rpm e sentido de giro) Fórmulas:
:
H = ALTURA DO FILETE
H = (0,65 x Passo) x 2
G99 Cancela Definição de Origem Temporária
X = DIÂMETRO FINAL
H = Diâmetro inicial - Altura do filete.
Esta função quando solicitada cancela o efeito de nova ori-
gem dada pela Função G92, retornando a origem do sistema de Pn = PENTRAÇÃO POR PASSADA
coordenadas absolutas para o Zero Máquina. Pn = H / nº de passadas
A função G99 é Modal, porém, não é provida de movimen-
tos nos eixos.
Observação:
-O posicionamento inicial (P1), é dado pelo programador.
-Optar pelo número de passadas.
-A altura do filete é dada em diâmetro.

G33 - Exemplo de Fixação

Objetivo:
Usar na peça abaixo a função G33 como Ciclo de Roscamento Bási-
co com 4 passadas

1. DESENHO DA PEÇA:
Material: Aço O 50mm X 80 mm

Também podemos encontrar dentro das funções prepara-


tórias "G", os ciclos automáticos de usinagem, que nos ajudam na
execução de operações complexas.

Ciclos automáticos de usinagem

Os ciclos automáticos, consistem em uma série de funções


preparatórias pré-determinadas, que executam operações de usina-
gem através de uma única sentença de programação.
Estas sentenças de programação, comandam automatica-
mente os movimentos de todos os eixos e a utilização das funções
auxiliares nelas contidas.
Os ciclos automáticos ajudam assim na execução de ope-
rações complexas tais como, desbaste, roscamentos, furações e
outras, pois, eliminam a necessidade de informações repetitivas de
programação.
Dentre os ciclos automáticos podemos destacar os seguin-
tes:

G33 - Ciclo básico de roscamento

Esta função executa o roscamento no eixo X e Z em cada


penetração dada a ferram enta, e é program ada explicitamente em
bloco separado. 2. FERRAMENTAS:
Suporte: Rosca Externa Direita 60º
Sintaxe da sentença: G33 Z... K... #

Onde:

Z - Posição final do comprimento da rosca (absoluta).


K - Passo da rosca (milímetro ou polegada) (incremental).

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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

OBSERVAÇÕES:
- O posicionam ento inicial em Z é o comprimento da peça mais 2
vezes o passo da rosca e em X é o diâmetro inicial da rosca mais 5
mm
- O número de passadas é você quem estipula

CÁLCULOS:

H = Altura do Filete (em diâmetro)


H = ( 0.65 x P ) x 2
H = ( 0.65 x 1.5 ) x 2
H = 1.95

X = Diâmetro Final
X = inicial -Altura do filete (em diâmetro)
X = 30 - 1.95
X = 28.05

ROSCAR COM 4 PASSADAS

Pn = Penetração por passada


Pn= H / nº de passadas
Pn= 1.95 / 4 = 0.49 Por passada

Programa de Execução:

: (Usinagem anterior)
T0404; Ferra.de.Roscar #
G54 #
M13 #
G97 #
S 1000 M03 #
G00 X35. Z83. M08 #
G00 X29.51 Z83. #
G33 Z48.5 K1.5 # 1 Passada
G00 X35. Z48.5 #
G00 X35. Z83. #
G00 X29.02 Z83. #
G33 Z48.5 K1.5 # 2 Passada
G00 X35. Z48.5 #
G00 X35. Z83. #
G00 X28.53 Z83. #
G33 Z48.5 K1.5 # 3 Passada
G00 X35. Z48.5 #
G00 X35. Z83. #
G00 X28.05 Z83. #
G33 Z48.5 K1.5 # 4 Passada
G00 X35. Z48.5 #
G00 X35. Z83. M09 #
Onde:
G00 X150. Z150. #
M30 #
X... - Profundidade final de roscamento (diâmetro) (absoluto)
X= Diâmetro Externo - Altura do filete

H = Altura do filete (diâmetro)


G37 - Ciclo automático de roscamento H = (0,65 x passo) x 2

A função G37 permite abrir roscas em diâmetros externos e Z... - Posição final do comprimento da rosca (absoluto )
internos, roscas paralelas e cônicas, simples ou de múltipla entrada (I...) - Conicidade incremental no eixo X para rosca cônica (diâmetro)
com apenas um bloco de informação, sendo que o comando fará o (incremental)
cálculo de quantas passadas serão necessário para o roscamento,
mantendo sempre o mesmo volume de cavaco da primeira passada. Obs: No caso de rosca cônica interna, o valor da função "I" deverá
ser negativo
Sintaxe da função:
G00 X... Z... # (Posicionamento Inicial Pi) K... - Passo da rosca (incremental)
G37 X... Z... (I...) K... D... E... (A...) (B...) (W...) (U...) (L...) # D... - Profundidade da 1ª passada
D = H / (Raiz quadrada do nº de passes)

Observação: Funções entre parênteses são opcionais. E... - Distância de aproximação para início de roscamento (incremen-
tal) (diâmetro)

E= Diâmetro posicionado - Diâmetro externo (usinagem externa)

E= Diâmetro da crista - Diâmetro posicionado (usinagem interna)

(A...) - Abertura angular entre entradas da rosca (graus)

