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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

ANDRÉ JULIANO ZAMPIERI TEIXEIRA

ESTUDO DE CASO DA EMPRESA ASPEN FARMACEUTICA

Londrina
2009
ANDRÉ JULIANO ZAMPIERI TEIXEIRA

ESTUDO DE CASO DA EMPRESA ASPEN FARMACEUTICA

Trabalho apresentado ao Curso Bacharelado em


Administração da UNOPAR - Universidade Norte do
Paraná, para a disciplina Fundamentos de
Administração.

Orientador: Profa Luciane Soutello Koetz

Londrina
2009
INTRODUÇÃO:

“Gestão de Pessoas, Fator Humano, Qualidade de Vida, Desenvolvimento


de Profissionais, Gestão de Negócios, Responsabilidade Social”
(WWW.espm.br/publicações)

Estas são as palavras-chave no Case preparado pelas professoras


Denise Von Poser e Márcia Portazio, com a colaboração de Rosilene M. A.
Marcelino e Ana Lúcia Moura Novais, onde podemos conhecer a Aspen
Farmacêutica, uma indústria do ramo de produção de medicamentos que, por sua
política administrativa pode ser considerada uma empresa diferente, a frete do seu
tempo.
A política de gestão aplicada na Aspen tem como ponto principal
fatores que valorizam o elemento humano e suas relações dentro do ambiente. Seus
esforços em desenvolver e implementar essa política têm demonstrado excelentes
resultados para a empresa, tanto é que não apenas tem colhido um crescimento
anual notável em seu faturamento como também conquistado prêmios de
reconhecimento tais como “Uma das 150 melhores empresas do Brasil para se
trabalhar”, “uma das 50 melhores empresas do Brasil para a mulher trabalhar”, “uma
das 50 melhores empresas do Brasil para o executivo trabalhar”, entre outros que
fazem desta um modelo de gestão digno de se observar.
Neste trabalho nos propomos a destacar características que do
nosso ponto de vista são relevantes para o estudo desse modelo de gestão. Para
tanto salientaremos aspectos positivos e outros até polêmicos dentro da política
administrativa da Aspen, bem como a detecção de traços das teorias administrativas
notados nesse exemplo.
A “VALORIZAÇÃO” EM DESTAQUE:

A Aspen Farmacêutica é o que se pode chamar de o sonho do


trabalhador. A filosofia dos administradores desta empresa a transformaram eu um
lugar onde os colaboradores são bem valorizados e isso é revertido em produção e
lucro para a empresa.
Não é difícil destacar pontos positivos num lugar onde os gestores
têm como prioridade o bem-estar das pessoas, aliás, este já é uma dessas virtudes
e é isso que faz dela uma organização diferente das demais. Enquanto os
empresários atuais têm seu foco apenas nos números podemos ver nesse exemplo
uma nova forma de administrar, onde os lucros são consequência de um quadro de
funcionários comprometidos com os objetivos da corporação e esta, por sua vez se
preocupa com os sonhos e objetivos deles.
Aos colaboradores da Aspen Farmacêutica é dado o direito de
sonhar. Não apenas o direito como também é quase um dever ser um sonhador
neste lugar. Enquanto muitos gestores de RH priorizam características relacionadas
à aptidão técnica, aqui é valorizada a aptidão emocional e espiritual como fator
decisivo para a seleção de novos colabores. “... antes de saber se o profissional é
um expert em qualquer coisa, queremos saber se ele é um expert em gente...”, estas
são as palavras do próprio Diretor de Recursos Humanos e Qualidade Humana,
Floriano Serra. Como forma de por em prática esta filosofia os funcionários têm uma
série de benefícios que não poderiam deixar de destacados aqui, tais como as
assistências nas áreas de saúde estendidas a toda família destes, previdência
privada, vários tipos de auxílio para creches, escolas e etc, os programas de
compensação com prêmios e folgas contemplando de várias formas os
trabalhadores, cartilhas que orientam sobre ética, direitos e deveres dos
trabalhadores. Outro ponto extremamente interessante para manter essa política é a
implantação da Ouvidoria, onde um profissional está à disposição para ouvir as
queixas e desabafos dos funcionários e resolver conflitos que porventura podem
surgir no ambiente de trabalho.
Toda essa administração voltada para o bem-estar das pessoas
dentro da empresa pode dar a entender que não se está preocupado com os lucros,
mas isso é um engano, esse também é um fator de destaque na Aspen, uma vez
que a cada ano ela vem mostrando um crescimento na média de 25% em seu
faturamento. Esses números podem ser atribuídos ao conjunto profissionais
comprovadamente competentes que compões o quadro da empresa, tanto em suas
diretorias como nas funções hierárquicas de menor escala, todos esses bem
treinados dentro dos programas de treinamento viabilizados pela própria instituição e
também amplamente motivados e valorizados dentro de uma política de gestão de
pessoas que promove a liberdade de expressão, sem perder de vista o
profissionalismo.
Também pode ser destacada a responsabilidade social da Aspen,
seus programas visam à sociedade em diversos aspectos. Aqui cabe citar que parte
dos lucros com a venda dos medicamentos é revertida a programas sociais como o
Teleton da AACD e patrocínio à festa de Natal da Unifesp, bem como ações que lhe
renderam o selo de certificação “Empresa Legal”. Além disso está sempre
preocupada com a qualidade de vida dos que consomem seus produtos,
promovendo e patrocinando eventos de conscientização e informação acerca de
doenças tratadas por seus medicamentos.
O incentivo à cultura também é uma preocupação da Aspen, que
hoje mantém o Centro Cultural Aspen com o propósito de incentivar as artes e à
cultura. Além deste há o projeto para a criação de um instituto cultural para
promover a preservação do patrimônio histórico e artístico, promovendo o
voluntariado e a cidadania através de práticas como feiras, seminários, conseção de
bolsas e etc.
UMA REALIDADE FORA DOS PADRÕES:

