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Publicado em 28 de Abril de 2011 as 03:23:28 PM Comente

Uma das formas de operação do Espírito Santo, na atual dispensação, é através da concessão de
dons aos servos do Senhor.

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c c c#") . Depois do revestimento do
poder, também chamado de ³dom do Espírito Santo´ (cf. At.2:38; 10:45), o Senhor deixa à
disposição uma série de dádivas para que Seu povo possa eficazmente cumprir as tarefas
cometidas à Igreja até que o Senhor Jesus volte para buscá-la. São os ³dons do Espírito Santo´
que o Espírito reparte particularmente a cada crente como quer (I Co.12:11).

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c " "c"&. Preocupante, porém, tem sido a negligência da
esmagadora maioria dos crentes pentecostais na atualidade na busca destes dons, uma
necessidade premente na Igreja, notadamente quando se aproxima o dia da volta de Cristo, o que
faz com que vivamos dias trabalhosos, de aumento da iniquidade e, portanto, de grande opressão
maligna, a exigir, de cada um de nós, o máximo de poder de Deus que pudermos obter de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.

I - OS DONS ESPIRITUAIS FORAM POSTOS À DISPOSIÇÃO DA IGREJA PELO PRÓPRIO SENHOR

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. A transmissão de poder dá-se a partir do revestimento
de poder, que é o batismo com o Espírito Santo, conforme dito pelo próprio Jesus em Lc.24:49.

- Entretanto, c  
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c . Ao
contrário do que muitos crentes acham, o batismo com o Espírito Santo é apenas o início desta
transmissão de poder, o estágio inicial para uma vida de consagração a Deus e de vaso para que o
poder de Deus se manifeste a favor da humanidade. Não é por outro motivo que o batismo com o
Espírito Santo é o primeiro ato revelador da Igreja para os homens, no limiar do livro de Atos dos
Apóstolos. Que tenhamos este entendimento para que, ao contrário do que anda ocorrendo na
igreja dos nossos dias, os crentes não se satisfaçam com o batismo com o Espírito Santo e
encerrem sua jornada espiritual no seu primeiro degrau.

OBS: É elucidativo verificar que uma das reuniões da Congregação Cristã no Brasil, denominação
pentecostal criada em 1910, no Brasil, também sob o impacto do avivamento da rua Azusa, é
chamada de ³busca de dons´, a refletir, portanto, qual era o pensamento e a mentalidade vigentes
no início do avivamento que deu início ao movimento pentecostal mundial, pensamento e
mentalidade que precisam ser resgatados na atualidade, máxime quando se aproxima o dia do
arrebatamento da Igreja. Como nos alerta a Palavra de Deus, ³quem é santo, seja santificado
ainda´ (Ap.22:11 ³in fine´), ³porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que
quando aceitamos a fé´ (Rm.13:11 ³in fine´).

- Os dons espirituais são chamados, no original grego, de ³charismata´(?????????), palavra que


significa ³graças´, ou seja, os dons espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus
concede aos homens que estão dispostos a servi-l¶O e que, por obediência, já alcançaram o
batismo com o Espírito Santo.

- A verificação do significado da palavra ³charismata´"(?????????) é muito importante, pois


demonstra, de forma cabal, que  c  c" 


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 , decorrem do
exercício da Sua infinita misericórdia, não havendo, portanto, qualquer merecimento, qualquer
mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um dom espiritual. O dom
espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que outro, mas em
virtude da soberana vontade do Senhor. Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de
Deus: ³Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um
como quer.´ (I Co.12:11).

- Nem sempre temos esta noção na igreja. Muitos são os que acham que os portadores de dons
espirituais são crentes superiores aos demais, que têm um nível maior de espiritualidade e que,
em razão disto, desfrutam de uma posição diferenciada no meio da comunidade. Este
pensamento, inclusive, tem feito com que muitos crentes andem à procura destes irmãos a fim de
que obtenham curas divinas, maravilhas, sinais ou profecias, num comportamento totalmente
contrário ao que determina a Palavra de Deus, que ensina que os sinais seguem os crentes e não
que os crentes correm atrás de sinais (Mc.16:17,20).

- Jesus não aprovou esta conduta, típica dos judeus formalistas e descrentes (Mt.12:38,39).
Nenhum outro sinal devemos buscar, como disse nosso Senhor e Salvador, senão a Sua
ressurreição, que é a garantia da aceitação do Seu sacrifício e do perdão dos nossos pecados.
Creiamos em Deus e em Seu Filho(Jo.20:29).

OBS: ³«Um ministro verdadeiramente cristão buscará muito mais fazer o bem espiritual para as
almas dos homens do que obter para si os maiores aplausos«´ (HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico Conciso, p. 1524.In: Master Christian Library, CD-ROM) (tradução nossa). Como este
ensino precisa ser rememorado por muitos ministros do evangelho nos dias de hoje«

- Há, ainda, um agravante nesta conduta de busca de irmãos portadores de dons espirituais. Esta
prática é um comportamento que faz com que a pessoa que busque tais ³irmãos abençoados´
mostre, claramente, a sua incredulidade, visto que, se somos salvos, temos o Espírito Santo em
nós mesmos. Assim sendo, não há qualquer necessidade de buscarmos o Espírito Santo em
outrem. Tal conduta revela que tais pessoas estão sendo iludidas pelo inimigo e já não creem que
são templo do Espírito Santo. Tomemos muito cuidado, pois, nos últimos dias desta dispensação,
muitos correrão de um lado para outro atrás do Cristo, quando o Cristo tem de estar em nós
(Mt.24:23-26).