30
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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Obs: O valor dado a "K" é o passo nominal multiplicado pelo nº de Programa de Execução:
entrada da rosca.
: ( Usinagem anterior)
(B...) - Ângulo de alimentação para roscamento (graus) T0404 # (Chamada da ferramenta e Corretores)
(W...) - Parâmetros para ângulo de saída de rosca G54 # (Origem Zero peça)
M13 # (Faixa de rotação)
W0 - 90 graus, W1 = 30 graus, W2 = 45 graus, W3 = 60 graus G97 # (Programação em rpm direto)
S700 M03 # (rpm e sentido de giro do eixo árvore)
(U...) - Profundidade do último passe da rosca (diâmetro) (increm en- G00 X25. Z65. M08 # (Posiciona/o inicial da rosca e liga refrig.)
tal) G37 X16.75 Z28.5 K2.5 D.98 E5. U.05 L2 # (Ciclo autom. de rosca)
(L...) - Número de repetições do último passe da rosca (acabamento) G00 X150. Z150. M09# (Ponto de troca final e desliga refrigerante)
M30 # (Final de Programa)

G37 - Exemplo de fixação externo


G37 - Exemplo de fixação interno
Objetivo:
Usar na peça abaixo a função G37 como ciclo de rosca- Objetivo:
mento com 11 passadas. Usar na peça abaixo a função G37 como ciclo de rosca-
mento com 11 passadas.
Desenho da peça:
Material: Aço O 40mm X 60 mm Desenho da peça:
Material: Aço O 40mm X 60 mm

Ferramenta:
Suporte: Rosca Interna Direita 60º

Cálculos:

H = (0.65x 2.5) x 2 = 3.25


X = 40 - 3.25 = 36.75 (Diâmetro do furo)
D = Profundidade da 1ª passada = 3.25 / 3.31= 0.98
E = 36.75 – 31.75 = 5

Programa de Execução:
Ferramenta:
Suporte: Rosca Externa Direita 60º
: ( Usinagem anterior)
T0404 # (Chamada da ferramenta e Corretores)
G54 # (Origem Zero peça)
M13 # (Faixa de rotação)
G97 # (Programação em rpm direto)
S700 M03 # (rpm e sentido de giro do eixo árvore)
G00 X31.75 Z45. M08 # (Posiciona/o inicial da rosca e liga refrig.)
G37 X40. Z-5. K2.5 D.98 E5. U.05 L2 # (Ciclo autom. de rosca)
G00 X150. Z150. M09# (Ponto de troca final e desliga refrigerante)
Cálculos: M30 # (Final de Programa)

H = (0.65x 2.5) x 2 = 3.25


D = Profundidade da 1ª passada = 3.25 / 3.31= 0.98 G37 - Exemplo de fixação com Múltipla entrada
E = 25-20 = 5
X = 20 - 3.25 = 16.75 (Diâmetro interno) Objetivo:
Usar na peça abaixo a função G37 como ciclo de roscamento com 11
passadas.

Desenho da peça:
Material: Aço O 40mm X 60 mm

31
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Onde:

X = Diâmetro de referência para início de torneamento (vide regra de


posicionamento)
Z = Comprim ento de referência para início de torneam ento (vide
regra de posicionamento)
I = Sobremetal para acabamento no eixo X
K = Sobrem etal para acabamento no eixo Z
(U1) = Pré-alisamento paralelo ao perfil final, mantendo as dimen-
sões pré-estabelecidas
W = Incremento por passada no diâmetro
P = Sub-programa que contém as dimensões de acabamento do
perfil final da peça
F = Avanço programado para desbaste

Exemplo:

N50 G66 X75. Z82 I1. K.2 U1 W3. P10 F.2 #

Notas:

- Na função G66 o sub-programa não aceita inversões de cotas nos


eixos "X" e "Z".
- A função G66 não é Modal e requer um sub-programa com as
dimensões de acabamento da peça .
- Sempre o último valor de ‘X’ do sub-program a (Externo ou Interno),
deverá informar o diâmetro bruto do material, no caso de furos infor-
mar seu diâmetro.
Ferramenta:
Suporte: Rosca Externa Direita 60º
Regra de posicionamento para os eixos X e Z
Cálculos:
Externo
H = (0.65x 2.5) x 2 = 3.25 - A regra para posicionamento inicial do ciclo de desbaste externo
D = Profundidade da 1ª passada = 3.25 / 3.31= 0.98 deverá seguir as seguintes condições:
E = 25-20 = 5
X = 20 - 3.25 = 16.75 (Diâmetro interno) X = Maior diâmetro da peça em bruto + 4 mm
(K) Passo real = Passo nominal x nº de entradas Z = Comprimento da peça em bruto + 2 mm
K= 2.5 x 2 = 5

Programa de Execução: Interno


- A regra para posicionam ento inicial do ciclo de desbaste interno
: ( Usinagem anterior) deverá seguir as seguintes condições:
T0404 # (Chamada da ferramenta e Corretores)
G54 # (Origem Zero peça) X = Menor diâmetro da peça em bruto - 4 mm
M13 # (Faixa de rotação) Z = Comprimento da peça em bruto + 2 mm
G97 # (Programação em rpm direto)
S700 M03 # (rpm e sentido de giro do eixo árvore) Observações:
G00 X25. Z65. M08 # (Posic. inicial da rosca e liga refrigerante) Para utilizarmos o mesmo sub-programa de desbaste, no
G37 X16.75 Z28.5 K5. D.98 E5. U.05 L2 A0 # (1ª entrada) acabamento da peça, utilizando-se ferramentas diferentes, será
G37 X16.75 Z28.5 K5. D.98 E5. U.05 L2 A180. # (2ª entrada) necessário que ambas estejam no mesmo quadrante.
G00 X150. Z150. M09# (Pto de troca final e desliga refrigerante)
M30 # (Final de Program a) As funções "G" admissíveis no sub-programa são G1,G2,G3,G4 e
G73.

