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Com base nessas diferenças, o demografo francês Alfred Sauvy, criou a ideia de três
mundos:
Esta ideia nunca teve grande rigor conceptual e após a queda do império soviético,
perde grande parte do seu sentido; No entanto a expressão” Terceiro Mundo” vingou,
para designar os países que não estão inseridos no centro da economia Mundo.
Imperialismo:
Hobson; o colonismo era uma manifestação particular do imperialismo.
Os termos de troca são favoráveis aos “ colonizadores”; Os países industrializados,
determinam os valores dos produtos, daí resulta a drenagem das riquezas dos países
produtores, para os países industrializados – são eles que impõem os termos da troca.
Esta teoria sofre uma evolução para outra.
Neo - Imperialismo:
Adaptação da teoria anterior a um novo período histórico, em que a denominação
imperial e militar é substituída por denominação puramente económica.
Passamos de uma dominação colonial para uma neo -colonial (dominação militar para
dominação económica).
Dependência:
Teoria desenvolvida por teóricos brasileiros, entre eles, o ex - presidente do Brasil,
Fernando Henrique Cardoso; Aparece com base nas anteriores e, basicamente, introduz
a história como elementos explicativo das desigualdades de troca.
O Terceiro Mundo depende do Primeiro, no que respeita a produtos manufacturados,
tendo apenas para oferecer matérias – primas ou produtos agrícolas.
Teoria desenvolvida por Immanuel Wallenstein o autor defende, com base numa
dimensão histórica, que a partir do Século XVI, foi criado um sistema mundial com
uma dimensão política e económica que criou a economia capitalista mundial,
caracterizada por três grupos de países:
- do centro;
- de semi – periferia;
- de periferia.
A área externa: é uma espécie de quarta categoria presente nesta teoria. São as zonas do
globo que não estão “ dentro “ da economia mundo capitalista; Actualmente, quase
todos os países estão dentro da economia mundo capitalista. Apenas a Coreia do Norte
apresenta um envolvimento muito reduzido.
Países do Centro:
São aqueles onde a economia empresarial moderna surgiu mais cedo e onde se realizava
relativamente cedo, a transição para a industrialização.
Caracterizam-se por terem um conjunto de industrias diversificado, bem como
avançadas formas de agricultura e governos centrais muito fortes.
Geograficamente, situam-se no hemisfério norte, no centro e Norte da Europa e na
América do Norte, Austrália, Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia…
Os países semi-periféricos:
Mantêm dependência com os países centrais a nível económico, no consumo de bens
culturais. Tem algumas características dos países centrais mas apresentam assimetrias
de desenvolvimento Exp. Portugal.
Os Países da Periferia:
Nações do Terceiro Mundo que se foram integrando na economia Mundo Capitalista ao
longo do período colonial.
Segundo esta teoria, os termos de troca são definidos pelos países centrais, a seu favor;
Valorizando os produtos manufacturados em desfavor das matérias-primas.
Estas teorias têm em comum o facto de existir uma diferenciação de riqueza entre o
primeiro e o terceiro mundo, derivada do desastre das trocas comerciais com origem no
colonialismo.
Estas teorias centram-se excessivamente na dimensão económica e na regulação política
internacional, esquecendo outros factores, como as guerras, as condições naturais, a
demografia, as políticas, as relações e regulações políticas regionais dentro do pais e o
papel do estado.
Teoria do Dualismo
Exemplos de Dualismo
Causas
Componentes Componentes
Demográficas Sociológicas
(1)
Meio Natural: clima e as suas variações, importância e acessibilidade, diversidade de
recursos humanos.
Componentes Demográficas: Sub – população – é um factor menos imediato, ligado à
ideia de economia de mercado; sobre – população – valor populacional muito grande,
consumo muito elevado dos recursos naturais, desertificação; grande pressão sobre a
terra; desflorestação; degradação dos solos.
- Combinação entre uma sobre – população e um crescimento demográfico explosivo
(Argélia).