- A posse dos dons espirituais é, sem dúvida, uma grande bênção que Deus nos dá, é mais um
talento concedido pelo Senhor aos Seus servos, é mais uma ferramenta que é colocada à
disposição da Igreja através de um vaso escolhido. Indubitavelmente, devemos, como servos do
Senhor, buscar os dons espirituais, pois eles indicam que há um crescimento espiritual do seu
detentor, mas por vontade e misericórdia de Deus, para a Sua glorificação e a edificação espiritual
do povo de Deus, menina dos olhos do Senhor (Zc.2:8). Quem recebe um dom espiritual deve
estar consciente que, em razão deste dom, não foi feito melhor dos que os demais irmãos, mas,
bem ao contrário, foi-lhe dada uma responsabilidade ainda maior, de forma que deverá, sempre,
usar este dom conforme a vontade do Senhor e de acordo com as Escrituras, pois deve sempre
exercer este dom para a glória do nome do Senhor.
OBS: Neste ponto, aliás, é interessante observar o que diz a respeito a Constituição µLumen
Gentium´, o principal documento doutrinário do Concílio Vaticano II, que estabeleceu as diretrizes
da Igreja Romana a partir da década de 1960: ³«Estes carismas, quer eminentes, quer mais
simples e mais amplamente difundidos, devem ser recebidos com gratidão e consolação, pois que
são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja«.´ (Lumen Gentium 12. In: VIER
O.F.M., Frederico.u   
   , p.53). Também oportuno é o ensinamento do prof.
Felipe Aquino, católico romano: ³«A nossa vida espiritual tem duas dimensões, primeiro uma
dimensão voltada para dentro de nós e depois outra voltada para fora. Na segunda dimensão está
a Igreja, é a dimensão de comunidade, a dimensão de caminhar com o povo de Deus, e Deus nos
concede então os dons carismáticos, que não são necessariamente para nós mas para os outros,
por exemplo o dom da sabedoria que não é a sabedoria para alimentar a nós mas para alimentar
os outros, não apenas para nos orientar, o dom da fé, da ciência, o dom de cura, de milagres que
são dons como diz São Paulo para o bem da Igreja, para os outros, para utilidade de todos.
Quando nós exercemos os dons carismáticos não quer dizer que já somos santos, porque Deus
pode usar quem Ele quiser da maneira que quiser, mas é preciso dizer que quanto mais santo a
pessoa for mais fácil é para Deus usar essa pessoa, por isso os dons carismáticos não estão
separados dos dons de santificação, e eu até diria que existe uma grande interface entre eles,
quanto mais a pessoa vive os dons de santificação mais aptidão ela tem para viver os dons
carismáticos. Na dimensão interior estão os dons de santificação.´ (Dons carismáticos. Disponível
em: cancaonova.com/portal/canais/rcc/pg_dons_carism.php?menu_id=9 Acesso em 31 dez.
2003)

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 c "c ". Este
princípio bíblico, nem sempre ensinado pelos estudiosos da Bíblia Sagrada, decorre do próprio teor
das Escrituras. Não vemos os discípulos exercerem os dons espirituais antes de serem revestidos
de poder.

- Na nossa atual dispensação, é necessário que o Espírito Santo reparta os dons espirituais
conforme a Sua vontade entre os crentes, mas somente aqueles crentes que já estiverem
envolvidos pelo Espírito, a quem se transmitiu poder, transmissão esta que é feita única e
exclusivamente por força do batismo com o Espírito Santo. Todos os crentes que são mencionados
como portadores de dons espirituais no livro de Atos dos Apóstolos, são crentes que foram, antes
do exercício destes dons, revestidos de poder, batizados com o Espírito Santo. É o que vemos na
vida de Pedro, Paulo, Filipe e Estêvão, para ficarmos nos principais exemplos.

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 c c"# %&c c* #"+ (Mc.16:20), ele próprio poder de Deus
para a salvação de todo aquele que nele crê (Rm.1:16).

- Por isso dizemos que o crente pentecostal, ou seja, o crente que crê na operação ainda hoje do
Espírito Santo como agente transmissor de poder divino na pregação do Evangelho, é um crente
que crê no Evangelho completo, pois a pregação do evangelho abrange não só a notícia de que
Jesus é o Senhor e Salvador do mundo e que é preciso n¶Ele crer para alcançar o perdão dos
pecados e a salvação da alma, obtendo, assim, a vida eterna, como também esta mensagem é
confirmada da parte de Deus mediante a operação do Seu poder, através do batismo com o
Espírito Santo e, depois, dos dons espirituais, cuja recepção se torna possível em virtude do
revestimento de poder, do mergulho, da imersão do ser do crente no fogo do Espírito de Deus, no
seu completo envolvimento com a terceira Pessoa da Trindade Divina.
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 +". Não resta dúvida de que se trata de uma genuína pregação do Evangelho, pois o
Evangelho é poder de Deus para salvação e, portanto, não está no pregador a capacidade para o
convencimento dos pecadores, para o seu arrependimento e para o novo nascimento, mas, sim,
na virtude que emana da própria Palavra de Deus, que é mais penetrante do que espada alguma
de dois gumes e que penetra na divisão da alma e do espírito e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração (Hb.4:12).