G66 - Ciclo automático de desbaste longitudinal


Comportamento do ciclo G66
Este ciclo permite a usinagem de desbaste completa da peça, utili-
1- Partindo do posicionamento inicial (P1) o ciclo efetua passes de
zando-se apenas de um bloco de program ação, contendo apenas os
desbaste Longitudinais respeitando os parâmetros program ados na
parâmetros necessários para sua execução.
função.
Sintaxe da função: G66 X... Z... I... K... ( U1 ) W... P... F... #

32
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

2- Uma vez programado o parâmetro U1 o ciclo realiza um pré-


alisamento paralelo ao perfil final, mantendo o sobrem etal.

2. FERRAMENTAS:
Suporte: PCLNR 2020 K-12

Programa de Execução:

PROGRAMA PRINCIPAL

3- Após executar o ciclo de desbaste a ferramenta retornará automa- ; EIXO # Nome do programa
ticamente ao ponto inicial (P1) programado no bloco G66 T0101;DESB. / ACAB.# Selec. Ferr. e corretor
G54 # Origem zero peça
M13 # Faixa de rotação
G96# Progr. em V C cte
S180. # Valor de V C
G92 S1500 M03 # rpm e sentido de giro
G00 X150. Z150. # Ponto de troca
G00 X85. Z70. M08 # Posic. rápido / Refrig.
G00 X-1. Z70. F.1 # Faceamento
G66 X84. Z72. I1. K.3 U1 W4. F.25 P10 # Ciclo de desbaste
G00 X16. Z72. # Posicionamento rápido
G42 # Compensação do raio da ferramenta
P10 # Chama sub-programa
G40# Descompensação do raio da ferramenta
G01 X84. Z25. M09 # Descompensação
G00 X150. Z150. # Ponto de troca
M30 # Fim de programa

SUB-PROGRAMA ( P 10 )

;EIXO_SB # Nome do sub-programa


G01 X16. Z70. F.15 # Aproximação usada p/ compensar
G66 - Exemplo de fixação externo G01 X20. Z68. # Interpola do chanfro
G01 X20. Z55. # Torneia rebaixo
Objetivo: G02 X30. Z50. R 5.# Interpola raio
Usar a função G66 (ciclo de desbaste longitudinal), usando G01 X50. Z50. # Faceia o rebaixo
o seu sub-programa para o acabamento com a mesma ferramenta. G01 X50. Z40. # Torneia rebaixo
G01 X80. Z25. # Interpola chanfro
Obs: material com 0,5mm sobre metal no comprimento. M02 # Final do sub-programa

1. DESENHO DA PEÇA:
Material: Aço O 80mm X 70.5 mm

33
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

G66 - Exemplo de fixação interna G67 - Ciclo automático de desbaste transversal


Objetivo: Este ciclo permite a usinagem de desbaste completa da
Aplicar a função G66 (ciclo de desbaste) internamente. peça, utilizando-se apenas de um bloco de programação contendo os
parâmetros necessários para sua execução.
Considerar:
A peça já vem com o furo de 22 mm de diâmetro, por 25 Sintaxe da sentença: G67 X... Z... I... K... ( U1 ) W... P... F... #
mm de comprimento.
Usinar utilizando apenas 1 (uma ) ferramenta.
Utilizar sub-programa para dar o acabamento.

1. DESENHO DA PEÇA:
Material: Aço O 65mm X 40 mm

Onde:

X = Diâmetro de referência para início de torneamento (vide regra de


posicionamento)
Z = Comprimento de referência para início de torneam ento (vide
regra de posicionamento)
I = Sobremetal para acabamento no eixo X
K = Sobrem etal para acabamento no eixo Z
2. FERRAMENTAS:
(U1) = Pré-alisamento paralelo ao perfil final, mantendo as dimen-
Suporte: S25T - PCLNR –12
sões pré-estabelecidas
W = Incremento por passada no comprimento
P = Sub-programa que contém as dimensões de acabamento do
perfil final da peça
F = Avanço programado para desbaste

Exemplo:

N50 G67 X75. Z82 I1. K.2 U1 W1.5 P10 F.2 #

Notas:
Programa de Execução: Na função G67 o sub-programa não aceita inversões de co-
tas nos eixos "X" e "Z".
PROGRAMA PRINCIPAL A função G67 não é Modal e requer um sub-programa com
as dimensões de acabament o da peça .
; CANECA Sempre o último valor de ‘X’ do sub-program a (Externo ou
T0101; FERRAMENTA INTERNA # Interno), deverá informar o diâmetro bruto do material, no caso de
G54 # furos informar seu diâmetro.
M13 #
G96 #
S180. # Regra de posicionamento para os eixos X e Z
G92 S1500 M03 #
M08 # - A regra para posicionamento inicial do ciclo de desbaste externo
G66 X16. Z2. I1. K.2 U1 W1. P11 F.15 # deverá seguir as seguintes condições:
G00 X46. Z2. # X = Maior diâmetro da peça em bruto + 4 mm
G41 # Z = Comprimento da peça em bruto + 2 mm
P11 #
G40 # - A regra para posicionam ento inicial do ciclo de desbaste interno
G01 X18. Z-21. # deverá seguir as seguintes condições:
G00 X18. Z50. #
G00 X100. Z50. M09 # X = Diâmetro do furo da peça em bruto - 4 mm
M30 # Z = Comprimento da peça em bruto + 2 mm
SUB-PROGRAMA Observações:
Para utilizarmos o mesmo sub-programa de desbaste, no
; CANECA SB # acabamento da peça, utilizando-se ferramentas diferentes, será
G01 X46. Z0 F.15 # necessário que ambas estejam no mesmo quadrante.
G02 X42. Z-2. R2. # As funções "G" admissíveis no sub-program a são
G03 X32. Z-7. I32. K-2. # G1,G2,G3,G4 e G73.
G01 X32. Z-16. #
G01 X20. Z-21. #
M02 #