Componentes Sociologias: Estrutura política das sociedades; Autoritarismo; domínio
oligárquico – Estado como motor de desenvolvimento; pouco estímulo que fornece
inovação; conservadorismo e arbitrariedade – instabilidade que inibe o
desenvolvimento.
Para haver desenvolvimento, tem de haver estabilidade política e financeira que permita
o investimento, logo o desenvolvimento.
(2)
Respeitam às dominações económicas de um país sobre os outros. Países
economicamente dominados por terceiros vêem parte do esforço nacional ser
transferido para os países dominantes, impedindo desta forma o desenvolvimento
- Argentina:
- Tinha um nível de riqueza tão grande como da Alemanha, da Áustria e o Canadá,
graças a exortação de produtos agrícolas.
- Sofreu um processo de hiper inflação.
- O Estado só impondo um conjunto de impostos o que fez com que o rendimento fosse
inferior à média mundial, para desenvolver o meio urbano.
- “ Estacieros” reduziram a produção – não compensava.
- Tanzânia
- Partido e Estado confundiam-se – havia um partido único, o seu presidente Relius
Nyerere, para servir os seus ideais políticos, decide que a população devia ser
reagrupada num conjunto de grandes aldeias afastamento dos locais onde se praticava
agricultura.
- Estado confisca a “ mais – valia” agrícola;
Os produtores passam a produzir mais para auto – subsistência e cada vez menos para o
excedente do qual não beneficiavam.
- Egipto
- O Estado é que ditava o que se devia produzir.
Todos estes exemplos, demonstram que apesar dos factores contingentes, são as
estratégias do Estado que atenuam as vantagens e desvantagens comparativas.
Na procura de desenvolver o país, houve um efeito perverso. No entanto, houve uma
tentativa, ainda que falhada para o desenvolvimento. Existem países onde a função do
Estado é retirar bens á população para usufruto das elites (Angola).
Por detrás de cada Estado bem sucedido no desenvolvimento, existe um grupo de elites
capaz, ou seja, o Estado é um instrumento que as elites utilizam, ou para proveito
próprio ou para desenvolvimento do país. * tem continuação atrás da folha 8.
Giddens:
O mundo tornou-se num único sistema social, consequência dos crescentes laços de
interdependência que hoje em dia afectam praticamente toda a gente. O sistema global
não é apenas o espaço físico dentro do qual determinadas sociedades evoluem e mudam
os laços económicos, sociais e políticos que atravessam as fronteiras entre países
condicionam de forma decisiva o destino daqueles que vivem nelas.
Globalização é a designação corrente dada a esta crescente interdependência entre
sociedades do mundo.
Os processos de globalização trouxeram inúmeros benefícios para muita gente das
sociedades industrializadas: uma maior variedade de bens de consumo e produtos
alimentares do que alguma vez existiu.
Ao mesmo tempo, o facto de toda a gente estar envolvida num mundo cada vez mais
abrangente ajudou a criar alguns dos mais sérios problemas que confrontamos hoje em
dia.
Apesar do crescimento económico e da interdependência cultural, a ordem global está
afectada por grandes desigualdades e dividida num mosaico de estados com
preocupações comuns e simultaneamente divergentes não há, na realidade, qualquer
indicio de uma convergência política que consiga, num futuro próximo, superar o
conflito de interesses entre os vários países. Uma das características mais preocupantes
do mundo de hoje é que, apesar da existência das Nações Unidas, a globalização
crescente não é acompanhada quer por uma integração política, quer pela redução das
desigualdades a nível internacional em termos de riqueza e poder.
Sumário:
Terceiro Mundo: China, Índia e a maioria dos países da América do Sul (Brasil, Peru,
Venezuela).
Segundo Mundo. Antigas sociedades comunistas, Rússia – antiga União Soviética -, é a
Europa do Leste – Checoslováquia, a Polónia, a Alemanha de Leste e a Hungria.