- Entretanto, tal pregação será, sempre, algo que ficará sem a devida confirmação, sem o devido
respaldo, que ateste que o que foi falado não foi apenas palavra persuasiva de sabedoria humana,
uma grande exposição retórica, um discurso emocionador, mas demonstração de Espírito e de
poder(I Co.2:4).
- Em o nosso cotidiano, temos algo que pode bem ilustrar esta situação: o serviço postal abre-nos
a possibilidade de, quando encaminhamos um telegrama, termos a recepção de uma confirmação.
Quando optamos pelo recebimento da confirmação, temos a certeza de que a correspondência foi
entregue, podemos até usar a confirmação como prova caso surja algum problema posterior. Se
não temos a confirmação, temos a ideia de que a correspondência tenha sido entregue, mas não
teremos como provar. Assim é a pregação do evangelho que é confirmada pela demonstração de
Espírito e de poder.

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, dos
talentos individuais que alguém tenha. Sabemos que todas as coisas pertencem ao Senhor
(Sl.24:1) e que somos simples administradores do que Deus nos concede desde quando passamos
a existir como seres humanos (Gn.1:26-28). Somos mordomos de Deus. Assim, tudo que
achamos ter não é nosso, mas, sim, algo que nos foi confiado pelo Senhor.

- Entretanto, não podemos confundir os dons espirituais, que são ³«meios pelos quais o Espírito
revela o poder e a sabedoria de Deus, através de instrumentos humanos, que os recebem e bem
usam«´(BÉRGSTEN, Eurico. Ä  

 : doutrina do Espírito Santo, do homem, do
pecado e da salvação, p.39-40) , com habilidades que Deus tenha concedido a alguém, que as
possua naturalmente, que façam parte da sua natureza.

- Assim, por exemplo, sabemos que há pessoas que têm habilidades musicais ou artísticas,
alguém que tem uma memória prodigiosa, outros que têm uma capacidade de liderança, e assim
por diante, que são, sim, como sabemos, dádivas dadas por Deus aos indivíduos, mas que são
dádivas inseridas na natureza de cada um, sem que, para tanto, tenha havido a operação
sobrenatural de Deus, através do Espírito Santo, sem que tenha existido o envolvimento, o
revestimento de poder.

- Tais dotes naturais não podem, portanto, ser considerados como dons espirituais, pois são
talentos, dotes, dádivas naturais que, como tudo, provém de Deus, mas sem o sentido que aqui
estamos estudando. São habilidades, tendências e dotes que são dados ao homem natural, ou
seja, a qualquer ser humano, qualidades que existem independentemente de um relacionamento
de comunhão entre Deus e o homem.

- Já os dons espirituais, porém, são manifestações sobrenaturais do poder de Deus através de um


indivíduo, é o próprio Espírito Santo atuando, através de um servo do Senhor, para a realização de
ações que fogem às leis naturais e que são feitos que não se encontram na natureza do indivíduo,
mas algo que foi adquirido pelo instrumento de Deus pela Sua própria e soberana vontade.
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". Quando uma pessoa aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador passa por
uma completa transformação, pois o trabalho do Senhor é este mesmo: fazer com que as pessoas
passem da morte para a vida (Jo.5:24), saiam das trevas para a luz (I Pe.2:9). Como disse Paulo,
quem está em Cristo nova criatura é, as coisas velhas passaram e tudo se fez novo (II Co.5:17).

- Em razão disto, a pessoa nascida de novo, convertida ao Senhor, passa a ter um novo caráter,
tendo novas qualidades e realizando outras obras (Gl.5:22), o que caracteriza o que se denomina,
nas Escrituras, de fruto do Espírito Santo.

- Não obstante, este fruto do Espírito não se confunde com os dons espirituais. O fruto do Espírito
está presente em toda pessoa convertida, em toda nova criatura, em todo filho de Deus, o que
não acontece com os dons espirituais, que são dados individualmente, não a todos mas apenas a
alguns dentre os servos do Senhor, pois a Bíblia nos ensina que é repartido particularmente (I
Co.12:11), enquanto que o fruto é geral, tanto que Jesus disse que, por ele, seriam identificáveis
os Seus seguidores (Mt.7:17-20).

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, também
chamados de dons de Cristo, ainda que sejam também dádivas divinas deixadas à disposição da
Igreja. A distinção está na própria forma pela qual as Escrituras mencionam e tratam cada uma
destas figuras. Enquanto que os dons espirituais são mencionados como sendo repartidos
particularmente pelo Espírito Santo, segundo a Sua vontade, para a edificação espiritual dos
crentes, para utilidade dos crentes (I Co.12:4-11), os dons ministeriais são tratados como dádivas
vindas da parte de Jesus, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação da igreja (Ef.4:11,12), ou seja, os dons ministeriais são dádivas que são concedidas à
igreja pelo seu máximo governante, pela sua cabeça que, como comandante-em-chefe da Igreja,
escolhe, dentre os Seus servos, aqueles que devem coordenar, dirigir e orientar o povo de Deus.
- Os dons ministeriais não deixam, assim, de ser dádivas sobrenaturais, como são os dons
espirituais, mas sua função, no corpo de Cristo, é diferente: não se trata de operações episódicas,
de demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um consolo, uma
exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação do poder de Deus
para a igreja e, mesmo, para os não salvos, mas de uma atividade contínua, no meio do povo de
Deus, para que a igreja cumpra com suas tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o
aperfeiçoamento dos salvos.