34
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Comportamento do ciclo G67 1. DESENHO DA PEÇA:


Material: Aço O 90mm X 47 mm
1- Partindo do posicionamento inicial (P1) o ciclo efetua passes de
desbaste transversais respeitando os parâmetros programados na
função.

2- Após o desbaste, uma vez programado o parâmetro U1 a ferra-


menta retorna ao ponto inicial (P1), se posiciona novamente e realiza
um pré-alisamento paralelo ao perfil final, mantendo o sobremetal.

2. FERRAMENTAS:
Suporte: PCLNR 2020 K12

PROGRAMA PRINCIPAL

;EIXO # Nome do programa


T00;T0101DESB./ACAB. # Cancela corretores
G54 # Origem zero peça
G00 X150. Z150. # Ponto de troca
3- Após executar o ciclo totalmente a ferramenta retornará automati-
T0101;DESB.ACAB.# Selec. Ferr. e corretor
camente ao ponto inicial (P1) programado no bloco G67.
M13 # Faixa de rotação
G96# Progr. em V C cte
S180. # Valor de V C
G92 S1500 M03 # rpm e sentido de giro
M08 # Liga Refrigerante.
G67 X94. Z49. I1. K.2 U1 W2. F.10 P10 # Ciclo de desbaste
G00 X11. Z49. # Posicionamento rápido
G42 # Compensação do raio da ferramenta
P10 # Chama sub-programa
G40 # Descompensação do raio
G01 X94. Z15. M09 # Descompensação
T00;T0101DESB./ACAB. # Cancela corretores
G54 # Origem zero peça
G00 X150. Z150. # Ponto de troca
M30 # Fim de programa

G67 - Exemplo de fixação externo

Objetivo:
Usar a função G67 (Ciclo de desbaste Transversal ), usan-
do o seu sub-programa para o acabamento com a mesma ferramen-
ta.
Obs: material com 0,5 mm de sobre metal no comprimento.

35
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

SUB-PROGRAMA ( P 10 ) SUB-PROGRAMA

; EIXO_SB. # Nome do sub-programa ; TAMPA SB


N10 G01 X11. Z47. F.15 # Aproximação usada p/ compensar N10 G01 X120 Z65. F.15 #
N20 G01 X15. Z45. # Interpola chanfro N20 G01 X102.68 Z50. #
G01 X15. Z35. # Torneia rebaixo N30 G01 X60. Z50. #
G01 X50. Z35. # Faceia o rebaixo N40 G01 X60. Z30. #
G01 X50. Z25. # Torneia rebaixo N50 G03 X40. Z20. R10. #
G01 X60. Z20. # Interpola chanfro N60 G01 X30. Z20. #
G01 X80. Z20. # Faceia o rebaixo N70 G01 X30. Z-2. #
G03 X90. Z15. R5. # Interpola o raio N80 G01 X25. Z-2. #
M02 # Final do sub-program a N90 M02 #

G67 - Exemplo de fixação interno G74 - Ciclo automático de torneamento


Objetivo: A função G74 exerce dupla função, ou seja, o mesmo códi-
Aplicar a função G67 (ciclo de desbaste Transversal) inter- go executando operações diferentes, sendo diferenciada apenas pela
namente. sua sintaxe.
A função G74 pode ser utilizada com o ciclo de torneamento
Considerar: paralelo ao eixo Z, o qual executa a usinagem com sucessivos pas-
A peça já vem com o furo de 28 mm . ses até o diâmetro desejado, utilizando-se das informações contidas
Usinar utilizando apenas 1 (uma ) ferramenta. na sentença.
Utilizar sub-programa para dar o acabamento.
G00 X... Z... # (Posicionamento Inicial Pi)
1. DESENHO DA PEÇA: Sintaxe da sentença: G74 X... Z... I... U1 F... #
Material: Aço O 65mm X 40 mm

Onde:

2. FERRAMENTAS: X... - Diâmetro final (absoluto)


Suporte: S25T - PCLNR - 12 Z... - Posição final (absoluto)
I... - Incremento por passada no diâmetro (incremental)
U1 - Recuo angular da ferramenta (opcional)
F... - Avanço

Exemplo:

N40 G00 X57. Z80. M08 # (Posicionamento inicial do ciclo)


N50 G74 X33. Z28. I3. U1 F.2 #

Nota:
PROGRAMA PRINCIPAL - Se a função "U1" for programada no ciclo de torneam ento, a cada
passada efetuada o comando fará um retorno em X, no sentido con-
; TAMPA # trário à penetração e com valor da função "I" , de onde fará a nova
T0101 # penetração da ferramenta .
G54 #
M14 # Observação:
G96 # - O posicionamento inicial do ciclo G74, é que define se o torneamen-
S180. # to é externo ou interno.
G92 S1500 M03 #
G00 X200. Z100. M08 #
G67 X21. Z67. I1. K.2 U1 W2.5 P10 F.25 # G74 - Exemplo de fixação para torneamento
G00 X120. Z67. #
G42 # Objetivo:
P10 # Usinar a peça abaixo usando a funções G74.
G40 # - Desbastar a peça com passes de 3 mm no diâmetro.
G01 X21. Z-2. #
G00 X21. Z100. # Desenho da peça:
G00 X200. Z100. M09 # Material: Aço O 60mm X 80 mm
M30 #

