UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO – UNIVASF

COLEGIADO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Disciplina: Laboratório de Máquinas Elétricas

Experimento 07: Campo Magnético Rotacional

IGO RAFAEL, MARLON JONES, MARLON MARQUES, PAULO FRANK

Resumo – Esta experiência tem como objetivo observar e analisar a influencia do campo magnético rotacional em máquinas
girantes.

1 Introdução

Os campos magnéticos no entreferro são

de suma importância para o funcionamento das θ- Ângulo elétrico medido a partir do eixo
máquinas de CA, pois os processos de conversão magnético do enrolamento;
de energia e indução de tensão estão diretamente
relacionados com estes campos. Os campos kw- fator de enrolamento;
magnéticos nas demais partes da máquina são em
geral mais fracos que no entreferro e são por isso N - número de espiras em série no enrolamento de
desprezado quando se analisa o comportamento das fase;
máquinas elétricas. A descrição dos campos no
entreferro é tradicionalmente feita baseada no ia- corrente que percorre o enrolamento;
conceito de força magneto motriz, a qual é
abreviadamente escrita como FMM e está p - número de pólos da máquina;
diretamente relacionado com o a indução
magnética (densidade de fluxo) no entreferro. Os No caso de máquinas de corrente alternada, a
conceitos de força magneto motriz, fluxo, indução corrente que percorre o é enrolamento é do tipo
e relutância são, portanto indispensáveis para o alternada senoidal, expressa matematicamente por:
estudo de máquinas elétricas.
Considerando um enrolamento monofásico do tipo
distribuído mostrado na figura 1, alimentado por
uma corrente ia, obtém-se uma FMM distribuída
Ia- valor máximo corrente que percorre o
espacialmente sob um pólo na forma de escada,
enrolamento;
conforme mostra a figura 1, onde por conveniência
apenas um pólo está representado. A mesma curva
w - velocidade angular (rad/s), determinada pela
se repete para os outros pólos, alternando-se,
freqüência da corrente do estator;
contudo o sentido do campo magnético, ou seja,
pólos negativos se alternam com positivos. Devido
A FMM pode, então, ser escrita como:
à forma construtiva das máquinas de corrente
alternada, os processos de conversão de energia e
indução de tensão estão relacionados praticamente
apenas com a fundamental, o campo de maior
interesse é aquele produzido pela componente
fundamental da curva em escada da figura 1. A
força magneto motriz fundamental, denominada
Fa1 e representada de forma pontilhada na figura 1,
é dada matematicamente pela expressão:
Figura1-FMM criada por um enrolamento monofásico
sob um polo

O estator tanto da máquina de síncrona como da

assíncrona pode ser composto de um enrolamento
trifásico, o qual em geral é simétrico (ou seja, os A FMM resultante no entreferro será:
três são idênticos no que se refere à distribuição e o
número de espiras). Os eixos magnéticos dos
enrolamentos estão defasados de 120 graus
elétricos no espaço, conforme mostra a figura 2,
onde por conveniência enrolamentos concentrados
e de passo inteiro numa máquina com dois pólos
são mostrados. Salienta-se que análise permanece,
no entanto, válida para número de pólos maiores
que dois e para enrolamentos distribuídos, desde
que os mesmos sejam simétricos. A fundamental da
FMM individual de cada enrolamento estará assim
defasada de 120 graus elétricos no espaço. Além
disso, as fases são alimentadas por correntes
defasadas 120 graus elétricos no tempo e com
amplitudes iguais, conforme as equações:

Figura2-Enrolamentos trifásicos em uma máquina de

corrente alternada

Im- amplitude das correntes nas fases a, b, e c. 2 Procedimento experimental

A FMM individual da fase a é dada pela expressão:

Nos experimentos que se seguem foram utilizados
os seguintes componentes:

• 1 Estator de máquina de corrente

alternada;
• 1 Ponta magnética;
• 1 Módulo de alimentação DL
10281;
• 1 Módulo de medição L 10282;
• 1 DL 10283 cargas e reostatos;

De forma análoga os campos das demais fases são Na primeira parte do experimento foi posto à prova
dados por: a ação do campo magnético rotacional trifásico
aplicado ao circuito da figura3.

Figura3
Conectando-se o circuito da figura3 utilizando
somente o estator da máquina de corrente
alternada, sem rotor, estabelece-se usando o
módulo de regulação da bancada uma tensão fixa
pré-determinada, onde após ativar-se o módulo de
alimentação, alimentando conseqüentemente as
bobinas do estator ligadas em estrela é inserida no
aparato uma ponta magnética que nos permitiu
observar que o pequeno imã gira no sentido horário
com corrente e tensão com valores especificados
de:
I= 7,8 A
V=22 v
Na segunda parte do experimento, os
procedimentos anteriores são repetidos agora para a
comprovação da atuação do campo magnético
rotacional de uma só fase, como mostrado na
figura4.
Figura4
Agora se observou a ativação do módulo
de alimentação com um valor de:
I= 4 A
E após inserir o pequeno imã no aparato, observou-
se que ele girava no sentido anti-horário, ou seja,
no sentido inverso à observada no primeiro
experimento.
3 Conclusões
Após observar a influência e o
comportamento do campo magnético rotacional,
podemos assim, ter uma noção da sua importância
em máquinas girantes (ou rotativas), pois, sabemos
que a atuação do campo magnético girante é de
vital importância para os principais componentes
das maquinas rotativas.
Para o rotor, parte girante da máquina
constituída por um material ferromagnético envolto
num enrolamento designado como enrolamento de
campo, que tem como função produzir um campo
magnético constante assim como no caso do
gerador de corrente contínua para interagir com o
campo produzido pelo enrolamento do estator. E no
estator(armadura) Parte fixa da máquina, montada
em volta do rotor de forma que o mesmo possa
girar no seu interior, também constituído de um
material ferromagnético envolto num conjunto de
enrolamentos distribuídos ao longo da sua
circunferência. Os enrolamentos do estator são
alimentados por um sistema de tensões alternadas
trifásicas.Ou seja o campo magnético rotacional é
essencial.
4.Bibliografia
DEL Toro, V., Fundamentos de Máquinas
Elétricas, Ed. Prentice Hall do Brasil 1999.
FITZGERALD, A. E., KINGSLEY, C., KUSKO,
A.. Máquinas Elétricas. Rio de janeiro. McGraw
Hill, 1975.