Tinham economias de planificação centralizada que apenas coincidiam um pequeno
papel à propriedade privada ou a sociedade empresarial competitiva.
Primeiro Mundo: Países industrializados da Europa. Os E.U.A., a Austrália, Nova
Zelândia, Tasmânia, Melanésia e o Japão – têm sistemas políticos multipartidários e
parlamentares.
Colonialismo:
O rótulo de Terceiro Mundo, leva-nos a pensar que essas sociedades estão separadas
dos países industrializados – como se fossem um mundo à parte do nosso. Mas isso não
é de todo verdade, as sociedades do Terceiro Mundo tem estado, de uma maneira ou de
outra, ligados a muitos países industrializados.
- Licenciado em direito
-Singularidades de Portugal:
- cultura
- religião
- língua
- etnia
Do ponto de vista social e até geográfica, é um país plural. #´s Norte / Sul e Interior /
Litoral.
Portugal, retrato singular – o retrato é que é singular, não o país, que é bastante plural –
sociedade, economia, clima, ponto de vista geográfico.
- Em 1974, Portugal era o país menos desenvolvido da Europa; o socialismo era a meta
a atingir; Estado de Providência Social Democrático, numa cultura em que o Estado de
Providência atravessava uma fase difícil nos restantes países.
A ideia central deste autor é que desde 74 que o papel do Estado na regulação da
sociedade passou por várias fases, que de certa forma, não se substituíram, tendo-se
antes acumulado, como que em camadas geológicas que convivem de forma mais ou
menos pacífica.
1º
1ª Camada Estado Autoritário; como 25 de Abril de 1974, apenas os elementos mais
evidentes do Estado Novo foram adulterados, tendo o aparelho do Estado mantido
basicamente intacto. Acabou a PIDE e os tribunais plenários (presos políticos); a
censura.
Leis fordistas, são as leis que existem em situações de acumulação de capital, o que
permite o pagamento generoso de salários. Salários indexados à produtividade,
permitindo o acesso generalizado das classes trabalhadoras ao consumo. Essas Leis
deixaram de ser cumpridas em 77 e os salários começaram a baixar em termos relativos,
devido à inflação – Estado Paralelo – 2º
3º
Após 1986:com a entrada de Portugal para a CEE, ganha peso o Estado Heterogéneo.
Este estado caracteriza-se pela procura da redução entre as leis e as práticas dos agentes
económicas. Isto é uma estratégia de sucessivos governos.
Concertação Social:
Este processo é uma questão que é importante para explicar o processo de regulações do
mundo do trabalho em Portugal faz parte deste conceito, sindicatos, confederação de
agricultura portuguesa, confederação do comércio português, confederação de indústria
portuguesa.
Sindicatos: União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a CGTP (Confederação geral dos
trabalhadores portuguesas).
- Uma vez contratado um trabalhador, ele seria sempre dessa empresa até se reformar.
- Pressupunham salários elevados para aquilo que os empresários achavam que podiam
pagar um salário elevado, aumentava os custos de produção.
- Descontos para a segurança social, protecção no trabalho.
Regulação Social:
Do ponto de vista histórico, o motor de desenvolvimento é o Estado – alavanca da
modernização da sociedade portuguesa.
Um estado forte, consegue por em marcha um sistema de regulação social (iniciática
privada).
Estado Heterogéneo – Conselho nacional de concertação social – impor um processo
estatal para que as leis de cumpram.
As empresas públicas cumprem a legislação laboral. O estado obrigou-se a si próprio.
Desde os anos 80, o papel do Estado tem sido o de procurar regular a economia e a
sociedade.
Os sucessivos governos têm procurado focar com que as leis sejam cumpridas.
Uniformização das situações com um tipo de 4º Estado – o Estado Revolucionário, que
é o governo que se tentou implementar em Portugal – o regime comunista (75 e 76).