- Enquanto que, com os dons espirituais, de forma sobrenatural, os crentes são usados pelo
Senhor como instrumentos para a manifestação de Seu poder, através dos dons ministeriais,
Cristo concede à Igreja homens que, diuturnamente, estarão servindo ao corpo de Cristo, que
serão, eles mesmos, verdadeiros dons para a igreja. Muito oportuno, aliás, o título que R.N.
Champlin deu, na sua Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, para o verbete que estuda os
dons ministeriais: ³homens como dons espirituais´. Os dons ministeriais são indivíduos, seres
humanos que Deus destaca para que suas vidas passam a ser um serviço para a igreja do Senhor.

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!" %2" c "c" ' (I Co.12:6), que seriam os poderes conferidos por Deus à igreja,
conhecidos como os sinais que seguem aos que creem e descritos em Mc.16:17,18.

- Sua presença, como se verifica, independe do revestimento de poder por parte dos crentes, pois
seu intuito é confirmar a palavra que é pregada, complementando, assim, com uma cooperação
direta do Senhor (cf. Mc.16:20), a pregação do Evangelho. Entretanto, à evidência, quando os
crentes são revestidos de poder, estas operações se intensificam e se multiplicam sobremaneira,
não tendo sido por outro motivo que o Senhor Jesus determinou que os discípulos aguardassem
antes o revestimento de poder para que, então, iniciassem a evangelização do mundo.

- Por fim, " c


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%' ou, ainda, como denomina o pastor Antonio Gilberto, consultor teológico das Lições
Bíblicas, em ³dons espirituais de ministérios práticos´, constantes da relação de Rm12:6-8, que se
distinguiriam dos outros dons ministeriais porque seriam relacionados mais às ações dos crentes,
à prática cristã, não tendo em vista o aperfeiçoamento espiritual dos crentes, como ocorre com os
outros dons, que aqui denominamos de ³dons ministeriais´, estes elencados em Ef.4:11.

II - O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS

- Mas, por que o Espírito Santo concede à Igreja dons espirituais? Paulo, ao escrever sobre o
tema, responde, inspirado pelo próprio Espírito: 'c c 
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+' ( I Co.12:7). ³Mas, o que profetiza fala aos homens, para edificação,
exortação e consolação´ (I Co.14:3).´Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai
abundar neles para edificação da igreja´ (I Co.14:3).

- Os dons espirituais são ³manifestação do Espírito dada a cada um para o que for útil´. De pronto,
vemos, pois, que os dons espirituais, enquanto manifestações do Espírito Santo, são
manifestações úteis, ou seja, que contribuem para a melhoria da Igreja, para o seu crescimento,
para o seu envolvimento com o Senhor.

- O que é ³ser útil´? Diz-nos o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: ³que pode ter ou tem
algum uso; que serve ou é necessário para algo´, ³que traz proveito, vantagem; de que resulta o
que se espera; proveitoso, profícuo, vantajoso´. A palavra latina ³utilis´ tem como significado
³µque serve, bom, vantajoso, válido´, exatamente o significado da palavra grega ³sympheron´
(????????) que se encontra no texto original.

- Assim, c 


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c ""c  c! ,"c
*"
'c! ,"c*  #"'c! ,"cc"'c  c c#") . A manifestação do Espírito
Santo, o Seu ³aparecimento´ de uma forma especial, tópica e episódica, tem em vista a
contribuição para que se obtenha, por parte da Igreja, do povo de Deus salvo por Cristo Jesus,
alguma vantagem, algo que se aproveite, que forneça ao povo de Deus o crescimento espiritual.
- De pronto, pois, vemos que o Espírito Santo é quem toma a iniciativa de manifestar-Se, o dom
espiritual sempre está sujeito à vontade do Espírito Santo que, conhecendo os corações e o estado
da Igreja, sabe que é necessária tal manifestação para promover o crescimento do povo do
Senhor.

- Por isso, &c "c "c c +# c c " c  c  c" 


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c 6 São eles que estão à disposição do Espírito e não,
vice-versa. Muitos portadores de dons espirituais acabam cometendo verdadeiros sacrilégios ao
acharem que deve haver a manifestação do dom que receberam no instante em que eles querem
e não no momento em que o Espírito Santo assim o desejar. Por isso, vemos tantas invencionices
na atualidade, visto que os portadores dos dons espirituais não entendem que o Espírito Se
manifesta quando houver necessidade, necessidade esta que não é avaliada pelo homem mas
unicamente pelo Santo Espírito.
- A manifestação dar-se-á apenas quando isto for ³útil´, ou seja, quando isto concorrer para o
bem da Igreja. ³Utilidade´ está ligada a ³vantagem´, a ³proveito´, a ³lucro´. Quando a Igreja
ganhar com esta manifestação, ela se dará conforme a vontade do Espírito Santo.

- A Igreja é ´ a geração eleita, sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncie
as virtudes d¶Aquele que a chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz´ (I Pe. 2:9). Desta
maneira, ³vantagem´, ³proveito´, ³utilidade´ será sempre algo que conceda à Igreja condições de
se manter neste patamar estabelecido pelo Senhor Jesus. A manifestação dos dons espirituais tem
em vista dar à Igreja condições para que ela seja propriedade de Jesus, proclamadora da salvação
em Cristo, um povo santo e pronto para oferecer a Deus um sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, o culto racional (Rm.12:1).

- Como manifestação do Espírito Santo,  c  c" 




c ""c "c*"c c
#+

%&c c" c7"  (Jo.16:14), bem assim nos fazer lembrar tudo quanto foi ensinado
pelo próprio Cristo (Jo.16:13), inclusive, a exemplo do que o Senhor fez às igrejas da Ásia Menor,
trazendo instruções específicas do Senhor à igreja local ou a membros em particular, sempre com
o objetivo de dar condições para que a Igreja cresça, crescimento este que se dá, sobretudo, em
amor, o caminho mais excelente (I Co.12:31; Ef.4:16).