36
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Onde:

X= Diâmetro final (absoluto)


Z= Posição final (absoluto)
K= Incremento por passada em Z (incremental)
(U1)= Recuo angular da ferram enta (incremental)
F= Avanço

Observação:
Se houver a função "U1" no ciclo de faceamento, então a cada pas-
sada o comando fará um retorno no eixo Z, no sentido contrário à
penetração, com valor da função K até a posição inicial X.

G75 - Exemplo de fixação para faceamento

Ferramenta: Objetivo:
Suporte: PCLNR 2020 K12 Program ação da função G75 como ciclo de Torneamento Transversal
(Faceamento).

1. DESENHO DA PEÇA:
Material: Aço O 90 mm X 30 mm

Programa de Execução:

;EIXO # ( Nome)
T0101 # (Chamada da ferramenta e Corretores)
G54 # (Origem Zero peça)
M13 # (Faixa de rotação)
G96 # (Programação em Velocidade de corte constante Vc)
S180. # (Valor de Vc)
G92 S1000 M03 # (Limite máx. de rpm e sentido giro eixo árvore)
G00 X150. Z150. # (Ponto de troca inicial)
G00 X57. Z82. M08 # (Posiciona/o para o 1º passe e liga refrig.)
G74 X33. Z28. I 3. U1 F.25 # ( Ciclo automático de Desbaste)
G00 X150. Z150. M09# (Ponto de troca final e desliga refrigerante)
M30 # (Final de Programa)

G75 - Ciclo automático de faceamento 2. FERRAMENTA:


Suporte: PCLNR 2020 K12
A função G75 pode ser utilizada como ciclo de torneam ento paralelo
ao eixo X, auxiliando nos trabalhos de desbaste como ciclo de face-
amento.

G00 X... Z.... # (Posicionamento incial Pi)


Sintaxe da função: G75 X... Z... K... (U1) F... #

3. PROGRAMAÇÃO:

; TAMPA # Nome
T0101; FACEAR # Selec.ferr./corretores
G54 # Origem zero peça
M13 # Faixa de rotação
G97 # Progr. em rpm direta
S800 M03 # rpm/sentido de giro
G00 X150. Z150. # Ponto de troca
G00 X95. Z28. M08 # Posic. inicial
G75 X25. Z15. K2. U1 F.2 # Ciclo de faceamento
M09 # Desliga refrigerante
G00 X150. Z150.# Ponto de troca
M30 # Fim de programa

37
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

G74 - Ciclo automático de furação


A aplicação da função G74 como ciclo de furação, realiza furações
com descarga de cavacos, evitando com esse procedimento uma
possível quebra da broca utilizada.

G00 X.... Z.... # (Posicionamento inicial P1)


Sintaxe da função: G74 Z... ( W... ) F... #
3. PROGRAMAÇÃO:

;BUCHA # Nome
T0101;Broca centro# Selec.ferr./corretores
G54 # Origem zero peça
M13 # Faixa de rotação
G97 # Progr.em rpm direta
S1000 M03 # rpm/sentido de giro
G00 X150. Z150. # Ponto de troca
G00 X0 Z75. M08 # Posic. rápido
G01 X0 Z69. F.05 # Ref. de centro
G04 D1. # Parada
G01 X0 Z60. # Abre o furo de centro
G04 D1. # Parada
G00 X0 Z75. # Recuo
G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca
M00 # ou M06 # Parada no Programa para a troca de ferra/a
T0202; Broca 15mm # Selec.ferr./corretores
Onde: G54 # Origem zero peça
M13 # Faixa de rotação
Z = Posição Final. ( absoluto ) G97 # Progr.em rpm direta
(W) = Distância para quebra de cavacos. ( incremental ) S650 M03 # rpm/sentido de giro
F = Avanço programado para furação. G00 X0 Z75. M08 # Posic. inicial
G74 Z-5. W 15. F.15 # Ciclo de furação
Nota G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca
A função G74 não é MODAL M30 # Fim de programa

Observação:
Na ausência da função W, o eixo Z avança para o ponto final em
movimento contínuo. Exercício:

Usinar a peça abaixo

Exemplo: o
30 2 x 45
Objetivo:
Programação da função G74 ( como ciclo de furação) o
2 x 45
1. DESENHO DA PEÇA:

Material: Aço O 50mm X 70 mm


φ 70
φ 15

φ 40

100

Usar a função M27 e M26

Observação: No último passe de penetração, a broca retorna ao


ponto inicial.

2. FERRAMENTAS:
Broca de centro
Broca Helicoidal 15 mm

38
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

G75 - Ciclo automático de canais

Este ciclo permite o sangramento de canais eqüidistantes, com que-


bra de cavacos, programados em um único bloco de programação.