Já não faz sentido definir isto como mínimo para o indivíduo se manter vivo,
pois nas sociedades ocidentais, esse mínimo encontra-se assegurada, mesmo para os
mais pobres.
No entanto, continua a existir pobreza nessas sociedades.
Esta teoria assenta na ideia de que é pobre o indivíduo que não tem um rendimento
suficiente para o manter vivo.
Críticas:
1) A definição absoluta deste rendimento é impossível. Subia a ideia de
necessidades básicas: alimentação, roupa, abrigo. Não são necessidades
variantes da espécie humana.
2) Esta divisão em categorias é arbitrária porque considera pobres os que têm à sua
disposição um valor x de calorias, mas já não consideram no caso dos indivíduos
que têm x+1 calorias, sendo que a diferença entre os dois é de apenas uma
unidade.
3) Facto da questão”de se manter vivo” já não faz sentido – invalida a teoria nas
sociedades desenvolvidas.
Houve tentativas de resposta, que passaram por reformular esta teoria da pobreza
absoluta.
-“ Internacional Labor Office”, que propõe uma teoria das necessidades básicas.
Conceitos:
Críticas: O esforço feito não foi suficiente, as críticas, por exemplo, os indivíduos não
tem apenas necessidades relacionadas com a sua sobrevivência física, tem também
necessidades de carácter social, que estão longe de estarem lançadas na lista proposta
pelo ILO.
Peter Taunsend, acrescenta uma nova crítica ás que estão feitas – operacionalização dos
conceitos propostos pelo ILO.
Simplificação da Realidade.
Porque incide sobre a análise dos rendimentos e consumos dos indivíduos, o próprio
Taunsend propõe uma 3ª teoria, que é a teoria da privação relativa - introdução de uma
dimensão histórica e social na definição de pobreza
Do ponto de vista operacional, são pobres os indivíduos que têm um determinado valor,
índice construído com base em variáveis relacionadas com a sobrevivência material dos
indivíduos, mas também com indicadores de carácter social, como a participação nas
actividades da comunidade, das instituições, lazer, etc.
As três teorias estão muito centradas na pobreza num padrão, no qual as pessoas estão
centradas nelas.
A forma como vemos as coisas, tem influência na forma como as pessoas vivem.
Exclusão Social (situação nova na sociedade) – Génese deste conceito pode ser
encontrado no livro de Remi Lenoir (1973).
Sobre a pobreza tradicional, sendo o conceito sobretudo aplicado a uma situação nova
na nossa sociedade.
1973 – Crise petrolífera – provoca o fim de um período de crescimento económico entre
o final da segunda guerra mundial e 1973. Neste período, o estado de providência
consolida-se, o desemprego reduz bastante, a pobreza passa a ser apenas um apanágio
de um número muito reduzido de “esquecidos” do crescimento.
A partir de 1973, tudo muda drasticamente: o preço elevado do petróleo provoca a
inflação, o aumento do custo de vida, falências e desemprego; a este processo vem
juntar-se um outro. A modernização do tecido industrial, aumenta a produtividade, e
pouco a pouco, leva à redução do número de trabalhadores necessários para executar
uma tarefa. A informática expande esta tendência para os serviços, a partir dos anos 80
acresce-se uma terceira tendência, assente na modernização tecnológica dos transportes
e telecomunicações em opções ideológico – políticas no sentido de globalização. A
consequência destas três tendências, é o ressurgimento de uma nova questão social, isto
é, de novas formas de pobreza. Conceito de exclusão social sem precisamente
caracterizar uma pobreza diferente da tradicional.
• Capital Social: rede de relações sociais que se pode mobilizar para atingir um
determinado fim.
• Capital Simbólico: a reputação ou prestígio social de um dado indivíduo.