A um passo de ser vista como uma empresa fadada ao fracasso por


empresários essencialmente capitalistas a Aspen e seu diretor, Renato Spallucci
correm o risco de ter de enfrentar esse preconceito, uma vez que o mercado não
está acostumado a ver uma gestão tão voltada para a humanização como
assistimos nesse exemplo.
Poucas empresas da atualidade têm características parecidas à que
vemos na Aspen, principalmente em momentos onde há uma imensa preocupação
com os reflexos da crise.
Investimentos e esforços em ações que visam o bem estar dos
colaborados e a valorização dos mesmos e de seus familiares podem ser vistos por
certos gestores como desperdício ou até mesmo loucura e é isso que faz desta uma
realidade que merece destaque. As vantagens de se ter um quadro de funcionários
onde não há rotatividade acaba por diminuir os investimentos com recrutamento,
treinamento e até mesmo com eventuais ações trabalhistas provindas de
insatisfações e conflitos, tão comuns hoje em dia.
Qual empresa investiria parar tirar um mendigo das ruas e trazer
para dentro de suas dependências, fazendo dele um de seus funcionários? Qual
empresário, em sã consciência faria esforços para contratar um portador da
Síndrome de Dawn que conseguia se locomover dentro da empresa? Quem
pensaria com essa filosofia a ponto de desejar que seus colaboradores se sentissem
donos da organização? Tudo isso pode parecer até estranho, mas é o que faz da
Aspen Farmacêutica um lugar diferente dos demais para se trabalhar. Juntando isso
aos resultados, tais como os prêmios e reconhecimentos a nível internacional, estar
na lista das melhores empresas do Brasil para se trabalhar, e isso durante anos
consecutivos, um faturamento que cresce na média dos 25% ao ano, um quadro de
funcionários comprometido e dando bons resultados na realização de suas
atribuições e se esforçando para ver seus clientes satisfeitos e informados, além de
medidas para transformar a sociedade em um mundo melhor temos sim uma
organização diferente, mas no sentido podermos absorver seus exemplos e
repensar nossos modelos de gestão.
CARACTERÍSTICAS DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS EVIDENTES NA
ASPEN:

Uma empresa onde há harmonia entre o clássico e o moderno em


termos de gestão negócios, é assim que podemos classificar esse modelo. Para
garantir o sucesso dos negócios a Aspen mostra, em suas característica
administrativas traços de algumas teorias administrativas que aplicadas ali têm sido
a receita do sucesso, unindo idéias inovadoras à conceitos clássicos obtendo assim
resultados fantásticos.

1. ESTRUTURA

Aqui podemos destacar características das teorias administrativas


evidentes no modelo de gestão da Aspen aplicadas à estrutura da organização, das
quais podemos destacar as seguintes.

1.1. TEORIA CLÁSSICA:

Assim como vemos nessa teoria a preocupação em estruturar uma


liderança bem definida e coesa, que desse conta das tarefas administrativas, ficou
claro que o com chegada de Serra e Paris passou-se a ter esta preocupação dentro
da empresa.
Segundo Paris “o pessoal estava desmotivado, Muitos deles não
tinham direcionamento correto do que fazer, não sabiam claramente até onde iam
suas responsabilidade, se estavam assumindo a responsabilidade de outrem ou
deixando de fazer algo. A gestão era meio caseira, um pouco sem controle, um
pouco sem rumo”, isso mostra claramente essa necessidade.