G00 X... Z.... # (Posicionamento inicial Pi)


Sintaxe da função: G75 X... Z... ( W...) K... ( D... ) F... #

3. PROGRAMAÇÃO

; EIXO COM CANAIS# Nome do programa


T 0101 ; CENTRO # Selec.ferr / corretor
G54 # Origem zero peça
M13 # Faixa de rotação
G97 # Rpm direto
S1000 M03 # Rpm / sent. de giro
G00 X150. Z150. M08 # Ponto de troca inicial
G00 X0 Z102. # Posicionamento inicial
G01 X0 Z99. F.1 #
G04 D1. #
Onde: G01 X0 Z92. #
G04 D1. #
X = Diâmetro Final. (absoluto) G00 X0 Z102. #
Z = Posição Final. (absoluto) Obs: último canal G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca
(W) = Distância para quebra de cavacos. (incremental) Obs: no diâ- M00 # Parada no programa
metro M27 # Avança a Manga
K = Incremento por passada em Z. (incremental) Obs: distância M06 # Libera o giro da torre
entre canais T 0202 ; DES./ACAB. # Selec.ferr / corretor
(D) = Tempo de permanência. (segundos) G54 # Origem zero peça
F = Avanço. M13 # Faixa de rotação
G97 # Rpm direto
Notas: S1500 M03 # Rpm / sent. de giro
A função G75 não é Modal: G00 X68. Z102. M08 # Posicionamento inicial
Na ausência do parâmetro "W" , o eixo "X" avança para o diâmetro G74 X61. Z81.2 I4. U1 F.25 #
final com movimento contínuo. G00 X54. Z102. #
G01 X54. Z100. #
Observações: G01 X60. Z97. #
Somente usar o ciclo para canais eqüidistantes. G01 X60. Z81. #
G01 X75. Z81. #
G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca
G75 - Exemplo de fixação para canais M06 #
T 0303 ; CANAL # Selec.ferr / corretor
Objetivo: G54 # Origem zero peça
Usar a função G 75 (como ciclo de canal ). M13 # Faixa de rotação
G97 # Rpm direto
1. DESENHO DA PEÇA: S1000 M03 # Rpm / sent. de giro
Material: Aço O 70 mm X 100 mm G00 X75. Z67. M08 # Posicionamento inicial
G 75 X60. Z25. K14. F.1 D1. W5. #
G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca
M00 # Parada no programa
M26 # Recua a Manga
M30 # Fim de programa

Composição de um programa CNC


A composição de um programa CNC baseia-se nas infor-
mações geom étricas e tecnológicas necessárias para a execução de
uma determinada peça. Tal composição deverá ser estruturada com
os seguintes elementos:

1. Cabeçalho

Através do cabeçalho do programa são introduzidos o no-


me do programa e as funções que determinam os modos de progra-
2. FERRAMENTAS: mação, necessários a execução do programa, tais como o sistema
Observação: A largura da ferramenta de bedame, deverá estar na de coordenadas empregado, o plano de trabalho desejado, o sistema
medida. de medição e etc.

39
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

2. Comentários É permitida a programação sem numeração de bloco, po-


O caractere que define um comentário é o ponto e vírgula rém, neste caso não será possível o adiantamento do programa para
( ; ). um bloco intermediário nem a utilização de instruções de salto.
O texto de um comentário deverá estar logo após o carac-
tere ";" através do qual é possível passar instruções ou informações
ao operador. 5. Ponto de troca
Os comentários devem ser inseridos no final do bloco ou
em blocos isolados, jamais no meio do bloco. O ponto de troca é um posicionamento definido na progra-
Um comentário poderá ter até 120 caracteres dos quais mação para promover as trocas de ferramentas necessárias à exe-
apenas 43 serão apresentados no campo de comentários da tela. cução da peça.
Lembramos que para isso deve-se desligar o eixo árvore
Obs: O com entário inserido no início do program a sem o núm ero de (através de M00 para troca manual ou M06 para troca automática) , e
bloco (função N), será apresentado ao lado do número do programa normalmente é efetuado através da sintaxe T00 seguida pelo Zero
no diretório de programas do com ando, caracterizando assim o nome Peça e posicionamento desejado (Vide Estrutura Básica de Progra-
do mesm o. mação).

