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CURSO DE DIREITO CIVIL - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

PROFESSOR GUSTAVO RENE NICOLAU


AULAS EXIBIDAS NOS DIAS 27,28,29,30 DE ABRIL A 01 DE MAIO DE 2009

NOVAÇÃO

“A conversão de uma dívida em outra para extinguir a primeira”.1

“É a substituição de uma dívida por outra, eliminando-se a precedente. Desaparece a primeira, e, em seu lugar, surge
nova. Esse seu conteúdo essencial, aliás, duplo: um extintivo, referente à obrigação antiga; outro gerador, relativo à
obrigação nova. Não existe, pois, tão-somente, uma transformação; o fenômeno é mais complexo, abrangendo a
criação de nova obrigação, que se substitui à antiga”.2

Se extingue a obrigação antiga, extingue também as garantias dela (art. 364, 366).

1 Clóvis Beviláqua. Comentários ao CC, volume 4, página 157.


2 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. Obrigações. 32. ed. Saraiva: São Paulo, p. 291.

* 2° TAC. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - BUSCA E APREENSÃO - CONVERSÃO EM AÇÃO DE DEPÓSITO - NOVAÇÃO SUBJETIVA PASSIVA POR EXPROMISSÃO - NOVO
DEVEDOR ASSUME A DÍVIDA DO ANTIGO - CONSENTIMENTO DESTE - AUSÊNCIA - ANUÊNCIA DO CREDOR - OCORRÊNCIA - CARACTERIZAÇÃO Se novo devedor assume a
dívida do antigo devedor fiduciário, substituindo-o, ainda que sem o consentimento deste, há, desde que o credor anua, novação subjetiva passiva por expromissão. Ap. c/ Rev. 490.045 - 4ª Câm. -
Rel. Juiz ANTONIO VILENILSON - J. 25.11.97
Requisito: animus novandi. É o elemento espiritual da novação. Art. 361

Novação

Subjetiva
Mista
Objetiva

Passiva Ativa

Delegação

Expromissão Com indicação do devedor.


362

Sem participação do devedor

Art. 363: Teoria do ‘azar é seu’.

Diferença entre novação e transação: “Transação é um contrato típico do CC (840-850). É uma forma de extinção de obrigação via ‘concessões
recíprocas’ em que não surge nova obrigação, apenas se extingue uma relação jurídica duvidosa”.
Transação, por sua vez, é diferente de “Cláusula compromissória” e “Compromisso arbitral” em que se delega a terceiro (árbitro) a solução de uma
lide eventual ou de uma já existente.
Lei de Arbitragem, n.° 9.307/96.
DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO3

Sub-rogação real: Arts. 39, 1659, I.

Sub-rogar: Tomar o lugar de alguém.


Credor é pago por terceiro que lhe toma o lugar. A obrigação se mantém íntegra, mas com um novo credor. Ler art. 349.

Pode ser decorrente da lei ou da vontade das partes (nesta última hipótese se aproxima muito da cessão de crédito).

Sub-rogação legal (art. 346):


I – credor que paga dívida do devedor comum.
Ex:
B deve 20 para A
B deve 30 para C
A paga 30 para C.
C sai da relação.
A é credor de 50 em relação a B.
3 FALÊNCIA - Restituição de mercadoria - Venda com alienação fiduciária não honrada - Utilização de tornos por 6 anos sem qualquer pagamento - Irrelevância da conversão em concordata
suspensiva - Possibilidade de sub-rogação do avalista que saldou o débito junto a financiadora - Art. 6º do Decreto-lei 911/69 - Recurso não provido. (Relator: Fonseca Tavares - Apelação Cível
130.883-1 - Santo André - 06.02.91).
II – Compra de imóvel hipotecado e quitação da dívida. (Note que o comprador não assumiu a divida, não é assunção de dívida).
Ele compra o imóvel e PAGA a dívida do devedor.
Sub-roga-se nos direitos do credor hipotecário.
Agora ele tem garantia sobre o seu próprio imóvel.
É inútil!! (Silvio Rodrigues, pág. 181).

III – Terceiro interessado que paga a dívida (Vimos isso quando estudamos o pagamento do terceiro interessado. É o chamado Regresso qualificado).
Ex: Fiador que paga dívida do devedor.

Importantíssimo: A sub-rogação legal não tem fim lucrativo. Assim, se o fiador consegue desconto e paga 500R$ por uma dívida que
originariamente era de R$700, ele não pode cobrar do devedor os R$700. Só o que desembolsou. Ler art. 350.

Sub-rogação convencional
Art. 347:
I – credor recebe pagamento de terceiro e lhe transfere os direitos.
Isso é cessão de credito. Ler o art. 348.
II – O 3° empresta $ ao devedor com expressa cláusula de sub-rogação. É raríssimo.

Na sub-rogação convencional há fim especulativo e a ‘cessão de créditos’ é que irá regulamentar (286 e seguintes) Silvio Rodrigues, pág. 185.
Sub-rogação parcial:
A deve 100 para B.
C paga 50 para B.
A deve agora 50 para B e 50 para C.
A só tem um imóvel que vale 75.
A lei determina que 50 vão para B e 25 para C. 351
CC Italiano art. 1.205: 37,5 para B; 37,5 para C.