1.2. TEORIA ESTRUTURALISTA:

Embora fica claro que há uma definição de papeis na estrutura da


Aspen, ainda podemos notar que esta estruturação da liberdade para surgimento de
uma certa organização informal, uma vez que o próprio diretor de RH declara que
“os grupos de trabalho são multidisciplinares”

2. PESSOAS
Este pode ser destacado como o maior diferencial da Aspen.
Podemos notar claramente a preocupação dos Administradores com as pessoas e
aqui poderemos destacar aspectos evidentes de algumas teorias administrativas.

2.1. TEORIA COMPORTAMENTAL (BEHAVIORISTA):

A motivação humana é um dos temas principais dessa teoria, onde


se acredita que o administrador precisa conhecer e lançar mão de certas
necessidades do homem, motivando-o a alcançar cada uma delas através do
trabalho. Nessa teoria encontramos a pirâmide da Hierarquia das Necessidades de
Maslow, onde são explanadas de forma crescente, em nível de grau de importância
e de influência 5 níveis nos quais se organizam as necessidades humanas, estas
são as Necessidades de Fisiológicas, Necessidades de Segurança, Necessidades
Sociais, Necessidades de Auto-estima e de Auto-realização.
Embora esta teoria seja em parte contestada cientificamente ela traz
grande contribuição para os administradores possam entender os níveis de
necessidade de colaboradores utilizá-los como ferramentas de motivação e
interação dentro das organizações. É isso que vemos no modelo de gestão proposto
pelos gestores da Aspen, sua política de incentivos e reconhecimentos mostra um
esforço no sentido incentivar os colaboradores a alcançar, não apenas os objetivos
da empresa como também realizar seus próprios sonhos e ambições pessoais. Não
é preciso se esforçar muito na leitura de nosso caso para notarmos o caso do Tatu,
sobre o qual foi dedicado todo apoio e investimento necessário, da parte dos
próprios gestores para vê-lo realizado em todos esses níveis de necessidade
humana. Outro caso presente em nosso exemplo é o da jovem Tatiana Higa, à qual
foi dado o desafio de organizar o CAC (Centro de Atendimento ao Cliente) da
empresa quando ela ainda era uma estudante, nesse caso vemos que não apenas
os objetivos da organização, encarados por ela como desafios foram alcançados,
mas também sonhos pessoais que tinha puderam ser realizados através de sua
valorização e reconhecimentos.
Quando administradores entendem essa ferramenta e aplicam de
forma a não obterem apenas vantagens para si, mas também dando aos
colaboradores a oportunidade de colherem de forma satisfatória os frutos do seu
trabalho podemos assistir exemplos de sucesso como caso da Aspen Farmacêutica.
3. O AMBIENTE

3.1. TEORIA ESTRUTURALISTA:

É notável a preocupação da Aspen em interagir com a sociedade,


uma empresa que abre as portas para colher um outrora indigente, dando-lhe o
direito de usufruir de seus próprios direitos; uma empresa que atua em projetos
sociais e culturais no intuito de promover melhora da qualidade de vida para a
sociedade pode muito bem ser vista como uma que visa o ambiente em suas ações
administrativas.
CONCLUSÃO:

No exemplo da Aspen, assim como em poucas empresas no


mercado podemos notar uma aplicação tão favorável de políticas que objetivam o
lado humano nas ações administrativas, porém o fato é que estas acabam, por si se
tornando um diferencial favorável para estas empresas e somando à favor dos
administradores.
Conclui-se também que uma gestão pode perfeitamente unir
características e ferramentas administrativas largamente discutidas por
pesquisadores na história da Administração e inová-las, aplicando caracteres
modernos e contextualizados na formação de sua política administrativa formando,
assim um exemplo de sucesso do qual podemos absorver e aprender muito.
Nenhuma teoria administrativa é por si só suficiente numa
organização e nenhuma delas está completamente resolvida ao ponto de não poder
ser readaptada a realidades diferentes e de diferentes formas. Porém todas elas
constituem poderosas ferramentas para uma gestão de sucesso em nossos dias.
REFERÊNCIAS

KOETZ, Luciane Soutello. Fundamentos de Administração. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2009.

Abordagem Comportamental da Administração. Disponível em:


HTTP://www.scribd.com/doc/272238/Abordagem-Comportamental-da-Administração

POSER, Denise Von e PORTAZIO, Marcia. Case sobre a Aspen Farmacêutica.


www.espm.br/publicações, 2007.

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