-  c  c" 


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%&c c#") , pois tudo que é
proveitoso, vantajoso promove o crescimento espiritual do povo de Deus. Os dons espirituais, ao
se manifestarem, pois, contribuem decisivamente para esta edificação (I Co.14:12).

- Edificação da igreja não é seu crescimento numérico, como muitos podem pensar. A edificação
de que se trata aqui é a edificação espiritual, a edificação em amor (Ef.4:16), a edificação em
santidade, que faz com que cada um de nós se torne templo santo no Senhor e morada de Deus
em Espírito (Ef.2:21,22). A edificação, também, faz com que façamos um culto racional ao Senhor
(Rm.12:1).

- Daí porque eventuais manifestações que ocorram na Igreja, ainda que sobrenaturais, cujo
resultado não seja esta edificação, não são, de forma alguma, manifestações do Espírito Santo,
mas atuações carnais, quando não demoníacas, que devem ser repelidas pelos servos do Senhor.
Muito engano se tem produzido atualmente, precisamente porque não se verifica a existência, ou
não, de edificação da Igreja quando de tais manifestações.

- Esta utilidade dos dons espirituais não se circunscreve, porém, à edificação. O apóstolo Paulo, ao
tratar do dom de profecia, ao lado da edificação, também disse que o dom de profecia servia para
exortação e consolação do povo de Deus (I Co.14:3). Embora Paulo tenha se referido apenas ao
dom de profecia no texto sagrado, tais qualidades podem ser aplicadas a todos os dons
espirituais. +(c c"

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 "c  + ""c" " 3
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c c*c "c" . Tanto
assim é que a Bíblia nos registra um ³dom de serviço´, que é o dom de exortar (Rm.12:8). Exortar
é animar, incentivar, estimular (II Pe.3:1). Ao contrário do que certas pessoas entendem por
³exortar´, não se trata de uma atitude com vistas a humilhar ou ferir alguém, mas, bem ao
contrário, é uma atitude que tem em vista animar alguém a que prossiga servindo a Deus. Tão
importante é a exortação para o povo de Deus, que uma das funções do dom espiritual de profecia
é, precisamente, o de exortar a igreja (At.15:32; I Co.14:3).
- Admoestar, embora seja também uma atitude de incentivo e de ânimo, está mais relacionado à
repreensão, pois se trata de um conselho, de uma advertência em vista de algum fato
inconveniente, sendo, praticamente, uma das formas de exortação, uma exortação voltada para a
repreensão (cfr. Tt.2:15; Hb.12:5).
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 + (At.11:23; 13:43; 14:22; II Co.6:1; 8:6; I Ts.4:10; II
Pe.1:12; Jd.3). Assim, a exortação leva a uma maior aproximação do Senhor e não a um
distanciamento da fé. Muitos dizem ³exortar´, mas, na verdade, estão a afugentar os crentes,
porque só sabem ferir e humilhar o povo. Exortar não é ³alisar´ o povo, atitude que o Senhor não
aceita (Jr.5:28), visto que temos de falar contra o pecado, doa a quem doer , mas a exortação,
conquanto tenha, por vezes, um teor de repreensão, gera alegria espiritual (At.15:31), por que
seu objetivo é sempre construtivo, visando o bem-estar tanto espiritual quanto material daqueles
que são exortados (At. 2:40; 27:33,34; II Ts.3:12; I Tm.6:2; I Pe.5:12).

- Por isso, a exortação, no texto sagrado, sempre é acompanhada de outras atitudes que nada
parecem com as humilhações e feridas que, por vezes, contemplamos no meio do povo de Deus,
tais como a consolação, como de um pai em relação a seu filho (I Ts.2:11; Hb.12:5), a edificação
(I Co.14:3), a longanimidade (II Tm.4:2), o conforto (I Ts.3:2). Não é por outro motivo que o
resultado da exortação é a produção de qualidades do fruto do Espírito, como a alegria (At.11:23),
a moderação (Tt.2:6) e a benignidade (Tt.2:9), sem falar em atitudes concretas de realização da
obra de Deus (II Co.8;17; 9:5; I Tm.6:2).

- A exortação, por fim, deve ser exclusivamente baseada na Palavra de Deus, na sã doutrina, não
só em palavras mas em uma vida exemplar da parte daquele que exorta (I Ts.2:3; 3:2; I Tm.4:3;
II Tm.4:2; Tt.2:15). Muitos têm feito ³exortações´ com base em ³desabafos´, em sentimentos
próprios, mas a verdadeira e genuína exortação tem por fundamento a doutrina, sendo, por isso
mesmo, fonte de vida e de alegria espiritual, de progresso e renovação espirituais.

- c+ c c"

%&c c"4 %&c "*"c  cc! ) "', pois, em toda edificação,
sabemos todos, é necessário que se façam ³aparos´, ou seja, que arrumem convenientemente os
materiais da construção, para que o edifício se mantenha firme e devidamente equilibrado. Este
³ajuste´ não deixou de ser mencionado pelas Escrituras, que diz que o corpo de Cristo precisa ser
edificado de modo a ficar ³bem ajustado´ (Ef.2:21;. 4:16).