3. Chamada de ferramenta 6. Final de Programa


A chamada das ferramentas operantes é feita através da
função auxiliar "T" (formato T4, quatro dígitos), cujo os dígitos numé- O final do programa será representado por uma função
ricos definem o número da ferramenta e corretor, e também pelas miscelânea específica entendida pelo comando, e tal instrução deve-
instruções inerentes a sua utilização tais como definição de Zero rá estar sozinha na sentença e na última linha de programação, a
Peça, Faixa de rotação, Definição de rpm e Sentido de giro. qual promoverá o retorno ao início do programa.
Lembramos que na troca de ferramenta automática é efe-
tuada pela função "T", seguida pela função miscelânea "M06" que
libera o giro de Torre. Estrutura básica de programação
3.1. Origem Zero peça
Um programa CNC, deverá ser estruturado basicam ente pelos se-
guintes elementos:
Através da função preparatória G54 ou G55 define-se a o-
rigem zero (X0,Z0), do sistema de coordenadas da peça.
Cabeçalho de Programa
Atenção: Este é um dado muito importante, pois caso queira iniciar
uma usinagem no meio do program a, por exemplo para uma corre-
; Eixo # (Nome do Programa)
ção de medida, na falta da origem G54 ou G55 a ferramenta procura
N10 G99 # (Retorno ao Zero máquina)
o zero máquina, e ai a colisão é inevitável.
N20 G95 # (Programação de avanço por rotação)
N30 G90 # (Programação no Sistema de Coordenadas Absolutas)
3.2. Faixa de rotação
N40 G71 # (Programação em Milímetros)
N50 G20 # (Programação em diâmetro)
As funções auxiliares de "M10 a M14" , determinam as fai-
N60 G18 # (Plano de trabalho X,Z)
xas de rotação que poderão ser utilizadas dentro das etapas de
:
usinagem.
Obs: Na maioria dos comandos estas funções de programação são
"Default", ou seja, são condições básicas de funcionamento.
FAIXA I M11 rpm 18 a 475 A C
FAIXA II M12 rpm 28 a 750 B C
FAIXA III M13 rpm 75 a 1900 A D
Chamada de ferramenta
FAIXA IV M14 rpm 118 a 3000 B D
:
N70 T00; T0101 DESBASTE # (Cancela corretores e avisa qual
Obs: As faixas acima referem-se a máquina CENTUR 20 RV
ferramenta vai entrar)
N80 G54 # (Origem Zero Peça).
3.3. Definição do RPM e Sentido de giro
N90 G00 X150. Z150. # (Posicionamento do Ponto de troca)
N100 T0101 ; DESBASTE # (Chamada de ferramenta e corretores)
Na definição da rotação a função preparatória G96 deverá
N110 M06 # (Libera o giro de torre em caso de troca automática)
ser utilizada, quando se deseja promover a variação do rpm dentro
:
de uma determinada faixa de rotação, caso contrário, deve-se usar a
função G97 ou seja rpm direto.
Aplicando-se a função G96, através da função auxiliar "S"
Definição de rotação (com variação de rotação)
determina-se o valor de Vc utilizado, com o qual o comando fará os
:
devidos cálculos de variação de rpm, de acordo com os diâmetros
N120 M13 # (Define a faixa de rotação a ser utilizada)
usinados. Caso tenha sido feito o uso da função G97, a função auxi-
N130 G96 # (Programação em velocidade de corte constante Vc)
liar "S" determina apenas o valor de rpm a ser utilizado.
N140 S180. # (Valor de Vc)
A função G92 deverá ser utilizada sempre que for feita a
N150 G92 S1500 M03 # (Limite máximo de rpm e sentido de giro)
programação usando a função G96, pois ela tem por finalidade limitar
:
a rpm máxima aplicada, indiferente do diâmetro usinado. Já a função
miscelânea M03 (sentido horário de giro) ou M04 (sentido anti-horário
ou (sem variação de rotação)
de giro) definem o sentido de giro da placa, visto frontalmente.
:
N120 M13 # (Define a faixa de rotação a ser utilizada)
4. Blocos de Usinagem
N130 G97 # (programação em rpm direto)
N140 S1500 M03 # (Valor de rpm e sentido de giro)
Um bloco de usinagem contém todas as informações ne-
:
cessárias à execução de um a etapa do programa. Está limitado em
43 caracteres por linha e pode ser subdividido em várias linhas de
programação.
O número do bloco pode ser escolhido livremente, obede-
cendo a uma ordem de aparecimento na programação, porém, não
deverá haver mais de um bloco com o mesmo número.

40
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Blocos de usinagem Utilização da função "T00" na determinação do Ponto de Troca

: Na determinação do ponto de troca a função "T00", segui-


N160 G00 X50. Z45. M08 # (Posicionamento rápido e liga refrigeran- da da função de origem Zero peça (G54 ou G55) e de um posiciona-
te) mento pré estabelecido, tem participação fundamental no posicio-
N170 G01 X80. Z60 F.25 # (Interpolação linear com avanço progra- namento da torre, pois ela cancela os balanços das ferramentas
mado) fazendo com que a torre, independente da ferram enta utilizada
: sempre pare no mesma posição.
No bloco contendo a função T00 recomenda-se que se co-
loque como comentário sempre a ferramenta desejada.
Trocas de ferramentas (manual)

: Exemplo de utilização da função T00 na determinação do ponto


N200 T00 ; T0202 ACABAMENTO # (Cancela corretores e avisa de troca.
qual ferramenta vai entrar)
N210 G54 # (Origem Zero Peça). :
N220 G00 X150. Z150. # (Posicionamento do Ponto de troca) T00 ; T0101 FERRA/a DE DESBASTE # (Canc. corretores, e avisa
N230 M00 # (Parada no programa em caso de troca manual) qual ferramenta vai entrar)
N240 T0202 ; ACABAMENTO # (Chamada de ferramenta e correto- G54 # (Origem zero peça)
res) G00 X150. Z50. # (Ponto de Troca)
: T0101 ; FERRAMENTA DE DESBASTE # (Chamada de ferramenta
e corretor)
ou (automática) :
T00 ; T0202 FERRA. INTERNA # (Cancela corretores, e avisa qual
: ferramenta vai entrar)
N200 T00 ; T0202 ACABAMENTO # (Cancela corretores e avisa G54 # (Origem zero peça)
qual ferramenta vai entrar) G00 X150. Z50. # (Ponto de Troca)
N210 G54 # (Origem Zero Peça). T0202 ; FERRA. INTERNA # (Chamada de ferram enta e corretor)
N220 G00 X150. Z150. # (Posicionamento do Ponto de troca) :
N230 T0202 ; ACABAMENTO # (Chamada da ferramenta e correto- M30 # (Fim de Programa)
res)
N240 M06 # (Libera o giro de torre em caso de troca automática) Obs: Na busca de uma determinada ferramenta, para início no meio
: do programa, que essa busca seja feita somente através da função
T00 até que se encontre a ferram enta desejada.
Obs: Lembramos que a busca de uma determinada ferramenta, para
início no meio do programa, deverá ser feita através da função "T00"
até que a mesma seja encontrada. Ilustração da utilização da função T00 na determinação do pon-
to de troca.