Nova Pobreza: perda de laços de emprego, perda dos laços familiares. Pessoas numa
situação grave de exclusão social é uma coisa multidimensional, mas o seu cerne é o
mercado de trabalho e relegação para o mundo do mercado secundário – Working Poors
(trabalhador pobre). Esta associação entre trabalho e pobreza tinha desaparecido na
Europa do pós – guerra (Estado de Providência), mas voltou em força com a revolução
tecnológica, que tornou supérfluos uma legião de indivíduos e o triunfo da ideologia
neo – Liberal, pelo processo de concorrência global. Remete parte da população para o
desemprego, mas também para trabalhos precários, mal pagos, duros, a tempo parcial,
ou então estágios.
Pobreza e Exclusão Social – estes conceitos tem algo que os aproxima; enfoque sobre
o indivíduo, centram-se no indivíduo; indivíduo como sujeito de escassez de recursos ou
como alvo do processo de exclusão. Ambos os conceitos se referem à comparação
relativa entre indivíduos.
Conceito de pobreza em relação á exclusão social é igual.
Quando se nomeia alguém como pobre ou excluído, está se a realizar um julgamento de
valor que consiste na atribuição de um lugar numa escala social, ao indivíduo assim
designado. Aqui há um paradoxo grave quando pretendemos combater a pobreza, temos
de nomear os indivíduos como pobres e ao fazê-lo, estamos a contribuir para os
estigmatizar. Além disso, a utilização de pobreza e exclusão, envolve outros riscos para
a análise sociológica. Um deles é o ênfase nos indivíduos, que faz esquecer que a
pobreza é um problema social que se constrói na sociedade, pela sociedade e nas
relações dos indivíduos com outros e com as instituições:
Aqui a ideia é que o ênfase na pobreza, coloca nos indivíduos, ocultando a importante
dimensão social deste fenómeno. Segunda questão tem a ver com a análise
exclusivamente centrada na análise da pobreza ou de exclusão social tenta esquecer a
relação dos indivíduos assim considerados com esse rótulo.
As pessoas têm consciência da sua situação de pobreza e reagem de forma desigual.
Instrumentalização da noção de pobreza. A forma como as pessoas lidam com a
pobreza, tem repercussão na reprodução social.
Menção Referência
Partem do princípio que as Parte do princípio que
palavras que constituem os a pobreza existe na
discursos, influenciando e realidade, bastando
constrangindo as próprias empregar os meios
interacções dos indivíduos, adequados para a
neste caso, o trabalho do captar.
investigador é analisar os
efeitos do termo pobreza na
construção social das
desigualdades. O que está em
causa, não é a pobreza, são as
desigualdades cuja a
designação do termo pobreza
é uma forma de esconder e
individualizar a arbitrariedade
e a injustiça da desigualdade.
O que existe são desigualdades escondidas pelo termo pobreza. Ogien mostra como as
utilizações do termo pobreza em menção vão consequentemente afastar-se do sentido
referenciado que as propostas de leitura da realidade que apresentam, são alternativas,
com um efeito performativo na realidade.
Mudança Social
Ter em atenção que a mudança social sempre existiu nas sociedades humanas.
Actualmente o ritmo de mudança é extraordinário, O ritmo de mudança tem variado ao
longo da história. Eram ritmos tão lentos, que só eram visíveis a longo prazo, de uma
geração para outra.
Hoje, o ritmo de mudança é extremamente elevado, as modificações não são apenas
visíveis entre gerações, como são visíveis dentro de uma geração.
O conjunto de inovações tecnológicas com impacto na estrutura social, é muito grande.
Modelo societário dominante na sociedade ocidental é o da sociedade industrial, no
entanto, a partir dos anos 60, acumulam-se evidências de que este modelo está em crise;
já não é explicativo das configurações sociais das sociedades ocidentais.
No momento que hoje vivemos, é perfeitamente claro que a nossa sociedade já não pode
ser classificada como sociedade industrial, no entanto, não é visível qual o novo modelo
que a vem substituir.
Quais são as mudanças concretas que levam à conclusão que o modelo da sociedade
industrial já não explica a sociedade em que vivemos.