- Este ³ajuste´ é, precisamente, a exortação, que, no original grego de I Co.14:3, é a palavra


³paraklesin´ (??????????), comumente traduzida por ³consolação´. Os estudiosos das Escrituras
entendem aqui que se fala em ³encorajamento´, ou seja, um estímulo para que as pessoas façam
aquilo que é certo, aquilo que está na Palavra do Senhor. Trata-se de um convite para que a
pessoa fique de acordo com a vontade divina, para que possa crescer espiritualmente, pois não é
possível andar com o Senhor sem estar de acordo com Ele (Am.3:3).

- Os dons espirituais manifestam-Se, muitas vezes, para levar o povo a um ³ajuste´. Não é apenas
através de dons de fala que se tem o objetivo da exortação. Até mesmo em dons de poder tal
finalidade se apresenta. Na cura do paralítico que estava junto ao tanque de Betesda, vemos,
claramente, que um dos objetivos daquele milagre era fazer com que o paralítico tivesse um novo
patamar de vida espiritual. O Senhor, ao encontrar-se com o homem curado, disse a ele que não
mais pecasse para que não lhe sucedesse alguma coisa pior (Jo.5:14). Paulo, ao cegar Elimas,
também informou àquele feiticeiro que sua cegueira temporária tinha, por finalidade, mostrar-lhe
a grandeza do poder de Deus e o desagrado do Senhor com sua oposição ao Evangelho (At.13:9-
11).
- c1
c  c  c" 


c(c c!  + %&' palavra que, normalmente, é a
tradução de ³paraklesis´ (??????????), mas, no texto de I Co.14:3, é tradução de ³paramutia´
(?????????), palavra que pode ser considerada sinônima, mas que tem o sentido mais preciso de
³alívio´, ³encorajamento´, ³consolo´. Com efeito, a palavra ³paraklésis´ tem mais o significado de
³chamamento ao lado´, ³convocação´, ³convite´, ou seja, a ação de se pôr ao lado de alguém.
Assim, seu uso no sentido de ³exortação´ em I Co.14:3 parece-nos fazer lembrar do toque das
duas trombetas de prata que chamavam todo o povo à presença da tenda da congregação, nos
dias da peregrinação no deserto (Nm.10:1-10).

- Paulo, em II Co.1:3, diz-nos que Deus é o ³Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação´.
Com esta expressão, o apóstolo nos ensina que Deus não nos deixa sós, mas tem prazer em não
só fazer o bem, como estar ao nosso lado, ser nosso companheiro durante toda a nossa existência
terrena. Ele é o ³Deus de toda a consolação´, ou seja, é a fonte de todo conforto, de todo alívio
que temos no meio desta vida de aflições que caracteriza a nossa peregrinação por esta Terra.

- c  + %&c(c c" %&c


*
 , só Deus pode estar ao nosso lado e aliviar, suavizar e
compensar o nosso sofrimento, a nossa angústia, as nossas dificuldades. Quando o apóstolo nos
diz que Deus é ³o Deus de toda a consolação´, está a nos dizer que não é possível qualquer
consolação fora do Senhor. Só Ele pode nos consolar, portanto, pois ³toda a consolação´ provém
d¶Ele.
- c  + %&c(c c %&c "c" c"c"c "*c-"cc ,c" ""c-"cc" c" 3c c
"c+ , que Ele realmente cumpre com a Sua promessa de estar todos os dias conosco. É o
momento em que notamos que o Senhor é Emanuel, ou seja, Deus conosco. A tribulação faz-nos
ter a experiência da companhia do Senhor, o que é um grande bem para todo aquele que serve a
Deus.

- Esta sensação da companhia do Senhor, este sentir de Sua presença faz com que adquiramos a
paciência, ou seja, o longo ânimo, faz com que saibamos aguardar, no tempo cronológico, a
mudança das circunstâncias, faz-nos vislumbrar a dimensão eterna do Senhor, em que tudo é
presente, em que o tempo não abala nem modifica coisa alguma que está à nossa volta.

- Mas, ³se as aflições de Cristo abundam em nós´, Paulo também afirma que ³assim também a
nossa consolação abunda por meio de Cristo´ (I Co.1:5b). Se é certo que o crente passa por
aflições, também não é menos certo que o Senhor nos consola e nos faz com que superemos
estas mesmas aflições. Muitas são as aflições do justo, diz o salmista, mas o Senhor o livra de
todas (Sl.37:1). Jesus venceu o mundo e, por isso, apesar das aflições, não temos como perder o
bom ânimo (Jo.16:33). As aflições do tempo presente não para comparar com a glória que em nós
há de ser revelada (Rm.8:18), razão pela qual prosseguimos em nossa caminhada rumo ao céu.

- A consolação dada por Deus não é pequena, mesquinha, dada por ³conta-gotas´, mas, ao revés,
é abundante. Tudo quanto Deus nos dá, dá-nos em abundância. O apóstolo diz que a consolação é
abundante e vem por meio de Cristo. Não há como termos consolação a não ser por meio de
Cristo. Ninguém vem ao Pai a não ser por Jesus e somente alcançamos o Deus de toda a
consolação por meio de Cristo.

- É triste verificarmos que, atualmente, muitos buscam consolar-se através de ³fórmulas de fé´,
de mentalizações, de procedimentos criados pelos homens, pelos ³falsos cristos´ e ³falsos
profetas´ que estão a infestar o mundo religioso em que vivemos. Muitos crentes deixam a Palavra
de Deus para ir atrás destas ³fórmulas mágicas´ propaladas por ³apóstolos´, ³profetas´,
³missionários´ e tanta gente que tem iludido o povo. Entretanto, a verdadeira consolação somente
se obtém por meio de Cristo, que é testificado pelas Escrituras.
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* c" 


c c
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c c ""c(c  c-"c ")  c

 " c "c  + %&c"c +* %&c  c . Esta consolação se opera a partir do


instante em que suportamos com paciência as aflições que também padecemos. Somente teremos
condição de consolar os outros se aprendermos a suportar com paciência as aflições de Cristo em
nossas próprias vidas.