Final de programa

:
N300 T00 ; Final # (Cancela corretores de ferramenta)
N310 G54 # (Origem Zero Peça).
N320 G00 X150. Z150. # (Posicionamento do Ponto de troca)
N340 M30 # (Final de programa)

Ponto de Troca de Ferramenta

O ponto de troca é uma coordenada qualquer definida no


programa cujo objetivo é:

- Servir de ponto de partida para posicionamentos rápidos.


- Servir como ponto de parada para troca de ferramentas.
- Local seguro para giro de torre elétrica ou virar peças na placa.
- Paradas de programa, etc.

Este procedimento visa evitar colisões indesejáveis de fer-


ramentas, facilitar o trabalho por parte do operador da máquina e
aumentar a sua segurança.
Não utilizando a função "T00" na determinação do Ponto de
Troca.

Caso não se utilize a função T00 na determinação do ponto


de troca, o comando levará em consideração os balanços das ferra-
mentas envolvidas, fazendo com que a ponta útil das ferramentas
pare na mesma posição, porém, a torre irá parar em posições dife-
rentes.

Obs: Neste caso aconselha-se a colocar a origem zero peça, após a


chamada da ferramenta

41
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Exemplo de ponto de troca, sem a utilização da função T00.

:
T0101; FERRA. DE DESBASTE # (Chamada de ferra/a e corretor)
G54 # (Origem zero peça)
:
G00 X 150. Z50. # (Ponto de Troca)
:
T0202 ; FERRA INTERNA # (Chamada de ferra/a e corretor)
G54 # (Origem zero peça)
:
G00 X150. Z50. # (Ponto de Troca)
:
M30 # (Fim de Programa)

Ilustração da determinação do ponto de troca sem a utilização da


função T00. Onde:

Z = Posição Final. ( absoluto )


(W) = Distância para quebra de cavacos. ( incremental )
F = Avanço programado para furação.

Nota
A função G74 não é MODAL

Observação:
Na ausência da função W, o eixo Z avança para o ponto final em
movimento contínuo.

Exemplo:

Objetivo:
Program ação da função G74 ( como ciclo de furação)

1. DESENHO DA PEÇA:

Material: Aço O 50mm X 70 mm

Tabela para Elaboração de um Programa

Bloco Função Posiciona/o Funções


Analise
N Prep. Eixo X Eixo Z Auxiliares

N05

N10

N20

N30

N40
Observação: No último passe de penetração, a broca retorna ao
N50
ponto inicial.
N60

N70 2. FERRAMENTAS:
Broca de centro
N80 Broca Helicoidal 15 mm
N90

N100

G74 - Ciclo automático de furação


A aplicação da função G74 como ciclo de furação, realiza furações
com descarga de cavacos, evitando com esse procedimento uma
possível quebra da broca utilizada.

G00 X.... Z.... # (Posicionamento inicial P1)


Sintaxe da função: G74 Z... ( W... ) F... #

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o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

3. PROGRAMAÇÃO:

;BUCHA # Nome
T0101;Broca centro# Selec.ferr./corretores
G54 # Origem zero peça
M13 # Faixa de rotação
G97 # Progr.em rpm direta
S1000 M03 # rpm/sentido de giro
G00 X150. Z150. # Ponto de troca
G00 X0 Z75. M08 # Posic. rápido
G01 X0 Z69. F.05 # Ref. de centro
G04 D1. # Parada
G01 X0 Z60. # Abre o furo de centro
G04 D1. # Parada
G00 X0 Z75. # Recuo
G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca
M00 # ou M06 # Parada no Programa para a troca de ferra/a
T0202; Broca 15mm # Selec.ferr./corretores
G54 # Origem zero peça
M13 # Faixa de rotação
G97 # Progr.em rpm direta
S650 M03 # rpm/sentido de giro
G00 X0 Z75. M08 # Posic. inicial
G74 Z-5. W 15. F.15 # Ciclo de furação
G00 X150. Z150. M09 # Ponto de troca
M30 # Fim de programa

Exercício:

Usinar a peça abaixo

30 2 x 45o

o
2 x 45
φ 70
φ 15

φ 40

100

Usar a função M27 e M26

43
o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Tabela para Elaboração de um Programa

Bloco Função Posiciona/o Funções


Analise
N Prep. Eixo X Eixo Z Auxiliares

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Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

Parâmetros de utilização da Ferramenta

Os dados sobre os suportes de ferramentas e pastilhas de


metal duro, são muito importantes , principalmente os referentes às
informações sobre as pastilhas (insertos), para a otimização do pro-
cesso de usinagem. Tais informações deverão ser obtidas através de
catálogos dos fabricantes, viabilizando da melhor maneira o trabalho
a ser executado.

Qual é o tipo do Inserto ?


Qual é a Classe da Pastilha ?
Qual é o raio da Pastilha ?
Qual é o rpm adequado ?
Qual é a velocidade de corte especificada ?
Qual é o tipo de Suporte porta-ferramenta ?
Qual é o tipo de lubrificação adequada ?

Chave de código de Pastilha

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o
Automação – CNC 3 Ciclo de Técnico em Mecânica

ETE “Cel. Fernando Febeliano da Costa”

AUTOMAÇÃO
CNC

3o Ciclo de
Técnico em Mecânica

Prof. Eng. Mec. Claudinei Bigaton

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