As novas teorias sociais já não estão centradas na relação actor sistema, ou seja, os
sociólogos têm vindo a abandonar as análises fundadas na ideia de sociedade e
conceitos associados, desta maneira, as concepções mais globais do social têm cedido
lugar a concepções fundadas na acção social e no desempenho do actor. O que é
colocado em curso, é a unidade do social. Esta questão é das mais importantes na
questão da mudança social. Estilhaçamento entre a unidade e o actor.
Até aos meados dos anos 60, as classes sociais funcionavam como seres sociais totais,
no sentido em que no seu seio, a vida dos indivíduos tinham coerência. Tudo na vida do
indivíduo era explicado pelo lugar de classe que ocupava.
A entidade, os consumos, modos de vida, papeis e hábitos. O lugar do indivíduo na
sociedade era-lhe dado pela sua posição de classe.
Acontece que a partir dos anos 60, começa-se a notar uma importante modificação na
estrutura de classes, transformação dos lugares de classe. Crise da classe operária,
começa a minguar em termos numéricos, começa a alterar-se o sentido de classe.
As mudanças tecnológicas, a crise petrolífera, a globalização, o paulatino triunfo da
ideologia neo – liberal – o único possível ao desenvolvimento da industria.
Explica que a classe operária deixe de ser a classe mais numerosa. Ao mesmo tempo,
que perde força, assiste-se a um crescimento das classes médias.
Os mesmos fenómenos que explicam o declínio da classe operária, são em grande parte,
responsáveis pela criação de novos lugares de classe nas classes médias. Por exemplo,
as modificações tecnológicas levam numa primeira fase, ao aparecimento de uma
panóplia de profissões associadas a novas tecnologias e novas necessidades sociais.
As classes eram “mundos” e a posição de classe podia afigurar-se como a variável mais
fortemente susceptível de explicar a acção e as práticas.
As classes esbatem-se, mas surgem novas formas de desigualdades sociais, se bem que
essas formas estavam “escondidas” pelas grandes clivagens entre as classes.
A identidade social não era muito importante na sociedade industrial, porque era um
dado em função da origem social dos indivíduos.
As instituições forneciam aos indivíduos os elementos identitários que eles precisavam
para se construírem enquanto indivíduos.
Actualmente as instituições já não funcionam de forma harmoniosa. Os indivíduos
recebem informações contraditórias das várias instituições com que se relacionam.
Actualmente, temos a noção que são construções mais ou menos arbitrárias. Somos
“testemunhos” das contradições entre instituições.
Positivo: mais respeito pelo indivíduo, necessidades dos indivíduos, respeito pelos
direitos humanos.
Modos de vida, pertenças em função das classes médias aumentam de tamanho, muito
embora nos últimos anos. Criação de novos lugares de classes até que ponto é positivo?
Questão de unidade do actor com o sistema passa por uma certa ideia de falência do
conceito de sociedade.
Conjunto de produções sociais que concorrem parte que o indivíduo tenha de procurar o
que lhe interessa.
A sociedade exige cada vez mais que nos construamos a nós próprios como sujeitos,
mas nem todos temos os mesmos recursos para fazer. Este exercício pode ser excessivo,
não estar ao alcance daqueles que têm menos recursos, além disso, o processo de
individualização, faz desvanecer a perspectiva societal das coisas, tornando como único
responsável de um eventual falhanço na construção de si, ele próprio.
Portugal
Modificações na sociedade portuguesa, neste último século, mudança desde os anos 60?
Porque os anos 60? Emigração.
A partir dos anos 60 dá-se a industrialização do país.
Estado Providência, industrialização, conquistas de Abril e mudanças sociais.
Serviços militar obrigatório, guerra colonial, obriga uma grande parte dos jovens a
circular pelo país.
Impacto nos valores, nas aspirações e modos de vida das populações.
A partir de 73, dá-se algo que tem impacto na emigração portuguesa – choque
petrolífero, reduz-se o apelo à emigração.