- Se suportamos os sofrimentos, se aprendemos a esperar com paciência no Senhor (Sl.40:1),


temos condição de consolar os outros, porque, se somos participantes das aflições de Cristo,
também seremos de Sua consolação (II Co.1:6,7).

- Para tanto, o Senhor, na Sua infinita misericórdia, faz com que haja a atividade dos dons
espirituais em Sua Igreja, como um dos meios pelos quais alcançamos a necessária e
indispensável consolação. Assim, seja através da aplicação das Escrituras, seja por mensagens
vindas diretamente do Espírito Santo, somos consolados, percebemos que o Senhor nos deu uma
cruz que é um fardo leve (Mt.11:30), que temos condição de carregar, pois não é algo que não
possamos suportar, e, assim, continuamos a correr com paciência a carreira que nos está
proposta (Hb.12:1,2).

- Evidente, pois, a utilidade dos dons espirituais como promotores da consolação no meio do povo
de Deus, dando-lhes condições de ter o ³bom ânimo´ absolutamente necessário para que
vençamos o mundo assim como Jesus (Jo.16:33).

II - OS DONS ESPIRITUAIS: CLASSIFICAÇÃO E OS DONS DE ELOCUÇÃO OU DE FALA

- 8c ""c
c-"c c  c" 


c &c*", dizer este que se baseia na lista mais
completa de dons espirituais que se encontra no Novo Testamento, que se encontra em I Co.12:8-
10.

- Entretanto, além desta relação, que é a mais conhecida e a mais pormenorizada, temos,
também, a relação constante de Rm.12:6-8, que não é uma relação tão completa quanto a
primeira e que parece misturar dons espirituais com dons ministeriais (até porque o texto não é
específico com relação aos dons espirituais como é o anteriormente mencionado).

- Mesmo se levarmos em consideração apenas a relação de I Coríntios, não podemos nos esquecer
de que um dos itens da relação fala dos ³dons de curar´ (I Co.12:9), dando a entender, portanto,
que há mais de um dom de curar, o que torna, também, precário o entendimento de que os dons
espirituais sejam apenas nove.
- Assim, não podemos afirmar com respaldo bíblico que somente haja nove dons espirituais.
Entretanto, tal posição bíblica não pode servir de base para que se adicionem outros dons de
modo aleatório e sem qualquer respaldo escriturístico, manifestações que, no mais das vezes, não
se coadunam com os propósitos e finalidades dos dons espirituais, cuja presença na igreja,
inevitavelmente, trará confirmação da pregação do Evangelho, edificação espiritual, consolação,
exortação e um maior envolvimento da igreja local com o Senhor e a Sua obra.

- Tomando-se, porém, a relação mais minudente das Escrituras,  " c


*

c c  c
" 


c"c$ c "#
, a saber:

a)  c "c ": fé, dons de curar, operação de maravilhas - são dons dados pelo Espírito
Santo para que as pessoas efetuem demonstrações sobrenaturais do poder divino, com a
realização de milagres, de maravilhas e de coisas extraordinárias, que confirmem a soberania de
Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da igreja. São evidências da onipotência
divina no meio do Seu povo.

b)  c "c
$
: palavra da sabedoria, palavra da ciência, dom de discernir os espíritos - são
dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas revelem mistérios ocultos aos homens, com a
tomada de atitudes e condutas que evidenciem que Deus sabe todas as coisas e que nada Lhe fica
oculto. São evidências da onisciência divina no meio do Seu povo.

c)  c "c"+ %&cc "c + : variedade de línguas, interpretação de línguas e profecia - são


dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas sejam instrumentos da voz do Senhor, para
que o Espírito Santo demonstre que Se comunica com o Seu povo. São evidências da onipresença
divina no meio do Seu povo, uma presença que nos faz descansar e que nos traz edificação.

- Observamos, portanto, que cada dom espiritual tem uma finalidade específica no meio do povo
de Deus, tem um propósito, que é o de dar condições para que o crente prossiga a sua jornada
em direção a Jerusalém celestial, desvencilhando-se, pela manifestação do poder divino na sua
vida, de todo o embaraço que tão de perto o rodeia (Hb.12:1) e, assim, não venha a se envolver
com as coisas desta vida, agradando, assim, ao Senhor (II Tm.2:4).

- Tem-se, portanto, no exercício dos dons espirituais, uma inequívoca demonstração do poder de
Deus (I Co.2:4), mas sem qualquer oportunidade de exibicionismo ou de glorificação humana,
mas única e exclusivamente para a glória de Deus e para pregação do Cristo crucificado (I
Co.2:2). É com base nesta peculiar circunstância que podemos identificar e repudiar todas as
inovações que hoje contagiam muitas igrejas locais, em especial os ³novos dons´ e a tão desejada
e nunca explicada ³nova unção´.

- Os dons de ciência e de poder serão estudados em lições específicas neste trimestre. Como não
houve, porém, lição destinada aos dons de fala ou de elocução, deles trataremos nesta lição,
ainda que sucintamente.