SOLIDARIEDADE E INDIVISIBILIDADE
DIFERENÇAS PRÁTICAS

SOLIDARIEDADE INDIVISIBILIDADE
REGRA GERAL: 257 Credor Devedor
Credor Devedor
TANTO QUE: 265 Devedor
Devedor
Cobra de um só porque não tem outro
jeito. 259
1ª Diferença: Credor Devedor Credor Devedor
Convertendo em perdas e danos
Devedor Devedor
Continua solidário. 271 Volta para a regra geral. 263
2ª Diferença: Credor Devedor Credor Devedor
Pagamento
Credor Credor
Pagou para um, pagou bem. 269. Pagou para um, pagou mal. 260.
Em tese, a indivisibilidade decorre da natureza do objeto, insuscetível de ser partido sem sacrifício de sua substancia ou perda de valor, enquanto a
solidariedade decorre da vontade das partes ou de disposição da lei, que enfeixa num todo único uma série de obrigações que sem ela seriam
autônomas, embora conjuntas. (RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Obrigações. 30.ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 64.)

Obrigações alternativas e impossibilidade das prestações


Quantas prestações se Tornaram-se De quem era a Solução jurídica Dispositivo legal
tornaram impossíveis impossíveis com ou escolha?
sem culpa do devedor?
Uma Sem culpa Credor ou devedor Subsiste a outra Art. 253
(concentração involuntária)
Todas Sem culpa Credor ou devedor Extingue a obrigação Art. 256
Todas Com culpa Devedor Deve pagar o valor da que Art. 254
por último se impossibilitou
Uma Com culpa Credor A que sobrou ou perdas e Art. 254
danos da que se
impossibilitou
Todas Com culpa Credor Perdas e danos de uma Art. 255
Uma Com culpa Devedor Subsiste a outra Art. 253
Resolve a
obrigação:
Sem culpa (art. 248)
INFUNGÍVEIS
Perdas e
Com culpa danos: (art.
247)

Resolve a
Sem culpa obrigação:
(art. 248)

FUNGÍVEIS
Perdas e danos ou
Com culpa Auto-tutela se for
urgente (art. 249 §
único)
Formas para execução forçada das obrigações de fazer
3ª – Resultado prático equivalente.
461 § 5°: Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado
prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as
medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso,
busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e
impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força
policial.
Sentença1ªque
– defere tutela específica
Sentença judicialde substituindo
obrigação de concluir compromisso de
a declaração dacompra
parte.e venda de
apartamento em construção quitado, contra os anseios da incorporadora que se opõe pela
Ex: promessa de contratar que é cumprida por uma parte. O juiz “celebra” o contrato no lugar do
constituição de hipoteca que pega a unidade compromissada - Repressão ao abuso de direito
inadimplente.
praticado pela construtora e credor hipotecário, com valorização da sentença de resultado prático
equivalente ao do adimplemento (artigos 461, § 5º do Código de Processo Civil e 84, § 5º da Lei
Ex 2: Adjudicação compulsória no caso de Compromisso de compra e venda.
n. 8.078/90) - Provimento apenas para afastar o cancelamento da inscrição hipotecária. (Apelação
Cível n. 72.447-4 - São Paulo - 2ª Câmara de Direito Privado - Relator: Ênio Zuliani - 06.04.99 -
V.U.)
2ª – Astreintes
Multa diária para compelir o devedor a fazer ou não fazer.

461 § 4°: O juiz poderá [...] impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo
razoável para o cumprimento do preceito.

OBRIGAÇÃO DE FAZER - Multa diária - Fixação em caso de descumprimento de determinação


judicial - Admissibilidade - Estipulação da astreinte, no entanto, que não deve ser abusiva,
devendo sempre condizer com o patrimônio do obrigado - Inteligência do art. 461 do CPC (2º
TACivSP) - RT 800/322
PERDÃO DE UM SÓ DEVEDOR – Art. 277

1000

Credor Devedor 1
Perdoou este

Devedor 2
75
0

Devedor 3

Devedor 4
RENÚNCIA À SOLIDARIEDADE EM RELAÇÃO A UM SÓ DEVEDOR - Art. 282

250

Credor Devedor 1
Renunciou à
solidariedade
Devedor 2
75
0

Devedor 3

Devedor 4
COBRANÇA DE UM SÓ DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS E REFLEXOS PROCESSUAIS

1000

Credor Cobrou só
Devedor 1
deste
250
Devedor 2

250
Devedor 3

250
Devedor 4

Se a dívida interessar a só um - 285


Art. 77. DO CHAMAMENTO AO PROCESSO

É admissível o chamamento ao processo:


III – de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida
comum.
Morte de um dos devedores solidários - Art. 276

Filho A (125)

Devedor 1

Filho B (125)
Devedor 2

CREDOR 1000
Devedor 3

Devedor 4

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