-  c  c "c"+ %&cc "c + (também chamados ³dons de eloquência´), são em número


de três, cuja finalidade é realizar a comunicação entre Deus e o Seu povo, mostrando assim que
Deus está presente no meio do Seu povo e que é um Deus vivo, que ainda fala aos Seus filhos.
Por meio destes dons, sentimos o descanso do Senhor, pois a Sua presença nos faz descansar
(Ex.33:14).

- O primeiro deles é c c "c* 


" "c "c+# cc c "c+# , que é o dom
concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que falem em línguas estranhas, de forma
sobrenatural, para o fim de edificação própria de quem fala. É o dom mais disseminado no meio
do povo de Deus, até porque é, também, aquele que é mais buscado.

- O dom de línguas não se confunde com o sinal do batismo com o Espírito Santo. O sinal do
revestimento de poder é o falar em línguas estranhas, mas o dom de variedade de línguas é algo
diverso, pois se trata de uma comunicação que se estabelece em mistério entre Deus e o homem,
uma comunicação direta do espírito humano com o Espírito de Deus, tanto que o intelecto humano
dele não participa. Sua finalidade, como vimos, é promover a edificação espiritual individual
daquele que fala.
- O segundo dom de elocução é c c "c
"" %&c "c+# , que é o dom concedido
pelo Espírito Santo a alguns crentes para que interpretem as línguas estranhas faladas por eles ou
por outros, para o fim de que a mensagem edifique também a igreja e não apenas quem está
falando em línguas. É, por isso, que o apóstolo Paulo aconselha que quem tem o dom de
variedade de línguas busque o dom de interpretação (I Co.14:13), pois, assim fazendo, a sua
edificação individual se tornará coletiva, além do que seu entendimento também será enriquecido
com a sua edificação espiritual. Partir-se-á de uma operação íntima, da qual nosso intelecto não
participa, para uma operação que trará fruto para a igreja e para a própria alma do que fala em
língua estranha.

- Entretanto, é com pesar que verificamos que este dom é um dos que menos se apresenta na
igreja na atualidade, o que causa grande prejuízo espiritual. Se hoje muitos se surpreendem com
o fato de grupos idólatras estar falando em línguas estranhas e se existe muita mistificação e
falsificação do dom de línguas nas nossas próprias igrejas locais, na atualidade, isto se deve, em
grande parte, a esta negligência na busca do dom de interpretação de línguas, pois se o dom de
interpretação estivesse tão ativo quanto o dom de variedade de línguas, identificaríamos as
falsificações e as imitações demoníacas não causariam tanto abalo na fé de muitos como têm
causado. Não nos esqueçamos de que o apóstolo Paulo disse que a associação do dom de
variedade de línguas com o de interpretação proporciona o mesmo efeito do dom de profecia (I
Co.14:5) e que um dos principais efeitos da profecia é evitar a corrupção do povo de Deus
(Pv.29:18a).

- O terceiro dom de elocução é c c "c"


, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a
alguns crentes para trazer mensagens de Deus aos crentes com a finalidade de edificar, exortar e
consolar a igreja. A profecia é uma demonstração de que Deus está conosco a todo instante e que
compartilha de nossos sentimentos, fazendo questão de lhos manifestar para que, sentindo a Sua
compaixão, ajamos de acordo com a Sua vontade. A profecia, também, é uma forma de os
incrédulos perceberem a presença de Deus e, ante esta percepção, terem o devido temor, que
poderá lhes levar à conversão (I Co.14:22-25). Além do mais, como já dissemos supra, a profecia
é necessária para impedir a corrupção do povo de Deus. Apresenta-se, assim, como uma
verdadeira manifestação de alívio e de descanso ao crente que, revigorado pela profecia, tem
alento para prosseguir na sua caminhada rumo ao céu.

- Observamos que, na relação dos dons espirituais, &c 3cc  c! c "c"*"+ %&'cc
! c "c*
&', ³dons´ que são constantemente mencionados e considerados no meio de alguns
integrantes do povo de Deus que não têm o costume de ler e meditar na Palavra de Deus. O ³dom
de revelação´, na verdade, é o dom da palavra da ciência, não podendo ser confundido, como já
dissemos, com verdadeiras adivinhações que têm perturbado o povo de Deus nos nossos dias.
Deus não tem qualquer propósito de fazer com que alguns de Seus servos sejam ³adivinhos´, pois
abomina a adivinhação, típica operação maligna.

- A revelação de fatos ocultos tem tão somente o propósito de edificar o povo de Deus, jamais de
envergonhar quem quer que seja. Já o chamado ³dom de visão´ não tem qualquer respaldo
bíblico. Verdade é que existe a operação de visão, uma operação divina em que Deus mostra algo
para algum servo Seu, mas também com o propósito de proporcionar a edificação de quem vê ou
da igreja, jamais para devassar a intimidade ou envergonhar alguém.

- Além da expressão ³dons de curar´, não temos qualquer texto bíblico que nos permita dizer que
há dons espirituais além dos relacionados neste texto da primeira carta de Paulo aos coríntios. A
expressão ³dons de curar´ apenas permite dizer que há diversos dons de curar, nada, além disto.
Por isso, não podemos aceitar ³dons´ que têm aparecido no meio do povo de Deus.

OBS: Por isso, repudiemos com veemência certas inovações que se apresentam no meio do povo
de Deus como ³dons´ tais como a ³risada santa´, o ³cair pelo Espírito´, o ³dom de lagartixa´, o
³vômito santo´ e outras ³neobobagens pentecostais´, como bem denominou o jornalista cristão
Jehozadak Pereira.

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